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@salinhadoiluminismo 1 Licensed to Ana Paula Araújo Honorato - paulla.honorato@gmail.com @salinhadoiluminismo 2 • • • • • • • Licensed to Ana Paula Araújo Honorato - paulla.honorato@gmail.com @salinhadoiluminismo 3 QUESTÃO 1 Pode-se viver sem ciência, pode-se adotar crenças sem querer justificá-las racionalmente, pode-se desprezar as evidências empíricas. No entanto, depois de Platão e Aristóteles, nenhum homem honesto pode ignorar que uma outra atitude intelectual foi experimentada, a de adotar crenças com base em razões e evidências e questionar tudo o mais a fim de descobrir seu sentido último. ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. São Paulo: Odysseus, 2002. Platão e Aristóteles marcaram profundamente a formação do pensamento Ocidental. No texto, é ressaltado importante aspecto filosófico de ambos os autores que, em linhas gerais, refere-se à a) adoção da experiência do senso comum como critério de verdade. b) incapacidade de a razão confirmar o conhecimento resultante de evidências empíricas. c) pretensão de a experiência legitimar por si mesma a verdade. d) defesa de que a honestidade condiciona a possibilidade de se pensar a verdade. e) compreensão de que a verdade deve ser justificada racionalmente. QUESTÃO 2 Lembremos a figura de Sócrates. Dizem que era um homem feio, mas, quando falava, exercia estranho fascínio. Podemos atribuir a Sócrates duas maneiras de se chegar ao conhecimento. Essas duas maneiras são denominadas de: a) doxa e ironia. b) ironia e maiêutica. c) maiêutica e doxa. d) maiêutica e episteme. QUESTÃO 3 Leia a letra da canção a seguir. Nada do que foi será De novo do jeito que já foi um dia Tudo passa Tudo sempre passará A vida vem em ondas Como um mar Num indo e vindo infinito Tudo que se vê não é Igual ao que a gente Viu há um segundo Tudo muda o tempo todo No mundo […] Fonte: SANTOS, Lulu; MOTTA, Nelson. Como uma onda. In: Álbum MTV ao vivo. Rio de Janeiro: Sony-BMG, 2004. Da mesma forma como canta o poeta contemporâneo, que vê a realidade passando como uma onda, assim também pensaram os primeiros filósofos conhecidos como Pré-socráticos que denominavam a realidade de physis. A característica dessa realidade representada, também, na música de Lulu Santos é o(a) a) fluxo b) estática. c) infinitude d) desordem e) multiplicidade QUESTÃO 4 De um modo geral, o conceito de physis no mundo pré-socrático expressa um princípio de movimento por meio do qual tudo o que Licensed to Ana Paula Araújo Honorato - paulla.honorato@gmail.com @salinhadoiluminismo 4 existe é gerado e se corrompe. A doutrina de Parmênides, no entanto, tal como relatada pela tradição, aboliu esse princípio e provocou, consequentemente, um sério conflito no debate filosófico posterior, em relação ao modo como conceber o ser. Para Parmênides e seus discípulos: a) A imobilidade é o princípio do não-ser, na medida em que o movimento está em tudo o que existe. b) O movimento é princípio de mudança e a pressuposição de um não-ser. c) Um Ser que jamais muda não existe e, portanto, é fruto de imaginação especulativa. d) O Ser existe como gerador do mundo físico, por isso a realidade empírica é puro ser, ainda que em movimento. QUESTÃO 5 Trasímaco estava impaciente porque Sócrates e os seus amigos presumiam que a justiça era algo real e importante. Trasímaco negava isso. Em seu entender, as pessoas acreditavam no certo e no errado apenas por terem sido ensinadas a obedecer às regras da sua sociedade. No entanto, essas regras não passavam de invenções humanas. RACHELS. J. Problemas da filosofia. Lisboa: Gradiva, 2009. O sofista Trasímaco, personagem imortalizado no diálogo A República, de Platão, sustentava que a correlação entre justiça e ética é resultado de a) determinações biológicas impregnadas na natureza humana. b) verdades objetivas com fundamento anterior aos interesses sociais. c) mandamentos divinos inquestionáveis legados das tradições antigas. d) convenções sociais resultantes de interesses humanos contingentes. e) sentimentos experimentados diante de determinadas atitudes humanas. QUESTÃO 6 No século V a.C., Atenas vivia o auge de sua democracia. Nesse mesmo período, os teatros estavam lotados, afinal, as tragédias chamavam cada vez mais a atenção. Outro aspecto importante da civilização grega da época eram os discursos proferidos na ágora. Para obter a aprovação da maioria, esses pronunciamentos deveriam conter argumentos sólidos e persuasivos. Nesse caso, alguns cidadãos procuravam aperfeiçoar sua habilidade de discursar. Isso favoreceu o surgimento de um grupo de filósofos que dominavam a arte da oratória. Esses filósofos vinham de diferentes cidades e ensinavam sua arte em troca de pagamento. Eles foram duramente criticados por Sócrates e são conhecidos como a) maniqueístas (bem ou mal) b) hedonistas (busca pelo prazer) c) epicuristas d) sofistas e) Contratualistas QUESTÃO 7 De onde vem o mundo? De onde vem o universo? Tudo o que existe tem que ter um começo. Portanto, em algum momento, o universo também tinha de ter surgido a partir de uma outra coisa. Mas, se o universo de repente tivesse surgido de alguma outra coisa, então essa outra coisa também devia ter surgido de alguma outra coisa algum dia. Sofia entendeu que só tinha transferido o problema de lugar. Afinal de contas, algum dia, alguma coisa tinha de ter surgido do nada. Existe uma substância básica a partir da qual tudo é feito? A grande questão para os primeiros filósofos não era saber como tudo surgiu do nada. O que os instigava era saber como a água podia se transformar em peixes vivos, ou como a terra sem vida podia se transformar em árvores frondosas ou flores multicoloridas. Licensed to Ana Paula Araújo Honorato - paulla.honorato@gmail.com @salinhadoiluminismo 5 Adaptado de: GAARDER, J. O Mundo de Sofia. Trad. de João Azenha Jr. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p.43-44. Com base no texto e nos conhecimentos sobre o surgimento da filosofia, assinale a alternativa correta. a) Os pensadores pré-socráticos explicavam os fenômenos e as transformações da natureza e porque a vida é como é, tendo como limitador e princípio de verdade irrefutável as histórias contadas acerca do mundo dos deuses. b) Os primeiros filósofos da natureza tinham a convicção de que havia alguma substância básica, uma causa oculta, que estava por trás de todas as transformações na natureza e, a partir da observação, buscavam descobrir leis naturais que fossem eternas. c) Os teóricos da natureza que desenvolveram seus sistemas de pensamento por volta do século VI a.C. partiram da ideia unânime de que a água era o princípio original do mundo por sua enorme capacidade de transformação. d) A filosofia da natureza nascente adotou a imagem homérica do mundo e reforçou o antropomorfismo do mundo dos deuses em detrimento de uma explicação natural e regular acerca dos primeiros princípios que originam todas as coisas. e) Para os pensadores jônicos da natureza, Tales, Anaxímenes e Heráclito, há um princípio originário único denominado o ilimitado, que é a reprodução da aparência sensível que os olhos humanos podem observar no nascimento e na degeneração das coisas. QUESTÃO 8 O sofista é um diálogo de Platão do qual participam Sócrates, um estrangeiro e outros personagens. Logo no início do diálogo, Sócrates pergunta ao estrangeiro, a que método ele gostaria de recorrer para definir o que é um sofista. Sócrates: – Mas dize-nos [se] preferes desenvolver toda a tese que queres demonstrar, numa longa exposição ou empregar o método interrogativo? Estrangeiro: – Com um parceiro assimagradável e dócil, Sócrates, o método mais fácil é esse mesmo; com um interlocutor. Do contrário, valeria mais a pena argumentar apenas para si mesmo. (Platão. O sofista, 1970. Adaptado.) É correto afirmar que o interlocutor de Sócrates escolheu, do ponto de vista metodológico, adotar a) a maiêutica, que pressupõe a contraposição dos argumentos. b) a dialética, que une numa síntese final as teses dos contendores. c) o empirismo, que acredita ser possível chegar ao saber por meio dos sentidos. d) o apriorismo, que funda a eficácia da razão humana na prova de existência de Deus. e) o dualismo, que resulta no ceticismo sobre a possibilidade do saber humano. QUESTÃO 9 Para Platão, o que havia de verdadeiro em Parmênides era que o objeto de conhecimento é um objeto de razão e não de sensação, e era preciso estabelecer uma relação entre objeto racional e objeto sensível ou material que privilegiasse o primeiro em detrimento do segundo. Lenta, mas irresistivelmente, a Doutrina das Ideias formava-se em sua mente. ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. São Paulo: Odysseus, 2012 (adaptado). O texto faz referência à relação entre razão e sensação, um aspecto essencial da Doutrina das Ideias de Platão (427–346 a.C.). De acordo com o texto, como Platão se situa diante dessa relação? a) Estabelecendo um abismo intransponível entre as duas. Licensed to Ana Paula Araújo Honorato - paulla.honorato@gmail.com @salinhadoiluminismo 6 b) Privilegiando os sentidos e subordinando o conhecimento a eles. c) Atendo-se à posição de Parmênides de que razão e sensação são inseparáveis. d) Afirmando que a razão é capaz de gerar conhecimento, mas a sensação não. e) Rejeitando a posição de Parmênides de que a sensação é superior à razão. QUESTÃO 10 Platão: A massa popular é assimilável por natureza a um animal escravo de suas paixões e de seus interesses passageiros, sensível à lisonja, inconstante em seus amores e seus ódios; confiar-lhe o poder é aceitar a tirania de um ser incapaz da menor reflexão e do menor rigor. Quanto às pretensas discussões na Assembleia, são apenas disputas contrapondo opiniões subjetivas, inconsistentes, cujas contradições e lacunas traduzem bastante bem o seu caráter insuficiente.CHATELET, F. História das Ideias Políticas. Rio de Janeiro: Zahar, 1997, p. 17 Os argumentos de Platão, filósofo grego da antiguidade, evidenciam uma forte crítica à: a) oligarquia b) república c) democracia d) monarquia e) plutocracia GABARITO 1) E 2) B 3) A 4) B 5) B 6) D 7) B 8) A 9) D 10) C 1. (Unioeste 2013) “Quando dizemos que o homem se escolhe a si mesmo, queremos dizer que cada um de nós se escolhe a si próprio; mas com isso queremos também dizer que, ao escolher-se a si próprio, ele escolhe todos os homens. Com efeito, não há de nossos atos um sequer que, ao criar o homem que desejamos ser, não crie ao mesmo tempo uma imagem do homem como julgamos que deve ser. Escolher isto ou aquilo é afirmar ao mesmo tempo o valor do que escolhemos, porque nunca podemos escolher o mal, o que escolhemos é sempre o bem, e nada pode ser bom para nós sem que o seja para todos. Se a existência, por outro lado, precede a essência e se quisermos existir, ao mesmo tempo em que construímos a nossa imagem, esta imagem é válida para todos e para a nossa época. Assim, a nossa responsabilidade é muito maior do que poderíamos supor, porque ela envolve toda a humanidade”. Sartre. Considerando o texto citado e o pensamento sartreano, é INCORRETO afirmar que a) o valor máximo da existência humana é a liberdade, porque o homem é, antes de mais nada, o que tiver projetado ser, estando “condenado a ser livre”. b) totalmente posto sob o domínio do que ele é, ao homem é atribuída a total responsabilidade pela sua existência e, sendo responsável por si, é também responsável por todos os homens. c) o existencialismo sartreano é uma moral da ação, pois o homem se define pelos seus atos e atos, por excelência, livres, ou seja, o “homem não é nada além do conjunto de seus atos”. d) o homem é um “projeto que se vive subjetivamente”, pois há uma natureza humana previamente dada e predefinida, e, portanto, no homem, a essência precede a existência. e) por não haver valores preestabelecidos, o homem deve inventá-los através de escolhas livres, e, como escolher é afirmar o valor do que é escolhido, que é sempre o bem, é o homem que, através de suas Licensed to Ana Paula Araújo Honorato - paulla.honorato@gmail.com @salinhadoiluminismo 7 escolhas livres, atribui sentido a sua existência. 2. (Ufu 2012) Leia o excerto abaixo e assinale a alternativa que relaciona corretamente duas das principais máximas do existencialismo de Jean- Paul Sartre, a saber: “a existência precede a essência” “estamos condenados a ser livres” Com efeito, se a existência precede a essência, nada poderá jamais ser explicado por referência a uma natureza humana dada e definitiva; ou seja, não existe determinismo, o homem é livre, o homem é liberdade. Por outro lado, se Deus não existe, não encontramos já prontos, valores ou ordens que possam legitimar a nossa conduta. […] Estamos condenados a ser livres. Estamos sós, sem desculpas. É o que posso expressar dizendo que o homem está condenado a ser livre. Condenado, porque não se criou a si mesmo, e como, no entanto, é livre, uma vez que foi lançado no mundo, é responsável por tudo o que faz. SARTRE, Jean-Paul. O Existencialismo é um Humanismo. 3ª. ed. S. Paulo: Nova Cultural, 1987. a) Se a essência do homem, para Sartre, é a liberdade, então jamais o homem pode ser, em sua existência, condenado a ser livre, o que seria, na verdade, uma contradição. b) A liberdade, em Sartre, determina a essência da natureza humana que, concebida por Deus, precede necessariamente a sua existência. c) Para Sartre, a liberdade é a escolha incondicional, à qual o homem, como existência já lançada no mundo, está condenado, e pela qual projeta o seu ser ou a sua essência. d) O Existencialismo é, para Sartre, um Humanismo, porque a existência do homem depende da essência de sua natureza humana, que a precede e que é a liberdade. 3. (Ufsj 2012) A angústia, para Jean-Paul Sartre, é a) tudo o que a influência de Shopenhauer determina em Sartre: a certeza da morte. O Homem pode ser livre para fazer suas escolhas, mas não tem como se livrar da decrepitude e do fim. b) a nadificação de nossos projetos e a certeza de que a relação Homem X natureza humana é circunstancial, objetiva, e pode ser superada pelo simples ato de se fazer uma escolha. c) a certificação de que toda a experiência humana é idealmente sensorial, objetivamente existencial e determinante para a vida e para a morte do Homem em si mesmo e em sua humanidade. d) consequência da responsabilidade que o Homem tem sobre aquilo que ele é, sobre a sua liberdade, sobre as escolhas que faz, tanto de si como do outro e da humanidade, por extensão. 4. Até os doze anos a menina é tão robusta quanto os irmãos e manifesta as mesmas capacidades intelectuais; não há terreno em que lhe seja proibido rivalizar com eles. Se, bem antes da puberdade e, às vezes, mesmo desde a primeira infância, ela já se apresenta como sexualmente especificada, não é porque misteriosos instintos a destinem imediatamente à passividade, ao coquetismo, à maternidade: é porque a intervenção de outrem na vida da criança é quase original e desde seus primeiros anos sua vocação lhe é imperiosamente insuflada. (BEAUVOIR, Simone. O segundo sexo (Vol. 2). Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980, p. 9-10.) Os estudos de Simone de Beauvoir (1908-1986) contribuíram incontestavelmente para os debatesacerca da situação da mulher e a luta para a igualdade de gênero. A partir do trecho acima, assinale a opção que melhor demonstra o problema apresentado pela filósofa. Licensed to Ana Paula Araújo Honorato - paulla.honorato@gmail.com @salinhadoiluminismo 8 a) Beauvoir afirma a distinção entre os sexos e inaugura o pensamento de uma feminilidade que faz parte da condição humana da mulher. A natureza feminina é que compõe seu ser enquanto mulher. b) Beauvoir discute a consolidação da posição social da mulher, pois, biológica e psiquicamente suas distinções se apresentam de forma clara para um tratamento diferenciado em relação aos homens. c) Não há, para Beauvoir, qualidades, valores, modos de vida especificamente femininos. Esse é um mito inventado pelos homens para prender as mulheres na sua condição de oprimidas. d) A ideia de que “ninguém nasce mulher: torna-se mulher” representa o ápice da filosofia feminista presente em O segundo sexo, afirmando que, por natureza, qualquer um pode-se tornar mulher socialmente. 5. (ENEM 2016) Ser ou não ser — eis a questão. Morrer – dormir.—Dormir! Talvez sonhar. Aí está o obstáculo Os sonhos que hão de vir no sono da morte quando tivermos escapado ao tumulto vital nos obrigam a hesitar: e é essa a reflexão Que dá à desventura uma vida tão longa. SHAKESPEARE, W. Hamlet. Porto Alegre, L&PM, 2007 Este solilóquio pode ser considerado um precursor do existencialismo ao enfatizar a tensão entre a) consciência de si e angústia humana. b) inevitabilidade do destino e incerteza moral. c) tragicidade da personagem e ordem do mundo. d) racionalidade argumentativa e loucura iminente. e) dependência paterna e impossibilidade de ação. 6. (ENEM 2014) “Uma norma só deve pretender validez quando todos os que possam ser concernidos por ela cheguem (ou possam chegar), enquanto participantes de um discurso prático, a um acordo quanto à validade dessa norma”. (Habermas, J. Consciência moral e agir comunicativo. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1989) Segundo Habermas, a validez de uma norma deve ser estabelecida pelo (a) a) Liberdade humana, que consagra a vontade. b) Razão comunicativa, que requer um consenso. c) Conhecimento filosófico, que expressa a verdade. d) Técnica científica, que aumenta o poder do homem. e) Poder político, que se concentra no sistema partidário. 7. (ENEM 2012) regulação de matérias culturalmente delicadas, como, por exemplo, a linguagem oficial, os currículos da educação pública, o status das Igrejas e das comunidades religiosas, as normas do direito penal (por exemplo, quanto ao aborto), mas também em assuntos menos chamativos, como, por exemplo, a posição da família e dos consórcios semelhantes ao matrimônio, a aceitação de normas de segurança ou a delimitação das esferas pública e privada — em tudo isso reflete-se amiúde apenas o autoentendimento ético- político de uma cultura majoritária, dominante por motivos históricos. Por causa de tais regras, implicitamente repressivas, mesmo dentro de uma comunidade republicana que garanta formalmente a igualdade de direitos para todos, pode eclodir um conflito cultural movido pelas minorias desprezadas contra a cultura da maioria. Licensed to Ana Paula Araújo Honorato - paulla.honorato@gmail.com @salinhadoiluminismo 9 HABERMAS, J. A inclusão do outro: estudos de teoria política. São Paulo: Loyola, 2002. A reivindicação dos direitos culturais das minorias, como exposto por Habermas, encontra amparo nas democracias contemporâneas, na medida em que se alcança a) a secessão, pela qual a minoria discriminada obteria a igualdade de direitos na condição da sua concentração espacial, num tipo de independência nacional. b) a reunificação da sociedade que se encontra fragmentada em grupos de diferentes comunidades étnicas, confissões religiosas e formas de vida, em torno da coesão de uma cultura política nacional. c) a coexistência das diferenças, considerando a possibilidade de os discursos de autoentendimento se submeterem ao debate público, cientes de que estarão vinculados à coerção do melhor argumento. d) a autonomia dos indivíduos que, ao chegarem à vida adulta, tenham condições de se libertar das tradições de suas origens em nome da harmonia da política nacional. e) o desaparecimento de quaisquer limitações, tais como linguagem política ou distintas convenções de comportamento, para compor a arena política a ser compartilhada. 8. (ENEM 2017) O Conceito de democracia, no pensamento de Habermas, é construído a partir de uma dimensão procedimental, calcada no discurso e na deliberação. A legitimidade democrática exige que o processo de tomada de decisões políticas ocorra a partir de uma ampla discussão pública, para somente então decidir. Assim, o caráter deliberativo corresponde a um processo coletivo de ponderação e análise, permeado pelo discurso, que antecede a decisão. VITALE. D. Jugen. Habermas, modernidade el democracia deliberativa Cadernos do CRH (UFBA), v. 19, 2006 (adaptado) O Conceito de democracia proposto por Jürgen Habermas pode favorecer processos de inclusão social. De acordo com o texto, é uma condição para que isso aconteça o(a) a) participação direta periódica do Cidadão. b) debate livre e racional entre Cidadãos e Estado. c) interlocução entre os poderes governamentais. d) eleição de lideranças políticas com mandatos temporários. e) controle do poder político por cidadãos mais esclarecidos. 9. (Enem PPL 2016) Quando refletimos sobre a questão da justiça, algumas associações são feitas quase intuitivamente, tais como a de equilíbrio entre as partes, princípio de igualdade, distribuição equitativa, mas logo as dificuldades se mostram. Isso porque a nossa sociedade, sendo bastante diversificada, apresenta uma heterogeneidade tanto em termos das diversas culturas que coexistem em um mundo interligado como em relação aos modos de vida e aos valores que surgem no interior de uma mesma sociedade. CHEDIAK, K. A pluralidade como ideia reguladora: a noção de justiça a partir da filosofia de Lyotard. Trans/Form/Ação, n. 1, 2001 (adaptado). A relação entre justiça e pluralidade, apresentada pela autora, está indicada em: a) A complexidade da sociedade limita o exercício da justiça e a impede de atuar a favor da diversidade cultural. b) A diversidade cultural e de valores torna a justiça mais complexa e distante de um parâmetro geral orientador. Licensed to Ana Paula Araújo Honorato - paulla.honorato@gmail.com @salinhadoiluminismo 10 c) O papel da justiça refere-se à manutenção de princípios fixos e incondicionais em função da diversidade cultural e de valores. d) O pressuposto da justiça é fomentar o critério de igualdade a fim de que esse valor tome-se absoluto em todas as sociedades. e) O aspecto fundamental da justiça é o exercício de dominação e controle, evitando a desintegração de uma sociedade diversificada. 10. (Enem 2016) A promessa da tecnologia moderna se converteu em uma ameaça, ou esta se associou àquela de forma indissolúvel. Ela Vai além da constatação da ameaça física. Concebida para a felicidade humana, a submissão da natureza, na sobremedida de seu sucesso, que agora se estende à própria natureza do homem, conduziu ao maior desafio já posto ao ser humano pela sua própria ação. O novo continente da práxis coletiva que adentramos com a alta tecnologia ainda constitui, para a teoria ética, uma terra de ninguém. JONAS, H. O princípio da responsabilidade. Rio de Janeiro: Contraponto; Editora PUC-Rio, 2011 (adaptado). As implicações éticas da articulação apresentada no texto impulsionam a necessidadede construção de um novo padrão de comportamento, cujo objetivo consiste em garantir o(a) a) pragmatismo da escolha individual. b) sobrevivência de gerações futuras. c) fortalecimento de políticas liberais. d) valorização de múltiplas etnias. e) promoção da inclusão social. 11. (Enem 2013) TEXTO I Não é sem razão que o ser humano procura de boa vontade juntar–se em sociedade com outros que estão já unidos, ou pretendem unir–se, para a mútua conservação da vida, da liberdade e dos bens a que chamo de propriedade. LOCKE, J. Segundo tratado sobre governo: ensaio relativo à verdadeira origem, extensão e objetivo do governo civil. São Paulo: Abril Cultural, 1978 (adaptado). TEXTO II Para que essas classes com interesses econômicos em conflitos não destruam a si mesmas e à sociedade numa luta estéril, surge a necessidade de um poder que, na aparência, esteja acima da sociedade, que atenue o conflito, mantenha–o dentro dos limites da ordem. ENGELS, F. In: GALLINO, L. Dicionário de sociologia. São Paulo: Paulus, 2005 (adaptado). Os textos expressam duas visões sobre a forma como os indivíduos se organizam socialmente. Tais visões apontam, respectivamente, para as concepções: a) Liberal, em defesa da liberdade e da propriedade privada — Conflituosa, exemplificada pela luta de classes. b) Heterogênea, favorável à propriedade privada — Consensual, sob o controle de classes com interesses comuns. c) Igualitária, baseada na filantropia — Complementar, com objetivos comuns unindo classes antagônicas. d) Compulsória, na qual as pessoas possuem papéis que se complementam — Individualista, na qual as pessoas lutam por seus interesses. e) Libertária, em defesa da razão humana — Contraditória, na qual vigora o estado de natureza. 12. (Enem PPL 2015) Na sociedade democrática, as opiniões de cada um não são fortalezas ou castelos para que neles nos encerremos como forma de Licensed to Ana Paula Araújo Honorato - paulla.honorato@gmail.com @salinhadoiluminismo 11 autoafirmação pessoal. Não só temos de ser capazes de exercer a razão em nossas argumentações, como também devemos desenvolver a capacidade de ser convencidos pelas melhores razões. A partir dessa perspectiva, a verdade buscada é sempre um resultado, não ponto de partida: e essa busca inclui a conversação entre iguais, a polêmica, o debate, a controvérsia. SAVATER, F. As perguntas da vida. São Paulo: Martins Fontes, 2001 (adaptado). A ideia de democracia presente no texto, baseada na concepção de Habermas acerca do discurso, defende que a verdade é um(a) a) alvo objetivo alcançável por cada pessoa, como agente racional autônomo. b) critério acima dos homens, de acordo com o qual podemos julgar quais opiniões são as melhores. c) construção da atividade racional de comunicação entre os indivíduos, cujo resultado é um consenso. d) produto da razão, que todo indivíduo traz latente desde o nascimento, mas que só se firma no processo latente educativo. e) resultado que se encontra mais desenvolvido nos espíritos elevados, a quem cabe a tarefa de convencer os outros GABARITO 1. D 2. C 3. D 4. C 5. A 6. B 7. C 8. B 9. B 10. B 11. A 12. C TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: “O homem nasce livre, e por toda a parte encontra-se a ferros. O que se crê senhor dos demais não deixa de ser mais escravo do que eles. (...) A ordem social, porém, é um direito sagrado que serve de base a todos os outros. (...) Haverá sempre uma grande diferença entre subjugar uma multidão e reger uma sociedade. Sejam homens isolados, quantos possam ser submetidos sucessivamente a um só, e não verei nisso senão um senhor e escravos, de modo algum considerando-os um povo e seu chefe. Trata-se, caso se queira, de uma agregação, mas não de uma associação; nela não existe bem público, nem corpo político.” (Jean-Jacques Rousseau, Do Contrato Social. [1762]. São Paulo: Ed. Abril, 1973, p. 28,36.) 1. (Unicamp 2012) No trecho apresentado, o autor a) argumenta que um corpo político existe quando os homens encontram-se associados em estado de igualdade política. b) reconhece os direitos sagrados como base para os direitos políticos e sociais. c) defende a necessidade de os homens se unirem em agregações, em busca de seus direitos políticos. d) denuncia a prática da escravidão nas Américas, que obrigava multidões de homens a se submeterem a um único senhor. 2. (Enem PPL 2012) O homem natural é tudo para si mesmo; é a unidade numérica, o inteiro absoluto, que só se relaciona consigo mesmo ou com seu semelhante. O homem civil é apenas uma unidade fracionária que se liga ao denominador, e cujo valor está em sua relação com o todo, que é o corpo social. As boas instituições sociais são as que melhor sabem desnaturar o homem, retirar-lhe sua existência absoluta para dar-lhe uma relativa, e transferir o eu para a unidade comum, de sorte que cada particular não se julgue mais como tal, e sim como uma parte da unidade, e só seja percebido no todo. ROUSSEAU, J. J. Emílio ou da Educação. São Paulo: Martins Fontes, 1999. A visão de Rousseau em relação à natureza humana, conforme expressa o texto, diz que a) o homem civil é formado a partir do desvio de sua própria natureza. Licensed to Ana Paula Araújo Honorato - paulla.honorato@gmail.com @salinhadoiluminismo 12 b) as instituições sociais formam o homem de acordo com a sua essência natural. c) o homem civil é um todo no corpo social, pois as instituições sociais dependem dele. d) o homem é forçado a sair da natureza para se tornar absoluto. e) as instituições sociais expressam a natureza humana, pois o homem é um ser político. 3. (Unesp 2014) A China é a segunda maior economia do mundo. Quer garantir a hegemonia no seu quintal, como fizeram os Estados Unidos no Caribe depois da guerra civil. As Filipinas temem por um atol de rochas desabitado que disputam com a China. O Japão está de plantão por umas ilhotas de pedra e vento, que a China diz que lhe pertencem. Mesmo o Vietnã desconfia mais da China do que dos Estados Unidos. As autoridades de Hanói gostam de lembrar que o gigante americano invadiu o México uma vez. O gigante chinês invadiu o Vietnã dezessete. (André Petry. O Século do Pacífico. Veja, 24.04.2013. Adaptado.) A persistência histórica dos conflitos geopolíticos descritos na reportagem pode ser filosoficamente compreendida pela teoria a) iluminista, que preconiza a possibilidade de um estado de emancipação racional da humanidade. b) maquiavélica, que postula o encontro da virtude com a fortuna como princípios básicos da geopolítica. c) política de Rousseau, para quem a submissão à vontade geral é condição para experiências de liberdade. d) teológica de Santo Agostinho, que considera que o processo de iluminação divina afasta os homens do pecado. e) política de Hobbes, que conceitua a competição e a desconfiança como condições básicas da natureza humana. 4. (Unioeste 2013) “Através dos princípios de um direito natural preexistente ao Estado, de um Estado baseado no consenso, de subordinação do poder executivo ao poder legislativo, de um poder limitado, de direito de resistência, Locke expôs as diretrizes fundamentais do Estado liberal.” Bobbio. Considerando o texto citado e o pensamento político de Locke, seguem as afirmativas abaixo: I. A passagem do estado de natureza para a sociedade política ou civil, segundo Locke, é realizada mediante um contrato social, através do qual os indivíduos singulares, livres e iguais dão seu consentimento para ingressar no estado civil. II. O livre consentimento dos indivíduos para formar a sociedade, a proteção dos direitos naturais pelo governo, a subordinaçãodos poderes, a limitação do poder e o direito à resistência são princípios fundamentais do liberalismo político de Locke. III. A violação deliberada e sistemática dos direitos naturais e o uso contínuo da força sem amparo legal, segundo Locke, não são suficientes para conferir legitimidade ao direito de resistência, pois o exercício de tal direito causaria a dissolução do estado civil e, em consequência, o retorno ao estado de natureza. IV. Os indivíduos consentem livremente, segundo Locke, em constituir a sociedade política com a finalidade de preservar e proteger, com o amparo da lei, do arbítrio e da força comum de um corpo político unitário, os seus inalienáveis direitos naturais à vida, à liberdade e à propriedade. V. Da dissolução do poder legislativo, que é o poder no qual “se unem os membros de uma comunidade para formar um corpo vivo e coerente”, decorre, como consequência, a dissolução do estado de natureza. Das afirmativas feitas acima a) somente a afirmação I está correta. b) as afirmações I e III estão corretas. c) as afirmações III e IV estão corretas. d) as afirmação II e III estão corretas. e) as afirmações III e V estão incorretas. Licensed to Ana Paula Araújo Honorato - paulla.honorato@gmail.com @salinhadoiluminismo 13 5. (Ufsm 2013) Sem leis e sem Estado, você poderia fazer o que quisesse. Os outros também poderiam fazer com você o que quisessem. Esse é o “estado de natureza” descrito por Thomas Hobbes, que, vivendo durante as guerras civis britânicas (1640-60), aprendeu em primeira mão como esse cenário poderia ser assustador. Sem uma autoridade soberana não pode haver nenhuma segurança, nenhuma paz. Fonte: LAW, Stephen. Guia Ilustrado Zahar: Filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2008. Considere as afirmações: I. A argumentação hobbesiana em favor de uma autoridade soberana, instituída por um pacto, representa inequivocamente a defesa de um regime político monarquista. II. Dois dos grandes teóricos sobre o estado de natureza”, Hobbes e Rousseau, partilham a convicção de que o afeto predominante nesse “estado” é o medo. III. Um traço comum da filosofia política moderna é a idealização de um pacto que estabeleceria a passagem do estado de natureza para o estado de sociedade. Está(ão) correta(s) a) apenas I. b) apenas II. c) apenas III. d) apenas I e II. e) apenas II e III. 6. (Ufsj 2013) “A soberania é a alma do Estado, e uma vez separada do corpo os membros deixam de receber dela seu movimento”. Esse fragmento representa o pensamento de a) Hume em sua memorável defesa dos valores do Estado e da sua ligação direta com a sua “alma”, tomada aqui por intransferível soberania. b) Hume e a descrição da soberania na perspectiva do sujeito em termos de impressões e ideias, que a partir daí cria um Estado humanizado que dá movimento às criações dos que nele estão inseridos. c) Nietzsche, em sua mais sublime interpretação do agón grego. Ao centro daquilo que ele propôs como sendo a alma do Estado e onde a indagação sobre o lugar da soberania, no permanente desafio da necessária orquestração das paixões, se faz urgente. d) Hobbes e o seu conceito clássico de soberania, entendido como o princípio que dá vida e movimento ao corpo inteiro do Estado, por sua vez criado pelo artifício humano para a sua proteção e segurança. 7. (Ufsj 2013) Thomas Hobbes afirma que “Lei Civil”, para todo súdito, é a) “construída por aquelas regras que o Estado lhe impõe, oralmente ou por escrito, ou por outro sinal suficiente de sua vontade, para usar como critério de distinção entre o bem e o mal”. b) “a lei que o deixa livre para caminhar para qualquer direção, pois há um conjunto de leis naturais que estabelece os limites para uma vida em sociedade”. c) “reguladora e protetora dos direitos humanos, e faz intervenção na ordem social para legitimar as relações externas da vida do homem em sociedade”. d) “calcada na arbitrariedade individual, em que as pessoas buscam entrar num Estado Civil, em consonância com o direito natural, no qual ele – o súdito – tem direito sobre a sua vida, a sua liberdade e os seus bens”. 8. (Unioeste 2013) “Com isto se torna manifesto que, durante o tempo em que os homens vivem sem um poder comum capaz de os manter a todos em respeito, eles se encontram naquela condição que se chama guerra; e uma guerra que é de todos os homens contra todos os homens. [...] E os pactos sem a espada não passam de Licensed to Ana Paula Araújo Honorato - paulla.honorato@gmail.com @salinhadoiluminismo 14 palavras, sem força para dar segurança a ninguém. Portanto, apesar das leis da natureza (que cada um respeita quando tem vontade de respeitá-las e quando pode fazê- lo com segurança), se não for instituído um poder suficientemente grande para nossa segurança, cada um confiará, e poderá legitimamente confiar apenas em sua própria força e capacidade, como proteção contra todos”. Hobbes. Considerando o texto citado e o pensamento político de Hobbes, seguem as afirmativas abaixo: I. A situação dos homens, sem um poder comum que os mantenha em respeito, é de anarquia, geradora de insegurança, angústia e medo, pois os interesses egoísticos são predominantes, e o homem é lobo para o homem. II. As consequências desse estado de guerra generalizada são as de que, no estado de natureza, não há lugar para a indústria, para a agricultura nem navegação, e há prejuízo para a ciência e para o conforto dos homens. III. O medo da morte violenta e o desejo de paz com segurança levam os indivíduos a estabelecerem entre si um pacto de submissão para a instituição do estado civil, abdicando de seus direitos naturais em favor do soberano, cujo poder é limitado e revogável por causa do direito à resistência que tem vigência no estado civil assim instituído. IV. Apesar das leis da natureza, por não haver um poder comum que mantenha a todos em respeito, garantindo a paz e a segurança, o estado de natureza é um estado de permanente temor e perigo da morte violenta, e “a vida do homem é solitária, pobre, sórdida, embrutecida e curta”. V. O poder soberano instituído mediante o pacto de submissão é um poder limitado, restrito e revogável, pois no estado civil permanecem em vigor os direitos naturais à vida, à liberdade e à propriedade, bem como o direito à resistência ao poder soberano. Das afirmativas feitas acima a) somente a afirmação I está correta. b) as afirmações I e III estão corretas. c) as afirmações II e IV estão incorretas. d) as afirmação III e V estão incorretas. e) as afirmações II, III e IV estão corretas. 9. (Ufu 2013) Porque as leis de natureza (como a justiça, a equidade, a modéstia, a piedade, ou, em resumo, fazer aos outros o que queremos que nos façam) por si mesmas, na ausência do temor de algum poder capaz de 14eva-las a ser respeitadas, são contrárias a nossas paixões naturais, as quais nos fazem tender para a parcialidade, o orgulho, a vingança e coisas semelhantes. HOBBES, Thomas. Leviatã. Cap. XVII. Tradução de João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Nova Cultural, 1988, p. 103. Em relação ao papel do Estado, Hobbes considera que: a) O seu poder deve ser parcial. O soberano que nasce com o advento do contrato social deve assiná-lo, para submeter-se aos compromissos ali firmados. b) A condição natural do homem é de guerra de todos contra todos. Resolver tal condição é possível apenas com um poder estatal pleno. c) Os homens são, por natureza, desiguais. Por isso, a criação do Estado deve servir como instrumento de realização da isonomia entre tais homens. d) A guerra de todos contra todos surge com o Estado repressor. O homem não deve se submeter de bom grado à violênciaestatal. 10. (Enem 2013) O edifício é circular. Os apartamentos dos prisioneiros ocupam a circunferência. Você pode chamá-los, se quiser, de celas. O apartamento do inspetor ocupa o centro; você pode chamá-lo, se quiser, de alojamento do inspetor. A moral reformada; a saúde preservada; a indústria Licensed to Ana Paula Araújo Honorato - paulla.honorato@gmail.com @salinhadoiluminismo 15 revigorada; a instrução difundida; os encargos públicos aliviados; a economia assentada, como deve ser, sobre uma rocha; o nó górdio da Lei sobre os Pobres não cortado, mas desfeito — tudo por uma simples ideia de arquitetura! BENTHAM, J. O panóptico. Belo Horizonte: Autêntica, 2008. Essa é a proposta de um sistema conhecido como panóptico, um modelo que mostra o poder da disciplina nas sociedades contemporâneas, exercido preferencialmente por mecanismos a) religiosos, que se constituem como um olho divino controlador que tudo vê. b) ideológicos, que estabelecem limites pela alienação, impedindo a visão da dominação sofrida. c) repressivos, que perpetuam as relações de dominação entre os homens por meio da tortura física. d) sutis, que adestram os corpos no espaço- tempo por meio do olhar como instrumento de controle. e) consensuais, que pactuam acordos com base na compreensão dos benefícios gerais de se ter as próprias ações controladas. (ENEM 2017) QUESTÃO 1 Uma sociedade é uma associação mais ou menos autossuficiente de pessoas que em suas relações mútuas reconhecem certas regras de conduto com obrigatórias e que, na maioria das vezes, agem de acordo com elas. Uma sociedade é bom ordenada não apenas quando está planejada para promover o bem de seus membros, mas quando é também efetivamente regulada por uma concepção pública de justiça. Isto é, trata-se de uma sociedade na qual todos aceitam, e sabem que os outros aceitam, o mesmo princípio de justiça. RAWLS, J. Uma teoria da justiça. São Paulo: Martins Fontes, 1997. Adaptado. A visão expressa nesse texto do século XX remete a qual aspecto do pensamento moderno? a) A relação entre liberdade e autonomia do Liberalismo. b) A independência entre poder e moral do Racionalismo. c) A convenção entre cidadãos e soberano do Absolutismo. d) A dialética entre indivíduo e governo autocrata do Idealismo. e) A contraposição entre bondade e condições selvagem do Naturalismo. (ENEM 2015) QUESTÃO 2 A filosofia grega parece começar com uma ideia absurda, com a proposição: a água é a origem e a matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário deter-nos nela e levá-la a sério? Sim, e por três razões: em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque o faz sem imagem e fabulação; e enfim, em terceiro lugar, porque nela, embora apenas em estado de crisálida, está contido o pensamento: Tudo é um. NIETZSCHE. F. Crítica moderna. In: GABARITO 1 – A 2 – A 3 – E 4 - E 5 -C 6 – D 7 – A 8 - D 9 – B 10 - D Licensed to Ana Paula Araújo Honorato - paulla.honorato@gmail.com @salinhadoiluminismo 16 Os pré-socráticos. São Paulo: Nova Cultural. 1999 O que, de acordo com Nietzsche, caracteriza o surgimento da filosofia entre os gregos? a) O impulso para transformar, mediante justificativas, os elementos sensíveis em verdades racionais. b) O desejo de explicar, usando metáforas, a origem dos seres e das coisas. c) A necessidade de buscar, de forma racional, a causa primeira das coisas existentes. d) A ambição de expor, de maneira metódica, as diferenças entre as coisas. e) A tentativa de justificar, a partir de elementos empíricos, o que existe no real. (ENEM 2012) QUESTÃO 3 Na regulação de matérias culturalmente delicadas, como, por exemplo, a linguagem oficial, os currículos da educação pública, o status das Igrejas e das comunidades religiosas, as normas do direito penal (por exemplo, quanto ao aborto), mas também em assuntos menos chamativos, como, por exemplo, a posição da família e dos consórcios semelhantes ao matrimônio, a aceitação de normas de segurança ou a delimitação das esferas pública e privada – em tudo isso refere-se amiúde apenas o autoentendimento ético-político de uma cultura majoritária, dominante por motivos históricos. Por causa de tais regras, implicitamente repressivas, mesmo dentro de uma comunidade republicana que garanta formalmente a igualdade de direitos para todos, pode eclodir um conflito cultural movido pelas minorias desprezadas contra a cultura da maioria. HABERMAS, J. A inclusão do outro: estudos de teoria política. São Paulo: Loyola, 2002. A reivindicação dos direitos culturais das minorias, como exposto por Habermas, encontra amparo nas democracias contemporâneas, na medida em que se alcança a) a secessão, pela qual a minoria discriminada obteria a igualdade de direitos na condição da sua concentração espacial, num tipo de independência nacional. b) a reunificação da sociedade que se encontra fragmentada em grupos de diferentes comunidades étnicas, confissões religiosas e formas de vida, em torno da coesão de uma cultura política nacional. c) a coexistência das diferenças, considerando a possibilidade de os discursos de autoentendimento se submeterem ao debate público, cientes de que estarão vinculados à coerção do melhor argumento. d) a autonomia dos indivíduos que, ao chegarem à vida adulta, tenham condições de se libertar das tradições de suas origens em nome da harmonia da política nacional. e) o desaparecimento de quaisquer limitações, tais como linguagem política ou distintas convenções de comportamento, para compor a arena política a ser compartilhada. (ENEM 2016) QUESTÃO 4 TEXTO I Até aqui expus a natureza do homem (cujo orgulho e outras paixões o obrigaram a submeter-se ao governo), juntamente com o grande poder do seu governante, o qual comparei com o Leviatã, tirando essa comparação dos dois últimos versículos do capítulo 41 de Jó, onde Deus, após ter estabelecido o grande poder do Leviatã, lhe chamou Rei dos Soberbos. Não há nada na Terra, disse ele, que se lhe possa comparar. HOBBES, T. O Leviatã. São Paulo: Martins Fontes, 2003. TEXTO II Eu asseguro, tranquilamente, que o governo civil é a solução adequada para as inconveniências do estado de natureza, que devem certamente ser grandes quando os Licensed to Ana Paula Araújo Honorato - paulla.honorato@gmail.com @salinhadoiluminismo 17 homens podem ser juízes em causa própria, pois é fácil imaginar que um homem tão injusto a ponto de lesar o irmão dificilmente será justo para condenar a si mesmo pela mesma ofensa.LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil . Petrópolis: Vozes, 1994. Thomas Hobbes e John Locke, importantes teóricos contratualistas, discutiram aspectos ligados à natureza humana e ao Estado. Thomas Hobbes, diferentemente de John Locke, entende o estado de natureza como um(a) a) condição de guerra de todos contra todos, miséria universal, insegurança e medo da morte violenta. b) organização pré-social e pré-política em que o homem nasce com os direitos naturais: vida, liberdade, igualdade e propriedade. c) capricho típico da menoridade, que deve ser eliminado pela exigência moral, para que o homem possa constituir o Estado civil. d) situação em que os homens nascem como detentores de livre-arbítrio, mas são feridos em sua livre decisão pelo pecado original. e) estado de felicidade, saúde e liberdade que é destruído pela civilização, que perturba as relações sociais e violenta a humanidade. (ENEM 2018) QUESTÃO 5 O filósofo reconhece-se pela posse inseparável do gosto da evidência e do sentido da ambiguidade.Quando se limita a suportar a ambiguidade, esta se chama equívoco. Sempre aconteceu que, mesmo aqueles que pretenderam construir uma filosofia absolutamente positiva, só conseguiram ser filósofos na medida em que, simultaneamente, se recusaram o direito de se instalar no saber absoluto. O que caracteriza o filósofo é o movimento que leva incessantemente do saber à ignorância, da ignorância ao saber, e um certo repouso neste movimento. MERLEAU- PONTY, M. Elogio da filosofia. Lisboa; Guimarães, 1998 (adaptado). O texto apresenta um entendimento acerca dos elementos constitutivos da atividade do filósofo, que se caracteriza por a) reunir os antagonismos das opiniões ao método dialético. b) ajustar a clareza do conhecimento ao inatismo das ideias. c) associar a certeza do intelecto à imutabilidade da verdade. d) conciliar o rigor da investigação à inquietude do questionamento. e) compatibilizar as estruturas do pensamento aos princípios fundamentais. (ENEM 2014) QUESTÃO 6 É o caráter radical do que se procura que exige a radicalização do próprio processo de busca. Se todo o espaço for ocupado pela dúvida, qualquer certeza que aparecer a partir daí terá sido de alguma forma gerada pela própria dúvida, e não será seguramente nenhuma daquelas que foram anteriormente varridas por essa mesma dúvida. SILVA, F. l. Descartes: a metafísica da modernidade. São Paulo: Moderna, 2001 (adaptado). Apesar de questionar os conceitos da tradição, a dúvida radical da filosofia cartesiana tem caráter positivo por contribuir para o(a) a) dissolução do saber científico. b) recuperação dos antigos juízos. c) exaltação do pensamento clássico. d) surgimento do conhecimento inabalável. e) fortalecimento dos preconceitos religiosos. Licensed to Ana Paula Araújo Honorato - paulla.honorato@gmail.com @salinhadoiluminismo 18 (ENEM 2015) QUESTÃO 7 Trasímaco estava impaciente porque Sócrates e os seus amigos presumiam que a justiça era algo real e importante. Trasímaco negava isso. Em seu entender, as pessoas acreditavam no certo e no errado apenas por terem sido ensinadas a obedecer às regras da sua sociedade. No entanto, essas regras não passavam de invenções humanas. RACHELS, J. Problemas da Filosofia. Lisboa: Gradiva, 2009. O sofista Trasímaco, personagem imortalizado no diálogo A República, de Platão, sustentava que a correlação entre justiça e ética é resultado de a) determinações biológicas impregnadas na natureza humana. b) verdades objetivas com fundamento anterior aos interesses sociais. c) mandamentos divinos inquestionáveis legados das tradições antigas. d) convenções sociais resultantes de interesses humanos contingentes. e) sentimentos experimentados diante de determinadas atitudes humanas. (ENEM 2013) QUESTÃO 8 Os produtos e seu consumo constituem a meta declarada do empreendimento tecnológico. Essa meta foi proposta pela primeira vez no início da Modernidade, como expectativa de que o homem poderia dominar a natureza. No entanto, essa expectativa, convertida em programa anunciado por pensadores como Descartes e Bacon e impulsionado pelo Iluminismo, não surgiu “de um prazer de poder”, “de um mero imperialismo humano”, mas da aspiração de libertar o homem e de enriquecer sua vida, física e culturalmente. CUPANI, A. A tecnologia como problema filosófico: três enfoques, Scientiae Studia. São Paulo, v. 2 n. 4, 2004 (adaptado). Autores da filosofia moderna, notadamente Descartes e Bacon, e o projeto iluminista concebem a ciência como uma forma de saber que almeja libertar o homem das intempéries da natureza. Nesse contexto, a investigação científica consiste em a) expor a essência da verdade e resolver definitivamente as disputas teóricas ainda existentes. b) oferecer a última palavra acerca das coisas que existem e ocupar o lugar que outrora foi da filosofia. c) ser a expressão da razão e servir de modelo para outras áreas do saber que almejam o progresso. d) explicitar as leis gerais que permitem interpretar a natureza e eliminar os discursos éticos e religiosos. e) explicar a dinâmica presente entre os fenômenos naturais e impor limites aos debates acadêmicos. GABARITO 1A, 2C,3C,4A, 5D,5D,7D,8C Questão 1 (CEPERJ – 2011) Em sua Investigação acerca do entendimento humano, David Hume fala daquele que considera ser “o único princípio que torna útil nossa experiência e nos faz esperar, no futuro, uma série de eventos semelhantes àqueles que apareceram no passado”. Segundo Hume, esse princípio, que seria o grande guia da vida humana, é: a) a fé b) a razão c) a imaginação d) o costume e) o entendimento Licensed to Ana Paula Araújo Honorato - paulla.honorato@gmail.com @salinhadoiluminismo 19 Questão 2 (SP – CAIP – USCS) “Todas as nossas ideias derivam de uma ou de outra fonte. Parece que o entendimento não tem o menor vislumbre sobre quaisquer ideias se não as receber de uma das duas fontes. Os objetos externos suprem a nossa mente com as ideias das qualidades sensíveis, que são todas as diferentes percepções produzidas em nós, e a mente supre o entendimento com ideias através das próprias operações”. O texto citado retrata o empirismo de Jonh Locke. Para ele, existem duas fontes básicas de experiência: a) Percepção e idealização. b) Percepção e internalização. c) Sensação e reflexão. d) Sensação e memorização. Questão 3 TEXTO I Experimentei algumas vezes que os sentidos eram enganosos, e é de prudência nunca se fiar inteiramente em quem já nos enganou uma vez. (DESCARTES, R. Meditações Metafísicas. São Paulo: Abril Cultural, 1979). TEXTO II Sempre que alimentarmos alguma suspeita de que uma ideia esteja sendo empregada sem nenhum significado, precisaremos apenas indagar: de que impressão deriva esta suposta ideia? E se for impossível atribuir-lhe qualquer impressão sensorial, isso servirá para confirmar nossa suspeita. (HUME, D. Uma investigação sobre o entendimento. São Paulo: Unesp, 2004 (adaptado).). Nos textos, ambos os autores se posicionam sobre a natureza do conhecimento humano. A comparação dos excertos permite assumir que Descartes e Hume a) defendem os sentidos como critério originário para considerar um conhecimento legítimo. b) entendem que é desnecessário suspeitar do significado de uma ideia na reflexão filosófica e crítica. c) são legítimos representantes do criticismo quanto à gênese do conhecimento. d) concordam que conhecimento humano é impossível em relação às ideias e aos sentidos. e) atribuem diferentes lugares ao papel dos sentidos no processo de obtenção do conhecimento. Questão 4 O empirismo de Locke se opõe ao racionalismo de Descartes. Entre as divergências entre esses dois pensadores, é INCORRETO dizer que a) Descartes acreditava que Deus era uma ideia inata, já Locke pensava que essa era uma ideia oriunda da sensação. b) Descartes acreditava que a ideia de perfeição era uma ideia inata, já Locke acreditava que tinha origem na sensação. c) Locke afirmava que a mente humana não possui ideias inatas, pois é uma tábula rasa; Descartes, por outro lado, defendia a existência de ideias inatas. d) Locke defendia que, como o conhecimento tem origem na experiência, não podemos saber da existência de Deus; Descartes, como acreditava que a razão por si só é capaz de produzir conhecimento sobre o mundo, ela é capaz de demonstrar a existência de um ser perfeito. Licensed to Ana Paula Araújo Honorato - paulla.honorato@gmail.com @salinhadoiluminismo 20 Questão 5 (UNICAMP 2015) A maneira pela qual adquirimos qualquer conhecimento constitui suficiente prova de que não é inato.LOCKE, John. Ensaio acerca do entendimento humano. São Paulo: Nova Cultural, 1988, p.13. O empirismo, corrente filosófica da qual Locke fazia parte, a) afirma que o conhecimento não é inato, pois sua aquisição deriva da experiência. b) é uma forma de ceticismo, pois nega que os conhecimentos possam ser obtidos. c) aproxima-se do modelo científico cartesiano, ao negar a existência de ideias inatas. d) defende que as ideias estão presentes na razão desde o nascimento. Questão 6 (Universidade da Amazônia) Para combater os erros provocados pelos ídolos, Francis Bacon propôs o método indutivo de investigação, que cumpriria algumas etapas consecutivas, como é o caso da alternativa: a) Observação da natureza, organização racional, explicações gerais (hipóteses) e experimentações. b) Observação da natureza, organização racional, explicações gerais (hipóteses) e introspecção. c) Concepção mística da natureza, organização racional, explicações gerais (hipóteses) e experimentações. d) Concepção emocional da natureza, organização racional, explicações gerais (hipóteses) e experimentações. Questão 7 (Pucpr 2009) “Ciência e poder do homem coincidem, uma vez que, sendo a causa ignorada, frustra-se o efeito. Pois a natureza não se vence, se não quando se lhe obedece. E o que à contemplação apresenta-se como causa é regra na prática.” Fonte: BACON. Novum Organum…, São Paulo: Nova Cultural, 1999, p.40. Tendo em vista o texto acima, assinale a alternativa correta: a) Bacon estabelece que a melhor maneira de explicar os fenômenos naturais é recorrer aos princípios inatos da razão. b) Através do conhecimento científico, o homem aprende a aceitar o domínio dos princípios metafísicos de causalidade sobre a natureza. c) O conhecimento da natureza depende do poder do homem. Assim um rei conhece mais sobre a natureza do que um pobre estudante. d) Através da contemplação – observação – da natureza o homem aprende a conhecê-la e, então, reúne condições para dominar a natureza. e) Devemos ser práticos e obedecer à natureza, pois o conhecimento das relações de causa e efeito é impossível e sempre frustrante. Questão 8 (ENEM 2015) Todo o poder criativo da mente se reduz a nada mais do que a faculdade de compor, transpor, aumentar ou diminuir os materiais que nos fornecem os sentidos e a experiência. Quando pensamos em uma montanha de ouro, não fazemos mais do que juntar duas ideias consistentes, ouro e montanha, que já conhecíamos. Podemos conceber um cavalo virtuoso, porque somos capazes de conceber a virtude a partir de nossos próprios sentimentos, e podemos unir a isso a figura Licensed to Ana Paula Araújo Honorato - paulla.honorato@gmail.com @salinhadoiluminismo 21 e a forma de um cavalo, animal que nos é familiar. HUME, D. Investigação sobre o entendimento humano. São Paulo: Abril Cultural, 1995. Hume estabelece um vínculo entre pensamento e impressão ao considerar que a) os conteúdos das ideias no intelecto têm origem na sensação. b) o espírito é capaz de classificar os dados da percepção sensível. c) as ideias fracas resultam de experiências sensoriais determinadas pelo acaso. d) os sentimentos ordenam como os pensamentos devem ser processados na memória. e) as ideias têm como fonte específica o sentimento cujos dados são colhidos na empiria. Questão 9 (UEL 2009) O pensamento moderno caracteriza-se pelo crescente abandono da ciência aristotélica. Um dos pensadores modernos desconfortáveis com a lógica dedutiva de Aristóteles – considerando que esta não permitia explicar o progresso do conhecimento científico – foi Francis Bacon. No livro Novum Organum, Bacon formulou o método indutivo como alternativa ao método lógico-dedutivo aristotélico. Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Bacon, é correto afirmar que o método indutivo consiste a) na derivação de consequências lógicas com base no corpo de conhecimento de um dado período histórico. b) no estabelecimento de leis universais e necessárias com base nas formas válidas do silogismo tal como preservado pelos medievais. c) na postulação de leis universais com base em casos observados na experiência, os quais apresentam regularidade. d) na inferência de leis naturais baseadas no testemunho de autoridades científicas aceitas universalmente. e) na observação de casos particulares revelados pela experiência, os quais impedem a necessidade e a universalidade no estabelecimento das leis naturais. GABARITO 1 - D 2 - C 3 - E 4 - D 5 - A 6 - A 7 - E 8 - E 9 – C 1. (Ufu 2013) A dialética de Hegel a) envolve duas etapas, formadas por opostos encontrados na natureza (dia-noite, claro-escuro, frio-calor). b) é incapaz de explicar o movimento e a mudança verificados tanto no mundo quanto no pensamento. c) é interna nas coisas objetivas, que só podem crescer e perecer em virtude de contradições presentes nelas. d) é um método (procedimento) a ser aplicado ao objeto de estudo do pesquisador. 2. (Ufu 2007) Qual é a diferença entre o conceito de movimento histórico, em Hegel, e o de processo histórico, em Marx? Licensed to Ana Paula Araújo Honorato - paulla.honorato@gmail.com @salinhadoiluminismo 22 a) Para Hegel, através do trabalho, os homens vão construindo o movimento da produção da vida material e, assim, o movimento histórico. Para Marx, a consciência determina cada época histórica, desenvolvendo o processo histórico. b) Para Hegel, a História pode sofrer rupturas e ter retrocessos, por isso utiliza-se do conceito de movimento da base econômica da sociedade. Marx acredita que o modo de produção encaminhe para um objetivo final, que é a concretização da Razão. c) Para Hegel, a História tem uma circularidade que não permite a continuidade. Para Marx, a História é construída pelo progresso da consciência dos homens que formam o processo histórico. d) Para Hegel, a História é teleológica, a Razão caminha para o conceito de si mesma, em si mesma. Marx não tem uma visão linear e progressiva da História, sendo que, para ele, ela é processo, depende da organização dos homens para a superação das contradições geradas na produção da vida material, para transformar ou retroceder historicamente. 3. (Ufu 2005) Hegel, em seus cursos universitários de Filosofia da História, fez a seguinte afirmação sobre a relação entre a filosofia e a história: “O único pensamento que a filosofia aporta é a contemplação da história”. HEGEL, G. W. F. Filosofia da História. 2 ed. Brasília: Editora da UnB, 1998, p. 17. De acordo com a reflexão de Hegel, é correto afirmar que I. a razão governa o mundo e, portanto, a história universal é um processo racional. II. a ação dos homens obedece a vontade divina que preestabelece o curso da história. III. no processo histórico, o pensar está subordinado ao real existente. IV. a ideia ou a razão se originam da força material de produção e reprodução da história. Assinale a alternativa que contém somente assertivas corretas. a) III e IV. b) I e II. c) II e III. d) I e III. 4. (ENEM 2017) A moralidade, Bentham exortava, não é uma questão de agradar a Deus, muito menos de fidelidade a regras abstratas. A moralidade é a tentativa de criar a maior quantidade de felicidade possível neste mundo. Ao decidir o que fazer, deveríamos, portanto, perguntar qual curso de conduta promoveria a maior quantidade de felicidade para todos aqueles que serão afetados. (RACHELS, J. Os elementos da filosofia moral. Barueri-SP: Manole, 2006.) Os parâmetros da ação indicados no texto estão em conformidade com uma a) fundamentaçãocientífica de viés positivista. b) convenção social de orientação normativa. c) transgressão comportamental religiosa. d) racionalidade de caráter pragmático. e) inclinação de natureza passional. 5. Nietzsche identificou os deuses gregos Apolo e Dionísio, respectivamente, como a) complexidade e ingenuidade: extremos de um mesmo segmento moral, no qual se inserem as paixões humanas. b) movimento e niilismo: polos de tensão na existência humana. c) alteridade e virtu: expressões dinâmicas de intervenção e subversão de toda moral humana. d) razão e desordem: dimensões complementares da realidade. Licensed to Ana Paula Araújo Honorato - paulla.honorato@gmail.com @salinhadoiluminismo 23 6. (UEG) No século XIX, o filósofo alemão Friedrich Nietzsche vislumbrou o advento do “super-homem” em reação ao que para ele era a crise cultural da época. Na década de 1930, foi criado nos Estados Unidos o Super-Homem, um dos mais conhecidos personagens das histórias em quadrinhos. A diferença entre os dois “super- homens” está no fato de Nietzsche defender que o super-homem a) agiria de modo coerente com os valores pacifistas, repudiando o uso da força física e da violência na consecução de seus objetivos b) expressaria os princípios morais do protestantismo, em contraposição ao materialismo presente no herói dos quadrinhos c) abdicar-se-ia das regras morais vigentes, desprezando as noções de “bem”, “mal”, “certo” e “errado”, típicas do cristianismo d) representaria os valores políticos e morais alemães, e não o individualismo pequeno burguês norte-americano 7. UFSJ – De acordo com a discussão que Nietzsche realiza sobre a origem dos valores morais, pode-se afirmar que: a) na avaliação reativa, os fracos primeiro avaliam a si mesmos como bons e daí decorre a avaliação do outro, o forte, como mau. b) os gestos úteis foram inicialmente valorados como bons, tendo se tornado hábito passar a considerá-los como bons em si c) a moral escrava tem sua origem no cristianismo, religião na qual a oposição entre bem e mal foi primeiramente constituída d) a filologia mostra que as palavras usadas para designar a nobreza social adquiriram progressivamente o sentido de nobreza de espírito 8. O utilitarismo é uma teoria moral que procura oferecer uma forma de diferenciar ações corretas e incorretas. Qual das alternativas abaixo define melhor o princípio básico do utilitarismo? a) Uma ação moralmente correta é aquela que está de acordo com a regra “não faça aos outros aquilo que não gostaria que fizessem para ti”. b) Uma ação moralmente correta é aquela que produz o maior saldo positivo de prazer ou bem-estar para todos os afetados pela ação, considerados imparcialmente. c) Uma ação moralmente correta é aquela está de acordo com o imperativo categórico. d) Uma ação moralmente correta é aquela que gera mais felicidade para o agente. e) Uma ação moralmente correta é aquela em que a pessoa age com honestidade. 9. A aplicação do princípio utilitarista que diz que devemos maximizar o bem-estar ou as preferências dos envolvidos na ação exige que o agente utilize, para avaliar se está agindo corretamente, a)a fé. b)a razão. c)a intuição. d)o imperativo categórico. e)a emoção. 10. Um dos argumentos geralmente utilizados pelos defensores dos direitos dos animais é de que a criação e abate de animais gera uma quantidade muito grande de sofrimento desnecessário. Se considerarmos imparcialmente, por exemplo, o saldo de prazer que temos ao comê-los e o desprazer gerado aos animais Licensed to Ana Paula Araújo Honorato - paulla.honorato@gmail.com @salinhadoiluminismo 24 para satisfazer esse nosso desejo, concluiremos que usar animais para alimentação é, claramente, uma ação imoral. Qual teoria moral está por trás desse tipo de raciocínio? a) A teoria do bem-estar animal. b) O relativismo moral. c) O utilitarismo. d) A ética kantiana. GABARITO 1 - A 2 - D 3 - D 4 - D 5 - D 6 - C 7 - D 8 - B 9 – B 10 – C 1. Se, pois, para as coisas que fazemos existe um fim que desejamos por ele mesmo e tudo o mais é desejado no interesse desse fim; evidentemente tal fim será o bem, ou antes, o sumo bem. Mas não terá o conhecimento, porventura, grande influência sobre essa vida? Se assim é, esforcemo-nos por determinar, ainda que em linhas gerais apenas, o que seja ele e de qual das ciências ou faculdades constitui o objeto. Ninguém duvidará de que o seu estudo pertença à arte mais prestigiosa e que mais verdadeiramente se pode chamar a arte mestra. Ora, a política mostra ser dessa natureza, pois é ela que determina quais as ciências que devem ser estudadas num Estado, quais são as que cada cidadão deve aprender, e até que ponto; e vemos que até as faculdades tidas em maior apreço, como a estratégia, a economia e a retórica, estão sujeitas a ela. Ora, como a política utiliza as demais ciências e, por outro lado, legisla sobre o que devemos e o que não devemos fazer, a finalidade dessa ciência deve abranger as das outras, de modo que essa finalidade será o bem humano. ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. In: Pensadores. São Pauto: Nova Cultural, 1991 (adaptado). Para Aristóteles, a relação entre o sumo bem e a organização da pólis pressupõe que a) o bem dos indivíduos consiste em cada um perseguir seus interesses. b) o sumo bem é dado pela fé de que os deuses são os portadores da verdade. c) a política é a ciência que precede todas as demais na organização da cidade. d) a educação visa formar a consciência de cada pessoa para agir corretamente. e) a democracia protege as atividades políticas necessárias para o bem comum. 2. Uma sociedade é uma associação mais ou menos autossuficiente de pessoas que em suas relações mútuas reconhecem certas regras de conduto com obrigatórias e que, na maioria das vezes, agem de acordo com elas. Uma sociedade é bom ordenada não apenas quando está planejada para promover o bem de seus membros, mas quando é também efetivamente regulada por uma concepção pública de justiça. Isto é, trata-se de uma sociedade na qual todos aceitam, e sabem que os outros aceitam, o mesmo princípio de justiça. RAWLS, J. Uma teoria da justiça. São Paulo: Martins Fontes, 1997. Adaptado. Licensed to Ana Paula Araújo Honorato - paulla.honorato@gmail.com @salinhadoiluminismo 25 A visão expressa nesse texto do século XX remete a qual aspecto do pensamento moderno? a) A relação entre liberdade e autonomia do Liberalismo. b) A independência entre poder e moral do Racionalismo. c) A convenção entre cidadãos e soberano do Absolutismo. d) A dialética entre indivíduo e governo autocrata do Idealismo. e) A contraposição entre bondade e condições selvagem do Naturalismo 3. Hoje, a indústria cultural assumiu a herança civilizatória da democracia de pioneiros e empresários, que tampouco desenvolvera uma fineza de sentido para os desvios espirituais. Todos são livres para dançar e para se divertir do mesmo modo que, desde a neutralização histórica da religião, são livres para entrar em qualquer uma das inúmeras seitas. Mas a liberdade de escolha da ideologia, que reflete sempre a coerção econômica, revela-se em todos os setores como a liberdade de escolher o que é sempre a mesma coisa. ADORNO, T; HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro; Zahar, 1985 A liberdade de escolha na civilização ocidental, de acordo com a análise do texto, é um(a) a) legado social. b) patrimônio politico. c) produto da moralidade. d) conquista da humanidade. e) ilusão da contemporaneidade. 4. Ser ou não ser — eis a questão. Morrer — dormir— Dormir! Talvez sonhar. Aí está o obstáculo! Os sonhos que hão de vir no sono da morte Quando tivermos escapado ao tumulto vital Nos obriguam a hesitar: e é essa a reflexão Que dá à desventura uma vida tão longa. SHAKESPEARE, W. Hamlet. Porto Alegre: L&PM, 2007 Este solilóquio pode ser considerado um precursor do existencialismo ao enfatizar a tensão entre a) consciência de si e angústia humana. b) inevitabilidade do destino e incerteza moral. c) tragicidade da personagem e ordem do mundo. d) racionalidade argumentativa e loucura iminente. e) dependência paterna e impossibilidade de ação. 5. Para Platão, o que havia de verdadeiro em Parmênides era que o objeto de conhecimento é um objeto de razão e não de sensação, e era preciso estabelecer uma relação entre objeto racional e objeto sensível ou material que privilegiasse o primeiro em detrimento do segundo. Lenta, mas irresistivelmente, a Doutrina das Ideias formava-se em sua mente. ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. São Paulo: Odysseus, 2012 (adaptado). O texto faz referência à relação entre razão e sensação, um aspecto essencial da Doutrina das Ideias de Platão (427 a.C.-346 a.C.). De acordo com o texto, como Platão se situa diante dessa relação? a) Estabelecendo um abismo intransponível entre as duas. Licensed to Ana Paula Araújo Honorato - paulla.honorato@gmail.com @salinhadoiluminismo 26 b) Privilegiando os sentidos e subordinando o conhecimento a eles. c) Atendo-se à posição de Parmênides de que razão e sensação são inseparáveis. d) Afirmando que a razão é capaz de gerar conhecimento, mas a sensação não. e) Rejeitando a posição de Parmênides de que a sensação é superior à razão. 6. TEXTO I Experimentei algumas vezes que os sentidos eram enganosos, e é de prudência nunca se fiar inteiramente em quem já nos enganou uma vez. DESCARTES, R. Meditações Metafísicas. São Paulo: Abril Cultural, 1979. TEXTO II Sempre que alimentarmos alguma suspeita de que uma ideia esteja sendo empregada sem nenhum significado, precisaremos apenas indagar: de que impressão deriva esta suposta ideia? E se for impossível atribuir-lhe qualquer impressão sensorial, isso servirá para confirmar nossa suspeita. HUME, D. Uma investigação sobre o entendimento. São Paulo: Unesp, 2004 (adaptado). Nos textos, ambos os autores se posicionam sobre a natureza do conhecimento humano. A comparação dos excertos permite assumir que Descartes e Hume a) defendem os sentidos como critério originário para considerar um conhecimento legítimo. b) entendem que é desnecessário suspeitar do significado de uma ideia na reflexão filosófica e crítica. c) são legítimos representantes do criticismo quanto à gênese do conhecimento. d) concordam que conhecimento humano é impossível em relação às ideias e aos sentidos. e) atribuem diferentes lugares ao papel dos sentidos no processo de obtenção do conhecimento. 7. Na regulação de matérias culturalmente delicadas, como, por exemplo, a linguagem oficial, os currículos da educação pública, o status das Igrejas e das comunidades religiosas, as normas do direito penal (por exemplo, quanto ao aborto), mas também em assuntos menos chamativos, como, por exemplo, a posição da família e dos consórcios semelhantes ao matrimônio, a aceitação de normas de segurança ou a delimitação das esferas pública e privada – em tudo isso reflete-se amiúde apenas o auto entendimento ético-político de uma cultura majoritária, dominante por motivos históricos. Por causa de tais regras, implicitamente repressivas, mesmo dentro de uma comunidade republicana que garanta formalmente a igualdade de direitos para todos, pode eclodir um conflito cultural movido pelas minorias desprezadas contra a cultura da maioria. HABERMAS, J. A inclusão do outro: estudos de teoria política. São Paulo: Loyola, 2002. A reivindicação dos direitos culturais das minorias, como exposto por Habermas, encontra amparo nas democracias contemporâneas, na medida em que a) a secessão, pela qual a minoria discriminada obteria a igualdade de direitos na condição da sua concentração espacial, num tipo de independência nacional. b) a reunificação da sociedade que se encontra fragmentada em grupos de diferentes comunidades étnicas, confissões religiosas e formas de vida, em torno da coesão de uma cultura política nacional. c) a coexistência das diferenças, considerando a possibilidade de os discursos de auto entendimento se submeterem ao debate público, cientes de que estarão vinculados à coerção do melhor argumento. d) a autonomia dos indivíduos que, ao chegarem à vida adulta, tenham condições Licensed to Ana Paula Araújo Honorato - paulla.honorato@gmail.com @salinhadoiluminismo 27 de se libertar das tradições de suas origens em nome da harmonia da política nacional. e) o desaparecimento de quaisquer limitações, tais como linguagem política ou distintas convenções de comportamento, para compor a arena política a ser compartilhada 8. Nasce daqui uma questão: se vale mais ser amado que temido ou temido que amado. Responde-se que ambas as coisas seriam de desejar; mas porque é difícil juntá- las, é muito mais seguro ser temido que amado, quando haja de faltar uma das duas. Porque dos homens que se pode dizer, duma maneira geral, que são ingratos, volúveis, simuladores, covardes e ávidos de lucro, e enquanto lhes fazes bem são inteiramente teus, oferecem-te o sangue, os bens, a vida e os filhos, quando, como acima disse, o perigo está longe; mas quando ele chega, revoltam-se. MAQUIAVEL, N. O Príncipe. Rio de Janeiro: Bertrand, 1991. A partir da análise histórica do comportamento humano em suas relações sociais e políticas, Maquiavel define o homem como um ser a) munido de virtude, com disposição nata a praticar o bem a si e aos outros. b) possuidor de fortuna, valendo-se de riquezas para alcançar êxito na política. c) guiado por interesses, de modo que suas ações são imprevisíveis e inconstantes. d) naturalmente racional, vivendo em um estado pré-social e portando seus direitos naturais. e) sociável por natureza, mantendo relações pacíficas com seus pares. 9. TEXTO I Há já algum tempo eu me aprecebi de que, desde meus primeiros anos, recebera muitas falsas opiniões como verdadeiras, e de que aquilo que depois eu fundei em princípios tão mal assegurados não podia ser senão mui duvidoso e incerto. Era necessário tentar seriamente, uma vez em minha vida, desfazer-me de todas as opiniões a que até então dera crédito, e começar tudo novamente a fim de estabelecer um saber firme e inabalável. DESCARTES, R. Meditações concernentes à Primeira Filosofia. São Paulo: Abril Cultural, 1973 (adaptado). TEXTO II É o caráter radical do que se procura que exige a radicalização do próprio processo de busca. Se todo o espaço for ocupado pela dúvida, qualquer certeza que aparecer a partir daí terá sido de alguma forma gerada pela própria dúvida, e não será seguramente nenhuma daquelas que foram anteriormente varridas por essa mesma dúvida. SILVA, F. L. Descartes: a metafísica da modernidade. São Paulo: Moderna, 2001 (adaptado). A exposição e a análise do projeto cartesiano indicam que, para viabilizar a reconstrução radical do conhecimento, deve-se a) retomar o método da tradição para edificar a ciência com legitimidade. b) questionar de forma ampla e profunda as antigas ideias e concepções. c) investigar os conteúdos da consciência dos homens menos esclarecidos. d) buscar uma via para eliminar da memória saberes antigos e ultrapassados. e) encontrar ideias e pensamentos evidentes que dispensam ser questionados. 10. Até hoje admitia-se que nosso
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