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História - Teórico_VOLUME4

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1
Caro aluno 
Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva metodologia em pe-
ríodo integral, com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material didático é composto por 6 cadernos 
de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares. O conteúdo dos livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto 
contém uma rica teoria que contempla, de forma objetiva e transversal, as reais necessidades dos alunos, dispensando qualquer tipo de 
material alternativo complementar. Para melhorar a aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades. A 
seguir, apresentamos cada seção:
No decorrer das teorias apresentadas, oferecemos uma cuidadosa 
seleção de conteúdos multimídia para complementar o repertório 
do aluno, apresentada em boxes para facilitar a compreensão, com 
indicação de vídeos, sites, filmes, músicas, livros, etc. Tudo isso é en-
contrado em subcategorias que facilitam o aprofundamento nos 
temas estudados – há obras de arte, poemas, imagens, artigos e até 
sugestões de aplicativos que facilitam os estudos, com conteúdos 
essenciais para ampliar as habilidades de análise e reflexão crítica, 
em uma seleção realizada com finos critérios para apurar ainda mais 
o conhecimento do nosso aluno.
multimídia
Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico é o seu 
distanciamento da realidade cotidiana, o que dificulta a compreensão 
de determinados conceitos e impede o aprofundamento nos temas 
para além da superficial memorização de fórmulas ou regras. Para 
evitar bloqueios na aprendizagem dos conteúdos, foi desenvolvida 
a seção “Vivenciando“. Como o próprio nome já aponta, há uma 
preocupação em levar aos nossos alunos a clareza das relações entre 
aquilo que eles aprendem e aquilo com que eles têm contato em 
seu dia a dia.
vivenciando
Sabendo que o Enem tem o objetivo de avaliar o desempenho ao 
fim da escolaridade básica, organizamos essa seção para que o 
aluno conheça as diversas habilidades e competências abordadas 
na prova. Os livros da “Coleção Vestibulares de Medicina” contêm, 
a cada aula, algumas dessas habilidades. No compilado “Áreas de 
Conhecimento do Enem” há modelos de exercícios que não são 
apenas resolvidos, mas também analisados de maneira expositiva 
e descritos passo a passo à luz das habilidades estudadas no dia. 
Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para ajudá-lo a 
apurar as questões na prática, a identificá-las na prova e a resolvê-
-las com tranquilidade.
áreas de conhecimento do Enem
Cada pessoa tem sua própria forma de aprendizado. Por isso, cria-
mos para os nossos alunos o máximo de recursos para orientá-los 
em suas trajetórias. Um deles é o ”Diagrama de Ideias”, para aque-
les que aprendem visualmente os conteúdos e processos por meio 
de esquemas cognitivos, mapas mentais e fluxogramas.
Além disso, esse compilado é um resumo de todo o conteúdo 
da aula. Por meio dele, pode-se fazer uma rápida consulta aos 
principais conteúdos ensinados no dia, o que facilita a organiza-
ção dos estudos e até a resolução dos exercícios.
diagrama de ideias
Atento às constantes mudanças dos grandes vestibulares, é ela-
borada, a cada aula e sempre que possível, uma seção que trata 
de interdisciplinaridade. As questões dos vestibulares atuais não 
exigem mais dos candidatos apenas o puro conhecimento dos 
conteúdos de cada área, de cada disciplina.
Atualmente há muitas perguntas interdisciplinares que abrangem 
conteúdos de diferentes áreas em uma mesma questão, como Bio-
logia e Química, História e Geografia, Biologia e Matemática, entre 
outras. Nesse espaço, o aluno inicia o contato com essa realidade 
por meio de explicações que relacionam a aula do dia com aulas 
de outras disciplinas e conteúdos de outros livros, sempre utilizan-
do temas da atualidade. Assim, o aluno consegue entender que 
cada disciplina não existe de forma isolada, mas faz parte de uma 
grande engrenagem no mundo em que ele vive.
conexão entre disciplinas
Herlan Fellini
De forma simples, resumida e dinâmica, essa seção foi desenvol-
vida para sinalizar os assuntos mais abordados no Enem e nos 
principais vestibulares voltados para o curso de Medicina em todo 
o território nacional.
incidência do tema nas principais provas
Todo o desenvolvimento dos conteúdos teóricos de cada coleção 
tem como principal objetivo apoiar o aluno na resolução das ques-
tões propostas. Os textos dos livros são de fácil compreensão, com-
pletos e organizados. Além disso, contam com imagens ilustrativas 
que complementam as explicações dadas em sala de aula. Qua-
dros, mapas e organogramas, em cores nítidas, também são usados 
e compõem um conjunto abrangente de informações para o aluno 
que vai se dedicar à rotina intensa de estudos.
teoria
Essa seção foi desenvolvida com foco nas disciplinas que fazem 
parte das Ciências da Natureza e da Matemática. Nos compilados, 
deparamos-nos com modelos de exercícios resolvidos e comenta-
dos, fazendo com que aquilo que pareça abstrato e de difícil com-
preensão torne-se mais acessível e de bom entendimento aos olhos 
do aluno. Por meio dessas resoluções, é possível rever, a qualquer 
momento, as explicações dadas em sala de aula.
aplicação do conteúdo
2
© Hexag Sistema de Ensino, 2018
Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2020
Todos os direitos reservados.
Autores
Eduardo Antônio Dimas
Tiago Rozante
Diretor-geral
Herlan Fellini
Diretor editorial
Pedro Tadeu Vader Batista 
Coordenador-geral
Raphael de Souza Motta
Responsabilidade editorial, programação visual, revisão e pesquisa iconográfica 
Hexag Sistema de Ensino
Editoração eletrônica
Arthur Tahan Miguel Torres
Matheus Franco da Silveira
Raphael de Souza Motta
Raphael Campos Silva
Projeto gráfico e capa
Raphael Campos Silva
Imagens
Freepik (https://www.freepik.com)
Shutterstock (https://www.shutterstock.com)
ISBN: 978-65-88825-09-9
Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legislação, tendo por fim único e exclusivo 
o ensino. Caso exista algum texto a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à dis-
posição para o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e localizar os titulares dos 
direitos sobre as imagens publicadas e estamos à disposição para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições.
O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra é usado apenas para fins didáticos, não repre-
sentando qualquer tipo de recomendação de produtos ou empresas por parte do(s) autor(es) e da editora.
2020
Todos os direitos reservados para Hexag Sistema de Ensino.
Rua Luís Góis, 853 – Mirandópolis – São Paulo – SP
CEP: 04043-300
Telefone: (11) 3259-5005
www.hexag.com.br
contato@hexag.com.br
3
SUMÁRIO
HISTÓRIA
HISTÓRIA GERAL
HISTÓRIA DO BRASIL
Aulas 27 e 28: Revolução francesa 6
Aulas 29 e 30: Era Napoleônica e o Congresso de Viena 18
Aulas 31 e 32: Revoluções de 1830 e 1848 e Segunda Revolução Industrial 28
Aulas 33 e 34: Ideologias do século XIX, Imperialismo e Neocolonialismo 40
Aulas 27 e 28: República oligárquica: aspectos políticos e econômicos 54
Aulas 29 e 30: República oligárquica: movimentos sociais 70
Aulas 31 e 32: Crise da república oligárquica e Revolução de 1930 87
Aulas 33 e 34: Era Vargas: governos provisório e constitucional 103
4
Competência 1 – Compreender os elementos culturais que constituem as identidades.
H1 Interpretar historicamente e/ou geograficamente fontes documentais acerca de aspectos da cultura.
H2 Analisar a produção da memória pelas sociedades humanas.
H3 Associar as manifestações culturais do presente aos seus processos históricos
H4 Comparar pontos de vista expressos em diferentes fontes sobre determinado aspecto da cultura.
H5 Identificar as manifestações ou representações da diversidade do patrimônio cultural e artístico emdiferentes sociedades.
Competência 2 – Compreender as transformações dos espaços geográficos como produto das relações socioeconômicas e culturais de 
poder.
H6 Interpretar diferentes representações gráficas e cartográficas dos espaços geográficos.
H7 Identificar os significados histórico-geográficos das relações de poder entre as nações.
H8 Analisar a ação dos estados nacionais no que se refere à dinâmica dos fluxos populacionais e no enfrentamento de problemas de ordem econômico-social.
H9 Comparar o significado histórico-geográfico das organizações políticas e socioeconômicas em escala local, regional ou mundial
H10
Reconhecer a dinâmica da organização dos movimentos sociais e a importância da participação da coletividade na transformação da realidade 
histórico-geográfica.
Competência 3 – Compreender a produção e o papel histórico das instituições sociais, políticas e econômicas, associando-as aos diferentes 
grupos, conflitos e movimentos sociais.
H11 Identificar registros de práticas de grupos sociais no tempo e no espaço.
H12 Analisar o papel da justiça como instituição na organização das sociedades.
H13 Analisar a atuação dos movimentos sociais que contribuíram para mudanças ou rupturas em processos de disputa pelo poder.
H14
Comparar diferentes pontos de vista, presentes em textos analíticos e interpretativos, sobre situação ou fatos de natureza histórico-geográfica acerca 
das instituições sociais, políticas e econômicas.
H15 Avaliar criticamente conflitos culturais, sociais, políticos, econômicos ou ambientais ao longo da história.
Competência 4 – Entender as transformações técnicas e tecnológicas e seu impacto nos processos de produção, no desenvolvimento do 
conhecimento e na vida social.
H16 Identificar registros sobre o papel das técnicas e tecnologias na organização do trabalho e/ou da vida social.
H17 Analisar fatores que explicam o impacto das novas tecnologias no processo de territorialização da produção.
H18 Analisar diferentes processos de produção ou circulação de riquezas e suas implicações sócio-espaciais.
H19 Reconhecer as transformações técnicas e tecnológicas que determinam as várias formas de uso e apropriação dos espaços rural e urbano.
H20 Selecionar argumentos favoráveis ou contrários às modificações impostas pelas novas tecnologias à vida social e ao mundo do trabalho.
Competência 5 – Utilizar os conhecimentos históricos para compreender e valorizar os fundamentos da cidadania e da democracia, fa-
vorecendo uma atuação consciente do indivíduo na sociedade.
H21 Identificar o papel dos meios de comunicação na construção da vida social.
H22 Analisar as lutas sociais e conquistas obtidas no que se refere às mudanças nas legislações ou nas políticas públicas.
H23 Analisar a importância dos valores éticos na estruturação política das sociedades. 
H24 Relacionar cidadania e democracia na organização das sociedades.
H25 Identificar estratégias que promovam formas de inclusão social.
Competência 6 – Compreender a sociedade e a natureza, reconhecendo suas interações no espaço em diferentes contextos históricos e 
geográficos.
H26 Identificar em fontes diversas o processo de ocupação dos meios físicos e as relações da vida humana com a paisagem.
H27 Analisar de maneira crítica as interações da sociedade com o meio físico, levando em consideração aspectos históricos e (ou) geográficos.
H28 Relacionar o uso das tecnologias com os impactos sócio-ambientais em diferentes contextos histórico-geográficos.
H29 Reconhecer a função dos recursos naturais na produção do espaço geográfico, relacionando-os com as mudanças provocadas pelas ações humanas.
H30 Avaliar as relações entre preservação e degradação da vida no planeta nas diferentes escalas.
5
HISTÓRIA GERAL: 
Incidência do tema nas principais provas
UFMG
A análise das estruturas sociais, econômicas e culturais da 
Revolução Francesa, Congresso de Viena, Segunda Revo-
lução Industrial e das ideologias do século XIX costumam 
ser temas apresentados em combinação com textos e 
principalmente imagens.
Não são abordadas diretamente questões de História, mas 
há um grau de interdisciplinaridade que permite o uso dos 
conhecimentos históricos para auxílio da resolução das 
questões e escrita da redação.
Nos dois últimos anos, as interações dos aspec-
tos culturais, econômicos e sociais associados à 
Revolução Francesa, Segunda Revolução Indus-
trial e ideologias do século XIX costumam ser 
abordados com a utilização de textos longos.
Prova desafiadora nos últimos vestibulares, com pre-
sença dos temas presentes neste livro, a abordagem 
prioriza uma integração entre Medicina e História, 
principalmente voltada para temas como vacinas e 
disseminação de doenças.
Os últimos vestibulares apresentaram uma 
tendência em abranger temas relacionados à 
História do Brasil. Entretanto, o caráter da prova 
exige um domínio amplo de interpretação textual 
e estabelecimento de conexões entre diferentes 
áreas do conhecimento.
Os últimos vestibulares abordaram as temáticas 
Revolução Francesa, Era Napoleônica e Congresso 
de Viena, Segunda Revolução Industrial e ideolo-
gias do século XIX, por meio de uma correlação 
entre os aspectos sociais, econômicos e políticos.
Percebe-se que o vestibular não tem contemplado 
com frequência os temas abordados neste livro. 
Entretanto, o caráter da prova exige um domínio 
amplo de interpretação textual e estabelecimento de 
conexões entre diferentes áreas do conhecimento.
Aborda as principais transformações socio-
lógicas e materiais da Segunda Revolução 
Industrial, exigindo capacidade de interpre-
tação textual aliada a conhecimentos pouco 
aprofundados sobre o assunto. É aconselhá-
vel manter-se atentos aos temas 
da atualidade.
Questões sobre Revolução Francesa, Congresso de Viena, 
Segunda Revolução Industrial e as ideologias do século XIX 
têm sido abordadas com enfoque nas estruturas sociais, 
econômicas e culturais.
O vestibular solicita análises de estruturas 
históricas em suas questões, que propõem 
uma reflexão sobre as temáticas elencadas 
estabelecendo relações com o mundo 
contemporâneo. Utiliza trechos de textos e 
imagens, de forma mesclada, em 
suas questões.
Não há uma divisão clara entre História e 
Geografia, que são abordadas como Estudos 
Sociais, portanto, não existem definições 
específicas de tema, mas sim um grau elevado 
de interdisciplinaridade. Há uma tendência em 
abordar temas contemporâneos.
O vestibular elabora questões de múltipla 
escolha direcionadas aos candidatos que pre-
tendem uma vaga nos cursos de Enfermagem, 
Biomedicina e Medicina. Há uma tendência em 
abordar temas contemporâneos.
Não são contemplados diretamente temas de 
História, entretanto, há um grau de interdiscipli-
naridade que permite o uso dos conhecimentos 
históricos para auxílio da resolução das questões e 
escrita da redação.
A banca do vestibular privilegia que o candi-
dato realize análises e interpretações sobre 
diferentes processos históricos e perceba suas 
continuidades e rupturas. Assim, utiliza textos in-
trodutórios e imagens para elaborar as questões 
sobre as temáticas estudadas.
Aborda as temáticas Revolução Francesa e ideolo-
gias do século XIX, por meio das correlações entre 
os aspectos sociais, políticos, econômicos e culturais. 
Utiliza textos introdutórios, charges e imagens em 
suas questões.
6
 REVOLUÇÃO FRANCESAAULAS 
27 E 28
1. INTRODUÇÃO
A Revolução Francesa se tornou um marco histórico do mun-
do ocidental e um símbolo do término do Antigo Regime. 
Trata-se do período em que os ideais burgueses e iluministas 
se disseminaram pela Europa e, posteriormente, pelo mundo. 
A partir do século XVII e durante o século XVIII, a burguesia 
dava sinais de que não aceitava mais a continuidade do Ab-
solutismo, do mercantilismo e da sociedade estamental, que 
impunham limitações ao desenvolvimento do capitalismo. A 
ideologia burguesa já estava presente nas revoluções ingle-
sas, Puritana e Republicana, de 1640, eGloriosa, de 1688, 
que implantara a Monarquia Constitucional no Reino Unido. 
A independência dos Estados Unidos também fazia parte 
desse contexto. Além de promover uma separação pioneira 
em relação à metrópole, instituiu a República e a divisão dos 
três poderes. A Revolução Industrial inglesa mostrou que as 
técnicas produtivas capitalistas e sua imposição à disciplina-
rização do trabalhador promoviam a aceleração da acumula-
ção do capital, ao mesmo tempo em que derrubavam barrei-
ras impostas pelo Mercantilismo. Cabia à burguesia construir 
um mundo que fosse capaz de assegurar as conquistas da 
classe e garantir a permanência da reprodução do capital. 
Para isso, a burguesia precisava assumir o poder político e 
determinar as leis que lhe proporcionassem a dominação 
econômica e os mecanismos de dominação.
COMPETÊNCIAS: 1, 2, 3, 4, 5 e 6 HABILIDADES:
3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 13, 
14, 16, 17, 18, 20, 22, 23, 
24, 25, 26, 28 e 29
2. A FRANÇA 
PRÉ-REVOLUCIONÁRIA 
E OS FATORES DA REVOLUÇÃO
2.1. A sociedade francesa
Na sociedade francesa se misturavam o Absolutismo e as 
divisões feudais. A população se estruturava em três esta-
mentos: Primeiro Estado, Segundo Estado e Terceiro Estado. 
O Primeiro Estado era formado pelo clero, que continha 
cerca de 120 mil religiosos. O alto clero representava os 
interesses do Absolutismo, enquanto os membros do baixo 
clero defendiam ideais iluministas, como o abade Sieyés.
O Segundo Estado era constituído pela nobreza e possuía 
cerca de 350 mil componentes. O Segundo Estado se dividia 
em nobreza palaciana, formada por quatro mil nobres 
que compunham a Corte; nobreza provincial, que ain-
da se mantinha em seus antigos latifúndios explorando os 
servos de acordo com regras feudais, como talha, corveia e 
banalidades; e nobreza de toga, composta por burgueses 
que ganharam ou compraram títulos nobiliárquicos e se de-
dicavam aos negócios administrativos e judiciários.
O alto clero e a nobreza eram isentos da maioria dos im-
postos, recebiam pensões, doações e outros privilégios do 
poder real. O nobres, donos de seus próprios tribunais, mo-
nopolizavam os postos de oficiais do exército e da marinha.
O TERCEIRO ESTADO REPRESENTADO POR UM CAMPONÊS 
CARREGANDO O PRIMEIRO E O SEGUNDO ESTADO NAS COSTAS.
7
O Terceiro Estado compreendia 98% da população1. 
Era quem sustentava, mediante pagamento de inúmeros 
impostos, o luxo abusivo dos estamentos anteriores e fi-
nanciava toda a estrutura parasitária do Antigo Regime 
francês. Sua composição era complexa. As porções urba-
nas se aproximavam das classes sociais atuais. Havia a alta 
burguesia, formada por banqueiros, financistas e grandes 
empresários; a média burguesia, constituída por profissio-
nais liberais, como médicos, dentistas, professores, advoga-
dos, etc.; e a pequena burguesia, composta de artesãos e 
pequenos comerciantes, cujos ideais eram mais radicais do 
que os da elite capitalista, que, no futuro, viria a fortalecer o 
governo dos jacobinos. Por fim, havia os pobres urbanos, os 
sans-culottes2 – camada social heterogênea de artesãos, 
aprendizes e proletários. No processo revolucionário, saí-
ram armados em defesa de um novo mundo.
No campo, havia muitíssimos camponeses, cerca de 80% de 
toda a população. Nas camadas mais privilegiadas estavam 
os grandes fazendeiros, que exploravam suas propriedades 
mediante trabalho assalariado; havia também os campone-
ses proprietários de pequenas áreas cultivadas com a ajuda 
de sua família. Uma pequena parcela – aproximadamente 
um milhão de pessoas – vivia na condição de servos.
QUADRO DE UM TÍPICO SANS-CULOTTE, DE LOUIS-LÉOPOLD BOILLY
2.2. A crise econômica
Com o acúmulo de despesas, como a perda de territórios 
coloniais para a Inglaterra na Guerra dos Sete Anos 
(1756-1763), a colaboração decisiva para garantir a vitó-
ria estadunidense na luta pela independência e os custos 
elevados para manter a corte dos Bourbons no palácio de 
Versalhes, a economia francesa enfrentava uma séria crise.
Em 1787, um grave problema climático provocou seca e 
agravamento da fome. Para piorar a situação, surgiu uma 
praga de coelhos. Com a caça de coelhos proibida para os 
camponeses, uma vez que se tratava de um privilégio da 
1. A França, em 1789, possuía uma população de aproximadamente 25 mil-
hões de pessoas.
2. A expressão sans-culotte (sem culote) refere-se aos populares, que não 
vestiam as calças justas (culotte) da nobreza. 
nobreza, os coelhos se reproduziam tão rapidamente que 
consumiam o que não havia sido destruído pela seca. 
A fome também chegou às cidades, onde a subprodução 
agrícola elevou drasticamente os preços dos gêneros alimen-
tícios. Gastando mais com a alimentação, a população das 
cidades deixou de comprar manufaturados, cujas fábricas 
dispensaram seus empregados. Multidões de pedintes e fa-
mintos passaram a povoar as cidades francesas. Em meio a 
essa crise e às condições deploráveis da população, os há-
bitos dispendiosos da nobreza, particularmente da nobreza 
palaciana, não recuaram. 
Em 1786, o governo do rei assinou o Tratado Eden-Rayne-
val, diminuindo as taxas alfandegárias sobre os produtos 
primários exportados para a Inglaterra. Em contrapartida, 
a França diminuiria suas tarifas para as mercadorias indus-
trializadas britânicas, principalmente as têxteis. Com isso, a 
burguesia francesa sofreu um forte abalo diante da concor-
rência inglesa. As manufaturas têxteis francesas não supor-
taram a concorrência e várias delas faliram, aumentando o 
desemprego e a miséria.
O rei Luis XVI iniciava assim uma série de tentativas de re-
formas econômicas e sociais para salvar a França, mas todas 
elas encontravam sempre forte resistência dos setores sociais.
2.3. A situação política
A França vivia a contingência de um Estado absolutista. 
Os reis franceses haviam difundido a crença de que seu 
poder derivava de Deus e que só deveriam prestar contas 
a Ele ou a sua própria consciência. Aos súditos só restava 
a obediência total. Contestar o rei significava contestar o 
próprio Deus, que o havia escolhido para governar o país.
Não havia Constituição e a vontade real era a lei. Todos os 
poderes estavam nas mãos do soberano, que fazia a guerra 
e declarava a paz, nomeava e demitia funcionários, vendia 
monopólios e criava tributos. Não havia nenhuma das liber-
dades clássicas, como liberdade de expressão e de religião.
Com a política econômica mercantilista, o Estado dirigia 
toda a economia do país, e os burgueses tinham limitada 
sua liberdade de exercer o comércio em razão das condições 
impostas pelo Estado absolutista, que tudo decidia: salários, 
preços, exportação, taxas de importação, etc.
2.4. A insatisfação da burguesia
No final do século XVIII, as restrições e regulamentações 
mercantilistas eram desaprovadas pela burguesia enrique-
cida e ávida pelo estabelecimento de condições para o ple-
no desenvolvimento do capitalismo na França. Para isso, 
no entanto, fazia-se necessário derrubar o Absolutismo e 
as restrições mercantilistas, criando condições para uma 
igualdade social e jurídica.
8
2.5. A nobreza
Uma parte da nobreza, desejosa de reaver seus antigos 
direitos feudais em plenitude, e outra parte, composta de 
parentes próximos do rei, como seu primo, o duque de Or-
leans, pleiteavam seu direito ao trono com base em ques-
tões de linhagem familiar, e muitos nobres estavam des-
contentes por considerarem seus privilégios insuficientes 
ou desejarem cargos palacianos. Essa nobreza conspirava 
secreta ou abertamente contra o rei, utilizando-se, muitas 
vezes com demagogia, de legítimos direitos e necessidades 
burguesas ou populares.
Aliados aos burgueses, havia membros de classe média 
urbana, profissionais liberais e intelectuais. Esse foi o caso, 
por exemplo, do advogado Maxime Robespierre, do aven-
tureiro Georges Danton e do médico Jean Paul Marat. Mais 
tarde, eles e muitos outros desses ressentidos com o Abso-
lutismo se tornariam os participantes e líderes mais radicais 
do processorevolucionário.
O filme conta a história da jovem rainha da Fran-
ça do século XVIII, Maria Antonieta. A princesa 
austríaca Maria Antonieta (Kirsten Dunst) é en-
viada ainda adolescente à França para se casar 
com o príncipe Luis XVI (Jason Schwartzman), co-
mo parte de um acordo entre os países. Na corte 
de Versalhes ela é envolvida em rígidas regras de 
etiqueta, ferrenhas disputas familiares e fofocas 
insuportáveis, mundo em que nunca se sentiu 
confortável. Praticamente exilada, decide criar 
um universo à parte dentro daquela corte, no 
qual pode se divertir e aproveitar sua juventude. 
Só que, fora das paredes do palácio, a revolução 
não pode mais esperar para explodir. Passando 
por uma grande turbulência, Antonieta perdeu 
um filho em plena Revolução Francesa.
FONTE: YOUTUBE
multimídia: vídeo
MARIA ANTONIETA (2006)
DOCUMENTÁRIO Revolução 
Francesa History Channel
FONTE: YOUTUBE
multimídia: vídeo
2.6. A influência do iluminismo
A arma ideológica da Revolução Francesa, mediante a qual 
a burguesia conseguiu a hegemonia de pensamento e ga-
rantiu o apoio do Terceiro estado, foi a filosofia iluminista.
O contato direto com os filósofos da Ilustração e com suas 
ideias permitiu à classe burguesa transformar seus interes-
ses particulares em interesses gerais de toda a sociedade 
francesa. A luta contra o Absolutismo, o mercantilismo e os 
privilégios sociais do clero e da nobreza também interessava 
aos camponeses, aos artesãos e a outras camadas sociais.
3. PROCESSO REVOLUCIONÁRIO
Em virtude da grave crise que se abateu sobre a Fran-
ça, Luis XVI criou a Assembleia dos Notáveis, apoia-
da por reformistas como Necker, Turgot e Breinne. Eles 
propuseram uma taxação sobre a nobreza e o clero no 
intuito de cobrir o deficit do Estado e financiar projetos 
que melhorassem a vida do Terceiro Estado. Essa propos-
ta, no entanto, foi recusada pela elite do Antigo Regime, 
que não aceitava pagar esses impostos. Essa recusa foi 
chamada de Revolta Nobiliárquica. Pressionado pelo con-
junto da sociedade, o rei Luis XVI convocou, em 1789, a 
Assembleia dos Estados Gerais. Tratava-se de uma 
instituição política formada por representantes dos três 
Estados para assessorar o monarca em momentos de cri-
se, mas que não se reunia desde 1614. Foi nesse ambien-
te que eclodiu a Revolução Francesa.
O Terceiro Estado apoiou a Assembleia dos Estados Ge-
rais, pois acreditava que, nas eleições internas, com seus 
578 representantes, teria a maioria dos votos. O clero te-
ria 291 delegados, dos quais 200 eram do baixo clero; 
a nobreza teria 270 delegados, dos quais 90 eram da 
9
nobreza iluminada (influenciada pelas ideias iluministas). 
Entretanto, a votação seria por Estado e não por “cabe-
ça”, o que daria a vitória aos dois estamentos apoiadores 
do Antigo Regime.
Com a recusa do clero e da nobreza de estabelecerem um 
acordo na votação, o Terceiro Estado se reuniu algumas 
semanas depois e se declarou em Assembleia Nacional 
Constituinte. Os representantes juraram permanecer jun-
tos até a elaboração e a votação de uma Constituição para 
a França, atitude que ficou conhecida como o Juramento 
da Sala do Jogo da Pela, em 20 de junho de 1789, e mar-
cou o início da Revolução Francesa.
O JURAMENTO DA PELA, DE JACQUES-LOUIS DAVID.
Os partidários de Luis XVI tentaram dissolver a Assembleia 
Constituinte noticiando a concentração das tropas do rei 
em Versalhes e Paris. A reação popular foi imediata. Em 14 
de julho de 1789, a população pobre de Paris (sans-culot-
tes) tomou de assalto a fortificação da Bastilha, antiga 
prisão do Estado e símbolo do Absolutismo. O rei recuou, 
numa demonstração de que o poder estava nas mãos do 
Terceiro Estado liderado pela burguesia.
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A BASTILHA, SÍMBOLO DA OPRESSÃO ABSOLUTISTA, FOI TOMADA 
E DESTRUÍDA PELO POVO EM 14 DE JULHO DE 1789.
Nessa oportunidade, os servos promoveram uma profun-
da revolução camponesa denominada Grande Medo. 
Diversos nobres fugiram (emigrados) para países bastiões 
do Antigo Regime, como a Áustria. Em 4 de agosto de 
1789, os direitos feudais foram definitivamente extintos 
na França.
4. AS FASES DA REVOLUÇÃO
4.1. A Assembleia Nacional 
e a monarquia constitucional 
(1789–1792)
DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO
Para se aproximar mais ainda dos chamados ideais de li-
berdade, igualdade e fraternidade, no dia 26 de agosto de 
1789, a Assembleia votou a Declaração dos Direitos 
do Homem e do Cidadão, documento escrito com base 
nas ideias do Iluminismo em defesa do direito de todos à 
liberdade, à propriedade e à igualdade jurídica. A elite do 
Antigo Regime buscou anular a declaração. Entretanto, nas 
jornadas de outubro os sans-culottes expulsaram a família 
real do palácio de Versalhes para o palácio das Tulherias, 
dando um claro sinal de que o rei perdia cada vez mais po-
der. A bandeira francesa com as cores azul, branca e verme-
lha passou a se referir ao lema da Revolução e, aos poucos, 
tomou o lugar do Estado dos Bourbons. Outro símbolo da 
Revolução foi a canção de guerra da Marselhesa, cantada 
como expressão de liberdade, igualdade e fraternidade e 
transformada no hino nacional da França.
A BANDEIRA TRICOLOR FRANCESA NASCEU DURANTE A REVOLUÇÃO FRANCESA, 
COM AS CORES DO REI (BRANCO) E DA CIDADE DE PARIS (AZUL E VERMELHO).
10
Em 1790, com a criação da Constituição Civil do Clero, que 
nacionalizava as propriedades da Igreja a favor do Estado, 
o Antigo Regime levou outro golpe. Com isso, constituiu-se 
um lastro que permitiu ao governo emitir moeda e pagar 
o deficit público. Alguns membros do clero, como Sieyés, 
apoiaram a atitude. Uma parcela dele, no entanto, não 
aceitou e fugiu para países ainda absolutistas.
Em 1791, a monarquia constitucional foi legalmente im-
plantada pela promulgação da Constituição Liberal, inspi-
rada nos ideais iluministas da burguesia. No entanto, se a 
nova Constituição representava um avanço em relação ao 
Absolutismo do Antigo Regime, ela deixava a desejar em 
relação às aspirações radicais dos sans-culottes, uma vez 
que o voto era censitário, ou seja, baseado na renda, im-
possibilitando o direito de voto a uma parcela significativa 
da população. As reivindicações das camadas pobres não 
foram satisfeitas, como a distribuição de riquezas e o fim 
da escravidão nas colônias.
No parlamento francês, os deputados se dividiram em facções 
que identificavam os grupos políticos separados ideologica-
mente. À direita, na parte de baixo da Assembleia, estavam 
os girondinos, representantes da alta burguesia e influencia-
dos pelas ideias de Montesquieu. Os girondinos apoiavam a 
liberdade econômica e a instauração da divisão social própria 
do capitalismo. À esquerda, estavam os jacobinos, também 
denominados “montanha”, uma vez que se sentavam no lo-
cal mais alto. Liderados por Robespierre, foram fortalecidos 
pelos cordeliers, mais radicais, Danton e Marat. Os jacobinos 
representavam a pequena burguesia e as camadas populares, 
defendiam a República, o voto masculino universal e o tabe-
lamento de preços. Posteriormente, quando representantes da 
direita girondina precisavam negociar assuntos políticos com os 
jacobinos, eles se dirigiam ao centro, denominado “pântano”, 
para gerar a falsa sensação de que eram neutros.
Com o poder político cada vez mais nas mãos do parla-
mento, o rei Luis XVI tentou fugir para a Áustria com o 
intuito de se aliar militarmente ao imperador austríaco 
e retornar à França reavendo seu poder absolutista. Foi 
descoberto em Varennes, preso e levado a Paris. Em razão 
desse fato, bem como da disseminação dos ideais liberais 
na Europa de 1792, os reis absolutistas da Áustria e da 
Prússia formaram uma coligação para invadir a França, 
com o apoio da nobreza emigrada liderada pelo duque 
Brunswick. Em retaliação, a população parisiense, liderada 
por Danton e Marat, promoveu o massacre de setembro: 
invadiu o palácio das Tulherias e matou nobres, exigindo 
novas eleições porvoto universal. Enfraquecida, restou à 
família real francesa torcer pela vitória dos países adeptos 
do Antigo Regime, bem como pela burguesia girondina, 
que temia a vitória eleitoral dos jacobinos, cada vez mais 
próximos dos sans-culottes. O exército francês venceu as 
forças da Áustria e da Prússia, e o partido jacobino assumiu 
o poder republicano ao guilhotinar o rei Luis XVI, em 21 de 
janeiro de 1793, depois de um julgamento forjado a portas 
fechadas e cheio de arbitrariedades.
DETENÇÃO DE LUIS XVI E SUA FAMÍLIA, EM VARENNES, 1791.
A Revolução Francesa, um dos momentos 
mais críticos da história da humanidade, deu 
início a um novo período, inaugurando os tem-
pos modernos. A narrativa apresentada nesse 
livro acompanha todos os acontecimentos da 
Revolução Francesa junto ao protagonista Jo-
aquim – um estudante brasileiro que chega a 
Paris justamente nos momentos iniciais da Re-
volução Francesa e acaba aderindo à luta pela 
liberdade, igualdade e fraternidade.
A Revolução Francesa, de Carlos Guilherme 
Mota 
multimídia: livros
4.2. Convenção (1792–1794)
A guerra da França liberal contra a Áustria e a Prússia, de-
fensoras do Absolutismo, a tentativa de fuga do rei Luis 
XVI, a indefinição do governo burguês e a vitória do exér-
cito popular dos sans-culottes sobre as forças do Antigo 
Regime provocaram a radicalização popular capitaneada 
pelos jacobinos.
Nesse contexto de extremos, foi realizada uma eleição 
nacional, em que as forças de esquerda venceram com a 
11
implantação do voto universal masculino, ou seja, o sufrá-
gio universal: direito de voto a todos os cidadãos homens 
e maiores de 21 anos, independentemente da renda. Em 
consequência, as ideias de Rousseau se difundiram e a agi-
tação popular se disseminou por todo o território francês, 
tornando peculiar a Revolução Francesa, uma vez que as 
revoluções burguesas inglesas não haviam sido popula-
res. De maioria jacobina, o novo parlamento implantou na 
França a República, em 22 de setembro de 1792, cujos 
novos mandatários foram os radicais Danton, Marat e Sain-
t-Just, sob a liderança de Robespierre, o “incorruptível”.
No entanto, a morte do rei Luis XVI não consolidou as 
mudanças jacobinas, pois se formou uma coligação de 
países com o objetivo de invadir a França revolucionária. 
Essa coligação era formada por países absolutistas pode-
rosos, como Áustria, Prússia, Rússia, Espanha e Inglaterra 
e deixou os franceses apreensivos. Embora a Inglaterra já 
tivesse passado pela revolução burguesa liberal, sua parti-
cipação na coligação justificava-se apenas pelos interesses 
econômicos, pois pretendia evitar a concorrência com os 
possíveis produtos manufaturados que o novo sistema ca-
pitalista francês pudesse produzir. 
A ironia da morte do rei na guilhotina, e um ano mais tarde 
da rainha Maria Antonieta e de tantos milhares de france-
ses, incluindo muitos revolucionários que iniciaram o movi-
mento, é que o governo revolucionário fazia isso em nome 
de ideais iluministas, como a igualdade jurídica, o amplo 
direito de defesa legal e a transparência total nos proces-
sos judiciais. Contudo, nada disso ocorria nos “processos” 
que levaram diversas pessoas à guilhotina, chamada na 
época por seus adeptos de “a navalha nacional”.
MAXIMILIEN DE ROBESPIERRE
Outra questão enfrentada pelos jacobinos foi uma grande 
revolta popular ocorrida em Vendeia, com a participação 
de camponeses, artesãos, nobres e clérigos. A revolta de-
monstrava que a Revolução não era tão popular como que-
ria parecer. Esse movimento foi brutalmente reprimido pelo 
governo central e seus representantes regionais.
Os jacobinos criaram então o Comitê de Salvação Pú-
blica, órgão radical do governo encarregado de implantar 
o tabelamento de preços pela lei do máximo, numa ten-
tativa de conter a inflação. Mesmo contando com o apoio 
dos sans-culottes, a lei foi criticada pelos comerciantes, 
pois comprometia a margem de lucro da burguesia, que 
defendia os princípios do liberalismo de não intervenção 
do Estado na economia.
O Comitê de Salvação Pública esboçou a implantação do 
ensino público, estimulou o aumento dos salários, lega-
lizou e aumentou a reforma agrária, capitaneada pelos 
ex-servos na área rural, e promoveu a abolição da escra-
vidão nas colônias.
A radicalização de Robespierre também afetava a cultura 
e a religião. O governo revolucionário tentou implantar o 
“culto” a uma nova religião baseada no deísmo, que cul-
tuaria o Ser Supremo mediante uma ética racional. Criou 
também o Museu do Louvre, a Escola Politécnica e o Con-
servatório, bem como um novo calendário, em que o ano 
da proclamação da República passou a ser considerado o 
ano I e os meses receberam novas denominações de acor-
do com as estações do ano, as condições climáticas e o 
período das colheitas agrícolas.
Calendário Revolucionário
Estação Ordem Mês Ocorrência Duração
Outono
1.º vindimário
colheita 
de uvas 
(vindima)
21/9 – 20/10
2.º brumário
brumas, 
névoa
21/10 – 20/11
3.º frimário
geada (do 
fr. frimas)
21/11 – 20/12
Inverno
4.º nivoso neve 21/12 – 20/1
5.º pluvioso chuva 21/1 – 20/2
6.º ventoso vento 21/2 – 20/3
Primavera
7.º germinal
germinação 
dos vegetais
21/3 – 20/4
8.º floreal flores 21/4 – 20/5
9.º prairial pradarias 21/5 – 20/6
Verão
10.º messidor
colheita (do 
lat. messe)
21/6 – 20/7
11.º temidor
calor (do 
gr. therme)
21/7 – 20/8
12.º frutidor frutas 21/8 – 20/9
4.3. O terror
Como as invasões estrangeiras, a Revolta da Vendeia e a 
oposição burguesa estavam pondo em risco o programa po-
pular, os jacobinos radicalizaram mais ainda a Revolução e 
implantaram o Tribunal Revolucionário, que processou, 
julgou e condenou sumariamente à guilhotina supostos 
inimigos do governo. Esse momento de massacre, que con-
tou com o apoio dos sans-culottes, foi chamado de grande 
12
terror ou terror jacobino. Ele insuflava o ódio popular ao 
guilhotinar representantes do Antigo Regime e da burguesia. 
Enquanto os girondinos eram mortos, a burguesia do “pân-
tano” (centro) apoiava os jacobinos numa aliança tática, 
mas não ideológica, com o intuito de não ser guilhotinada.
Apesar de existir a defesa dos ideais populares no interior do 
governo e de o exército ter derrotado as forças da coligação 
absolutista estrangeira e reprimido a Revolta da Vendeia, di-
vergências internas enfraqueceram o governo dos jacobinos. 
O grupo dos indulgentes, liderado por Danton, desejava a 
diminuição do terror, uma vez que a oposição já tinha sido 
debelada; os hebertistas, por sua vez, desejavam radicalizar 
ainda mais o terror. Essas divergências se acentuaram com a 
morte do radical Marat, atribuída a Danton. 
Robespierre liderou uma perseguição abusiva às duas fac-
ções. Por receio de que ambas pudessem sair do controle, 
foram todos guilhotinados. Os sans-culottes, amedronta-
dos com o aumento da violência, deixaram de apoiar os 
jacobinos, que ficaram isolados no poder.
ROBESPIERRE É CONDUZIDO À GUILHOTINA.
Girondinos sobreviventes do terror se aliaram aos depu-
tados do “pântano” e articularam um golpe. Robespierre 
apelou às massas populares de Paris. No entanto, os he-
bertistas, que poderiam mobilizá-las, estavam mortos, e 
os sans-culottes não responderam ao seu chamado. Ro-
bespierre e os líderes jacobinos foram guilhotinados. Era 
o golpe do Nove Termidor, de 27 de junho de 1794, tam-
bém conhecido como Reação Termidoriana, que marcou a 
queda da convenção jacobina e a volta da alta burguesia 
girondina ao poder.
4.4. Diretório (1794–1799)
Com a alta burguesia no poder, representada politicamen-
te pelos girondinos, foi instaurada uma República que des-
truiu os avanços sociais consolidados pelos jacobinos, bem 
como as possibilidades de retorno das forças retrógradas 
do Antigo Regime.
Para consolidar os privilégios burgueses, foi criada uma 
nova Constituição: a Constituição do Ano III (1795), que 
extinguiu o tabelamento de preços, fez voltar a escravidão 
nas colônias, esvaziou o Comitê de Salvação Pública e des-
moralizouo Tribunal Revolucionário. O voto universal foi 
substituído pelo censitário, para revolta dos sans-culottes. 
O diretório extinguiu a lei do máximo e franqueou a volta 
da elevação de preços das mercadorias populares, promo-
vendo o retorno da liberdade econômica própria do libera-
lismo e da lei da oferta e da procura do liberal Adam Smith.
A estrutura política ficou nas mãos de cinco diretores, 
cujo papel era chefiar o Poder Executivo. O Legislativo era 
composto pelo Conselho de Anciãos e pelo Conselho dos 
500, modelo que criou condições para o enfraquecimento 
do governo. Os diretores brigavam entre si pela defesa de 
seus interesses e pelo poder. Não conseguiam barrar a cor-
rupção nem eram eficientes na administração pública e na 
construção das obras públicas. 
O liberalismo econômico era total. Em virtude da inflação 
crescente, os preços subiam descontroladamente, penali-
zando as camadas mais pobres da sociedade. A corrupção 
era generalizada. Comentava-se que agentes do governo 
vendiam armas do exército francês para os países em guer-
ra contra a França.
Cercado de agiotas, corruptos e especuladores, o governo 
do Diretório não tinha a confiança de ninguém, nem mes-
mo da alta burguesia a quem representava. Ela sabia que, 
por meio dele, não conseguiria manter o poder, sem contar 
os inúmeros inimigos internos e externos. De um lado, as 
camadas populares e os jacobinos desejavam um governo 
popular; de outro, o clero e a nobreza tentavam restaurar 
o Absolutismo; e, externamente, os países absolutistas, li-
derados pela Inglaterra, ameaçavam impedir uma futura 
concorrência industrial francesa.
Em 1795, foi abortado um golpe realista em Paris. No ano 
seguinte, foi sufocado um movimento popular de tendên-
cia socialista, a Conjuração dos Iguais, cujo líder, Graco Ba-
beuf, defendia a soberania popular e a supressão da pro-
priedade privada. Preso, Babeuf foi guilhotinado em 1797.
O Diretório percebeu seu profundo isolamento político das 
massas populares. A única instituição que poderia proteger 
seus interesses seria a ala do exército, liderada pelo jovem 
e popular general Napoleão Bonaparte. Quando da Revo-
lução, ele era um simples tenente, mas tornou-se general 
de brigada aos 24 anos. Depois de um breve período de 
entusiasmo pelos jacobinos, afastou-se de sua paixão juve-
nil. Ajudou a Revolução a combater os países absolutistas 
que haviam invadido a França e fora o responsável pelo 
fracasso do golpe realista de 1795, o que o tornou confiá-
vel aos olhos da alta burguesia.
13
GRACO BABEUF
Enviado ao Egito para tentar interferir nos interesses do 
império inglês, o exército de Napoleão foi cercado pela 
marinha inglesa. Enquanto isso, os exércitos franceses iam 
sendo derrotados na Europa.
Napoleão deixou seu exército no Egito. Seguido de alguns 
generais fiéis, reembarcou para a França, onde, com o apoio 
de dois diretores, de toda a alta burguesia e dos sans-culot-
tes, que o viam como uma espécie de salvador da pátria, 
assumiu o poder no Golpe 18 Brumário, em novembro de 
1799. Esse fato gerou o início de uma pacificação interna e a 
consolidação dos interesses da burguesia francesa. 
O GENERAL BONAPARTE NO CONSELHO DOS QUINHENTOS, DE BOUCHOT.
4.5. Conclusão
A radicalização que caracterizou a Revolução Francesa dife-
rencia esse evento histórico da Revolução Gloriosa, de 1688, 
na Inglaterra, e da Independência dos EUA. A participação 
popular dos sans-culottes nas ruas de Paris e a luta dos cam-
poneses no Grande Medo criaram situações em que as pro-
postas da esquerda jacobina puseram em risco tanto a con-
tinuidade do Antigo Regime quanto a vitória da burguesia. 
Com efeito, elas serviram de inspiração para que os ideais 
democráticos, na concepção liberal ou popular, e adequados 
aos avanços e à continuidade expansionista do capitalismo, 
fossem desejados e reivindicados pelas populações de ou-
tros países como uma possibilidade.
Em termos políticos e sociais, a Revolução Francesa criou 
um paradoxo que foi repetido em outros movimentos ins-
pirados diretamente por ela, como as Revoluções Liberais 
de 1830 e 1848, a Comuna de Paris de 1871, a Revolução 
Russa de 1917 e a ascensão do fascismo e do nazismo.
Esse paradoxo está ligado aos próprios ideiais de democra-
cia, liberdade e participação social popular.
Tudo ocorre bem quando setores da sociedade concordam 
plenamente com o “grupo revolucionário” que assume o 
poder desse processo de mudança e se submetem a ele 
irrestritamente; no entanto, em caso de divergência, discor-
dância ou desobediência, os indivíduos e os grupos sociais 
são duramente reprimidos e massacrados em nome da 
mesma liberdade que estão tentando consolidar.
Nesse livro, Eric Hobsbawn mostra como a 
Revolução Francesa e a Revolução Industrial 
inglesa abriram o caminho para a renascença 
das ciências, da filosofia, da religião e das ar-
tes, mas não conseguiram resolver os impas-
ses criados pelas fortes contradições sociais, 
que transformaram o período numa conturba-
da fase de movimentos revolucionários.
A Era das Revoluções, de Eric J. Hobsbawm 
multimídia: livros
14
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
A guilhotina foi utilizada durante a Revolução Francesa para aplicar a pena de morte por decapitação. O aparelho 
é constituído de uma grande armação reta (aproximadamente 4 m de altura), na qual é suspensa uma lâmina 
losangular pesada (de cerca de 40 kg). As medidas e o peso indicados são os das normas francesas. A lâmina é 
guiada à parte superior da armação por uma corda e fica mantida no alto até que a cabeça do condenado seja 
colocada sobre uma barra que a impede de se mover. A força aplicada sobre o pescoço do executado chega a 400 N, 
considerando a aceleração gravitacional de 10 m/s². 
 
15
Reconhecer a dinâmica da organização dos movimentos sociais e a importância da participação da coletividade na 
transformação da realidade histórico-geográfica.
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
10
Habilidade
Por meio de discursos, leis, documentos e imagens, a Habilidade 10 exige do candidato a capacidade de analisar a im-
portância dos movimentos sociais e políticos na transformação da realidade histórica. Trata-se de uma habilidade muito 
cobrada pelo vestibular, principalmente em eventos históricos de grande ruptura, como a Revolução Francesa (1789).
Para solucionar a questão, o candidato deve ser capaz de captar o teor ideológico e reconhecer os principais intelectuais 
desses movimentos. Quase sempre, os excertos apresentados são fundamentais para a resolução, o que exige capacida-
de de interpretação de texto. Assim, diante desses grandes eventos históricos, o aluno não deverá simplesmente se ater 
à sequência dos fatos, mas também estudar os atores históricos e as suas respectivas ideologias.
Modelo
(Enem) Em nosso país queremos substituir o egoísmo pela moral, a honra pela probidade, os usos pelos princípios, as 
conveniências pelos deveres, a tirania da moda pelo império da razão, o desprezo à desgraça pelo desprezo ao vício, 
a insolência pelo orgulho, a vaidade pela grandeza de alma, o amor ao dinheiro pelo amor à glória, a boa companhia 
pelas boas pessoas, a intriga pelo mérito, o espirituoso pelo gênio, o brilho pela verdade, o tédio da volúpia pelo 
encanto da felicidade, a mesquinharia dos grandes pela grandeza do homem.
HUNT, L. REVOLUÇÃO FRANCESA E VIDA PRIVADA. IN: PERROT, M. (ORG.) HISTÓRIA DA VIDA PRIVADA: DA REVOLUÇÃO 
FRANCESA À PRIMEIRA GUERRA. VOL. 4. SÃO PAULO: COMPANHIA DAS LETRAS, 1991 (ADAPTADO).
O discurso de Robespierre, de 5 de fevereiro de 1794, do qual o trecho transcrito é parte, relaciona-se a qual dos 
grupos político-sociais envolvidos na Revolução Francesa?
a) À alta burguesia, que desejava participar do poder legislativo francês como força política dominante.
b) Ao clero francês, que desejava justiça social e era ligado à alta burguesia.
c) A militares oriundos da pequena e média burguesia, que derrotaram as potências rivais e queriam reorganizar a França 
internamente.
d) Ànobreza esclarecida, que, em função do seu contato com os intelectuais iluministas, desejava extinguir o Absolutismo francês.
e) Aos representantes da pequena e média burguesia e das camadas populares, que desejavam justiça social e direitos políticos.
Análise expositiva - Habilidade 10: Robespierre foi o principal líder jacobino e comandou o governo da 
França entre 1792 e 1794, durante a Revolução. Considerado um líder popular, era advogado e membro de 
uma pequena burguesia arruinada financeiramente. Defendeu medidas de controle econômico e de geração 
de empregos, assim como a ampliação dos direitos políticos a todos os homens, independentemente da renda.
Alternativa E
E
16
REVOLUÇÃO 
FRANCESA
FASES DA 
REVOLUÇÃO
ASSEMBLEIA NACIONAL E MONARQUIA CONSTITUCIONAL (1789 - 1792)
1º E 2º ESTADOS
• TAXAÇÃO DA BURGUESIA
• VOTO POR ESTAMENTO
• DECLARAÇÃO DOS DIREITOS 
DO HOMEM E DO CIDADÃO
• CONSTITUIÇÃO CIVIL DO CLERO
• CONSTITUIÇÃO LIBERAL E 
VOTO CENSITÁRIO
MEDIDAS
INVASÃO DA ÁUSTRIA E DA 
PRÚSSIA - DERROTADAS
FUGA DO REI
3º ESTADO
• TAXAÇÃO DA NOBREZA
• VOTO POR CABEÇA
CRISE ECONÔMICA
• ASSEMBLEIA DOS NOTÁVEIS OU ESTADOS GERAIS
• PAUTAS: SOLUÇÃO DA CRISE ECONÔMICA
3º ESTADO FORMA ASSEMBLEIA NACIONAL 
CONSTITUINTE QUEDA DA BASTILHA
• FINANCIAMENTO DA NOBREZA
• GUERRA DOS 7 ANOS
• CRISE AGRÍCOLA
• RUPTURA COM A ORIGEM SOCIAL FEUDAL
• DESTRUIÇÃO DO ANTIGO 
REGIME (ABSOLUTISMO)
• REVOLUÇÃO BURGUESA
• INFLUÊNCIA DO ILUMINISMO
• PARTIÇÃO POPULAR
DIVERGÊNCIAS
CARACTERÍSTICAS
ESTOPIM
ORDEM SOCIAL DO 
ABSOLUTISMO
ARISTOCRACIA 
TRADICIONAL
BURGUESIA QUE 
DETÉM TÍTULOS
CAMPONESES, 
PEQUENA BURGUESIA, 
COMERCIANTES, 
“SANS CULLOTES”
1º ESTADO: CLERO
2º ESTADO: NOBREZA
3º ESTADO: SERVOS
I
FORMAÇÃO DE FACÇÕES POLÍTICAS
JACOBINOS PÂNTANO GIRONDINOS
• ESQUERDA
• RADICAIS
• “SANS 
CULLOTES”
• PEQUENAS 
BURGUESIAS
• CENTRO
• DIREITA
• LIBERAIS
• ALTA BURGUESIA
 DIAGRAMA DE IDEIAS
17
 
CONVENÇÃO (1792 - 1794)
DIRETÓRIO (1794 - 1799) - GOVERNO DA ALTA BURGUESIA
II
III
• COMITÊ DE SALVAÇÃO PÚBLICA
• TRIBUNAL REVOLUCIONÁRIO
PERDA DE APOIO POLÍTICO GOLPE DO 9 TERMIDOR
• FORMAÇÃO DE COLIGAÇÃO ESTRANGEIRA 
CONTRARREVOLUCIONÁRIA
• DECAPITAÇÃO DO REI
• VOTO UNIVERSAL MASCULINO
• CONTROLE DOS PREÇOS
• REFORMA AGRÁRIA
• NOVO CALENDÁRIO
• ABOLIÇÃO DA ESCRAVIDÃO 
NAS COLÔNIAS
• REPÚBLICA ELEIÇÕES GERAIS VITÓRIA DOS JACOBINOS MEDIDAS
ÓRGÃOS
O TERROR
• NOVA CONSTITUIÇÃO
• REVOGAÇÃO DE MEDIDAS JACOBINAS
• PREÇOS REGULADOS PELO MERCADO 
(LIBERALISMO ECONÔMICO)
• PODER EXECUTIVO - 5 DIRETORES
• CORRUPÇÃO
• INFLAÇÃO
• TENSÕES POLÍTICAS
• INVASÕES ESTRANGEIRAS 
• EXÉRCITO TOMA O PODER
• LIDERANCA DE NAPOLEÃO BONAPARTE
MEDIDAS CARACTERÍSTICAS
GOLPE DE 18 BRUMÁRIO (1799)
DIAGRAMA DE IDEIAS
18
 ERA NAPOLEÔNICA E O CONGRESSO DE VIENAAULAS 
29 E 30
O PRIMEIRO-CÔNSUL NAPOLEÃO CRUZANDO OS ALPES NO PASSO DE GRANDE SÃO 
BERNARDO, DE JACQUES-LOUIS DAVID. 1800. KUNSTHISTORISCHES MUSEUM.
1. ERA NAPOLEÔNICA 
(1799-1815)
1.1. Introdução
A era napoleônica, iniciada em 1799, foi um acontecimen-
to político que beneficiou a burguesia. Por intermédio do 
exército foram anuladas as forças conservadoras que dese-
javam o retorno do Antigo Regime ao poder, bem como fo-
ram enfraquecidos os grupos de esquerda, principalmente 
os jacobinos, que ainda desejavam uma França guiada pe-
las ideias de Robespierre ou de Babeuf. Por esses motivos, 
alguns historiadores consideram o governo de Napoleão 
Bonaparte a última fase da Revolução Francesa.
Esse período teve três momentos: Consulado, Império 
e Governo dos Cem Dias. O Consulado foi caracteriza-
do pela implantação de propostas burguesas que con-
firmaram o liberalismo econômico e o Iluminismo como 
a ideologia que consolidava o capitalismo. O Império foi 
COMPETÊNCIAS: 1, 2, 3, 4, 5 e 6 HABILIDADES:
3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 13, 14, 
16, 17, 18, 20, 22, 23, 24, 
25, 26, 28 e 29
uma ditadura pessoal de Napoleão, baseada no poder 
do exército, quando se reafirmaram os ideais burgueses 
e a busca de mercado consumidor para as manufaturas 
francesas, o que contrariou os interesses ingleses, que 
impuseram o Bloqueio Continental. Ainda assim, numa 
espécie de “revolução de botas”, a ditadura cumpriu seu 
papel de propagandista dos ideais de liberdade, igualda-
de e fraternidade da Revolução Francesa.
1.2. Consulado (1799-1804)
O início do governo de Napoleão Bonaparte se baseou em 
uma Constituição promulgada em 1799 e mostrou vínculos 
com diversas camadas da sociedade francesa, cujo apoio a 
Bonaparte se fundamentava na ideia popular de que ele se-
ria o salvador da pátria, o personagem que retiraria a França 
da situação de miséria e ressuscitaria a infraestrutura produ-
tiva do país. A Constituição de 1799 dividiu o Legislativo em 
quatro subparlamentos fracos. O poder de fato (Executivo) fi-
caria nas mãos de três cônsules (Napoleão, Sieyès1 e Ducos2), 
dos quais Napoleão seria o primeiro-cônsul, e os outros dois 
seriam seus subalternos com mandatos de dez anos.
Uma das primeiras tarefas de Bonaparte foi eliminar o peri-
go externo. Para isso, avançou sobre a Segunda Coligação 
(Inglaterra, Áustria e Rússia), servindo-se inclusive de intrigas 
diplomáticas cuidadosamente elaboradas que resultaram na 
saída da Rússia da Coligação. Em 1800, a Áustria foi derro-
tada na Batalha de Marengo, e, em 1802, Napoleão buscou 
um acordo com a Inglaterra, assinando a Paz de Amiens 
(1802), que redefiniu fronteiras coloniais, como as do Egito e 
das Guianas, transmitindo a falsa sensação de que a França 
tinha perdido o desejo de expansão intercontinental.
Napoleão, então, passou a se dedicar aos burgueses. Ele 
anulou os oposicionistas realistas e jacobinos e conseguiu 
que o governo estabelecesse uma relativa estabilidade 
graças à concessão de uma anistia aos opositores do Con-
sulado.
Preocupado em conquistar o apoio dos camponeses, que, 
durante o governo jacobino, haviam se tornado donos das 
1. Esse abade Sieyès foi o mesmo, que em 1789, insuflara a Revo-
lução com o panfleto “O que é o Terceiro Estado”. Foi um dos raros 
líderes revolucionários a atravessar vivo os dez anos de Revolução.
2. Roger Ducos, general francês, era também ex-membro do Di-
retório.
19
terras em que trabalhavam, Napoleão tomou várias me-
didas para legalizar essas propriedades, o que lhe rendeu 
imensa popularidade em todo o interior da França.
A crise financeira foi controlada pela fundação do Banco 
da França (1800), que passou a exercer o controle da emis-
são de papel-moeda (franco), reduzindo o processo infla-
cionário. Além disso, o banco financiou a estrutura admi-
nistrativa do governo, as obras públicas e, principalmente, 
as indústrias, que tornaram a França um país capitalista 
eficiente e competitivo.
Napoleão também se preocupou com o tema da educa-
ção popular. Ele sabia que o desenvolvimento industrial 
da França dependia da formação de uma abundante mão 
de obra minimamente qualificada. O ensino secundário 
foi organizado com a finalidade de instruir funcionários 
para o Estado.
Para governar a França, Napoleão usou o plebiscito. Todas 
as decisões importantes do primeiro-cônsul eram subme-
tidas ao referendo popular pelo voto universal. Assim, ele 
conseguiu o apoio do homem comum. No entanto, para 
que esse mecanismo político funcionasse a favor do go-
verno, era preciso garantir a boa imagem dos governantes 
e, principalmente, silenciar quem discordasse do governo. 
Para isso, Napoleão censurou todos os jornais que se opu-
nham a sua política e criou um poderoso aparato policial 
destinado a reprimir qualquer oposição.
Considerado por Napoleão sua obra mais importante, 
o Código Civil garantia os princípios de cidadania bur-
gueses, baseados na liberdade individual, de trabalho e de 
consciência, e reiterava as propostas iluministas do Estado 
laico e da igualdade jurídica. Inspirado no Direito Roma-
no e ratificado em 1804, o Código garantiu o direito de 
propriedade, proibiu as greves operárias e a organizaçãosindical e regulamentou os procedimentos civis e criminais 
relacionados à família.
Outra medida política importante de Bonaparte foi sua 
aproximação com a Igreja Católica. Apoiado pelo papa 
Pio VII, criou a Concordata (1801), que permitia o controle 
do papa sobre o clero francês em troca de sua proteção e 
de sua inserção no Estado bonapartista. O papa aceitou o 
confisco dos bens eclesiásticos, e o Estado ficou proibido 
de interferir no culto; os bispos, indicados pelo governo e 
investidos nas funções religiosas pelo papa, prestariam ju-
ramento de fidelidade ao governo; as bulas só entrariam 
em vigor depois de aprovadas por Napoleão.
Em 1802, graças ao êxito da política interna e externa de 
Napoleão, foi estabelecida a hereditariedade do Consula-
do: o primeiro-cônsul recebeu do Senado o direito de indi-
car seu sucessor. Tratava-se, na realidade, da implantação 
da monarquia hereditária.
1.3. Império (1804–1814)
NAPOLEÃO I EM REGALIA, DE FRANÇOIS GÉRARD. 1805. PALÁCIO DE VERSALHES.
Consolidada internamente a Revolução e vencida a resistên-
cia dos inimigos externos, Napoleão garantiu o apoio da 
burguesia, do exército e dos camponeses. Fortalecido, não 
hesitou em dar mais um passo para a exaltação de sua per-
sonalidade. Em 1804, foi promulgada a Constituição do ano 
XII, aprovada em plebiscito pela imensa maioria da popula-
ção francesa, que substituía o regime de Consulado pelo de 
Império. Napoleão foi coroado na Catedral de Notre-Dame 
sob o título de Napoleão I, Imperador dos franceses. Um 
imperador que defenderia os ideais da República.
Napoleão legalizou a reforma agrária, contribuindo para 
a expansão agrícola e para a melhoria do padrão de vida 
de camponeses e pequenos proprietários rurais; financiou 
generosamente as indústrias, que passaram a buscar um 
mercado consumidor fora de suas fronteiras; realizou obras 
públicas que revitalizaram a infraestrutura, como abertura 
de canais, reconstrução de portos, construção de estradas 
e embelezamento das cidades. A essas medidas soma-se 
a transformação do ensino de História e Filosofia, dirigido 
aos jovens, em doutrinação político-ideológica. Essa reali-
dade político-ideológica, vigiada por uma eficiente censu-
ra, confirmou, na consciência dos sans-culottes, a sensação 
de que Napoleão Bonaparte era invencível, o “salvador da 
pátria”, uma Joana D’Arc de calças.
A ação política do império napoleônico foi arbitrária: limitou 
as conquistas estabelecidas pela Revolução, a liberdade indi-
vidual e de pensamento; jornais e revistas foram censurados. 
Como nos tempos do Absolutismo, um cidadão poderia ser 
encarcerado por qualquer motivo e sem explicação.
20
Apesar do despotismo napoleônico, o Absolutismo não foi 
restaurado, dadas as diferenças históricas das duas formas 
de poder político: o império napoleônico era essencialmen-
te burguês, atendia às necessidades e aos interesses da 
burguesia – a “paz social” e a liberdade de comércio e 
desenvolvimento industrial. A nobreza do novo regime pro-
vinha da burguesia: parentes do imperador, generais, gran-
des comerciantes, banqueiros e industriais. Seus títulos, no 
entanto, não lhes conferiam privilégios como no Antigo 
Regime, uma vez que, perante a lei, os novos nobres eram 
iguais aos demais cidadãos.
Napoleão Bonaparte é um dos maiores líderes 
da História. Famoso por seu surpreendente su-
cesso no campo de batalha, contribuiu para a 
França tornar-se a maior potência continental 
imperial desde Roma. Sua influência duradou-
ra estende-se além da esfera militar, moldan-
do a Europa que conhecemos hoje. Esse livro 
dá uma ideia sem precedentes da mente do 
homem extraordinário que, com um início 
modesto na Córsega, tornou-se imperador da 
França e de seu vasto império. O livro examina 
as batalhas que fizeram dele uma lenda e ana-
lisa as reformas políticas e sociais que realizou 
e que revolucionaram o mundo ocidental.
Napoleão: sua vida, suas batalhas, seu império, 
de David Chanteranne e Emmanuelle Popot
multimídia: livros
1.4. Política externa
A paz com a Inglaterra foi passageira. A França havia es-
tabelecido uma política protecionista que prejudicava o 
comércio inglês. A Inglaterra, por sua vez, recusava-se a 
abandonar Malta e Egito, como ficara decidido na Paz de 
Amiens. Para os ingleses, a luta contra os franceses torna-
va-se inevitável, dada a concorrência comercial e industrial 
nos mercados europeus. Além disso, o exemplo francês po-
deria instigar na Inglaterra o levante das camadas pobres 
da população, que, desde a Revolução Gloriosa de 1688, 
mantinham-se sujeita ao controle da burguesia. Para as 
monarquias absolutistas europeias partidárias do Antigo 
Regime e defensoras dos privilégios aristocráticos e de 
reformas mais conservadoras, derrotar a França era uma 
questão de sobrevivência, uma garantia de que os ideais 
da Revolução Francesa não teriam sucesso no continente 
europeu.
A suspeita de que os franceses estavam se preparando 
para invadir a Inglaterra fez com que os ingleses restabele-
cessem a aliança com a Rússia, governada então por Ale-
xandre I. Com a adesão da Áustria, da Suécia e de Nápoles, 
estava formada a Terceira Coligação antifrancesa (1803). 
A França, por sua vez, ganhou o apoio da Espanha, cuja 
esquadra de guerra se juntou aos navios franceses para 
enfrentar a Marinha inglesa. Mesmo assim, a poderosa es-
quadra britânica, comandada pelo almirante Nelson, saiu-
-se vitoriosa na famosa Batalha de Trafalgar (1805), que 
impediu a invasão da Inglaterra por Napoleão.
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1805 NAPOLEON AT AUSTERLITZ, DE ERNEST MEISSONIER 
(1815–1891). 1908. A GRANDE LINHA DA CAVALARIA E 
ARTILHARIA FRANCEZA DURANTE BATALHA EM AUSTERLITZ.
Em terra, porém, a superioridade francesa era indiscutível. 
Nas batalhas de Ulm, na Prússia, e em Austerlitz, no Sacro 
Império Romano-Germânico, Napoleão derrotou as tropas 
austríacas e russas. Napoleão suprimiu o que restava do 
Sacro Império Romano-Germânico e criou, em 1806, a 
Confederação do Reno, que reunia a maioria dos Estados 
alemães, dos quais Napoleão se autodenominou “prote-
tor”. Com a Confederação do Reno manteve-se a frag-
mentação política dos alemães, agora controlados pelos 
franceses.
Em 1806, Napoleão decretou o Bloqueio Continental 
contra a Inglaterra, acreditando que, ao fechar o acesso 
dos ingleses aos mercados europeus, poderia provocar 
uma crise na indústria inglesa e, consequentemente, uma 
crise social sem tamanho. O decreto proibia os países eu-
ropeus sob domínio francês ou aliados da França de adqui-
rirem produtos ingleses ou de receberem embarcações da 
Inglaterra em seus portos.
No mesmo ano, Inglaterra, Rússia e Prússia formaram a 
Quarta Coligação. A Prússia foi rapidamente derrotada na 
Batalha de Iena (Prússia), e os russos caíram em 1807, 
nas Batalhas de Eylau e Friedland (Prússia). Pela Paz de 
Tilsit, a Prússia foi desmembrada e a Rússia tornou-se 
aliada da França. 
21
Países aliados da Inglaterra tentaram resistir às pressões 
francesas para aderir ao Bloqueio Continental. Foi o caso 
de Portugal, que, por esse motivo, foi invadido por Napo-
leão. Em 1807, a Corte portuguesa foi obrigada a fugir 
para o Brasil com o apoio inglês. A mudança da coroa 
portuguesa para o Brasil facilitou as atividades econô-
micas da Inglaterra, uma vez que os ingleses passaram 
a negociar diretamente com Portugal. Mas isso não era 
o suficiente.
Os espanhóis enfrentavam uma grave crise política, fato que 
favoreceu a ocupação da Espanha pelas tropas francesas. Em 
1808, a Espanha passou a ser governada por José I, irmão de 
Napoleão.
O Império Napoleônico até 1811
Com a derrota da Quarta Coligação e a invasão da Pe-
nínsula Ibérica, Napoleão tornou-se o grande senhor da 
Europa continental. Os territórios não diretamente domi-
nados pelo imperador estavam entregues a aliados e fami-
liares. Seus irmão José era rei de Nápoles e Espanha, seu 
irmão Luís era rei da Holanda, e seu irmão Jerônimo erarei da Vestfália. Por onde seus exércitos passavam, a velha 
ordem era destruída: implantavam-se constituições, divul-
gava-se o Código Civil e modernizavam-se as estruturas 
econômicas. 
1.5. A decadência do Império
Napoleão passou a enfrentar uma forte resistência dos se-
tores conservadores espanhóis. José, irmão do imperador 
francês, teve grandes dificuldades de impor seu poder. O 
povo espanhol resistiu tenazmente ao domínio estrangeiro 
e lutou clandestinamente em guerrilhas, tornando a vida 
do soldado invasor um verdadeiro inferno.
O Bloqueio Continental, que parecia uma estratégia ex-
tremamente eficaz, tornou-se altamente inconveniente. 
As esquadras britânicas comerciavam com as colônias do 
continente americano e impediam a França de obter maté-
rias-primas do Novo Mundo.
Diversas nações europeias, por sua vez, sentiam falta do 
mercado inglês para o qual, antes, exportavam seus pro-
dutos primários em troca das manufaturas inglesas. Essas 
nações passaram a comerciar clandestinamente com os 
ingleses, burlando a vigilância francesa, ao mesmo tempo 
em que tramavam seu rompimento com o Império.
Para agravar a situação, Inglaterra, Áustria, Prússia e Sué-
cia formaram, em 1809, a Quinta Coligação, mais uma vez 
derrotada por Napoleão. Mesmo vitorioso, as fissuras do 
Império cresciam cada vez mais.
O Bloqueio Continental destruiu a economia agrícola da 
Rússia, que deixou de exportar gêneros primários para a 
Inglaterra e foi obrigada a comprar produtos industrializa-
dos franceses, que eram mais caros do que os britânicos. 
Por isso, a Rússia passou a contrabandear com a Inglater-
ra, o que enfraquecia o Bloqueio. Napoleão resolveu punir 
essa rebeldia de forma exemplar: invadiu a Rússia com 
um exército de 600 mil homens. Os russos combateram o 
exército de Napoleão com a tática da “terra arrasada” – 
retiravam-se sem enfrentar o inimigo e levavam tudo o que 
podiam, incendiavam casas, envenenavam a água e des-
truíam as plantações. Napoleão conseguiu invadir Moscou, 
mas encontrou a cidade incendiada pelos próprios russos. 
22
Napoleão cedeu às dificuldades e resolveu retirar-se para 
sucumbir a um novo e poderoso inimigo: o inverno russo. 
Do gigantesco exército que invadira o território da Rússia, 
apenas 10 mil homens retornaram com vida.
NAPOLEÃO SE RETIRA DE MOSCOU, DE ADOLPH NORTHERN.
Inglaterra, Áustria, Prússia e Rússia formaram a Sexta Coli-
gação, incentivadas pelo enfraquecimento do Império Na-
poleônico, mais visível depois do grande fracasso da campa-
nha da Rússia. Em março de 1813, Napoleão foi derrotado 
na Batalha de Leipzig; um ano depois, os exércitos da Sexta 
Coligação tomaram Paris, e Napoleão foi obrigado a abdicar. 
Ele foi preso na ilha mediterrânea de Elba, e o governo fran-
cês foi confiado ao rei absolutista Luis XVIII, da dinastia dos 
Bourbons, irmão do guilhotinado Luis XVI.
NAPOLEÃO ABDICANDO EM FONTAINEBLEAU, DE PAUL 
DELAROCHE. 1855. MUSEU DE FINAS ARTES, LEIPZIG.
1.6. O Governo dos Cem Dias (1815)
A restauração monárquica favoreceu o retorno à França de 
nobres e membros do alto clero que haviam sido despoja-
dos e exilados pela Revolução. Esse período foi marcado 
pela violência e arbitrariedade desses nobres e ficou co-
nhecido como Terror Branco. Paralelamente às persegui-
ções e massacres, o clero e os nobres exigiam a devolução 
das terras confiscadas durante a Revolução, o que causou 
uma explosão de revoltas camponesas.
Em Elba, Napoleão acompanhava atentamente a evolução 
dos acontecimentos. Em 1815, julgou que o momento era 
propício para fugir da ilha e avançar sobre o território fran-
cês à frente de sua guarda pessoal de 1,2 mil homens.
Na caminhada até Paris, era saudado por todos e aliava-se 
aos exércitos enviados para detê-lo, bem como aos antigos 
revolucionários. Tratava-se de defender a Revolução, as li-
berdades burguesas e a propriedade camponesa contra os 
Bourbon, o clero e a nobreza emigrada. Depois de 20 dias 
de marcha sem disparar um só tiro, Napoleão estava em 
Paris, instalado nas Tulherias. Luís XVIII fugiu para a Bél-
gica, e Napoleão conseguiu pela segunda vez o poder, no 
qual se manteria por mais cem dias.
Ele organizou as tropas e avançou contra os aliados que 
estabeleceram a Sétima Coligação com o objetivo de 
enfrentá-lo antes que invadissem a França. Entretanto, Na-
poleão não conseguiu reconstruir seu exército com a mes-
ma eficácia anterior e foi destruído na Batalha de Waterloo 
pela Áustria e pelo exército inglês, liderado por Wellington, 
que o encarcerou até a morte natural na remota ilha de 
Santa Helena, no Atlântico sul.
O período napoleônico consolidou a Revolução Francesa, à 
medida que firmou o poder da burguesia e criou as condi-
ções de desenvolvimento da propriedade privada burgue-
sa, mesmo tendo limitado ou suprimido certos princípios 
defendidos pela Revolução.
Na Europa, Napoleão foi o responsável pela expansão dos 
ideais de modernização política e econômica da burguesia. 
Por onde seus exércitos passavam, os últimos redutos do 
feudalismo e do Absolutismo eram destruídos, implanta-
va-se a liberdade de comércio, as sociedades privilegiadas 
desapareciam, desmistificava-se a balela do direito divino 
dos reis. Napoleão fazia e desfazia reis da mesma forma 
que nomeava ou demitia funcionários.
A prisão e a morte de Napoleão frearam os ideais bur-
gueses, que seriam recuperados no século XIX, quando 
das revoluções liberais e nacionais, que levaram nova-
mente a Europa a trilhar o caminho da ideologia e da 
economia capitalista e a se distanciar definitivamente do 
Antigo Regime.
23
2. CONGRESSO DE VIENA (1814-1815)
O CONGRESSO DE VIENA, DE JEAN-BAPTISTE ISABEY. 1819.
Em 1814, depois da derrota de Napoleão na Batalha de 
Leipzig, as potências vitoriosas realizaram na capital do 
Império austríaco uma conferência internacional, conheci-
da como Congresso de Viena. O Congresso, interrompido 
temporariamente durante o Governo dos Cem Dias, foi 
concluído em 1815, depois da derrota de Napoleão na 
Batalha de Waterloo, e representou uma reação às ideias 
liberais e nacionalistas difundidas pela Revolução Francesa. 
Com efeito, o principal objetivo do Congresso era restabe-
lecer o Antigo Regime.
Apesar da participação da França, então governada pelo 
Bourbon Luís XVIII, as decisões mais importantes foram to-
madas pelo Comitê dos Quatro, formado por Inglaterra, 
Áustria, Prússia e Rússia. Participaram do Congresso 
de Viena os mais destacados representantes do conser-
vadorismo europeu: o czar Alexandre I, da Rússia; o lorde 
Castlereagh, secretário dos negócios estrangeiros da In-
glaterra; Talleyrand, ministro dos negócios estrangeiros da 
França; o príncipe Hardenberg, da Prússia; e o chanceler 
da Áustria, Metternich, figura dominante do Congresso.
As negociações entre os monarcas, diplomatas e embaixa-
dores que participaram do Congresso basearam-se em três 
princípios políticos:
 restauração do Absolutismo monárquico ou Antigo 
Regime;
 legitimidade das antigas dinastias depostas durante 
as guerras napoleônicas, merecedoras, portanto, da re-
tomada de seus respectivos tronos; e
 equilíbrio europeu, com o objetivo de manter a ve-
lha ordem e preservar a paz na Europa por meio da 
equivalência de forças entre as grandes potências.
Napoleão é um filme mudo francês do gênero 
épico, dirigido por Abel Gance. Ele conta a histó-
ria da ascensão de Napoleão Bonaparte. Foi pla-
nejado para ser o primeiro de seis filmes sobre 
o imperador francês, mas os custos envolvidos 
tornaram isso impossível.
Seu primeiro lançamento foi em uma première 
de gala, na Ópera de Paris, em abril de 1927. Na-
poleão havia sido exibido em apenas oito cida-
des europeias quando a Metro-Goldwyn-Mayer 
comprou os direitos do filme. Depois de uma exi-
bição intacta em Londres, ele foi drasticamente 
cortado para a exibição nos Estados Unidos.
FONTE: YOUTUBE
multimídia: vídeo
Napoleão (1927), de Abel Gance
24
2.1. A Europa depois do Congresso de Viena
O Congresso de Viena estabeleceuque as fronteiras da 
França deveriam retornar aos limites anteriores à Revolu-
ção. A Inglaterra, graças à anexação de pontos estratégi-
cos, como as ilhas de Malta e Ceilão e a colônia do Cabo, 
garantiu sua supremacia naval. A Áustria cedeu a Bélgica 
à Holanda em troca de parte da Polônia e das regiões da 
Lombardia e de Veneza, garantindo sua supremacia na Itá-
lia. A Prússia, ao incorporar parte da Polônia, da Pomerânia 
e da Saxônia, dobrou sua extensão territorial. A Rússia ane-
xou outra parte da Polônia, da Finlândia e da Bessarábia. A 
Alemanha e a Itália permaneceram divididas e submetidas 
à hegemonia austríaca.
Em consequência da aplicação do princípio de legitimidade, 
as antigas dinastias foram restauradas nos tronos de diversos 
países europeus. Os Bourbon retornaram aos reinos da Fran-
ça, da Espanha e de Nápoles; os Saboia voltaram ao Reino 
do Piemonte; os reis de Bragança, a Portugal; e os Orange, 
à Holanda. O papa foi restabelecido nos Estados Pontifícios.
2.2. A Santa Aliança
O czar Alexandre I propôs aos demais príncipes cristãos reu-
nidos em Viena a formação de um bloco de potências, cujas 
relações seriam reguladas pelas “elevadas verdades presen-
tes na doutrina do Nosso Salvador”. Foi escolhido o nome 
Santa Aliança para designar esse bloco militar, nascido em 
1815 e atuante até as revoluções europeias de 1848.
O objetivo desse pacto militar firmado por Áustria, Prússia, 
Rússia e França era reprimir os movimentos liberais, sepa-
ratistas, nacionalistas ou populares que pusessem em risco 
a política de restauração, o princípio da legitimidade e o 
equilíbrio europeu, bem como restabelecer o pacto colonial 
nas recém-emancipadas colônias ibéricas na América.
Em Napoleão, o biógrafo André Maurois apre-
senta a complexidade do imperador analisan-
do sua personalidade, seus acertos e erros. O 
texto de Maurois, mescla de relato jornalístico 
e narrativa histórico-literária, conduz o leitor 
a participar dos questionamentos a respeito 
das mudanças ocorridas a cada fase da vida 
de Napoleão. O livro revela as lendas e os fa-
tos, as forças e as limitações, os blefes e as 
certezas, a idealização e o homem real, além 
de apresentar um caráter de entretenimento 
por meio de uma série de curiosidades relacio-
nadas ao comportamento do imperador e aos 
acontecimentos em seu entorno. 
Napoleão, de André Maurois 
multimídia: livros
25
O apogeu dessa aliança foi marcado por intervenções mili-
tares que esmagaram os movimentos liberais ou naciona-
listas ocorridos em alguns países da Europa. Em 1819, a 
Santa Aliança reprimiu os nacionalistas que lutavam pela 
unificação da Alemanha; em 1821 e 1822, interveio em 
Nápoles e na Espanha para combater os liberais que luta-
vam contra o Absolutismo.
A Inglaterra não participou dessas empreitadas, pois dis-
cordava dos planos da Santa Aliança de restaurar o antigo 
colonialismo na América. Os novos países independentes 
no continente americano aderiram ao livre comércio e 
abriram seus mercados aos produtos industriais ingleses. A 
restauração do pacto colonial nessas áreas seria extrema-
mente prejudicial aos interesses comerciais ingleses.
Além da ausência da Inglaterra, outro duro golpe na Santa 
Aliança foi a proclamação da Doutrina Monroe, em 1823, 
pelos EUA. Baseando-se no lema “a América para os ame-
ricanos”, essa doutrina tinha como princípio fundamental 
que o Novo Mundo deveria solucionar seus problemas in-
ternos sem nenhuma intervenção das potências europeias. 
À luz desse princípio, o governo dos EUA passou a consi-
derar ato de guerra qualquer agressão estrangeira a um 
país americano. O golpe final na política da Santa Aliança 
veio com o triunfo de novas revoluções liberais na Europa 
a partir de 1830.
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
A Rússia é atravessada por quatro climas: ártico, subártico, temperado e subtropical. As estações podem ser ca-
racterizadas da seguinte maneira: inverno longo e nevoso; primavera temperada; verão curto e quente; e outono 
chuvoso. Essas características variam muito por região. A Sibéria, no norte do país, é a região mais fria. Registram-se 
temperaturas no inverno da ordem dos –40 °C ou –50 °C, às vezes chegando aos –60 °C ou até menos. No sul, o 
clima é mais quente, havendo campos e estepes onde as temperaturas chegam aos –8 °C. 
Nesse clima inóspito, o exército de Napoleão foi brutalmente vencido e obrigado a recuar até a Europa central. A 
obra Guerra e Paz, de Liev Tolstoi, narra esse evento com rara precisão e beleza.
26
• CONSOLIDAÇÃO DO PODER DA BURGUESIA
• APOIO POPULAR
• SUPRESSÃO DOS PRINCÍPIOS DA REVOLUÇÃO
• REORGANIZAÇÃO DA ECONOMIA
• ELIMINAÇÃO DO PERIGO EXTERNO
• MANUTENÇÃO DA ORDEM INTERNA
• EXPANSÃO MILITAR NO 
CONTINENTE EUROPEU
• DESTRUIÇÃO DO ANTIGO 
REGIME NA EUROPA
• EXPANSÃO DO LIBERALISMO NA EUROPA
• CENSURA
• REFORMA AGRÁRIA
• OBRAS PÚBLICAS
• EXPANSÃO MILITAR
• EXPANSÃO DO MERCADO INTERNO
• VITÓRIAS SOBRE AS COLIGAÇÕES ATÉ 1809
• BLOQUEIO CONTINENTAL ATÉ 1805
• CONTROLE SOBRE O TERRITÓRIO EUROPEU
• ENFRAQUECIMENTO
• 1812 - DERROTA NA RÚSSIA
• 1813 - DERROTA NA BATALHA DE LEIPZIG
• 1814 - OCUPAÇÃO DE PARIS
 E EXÍLIO DE NAPOLEÃO
• DERROTAS NA ESPANHA
• BOICOTE AO BLOQUEIO CONTINENTAL
• GOLPE DE 18 BRUMÁRIO
• GOVERNO DE 3 CÔNSULES
• APOIO DO EXÉRCITO, BURGUESIA E CAMPONESES
• PLEBISCITO DECLARA NAPOLEÃO IMPERADOR
• REAPROXIMAÇÃO COM A IGREJA
• ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA INDUSTRIAL 
E FINANCEIRO (BANCO DA FRANÇA)
• EDUCAÇÃO PÚBLICA UNIVERSAL
• CÓDIGO CIVIL E CÓDIGO NAPOLEÔNICO
• DEFESA DA PROPRIEDADE PRIVADA
• PROIBIÇÃO DE GREVES E SINDICATOS
• IGUALDADE JURÍDICA
CARACTERÍSTICAS
CARACTERÍSTICAS MEDIDAS
POLÍTICA EXTERNA
CONSULADO 
(1799 - 1804)
IMPÉRIO 
(1804 - 1814)
MEDIDAS
A
B
ERA NAPOLEÔNICA (1799 - 1815)
 DIAGRAMA DE IDEIAS
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• RETORNO DE NAPOLEÃO
• IMAGEM DE DEFENSOR DA REVOLUÇÃO
• DERROTADO NA BATALHA DE WATERLOO 
POR INGLATERRA E ÁUSTRIA
• EXÍLIO NA ILHA DE SANTA HELENA
GOVERNO DOS 
CEM DIAS (1815)
C
CONGRESSO DE VIENA (1814 - 1815)
ESTABELECER O ANTIGO REGIME
INGLATERRA, ÁUSTRIA, PRÚSSIA E RÚSSIA
• REDEFINIÇÃO DE FRONTEIRAS
• SANTA ALIANÇA • UNIDADE MILITAR
• LUTA CONTRAGRUPOS LIBERAIS
• RECOLONIZAÇÃO DA AMÉRICA
OPOSIÇÃO
• INGLATERRA
• ESTADOS UNIDOS
• RESTAURAÇÃO
• LEGITIMIDADE
• EQUILÍBRIO EUROPEU
OBJETIVO
PARTICIPANTES
MEDIDAS
PRINCÍPIOS
 DIAGRAMA DE IDEIAS
28
 REVOLUÇÕES DE 1830 E 1848 E 
SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIALAULAS 
31 E 32
1. INTRODUÇÃO
No início do século XIX, forças sob o comando da burguesia 
liberal, inspiradas pela Revolução Francesa e lideradas por 
Napoleão Bonaparte, invadiram grande parte da Europa, 
enfraquecendo o Antigo Regime. Com a derrota de Napo-
leão em Waterloo, configurou-se um ambiente propício ao 
retorno das casas reais absolutistas, cenário em que ocorreu 
o conservador Congresso de Viena, que recusou os ideais 
revolucionários. Entretanto, as forças de oposição se rea-
gruparam e passaram a se rebelar contra o próprio regime 
absolutista. Foi o caso da deflagração da Revolução Liberal 
do Porto (1820), em Portugal, que estabeleceu a monarquia 
constitucional e subordinou o poder do rei João VI ao parla-
mento lusitano. Em outras regiões europeias, desenhava-se 
o mesmo cenário de busca pela liberdade. Contudo, como o 
Congresso de Viena havia legitimado as invasões territoriais 
de Áustria, Prússia e Rússia sobre algumas regiões da Euro-
pa, a luta pelo ideal de liberdade e pelo liberalismo burguês 
passou a incluir também a luta pela independência daquelas 
regiões, acendendo a luz do nacionalismo.
2. REVOLUÇÕES DE 1830
2.1. A França pós-Napoleão
LUÍS XVIII
COMPETÊNCIAS: 1, 2, 3, 4, 5 e 6 HABILIDADES:
3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 13, 14, 
16, 17, 18, 20, 22, 23, 24, 
25, 26, 28 e 29
CARLOS X
Em 1814, com a volta dos Bourbon e a coroação de Luis 
XVIII, e depois da derrota de Napoleão na Batalha de Leipzig 
(1813), inaugurou-se o período de restauração na França. 
Interrompida em 1815 pelo governo dos Cem Dias, a res-
tauração foi retomada

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