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EDUCAÇÃO INCLUSIVA: PERSPECTIVAS E DIÁLOGOS SOBRE PRÁTICAS INCLUSIVAS PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA ELIANE MARIA DOS SANTOS LIMA JOCÉLIA EMÍLIA BORBA (Organizadoras) 0 ELIANE MARIA DOS SANTOS LIMA JOCÉLIA EMÍLIA BORBA (Organizadoras) EDUCAÇÃO INCLUSIVA: PERSPECTIVAS E DIÁLOGOS SOBRE PRÁTICAS INCLUSIVAS PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA 1 2021 by Editora Alfa Ciência Copyright © Editora Alfa Ciência Copyright do Texto © 2021 Os autores Copyright da Edição © 2021 Editora Alfa Ciência Direitos para esta edição cedidos à Editora Alfa Ciência pelos autores. As ilustrações e demais informações contidas desta obra são integralmente de responsabilidade dos autores. Capa: Designed by Editora Alfa Ciência Imagem da Capa: Adaptada de Designed by br.freepik.com Diagramação e Edição de Arte: Editora Alfa Ciência Revisão: Os Autores CORPO EDITORIAL Editor Chefe: Dr. Charlyan de Sousa Lima Editora Adjunta: Me. Bruna Cruz Magalhães Conselho Editorial Dr. Cláudio Gonçalves da Silva Dr. Diego Amorim dos Santos Dr. Ivandro Carlos Rosa Dra. Karlyene Sousa da Rocha Dra. Kaiomi de Souza Oliveira Cavalli Dr. Leonardo De Ross Rosa Dra. Luana Lopes Padilha Dra. Marcele Scapin Rogerio Dra. Mayara da Cruz Ribeiro Dr. Nítalo André Farias Machado Dra. Paula Michele Lohmann Dr. Renato Santiago Quintal Dr. Ricardo Alves de Araújo Dra. Thiessa Maramaldo de Almeida Oliveira Dr. Wellyson da Cunha Araújo Firmo 2 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Educação inclusiva [livro eletrônico]: perspectivas e diálogos sobre práticas inclusivas para alunos com deficiência / Eliane Maria dos Santos Lima, Jocélia Emília Borba (organizadoras). -- Chapadinha, MA: Editora Alfa Ciência, 2021. PDF Vários autores. Bibliografia. ISBN 978-65-994498-9-5 1. Educação inclusiva 2. Ensino – Metodologia 3. Pessoas com deficiência - Educação 4. Pessoas com deficiência - Inclusão social 5. Prática de ensino 6. Professores - Formação I. Lima, Eliane Maria dos Santos. II. Borba, Jocélia Emília. 21-80630 CDD-371.9046 Índices para catálogo sistemático: 1. Pessoas com deficiência: Educação inclusiva 371.9046 Cibele Maria Dias - Bibliotecária - CRB-8/9427 O conteúdo do livro, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores. O download da obra e o seu compartilhamento somente são autorizados desde que sejam atribuídos créditos aos autores, sem alterá-la e de nenhuma forma utilizá-la para fins comerciais. Editora Alfa Ciência Chapadinha – Maranhão – Brasil (98) 98585-2320 www.editoraalfaciencia.com.br publicacao.alfaciencia@gmail.com contato.alfaciencia@gmail.com Diagramação: Editora Alfa Ciência Edição de Arte: Editora Alfa Ciência Revisão: Os Autores Organizadores: Eliane Maria dos Santos Lima Jocélia Emília Borba mailto:contato.alfaciencia@gmail.com 3 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO .................................................................................................................................... 5 ARTICULAÇÕES ENTRE LITERATURA SURDA E LITERATURA OUVINTE ............ 6 Eliane Maria dos Santos Lima A LUDICIDADE E SUA APLICABILIDADE NA SALA DE RECURSOS MULTIFUNCIONAL ................................................................................................................................ 15 Jocélia Emília Borba SITUAÇÕES EXISTENTES NO PROCESSO DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES ................................................... 24 Viviane Berti Augusto A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO COMO RECURSO PEDAGÓGICO INCLUSIVO PARA ESTUDANTES SURDOS........................................................................................................................ 43 Elaine Maria da Silva A INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL .................................................................................................................................... 52 Maria Eliane Ferreira dos Santos INSERÇÃO DOS ESTUDANTES COM SÍNDROME CONGÊNITA DA ZIKA VÍRUS NA EDUCAÇÃO INFANTIL: EXPECTATIVAS E POSSIBILIDADES ...................................................... 71 Lauriceia Tomaz da Silva Gomes EXPERIÊNCIA DE UMA PEDAGOGA COM ALUNO DE BAIXA VISÃO EM SALA DE AULA REGULAR ................................................................................................................................... 88 Mauricéia de Oliveira Bezerra Fontes EDUCAÇÃO INCLUSIVA E OS DESAFIOS DO EDUCADOR E APRENDENTE NO ENSINO BÁSICO ................................................................................................................................... 99 Patrícia Santana Brito Matos 4 EDUCAÇÃO INCLUSIVA E PARCERIAS QUE DÃO CERTO: PERSPECTIVA DE UM MUNDO MELHOR ................................................................................................................................ 118 Valdirene Braga de Oliveira EDUCAÇÃO ESPECIAL EM PERNAMBUCO EM TEMPOS PANDÊMICOS: ALGUMAS APROXIMAÇÕES .............................................................................................................. 136 Cristiane Souza de Menezes PSICOMOTRICIDADE NA PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITA: NO AEE - ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO NA EDUCAÇÃO BÁSICA .................................. 153 Maria Aparecida Dantas Bezerra Willyam Ramon de Moura Raulinho A IMPORTÂCIA DA INCLUSÃO ESCOLAR NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO DO INDIVÍDUO SURDO ....................................................................................................................... 163 Mayara Vieira dos Santos Serrano A RELEVÂNCIA DA INSERÇÃO DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS (LIBRAS) COMO DISCIPLINA DESDE OS ANOS INICIAIS NO ENSINO FUNDAMENTAL ................................. 175 Dijaci Rosa Ferreira Valquíria Maria da Silva A ESCRITA DA CRIANÇA SURDA NO CONTEXTO ESCOLAR: DESAFIOS E ESTRATÉGIA DOCENTE..................................................................................................................... 193 Charlene de Lima Alexandre as Silva METODOLOGIA DE ENSINO PARA SURDOS ATRAVÉS DO LÚDICO NO ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO (AEE) ................................................................. 203 Chirleny Ferreira de Oliveira Silva A VIDA ADULTA DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA: OPORTUNIDADE DE TRABALHO COM EQUIDADE ............................................................................................................. 213 Garrolici Alvarenga INSERÇÃO DAS CRIANÇAS SURDAS NO ENSINO REGULAR EDIFICULDADES NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO: UMA ABORDAGEM CRÍTICA .............................................. 221 Iane Rodrigues de Almeida Dijaci Rosa Ferreira ORGANIZADORAS .............................................................................................................................. 237 5 APRESENTAÇÃO O livro “EDUCAÇÃO INCLUSIVA: PERSPECTIVAS E DIÁLOGOS SOBRE PRÁTICAS INCLUSIVAS PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA” trazem uma diversidade de discussões e reflexões a cerca da Educação Inclusiva e suas especificidades no contexto de sala de aula. São diferentes textos, temáticas e relatos de experiências de vida narrados pelas escritoras. Dessa forma, as organizadoras e as autoras fazem um convite a você amante da leitura e de práticas inclusivas a mergulharem conosco no universo do conhecimento e do dialogar sobre os diferentes contextos sociais e inclusivos da sociedade atual. Vale salientar, que as práticas inclusivas precisam estar presentesem todos os setores da sociedade, portanto, mesmo diante de tantas ferramentas tecnológicas o livro tem a magia de levar o leitor a lugares e conexões distintas, possibilitando novos conhecimentos acerca de conteúdos extremamente importantes como a inclusão. Sendo assim, com esta obra buscamos incentivar e valorizar as experiências reais de uma inclusão verdadeiramente eficaz em nosso país, buscando externar de uma forma verídica como este processo acontece em diferentes regiões e estados brasileiros. Eliane Maria dos Santos Lima Jocélia Emília Borba 6 ARTICULAÇÕES ENTRE LITERATURA SURDA E LITERATURA OUVINTE Eliane Maria dos Santos Lima¹ 1 Escritora, poetisa, Professora de Sala de Recursos, Atendimento Educacional Especializado – AEE, Braillista e Intérprete de Libras. Mestranda em Ciências da Educação. Especialista em Língua Brasileira de Sinais - Libras pela FACOL - Faculdade Osman da Costa Lins. Licenciada em Letras – UFPE – Universidade Federal de Pernambuco e Pedagogia – ISEF – Instituto de Educação de Floresta. Áreas de aperfeiçoamento complementares: ABA e AEE. E-mail: elianelima402@gmail.com. Lattes: http://lattes.cnpq.br/4203912721231225 RESUMO Este trabalho visa uma reflexão sobre a importância do uso da Libras como meio de interação e inclusão social. Mas especificamente, como base de estudos voltados à ampliação da literatura surda no âmbito educacional e social (SKLIAR, 2005; QUADROS, 2008; PRADO, 2015, entre outros), foram relevantes para o desenvolvimento desta proposta assim como na relevância da inserção da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), como Língua de instrução para o aprendiz surdo, e como L2 para o ouvinte, os nossos principais objetivos foram refletir, apresentar e descrever estratégias pedagógicas utilizadas na literatura surda para a aquisição da Libras com o aluno ouvinte, externando também a importância da utilização de textos literários e recursos visuais para o ensino de literatura surda para o aluno ouvinte, levando-o ao mundo surdo. Os resultados apontam que, a aprendizagem é mais eficaz quando a L1 do educando é utilizada como a principal fonte de instrução, levando-o assim a inserção significativa com os seus pares e a um letramento significativo dentro da Língua alvo. Palavras-Chave: Literatura Surda; Ouvinte; Inclusão; Ensino aprendizagem. INTRODUÇÃO São Muitos os avanços que a educação de surdos vem conquistando no mundo ouvinte nas últimas décadas. Entretanto, muito ainda precisa ser feito para o surdo de fato garantir a efetivação concreta da sua Língua na sociedade e assim poder sentir-se empoderado e incluso em um espaço realmente mailto:elianelima402@gmail.com http://lattes.cnpq.br/4203912721231225 7 inclusivo. Para que isso venha a ser concretizado são necessárias políticas públicas de inclusão e de acessibilidade comunicacional, proporcionando-lhes, primeiramente o direito de uma comunicação com sucesso e assim ele passe a expressar-se de forma efetiva em uma sociedade amplamente ouvinte. Sendo assim, a dificuldade de aprendizagem do surdo está mais associada a uma ênfase linguística e cultural do que a sua própria deficiência, isso por que este indivíduo está segregado ao mundo ouvinte e quando não se tem o desenvolvimento de sua L1 (LIBRAS) como meio principal de desenvolvimento, infelizmente o seu processo de aquisição fica profundamente prejudicado. Autores como Quadros Sutton-Spence, 2006 enfatiza a importância da comunicação entre seus pares em diversos contextos principalmente no familiar e educacional. A identidade e a cultura das pessoas surdas são complexas, já que seus membros freqüentemente vivem num ambiente bilíngüe e multicultural. Por um lado, as pessoas surdas fazem parte de um grupo visual, de uma comunidade surda que pode se estender além da esfera nacional, no nível mundial. É uma comunidade que atravessa fronteiras. Por outro lado, eles fazem parte de uma sociedade nacional, com uma língua de sinais própria e com culturas partilhadas com pessoas ouvintes de seu país. (Quadros e Sutton- Spence, 2006). Desse modo, este trabalho visa refletir sobre as ―ARTICULAÇÕES ENTRE LITERATURA SURDA E LITERATURA OUVINTE‖ Nesta perspectiva de garantia de acesso comunicacional a todos os indivíduos, visa-sede forma complementar expor algumas estratégias pedagógicas usufruídas pela a literatura surda para a aquisição da Libras para o aluno ouvinte, como a utilização de livros, e-book, vídeos com janelas em libras, vídeos em Libras, gêneros textuais, textos literários e recursos visuais que, efetivem estratégias para proporcionar a alunos ouvintes uma aquisição significativa da literatura surda no espaço escolar, amenizando assim a falta de comunicação recíproca entre esses pares. Considerando-se a proposta de efetivação deste trabalho externamos duas estratégias especificas com os alunos do Ensino Médio para a garantia desta aquisição que foram baseadas em: (contação de histórias em Libras e 8 apresentação da temática os números também em Libras), assim almejamos que, tendo como ponto de partida as articulações da Libras com a L2 para o aprendiz, destacamos neste processo a importância da valorização da Libras na compreensão textual dentro das temáticas trabalhadas. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Leva-se em consideração a existência de uma bibliografia que embase estudos brasileiros sobre as articulações do ensino da libras como L2, é de suma importância tanto para os surdos como para os ouvintes, refletirmos sobre a importância de metodologias lúdicas no processo de ensino aprendizagem da Libras como L2. Sendo assim, podem-se apresentar situações que levem indivíduos ouvintes a assimilarem que, esta segunda língua é diferente da sua língua materna, e que sua aquisição pode ocorrer em contextos formais e não formais de ensino. Levando em conta, ainda que a aprendizagem de duas línguas simultaneamente seja positiva e favorável ao desenvolvimento da criança e também do adulto. Imagem 01 disponível em: https://ogimg.infoglobo.com.br/in/23403210-642-b50/FT1086A/ZS- Libras-na-Casa-Narra.jpg Ao abordar o indivíduo surdo Skliar 2005 enfatiza que, [...] a existência da comunidade surda da língua de sinais das identidades surdas e das experiências visuais, determina o conjunto de diferenças dos surdos em relação a qualquer outro grupo de sujeitos, assim também podemos refletir sobre: https://ogimg.infoglobo.com.br/in/23403210-642-b50/FT1086A/ZS-Libras-na-Casa-Narra.jpg https://ogimg.infoglobo.com.br/in/23403210-642-b50/FT1086A/ZS-Libras-na-Casa-Narra.jpg 9 A maior parte dos surdos no Brasil não tem podido ter acesso a uma escolarização que atenda suas necessidades linguísticas, curriculares, sociais e culturais [...] nessas condições de escolarização, mesmo após vários anos, apresentam dificuldades em relação à aprendizagem de conhecimento de maneira geral e no uso da linguagem escrita. (LODI, 2009, p. 14). A princípio vale ressaltar que as relações diante do contexto histórico desta L1 podem estabelecer um movimento literário significativo ao processo de ensino aprendizagem para ouvintes, pois ao percorrer alguns fragmentos da história do movimento surdo, percebe-se também essa interação. Apesar dá ausência de material literário que pudesse embasar os nossos estudos, acerca desta interação entre literatura surda e ouvinte. Ressalta-se neste trabalho em outras palavras a falta do reconhecimento desta nova Língua em nosso País, ou enquanto a mesma era proibida de ser usada nas escolas, não foi publicado documento que reconhecesse a existência desta cultura literária surda no trabalho para ouvintes. Diante deste panorama histórico o ensino priorizava o aprendizado da fala e da Língua portuguesa, nas escolas não haviam espaço nem aceitação para as produçõesliterárias em sinais. Porém, de acordo com Skliar 1998, acreditam que, entre os surdos mesmo nesta época sendo proibido o uso dos sinais já, circulavam histórias de vida sinalizadas, piadas, poemas entre outros gêneros, mais em espaços que ficavam longe do controle daqueles que desprestigiavam a Língua de Sinais, o que fortalece a nossa tese hoje que, mesmo existindo alguns materiais estes não podiam circular e infelizmente restringe hoje este panorama quando buscamos artifícios históricos para o ensino de Libras para ouvintes. Talvez seja fácil definir e localizar, no tempo e no espaço, um grupo de pessoas; mais quando se trata de refletir sobre o fato de que nessa comunidade surgem ou podem surgir traços, processos culturais específicos, é comum a rejeição a ideia da ―Cultura surda‖ trazendo como argumentos a concepção da cultura universal e também a cultura monolítica. Sendo perceptível que, antigamente havia pouco contato dos sujeitos ouvintes com o mundo surdo, seja por falta de incentivo das famílias ou das escolas. Porém, 10 nos últimos anos a Educação de surdos diante de muitas lutas esteve sim mais preparada, tornando-se visível os avanços da L1 da comunidade surda. Diante desta visão, registra-se uma maior contribuição para o desempenho da literatura surda e suas articulações com a ouvinte, visto que, a literatura tem a função de suscitar a imaginação, o sonho e a fantasia dos indivíduos assim, para a comunidade surda a ouvinte, não desempenha este mesmo efeito da mesma forma, pois cada comunidade capta realidades diferentes que acerca do seu próprio contexto, desperta o interesse e a motivação de suas especificidades. A literatura surda constitui-se da história que tem a Libras, a questão da identidade e da cultura surda presente nas narrativas [...] A literatura surda auxilia no conhecimento da Língua e cultura para os surdos que ainda não tem acesso a elas. Sendo assim, evidencia-se que o espaço das pessoas surdas no âmbito educacional, com a implementação dessa literatura surda, proporciona aos menos a valorização das suas próprias produções culturais, que envolvem no geral o uso de uma língua de sinais, além do registro das produções culturais de pessoas surdas através da escrita da língua portuguesa, como também da efetivação de outras formas de documentações, como filmagens que são fundamentais para o registro efetivo desta Língua. Nesse sentindo, utilizamos a expressão ―Literatura surda‖ para as produções literárias que a língua de sinais, passa a efetivar a questão da identidade e da cultura surda presente nos textos ou nas imagens da comunidade surda como um todo, de acordo com Mazzota 1996. A implementação da inclusão tem como pressuposto um modelo no qual cada criança é importante para garantir a riqueza do conjunto, sendo que, de preferência, na classe regular estejam presentes todos os tipos de aluno. Para essa autora, tal modelo educacional pode criar possibilidades para que a escola seja criativa no sentido de buscar soluções visando manter os diversos alunos no espaço escolar, fazendo, assim, que todos tenham resultados satisfatórios tanto na vida acadêmica como espaços sociais. A literatura surda constitui-se da história que tem a Libras, a questão da identidade e da cultura surda presente nas narrativas [...] A literatura surda 11 auxilia no conhecimento da Língua e cultura para os surdos que ainda não tem acesso a elas. [...] traduz a memória das vivências surdas através das várias gerações dos povos surdos. A literatura se multiplica em diferentes gêneros: poesia, história de surdos, piadas, literatura infantil, clássicos, fábulas, contos, romances, lendas e outras manifestações culturais. (STROBEL, 2009, p. 61). Diante desta reflexão de elevação histórica do ensino priorizar o aprendizado da fala e da Língua portuguesa, busca-se evidenciar nesta proposta de trabalho que é possível sim, articular a literatura surda a ouvinte, visando o ensino de duas línguas distintas, de forma simultânea visto que, ambas se complementam. MATERIAIS E MÉTODOS A presente pesquisa foi desenvolvida através de pesquisas e estudos bibliográficos, como também por meio de experiências de instrutores de libras ouvintes, tendo como foco as Articulações entre Literatura Surda e Literatura Ouvinte. É possível perceber que a Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS é um meio de garantir a socialização e interação dos surdos e ouvintes no meio escolar e social, já que ambos possuem línguas diferentes, mas que vivem em uma única sociedade. Para que essa socialização e interação ocorram é necessário que haja esforço dos alunos ouvintes em aproximar-se do conhecimento dessa língua, neste caso a Libras. Nesse sentido, muitas são as metodologias que poderão ser usufruídas para a garantia do ensino da Libras como L2 no Ensino Médio, como por exemplo, a utilização dos gêneros textuais em Línguas de Sinais, materiais adaptados a esta nova Língua que poderão externar mutuamente a comunidade ouvinte as especificidades da Libras por meio da sua circulação em sala de aula. Materiais didáticos Como: livros, apostilas, DVD, redes sociais entre outros, podem assegurar a vinculação desta nova cultura visual entre ouvintes estudantes do ensino médio, assim como a disponibilização de diversos vídeos em Libras disponíveis na internet para o trabalho com ouvintes 12 em sala de aula. Esses recursos são facilitadores da aprendizagem, e um meio de reforçar os sinais trabalhados em diferentes momentos, assim os mesmos terão práticas efetivas para poderem comunicarem-se com os indivíduos surdos, diante da ausência do surdo em sala de aula. Infelizmente ainda temos um panorama curto que respalde a efetivação de gêneros textuais adaptados em LIBRAS, mas pesquisas sobre o ensino da libras como segunda língua para ouvintes vem contribuindo a cada dia mais e mais com a expansão deste campo, assim, como almejamos com esta pesquisa fortalecer essa circulação de materiais para o auxilio dos profissionais que deslubram as suas atuações do ensino da Libras para alunos ouvintes. RESULTADOS E DISCUSSÃO Tomando por referência os autores SKLIAR, 2005; QUADROS, 2008; PRADO, 2015, entre outros que debatem sobre a importância da metodologia de ensino da Libras como segunda língua para ouvintes, através de pesquisas apresentadas, compreendemos com clareza que por meio dos trabalhos articulado entre literatura surda e ouvinte principalmente por meio do uso de gêneros textuais adaptados para as Línguas de Sinais, podemos facilitar a aquisição e a aprendizagem desta nova Língua como L2 para ouvintes. Por meio do desenvolvimento desta pesquisa, fica nítido a importância da língua de sinais na construção dos conhecimentos e principalmente da mesma como L2, frente às necessidades sociais, é indispensável que os ouvintes aprendam a Libras como segunda língua e essa aprendizagem só ocorrerá efetivamente quando as instituições de ensino passarem a usufruir de metodologias que abranjam a valorização desta nova Língua em sala de aula, independente de ter um aluno surdo ou não. Diante disso, as estratégias pedagógicas utilizadas durante as experiências profissionais de alguns instrutores de Libras para ouvintes, abordaram a importância da divulgação e efetivação da cultura surda no ensino médio de maneira que a Libras externe um papel de destaque, no qual possibilita que, todos os participantes aprendam por meio das trocas de 13 experiências relevantes expostas em gêneros textuais adaptados à relevância do contexto surdo no mundo ouvinte. Por todos esses aspectos, a literatura surda promove transformações significativas na vida dos surdos, além de oportunizar uma comunicação efetiva entre surdos e ouvintes. Sendo assim, a inclusão dos sujeitos surdos irá acontecer de forma expressiva atravésdas ações e mudanças tanto na visão dos professores quanto na dos alunos e com isso a cidadania e a valorização das diferenças serão promovidas no momento em que se permite a conhecer a sua língua e a sua cultura aprendendo a incluir pela comunicação. CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante dos argumentos apresentados pelos autores concluímos que, o uso de metodologias no ensino da Libras como segunda língua para ouvintes possibilita o processo de aprendizagem e a inclusão entre surdos e ouvintes dentro e fora da escola, visto que os alunos ouvintes à medida que fazem o uso da Libras como segunda língua estão valorizando a troca de experiências em grupo e possibilitando um maior socialização e integração interpessoal. Dessa forma, as escolas devem estar preparadas para atuar no ensino da Libras por meio da oferta de oficinas, cursos e até por meio da inclusão da disciplina Libras no currículo da escola. Ao aprender Libras os ouvintes são oportunizados não somente a uma comunicação efetiva e concreta, mas também a um conhecimento sobre a cultura surda propiciando à valorização da diversidade. Logo, a partir dos resultados chegamos ao entendimento que, o uso de metodologias específicas para o ensino da Libras como L2 aparece na vida dos discentes como recursos facilitadores que contribuem de forma efetiva não somente no processo de ensino-aprendizagem, bem como fator essencial na comunicação e inclusão dos alunos surdos em um contexto ouvinte. REFERÊNCIAS 14 BRASIL. Lei n. 12.319, de 01 de setembro de 2010. Disponível em: Acesso em 6/07/2016. BRASIL. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS. Brasília, LEI Nº 10.436, de 24 de abril de 2002. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, Lei n°. 9394, de 20 de dezembro de 1996. BRASIL. Regulamenta a Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS, e o art. 18 da Lei n°. 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Brasília, Decreto nº 5626 de 22 de dezembro de 2005. BRASIL. Lei nº 12.319, de 01 de setembro de 2010. Regulamenta a profissão de Tradutor e Intérprete da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 02 set. 2010. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ gov.br/ccivil_03/_Ato2007- 2010/2010/Lei/L12319.htm>. Acesso em: 04 out. 2015. LIMA, Eliane Maria dos Santos. Tecnologia assistiva no âmbito educacional para o aluno surdo. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 06, Vol. 06, pp. 66-74. Junho de 2020. ISSN: 2448- 0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/aluno-surdo, SKLIAR, Carlos. ―Os Estudos Surdos em Educação: problematizando a normalidade‖. In: ______ (org.). A Surdez: Um olhar sobre as diferenças. Porto Alegre: Mediação, 3. ed, 2005. STROBEL, K. (2008). As imagens do outro sobre a cultura surda. Florianópolis, SC: UFSC. STROBEL, K. (2011). Atendimento Educacional Especializado: AEE permeado de incoerências. Revista da FENEIS, (45). https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/aluno-surdo 15 A LUDICIDADE E SUA APLICABILIDADE NA SALA DE RECURSOS MULTIFUNCIONAL Jocélia Emília Borba1 1 Escritora. Poetisa. Professora, Doutoranda em Ciências da Educação. Mestre em Ciências da Educação. Especialista em Psicopedagogia pela Faculdade Osman da Costa Lins (FACOL). Licenciada em Pedagogia pela Universidade Estadual do Vale do Acaraú (UVA). E-mail: joceliaemilia@hotmail.com. Lattes: cnpq lattes:// 1717819067839726. RESUMO Este artigo de cunho bibliográfico tem como objetivo analisar as atividades lúdicas e sua aplicabilidade na sala de Recursos Multifuncional no atendimento de crianças com deficiência. Este estudo está embasado em autores como KISHIMOTO (1997); CUNHA (1994); BROUGÉRE (1995) dentre outros. Esta pesquisa busca sensibilizar os profissionais da educação sobre a imprtância do ato de brincar e a sua função na aprendizagem da criança com deficiência. Portanto, faz-se necesário saber o sentido e significado da palavra ludicidade e os principais termos utilizados associados ao brincar, bem como compreender quão importante é o professor no desenvolvimento desse processo. Verifica-se, também nessa pesquisa o bem que a brincadeira, o jogo e o brinquedo fazem no desenvolvimento físico, mental e intelectual da criança com deficiência atendida na Sala de Recursos Multifuncionais desde os anos iniciais. Palavras-chave: Lúdico; Recursos didáticos; Professor. INTRODUÇÃO Esta pesquisa de cunho bibliográfico objetiva analisar as atividades lúdicas realizadas na Sala de Recursos Multifuncionais e sua contribuição no desenvolvimento de habilidades, bem como no aprendizado das crianças com deficiência. Esta temática vislumbrará as características do lúdico, onde o professor precisa conhecer vários tipos de brincadeiras para que haja um processo de ensino aprendizagem significativo. 16 Sabe-se, que a atividade lúdica tem sua função no processo de ensino e aprendizagem, principalmente no que tange a primeira fase da vida da criança que é a infância. Para que essa atividade rica possa ser desenvolvida na vida da criança o educador precisa desenvolvê-la que acordo com as especificidades de cada um. Cabe a escola ofertar oportunidade e espaço adequado para a brincadeira, jogos, brinquedos. Pois nesse caso a brincadeira tem um objetivo a alcançar que é através da prática do jogo ensinar os conteúdos curriculares de forma dinâmica. No brincar a criança estimula vários sentidos e músculos, além de melhorar a autoconfiança. Todo aprendizado que permite brincar é fundamental para a formação humana. É importante estimular os jogos e brincadeiras para que a criança com deficiência possa desde a educação infantil tornar-se um adulto responsável e consiga obedecer a normas e regras. Sabe-se, que essa forma de trabalho ajuda no desenvolvimento lógico, cognitivo, psicológico, social e criativo da criança com deficiência, além de favorecer a aprendizagem e a socialização do educando. A escolha pelo tema justifica-se, pela sua grande importância e relevância e, portanto, deve ser trabalhado desde as séries iniciais, considerando que o educando está em uma fase de crescente descoberta nos aspectos cognitivo e intelectual e o lúdico contribuirá ainda mais para uma vida socialmente saudável, pois a convivência com outros pares favorece também a aprendizagem coletiva e significativa. Através dessa abordagem socializadora o educador descobrirá até que ponto as atividades lúdicas contribuem na aprendizagem do educando com deficiência. Por fim, se expressa à importância de outros estudos acerca dessa temática tão relevante para o progresso da criança com deficiência na Sala de Recursos Multifuncionais. METODOLOGIA 17 Este artigo é de cunho bibliográfico, pois o mesmo foi embasado por meio de investigações, análises e leituras de artigos científicos e pesquisa na internet. Conforme (LIMA e MIOTO, 2007). Por meio das investigações acerca da proposta levantada pela pesquisa adquiriu-se-se embasamento para produzir esse estudo que é de suma importância para melhorar a qualidade da educação de crianças com deficiência atendidas em Sala de Recursos Multifuncionais. REFERENCIAL TEÓRICO Ludicidade é toda atividade lançada com o objetivo de fazer a criança com deficiência ou não aprender e sentir prazer enquanto brinca ou joga. A mesma precisa ser atraente e ter objetivos claros. Essas atividades podem ser chamadas de brinquedos e brincadeiras, mas traz um diferencial que é ensinar o aluno de forma prática e concreta, sem necessariamente indicar uma competição. Pois, para (BORBA, 2020, p. 67) ―Percebe-se que cada ser é único e possui limitações, mas a estimulação precoce dará a esse aluno autonomia e confiança‖Desde os tempos mais remotos que são oferecidos as crianças as brincadeiras com a função de aprender normas e estabelecer regras de convivência. Dessa forma, na sala de aula a atividade lúdica deixa de ser um simples ato de brincar para tornar-se uma ferramenta aliada da aprendizagem. Essa forma de ensino proporciona ao aluno uma aula dinâmica e melhora a sua autonomia e autoestima. Na sala de Atendimento Educacional Especializado (AEE) com esse modelo de atividades lúdicas todas as crianças são beneficiadas com essas brincadeiras, mas cada uma dela é desenvolvida para a faixa etária e a deficiência, pois melhoram a concentração, a coordenação e o raciocínio lógico. No entanto do educando, e, precisa-se lançar o objetivo que deseja alcançar com a realização de tais jogos trabalhados. De acordo com Kishimoto; Santos (1997, p. 24): 18 Brincando, a criança experimenta, descobre, inventa, aprende e confere habilidades. Além de estimular a curiosidade, a autoconfiança e a autonomia, proporciona o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração e atenção. Ao participar de uma brincadeira a criança precisa sentir prazer. Geralmente ela é feita em dupla ou grupo o que favorece a autoajuda sem a preocupação se vai ganhar ou perder e aí está a riqueza do ato de brincar. É saber que aguça a curiosidade, desenvolve o pensamento crítico, melhora a concentração, estimula o ato da linguagem oral e descobre novos significados. Cunha (1994, p. 11). Sendo assim, fica claro que "o brincar para a criança não é uma questão apenas de pura diversão, mas também de educação, socialização, construção e pleno desenvolvimento de suas potencialidades". Portanto, o educador que leciona para criança com deficiência precisa sempre inovar nas brincadeiras para facilitar a aprendizagem desses educandos. É de suma importância também estabelecer o tempo para as crianças produzirem seus próprios brinquedos, como carrinho de rolimã, pandorga, perna-de-pau, peteca, cata-vento, amarelinha, damas, jogos de memória com imagens e valoriza assim o fazer do educando que pode fazer uma retrospectiva dos brinquedos antigos que foram deixados para trás, perdidos no tempo. Através do brincar a criança chega a um desenvolvimento completo. O bebê desde o nascimento se beneficia com as brincadeiras proporcionadas pela mãe. A brincadeira propicia a interação, estimula à comunicação, a simbolização em fim, contribui para aprendizagem coletiva e significativa. Brincar é indispensável para a saúde física, mental, emocional e intelectual da criança com deficiência e contribui para o resto da vida. O brincar tem sua relevância, pois provoca no jogador o desafio de concluir o seu objetivo ao mesmo tempo em que é prazeroso. Ou seja, ele faz uma leitura do que precisa praticar de forma organizada. 19 Nesse contexto, a criança é capaz de aprender a perder, pois percebe que haverá novas oportunidades de vencer. Aprender a esforçar-se e a esperar não desistir facilmente das várias situações encontradas. Brincar desenvolve a comunicação verbal e proporciona um aumento significativo no vocabulário e na aprendizagem. Não é um simples passatempo. Eleaproxima e estimula o processo de socialização, ensina a lidar com suas emoções e descobertas do mundo. Deve-se, ter o espírito aberto para o lúdico, reconhecer que a criança precisa brincar sempre, em qualquer lugar. Este é o trabalho da criança. Assim ela se tornará, em seu tempo, um adulto responsável, de sucesso e principalmente feliz. Com o trabalho realizado através da atividade lúdica e do jogo, a criança cria conceitos, faz seleção de ideias, consegue estabelecer atividades lógicas, a integrar algumas percepções e desenvolver a socialização tornando-se uma criança participativa e capaz de resolver situações que vivencia dentro e fora da sala de aula. Segundo Almeida (1985, p. 34): Quando nos referimos ao lúdico não estamos apenas considerando o jogo pelo jogo ou como brincadeira qualquer, mas falamos de atividades que assegurem a criança o direito de ser criança e ser feliz, o direito de ter um aprendizado significativo, prazeroso, extensão do seu próprio mundo, num desafio constante em busca do interminável. O educador deve fazer seu planejamento para atender as necessidades das crianças, estabelecer os seus objetivos através do trabalho com o lúdico e se envolver com as brincadeiras e respeitar junto com as mesmas as regras estabelecidas para cada jogo, e não só jogar por jogar, mas passar toda confiança para que a criança com deficiência sinta motivação no brincar, tornando-se mais feliz na sua primeira fase da vida, a infância. Cunha (1994, p. 11). Dessa forma, fica claro que ―o brincar para a criança não é uma questão apenas de pura diversão, mas também de educação, socialização, construção e pleno desenvolvimento de suas potencialidades‖. 20 É importante dizer que desde os jogos mais simples até os mais complexos, todos têm a sua função social, comuniticativa e educacional. Cabe ao docente explorar da melhor forma para que o aluno com deficiência possa aprender por meio deles. Os PCNs (1999), afirma que: Além de ser um objeto sociocultural em que a matemática esta presente; o jogo é uma atividade natural no desenvolvimento dos processos psicológicos básicos; supõe um ―fazer sem obrigação externa e imposta‖, embora demande exigências, normas e controle. E o melhor através dos jogos pode-se trabalhar a interdisciplinaridade. Para crianças do Atendimento Educacional Especializado, as brincadeiras e jogos podem ser vivenciados de forma repetida para que eles compreendam a função e o objetivo proposto. A participação em jogos de grupo também representa uma conquista de cunho intelectual, emocional, cognitivo e social, além de provocar estímulos e melhorar o raciocínio lógico e o convívio social. Piaget (1990, p. 149) procurou compreender o papel do jogo na formação da inteligência afirmando haver: Um tipo de hierarquia relacionada ao desenvolvimento cognitivo da criança e suas capacidades de participar de jogos cada vez mais elaborados, jogos de exercícios, de atividades de repetição, podendo ser desde ações motoras até jogos de pensamento, imitando, jogos simbólicos e desenho como manifestações da aquisição de linguagem e capacidade representativa, jogos de regras, predominância da socialização. O brincar é um dos meios pelo qual ocorre a aprendizagem, sendo trabalhado como peça principal, o lúdico é um fator de criação e de brincadeira e possibilita meios para aprender com prazer. Segundo Brougére (1995, p. 89): Brincar é fundamental, a ideia que se tem dessa atividade, ideia inserida na cultura, portanto, no tempo histórico e social do grupo em questão. Fazer emergir as concepções que os professores têm a cerca do que é brincar nos pareceu um primeiro passo para compreender não a resistência, mas também as diferentes formas de participação do projeto Brinquedoteca na escola. 21 É importante que a escola trabalhe a brinquedoteca como um espaço lúdico e pedagógico para alcançar seus objetivos. No ato de brincar se faz necessária a participação de um adulto ou do educador para que as crianças possam sentir realmente o gosto pelas brincadeiras e tenha a percepção que para brincar não importa a idade e sim o prazer que a mesma reproduz. O objetivo da brinquedoteca é oferecer espaços para realizações de estudos, de lazer, da pesquisa, terapias, sendo colocado o brinquedo como alvo para o alcance das crianças e estimule as mesmas a dar respostas a partir das atividades lúdicas, tanto individuais quanto coletivas e desperte ainda mais na criança a responsabilidade do brincar coletivamente, além de preparar a mesma para a vida em sociedade, para conviver em família, com isso os pais conhecerão melhor as preferênciasdos seus filhos, através da relação que há entre eles. CONSIDERAÇÕES FINAIS A problemática do lúdico na Sala de Recursos Multifuncionais para as crianças com deficiência tem sido inserida na atualidade como um tema de suma importância na vida humana, pois através da ludicidade, desenvolve-se o processo criativo, cooperativo e a socialização entre os pares. Percebeu-se, que com essas atividades criativas ocorre a mudança de comportamento, a aceitação do eu e do outro. Tudo isso só é possível por meio de um ensino voltado não somente para a brincadeira, ou para o brincar por brincar, mas a brincadeira com objetivo, para educar, para aprender, visando o atendimento de qualidade e a função desse aluno na sociedade, e, consequentemente, no mundo. No entanto, mesmo com todos os avanços do trabalho lúdico com crianças com deficiência na Sala de Recursos Multifuncionais; nas salas regulares ainda caminha-se para essa efetivação. Portanto, é importante que os profissionais da educação básica entendam que a socialização dos estudantes e o uso do lúdico favorecem um crescimento saudável e autônomo. 22 É a partir da brincadeira com objetivo pré estabelecido que a criança com deficiência ou não torna-se cidadão consciente do seu dever, porém, existem alguns obstáculos para que esses objetivos sejam alcançados, a falta de brinquedoteca nas escolas; o receio de alguns profissionais em utilizar jogos e brincadeiras como forma para alcançar a aprendizagem, visando o prazer, a emoção e consequentemente o conhecimento de mundo. Em suma, ao utilizar o jogo no processo educativo avança-se para uma educação inclusiva, pois em sua maioria os jogos e brincadeiras visam à participação coletiva. Precisa-se, tomar consciência que brincar não é perder tempo, pois a atividade lúdica é desenvolvida, e utilizada como instrumento curricular, e, descobre-se nela uma fonte para desenvolver o conhecimento e a aprendizagem. Nessa perspectiva, a experiência, os saberes e os conhecimentos construídos na educação fundamental, nos anos iniciais acerca das crianças típicas e atípicas precisam atendê-las de forma integral, pois a educação é um direito fundamental. Por outro lado, não pode perder de vista o direito da criança com deficiência de participar de todas as atividades promovidas pela escola, pois é essencial para aproximar as crianças desde a primeira infância e estabelecer uma familiaridade e uma curiosidade para conhecer e fortalecer o vínculo entre elas enquanto brincam. Entretanto, a maioria das escolas não tem a atividade lúdica como estratégia de ensino, sendo hoje um dos maiores desafios para a escola do século XXI. Finalmente, espera-se através dessa pesquisa bibliográfica, contribuir para a ampliação de importantes conceitos e, sobretudo, proporcionar reflexões acerca do papel do lúdico no cotidiano da Sala de Recursos Multifuncionais. Espera-se, ainda que e o papel do lúdico possa ser fundamental para a construção da leitura e escrita, de forma que a criança possa se apropriar do conhecimento de mundo e não como um conteúdo escolar a ser aprendido para ser usado em momentos isolados. 23 Por fim, prentende-se, mostrar a outros profissionais docentes a importância de ampliar esta pesquisa para no futuro melhorar a qualidade do ensino de crianças com deficiência nas Salas de Recursos Multifuncionais e nas escolas públicas, onde o trabalho com atividades lúdicas sirvam de incentivo para que a criança sinta prazer pelo jogo, pela leitura e a escrita. REFERÊNCIAS ALMEIDA, Paula Nunes. Educação Lúdica, Técnicas e jogos pedagógicos. São Paulo: Loyola, 1985. BORBA, Jocélia Emília. O atendimento educacional especializado em Cumaru- PE em tempos de pandemia da COVID-19. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 08, Vol. 15, pp. 66-78. Agosto de 2020. 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Psicopedagoga pelo Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio (CEUNSP). Professora Especialista em Deficiência Auditiva da Rede Municipal de Ensino de Salto de Pirapora. RESUMO Este artigo trata das contradições existentes entre as normas, leis e políticas de educação para a inclusão de alunos deficientes e as situações existentes numa escola pública municipal do Ensino Fundamental II no Estado de São Paulo. A pesquisa ocorreu mediante leituras de referências bibliográficas sobre conceitos, normas brasileiras e metodologias para a Educação Inclusiva e um questionário aplicado com professores, que nos permitiram refletir sobre o processo de inclusão de deficientes na escola. Os resultados evidenciam que é necessária uma melhor capacitação dos professores para atenderem alunos com deficiência, bem como apoio governamental e dos atores sociais da escola para que esta política seja eficiente e ficaz. Palavras-Chave: Formação Continuada; Metodologia de Ensino; Educação Inclusiva; Educação Especial. INTRODUÇÃO Para uma educação de qualidade é fundamental a formação continuada dos professores, pois este processo de aprendizado contínuo contribui sobre maneira para as mudanças de mentalidade, quebras de paradigmas de práticas, crenças e valores arraigados no processo de ensino-aprendizagem. O interesse por esse tema surgiu por uma inquietude em compreender as principais dificuldades dos docentes do Ensino Fundamental II em relação à pessoa com deficiência. 25 Para discorrer sobre a Educação Inclusiva dentro do contexto das metodologias de ensino e da relação professor-aluno é necessário antes de tudo compreendê-la como uma educação voltada para a cidadania, sem preconceitos. Trata-se de uma concepção de educação que promove e valoriza as diferenças existentes entre os alunos, seja do ponto de vista do gênero, da raça, da cultura, da condição social ou da deficiência. Na Educação Inclusiva busca-se dar iguais oportunidades aos alunos, considerando sua diversidade, mas oferecendo equidadede condições e possibilidades de desenvolvimento. Partimos da concepção de que por meio da relação professor-aluno, bem como das metodologias de ensino desenvolvidas em sala de aula, podemos promover um ensino que considere as diferenças em sala de aula, contrariando a visão tradicional de que todos os alunos aprendem da mesma maneira e no mesmo ritmo. Levando em conta esta premissa o objetivo central desta pesquisa é analisar o papel dos professores no Ensino Fundamental II diante da inclusão de deficientes, por meio de um estudo de caso em uma escola do Estado de São Paulo, identificando as relações entre as normas e políticas públicas com as situações de formação e percepções dos professores em relação ao tema. Para a consecução deste objetivo este estudo fundamenta-se em autores como André (2017), Fonseca (1995), Goes (2013), Lakatos (2010), Mantoan (2009), Sassaki (2010) e Nóvoa (2014), bem como em normas governamentais principalmente do âmbito do governo federal. Inicialmente a pesquisa teve como foco o levantamentobibliográfico de livros, periódicos, revistas e artigosdiversos, a fim de apoiar e enriquecer o referencial teórico para análise de dados a serem coletados no estudo de caso. A abordagem da pesquisa ocorreu mediante os instrumentos da coleta e interpretação de informações com a pesquisa bibliográfica, depois com a aplicação de questionário para mostrar quais são as condições existents em relação ao trabalho dos professores em situações de Educação Inclusiva, numa escola do Ensino Fundamental II no interior paulista. 26 Como problemática da pesquisa tem-se às seguintes questões: há discrepância entre as práticas dos professors em sala de aula e as normas vigentes em relação à educação inclusiva para deficientes? A formação dos professores é adequada para atender tais exigências? Como superar essas dificuldades? CONCEITOS SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVA Entende-se por Educação Inclusiva aquela que está aberta às diferenças, à diversidade existente nas escolas, que apoie os diferentes grupos socio culturais, etários, e que abra possibilidades para alunos com deficiências e com dificuldades de aprendizagem possam participar deste processo, mesmo em ritmos distintos. Conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Especial (MEC, 1.998), a Educação Inclusiva: [...] implica uma nova postura da escola comum, que propõe no projeto político pedagógico, no currículo, na metodologia de ensino, na avaliação e na atitude dos educandos, ações que favoreçam a integração social e sua opção por práticas heterogenias. A escola capacita seus professores prepara-se, organiza-se e adapta-se para oferecer educação de qualidade para todos, inclusive, para as pessoas com necessidades especiais [...]. Para isso é necessária uma postura de toda a comunidade escolar, incluindo-se funcionários, professores, alunos, para que os estudantes deficientes tenham cidadania plena e sejam tratados com os mesmos direitos à educação. Para Sassaki (2010, p. 41) inclusão é ―[...] um processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir, em seus sistemas sociais gerais, pessoas com necessidades especiais e, simultaneamente, estas se preparam para assumer seus papéis na sociedade.‖ Desse modo, desenvolver uma attitude educacional com e para a diferença pressupõe uma mudança de paradigm educacional, um repensar de conceitos, referenciais teóricos e práticos que, até então vêm fundamentando 27 aeducação brasileira e, consequentemente, as ideias, posturas e atitudes dentro das escolas. A escola inclusive implica numa valorização da heterogeneidade e não da homogeneidade, pois precisa considerar que cada aluno tem interesses, habilidades, motivações e experiência pessoal únicas. A educação inclusive parte da premissa que cada aluno é único, singular, fazendo com que os alunos se sintam respeitados e reconhecidos em suas diferenças, em sua diversidade físico-emocional, sociocultural, racial e de conhecimentos e habilidades. Logo, está em consonância com a Declaração dos Direitos Humanos, de 1948, pelo respeito pelo outro, pela diversidade e de acordo com princípios como a Declaração de Salamanca, de 1994. Ao longo da história brasileira houve diversas terminologias para aqueles que tinham deficiências, entre elas eram chamados de incapazes, inválidos, excepcionais e depois mais recentemente passaram a ser denominados de portadores de necessidades especiais nos anos 1990 indo ao encontro de documentos da época. A seguir, vamos tartar brevemente de algumas políticas em relação à Educação Inclusiva, à Educação Especial e ao deficiente. LEGISLAÇÕES, POLÍTICAS E NORMAS DA INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO Dentro da história da Educação Especial e Inclusiva é de suma importância a cronologia para contextualização das mudanças ocorridas em relação à temática, ao longo do tempo e o modo como vem avançando. Até os anos 1970-80 não havia uma política integral, especializada e universal do governo brasileiro em relaçãoa os deficientes, sendo mais comuns as classes especiais, por exemplos, para surdo-mudo e deficientesvisuais. A maioria das mudanças de paradigmas em relação à inclusão do deficient foi criada com a redemocratização do Brasil, sobretudo com a promulgação da Constituição Federal (CF), que nos artigos 205 e 206 tratam da educação como direito a todos, estabelecendo a igualdade de condições e acesso e permanência. O artigo da CF n° 208, no inciso III (BRASIL, 1988), 28 afirma: ―[...] atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino‖. No âmbito internacional em 1.994 a Declaração da Salamanca, promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU), foi assinada por 94 países e assume como premissa a não segregação dos alunos com deficiência, afirmando que as escolas devem acolher a todos. Esta Declaração norte ou documentos e políticas brasileiras e, no mesmo ano, em 1994, foi publicada a ―Política Nacional de Educação Especial‖ com um processo de integração dos deficientes às classes comuns do ensino regular, mas ainda com padrões metodológicos de homogeneidade, não trazendo à tona a necessidade de metodologias que incluíssem e considerassem o deficiente. Outro documento fundamental que trata da questão no Brasil foi a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), de 1996, que define a matrícula na rede regular de ensino do aluno ―especial‖, assim como o Atendimento Educacional Especializado (AEE). Como explica o MEC, sobre o Atendimento Educacional Especializado (2009, p. 1): Os sistemas de ensino devem matricular os alunos com deficiência, os com transtornos globais do desenvolvimento e os com altas habilidades/superdotação nas escolas comuns do ensino regular e ofertar o atendimento educacional especializado – AEE, promovendo o acesso e as condições para uma educação de qualidade. O atendimento educacional especializado - AEE tem como função identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas. De um lado há avanços em relação às terminologias e conceitos usados, caso da concepção de Educação Especial, bem como do reconhecimento da importância da inclusão de alunos deficientes de preferênciana rede regular de ensino com atendimento especializado. Por outro lado, falta na prática uma alusão à formação de professores de maneira continuada e plena para atender efetivamente a esta norma. 29 Em 2001, o Conselho Nacional da Educação CNE/CEB nº2 cria as ―Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educação Básica‖ e institui em seu artigo 1 e parágrafo único: Art. 1º A presente Resolução institui as Diretrizes Nacionais para a educação de alunos que apresentemnecessidades educacionais especiais, na Educação Básica, em todas as suas etapas e modalidades. Parágrafo único. O atendimento escolar desses alunos terá início na educação infantil, nas creches e pré-escolas, assegurando-lhes os serviços de educação especial sempre que se evidencie, mediante avaliação e interação com a família e a comunidade, a necessidade de atendimento educacional especializado. O Parecer CNE/CEB nº17 de 2001, reforça as políticas de Educação Especial e trata da flexibilização e adaptação curricular nas escolas para os alunos especiais. Afirma que ainclusãona rede regular de ensino não consiste apenas na permanência física, mas representa o desenvolvimento do potencial dos alunos. Só no século XXI começamos a ter políticas em termos de normas e programas que trouxessem a preocupação da formação de professores para atender os alunos com deficiências. Em 2003, o MEC criou o Programa ―Educação Inclusiva: Direito à Diversidade‖ com o intuito de promover a capacitação de professores e gestores da educação das redes públicas municipais e estaduais para oferecer, segundo o documento, um ensino com qualidade na Educação Especial dentro da perspectiva da EducaçãoInclusiva. Foi um passo importante, mas ainda incipiente frente as necessidades de formação de professores no Brasil. Este Programa atendia na época cerca de 106 municípios-polos, com multiplicadores para outros municípios que aderissem ao Programa. Como explica o documento do MEC (2005, p. 9): Numa ação compartilhada, o Programa Educação Inclusiva: Direito à Diversidade, disponibilizará, para os municípios-pólo e secretarias estaduais de educação e quipamentos, mobiliários e material pedagógico, para a implantação de salas de recursos multifuncionais destinadas ao atendimento educacional especializado, com vistas a 30 apoiar o processo de inclusão educacional dos alunos com necessidades educacionais especiais na rede pública de ensino. Em 2005, o ―Programa de Implementação das Salas de Recursos Multifuncionais‖ apoia os sistemas escolares com conjunto de materiais didáticos, recomenda a acessibilidade arquitetônica dos prédios escolares e a formação docente para o Atendimento Educacional Especializado (AEE). A ideia das salas de recursos multifuncionais tornou-se importante, pois passam a ser espaços de convivência, de aprendizado e inclusão, mas que requer em uma capacitação dos professores para uso adequado destes espaços. Além disso, estes espaços precisam ser atualizados e realizadas manutenção constante. Em 2008, a ―Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva‖, trata da formação dos demais professores para a inclusão escolar, como afirma o documento (MEC, 2008): ―[...] oferta do atendimento educacional especializado; formação de professores para o atendimento educacional especializado e demais profissionais da educação para a inclusão; participação da família e da comunidade‖. Seguemalgumasnormas e políticasbrasileirasmaisrecentessobre o tema: NORMAS-LEIS-POLÍTICAS CARACTERÍSTÍCAS 2.009– Decretoexecutivo nº6.949– Conferênciasnacionais de educação (CONAB) e (CONAE). Perspectiva da ed. Inclusivacomo meta no planonacional de educação. 2009- Resolução MEC CNE/CEB nº4 – Diretrizes operacionais na educação básica, modalidade educação especial. O AEE deve ser oferecido no turno inverso da escolarização. 2.011- Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Plano Viver sem Limite) Decreto nº7.611 Promover e organizar o publico alvo do sistema educacional inclusivo. 2011- Nota Técnica MEC/SEESP/GAB nº06 Garantir um sistema educacional inclusive em todos os níveis e oferta de apoio se necessário com vistas a facilitar sua efetiva educação. Estabelece que cabe ao professor do AEE a identificação das especificidades educacionais de cada estudante de forma articulada com a sala de aula comum. 2.014-Plano Nacional de Educação (PNE) Define as bases da política educacional brasileira. 2;015 – Lei nº13.146 – Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI) A educaçãodeve ser inclusiva e de qualidade em todos os níveis de ensino. 31 Todos esses eventos normativos anteriores destacam a ampla mobilização mundial e no Brasil de pessoas com deficiência em busca de seus direitos e uma melhor qualidade de vida, porque a Educação Inclusiva por mais justa que seja, requer reflexão e preparo no contexto escolar. As leis e normas nacionais tiveram um valor relevante para o aprimoramento da educação nacional e traçaram açõesinclusivas com a intenção de instrumentalizar a sociedade e os profissionais da educação com conhecimentos necessários para o desenvolvimento das habilidades, competências e o aperfeiçoamento das potencialidades de todas as pessoas com deficiência. Entretanto, para que a inclusão se efetue, as normas por si só não solucionamos problemas como indica Mantoan (2.009, p. 37), ―[...] as soluções recomendadas para mudar essa situação parecem repetir as mesmas medidas que o criaram, ou seja, mudaram a mitologia, modificaram o prédio, mas não buscaram as raízes das causas geradoras das dificuldades dos estudantes.‖ Assim, precisamos compreender como ocorre a atuação dos professores e demais atores sociais envolvidos neste processo educativo. A ATUAÇÃO E FORMAÇÃO DOS PROFESSORES Em geral, na cultura educacional brasileira a questão do deficient vem ganhando subsídios que melhoraram a compreensão dos professores sobre o assunto. Entretanto, ainda existe o preconceito que é um tipo de pensamento ligado à experiência vivida por falta de entendimento ou da percepção em relação ao deficient na perspective inclusiva. A maior parte dos preconceitos relacionados à deficiência expressa a dificuldade dos indivíduos de lidarem com a deficiência e com o deficiente, pela estranheza que a diferençacria, pelo desconhecimento, sobretudo, do ―outro‖ que é diferente. Por isso, é necessário rever as práticas e também o pensamento que permeia parte das ações educativas, já que a proposta de Educação Inclusiva está alicerçada numa pedagogia centrada na aprendizagem dos alunos que leva emconta as necessidades de cada um. 32 No ambiente escolar a manifestação de um comportamento inclusive revela a oferta de condições de acesso e de permanência na escola, de garantia do direito à educação escolar de qualidade a todos os alunos com vistas ao exercício da cidadania. Para a aplicação das metodologias de ensino na Educação Inclusiva são necessaries recursos materiais e humanos capacitados para sua efetivação no processo de ensino-aprendizagem, permitindo a flexibilização dos conteúdos e estratégias, para que considerem as necessidades reais do aluno. A inclusão representa hoje uma das grandes preocupações dos professores, visto que, graças às transformações na legislação educacional brasileira, as pessoas com necessidades educativas especiais têm finalmente garantido seu lugar na sala de aula, o que acaba esbarrando em uma nova situação: estarão os professors preparados para recebê-los e garantir sua aprendizagem? Sabe-se que não basta ao aluno ter garantido seu acesso aos bancos escolares, é de seu pleno direito, também a aprendizagem. Mesmo nas últimas décadas do século XX e início do século XXI, o sistema educacional como um todo tem sido questionado e tem se transformado para atender as exigências das novas concepçõesformadas. Dentro deste contexto, alguns professores precisam mudar seu modo de pensar o ensinar, assim como as maneiras que desenvolvem o processo de aprendizagem na sala de aula. Alguns encontram-se perdidos em velhas práticas, buscando ainda definer suas maneiras de atuar. Existem alguns professores que são bastante resistentes às inovações educacionais, principalmenteem relação à inclusão. É fundamental uma mudança de percepção em relação ao tema, já que todos têm o direito de se desenvolverem. Por outro lado, há que se considerar que uma educação para TODOS é válida, porém quase utópica de ser concretizada com muitos alunos em sala de aula e nas circunstâncias nas quais muitos professores trabalham hoje. De acordo com Mantoan (2009, p.37), a inclusão está baseada em relações de aceitação, respeito e valorização das diferenças, entre professores, 33 alunos e pais, sendo condição necessária para atingir o objetivo de uma Educação Inclusiva que abranja a diversidade. Um professor receptivo, compromissado com a aprendizagem e o desenvolvimento de seus alunos, estará aberto a trabalhar com a diversidade, ajudará no compromisso de inserção das pessoas com deficiência para que não sejam causa de evasão e de exclusão escolar. Contudo, é importante atentar que a escolacomo um todo precisa estar aberta a estas mudanças de paradigma, considerando uma infraestrutura acessível aos deficientes e também mudanças de posturas e práticas de apoio efetivo à inclusão. Para isso, é importante que os professors tenham apoio da direção da escola, da coordenação pedagógica que precisa ser democrática, participativa, coletiva e solidária, promovendo o debate, a responsabilidade compartilhada, o planejamento coletivo e cooperativo na elaboração e implementação do Projeto Político Pedagógico (PPP). No PPP é fundamental que se contemple a questão da inclusão dos deficientes, bem como a formação continuada dos professores, permitindo a melhora das suas práticas em relação ao aluno deficiente e sua inserção numa escola heterogênea. O conceito da formação continuada segundo Cunha e Isaía (2.003, p.368) tem relação com iniciativas de formação no período que acompanham o tempo profissional dos sujeitos. Para o estudioso português Nóvoa (2.014, p.23) o aprender contínuo é essencial e se concentra em dois pilares com a própria pessoa e a escola como lugar de crescimento profissional permanente. Considerando os autores citados, a formação dos educadores enfatiza que seja concretizada na perspectiva da reflexão e da investigação sendo capazes de adequar as suas atuações às necessidades de seus alunos em cada época e contexto. Apesar de formalizada a necessidade de transformações naformação continuada dos professores, estas não ocorrem de forma automática, mas nas 34 situações enfrentadas no dia a dia, conforme ressalta Perrenoud (1.999, p. 8) na afirmação de que: [...] vê-se claramente que a prática reflexiva e a participação crítica das attitudes deveriam ser adotadas, visadas e desenvolvidas pelo conjunto dos formadores e das unidades de formação, [...]sejam constantemente conduzidas de forma paralela, a partir das próprias situações, desenvolvendo um discernimento profissional. É fundamental investir nessa formação continuada do professor para ajudá-lo a desmistificar conceitos, supercar suas dificuldades e preconceitos, tornando-o mais consciente, crítico, participativo, reavaliando sua atuação, criando metodologias e instrumentos que sejam significativos para seu publico alvo. É necessário que no planejamento escolar e no plano de aula, o professor proponha metodologias ativas, inovadoras, que despertem as habilidades/competências dos alunos e considere suas especificidades. Por isso adaptar currículos, selecionar atividades e formular avaliações adaptadas, tais como: as lições de casa, a pesquisa, a produção textual, as experiências, as provas intermediárias, as atividades extras, entre outras, para as pessoas com deficiência ou dificuldade de aprendizagem é essencial. Um dos espaços privilegiados para uma permanente formação continuada é a sala de aula através de uma contínua reflexão e investigação da sua prática docente. A formação continuada dos professors principalmente no Ensino Fundamental II, com vistas à promoção da Educação Inclusiva precisa ter espaço na escola, com trocas de experiências entre professores que vivenciam as mesmas situações, capacitações feitas por especialistas, bem como apoio à formação em pós-graduação na área de Educação Especial. Não deve apenas focar em diferenciar o conteúdo curricular e sim, a forma como cada aluno maneja o conteúdo, adotando currículos abertos, propostas curriculares diversificadas, inclusão de professor especialista para favorecer esse processo, planejar aulas interessantes que despertem as habilidades e competências a serem alcançadas. 35 Elencamos alguns procedimentos que consideramos importante neste processo: • Forneça aos alunos instruções individuais para a execução das atividades, mesmo depois de já ter orientado a classe coletivamente; • Requisite aatenção do aluno constantemente para que participe das atividades propostas; • Escute o que o aluno tem a dizer e perceba como ele se sente; • Se for necessário, auxilie o alunoa organizer seu material antes e depois de cadaatividade; • Recorde o conteúdo antes de aprofundar ou inserir novos conceitos; • Selecione metas e objetivos de aprendizagem que funcionem e sejam significativas e relevantes para o aluno com deficiência; • Promova atividades para que sejam feitas na prática; • Permita que o aluno explique sua aprendizagem em diferentes contextos; • Incentive a construção de amizade no grupo e respeito pela diversidade, caso não ocorra na interação entre osalunos; • Avalie constantemente a eficácia de suas intervenções e altere quando for preciso; • Nas correções das atividades propostas, procure chamar o aluno individualmente para que perceba suas dificuldades, dando retorno de sua participação nas atividades. • Utilize de materiais concretos, interessantes e variados e diversifique as estratégias de aula. • Adeque sua linguagem as possibilidades de compreensão do aluno; Tais medidas servem emgeral para osdiversosalunos, mas precisam ser mais enfatizadas para alunos com deficiência, considerando suas especificidades. ESTUDO DE CASO: 36 Para alcançar os objetivos propostos da pesquisa, desenvolvemos um questionário com professores do Ensino Fundamental II, de uma escola na Região Metropolitana de Sorocaba, no Estado de são Paulo. Nesta pesquisa aplicamos vinte questionários e entrevistas com intuito de levantar as seguintes questões: sem a formação adequada, ou ainda mesmo com algum curso de capacitação que dificuldade os professores do Ensino Fundamental II têm para selecionar/adaptar conteúdo para alunos com necessidades especiais? Como supercar essas dificuldades? O que falta para os professores do Ensino Fundamental II atender as pessoas com necessidades especiais? Os sujeitos da pesquisa foram 12 pessoas do sexo feminino e 8 do sexo masculino, professores que atuam no Ensino Fundamental II numa escola na região Metropolitana de Sorocaba do Estado de São Paulo. Destes 10 professores possuem mestrado, 9 lecionam de 5 a 10 anos para pessoas com deficiência e 8 já participaram de algum curso específico para trabalhar com a inclusão. Algo que chama a atenção é quando questionados sobre o que falta para você melhorar sua relação como professor com o aluno com deficiência, 13 responderam que ―precisam de melhor formação e que tem dificuldade em lidar com os deficientes‖; e 7 respondem que ―falta de tempo e tem excesso de alunos em sala de aula‖. Querem melhor formação, mas não procuram cursos especializados no assunto e admitem dificuldade em lidar com alunos deficientes, sendo preciso apoio para que este professor tenha oportunidades de melhorar sua formação, e, ao mesmo tempo, realmente queira transformar sua maneira de tartar destes alunos,modificando sua postura e buscando capacitar-se para melhorar sua prática em aula. Segundo Nóvoa (2014) é preciso que os professores estejam abertos às novidades, procurando metodologias inovadoras, partindo de uma análise individual e coletiva das práticas educativas. Nos questionários deparamo-nos com alguns discursos que enfatizam um certo conformismo com a situação, sem querer avançar e proposições, tais 37 como: ―[...] ―há excesso de alunos‖, ―não sei fazer‖, ―não quero fazer‖ ou ―é obrigado fazer?‖ Porque dá trabalho! Segundo Isabel Sanches (2011) estar incluído significa querer estar, estar disponível para respeitar e ser respeitado, gerir os seus preconceitos, pois conhecer sobre inclusão e deficiência, não implica em aceitar os outros que são diferentes. Está em vigor no Estado de São Paulo, a Lei Estadual n°15830/2015 que limita o número de alunos em sala que conte com aluno de inclusão, tanto para escolas públicas como as privadas. Se houver matrícula de aluno com necessidades especiais em uma classe, esta classe não pode ultrapassar o número de 20 alunos matriculados. Se houver em uma classe 2 ou 3 matrículas de alunos com necessidades especiais. As demais matrículas desta turma, não poderão ultrapassar o número de 15 alunos. Isso é uma medida importante para minimizar os problemas existentes para turmas grandes e diversas que precisa ser cumprida. Segundo Nóvoa (2014) muitas questões permeiam a profissão docente, sendo importante refletir sobre a imagem e a função dos professors ao longo do tempo, e como elas se estabelecem hoje. Existem também alguns professores que tiveram em sua formação cursos sobre como trabalhar com a inclusão, mas, enquanto teóricos e pesquisadores estão refletindo, discutindo sobre terminologias, mas têm dificuldades na prática e na relação com o aluno deficiente numa classe heterogênea. As escolas têm recebido em suas salas de aula um fluxo cada vez maior de pessoas com deficiência e no meio de tal problemática há as escolas, os professores e, principalmente, os pais tentando acertar o passo. Dos 20 professores pesquisados, 9 professores relatam que suas aulas não são acessíveis a todos os alunos e 14 professores não consideram as diferenças entre os alunos no processo ensino-aprendizagem e deixam de usar diferentes estratégias para incluir pessoas com deficiência. 38 Isso demonstra que efetivamente ainclusão não ocorre como deveria, pois o deficient não é atendido considerando suas necessidades especiais, conforme afirmam as normas existentes. Em tempos de inclusão, ainda é visível a dificuldade de alguns professores em articular novas ações no cotidiano escolar e suas metodologias de ensino não suprem as necessidades educativas especiais das pessoas com deficiência. Segundo Mantoan (2.009, p. 22): ―É preciso lembrar, entretanto, que alunos com deficiência não são os únicos cujo rendimento diverge dos ―padrões‖ comuns, principalmente quando métodos e práticas de ensino não trazem nada que contemple as diferenças em sala de aula‖. Nesses novos tempos de tecnologias, enquanto alguns professors não forem sensibilizados e capacitados para a mudança, continuará a haver um descompasso entre as normas e as práticas em sala de aula. O fato de o professor ter pouco tempo para preparer suas aulas, considerando a diversidade é uma questão a ser considerada, pois é mais fácil e dispensa menos tempo preparara tividades iguais para todos do que de acordo com a condição de aprendizagem de cada um. Em seus discussos e projetos pedagógicos na Escola há pressupostos de integração e de inclusão, mas as práticas privilegiam a homogeneidade, ou seja, a semelhança com o princípio constitutivo, promovendo a exclusão educacional daqueles que se afastam, por uma razão ou por outra do modelo homogêneo. Nas avaliações seria necessário deixar de rotular e classificar os alunos e procurer identificar as fragilidades dos alunos no seu processo de ensino- aprendizagem. O sucesso na aprendizagem do aluno se dá através da avaliação das suas potencialidades sendo fundamental para identificar necessidades específicas do aprendiz. As aulas devem ser planejadas garantindo a participação de TODOS, com várias metodologias e práticas de ensino, valendo-se também das tecnologias disponíveis e dos recursos diferenciados. Para isso, é preciso o 39 apoio e orientação de coordenadores pedagógicos e da direção da escola, sendo premissa básica do Projeto Político Pedagógico. As adaptações curriculares não são um novo currículo, mas um currículo dinâmico, passível de ser alterado, para que atenda realmente a todos os alunos e respondendo a necessidade de cada um. O currículo deve ser dinâmico e precisa possibilitar o acesso e inclusão dos alunos e o PPP deve propor a responsabilidade de TODOS os atores sociais da escola (equipe gestora, professores, especialista, pais e comunidade), envolvidos com a educação dos alunos com deficiência. Quando questionados sobre o que precisa para melhorar sua atuação em relação as pessoas com deficiência, 15 professores responderam que não são especialista na área, 3 precisam se aprimorar mais, 1 quer atenção individual e 1 mais tempo. Quando o assunto é inclusão, os discursos mais comuns dos professores resumiram-se em: ―Eu não sou especialista‖ palavras que refletem os conflitos neste processo. Uma boa formação do professor deve fornecer uma base sólida quanto à sua capacidade de análise dessas diferenças existentes, em qualquer nível da Educação Básica, bem como nortear a intervenção pedagógica. Assim, uma boa formação básica do professor é necessária para que ele tenha condição de ensinar, considerando as diferenças individuais, inclusive aquelas decorrentes da deficiência, o que não significa que cursos de atualização não sejam necessários de forma sistemática. Somente a partir da conscientização e do trabalho com os alunos é que pode ocorrer uma preparação e capacitação efetivas. Um dos pontos essenciais é a busca do próprio professor por orientação, atualização e a discussão das questões sobre inclusão e deficiência na escola, independentemente de ter o especialista na escola. Acreditamos que uma especialização na área de Educação Inclusiva seja importante, mas também é importante que o docente seja aberto a mudanças, a aprender, pois o professor da rede pública paulista tem o Horário de Trabalho Coletivo (HTPC) para preparar aulas, além dos seus horários vagos entre aulas. 40 É preciso deixar de ser somente uma política normative pública e ser praticada efetivamente nas escolas, pois necessitamos de uma nova escola que aprenda a refletir criticamente, a pesquisar. Uma escola que não tenha medo de se arriscar, mas, muita coragem de criar e de questionar o que está estabelecido, em busca de rumos inovadores, necessários à inclusão, que os professores sejam reflexivos, pesquisadores, saibam que a melhor formação continuada é a própria sala de aula fazendo da sua formação a possibilidade de se desenvolver pessoal e profissionalmente. Temos duas opções: 1ª ficarmos estáticos, questionando, culpando e reclamando. Essa posição não traz alívio para as angústias e ainda produz sofrimento para si e para todos que nos rodeiam. 2ª parar, olhar a nossa volta e reagir, arregaçar as mangas e ver como podemos melhorar essa situação. Refletir sobre si mesmo, como pessoa e profissional e sobre medos, preconceitos. Este papel não deve ser somente do professor, mas de todos os atores sociais envolvidos no processo, incluindo-se apoio governamental para a educação continuada dos professores. CONSIDERAÇÕES FINAIS Percebemos, que mesmo com a implementação das novas políticas, vive-se diariamente
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