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Universidade Federal de Mato Grosso Faculdade de Medicina Disciplina: Saúde e Sociedade I RESENHA CRÍTICA DO ARTIGO “DA NOÇÃO DE DETERMINAÇÃO SOCIAL À DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE” Discente: Laís de Souza Almeida Docente: Franciele Sílvia DeCarlo Disciplina: Saúde e Sociedade I Curso: Medicina Cuiabá- MT NOVEMBRO DE 2021 Universidade Federal de Mato Grosso Faculdade de Medicina Disciplina: Saúde e Sociedade I O artigo “Da noção de determinação social à de determinantes sociais de saúde” foi escrito por Júlia Arêas Garbois e Francis Sodré que integram o Programa de Pós- graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Espírito Santo e Maristela Dalbello-Araújo que integra o Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Espírito Santo e o Programa em Políticas Públicas da Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia. É um artigo de revisão literária que foi publicado no volume 4, número 112 da revista SAÚDE DEBATE sendo publicado na edição de janeiro-março de 2012. A finalidade desse artigo foi abordar de maneira critica os parâmetros de determinantes sociais saúde que é divulgada de forma oficial pela Organização Mundial da Saúde (OMS), partindo da discussão sobre a perspectiva conceitual que é possui divergências com aquela que foi apresentada na década de 1970, pela corrente médico- social latino-americana, de determinação social da saúde. Essa discussão utiliza os preceitos filosóficos que são base da noção de determinantes sociais da saúde, a partir de argumentos fundados na sociologia positivista de Émile Durkheim. Assim, os autores concluíram que a identificação “social” é fragmentada, desse modo, surgindo consequências práticas e políticas e demonstrando que é insuficiente para analisar as mudanças sociais da contemporaneidade. A princípio, o processo de adoecimento era interpretado de forma linear e biologicista, mas a corrente médico-social inovou ao incluir a influência da classe social no processo do surgimento de doenças, desse modo, a relação do indivíduo com a natureza e os demais integrantes da comunidade começou a ganhar destaque ao ponto de que no ano de 2005, a OMS decidiu criar a Comissão para os Determinantes Sociais da Saúde (CDSS) para debater e combater as desigualdades em saúde. Já no ano de 2011, ocorreu um novo marco conceitual sobre a CDSS em que os determinantes estruturais possuem uma ação pelo conjunto de vários determinantes intermediários que são moldes nos efeitos na saúde, sendo que essas estruturas elencam os mecanismos sociais, econômicos e políticos que derivam as vulnerabilidades sociais e exposições diferenciadas nas condições de saúde e isso causam reflexos sobre as hierarquias que essas pessoas ocupam na sociedade. Além disso, essas causas estruturais são enfatizadas como a principal causa das iniquidades em saúde e modulação das condições de vida. Universidade Federal de Mato Grosso Faculdade de Medicina Disciplina: Saúde e Sociedade I Esse modelo adotado sofreu críticas principalmente no interior da saúde coletiva e medicina social latino-americana, por causa dos parâmetros que são utilizados para a diferenciação entre determinantes sociais da saúde e a determinação social do processo saúde-doença, pois a OMS compreende os fatores, contextos e circunstancias de forma fragmentada e reduzida da realidade em que a pessoa vive e acaba não incluindo os fatores analíticos de peso que integram a ciência como reprodução social, modos de produção etc. que podem causar consequências na saúde. Ademais, mencionam a falta de conteúdo críticos e movimentos das abstrações e que não existe o reconhecimento que não existe compatibilidade entre o regime de acumulação capitalista e os modos de vida saudáveis. Nesse debate é importante revisitar os argumentos da sociologia positivista de Émile Durkheim, com a finalidade de desvelar os preceitos filosóficos que sustentam a noção de determinantes sociais da saúde. Esses preceitos afirmam que os acontecimentos humanos podem ser explicados de forma natural, pelo fato de compartilhar a condição de constância e regularidade, do mesmo modo que é interpretado os fenômenos naturais. Devido a isso, os indivíduos acabam adotando a maneira coletiva de agir e pensar das gerações anteriores a dela, dessa maneira, a educação acaba tornando um instrumento primordial na mudança desse padrão de comportamento. Para que o pesquisador possa realizar a observação do modo de vida social daquela comunidade para o delineamento de um plano educacional para modificar os hábitos nocivos dessa população, é necessário que adote o modo científico neutro sem o julgamento de valor para que possa analisar de forma sociológica e cientifica para definir o fenômeno para ocorrer a definição prévia e objetiva daquela localidade. Além disso, a caracterização e delimitação do social possibilitou o isolamento, a fragmentação e sua classificação pela ciência, tornando possível fragmentá-los para realização de estudos e organização das relações de causalidade com fenômenos da vida, podendo mencionar o processo de saúde-doença. Partindo desse ponto, é compreendido o motivo da explanação da forma em que os pressupostos positivistas participam do processo da análise da mutação de léxico entre determinação social e determinante social, possibilitando o estudo aprofundado dos modos em que pode combater a iniquidade. Porém, no campo acadêmico, as disciplinas da área de humanas não são incluídas como disciplinas obrigatórias nos cursos da área da saúde, dessa forma, os profissionais acabam negligenciando a parte social do indivíduo e da coletividade e preferem abordar somente a área biologista, sendo que algumas doenças ocorrem devido a problemas Universidade Federal de Mato Grosso Faculdade de Medicina Disciplina: Saúde e Sociedade I sociais daquela localidade como o tipo de moradia do indivíduo, por exemplo. E devido a essa visão, ocorre a redução do papel politico dos cidadãos para agir perante as questões sociais que são complexas causando um grande gasto por parte do poder público com pagamento de consultas de diversos especialistas para descobrir uma doença cuja origem é dada pela negligencia política como acesso a moradia digna.
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