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SL104- Saúde e Sociedade
Arielly Siqueira de Medeiros-165807
Desigualdades sociais em saúde e práticas corporais: um exercício singular de análise Social.
1-Desigualdades sociais e iniquidades em saúde: ponto de partida conceitual
No Brasil o crescimento da economia está atrelado diretamente as situações segregadoras. A miséria e a pobreza deriva dos grandes centros urbanos, e é através desta dinâmica que a determinação de desigualdades absolutas e/ou relativas (renda e condições de vida) como cita Bagrichevsky et al. Apud Waitzman e Smith (1998).
O conceito iniquidade proposto por Kindig, (2007) que induziu a relação do mesmo com desigualdade. E assim tal conceito, agora era um símbolo utilizado para combater e evitar qualquer desigualdade injusta com os indivíduos. A importância de se dimensionar iniquidades já está muito pautada na literatura e nos serviços concernentes, “devido às respectivas interferências destas nos desfechos em saúde” como cita Bagrichevsky et al. (2013).
 O preceito da equidade é o reconhecimento que a vida das pessoas são distintas de acordo com cada contexto que estão inseridas, sendo assim, o Estado deve dar um suporte diferenciado a tais pessoas, a fim de reduzir ou até acabar com tais desigualdades. Algumas medidas a serem tomadas é a disponibilização de “recursos e investimentos públicos em estrutura e serviços, enquanto persistirem tais desvantagens em relação aos mais ricos” (Bagrichevsky et al. Apud Kindig, 2007; Nogueira, 2010). 
Segundo Bagrichevsky et al. apud Escorel (2001), a equidade em saúde é abordada em duas vertentes, em relação às condições de saúde-doença populacional (biológico e escolha) e o acesso e uso dos serviços de saúde (porcentagem de possibilidade de uso por parte desta população em questão).
 A frequência e potencial de disseminação/agravamento de doenças nestas populações é um campo muito importante, devido aos estudos dos principais problemas socio sanitários de cada região e assim a elaboração de políticas para a prevenção e assistência, e consequentemente a eficiência ou não de tais ações.
2-Utilização de “medidas” no contexto das iniquidades em saúde
As unidades de medidas utilizadas no meio são frequentemente confundidas como similares, podendo haver assim um potencializador de ineficácia, uma vez que não se sabe distinguir “indicador” e “índice”. Logo, indicador mede somente aspecto relativo analisado, e índice sintetiza em um único índice várias dimensões da análise.
“A presença de ruas pavimentadas; existência de água encanada que chega e abastece as moradias; presença de iluminação pública nas ruas; [...] maior nível de escolaridade dos membros das famílias e de renda familiar” (Bagrichevsky et al. 2013) podem ser indicadores de saúde nos municípios.
Já o IQU é um índice que aborda várias dimensões para dar um resultado, desde a dimensão educacional, renda, ambiental, até habitacional, onde aponta o nível de escolaridade, a concentração e desigualdade de rendimentos, reflete a infraestrutura de serviços urbanos, e mensura o nível de conforto dos indivíduos respectivamente.
A violência é uma questão abordada no estudo, devido a insegurança por partes dos moradores a frequentarem lugares públicos e até fundamentalizar homicídios em determinadas áreas. O estudo aborda três elementos relacionados a saúde destas pessoas, “atributos individuais; atributos do grupo social no qual os sujeitos estão inseridos; e o entorno físico/ territorial, que chamam de “unidade de contexto” (Bagrichevsky et al. 2013).
3-Práticas corporais/atividades físicas: dois exemplos da iniciativa pública no território capixaba
· Primeiro exemplo: Instrução Normativa nºo 36 da Polícia Federal
Tendo o objetivo da prática de atividade física, as tarefas cotidianas eram diminuídas em uma hora, a fim de haver o exercício físico, ainda sendo computada como jornada de trabalho (diário) logo, é obrigatório a prática. No entanto, embora tal ação, não houve investimento para a mesma, logo, surgiu se era uma medida preocupada com a saúde ou só uma medida administrativa influenciada. 
Mesmo havendo a obrigatoriedade, os policiais não se sentiam motivados, devido alguns o sentimento de obrigação ou incapacidade financeira, uma vez que policiais com melhor poder aquisitivo cumpriam em áreas privativas, mas já aqueles que são menos privilegiados disseram cumprir em ambientes aleatórios. Devido a tais desigualdades, comentários sobre o descaso em criar uma normativa e não capacitaram todas as polícias estaduais.
A profissão em questão, além de ser perigosa, exige do indivíduo ter uma capacidade física enorme, mas como levantado no estudo, a negligência por parte da atividade física, além de prejudicar o trabalho, é também uma situação preocupante, devido ao alto índice de policiais, acima do peso, ou com predisposições a doenças cardiovasculares, como foi apresentado.
· Segundo exemplo: Serviço de Orientação ao Exercício (SOE)
A medida tem o objetivo da prática de exercício, sendo assim ofertado acompanhamento profissional em algumas modalidades de práticas corporais nos “módulos permanentes” instalados em localidades públicas. Existem 14 unidades em funcionamento, tendo desde aulas de alongamento, yoga, hidroginástica, ginástica localizada, voleibol master até caminhada e dança. 
O SOE, tem suas próprias medidas de princípios, sendo divergentes dos critérios da política nacional de saúde, sendo “sempre a partir dos territórios com os piores níveis de desenvolvimento socioeconômico e sanitário” (Bagrichevsky et al. Campos e col., 2009), por exemplo o Jardim Camburi, bairro com ótimas condições infra estruturais, e mesmo assim foi o primeiro a ser escolhido como sede do SOE, sendo mais favorável a população ao redor.
A estatística no qual dez dos melhores índices no IQU, tendo três permanentes, é contraditória a iniciativa apresentada pelo SOE, outro exemplo é que nenhum dos bairros com pior IQU há qualquer permanente do SOE, sendo nítido a expressividade de equidade já apresentada. Logo, é necessário uma atitude do Estado, uma vez que tais políticas sociais não remediam tal situação. Um dado muito importante apresentado no quadro é o número de homicídios, mais elevado nos bairros com piores IQU, podendo ser expressado na inutilização de ambientes públicos como a iniciativa do SOE.
De acordo com Bagrichevsky et al. apud Santos (2000), cita que “democracia sem justiça social é mera formalidade, ou seja para que estas ações sociais estejam realmente ligadas ao bem-estar da população menor favorecida, a fim de promover igualdade, devam priorizar as pessoas que precisam, e não favorecer ainda mais as que não “necessitam”. Logo, é necessário analisar os norteadores dos programas, relacionar a ideia ao bem estar e não a medidas administrativas por exemplo, a fim de “reverter/refrear as preocupantes realidades iníquas que nos cercam de modo persistente” Bagrichevsky et al. (2013).
Referência:
Bagrichevsky, Marcos et al. - Desigualdades sociais em saúde e práticas corporais: um exercício singular de análise Social- Saúde Soc. São Paulo, v.22, n.2, p.497-510, 2013- disponível em: <file:///C:/Users/ari15/Downloads/desigualdade%20social%20e%20atividade%20f%C3%ADsca%20(1).pdf>

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