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Estudo Dirigido Imunologia

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Imunologia – 2021/2 
 
Nome: Danielle Louise Pereira de Souza 
 
1. Diferencie resposta imune inata e resposta imune adaptativa 
identificando as principais características que definem cada uma, bem 
como os principais componentes que atuam em cada resposta. 
 
A resposta imune inata é a resposta inicial do sistema contra lesões ou invasões 
de microrganismos. Ela ocorre por meio de células e mecanismos que são 
produzidos anteriormente à aparição da ameaça e por esse motivo, geram 
respostas mais rápidas às infecções. Seus receptores identificam um repertório 
de organismos nocivos por meio de uma estrutura comum a esses 
microrganismos semelhantes e por isso, não possui um grau de especificidade 
alto para pequenas diferenças entre eles, executando, assim, um procedimento 
extremamente parecido em todos os casos. Os componentes principais desse 
tipo de resposta são a pele e os epitélios de mucosa, que servem como barreiras 
físicas, assim como moléculas antimicrobianas produzidas nesses epitélios, 
neutrófilos, macrófagos, células dendríticas, mastócitos, células natural killer 
(entre outras células linfoides), e proteínas do sangue junto a elementos do 
sistema complemento que servem como barreiras químicas. A atuação desses 
componentes na imunidade inata pode ocorrer pelo recrutamento de fagócitos 
ou leucócitos para a destruição de microrganismos, dando origem ao processo 
de inflamação; pelo bloqueio da replicação viral ou pela morte de células 
infectadas sem o processo de inflamação. 
Já a resposta imune adaptativa é estimulada pelo aparecimento do processo 
inflamatório, complementando o efeito da resposta imune inata. Por desenvolver 
uma resposta mais específica e completa, a execução dela é mais demorada do 
que a resposta inicial do organismo. Esse tipo de imunidade possui uma alta 
especificidade para diferentes tipos de antígenos, produzindo células que 
reconhecem diferentes ameaças e que produzem uma resposta diferente de 
acordo com a necessidade. Além disso, essas células específicas possuem vida 
longa e, por isso, desenvolvem uma espécie de “memória” para os diferentes 
antígenos de forma que, uma segunda exposição a um mesmo microrganismo 
produz uma resposta mais rápida e eficiente. Os principais componentes do 
sistema imune adaptativo são os linfócitos e seus produtos. Nas barreiras 
celulares e químicas os elementos são linfócitos nos epitélios e anticorpos 
secretados nas superfícies epiteliais, já no sangue a resposta adaptativa ocorre 
por meio de imunoglobulinas. A imunidade adaptativa ainda se divide em dois 
tipos: a imunidade humoral e imunidade mediada por células. O primeiro caso 
trata-se da defesa por meio de moléculas secretadas por linfócitos B, as 
imunoglobulinas, que estão presentes no sangue e nas mucosas. Esses 
anticorpos são essenciais para o combate de antígenos fora das células, como 
no lúmen dos tratos gastrointestinal e respiratório e no sangue. Por fim, a 
imunidade mediada por células é coordenada por linfócitos T. Esse tipo de 
resposta adaptativa protege o organismo contra fagócitos e células do corpo que 
estão infectadas por microrganismos não erradicados pela resposta humoral. 
 
Data: 10/12/21 
 
2. A imunidade adaptativa pode ser adquirida ativa ou passivamente. 
Diferencie-as e dê exemplo(s) de cada uma. 
 
A imunidade adaptativa ativa diz respeito à imunidade em que a exposição ao 
antígeno leva o indivíduo e seus linfócitos a produzirem anticorpos para a defesa 
do organismo. Por exemplo, uma pessoa que nunca foi exposta ao vírus da gripe 
que, ao contraí-la, produz anticorpos contra o antígeno, desempenhando um 
papel ativo no desenvolvimento da imunidade. 
A imunidade adquirida de forma passiva diz respeito a imunização proveniente 
de uma transferência de anticorpos de outra pessoa ou animal que já são imunes 
a determinado antígeno. Um exemplo é a transferência de anticorpos maternos 
através da placenta para o bebê, proporcionando imunidade a antígenos aos 
quais eles ainda não possuem a capacidade de combater. 
 
3. Uma das características mais importantes do sistema imune é a 
capacidade de reconhecer e responder adequadamente a diversos tipos 
moleculares. Cite 5 mecanismos que geram diversidade no sítio 
combinatório dos BCRs (imunoglobulinas) e TCRs. Aponte quais ocorrem 
antes do contato com o antígeno e qual ocorre durante a resposta imune 
de linfócitos T e B. 
 
Um mecanismo que gera diversidade no sítio combinatório dessas células é a 
recombinação de segmentos de genes V, D e J. Essa recombinação produz 
novas sequências de aminoácidos nos sítios de ligação, resultando em um 
repertório extenso de possibilidades para a ligação de antígenos a 
imunoglobulinas e TCR. 
Outro mecanismo importante para a diversidade nos receptores é a remoção de 
nucleotídeos de sequências germinativas por endonucleases de segmentos em 
recombinação. Além disso, a adição de nucleotídeos N por meio da enzima TdT 
também confere maior diversidade aos receptores de antígeno. 
É possível citar, também, a adição de nucleotídeos P na fita mais curta após a 
clivagem de segmentos gênicos pela Rag-1, antes da ligação à fita longa, 
gerando novas sequências VDJ. Essa diversidade juncional de igs e TCRs, 
provocada pela adição ou remoção de nucleotídeos no sítio de recombinação, 
produz variedade no número de sequências de aminoácidos nas regiões CDR3. 
Essas regiões desempenham papel importante na determinação da 
especificidade de ligação do antígeno ao receptor. Tanto a variedade produzida 
pela recombinação VDJ quanto pela diversidade juncional são processos que 
ocorrem antes da interação do receptor com o antígeno. 
Podemos citar como um mecanismo que gera diversidade nessas estruturas o 
fato do TCR ser formado pela combinação entre a região V das cadeias α e β, 
bem como para as imunoglobulinas a combinação entre a porção V da cadeia 
leve λ ou κ e da cadeia pesada. 
Ademais, ao reconhecer autoantígenos, a célula B imatura reativa os genes 
RAG, produz rearranjo gênico e uma cadeia leve de Ig, permitindo, assim, a 
edição do receptor. 
 
 
4. O receptor de antígeno de células T ou receptor de células T (TCR) é 
relacionado à imunoglobulina, mas é distinto em sua estrutura e 
propriedade de reconhecimento. Descreva algumas dessas 
características que diferenciam o TCR de uma imunoglobulina. 
 
Quando falamos de estrutura, o TCR difere da imunoglobulina por possuir 
cadeias α e β com um domínio V e um domínio C em cada uma delas (ao 
posso que imunoglobulinas possuem um domínio V e três ou quatro domínios 
C em sua cadeia pesada e um domínio V e C em sua cadeia leve). Além disso, 
suas moléculas de sinalização também são diferentes: nas células T as 
moléculas associadas são a CD3 e ζ, enquanto nas células B são moléculas de 
Igα e Igβ. Após a ativação celular, as células T não produzem formas 
secretadas, não trocam de isotipo ou sofrem mutações somáticas e o linfócito B 
realiza todas essas atividades. 
 
5. Descreva suscintamente as duas vias de processamento e apresentação 
de antígeno pelas células apresentadoras de antígenos e responda como 
as diferentes vias se relacionam com as diferentes funções dessas 
moléculas. 
 
Na via de processamento do MHC I, as proteínas dos antígenos (geralmente 
vírus, bactérias extracelulares que liberam proteínas no citosol ou outros 
microrganismos que ao serem fagocitados tem suas proteínas transportadas 
por vesículas para dentro da célula) sofrem degradação proteassômica, 
produzindo peptídeos que se unem às moléculas do MHC I (moléculas 
presentes em todas as células nucleadas). Os peptídeos são transportados do 
citosol para o retículo endoplasmático por meio de uma proteína dimérica 
chamada TAP. A TAP, no lúmen da membrana do reticulo, se associa à 
tapasina, que é uma proteína com afinidade pelas moléculas do MHC I, e por 
meio dessa associação, se aproxima de moléculas do MHC. Assim, os dímeros 
deMHC I recém-formados no retículo são associados ao complexo TAP e 
recebem peptídeos no retículo endoplasmático. Após a estabilização desse 
complexo das moléculas do MHC I e seus peptídeos, eles se movem para fora 
do retículo através do complexo de golgi em vesículas exocíticas e se 
direcionam para a superfície da célula. Quando estão expressos na superfície 
celular, esses complexos podem ser reconhecidos por células T CD8+ 
específicas para antígenos intracelulares. 
Já na via de processamento do MHC II, as proteínas dos antígenos (podem ser 
proteínas extracelulares capturadas por endocitose, pinocitose e fagocitose ou 
proteínas de superfície de células que estão sendo degradadas ou ainda 
proteínas intracelulares incluídas no processo de autofagia) são incorporadas 
em endossomos e clivadas nos lisossomos e endossomos tardios. Moléculas 
do MHC II (geralmente são encontradas em células apresentadoras de 
antígenos como células dendríticas, fagócitos mononucleares, células epiteliais 
do timo, células B e algumas células endoteliais) recém-formadas associadas a 
cadeia invariante são direcionadas para o retículo endoplasmático para 
vesículas endossômicas. No retículo, CLIP, uma pequena porção de peptídeos 
resultantes da clivagem da cadeia invariante, é retirado da fenda de ligação na 
molécula do MHC e substituído por outro peptídeo de maior afinidade através 
da molécula HLA-DM. Com a ação da molécula DM, fendas ficam disponíveis 
na molécula de MHC e peptídeos maiores então se associam à molécula, são 
clivados proteoliticamente por enzimas e formam um complexo trimérico 
(cadeia α mais a cadeia β da molécula de MHC mais o peptídeo). Esse 
complexo é expresso na superfície celular das células apresentadoras de 
antígeno onde é reconhecido por células T CD4+. 
A expressão de proteínas citosólicas e vesiculares por moléculas do MHC I e II 
é importante porque elas indicam para as células T CD8+ e CD4+ quais 
microrganismos são intra ou extracelulares, uma vez que essas subpopulações 
de células não conseguem identificar sozinhas quais antígenos específicos elas 
devem combater. 
 
 
6. Descreva suscintamente como ocorre a seleção positiva e negativa de 
linfócitos T no timo durante a sua maturação. 
 
A seleção positiva é o processo no qual timócitos com TCR αβ CD4+CD8+ com 
baixo reconhecimento de complexos peptídeo-MHC se tornam CD4+CD8- ou 
CD8+CD4-. Esse comprometimento com uma linhagem é o que gera ao TCR a 
propriedade de se ligar ao MHC I com expressão de CD8 e silenciamento de 
CD4 ou se ligar ao MHC II com expressão de CD4 e silenciamento de CD8. 
A seleção negativa é o processo no qual os timócitos com TCR αβ CD4+CD8+ 
tem um alto reconhecimento de autoantígenos do timo e, por isso, sofrem 
apoptose para que não ocorram grandes danos ao sistema imune. Quando 
essas células de alto reconhecimento não sofrem apoptose, elas podem se 
tornar células T CD4+ reguladoras, prevenindo reações autoimunes.

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