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AULA 1 - NEFROLOGIA Júlia Morais 1 • Transplante renal e dialise. • 1943: Rim artificial. → Hopital Necker-Paris é o berço da nefrologia (1953). → Hemodialise utilizada em IRA. • 1960: Shunt arterio-venoso (cateter em uma veia e uma artéria), deixou de fazer a pulsão toda vez que se fazia a hemodiálise. → Dialise para doença renal crônica (DRC). • 1952: 1º transplante sem sucesso, devido a rejeição imunológica. • 1953: 1º transplante com sucesso, maior duração. • Excreta o que temos em excesso. • A grande função do rim é a reabsorção das substâncias. • Clearance ou depuração renal: Quantidade de laranja na urina, multiplicada pelo volume urina e dividida pela quantidade que tem dela no plasma. • É uma substância adequada para avaliação da TGF, um marcador ideal. • São utilizados em estudos científicos para avaliar com precisão a TGF, não na prática clínica. • Inulina: Polissacarídeo, não é reabsorvido e nem secretado pelos túbulos renais. → É caro, incomodo, técnica complexa (endovenoso) e poucos laboratórios especializados. • Radio isótopos (EDTA e DTPA). • Contrastes iodados (Iotalamato e iodexol). História Fisiologia Marcador Exógeno AULA 1 - NEFROLOGIA Júlia Morais 2 • Dosagem fácil e barata. • Não é reabsorvida e nem metabolizada pelo rim. • Possui excreção constante pela urina. • Pode sofrer alterações devido ao metabolismo no músculo esquelético e ingestão de carne. → 5% da creatinina vem da ingestão da carne da dieta, o restante é produzido pelos músculos. → 15% da sua eliminação é de secreção tubular. • Túbulo proximal. • Pouco excretada. • Não alterada pela massa muscular. • Dosagem cara e poucos laboratórios fazem. • Utilizada em casos especiais em que não se pode fazer creatinina, como pessoas com grande massa muscular e crianças desnutridas. • Alterada em casos de diabetes, obesidade e inflamação. → Diabetes é a principal causa de DRC. → DRC recorrente no CTI. • Realizado através da coleta da urina 24h. → Esvaziar a bexiga e coletar toda a urina até o mesmo horário do dia seguinte. → A urina deve permanecer refrigerada. → É desagradável e suscetível a erros na fase pré-analítica (coleta). 𝐶𝑙𝑒𝑎𝑟𝑎𝑛𝑐𝑒 𝑜𝑢 𝑇𝐹𝐺: 𝐶𝑟𝑒𝑎𝑡𝑖𝑛𝑖𝑛𝑎 𝑈𝑟𝑖𝑛á𝑟𝑖𝑎 × 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 𝑈𝑟𝑖𝑛𝑎 𝐶𝑟𝑒𝑎𝑡𝑖𝑛𝑖𝑛𝑎 𝑆é𝑟𝑖𝑐𝑎 𝐶𝑙𝐶𝑟 (𝑚𝑙 𝑚𝑖𝑛/1,73𝑚²)⁄ : 𝑈 (𝑚𝑔 𝑚𝑙⁄ ) × 𝑉 (𝑚𝑙 min )⁄ 𝑃 (𝑚𝑔 𝑚𝑙)⁄ • Clearance com correção: Está equilibrado com a superfície corporal, fornecendo a real função renal. → A correção deve ser utilizada principalmente em pacientes pequenos, altos e obesos. Marcador Endógeno Avaliação da Função Renal AULA 1 - NEFROLOGIA Júlia Morais 3 • Para identificar se a coleta da urina foi feita adequadamente avaliamos o valor da creatinina urinária, o qual se mantém sempre estável. → Portanto, caso ele esteja abaixo do valor mínimo para aquele individuo, indica erro na coleta. 𝑀í𝑛𝑖𝑚𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑟𝑒𝑎𝑡𝑖𝑛𝑖𝑛𝑎 𝑈𝑟𝑖𝑛á𝑟𝑖𝑎𝑀𝑈𝐿𝐻𝐸𝑅𝐸𝑆 (𝑚𝑔/24ℎ) = 10𝑚𝑔 × 𝑝𝑒𝑠𝑜 (𝑘𝑔) 𝑀á𝑥𝑖𝑚𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑟𝑒𝑎𝑡𝑖𝑛𝑖𝑛𝑎 𝑈𝑟𝑖𝑛á𝑟𝑖𝑎𝑀𝑈𝐿𝐻𝐸𝑅𝐸𝑆 (𝑚𝑔/24ℎ) = 15𝑚𝑔 × 𝑝𝑒𝑠𝑜 (𝑘𝑔) 𝑀í𝑛𝑖𝑚𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑟𝑒𝑎𝑡𝑖𝑛𝑖𝑛𝑎 𝑈𝑟𝑖𝑛á𝑟𝑖𝑎𝐻𝑂𝑀𝐸𝑁𝑆 (𝑚𝑔/24ℎ) = 15𝑚𝑔 × 𝑝𝑒𝑠𝑜 (𝑘𝑔) 𝑀á𝑥𝑖𝑚𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑟𝑒𝑎𝑡𝑖𝑛𝑖𝑛𝑎 𝑈𝑟𝑖𝑛á𝑟𝑖𝑎𝐻𝑂𝑀𝐸𝑁𝑆 (𝑚𝑔/24ℎ) = 25𝑚𝑔 × 𝑝𝑒𝑠𝑜 (𝑘𝑔) • Realizado através da aferição de creatinina sérica na coleta de sangue. → Evita o possível erro na coleta da urina de 24h. → Não pode ser feita em pacientes grávidas, obesos mórbidos e amputados. • Cockcroft-Gault (CG): É utilizada apenas no RJ. Não faz a correção para a superfície corporal. • MDRD: Utilizada principalmente em casos de Doença Renal Crônica (DRC). • CKD-EPI: Mais utilizada atualmente, avalia muito bem a perda de função renal na DRC e a função renal normal. • Schwartz: Crianças. • Larsson: Cistatina C. • Não afro-americano só existe na América do Norte. • Sempre realizar coleta de urina 24h. • Avalia através do clearence de creatinina. → Cockcroft-Gault hiperestima a função renal. → MDRD e CKD-EPI hipoestima a função renal. • TFG Estimada não é adequada para a gravidez. AULA 1 - NEFROLOGIA Júlia Morais 4 • Pesquisa de elementos anormais (EA): Realizada pela imersão da fita na urina não centrifugada para pesquisa de elementos anormais através de método colorimétrico. • Análise do sedimento (S): Análise microscópica do sedimento para detectar a presença de hemácias, leucócitos, cristais e cilindros através do microscópio. → Cilindro hialino e cilindro granuloso (restos celulares) podem ser encontrados na urina normal. → Cilindros hemáticos (englobam hemácias) sempre indica doenças glomerulares proliferativas. → Cilindro leucocitário (englobam leucócitos) presentes em pacientes por pielonefrite (infecção de trato urinário alto). • Hematúria: Apresenta hemoglobina positiva e hemácias aumentadas na urina. • Hemácia dismórfica: Deformação da membrana celular e redução do volume. → Indica hematúria glomerular. → Ocorre por fatores mecânicos, como atravessar as barreiras glomerulares ou segmentos tubulares. → Além dos fatores bioquímicos, como enzimas digestivas após a lesão celular, eritrofagocitose pelas células tubulares e dano da membrana celular e perda da hemoglobina secundária à diferentes concentrações iônicas, osmolar e de pH ao longo dos túbulos. • Não glomerular: Infecção urinária, cálculo renal. Hemácias normais no exame! EAS AULA 1 - NEFROLOGIA Júlia Morais 5 • Esterase leucocitária positiva, devido ao aumento de leucócitos para lise da bactéria. • Nitrito positivo, pois é produzido pela bactéria gram negativa a partir do nitrato. → Gram -: Maior causa de infecção urinária. • Proteinúria qualitativa (EAS): Presença de cilindros no sedimento e na proteína na fita. → Não indica quantidade! → Perda diária pequena de proteína na urina é normal. → As cruzes dependem da intensidade da cor da fita. • Proteinúria quantitativa (Urina 24h): Dosagem da quantidade de proteína que tem na urina em mg/24h. • Proteinúria semiquantitativa: Método alternativo, realizado a partir da 1ª urina da manhã. → Relação proteína/creatinina na amostra de urina da manhã. → Analisar se tem perda relevante de proteína. → Usado para acompanhamento do paciente. • Eletroforese de proteínas urinárias (Urina 24h). • A proteinúria está frequentemente associada a presença de doença glomerular. • Define o tipo de lesão glomerular. • Realizado na região inferior do rim, pois na parte superior tem um risco maior de intercorrências devido aos órgãos próximos e para evitar as artérias de grande calibre no meio do rim. • Análise do glomérulo na microscopia. → Óptica e imunofluorescência sempre são realizadas. → Eletrônica só em doença genética ou paraproteinemia. Biópsia Renal Percutânea Albumina → Proteína de origem glomerular! β-2-Microglobulina → Proteína de origem tubular! (Tenofovir no HIV lesa o túbulo do nefron) AULA 1 - NEFROLOGIA Júlia Morais6 • Hematúria e proteinúria persistente. • Proteinúria >1g/24h (normal até 150mg). • Síndrome nefrótica ou nefrítica. • IRA de longa duração (>8 semanas), sem causa determinada. • HAS não controlada: PA alta tem dificuldade de parar sangramento. • ITU: Pode disseminar infecção. • Distúrbios da coagulação: Não para de sangrar. • Rim único ou em ferradura: Realização de biópsia cirúrgica é mais segura. • Massa no rim identificada pela USG pelo acaso. Faz-se TC ou RM posterior com contraste para avaliar hipervascularização. USG com doppler para avaliar a vascularização dessa massa. Quando é cística precisasse de outro exame de imagem. • RX Simples de Abdomen: Pouco utilizado. → Ajuda para mostrar a presença de cálculos radiopacos. • US de Vias Urinárias: Muito utilizada. → Visibilização de cálculos, cistos renais e outras alterações morfológicas. → Identificação de massa renal pelo acaso. • TC e RM: Muito utilizadas. → Estudo morfológico renal, diagnóstico e classificação de cisto e tumores renais. → Diagnóstico de pielonefrite aguda. → TC é o melhor exame para identificar a presença de cálculos no sistema urinário. • Cintilografia renal: → Determina a TFG (DTPA e EDTA). → Estuda dinâmica renal. → Presença de cicatriz no parênquima renal. Exames de Imagem