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➢ Esse músculo não apresenta estrias, ou seja, a organização dele não é por sarcômeros, ainda que ela tenha as proteínas contráteis (miosina e actina). ➢ É uma célula pequena, fusiforme, com o núcleo centralizado ➢ Ele é regulado de forma involuntária, sendo controlado também pelo sistema nervoso autônomo, principalmente o sistema nervoso simpático, alguns fatores endoteliais e hormônios, como a angiotensina, vasopressina. Ela também realiza contrações ➢ O músculo esquelético só tem ação excitatória, não tendo, por exemplo, um neurônio inibitório que inibe a contração muscular*, pelo menos não de forma direta. ○ A inervação motora só pode excitar o músculo esquelético para gerar contração muscular. O neurônio motor pode sofrer influências de interneurônios na medula e aí sim, esses neurônios podem inibir o neurônio motor ou estimulá-lo. ○ A via final, que é o neurônio motor, só pode excitar o músculo esquelético, diferente do cardíaco e do liso, onde nós temos fatores estimulatórios, que aumentam a força e frequência de contração do músculo cardíaco, assim como inibitórios. No músculo liso/esquelético também, só que normalmente temos contrações quando estimulado e o relaxamento quando deixa de estimular. ➢ O músculo liso é encontrado nas vias aéreas, ajudando a controlar o diâmetro dessas vias por onde o ar vai passar, nos vasos sanguíneos, quando o músculo se contrai, ele diminui o diâmetro desse vaso e reduz o fluxo sanguíneo naquela região do copo, no trato urogenital e etc. ➢ No trato gastrointestinal nós temos duas camadas de musculatura lisa envolvendo desde o esôfago e o estômago até os intestinos delgado e grosso, o que vai favorecer a motilidade para que o que foi digerido vá passando pelas regiões do trato e promove a mistura desses alimentos com as secreções que vão fazer a digestão. ○ Quando o músculo se contrai, a luz do tubo é diminuída, mas quando a camada longitudinal se contrai, diminui o tamanho naquela região do tubo, que vai favorecer as duas contrações a empurrar o alimento pra frente ➢ O estômago é formado basicamente por musculatura lisa, tendo várias funções como a de armazenamento, conforme vamos comendo, esse alimento vai sendo “guardado” no fundo gástrico e do meio pra frente, ele tem a capacidade de fazer contrações vigorosas, fazendo a mistura e a trituração mecânica do alimento ingerido. ○ Em algumas regiões, temos o espessamento dessa musculatura que forma os esfíncteres, que vão controlar a passagem. ○ No estômago temos 3 camadas de músculo liso: uma longitudinal, uma circular que diminui a luz e uma oblíqua que vai ajudar a fazer os diversos movimentos de trituração e propagação do quimo em direção ao duodeno. ➢ A gente encontra músculo liso envolta do ureter, da bexiga urinária e da uretra feminina. ○ No ureter: vai fazer os movimentos peristálticos, onde as contrações sucessivas vão empurrar a urina para a bexiga. ○ Bexiga: a musculatura pode ser modulada para permitir que a bexiga se encha e quando temos uma pressão mínima/enchimento mínimo, alguns receptores vão gerar o reflexo da micção que controla alguns esfíncteres para saída de urina e a contração do músculo detrusor da bexiga, que quando ele se contrai aumenta a pressão dentro da bexiga, fazendo com que a urina saia. ➢ O músculo liso é dividido em dois tipos: o unitário (o mais comum no corpo) e o multiunitário. ○ Unitário: tem junções comunicantes entre as células musculares. Ou seja, a estimulação de uma célula por neurotransmissor, leva a despolarização para todas as células que têm essas junções, se contraindo todas ao mesmo tempo. Por isso o nome, já que elas vão agir como uma unidade. ○ Multiunitário: as células quase não tem contato entre elas, ou seja, para poder contrair cada uma das células, cada uma delas precisa receber um sinal do neurotransmissor ➢ As terminações nervosas dos neurônios tem varicosidades, que são dilatações na parte terminal do axônio que contém o neurotransmissor específico. ○ Para liberar esse neurotransmissor específico por meio de exocitose, é preciso gerar um potencial de ação, para que ele possa se difundir e se ligar aos receptores na célula lisa. ➢ As células da musculatura lisa possuem as proteínas contráteis, só que eles não estão dispostos longitudinalmente, mas na diagonal. Cada pontinho é um pontinho de ancoragem, chamado de corpos densos. São estruturas citoplasmáticas que estão associadas com filamentos finos de actina. ○ Os corpos densos,funcionalmente, são parecidos com a linha Z do sarcômero do músculo esquelético. ○ Os filamentos finos (actina) estão ancorados nos corpos densos, quando os filamentos grossos (miosina) puxam os finos para o centro, a gente aproxima os corpos densos, com a contração. Nesse caso a célula lisa passa ter um formato globular e diminui de tamanho. ○ As células lisas além de serem excitadas ao mesmo tempo, elas estão mecanicamente acopladas para que puxem umas as outras, reduzindo a luz do tubo. ○ Na junção comunicante vão passar os íons (acoplamento elétrico) e moléculas pequenas (acoplamento químico). ➢ O filamento grosso da musculatura lisa vai possuir também as pontes cruzadas e sua cabeça vai interagir com os os filamentos de actina. ○ Assim como na contração do músculo esquelético, na presença do ATP, essa cabeça muda de conformação e puxa os filamentos de actina para o centro, aproximando os corpos densos. ➢ O cálcio, como sempre, tem baixa concentração no citoplasma e seu gradiente de concentração vai fazer com que ele entre na célula e em alguns tipos de músculo liso temos um retículo sarcoplasmático mais ou menos desenvolvido. ○ Esse retículo vai estocar o cálcio também, porque quando precisar que o nível de cálcio seja alto na parte intracelular da célula é “só” abrir o canal de cálcio para que ele seja liberado. ■ A primeira diferença entre o esquelético e o liso: a origem do cálcio. Esse cálcio pode vir do meio extracelular ou/e intracelular. Na maioria das vezes a despolarização e consequentemente um potencial de ação na musculatura lisa é desencadeada pela entrada do cálcio do meio extracelular e não o sódio. ○ Diferente do músculo esquelético, quem se liga ao cálcio na musculatura lisa para gerar contração é uma outra proteína intracelular que é citosólica e está presente em todas as células do nosso corpo, chamada calmodulina, parecida estruturalmente com a troponina, só que ela não está presente nos filamentos, mas sim no citoplasma ○ Quando aumenta a concentração de cálcio na célula, ele se liga à calmodulina, que por sua vez vai ativar uma enzima chamada quinase da cadeia leve da miosina, importante para a contração muscular, que vai fosforilar outras proteínas. Essa enzima pega um fosfato do ATP e adiciona esse fosfato em outra proteína. No caso, aqui ela vai fosforilar as cadeias leves da cabeça da miosina. ○ Quando esse processo acontece a atividade ATPase da miosina é aumentada. Isso faz com que a miosina clive o ATP pra fazer a cabeça girar e puxar os filamentos de actina pro centro. ➢ Para o relaxamento da musculatura lisa é necessário meio que uma inversão desse processo. ○ O primeiro passo é diminuir o cálcio intracelular. Isso acontece de três formas: pode ser bombeado de volta para o retículo sarcoplasmático, contra o gradiente de concentração, necessitando de um transporte ativo. Outra forma é que o cálcio pode ser conduzido ativamente para fora da célula, dependendo de ATP porque é uma passagem contra o gradiente de concentração. A outra maneira é que o cálcio pode ser bombeado para fora através de um contra transporte, por meio da entrada do sódio, sendo um transporte ativo secundário. ○ Quando o cálcio vai ficando menos concentrado, ele passa a se desligar da calmodulina, ficando “sozinha”. Agora a gente precisa desfosforilar por meio da fosfatase, que vai tirar o fosfato da miosina. Com essa retirada de fosfato, a atividade ATPase da miosina é diminuída e ela(miosina) se torna inativa. ○ Se a miosina está inativa e com a atividade ATPase reduzida, a tendênciaé não ter uma “ligação” da miosina com a actina, diminuindo a tensão muscular, fazendo o músculo relaxar. ➢ Uma característica da contração muscular lisa é que o tempo de duração dela é muito maior do que o dos outros músculos. ○ Isso acontece porque o tipo de ATPase presente na miosina é uma ATPase de cinética lenta, ou seja, ela é mais demorada pra chegar na tensão máxima e mais demorada para relaxar. ➢ A fosfatase está sempre ativa, mas quando o cálcio está presente e a atividade da quinase da cadeia leve está aumentada, a fosforilação predomina. ➢ A proteína ligadora no músculo esquelético antes era o complexo da troponina, aqui o cálcio se liga a uma proteína citoplasmática. ➢ O músculo liso é excitável, podendo gerar potencial de ação com algumas diferenças dos outros músculos. ○ O potencial de ação é bem mais lento que o dos outros e apresenta alguns tipos. ■ O potencial de ação típico do músculo liso, onde a musculatura vai ser despolarizada até um limiar e quando esse limiar é alcançado temos a fase de despolarização e repolarização, gerando contração também. ■ Alguns tipos de potencial de ação possuem ondas lentas, que quer dizer que o potencial de membrana não é estável, oscilando ao longo do tempo, tendo uma despolarização e uma repolarização de forma natural e automática. Quando essas ondas lentas atingem o limiar, elas vão gerar um potencial de ação. Essas despolarizações lentas podem gerar contração no músculo, mas bem fracas. ■ O outro potencial de ação apresenta uma fase de platô, ficando um tempo despolarizada e depois repolariza. Ela possui um potencial de membrana estável, dependendo de um estímulo para poder contrair e quando ele é excitatório, gerando um potencial de ação e despolarização. Embora a despolarização seja rápida, ela vai ter uma fase de platô, onde ela fica despolarizada por um bom tempo e logo depois a repolarização. Enquanto esse potencial de ação está estável, o músculo está em contração. ➢ O músculo liso tem muito mais canais de cálcio do que de sódio. ➢ Quem aumenta ou diminui a concentração do cálcio são alguns reguladores como hormônios e neurotransmissores, através de receptor de membrana que tem dois tipos: o ligado à proteína GQ, que vai ativar uma enzima chamada de fosfolipase C. Como ela é uma enzima de membrana, ela vai converter o difosfato de fosfatidilinositol em trifosfato de inositol, que quem vai abrir os canais de cálcio presentes no retículo sarcoplasmático. ○ Exemplo: noradrenalina, que é o neurotransmissor do sistema nervoso autônomo, que faz contração da musculatura lisa através dessa sinalização se ligando a um receptor específico, nesse caso o alfa 1 noradrenérgico, que ativa a proteína GQ, ativando a fosfolipase gerando o segundo mensageiro trifosfato que vai para os receptores de rianodina (canal de cálcio) e abre esse canal, fazendo o cálcio entrar. ➢ Outros hormônios pode se ligar a um receptor que vai ativar diretamente, através da proteína G, um canal de cálcio dependente de ligante, abrindo diretamente na membrana, fazendo o cálcio extracelular entrar. ➢ Na despolarização, abre-se canais de cálcio dependentes de voltagem na membrana e o cálcio extracelular entra pra dentro da célula. ➢ A fibra nervosa quando vai chegando ao seu final, se ramifica, passando a apresentar as varicosidades, com neurotransmissores. Quando ocorre a despolarização dessa fibra, temos a exocitose das vesículas liberando neurotransmissores. ➢ Dependendo se é multiunitário ou unitário, a regulação da atividade contrátil vai variar. ○ No unitário, um neurotransmissor liberado por uma varicosidade, pode se ligar a um receptor específico, aumentar o cálcio intracelular e esse cálcio estimula não só a contração muscular, como também a despolarização, tendo a capacidade de se propagar para as outras células por meio das junções comunicantes. Com o hormônio também é possível fazer isso, como a angiotensina 2, que aumenta a tensão dos vasos, se ligando a receptores específicos da membrana da musculatura ao redor do vaso sanguíneo . ○ Para o multiunitário, como não existe uma ligação entre uma célula e outra, nesse caso cada célula precisa ser estimulada separadamente por neurotransmissor ou hormônio. ➢ O mesmo neurotransmissor/hormônio, dependendo do receptor que ele se liga, é gerado respostas diferentes. Quem determina a resposta celular ao hormônio, é o seu receptor. ➢ A coronária é um lugar rico em receptor beta2-adrenérgico, assim como nas células lisas das árvores brônquicas. ➢ Dependendo também do tipo de receptor, o tipo de segundo mensageiro é diferente. ➢ Quando a noradrenalina está presente, ela se liga a um receptor de membrana muscular lisa, que vai ativar uma proteína G, chamada heterotrimérica, porque ela tem as subunidades alfa, beta e gama. A subunidade alfa do tipo alfa Q, quando é ativada, se liga a enzima fosfolipase C que vai gerar o segundo mensageiro inositol trifosfato, que abre um canal de cálcio, fazendo ele entrar, aumentando a concentração, favorecendo a contração. Isso acontece na maioria dos vasos sanguíneos. ➢ A noradrenalina se liga ao receptor que está acoplado a outra proteína G, no caso, a Gs, que quer dizer estimulatória. Ela também é heterotrimérica, onde a subunidade alfaS é ativada quando o agonista, ou a noradrenalina, agindo em outra enzima de membrana, chamada adenilato ciclase. Quando ligada a essa enzima, o mensageiro gerado é o AMPc, que vem da conversão da molécula de ATP em AMPc, que vai ativar uma quinase dependente de AMPc, ou PKA. A PKA vai abrir canais de potássio, que vão sair da célula. Quando ele sai, é gerado uma hiperpolarização dificultando a abertura de canais de cálcio que são dependentes de voltagem e dependem da despolarização, gerando o relaxamento da musculatura.
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