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Discentes: Beatriz Fernandes Rosa Bruno Rodrigues Silvério Isabella Alves dos Santos Prates Richard Amuy Lima Rodrigues MEGACÓLON CONGÊNITO Docente: Paula de Carvalho Ferreira Roteiro 1. Introdução 2. Epidemiologia 3. Etiologia 4. Fisiopatologia MEGACÓLON CONGÊNITO 7.3. Exames histológicos 7.3.1. Biópsia 7.3.2. Pela HE 7.3.3. Método da AchE 7.4. Diagnóstico diferencial 8. Tratamento 8.1. Operação de Swenson 5. Quadro clínico 6. Complicações 6.1. Enterocolite 7. Diagnóstico 7.1. Exames radiológicos 7.2. Manometria anorretal 8.2. Operação de Duhamel 8.3. Operação de Soave 9. Prognóstico 9.1. Complicações pós operatórias 10. Referências Introdução Também conhecida por Doença de Hirschsprung. É uma doença congênita que cursa com disfunção do peristaltismo intestinal. Segmento distal estreitado e segmento proximal dilatado. Ausência no segmento estreitado de plexos nervosos (aganglionose). O segmento dilatado é uma consequência da dismotilidade do segmento estreitado. SBP, 2017. MEGACÓLON CONGÊNITO Epidemiologia SBP, 2017. Afeta 1:5000 recém-nascidos Não há predomínio racial Mais comum em meninos Geralmente esporádica, porém há um aumento dos relatos de incidência familiar. Genes envolvidos - RET, EDNRB, END3 Relação da síndrome de Down com a DH. Gene PAX3 (desenvolvimento da crista neural). MEGACÓLON CONGÊNITO Etiologia NUNES, I.G., 2015/2016. MEGACÓLON CONGÊNITO Etiologia NUNES, I.G., 2015/2016. - Ausência do Sistema Nervoso Entérico (inervação intrínseca) por meio dos plexos. - A extensão é variável e existe uma classificação. - Plexo mioentérico e submucoso. - Todas as células do SNE provêm da crista neural. MEGACÓLON CONGÊNITO Fisiopatologia Até a 5ª semana: não há plexos nervosos no tubo digestivo primitivo. 6ª semana: esôfago. 8ª semana: cólon. 12ª semana: reto. - Migração crânio-caudal; - Além da migração, deve haver proliferação, diferenciação e sobrevivência das células da CN. - Quanto mais precoce, maior será o segmento agangliônico. MEGACÓLON CONGÊNITO SBP, 2017. Fisiopatologia Interrupção da migração dos neuroblastos em qualquer altura do tubo digestivo. Toda porção distal a partir da parada do desenvolvimento dos plexos é chamada aganglionar. MEGACÓLON CONGÊNITO SBP, 2017. Classificação MEGACÓLON CONGÊNITO NUNES, I.G., 2015/2016. FORMAS DO MEGACÓLON CONGÊNITO: forma clássica: reto e sigmoide (75 a 80%). formas longas: colón ascendente ou até o transverso (7%) megacólon total/cólica total: íleo terminal (8 a 10%) Zona aganglionar limitada a uma pequena porção terminal do reto (3 a 5%) Mais raramente, aganglionose da maior parte do tubo digestivo (intestino delgado e até estômago). Classificação MEGACÓLON CONGÊNITO NUNES, I.G., 2015/2016. propulsão do conteúdo: ondas peristálticas propulsivas e ondas de relaxamento. neurônios produtores de óxido nítrico. tonicidade permanente. Alguns pontos a serem observados: Quadro clínico SBP, 2017. Lactente com distensão abdominal e eliminação de mecônio retardada (36 a 48h). Oclusão intestinal baixa mecônio após 48 horas distensão abdominal recusa alimentar vômitos exame físico e toque retal MEGACÓLON CONGÊNITO Quadro clínico SBP, 2017. MEGACÓLON CONGÊNITO Segmentos agangliônicos menos espásticos Quadro clínico tardio; Obstipação intestinal; Uso de expedientes sem eficácia; Não há evacuação, ou eliminação de fezes duras, sólidas e esféricas; Ganho ponderoestatural prejudicado Aleitamento muitas vezes é suspenso Quadro clínico SBP, 2017. MEGACÓLON CONGÊNITO Obstipação moderada Traz menos preocupação para os pais; Intercala períodos assintomáticos ou de distensão abdominal e diarreia; Crianças aceitam mal a alimentação; Apresentam algum grau de disnutrição; Forma total? Quadro clínico SBP, 2017. MEGACÓLON CONGÊNITO Formas curtas Confundidas com constipação intestinal funcional; Sintomas tardios; O reto que se dilata; Obstipação desde os primeiros meses de vida; Não há encoprese. Enterocolite MEGACÓLON CONGÊNITO SBP, 2017. Complicação mais temida do megacólon congênito; Responsável por quase a totalidade dos óbitos na doença; Distensão aguda do cólon; Lesão necrótica; Presença de Clostridium difficile; Diarreia líquida, muito fétida, escura, pútrida, com muco e pus; Vômitos corados por bile ou fecaloides, febre e intensa distensão abdominal Enterocolite MEGACÓLON CONGÊNITO SBP, 2017. Ao exame radiológico: distensão generalizada de alças intestinais, com frequência pneumatose; Tratamento de correção dos distúrbios hidroeletrolíticos + acidobásico; Antibioticoterapia; Sonda nasogástrica; Sonda retal; Lavagem intestinal; Contraindicação de colostomia Diagnóstico Ausência de plexos nervosos na parede do intestino MEGACÓLON CONGÊNITO Biópsia intestinal e do estudo histológico Exames radiológicos Manometria anorretal SBP, 2017. Exames radiológicos MEGACÓLON CONGÊNITO Radiografia simples de abdome Enema opaco SBP, 2017. Manometria anorretal É um exame feito sem anestesia O exame é dependente de vários fatores MEGACÓLON CONGÊNITO Não é um exame de rotina SBP, 2017. Manometria anorretal - vídeo MEGACÓLON CONGÊNITO COLONO, 2017. Anatomia: Linha pectínea Histologia: Camadas BIÓPSIA: Exames histológicos MEGACÓLON CONGÊNITO NETTER, 2018.JUNQUEIRA, 2017. Identificar a ausência de plexos nervosos Diagnóstico definitivo: biópsia intestinal + estudo histológico do espécime Via transanal Coletar a 2 e a 4cm da linha pectinea Cirúrgica: Mucosa, submucosa e as 2 camadas musculares Exige anestesia geral Riscos de hemorragia e perfusão Por sucção: Mucosa e submucosa Lavagem intestinal Pinça de Noblett BIÓPSIA: 1. 2. SBP, 2017. MEGACÓLON CONGÊNITO UNESP, 2019. Exames histológicos Exames histológicos SBP, 2017. MEGACÓLON CONGÊNITO Muita acetilcolina --> muita acetilcolinesterase Expõe: Coloração das fibras nervosas em marrom escuro Troncos nervosos grosseiros na submucosa Identificação dos filetes colinérgicos AchE-positivos em grande quantidade na lâmina própria e na muscular da mucosa Evolução do padrão de atividade de AchE com a idade: Até 3 meses: troncos grossos na muscular da mucosa e submucosa, mas não há na lâmina própria 1 ano: fibrilas e infiltração na lâmina própria Método da acetilcolinesterase (AchE): Método padrão Parafina --> Corado por HE Expõe: Ausência de células ganglionares Aumento numérico e quantitativo dos troncos nervosos Método da Hematoxilina-eosina: SBP, 2017. MEGACÓLON CONGÊNITO N O R M A L D O E N Ç A D E H I R S C H S P R U N G SBP, 2017. MEGACÓLON CONGÊNITO N O R M A L D O E N Ç A D E H I R S C H S P R U N G Diagnóstico diferencial Íleo meconial Associada a fibrose cística Enema opaco Malformação anorretal Botulismo Neonatal: COMES, 2019. Constipação funcional Manifestação tardia (2 anos) Encoprese Toque retal: ânus entreaberto, fezes no canal anal Alergia à proteína do leite de vaca Displasia neuronal intestinal Pré-escolar: Oclusão ou suboclusão --> descomprimir Lavagem intestinal evacuadora solução salina isotônica e 10% de glicerina sonda macia, mas calibrosa o suficiente para passar a zona de transição (enema opaco) introduzir com seringa, 20 mL/vez aspirar até obter líquido claro Irrigação do cólon depende da espasticidade do cólon agangliônico frequência variada, depende de cada caso Quando recorrer à colostomia? segmento agangliônico muito espástico segmento agangliônico longo elevado risco de enterocolite Tratamento SBP, 2017. MANEJO: MEGACÓLON CONGÊNITO Abdome flácido Boa aceitação alimentar Evitar colostomia Cirurgia pode ser realizada no período neonatal Metas: Tratamento SBP, 2017.Operação de Swenson: MEGACÓLON CONGÊNITO Dissecar pelve adentro no intuito de liberar o cólon e intestino distal agangliônico que será abaixado. Disseca-se até 2 cm acima do canal anal Seccionar o reto distal à dissecção e fechar a extremidade proximal Tempo perineal: Inverter e exteriorizar o coto retal remanescente Abaixar o cólon (via transanal) Ressecar o segmento agangliônico Suturar externamente o cólon ao reto Reintroduz os dois (reto e cólon) na pelve Tratamento TORRE, 2018. Operação de Swenson: MEGACÓLON CONGÊNITO Tratamento SBP, 2017. Operação de Duhamel: MEGACÓLON CONGÊNITO Consiste em ressecar o cólon agangliônico, mantendo o reto; O espaço retrorretal é acessado e descolado por dissecção romba; O cólon normogangliônico é abaixado pelo espaço retrorretal; A parede posterior do reto é aberta e, através dessa abertura, o cólon é anastomosado à parede posterior do reto por meio de duas pinças que esmagam a face anterior do cólon abaixado contra a parede posterior do reto. Tratamento SBP, 2017. Operação de Soave: MEGACÓLON CONGÊNITO O cólon é abaixado por dentro do reto; Sendo anastomosado ao canal anal; Originalmente, a anastomose seria realizada em segundo tempo (12 a 15 dias após o acolamento entre a serosa do cólon abaixado e a face interna do colo retal); A porção terminal do cólon abaixado (5 a 6 cm) é exteriorizada pelo ânus; Resseca-se na ocasião da anastomose. Atualmente, geralmente faz a sutura imediata do cólon abaixado ao canal anal. Prognóstico SBP, 2017. MEGACÓLON CONGÊNITO O prognóstico é geralmente bom; A maioria das crianças chegam a obter a continência fecal; Muitos pacientes enfrentam distúrbios na função intestinal até chegar à continência normal; Cerca de 1% dos pacientes apresentam incontinência intestinal debilitante; Pior prognóstico em pacientes com aganglionose total do cólon, pacientes com anormalidades e síndromes cromossômicas Complicações pós operatórias mais frequentes SBP, 2017.. MEGACÓLON CONGÊNITO Perda fecal intermitente (Soiling); Incontinência; Deiscência de anastomose; Estenoses; Enterocolite Referências MEGACÓLON CONGÊNITO Frank H. Netter. Netter - Atlas de Anatomia Humana. Grupo GEN, 2018. 9788595150553. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595150553/. Acesso em: 28 nov. 2021. COMES, Giovana Tuccille. Qual é a melhor técnica de biópsia retal para o diagnóstico de disganglianoses intestinais em crianças? Uma revisão complementar através da análise de proporções de séries de casos. 2019. Tese (doutorado em Bases Gerais da Cirurgia) - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Faculdade de Medicina de Botucatu, Botucatu, 2019. GUGELMIN, Elizabeth Schneider. Doença de Hirschsprung (Aganglionose Intestinal Congênita): Estudo Diagnóstico Comparativo entre a Histoquímica Enzimática pela Acetilcolinesterase e o Exame Anátomo-Patológico do Espécime Cirúrgico de Colectomia/Elizabeth Schneider Gugelmin. Dissertação (Mestrado em Clínica Cirúrgica) - Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2000. Referências MEGACÓLON CONGÊNITO Tratado de Pediatria: Sociedade Brasileira de Pediatria, 4ª edição, Barueri, SP: Manole,2017. TORRE, Luiz De La. Transanal Swenson. Youtube, 2018. Disponível em: https://www.youtube.com/watch? v=pvP6TYj13B8. Acesso em: 28 nov. 2021. UCHOA, JUNQUEIRA,.Luiz. C.; JOSÉ, CARNEIRO,. Histologia Básica - Texto e Atlas. Grupo GEN, 2017. 9788527732178. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527732178/. Acesso em: 28 nov. 2021. NUNES, I. G. Doença de Hirschsprung: caso clínico, 2015/2016. Trabalho de Final de Mestrado Integrado em Medicina. Faculdade de Medicina Lisboa, 2015/2016. Obrigado pela atenção!
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