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Higiene do trabalho II - riscos ocupacionais qualitativos (químicos, físicos, biológicos)

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HIGIENE DO TRABALHO II 
RISCOS OCUPACIONAIS QUALITATIVOS 
(QUÍMICOS, FÍSICOS,BIOLÓGICOS)
PROF.A MA. ANA PAULA JAMBERS SCANDELAI
Reitor: 
Prof. Me. Ricardo Benedito de 
Oliveira
Pró-reitor: 
Prof. Me. Ney Stival
Gestão Educacional:
Prof.a Ma. Daniela Ferreira Correa
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Diagramação:
Alan Michel Bariani
Thiago Bruno Peraro
Revisão Textual:
Felipe Veiga da Fonseca
Letícia Toniete Izeppe Bisconcim 
Luana Ramos Rocha
Produção Audiovisual:
Márcio Alexandre Júnior Lara
Marcus Vinicius Pellegrini
Osmar da Conceição Calisto
Gestão de Produção: 
Kamila Ayumi Costa Yoshimura
Fotos: 
Shutterstock
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo 
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
 Primeiramente, deixo uma frase de 
Sócrates para reflexão: “a vida sem desafios 
não vale a pena ser vivida.”
 Cada um de nós tem uma grande 
responsabilidade sobre as escolhas que 
fazemos, e essas nos guiarão por toda a vida 
acadêmica e profissional, refletindo diretamente 
em nossa vida pessoal e em nossas relações 
com a sociedade. Hoje em dia, essa sociedade 
é exigente e busca por tecnologia, informação 
e conhecimento advindos de profissionais que 
possuam novas habilidades para liderança e 
sobrevivência no mercado de trabalho.
 De fato, a tecnologia e a comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, 
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e 
nos proporcionando momentos inesquecíveis. 
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino a 
Distância, a proporcionar um ensino de qualidade, 
capaz de formar cidadãos integrantes de uma 
sociedade justa, preparados para o mercado de 
trabalho, como planejadores e líderes atuantes.
 Que esta nova caminhada lhes traga 
muita experiência, conhecimento e sucesso. 
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR
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01
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ..............................................................................................................................................................5
1. HISTÓRICO E FUNDAMENTOS DA SEGURANÇA DO TRABALHO E DA HIGIENE OCUPACIONAL...................6
1.1. HISTÓRICO DA SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO (SST) ..........................................................................6
1.1.1. EVOLUÇÃO EUROPEIA E AMERICANA .............................................................................................................6
1.1.2. EVOLUÇÃO BRASILEIRA ...................................................................................................................................8
1.2. FUNDAMENTOS DE SEGURANÇA DO TRABALHO ........................................................................................... 10
1.2.1. SEGURANÇA DO TRABALHO ........................................................................................................................... 10
1.2.2. LEGISLAÇÕES RELACIONADAS À SEGURANÇA DO TRABALHO ................................................................. 10
1.2.3. ACIDENTE DO TRABALHO .............................................................................................................................. 11
1.2.3.1. ACIDENTE, INCIDENTES E DOENÇAS OCUPACIONAIS ............................................................................. 11
HISTÓRICO E FUNDAMENTOS DA SEGURANÇA 
DO TRABALHO E DA HIGIENE OCUPACIONAL 
PROF.A MA. ANA PAULA JAMBERS SCANDELAI
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
HIGIENE DO TRABALHO II - RISCOS OCUPACIONAIS 
QUALITATIVOS (QUÍMICOS, FÍSICOS,BIOLÓGICOS)
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1.2.3.2. FATORES E CAUSAS GERADORAS DE ACIDENTES DO TRABALHO ....................................................... 11
1.2.3.3. CONSEQUÊNCIAS DOS ACIDENTES ........................................................................................................... 13
1.2.3.4. COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DE TRABALHO (CAT) ............................................................................... 14
1.3. TRABALHO SEGURO .......................................................................................................................................... 15
1.4. HIGIENE DO TRABALHO ..................................................................................................................................... 19
1.4.1. RISCO ................................................................................................................................................................. 19
1.4.2. PERIGO ............................................................................................................................................................. 21
1.4.3. RISCOS AMBIENTAIS ...................................................................................................................................... 21
1.4.4. AGENTE DE RISCO ..........................................................................................................................................22
1.4.5. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE E DE PERICULOSIDADE..........................................................................24
2 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................................... 26
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INTRODUÇÃO
Em função das diferentes atividades laborais que oferecem riscos aos trabalhadores, tem 
sido crescente a preocupação com a saúde e a segurança do trabalhador. Diante disso, o setor de 
“Segurança e a Saúde no Trabalho” do Ministério do Trabalho, visando à proteção e prevenção 
dos riscos e dos danos relativos a eles, sobre a vida e saúde dos trabalhadores, atua por meio de 
políticas públicas e ações de fiscalização. 
Na disciplina de “Higiene do trabalho II - riscos ocupacionais quantitativos e qualitativos” 
serão abordados, em quatro unidades, desde os conceitos básicos dos agentes ambientais 
(químicos, físicos e biológicos), até a avaliação qualitativa e controle desses riscos.
Nessa primeira unidade, será abordada a evolução histórica da segurança do trabalho 
na Europa, nos EUA e no Brasil, desde a Pré-Revolução Industrial, até os dias atuais. Serão 
discorridas sobre as legislações e alguns conceitos importantes relacionados à saúde e segurança 
do trabalho (SST) para que você, profissional de segurança do trabalho, entenda um pouco mais 
sobre o meio de trabalho que irá atuar.
Sobre os acidentes ocupacionais, serão apresentadas as suas principais causas e 
consequências, bem como a importância do registro da Comunicação de Acidente do Trabalho 
(CAT). Também será abordado sobre o dever das empresas e do trabalhador, bem como a 
importância dos treinamentos, para garantir a existência de um trabalho seguro à saúde e 
segurança dos trabalhadores.
Por fim, esta unidade discorrerá sobre a importância de um trabalho seguro e, sobre a 
higiene do trabalho, será iniciada a apresentação dos riscos ambientais e dos seus agentes de 
risco, e o que apresenta a legislação sobre as atividades consideradas insalubres e perigosas.
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1 - HISTÓRICO E FUNDAMENTOS DA SEGURANÇA DO 
TRABALHO E DA HIGIENE OCUPACIONAL
1.1. Histórico da Saúde e Segurança do Trabalho (SST)
1.1.1. Evolução europeia e americanaO período Pré-revolução Industrial, até 1760, foi marcado pela produção manual, em 
que os artesãos criavam os produtos manualmente e, dependendo do tipo de produto, máquinas 
simples eram utilizadas como auxiliares aos processos produtivos. Esses locais de trabalho 
funcionavam na própria residência do artesão que comandava os processos, sendo responsável 
desde a obtenção de matéria-prima até a comercialização dos produtos acabados (FIORI, 2018).
A prevenção das dores sentidas, principalmente nas costas, durante a execução desses 
trabalhos, no período que antecedia a Revolução Industrial, se dava pelo uso da medicina 
preventiva, iniciada no ano de 1200 a.C. por Higéia, filha de Esculápio, o deus da medicina na 
Mitologia Grega, para aliviar ou prevenir dores de seu pai. A primeira intoxicação ocupacional 
pelo metal chumbo, em trabalhadores mineiros e metalúrgicos foi identificada por Hipócrates, o 
pai da medicina. Para prevenção da inalação de poeiras e fumos do metal chumbo nas refinarias 
de minérios e em metalúrgicas, os trabalhadores começaram a utilizar bexiga de animais na face, 
conforme recomendado por Plinius Secundus, em 50 d.C. Séculos depois, após a constatação da 
toxicidade desse e de outros metais, a proteção respiratória contra agentes químicos passou a ser 
feita pelo uso de tecidos umedecidos, sob recomendação de Leonardo da Vinci, nos anos 1500. 
Após o ano de 1550, começaram a surgir recomendações mais eficazes por parte dos estudiosos, 
como a ventilação local, a qual apenas dissipava as substâncias no ar (SAAD, 2013; FIORI, 2018).
Com a Revolução Industrial, iniciada no ano de 1760, ocorreram aumentos no consumo e 
na produção e o trabalho manual passou a ser substituído por máquinas, iniciando a mecanização 
dos processos produtivos e a criação do motor a vapor d’água – energia hidráulica (Primeira 
Revolução Industrial), seguida pela produção em massa e descoberta de eletricidade (Segunda 
Revolução Industrial) e pela evolução da tecnologia da informação, eletrônica e automação 
industrial (Terceira Revolução Industrial). Alguns autores afirmam que hoje nos encontramos na 
Quarta Revolução Industrial, em que foi marcada pela criação de sistemas cibernéticos (FIORI, 
2018).
Na Europa, a Inglaterra foi a iniciante na mecanização industrial (a partir de 1760), seguida 
por Alemanha, França, Rússia e Itália, os quais foram países pioneiros no desenvolvimento de 
produtos a base de aço, motor a explosão, eletricidade a partir do petróleo, produtos químicos, 
entre outros. Para se atingir uma alta produção, homens, mulheres e crianças eram forçados a 
trabalharem por muitas horas diárias (até 15 horas) sob condições de trabalho inadequadas e 
repetitivas, em troca de um baixo salário. Quase cem anos depois, em 1833, uma série de leis 
trabalhistas começou a surgir na Inglaterra (chamadas de Factory act), a fim de regularizar alguns 
aspectos de trabalho, inclusive de saúde e segurança, com a redução da carga horária de trabalho 
para crianças e jovens empregadas em fábricas de algodão (FERREIRA, 2011; FIORI, 2018).
Aproximadamente 30 anos depois, em 1862, na França, foram criadas as regulamentações 
sobre Segurança e Higiene do Trabalho e, após dois anos, a ventilação industrial começou a ser 
exigida para redução da concentração de contaminantes no ambiente. 
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No entanto, essa ventilação apenas diluía as substâncias, espalhando-as por outros ambientes e, 
diante disso, após alguns anos, começou a ser exigida que a ventilação fosse de forma exaustora, 
a fim de garantir maior proteção dos trabalhadores em seu ambiente de trabalho. Já a Alemanha 
teve a criação de suas primeiras leis sobre os acidentes do trabalho em 1884 e, em 1901, criou o 
seu primeiro regulamento para controle de atividades laborais perigosas (FIORI, 2018).
Com a Revolução Industrial, houve crescente aumento na produção e no consumo, 
devido ao poder de compra, mas também ocorreu exploração dos trabalhadores. Após a criação 
de leis trabalhistas nos países europeus, os Estados Unidos também começaram a avançar na 
questão de saúde e segurança do trabalho (SST), a partir do ano de 1900. Dez anos depois, Alice 
Hamilton iniciou a investigação e a avaliação de diversas doenças ocupacionais perigosas e propôs 
o controle dos agentes causadores das doenças, o que influenciou na criação das primeiras leis 
ocupacionais americanas (SAAD, 2013; FIORI, 2018).
Em 1914, foi criada a Divisão de Higiene Industrial dos EUA, a qual passou a se chamar, 
após a criação da Lei de Segurança e Saúde Ocupacional de 1970, o Instituto Nacional de Segurança 
e Saúde Ocupacional (National Institute for Occupational Safety and Health – NIOSH) (FIORI, 
2018). Esse instituto foi estabelecido como uma agência de pesquisa focada no estudo da segurança 
e saúde do trabalhador, capacitando empregadores e trabalhadores para criar locais de trabalho 
seguros e saudáveis e tem, como objetivo, garantir aos trabalhadores americanos condições de 
trabalho seguras e saudáveis e preservar os recursos humanos (NATIONAL INSTITUTE FOR 
OCCUPATIONAL SAFETY AND HEALTH, 2018).
Em 1937, ocorre, nos EUA, a primeira conferência americana de higienistas (American 
Conference of Governmental Industrial Higienists – ACGIH) que, no ano seguinte, estabeleceu 
limites de tolerância de exposição às primeiras substâncias químicas consideradas prejudiciais à 
saúde humana e, em 1946, a lista apresentava 148 produtos químicos (FIORI, 2018). Anualmente, 
a ACGIH estabelece os Limites de Exposição Ocupacional (TLV – Threshold Limit Values) para 
substâncias químicas e agentes físicos e os Índices Biológicos de Exposição (BEI – Biological 
Exposure Indices). Hoje já são mais de 6.000 substâncias químicas e agentes físicos que e mais de 
30 agentes biológicos com limites de exposição definidos pela associação, sendo que, no Brasil, 
a sua publicação é traduzida e publicada oficialmente pela Associação Brasileira de Higienistas 
Ocupacionais (ABHO). 
Em 1939, foi criada a Associação Americana de Higiene Industrial (American Industrial 
Hygiene Association – AIHA), a qual é considerada, atualmente, uma das maiores associações de 
higiene ocupacional do mundo. Já em 1970, além da NIOSH, foi criada a Associação de Segurança 
e Saúde Ocupacional dos EUA (Occupational Safety and Health Association – OSHA), que é uma 
agência do Departamento do Trabalho dos Estados Unidos responsável por aplicar as normas de 
segurança, similar ao Ministério do Trabalho do Brasil. Por fim, em 1987, foi criada a Associação 
Internacional de Higiene Ocupacional (International Occupational Hygiene Association – OIHA), 
em que há higienistas associados de diversas partes do mundo, inclusive do Brasil (FIORI, 2018).
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1.1.2. Evolução brasileira
Como pudemos verificar, ao longo do século XX, os EUA apresentaram avanços 
significativos sobre prevenção da integridade física e da saúde do trabalhador. Por outro lado, 
no Brasil, a discussão sobre segurança do trabalho foi iniciada apenas em 1920 e, ainda hoje, 
há muito para se avançar. Em 1923, surge uma divisão de saúde ocupacional no Departamento 
Nacional de Saúde, a Inspetoria de Higiene Industrial e Profissional e, uma década depois, a 
Inspetoria de Higiene e Segurança do Trabalho dentro do Departamento Nacional do Trabalho 
do Ministério do Trabalho, Indústriae Comércio. Esta última era formada por inspetores do 
próprio ministério, os quais eram responsáveis por realizar as fiscalizações nos postos de trabalho 
e o estudo sobre os acidentes e doenças laborais (SAAD, 2013; FIORI, 2018).
Quinze anos depois, foi publicado o Decreto-lei n° 399/1938 (BRASIL, 1938), 
apresentando o quadro das indústrias insalubres que, pela sua natureza ou método de trabalho, 
eram susceptíveis em causar intoxicações, doenças ou infecções aos trabalhadores. Em 1942, foi 
promulgado o Decreto-lei n° 4.449, que torna obrigatória a notificação de doenças profissionais 
(BRASIL, 1942) e, um ano mais tarde, o Decreto-lei nº 5.452/1943, aprovando a Consolidação das 
Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL, 1943). 
Em 1960, o governo brasileiro iniciou gestões com a Organização Internacional do 
Trabalho (OIT), visando promover estudos e avaliações dos altos índices de acidentes e doenças 
do trabalho, que se tornou uma preocupação crescente no governo e entre a sociedade, bem 
como apontar soluções que pudessem alterar esse quadro crescente (FUNDACENTRO, 2018a).
Já em 1966, durante o Congresso Nacional de Prevenção de Acidentes, em São Paulo, foi 
oficializada a criação da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho 
(Fundacentro) que, em 1969, iniciou suas atividades. Foram publicados os primeiros estudos 
e pesquisas sobre os efeitos à saúde ocupacional, causados por inseticidas, poeiras de algodão, 
ruídos e vibrações, e substâncias químicas, como sílica e chumbo, e LER (lesões por esforços 
repetitivos), atualmente conhecida como DORT (Doenças Osteomusculares Relacionadas 
ao Trabalho). Em 1974, a Fundacentro foi vinculada ao Ministério do Trabalho e cresceram 
as atribuições e atividades da instituição, exigindo implantação do Centro Técnico Nacional, 
concluído em 1983. Hoje, a Fundacentro é referência mundial em pesquisa sobre SST, além de ser 
designada como centro colaborador da Organização Mundial da Saúde (OMS) e colaboradora da 
OIT (FUNDACENTRO, 2018a).
No quesito legislação sobre SST, os avanços começaram em 1977, com a redação do 
capítulo V da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL, 1943) e, um ano depois, a 
Portaria MTb n° 3.214/1978 (BRASIL, 1978) aprovou as Normas Regulamentadoras (NRs), 
como sendo a legislação sobre segurança do trabalho no Brasil, onde foram consolidadas 28 NRs. 
Atualmente, são 36 NRs relativas à proteção ocupacional do trabalhador em diversas áreas de 
trabalho, as quais devem ser cumpridas pelos empregadores e trabalhadores; no entanto, ainda 
existem muitas melhorias a serem feitas nas normas existentes, além da necessidade de criação de 
novas NRs, visto à diversidade de atividades laborais existentes no país.
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Em 1980, iniciaram-se as publicações das primeiras normas de SST Fundacentro, as 
chamadas Normas de Higiene do Trabalho (NHTs), posteriormente nomeadas de Normas de 
Higiene Ocupacional (NHOs). Atualmente são onze NHOs disponíveis para profissionais de 
SST, as quais abordam os seguintes temas de avaliação ocupacionais: avaliação da exposição ao 
ruído - NHO 01 (FUNDACENTRO, 2001a); análise gravimétrica de aerodispersoides sólidos - 
NHO 03 (FUNDACENTRO, 2001b); coleta e a análise de fibras - NHO 04 (FUNDACENTRO, 
2001c); exposição aos raios-X nos serviços de radiologia - NHO 05 (FUNDACENTRO, 2001d); 
exposição ao calor - NHO 06 (FUNDACENTRO, 2018b); calibração de bombas de amostragem 
individual - NHO 07 (FUNDACENTRO, 2002); coleta de material sólido particulado suspenso - 
NHO 08 (FUNDACENTRO, 2009); avaliação de exposição à vibração de corpo inteiro - NHO 09 
(FUNDACENTRO, 2013a) e à vibração em mãos e braços - NHO 10 (FUNDACENTRO, 2013b); 
e avaliação de iluminamento em ambiente interno - NHO 11 (FUNDACENTRO, 2018c). Além 
destas, há a NHO 02, que traz o método de ensaio para análise qualitativa de vapores orgânicos 
em colas, tintas e vernizes, está sendo atualizada, devido à sua publicação ser do ano de 1999 e, 
em breve, a nova NHO 02 será disponibilizada ao público. As NHO da Fundacentro determinam 
os limites de tolerância, a metodologia de avaliação e os critérios técnicos dos equipamentos 
usados nas avaliações de riscos ocupacionais, servindo de orientação sobre as formas de controle 
dos agentes de riscos ambientais, determinados pelas NRs.
Após a criação das NHOs, em 1992, foram introduzidos os mapas de risco, permitindo 
que os colaboradores participassem do reconhecimento dos riscos ocupacionais, o qual será 
abordado adiante. Em 1994, foi criada a Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais 
(ABHO), constituída para fins de estudos e ações relativas à higiene ocupacional e representação 
de interesses individuais ou coletivos dos higienistas. No mesmo ano, ocorreu a publicação da 
nova edição da NR 9, que incluiu a obrigatoriedade da implantação do Programa de Prevenção 
de Riscos Ambientais (PPRA) nas organizações. Em 1995, foi criado o primeiro curso de pós-
graduação lato sensu em Higiene do Trabalho (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE HIGIENISTAS 
OCUPACIONAIS, 2018; FIORI, 2018).
O déficit de auditores fiscais, atualmente existente no Ministério do Trabalho, pode ser 
considerado um ponto a ser melhorado, devendo o governo adotar medidas rápidas, a fim de se 
manter as atuais fiscalizações e melhorar a sua rigidez e abrangência, visando garantir condições 
seguras nos ambientes de trabalho.
• Para leitura da CLT, acesse o site: <www.higieneocupacional.com.br>. 
• A Fundacentro é um órgão governamental dedicado à saúde e segurança do 
trabalhador, saiba mais em: <www.fundacentro.gov.br>.
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1.2. Fundamentos de Segurança do Trabalho
1.2.1. Segurança do trabalho
A segurança do trabalho visa proteger e prevenir riscos e danos à vida e à saúde do 
trabalhador, por meio de políticas públicas e ações de fiscalização, podendo ser definida como o 
conjunto de medidas adotadas para eliminar ou minimizar os acidentes de trabalho e as doenças 
ocupacionais, e proteger a integridade e a capacidade de trabalho dos envolvidos. Ela é praticada 
pela conscientização de empregados e empregadores sobre os seus direitos e deveres e deve ser 
praticada, não só no ambiente de trabalho, mas em todos os demais (PEIXOTO, 2011; BRASIL, 
2015a).
No Brasil, o Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho (DSST), vinculado 
ao Ministério do Trabalho, visa planejar e coordenar as ações de fiscalização dos ambientes e 
das condições ocupacionais, prevenindo acidentes e doenças do trabalho, protegendo a vida e 
a saúde dos trabalhadores. Além disso, o DSST coordena, nacionalmente, por meio exclusivo 
dos auditores fiscais do trabalho, a inspeção dos ambientes, condições e processos de trabalho 
(BRASIL, 2015a).
1.2.2. Legislações relacionadas à segurança do trabalho
A segurança do trabalho, tanto no Brasil, quanto nos demais países, é definida por normas 
e leis. No Brasil, as legislações de segurança do trabalho baseiam-se na Constituição Federal, na 
Seção III da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), nas Normas Regulamentadoras (NRs) 
e em outras leis complementares como portarias, decretos e convenções internacionais da 
Organização Internacional do Trabalho (OIT) e Organização Mundial da Saúde (OMS), e nas 
Normas de Higiene Ocupacional (NHOs) da Fundacentro.
Para leitura de legislações gerais, acesse os sites: <http://www.presidencia.gov.br/legislacao/>, <www.higieneocupacional.com.br>, <http://www.
trabalho.gov.br/seguranca-e-saude-no-trabalho/normatizacao/normas-
regulamentadoras>, <http://www.fundacentro.gov.br/biblioteca/normas-de-
higiene-ocupacional?P=&O=1 e <http://www.tst.jus.br/web/trabalhoseguro/
normas>.
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1.2.3. Acidente do trabalho
De acordo com o conceito prevencionista, abordado por Peixoto (2011), os acidentes 
de trabalho podem ser definidos como qualquer ocorrência não programada e inesperada que 
interfere ou interrompe o processo comum de uma atividade, trazendo, como consequência 
isolada ou simultânea, danos materiais e/ou lesões ao homem.
Acidente de trabalho, de acordo com o conceito legal, abordado pela Lei n° 6.367/1976, Art. 
2° (BRASIL, 1976), pode ser conceituado como o acidente ocorrido em decorrência do exercício 
do trabalho, a serviço do empregador, provocando lesão corporal, perturbação funcional, ou 
doença que cause a morte e perda ou redução (permanente ou temporária) de condições para o 
trabalho.
De acordo com a Lei nº 8.213/1991, em seu Art. 21 (BRASIL, 1991), são considerados, 
ainda, como acidentes do trabalho aqueles ocorridos durante o período e local de trabalho, 
em decorrência de: ato de agressão física, sabotagem, ofensa física intencional, imprudência, 
negligência ou imperícia por terceiros; desabamento, inundação e incêndio; doença decorrente 
de contaminação acidental ocupacional; na execução de ordem ou na realização de serviço sob a 
autoridade do empregador; em viagem a serviço do empregador, inclusive para estudo, quando 
financiado pelo empregador, independentemente do meio de locomoção utilizado; nos períodos 
destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, 
no local do trabalho ou durante este; e no percurso da residência para o local de trabalho ou vice-
versa, independentemente do meio de locomoção utilizado.
1.2.3.1. Acidente, incidentes e doenças ocupacionais
O acidente pode ser típico ou de trajeto. O acidente típico pode ser definido como o 
infortúnio do trabalho originado por causa violenta, ou seja, é o acidente comum, súbito e 
imprevisto, como batidas, quedas, cortes, choques e queimaduras. O acidente de trajeto, por sua 
vez, é aquele sofrido pelo trabalhador no percurso entre a residência e o local de trabalho ou 
deste para aquela, independentemente do meio de locomoção, em horários e trajetos compatíveis 
(BRASIL, 1991; PEIXOTO, 2011).
Um incidente é entendido pela ocorrência do acidente sem danos pessoais ao acidentado. 
Para os profissionais prevencionistas, o incidente é tão ou mais importante que o acidente com 
danos, uma vez que indica uma condição de futuro acidente e, portanto, necessita de avaliação e 
sugestão de medidas de prevenção à sua repetição (PEIXOTO, 2011).
A doença ocupacional, ou doença do trabalho ou doença laboral, pode ser entendida 
como a alteração orgânica, desenvolvida em função da execução da atividade laboral, sendo o 
trabalhador exposto aos agentes ambientais físicos (ruído, calor), químicos (gases e vapores), 
biológicos (microrganismos), mecânicos ou ergonômicos (PEIXOTO, 2011).
1.2.3.2. Fatores e causas geradoras de acidentes do trabalho 
Diversos são os fatores (condições inseguras) que podem contribuir com os acidentes 
ocupacionais, dentre eles, arranjo físico inadequado, ordem e limpeza precárias, máquinas e 
equipamentos desprotegidos, ferramentas inadequadas ou defeituosas, iluminação inadequada ou 
insuficiente, eletricidade, probabilidade de incêndio ou explosão e armazenamento inadequado 
(PEIXOTO, 2011).
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• Arranjo físico inadequado: acidentes podem ocorrer devido ao mau aproveitamento 
do espaço no local de trabalho gerado por: máquinas em posições inadequadas, materiais 
maldispostos e móveis com localização inadequada.
• Ordem e limpeza precárias: muitos fatores de ordem física exercem influências de ordem 
psicológica sobre as pessoas no ambiente de trabalho, interferindo positiva ou negativamente 
no comportamento humano conforme as condições em que se apresentam. Locais sujos e em 
desordem podem ser causadores de desatenção e de acidentes de trabalho.
• Máquinas e equipamentos desprotegidos: a falta de proteção pode estar presente em 
correias, polias, correntes, eixos rotativos, entre outros. Nesses elementos podem aparecer pontos 
de agarramento, ou seja, locais do maquinário que prendem a pessoa pelas mãos ou pelas roupas, 
puxando-as contra o mecanismo, causando ferimentos diversos.
• Ferramentas inadequadas ou defeituosas: para cada tipo de atividade deve haver uma 
ferramenta apropriada e em boas condições de uso. O improviso cria uma série de condições que 
levam ao acidente.
• Iluminação inadequada: a iluminação fraca ou ofuscante afeta a visão, prejudicando a 
visualização adequada da atividade que está exercendo.
• Eletricidade: é um dos fatores de risco mais graves, pois o trabalhador só tem 
conhecimento da existência da eletricidade quando já tocou no condutor de energia, o que pode 
causar paradas cardíaca e respiratória, queimaduras, fulguração (clarão ou perturbação, por 
descarga elétrica) e até a morte.
• Probabilidade de incêndio ou explosão: diversos materiais podem se tornar inflamáveis 
ou explosivos, dependendo de seu estado. Além dos combustíveis e explosivos já conhecidos, 
como gasolina, querosene, madeira, papel, tecidos e dinamite, existem outras substâncias 
menos tradicionais, como limalha de aço, farinha de trigo, açúcar e poeira vegetal que, quando 
pulverizadas, podem formar uma mistura inflamável com o ar.
• Armazenamento inadequado: o armazenamento malfeito de materiais pode sofrer 
desabamento, atingindo os trabalhadores e até a estrutura, fazendo ruir um edifício. Para cada tipo 
de material há um modo adequado de armazenamento, que deve ser feito por pessoas treinadas e 
habilitadas, seguindo as recomendações previstas nas NRs e em outras normas estabelecidas pela 
organização.
• Não uso de EPIs: muitas vezes os trabalhadores não utilizam os EPIs fornecidos pelo 
empregador que, nem sempre, realiza a fiscalização quanto ao seu uso. Pode ocorrer, ainda, 
devido ao uso do EPI incorreto, não adequado para aquela função. 
Diversas são as causas dos acidentes, tanto do trabalho como do trajeto, bem como de 
doenças ocupacionais; no entanto estas podem ser divididas em dois grupos, ato inseguro e 
condição insegura, diferenciadas pelo seu causador. O ato inseguro é dependente do ser humano 
que, conscientemente ou não, provoca dano ao trabalhador, aos companheiros e às máquinas e 
equipamentos, como, por exemplo, o carregamento de cargas acima de sua capacidade, o uso de 
improvisos e o não uso de equipamento de proteção individual (EPI). 
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A condição insegura, por sua vez, é aquela existente no ambiente ocupacional e que compromete 
a integridade física e/ou a saúde do trabalhador, bem como a segurança das instalações e dos 
equipamentos, como, por exemplo, a presença de obstáculos em trajetos de pessoas, ausência 
de proteçãoe defeitos em máquinas, instalações elétricas inadequadas, espaço insuficiente e 
presença de agentes nocivos no ambiente ocupacional (PEIXOTO, 2011).
1.2.3.3. Consequências dos acidentes
De acordo com Peixoto (2011), os acidentes ocupacionais podem gerar consequências 
tanto para o indivíduo quanto para o empregador e o Estado. Para o indivíduo, o acidente implica 
em lesão, incapacidade, afastamento do trabalho, diminuição do salário, dificuldades no sustento 
da família e morte. 
Esses acidentes não causam repercussões apenas de ordem jurídica. Nos acidentes menos 
graves, em que o empregado tenha que se ausentar por período inferior a quinze dias, o empregador 
deixa de contar com a mão de obra temporariamente afastada em decorrência do acidente e 
tem que arcar com os custos econômicos da relação de empregado. O acidente repercutirá ao 
empregador também no cálculo do Fator Acidentário de Prevenção (FAP) da empresa. O efeito 
dos acidentes ao empregador se dá, ainda, pelo tempo perdido pelo trabalhador durante e após o 
acidente, interrupção ou atraso na produção, diminuição da produção pelo impacto emocional, 
danos às máquinas, materiais ou equipamentos, custos com primeiros socorros e com treinamento 
para substitutos (PEIXOTO, 2011; TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO, 2018).
 Os acidentes de trabalho também geram custos para o Estado. Compete ao Instituto 
Nacional do Seguro Social (INSS) administrar a prestação de benefícios, tais como auxílio-doença 
acidentário, auxílio-acidente, habilitação e reabilitação profissional e pessoal, aposentadoria por 
invalidez e pensão por morte (TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO, 2018).
No site da Fundacentro, há diversas publicações estatísticas sobre acidentes do 
trabalho, acesse: <http://www.fundacentro.gov.br/estatisticas-de-acidentes-de-
trabalho/inicio>.
Diante dos encargos trabalhistas arcados pelo governo em caso de acidentes 
em doenças do trabalho, você já parou para pensar quantos reais são gastos 
anualmente com doenças? Muitos são os afastamentos causados por danos 
profissionais, decorrentes de acidentes ou doenças ocupacionais. Estima-se que 
a Previdência Social gastou, somente no ano de 2010, aproximadamente R$ 17 
bilhões com esses benefícios. Segundo a Fundacentro, o custo com acidente no 
Brasil pode chegar a R$ 32 bilhões por ano. É um gasto extremamente alto, pago 
por todos os brasileiros e que, muitas vezes, poderia ser evitado.
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1.2.3.4. Comunicação de acidente de trabalho (CAT)
A Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) é um documento emitido para 
reconhecer tanto um acidente de trabalho ou de trajeto bem como uma doença ocupacional e 
deve ser preenchido quando ocorrer qualquer tipo de acidente ocupacional (BRASIL, 2018a).
O acidente deverá ser comunicado ao empregador pelo acidentado imediatamente, 
quando possível, ou por colegas de trabalho, visto que há a necessidade de investigação rápida 
dos fatores ocasionais do acidente, para que todas as medidas de correção e prevenção sejam 
prontamente tomadas, além de imediatamente se efetuarem os primeiros socorros ao acidentado 
(PEIXOTO, 2011).
Há três tipos de CAT, a saber: (1) CAT inicial, que se refere a acidente de trabalho típico, de 
trajeto ou de doença profissional, do trabalho ou óbito imediato; (2) CAT de reabertura, utilizada 
para casos de afastamento por agravamento de lesão de acidente do trabalho ou de doença do 
trabalho, com afastamento igual ou maior que 15 dias consecutivos; e (3) CAT de comunicação 
de óbito, emitida exclusivamente para casos de falecimento decorrente de acidente ou doença do 
trabalho, após o registro da CAT inicial (BRASIL, 2018a).
Todo empregador é obrigado a informar à Previdência Social todos os acidentes de 
trabalho ocorridos com seus empregados, mesmo que não haja afastamento das atividades, até 
o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e o descumprimento desse prazo poderá resultar 
em multas. Em caso de morte, deverá ser imediata, bem como deverá ocorrer a comunicação às 
autoridades policiais locais (BRASIL, 2018a).
Caso o empregador não faça o registro da CAT, o próprio trabalhador, o seu dependente, 
a entidade sindical, o médico ou a autoridade pública (magistrados, membros do Ministério 
Público e dos serviços jurídicos da União e dos Estados ou do Distrito Federal e comandantes de 
unidades do Exército, da Marinha, da Aeronáutica, do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar) 
poderão efetivar a qualquer tempo o registro deste instrumento junto à Previdência Social, não 
excluindo a possibilidade da aplicação da multa à empresa (BRASIL, 2018a).
Além de poder ser feito em uma das agências do INSS, é possível fazer o registro 
da CAT de forma online, por meio do link: <https://www.inss.gov.br/servicos-
do-inss/comunicacao-de-acidente-de-trabalho-cat/>, o que reduz o tempo do 
responsável pelo seu registro.
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1.3. Trabalho Seguro 
A segurança laboral se refere à proteção contra perigos físicos e um trabalho decente 
consiste na promoção de oportunidades para que os trabalhadores tenham um trabalho 
produtivo e de qualidade, em condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade humana. 
Tais condições são fundamentais para a superação da pobreza, redução das desigualdades 
sociais, garantia da governabilidade democrática e do desenvolvimento sustentável (COMISSÃO 
INTERNACIONAL DE SAÚDE OCUPACIONAL, 2014; ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL 
OCUPACIONAL, 2018a). Para que o trabalho seja eficiente, produtivo e seguro, os ambientes de 
trabalho devem ser projetados adequadamente.
Visando à proteção dos trabalhadores em seus ambientes laborais, foram criadas diversas 
instituições no mundo. A Comissão Internacional de Saúde Ocupacional (ICOH), fundada 
em 1996, em Milão (Itália), e atualmente presente em 93 países, é uma associação profissional 
internacional que busca o progresso científico, o conhecimento e o desenvolvimento da saúde e 
da segurança no trabalho (COMISSÃO INTERNACIONAL DE SAÚDE OCUPACIONAL, 2014).
Internacionalmente também existe a Organização Internacional do Trabalho (OIT), 
cuja função é a elaboração, aplicação e promoção das Normas Internacionais do Trabalho, sob 
a forma de convenções, protocolos, recomendações, resoluções e declarações. Tais instrumentos 
são discutidos e adotados anualmente pela Conferência Internacional do Trabalho (CIT), órgão 
máximo de decisão da OIT (ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO, 2018b).
No Brasil, o órgão de nacional que coordena, orienta, controla e supervisiona as atividades 
relacionadas à segurança e medicina do trabalho é a Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), 
a extinta Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho. A SIT fiscaliza, nacionalmente, o 
cumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho e, 
ainda, planeja, coordena e executa a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho 
(CANPAT) e o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) (BRASIL, 2009).
As diretrizes de segurança do trabalho brasileiras são criadas pelas Normas 
Regulamentadoras (NR) do Ministério do Trabalho (MTE), o extinto Ministério do Trabalho e 
Emprego. As NRs são disposições complementares ao capítulo V da Consolidação das Leis do 
Trabalho (CLT) (BRASIL, 1943), relativo à segurança e medicina do trabalho. As NRs apresentam 
as obrigações,direitos e deveres a serem cumpridos, tanto pelos empregadores quanto pelos 
trabalhadores, visando garantir um trabalho seguro e sadio e, consequentemente, prevenir ou 
minimizar a ocorrência de doenças e acidentes de trabalho. A elaboração e a revisão das NRs são 
realizadas pelo MTE, via sistema tripartite paritário, por meio de grupos e comissões compostas 
por representantes do governo, dos empregadores e dos trabalhadores (BRASIL, 2017a).
A garantia de um trabalho seguro é determinada pela NR 1 – Disposições Gerais (BRASIL, 
2009; CAMISASSA, 2015), a qual considera que o empregador (empresa individual ou coletiva, 
profissionais liberais, instituições de beneficência, associações recreativas ou instituições sem fins 
lucrativos) possui as seguintes obrigações: 
a. Cumprir as leis e as NRs referentes à segurança e medicina do trabalho, bem como 
exigir seu cumprimento pelos trabalhadores e por empresas de serviços terceirizados em 
seu estabelecimento. 
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b. Elaborar ordens de serviço (por meio de comunicado, cartazes ou meios eletrônicos), 
visando prevenir atos inseguros no desempenho das atividades laborais, por meio 
de informação aos trabalhadores sobre os procedimentos de saúde e segurança a 
serem adotados na execução de suas atividades, as obrigações dos trabalhadores, os 
procedimentos a serem adotados em caso de acidente e doenças laborais e as punições 
em função do descumprimento das ordens de serviço expedidas.
c. Adotar medidas de eliminação ou neutralização da insalubridade e das condições 
inseguras.
d. Informar aos trabalhadores os riscos aos quais estarão expostos durante a realização de 
suas atividades, bem como instruí-los quanto às precauções a serem tomadas no trabalho, 
visando evitar acidentes ou doenças ocupacionais.
e. Informar aos trabalhadores os procedimentos (coletivos e individuais) já adotados pela 
empresa, para prevenir e minimizar os riscos. 
f. Disponibilizar aos empregados os exames médicos aos quais foram submetidos.
g. Disponibilizar aos trabalhadores os resultados das avaliações ambientais de riscos 
realizadas nos postos de trabalho, como dosimetrias de ruído, avaliações de concentração 
de aerodispersoides (poeira, fumo, névoas e neblinas), gases e vapores. 
h. Na impossibilidade da eliminação do risco, fornecer equipamentos de proteção coletiva 
(EPC) ou equipamentos de proteção individual (EPI).
i. Permitir que os representantes dos trabalhadores, por meio da Comissão Interna de 
Prevenção de Acidentes (CIPA), acompanhem a fiscalização legal e regulamentadora 
sobre SST.
Já os trabalhadores, segundo a NR 1, têm como deveres (BRASIL, 2009; CAMISASSA, 
2015): 
a. Cumprir os preceitos legais e regulamentadores sobre SST, bem como as ordens de 
serviço expedidas pelo empregador.
b. Utilizar corretamente o EPI fornecido pelo empregador.
c. Se submeter aos exames médicos previstos nas NRs e custeados pelo empregador, em 
especial aos dispostos na NR 7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional 
(PCMSO) (BRASIL, 2013a) para verificação de sua aptidão física e mental para a execução 
do trabalho.
d. Colaborar com a empresa na aplicação das NRs, comunicando os responsáveis sobre 
situações que estejam oferecendo risco, como, por exemplo, fiação elétrica desprotegida 
(risco de choque elétrico – risco mecânico), iluminação deficiente (risco ergonômico), 
presença de animais peçonhentos (risco biológico), equipamento com alta emissão de 
ruído (risco físico), entre outros.
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Diante dessas obrigações, é importante ressaltar que os colaboradores devem conhecer 
todos os procedimentos de segurança inerentes à realização da sua atividade, visando garantir a 
sua segurança e a de terceiros. O conhecimento desses procedimentos pode ser informado por 
meio de ordens de serviço e de treinamentos constantes. No entanto, algumas NRs determinam 
que as empresas forneçam treinamento específico para a execução de determinadas atividades 
(CAMISASSA, 2015), sendo elas:
a. NR 5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) (BRASIL, 2011a): 
treinamento para os membros da CIPA, antes da posse.
b. NR 6 - Equipamentos de Proteção Individual (BRASIL, 2017b) e NR 9 - Programa de 
Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) (BRASIL, 2017c): orientação e treinamento sobre 
o uso adequado, guarda e conservação dos EPIs, e orientação sobre as suas limitações.
c. NR 7 - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) (BRASIL, 
2013a): treinamento para prestação dos primeiros socorros.
d. NR 10 - Segurança em instalações e serviços em eletricidade (BRASIL, 2016a): 
treinamento para execução de serviços em instalações elétricas, devendo ser oferecido 
um curso básico ou complementar, dependendo do tipo de sistema elétrico.
e. NR 11 - Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais (BRASIL, 
2016b): treinamento para uso de equipamentos de transporte com força motriz própria.
f. NR 12 - Segurança no trabalho em máquinas e equipamentos (BRASIL, 2018b): 
treinamento para utilização segura de motosserra e similares.
g. NR 13 - Caldeiras, vasos de pressão e tubulação (BRASIL, 2017d): treinamento de 
segurança para o operador de caldeiras.
h. NR 15 - Atividades e operações insalubres (BRASIL 2014a): treinamento aos 
trabalhadores de atividades sob pressão (operador de campânulas ou eclusas e 
mergulhadores), exposição a químicos tóxicos (benzeno, amianto ou asbesto e manganês 
e seus compostos) e sob ar comprimido.
i. NR 17 – Ergonomia (BRASIL, 2007): treinamento para trabalhadores que transportam 
manualmente e regularmente cargas não leves e para operador de checkout (operador de 
caixa de estabelecimentos comerciais).
j. NR 18 - Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção (BRASIL, 
2018c): determina que operadores de diversas atividades da construção civil passem por 
treinamento específico.
k. NR 19 - Explosivos (BRASIL, 2011b): treinamento dos membros da CIPA e de todos os 
trabalhadores para elaboração do Plano de Emergência e Combate a Incêndio e Explosão; 
dos trabalhadores que transportam produtos inflamáveis ou explosivos; e os envolvidos 
nas atividades de coleta e destruição de resíduos explosivos.
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l. NR 20 - Segurança e saúde no trabalho com inflamáveis e combustíveis (BRASIL, 2017e): 
determina o número mínimo de trabalhadores diretamente envolvidos com inflamáveis 
e/ou líquidos combustíveis a passarem por treinamento, em função da capacidade de 
gases inflamáveis, líquidos inflamáveis e combustíveis armazenados na empresa.
m. NR 22 - Segurança e saúde ocupacional na mineração (BRASIL, 2016c): treinamento 
de trabalhadores que realizem transporte e acesso aos depósitos de explosivos e seus 
acessórios, retirada de fogos falhados no material detonado, trabalho em subsolo, bem 
como treinamento de uma equipe de combate a incêndio e de membros da Comissão 
Interna de Prevenção de Acidentes na Mineração (CIPAMIN).
n. NR 26 - Sinalização de segurança (BRASIL, 2015b): treinamento para compreensão 
da rotulagem e daFicha de Informação de Segurança para Produtos Químicos (FISPQ), 
além dos perigos, riscos, medidas preventivas para o uso seguro e procedimentos para 
atuação em situações de emergência com o produto químico.
o. NR 29 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário (BRASIL, 
2014b): treinamento específico para as operações com produtos perigosos e treinamento 
adequado do sinaleiro para aquisição de conhecimento do código de sinais de mão nas 
operações de guindar. Sinaleiro é o operador que orienta o trabalho dos operadores de 
aparelho de guindar, que é o equipamento que suspendem a carga entre o cais e o navio, 
por meio de cabos.
p. NR 30 - Segurança e saúde no trabalho aquaviário (BRASIL, 2014c): apresenta 
treinamento específico para primeiros socorros, combate a incêndio, resgate aquático, 
operação do aparelho radiocomunicador, serviços em eletricidade para plataformas, e 
medidas que devam ser adotadas em acidente aquático;
q. NR 31 - Segurança e saúde no trabalho na agricultura, pecuária silvicultura, exploração 
florestal e aquicultura (BRASIL, 2013b): treinamento para utilização segura de máquinas, 
produtos químicos e transporte manual de cargas, bem como criação da Comissão 
Interna de Prevenção de Acidentes no Trabalho Rural (CIPATR) e treinamento de todos 
os seus membros.
r. NR 33 - Segurança e saúde nos trabalhos em espaços confinados (BRASIL, 2012): 
treinamento específico para trabalho em espaços confinados.
s. NR 34 - Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção, reparação 
e desmonte naval (BRASIL, 2017f): treinamento específico para operadores de trabalhos 
a quente (atividade com solda, maçarico, máquinas portáteis rotativas), movimentação 
de cargas, equipamento de guindar e teste de estanqueidade (ensaio não destrutivo 
realizado pela aplicação de pressão em peça, compartimento ou tubulação, para detecção 
de vazamentos).
t. NR 35 – Trabalho em altura (BRASIL, 2016d): capacitação específica dos trabalhadores 
que realizam trabalho em altura.
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u. NR 36 - Segurança e saúde no trabalho em empresas de abate e processamento de 
carnes e derivados (BRASIL, 2018d): treinamento do trabalhador sobre as medidas de 
segurança à exposição a agente biológico prejudicial à sua saúde, bem como ações de 
emergência para casos de vazamento de refrigerantes (como a amônia).
Todas as NRs acima descrevem a necessidade (e a forma correta) de treinamento dos 
trabalhadores, por parte do empregador, para que as atividades sejam exercidas com segurança e 
a ocorrência de acidentes ou doenças seja eliminada ou minimizada. Devido a isso, é importante 
que, tanto o empregador, quanto o empregado se façam cumprir os itens dispostos nas NRs 
referentes à sua atividade laboral.
1.4. Higiene do Trabalho
A Higiene do Trabalho, também conhecida como Higiene Ocupacional ou Higiene 
Industrial, pode ser definida como a ciência que atua no campo ocupacional por meio da 
antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos riscos químicos, físicos e biológicos e dos 
fatores ambientais que podem causar doenças ou danos à saúde dos trabalhadores, observando, 
também, o seu impacto no ambiente (PEIXOTO, 2011; FIORI, 2018). Portanto, o seu objetivo 
principal é a proteção e a promoção da saúde dos trabalhadores, por meio de ações preventivas, 
no local de trabalho.
1.4.1. Risco
Qualquer pessoa está exposta a diversas situações que podem ocasionar danos ou eventos 
indesejados, inclusive no ambiente de trabalho, que poderão afetar a sua qualidade de vida, como 
acidente, doença e perda de patrimônio. Essa possibilidade de ocorrerem os danos, é denominada 
de “risco”. Portanto, o risco é a combinação da probabilidade (ou chance) de ocorrência e a 
magnitude (severidade) do evento indesejado, conforme a expressão abaixo (SANTOS et al., 
2004). 
RISCO = Probabilidade de ocorrer o dano x Gravidade do dano
Nos sites a seguir, poderão ser encontrados diversos artigos relacionados à 
segurança e higiene do trabalho: <www.segurancaetrabalho.com.br/download> e 
<http://www.higieneocupacional.com.br/downloads-diversos.php>.
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O “dano” ocorre sempre sobre os seres vivos (humanos, animais e vegetais) e/ou sobre os 
materiais (equipamentos, edifícios e automóveis). Existem os danos visíveis e mensuráveis, assim 
como os de difícil mensuração (como os danos psicológicos) (SANTOS et al., 2004). 
Os eventos ocorridos anteriormente ao dano são denominados “causa”, uma vez 
que apresentam relação de causalidade (causa-efeito). Uma causa pode resultar em várias 
consequências e pode ser denominada de “fator de risco” ou “situação de risco”. A causa 
predominante é denominada “agente de risco” ou fator de risco principal. No entanto, um dano 
(efeito) pode ter mais de uma causa (fatos), nem sempre predominante, mas que colaboraram 
para o acontecimento do dano; esses fatos são chamados de “causas secundárias” (SANTOS et 
al., 2004).
As causas (ou fatores) secundárias estão relacionadas com as características dos fatores de 
risco, do grupo receptor (material ou ser vivo) ou da exposição (fase de contato entre o agente e 
o receptor). Essa interação é que resulta na possibilidade de ocorrer o dano, conforme mostra a 
expressão abaixo (SANTOS et al., 2004).
RISCO OCUPACIONAL = Exposição x Gravidade dos efeitos à saúde
O risco também pode ser definido como a expressão abaixo, em que o perigo é inerente 
à substância, mistura de substâncias, processo, equipamento ou situação, e a exposição é baseada 
na intensidade, duração e frequência de contato com o agente de risco. Portanto, o risco é a 
exposição a um perigo e sem a exposição, não há risco (UNIFAL/CPPCRA, 2018).
RISCO = Perigo + Exposição
Os fatores de risco, geralmente, estão relacionados entre si e, em muitas vezes, ao se 
eliminar um deles, o evento (dano) indesejado não ocorre. Por exemplo, a ausência de faísca 
elétrica previne o incêndio; a manutenção de uma ponte previne o desmoronamento. Assim, 
quando não é possível eliminar a causa principal do dano, investe-se na prevenção, reduzindo os 
fatores de risco secundários (SANTOS et al., 2004).
A exposição ao dano depende da intensidade ou da concentração do agente no ambiente, 
bem como da frequência e do tempo que o trabalhador está em contato com o agente. A exposição 
ao risco pode ser aguda ou crônica. A exposição aguda é aquela de curta duração (segundos, 
minutos ou horas); quando se tratar de substâncias inaláveis ou de absorção cutânea, será referida 
como uma simples exposição de duração do tempo; quando aplicada a substâncias ingeríveis, 
será referida, comumente, ‘como uma considerável quantidade ou dose. A exposição crônica, 
por sua vez, está relacionada à exposição a quantidades ou doses menores por longa duração 
(período de tempo maior); quando aplicada a substâncias inaláveis ou de absorção cutânea, 
refere-se a períodos prolongados (dias, meses ou anos) ou repetitivos de exposição; quando 
referida a materiais que ingeríveis, será referida como doses repetitivas durante dias, meses ou 
anos (SANTOS et al., 2004; UNIFAL/CPPCRA, 2018).
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1.4.2. Perigo
A diferença entre risco e perigo deve ser clara. Um perigo pode ser definido como uma 
fonte, agente ou situação (física, química, biológica, mecânica ou ergonômica) de risco ou um 
conjunto de condições que possui potencial para provocar lesão ou dano ao trabalhador. Risco, 
por sua vez, é a possibilidade (elevada ou reduzida) ou ocorrência que expõe o trabalhador a 
condições que possam provocar lesão ou dano à sua saúde física ou mental, causado pelo perigo 
(KOLLURU, 1996; TARDIVO, 2009).
Do ponto de vista ocupacional, o perigo (ou fonte de risco) é um aspecto ou elemento 
(material ou imaterial), situação ou contexto do trabalho que, isolado ou combinado, possui 
potencial de originar riscos à saúde e segurança do trabalhador. Também pode ser definido como 
um conjunto de situações inerentes a um processo que, em determinada situação, cause efeitos 
adversos ao trabalhador ou ao ambiente, dependendo do grau de exposição Em suma, o perigo é 
qualquer situação potencialmente causadora de danos.
 
1.4.3. Riscos ambientais
Segundo a Norma Regulamentadora n° 9 (NR 9) (BRASIL, 2014d), são considerados 
riscos ambientais (ou ocupacionais), os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos 
ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de 
exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador.
No entanto, alguns autores consideram que os agentes ergonômicos e mecânicos, apesar 
de não estarem contemplados na NR 9 como riscos ambientais, devem ser avaliados no ambiente 
de trabalho, pois também são considerados agentes causadores de danos à saúde do trabalhador 
(BUDA, 2004).
Os riscos ambientais são ferramentas importantes para a elaboração de programas de 
controle das condições insalubres que possam afetar ao trabalhador. Esses riscos são agrupados 
em cinco tipos, classificados pelas cores verde, vermelho, marrom, amarelo e azul, conforme 
apresentado no Quadro 1, em que cada grupo corresponde a um tipo de agente (químico, físico, 
biológico, ergonômico e acidental ou mecânico).
Grupo Riscos Agente de risco
1 Físicos Ruído, temperaturas extremas (calor e frio), pressões anormais, umidade, radiações ionizantes e não ionizantes e vibração.
2 Químicos
Aerodispersoides (poeira, fumaça, fumos, fibra, névoas 
e neblinas), gases, vapores e substâncias, compostos e 
produtos químicos gerais.
3 Biológicos Fungos, vírus, parasitas, bactérias, bacilos, protozoários, entre outros.
4 Ergonômicos
Levantamento e transporte manual de peso, 
monotonia, ritmo excessivo, posturas inadequadas, 
jornada prolongada, trabalho noturno, repetitividade, 
responsabilidade, conflito, tensão emocional, 
desconforto, entre outros.
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5 Acidentais ou Mecânicos
Associados ao risco de acidentes: arranjo físico inadequado e 
deficiente; iluminação inadequada; máquinas e equipamentos 
defeituosos ou sem proteção; matéria-prima fora de especificação; 
ferramentas defeituosas, inadequadas ou inexistentes; quedas; 
incêndio e explosão; eletricidade; edificações; insetos e animais 
peçonhentos, entre outros.
Quadro 1 – Classificação dos riscos ambientais por meio das cores representativas. Fonte: Hökerberg et al. (2006).
Os riscos de segurança existem em praticamente todos os locais de trabalho e, em muitas 
vezes, são muito perigosos. A segurança é, em parte, uma questão de enxergar o risco, o qual deve 
ser observado pelos colaboradores ou supervisores, a fim de realizar a sua correção, permitindo 
que as condições de trabalho sejam seguras (COMISSÃO INTERNACIONAL DE SAÚDE 
OCUPACIONAL, 2014).
Os riscos ocupacionais podem ser produzidos por fatores comportamentais ou agentes 
nocivos. Todavia para serem reconhecidos como ocupacionais, devem guardar relação de 
causa e efeito, ou seja, nexo causal com fatores ou agentes nocivos comprovadamente presentes 
no ambiente de trabalho e relacionados às manifestações patológicas que possam afetar aos 
trabalhadores (NATIONAL INSTITUTE FOR OCCUPATIONAL SAFETY AND HEALTH, 
1991).
Os riscos no ambiente de trabalho são ocorrências que devem ser evitadas ou controladas, 
de forma que o operador tenha um ambiente em que possa desenvolver suas atividades 
normalmente (TARDIVO, 2009).
1.4.4. Agente de risco 
A NR 9 (BRASIL, 2014d) considera que os agentes químicos são todas as substâncias, 
compostos ou produtos que, quando exposto a eles, penetram no organismo humano pela via 
respiratória (na forma de poeira, fumo, névoa, neblina, gás ou vapor), via cutânea (absorção 
pela pele) ou, ainda, via ingestão. Já os agentes físicos são as diversas formas de energia que 
o trabalhador é exposto, como ruído, vibração, pressão anormal, temperatura extrema (frio ou 
calor), radiação (ionizante e não ionizante), ultrassom e infrassom. Os agentes biológicos, por 
sua vez, são os microrganismos, como fungos, bactérias, vírus, bacilos, parasitas e protozoários.
No Quadro 2 são apresentados os agentes de riscos, responsáveis por causar risco (danos) 
aos trabalhadores e suas respectivas normas regulamentadoras.
Tipo de agente Descrição do agente Normas Regulamentadoras
Agentes físicos
Formas de energia a que o trabalhador está 
exposto (ruído, vibrações, pressões anormais, 
temperaturas extremas, radiações ionizantes e 
não ionizantes) (micro-ondas, ultravioletas e 
laser), infrassom e ultrassom.
NR 6 – EPI.
NR 9 – PPRA (anexo 1).
NR 15 – Atividades e operações insalubres 
(anexos 1, 2, 3, 5, 6, 7, 8, 9 e 10).
NR 16 – Atividades e operações perigosas.
NR 25 – Resíduos industriais.
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Agentes 
químicos
Substâncias, compostos ou produtos, 
que possam penetrar no organismo 
pela via respiratória (poeiras, fumos, 
névoas, neblinas, gases ou vapores) 
ou que, pela natureza da atividade de 
exposição, possam ter contato ou ser 
absorvidos pelo organismo por meio 
da pele ou ingestão.
NR 6 – EPI.
NR 7 – PCMSO.
NR 9 – PPRA.
NR 15 – Atividades e operações 
insalubres; (anexos 11, 12 e 13).
NR 16 – Atividades e operações 
perigosas.
NR 19 – Explosivos.
NR 20 – Líquidos combustíveis e 
inflamáveis.
NR 22 – Segurança e saúde ocupacional na 
mineração.
NR 25 – Resíduos industriais.
NR 26 – Sinalização de segurança.
NR 31 – Saúde e segurança na agricultura, 
pecuária, silvicultura, exploração florestal e 
aquicultura.
NR 33 – Trabalho em espaço confinado.
NR 36 – Saúde e segurança no trabalho 
em empresas de abate e processamento de 
carnes.
Agentes 
biológicos
Bactérias, fungos, bacilos, parasitas, 
protozoários, vírus, animais peçonhentos, 
entre outros.
NR 6 – EPI.
NR 7 – PCMSO.
NR 9 – PPRA.
NR 15 – Atividades e operações insalubres 
(anexo 14).
NR 25 – Resíduos industriais.
NR 32 – Segurança e saúde no trabalho em 
serviços de saúde.
NR 36 – Saúde e segurança no trabalho 
em empresas de abate e processamento de 
carnes. 
Agentes 
ergonômicos
Relacionados à postura inadequada, 
trabalhos repetitivos, equipamentos 
mal adaptados ao trabalhador e ao 
peso excessivo.
NR 6 – EPI.
NR 11 – Transporte, movimentação, 
armazenamento e manuseio de 
materiais.
NR 17 – Ergonomia.
NR 18 - Condições e meio ambiente de 
trabalho na indústria da construção.24WWW.UNINGA.BR
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Agentes 
mecânicos
Relacionados ao arranjo de máquinas, a 
equipamentos e ferramentas inadequadas ou 
defeituosas e à iluminação ineficiente.
NR 6 – EPI.
NR 8 – Edificações.
NR 10 – Instalações e serviços em 
eletricidade.
NR 11 – Transporte, movimentação, 
armazenamento e manuseio de materiais.
NR 12 – Máquinas e equipamentos.
NR 13 – Caldeiras e vasos de pressão.
NR 14 – Fornos.
NR 16 – Atividades e operações perigosas.
NR 18 - Condições e meio ambiente de 
trabalho na indústria da construção.
NR 19 – Explosivos.
NR 20 – Líquidos combustíveis e inflamáveis.
NR 21 – Trabalho a céu aberto.
NR 23 – Proteção contra incêndio.
NR 24 – Condições sanitárias e de conforto 
nos locais de trabalho.
NR 26 – Sinalização de segurança.
NR 35 – Trabalho em altura.
Quadro 2 – Relação entre agentes ambientais, sua descrição e as correspondentes Normas Regulamentadoras do 
Ministério do Trabalho. Fonte: Brasil (2017a).
1.4.5. Adicional de insalubridade e de periculosidade
O pagamento do adicional de insalubridade está previsto na CLT, em seu capítulo V, 
Seção XIII, para o trabalhador que exerça suas atividades em condições de insalubridade.
No Art. 189 da CLT (BRASIL, 1943), 
serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua 
natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes 
nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados, em razão da natureza e 
da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos. 
 
Em seu Art. 190, estabelece que 
o Ministério do Trabalho aprovará o quadro das atividades e operações insalubres 
e adotará normas sobre os critérios de caracterização da insalubridade, os limites 
de tolerância aos agentes agressivos, meios de proteção e o tempo máximo de 
exposição do empregado a esses agentes (BRASIL, 1943). 
A NR 15 do Ministério do Trabalho (BRASIL 2014a) apresenta a regulamentação referente 
às atividades insalubres e determina os limites de tolerância de exposição do trabalhador ao 
agente insalubre. A própria NR estabelece que o limite de tolerância (LT) é a concentração ou 
intensidade, máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, 
que não causará dano à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral.
No Art. 192 da CLT (BRASIL, 1943) e na NR 15 (BRASIL 2014a), é assegurada a percepção 
de adicional, respectivamente, de 40%, 20% e 10% do salário mínimo da região, segundo se 
classifiquem e graus máximo, médio e mínimo, para trabalhos em condições insalubres e acima 
dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho (na NR 15). Em caso de 
incidência de mais de um fator de insalubridade, apenas o de grau mais elevado é considerado. 
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Ainda, segundo a CLT, em seu Art. 193, são consideradas atividades ou operações 
perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, 
aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de 
exposição permanente do trabalhador a: inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; roubos ou 
outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial; 
e atividades de trabalhador em motocicleta (BRASIL, 1943).
A NR 16, em seus anexos, apresenta todas as peculiaridades, limites e valores máximos 
permitidos inerentes a todas as atividades e operações consideradas perigosas para o trabalhador. 
A NR consideram perigosas as atividades ou operações executadas com explosivos sujeitos à 
degradação química ou autocatalítica e à ação de agentes exteriores, tais como, calor, umidade, 
faíscas, fogo, fenômenos sísmicos, choque e atritos. Considera, ainda, que as operações de 
transporte de inflamáveis líquidos (acima de 200 litros) ou gasosos liquefeitos (acima de 135 
litros), em quaisquer vasilhames e a granel, são consideradas em condições de periculosidade 
(BRASIL, 2015c). Os materiais e substâncias empregados, manipulados ou transportados 
nos locais de trabalho, quando perigosos ou nocivos à saúde, devem conter, no rótulo, sua 
composição, recomendações de socorro imediato e o símbolo de perigo correspondente, segundo 
a padronização internacional (BRASIL, 1943). 
O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 
30% sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos 
lucros da empresa. Este poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja 
devido (BRASIL, 1943). 
A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo as 
normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão por meio de perícia a cargo de Médico do Trabalho 
ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho (art. 195).  É facultado às 
empresas e aos sindicatos das categorias profissionais interessadas requererem ao Ministério 
do Trabalho, por meio das Delegacias Regionais do Trabalho (DRTs), a realização de perícia 
em estabelecimento ou setor deste, com o objetivo de caracterizar e classificar ou determinar 
atividade insalubre ou perigosa. Todavia a eliminação ou neutralização da insalubridade ficará 
caracterizada por meio de avaliação pericial por órgão competente, que comprove a inexistência 
de risco à saúde do trabalhador (BRASIL, 1943).
O art. 194 da CLT (BRASIL, 1943) e a NR 15 (BRASIL 2014a) determinam que, 
eliminado o risco à saúde ou integridade física do trabalhador, o adicional de insalubridade ou 
de periculosidade será cessado. Essa eliminação é estabelecida pelo seu art. 191 e também na NR 
15, que estabelece que a eliminação ou a neutralização da insalubridade ocorrerá: com a adoção 
de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância; e com a 
utilização de EPIs ao trabalhador, que diminuam a intensidade do agente agressivo a limites de 
tolerância. Segundo esse mesmo artigo, comprovada a insalubridade, cabe às DRTs notificar as 
empresas, estipulando prazos para sua eliminação ou neutralização. 
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2 - CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Os cuidados com a saúde e segurança dos trabalhadores têm sido crescente no setor 
industrial, mesmo que a passos lentos. Entretanto, o emprego inadequado e a falta de atenção com 
os agentes ambientais presentes em diversas atividades industriais pode causar sérios problemas à 
saúde e integridade física dos colaboradores envolvidos.
Nessa unidade, vimos um breve relato do histórico da segurança ocupacional no Brasil 
e em países europeus e americano e constatamos que ainda caminhamos lentamente em relação 
a eles. Enquanto as leis trabalhistas e sobre segurança e higiene do trabalho foram surgindo 
na Inglaterra, França e Alemanha nos anos de 1833, 1862 e 1884, respectivamente, no Brasil, 
apenas em 1978 o Ministério do Trabalho aprovou a Portaria nº 3.214/78, que regulamentou as 
NRs pertinentes a segurança e medicina do trabalho e, em 1980, iniciaram-se as publicações das 
primeiras normas da Fundacentro.
Diante dessa situação, muitos acidentese doenças ocorreram nos espaços ocupacionais. 
Pudemos ver sobre os principais fatores e causas geradores destes, bem como a importância da 
Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT).
Por fim, conhecemos os conceitos de higiene do trabalho, riscos ambientais e agentes 
de risco, bem como a sua importância para o setor ocupacional. Conceitos esses que serão 
extremamente importantes para as unidades posteriores.
Para reforçar os conhecimentos sobre segurança 
do trabalho, prevenção de acidentes do trabalho e 
higiene ocupacional, assista ao filme Silkwood: o 
retrato de um coração. Ele conta a história de uma 
mãe que trabalha como metalúrgica em uma fábrica 
de componentes para usina atômica que, vendo 
vários casos de abuso aos trabalhadores no local de 
trabalho, resolve denunciar. No entanto, a atitude do 
governo e da usina atômica foi de omissão, o que 
coloca em risco a sua própria vida. O filme é baseado 
em fatos reais ocorridos no ano de 1974.
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U N I D A D E
02
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................ 29
1 - RISCOS QUÍMICOS ............................................................................................................................................ 30
1.1. A INDÚSTRIA QUÍMICA...................................................................................................................................... 30
1.1.1.ORIGEM DAS SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS UTILIZADAS INDUSTRIALMENTE .............................................. 30
1.1.2.ÂMBITO DA INDÚSTRIA QUÍMICA ................................................................................................................ 31
1.1.3. A INDÚSTRIA QUÍMICA BRASILEIRA ............................................................................................................ 32
1.1.4.FICHA INFORMAÇÃO DE SEGURANÇA DO PRODUTO QUÍMICO (FISPQ) .................................................. 34
1.1.5. NÚMERO CAS .................................................................................................................................................. 35
1.3. AGENTES QUÍMICOS ......................................................................................................................................... 37
1.3.1. CLASSIFICAÇÃO .............................................................................................................................................. 38
RISCOS QUÍMICOS
PROF.A MA. ANA PAULA JAMBERS SCANDELAI
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
HIGIENE DO TRABALHO II - RISCOS OCUPACIONAIS 
QUALITATIVOS (QUÍMICOS, FÍSICOS,BIOLÓGICOS)
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1.3.1.1.POEIRAS .......................................................................................................................................................... 39
1.3.1.2.FUMOS............................................................................................................................................................ 42
1.3.1.3. NÉVOAS ......................................................................................................................................................... 42
1.3.1.4. NEBLINAS ...................................................................................................................................................... 42
1.3.1.5. GASES ............................................................................................................................................................ 42
1.3.1.6. VAPORES ....................................................................................................................................................... 43
1.3.2. PENETRAÇÃO NO ORGANISMO HUMANO .................................................................................................. 43
1.3.3. EFEITOS DOS AGENTES QUÍMICOS ............................................................................................................44
1.4. LEGISLAÇÃO ....................................................................................................................................................... 45
1.4.1. INSALUBRIDADE .............................................................................................................................................. 46
1.4.2.LIMITES DE TOLERÂNCIA (LT) ....................................................................................................................... 47
1.5. MEDIDAS DE CONTROLE .................................................................................................................................. 48
2 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................................. 51
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INTRODUÇÃO
Nesta unidade, será discorrido sobre o primeiro agente ambiental da higiene ocupacional, 
os agentes químicos. Inicialmente, será realizada uma apresentação sobre a indústria química no 
Brasil, abordando seu contexto histórico e econômico, bem como a importância dos produtos 
químicos para diversos ramos da indústria.
Posteriormente, serão definidos os principais agentes químicos (poeira, névoa, neblina, 
fumo, gases e vapores), a sua classificação e propriedades principais, bem como os efeitos à saúde 
dos trabalhadores potencialmente expostos a eles.
Serão apresentados e discutidos os limites de tolerância à exposição do trabalhador a esses 
agentes, estipulados pelas normas regulamentadoras e as consequências do manuseio inadequado 
de produtos químicos. Por fim, medidas de controle coletiva e individual serão apresentadas, 
visando garantir à saúde e segurança dos trabalhadores.
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1 - RISCOS QUÍMICOS 
1.1. A indústria Química
A classificação da indústria química e de seus segmentos já foi motivo de muitas 
divergências, o que dificultava a comparação e análise dos dados estatísticos referentes ao setor. 
Em algumas ocasiões, indústrias independentes, como a do refino do petróleo, por exemplo, 
eram confundidas com a indústria química propriamente dita. Em outras, segmentos tipicamente 
químicos, como os de resinas termoplásticas e de borracha sintética, não eram incluídos nas 
análises setoriais (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA QUÍMICA, 2017).
Segundo a Associação Brasileira da Indústria Química (ABIQUIM) (2017), com o 
objetivo de eliminar essas divergências, a Organização das Nações Unidas (ONU), há alguns 
anos, aprovou a nova classificação internacional para a indústria química, incluindo-a na Revisão 
n° 3 e 4 da International Standard Industry Classification (ISIC). No Brasil, o Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística (IBGE), com o apoio ABIQUIM, definiu, com base nos critérios aprovados 
pela ONU, uma nova Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) e promoveu o 
enquadramento de todos os produtos químicos nessa classificação. Durante o ano de 2006, o 
IBGE redefiniu toda a estrutura da CNAE, adaptando-a ao ISIC. Após a conclusão dessa revisão, 
os segmentos que compõem as atividades da indústria química passaram a ser contemplados 
nas divisões 20 (fabricação de produtos químicos) e 21 (fabricação de produtos farmoquímicos

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