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MCA: Nascimento, crescimento e saúde da mulher TXXX Acadêmica: Loren Montanha Costa Segundo a OMS, 1 em cada 4 crianças sofre com essa condição, que está relacionada a uma deficiência de micronutrientes. Causada por uma insuficiência alimentar, a fome oculta pode provocar sérios problemas no desenvolvimento saudável da criança, uma vez que é caracterizada pela ausência de vitaminas e minerais, facilitando a predisposição a doenças como diabetes, hipertensão e colesterol alto. Ao contrario da desnutrição comum, em que a criança apresenta uma série de sinais físicos, essa condição não necessariamente está associada a esses sintomas. Posteriormente começam aparecer sintomas como contração dos músculos, câimbras, irritação, fraqueza, exaustão, cansaço, sangramento vaginal, queda de cabelo e outros. O ferro é um micronutriente que consegue exercer funções vitais em todo o corpo. Dentre essas funções, pode-se destacar a eritropoiese. A anemia é a diminuição do teor de hemoglobina total funcionante no sangue a valores inferiores aos das necessidades fisiológicas determinadas pela demanda de oxigênio tecidual. Pode ser pela redução de hemoglobina ou de eritrócitos. Um indivíduo pode ser considerado anêmico quando suas concentrações de hemoglobina forem menores que 11g/dL, se for adulto do gênero feminino ou criança, e menores de 12 g/ dL se for homem adulto. A anemia ferropriva é causada pela deficiência de ferro proveniente da alimentação. Vitamina lipossolúvel com importante função em processos metabólicos. É importante para a visão, hematopoiese, desenvolvimento embrionário, diferenciação celular, integridade epitelial, sistema imune, transcrição genética e função reprodutiva. Tanto a falta quanto o excesso de vitamina A repercutem de forma negativa para o organismo. A deficiência de vitamina A é a principal causa de cegueira adquirida em crianças, além de estar relacionada a maior vulnerabilidade a doenças infecciosas. No período perinatal, a deficiência está associada a prematuridade, retardo do crescimento intrauterino e infecções neonatais. No Brasil, consideram-se áreas de deficiência de vitamina A o Vale do Jequitinhonha, o semiárido nordestino e o Vale do Ribeira. Para a OMS, o Brasil é considerado um país com prevalência moderada de deficiência de vitamina A em pré- escolares, ou seja, entre 10 e 20%. É encontrado na alimentação em duas formas: os retinóis (origem animal) e os carotenoides (origem vegetal). O retinol é uma forma lipossolúvel da vitamina A encontrada em alimentos de origem animal, depositado nos tecidos como éster de retinol e em maior concentração no fígado. Convertido em retinal (retinaldeído), é essencial para a visão, formando moléculas absorvedoras de luz, importantes para visão em situações de baixa luminosidade (estimulação dos bastonetes) e definição de cores (estimulação dos cones). Sua absorção ocorre no duodeno e depende da presença de lipídios. Clinicamente, a deficiência de vitamina A manifesta-se pelas alterações da visão, anemia, predisposição a infecções, inapetência e alteração do paladar, alteração do crescimento, deformidades ósseas, xerodermia, ceratinização de mucosas dos tratos respiratório, digestório e geniturinário, das papilas gustativas, com diminuição do paladar, e hiperqueratose folicular. Os sinais cutâneos não são específicos da deficiência (hiperqueratose folicular ou frinoderma, xerose cutânea ou xerodermia). Pertence aos compostos lipossolúveis. É absorvida no íleo, juntamente com as gorduras. As filoquinonas (vitamina K1) provêm de alimentos da dieta, enquanto as menaquinonas (vitamina K2) são sintetizadas por bactérias intestinais. A maior quantidade de vitamina K plasmática é filoquinona, enquanto mais de 90% do conteúdo de vitamina K do fígado humano consiste de menaquinona. As melhores fontes alimentares são os vegetais de folhas verdes e alguns legumes e óleos vegetais (soja, algodão, canola e oliva). MCA: Nascimento, crescimento e saúde da mulher TXXX Acadêmica: Loren Montanha Costa A principal atuação da vitamina K ocorre na síntese hepática de fatores da coagulação II (protrombina), VII, IX e X, que participam ativamente da cascata da coagulação intrínseca e extrínseca. A deficiência de vitamina K causa fenômenos hemorrágicos espontâneos ou provocados de diversos graus de gravidade. O sangramento é rapidamente restaurado pela administração de vitamina K. A deficiência de vitamina K1 ocorre quando há restrição dietética da vitamina e ocorre modificação da microbiota intestinal (uso prolongado de antibióticos, diarreia persistente), má absorção de lipídios e nas doenças hepáticas colestáticas e avançadas, entre outras. O organismo humano adulto contém de 15 a 30 mg de iodo, e 3/4 dessa quantidade são encontrados na glândula tireoide, sendo componente essencial da tiroxina e da triiodotironina. O iodo também se acumula nas glândulas salivares, mamárias e gástricas. As fontes de iodo são peixes (principalmente de água salgada), mariscos, algas marinhas, camarão, ostras, lagosta, vegetais (espinafre e agrião), carnes, ovos, alimentos lácteos e sal iodado. Desde 1953, a legislação brasileira prevê a iodaçao do sal de cozinha, na proporção de 10mg de iodo por quilo de sal. Em 1995, essa quantidade foi aumentada para 40 a 60mg/kg de sal. Os íons iodetos, presentes nos alimentos, são absorvidos no intestino delgado e distribuídos no sistema circulatório na forma livre ou ligados a proteínas. A glândula tireoide capta ativamente o iodo e incorpora-o à tirosina da molécula de tireoglobulina, que é sintetizada na própria glândula. A secreção dos hormônios (T4 e T3) é feita após a proteólise da tireoglobulina, influenciada pelo hormônio estimulador da tireoide (TSH). A regulação dos hormônios tireoidianos é feita por um mecanismo de feedback negativo, ou seja, a hipófise estimula a secreção do TSH em resposta aos baixos níveis de hormônio, mantendo os níveis na circulação. Se não há disponibilidade de iodo, os níveis plasmáticos de TSH permanecem altos, e se há um excesso de iodo ocorre um efeito inibidor direto sobre a glândula tireoide, por diminuir a ligação do iodo à tireoglobulina; com isso, diminui a secreção de T4 e T3. A deficiência de iodo ocasiona o bócio simples eutireoidiano, e a deficiência mais séria, o hipotireoidismo. Deficiências dietéticas durante a gestação podem levar ao bócio e ao cretinismo (defeito congênito do desenvolvimento físico e mental). Outras manifestações podem aparecer de acordo com a idade: abortos, prematuridade, anomalias congênitas, cretinismo neurológico, cretinismo mixedematoso (nos fetos); bócio e hipotireoidismo neonatal (no recém-nascido); bócio, hipotireoidismo infantil, retardo no crescimento e no desenvolvimento (na criança e adolescente). Componente essencial de grande parte das enzimas responsáveis pelo equilíbrio metabólico. Sua ação biológica no crescimento, desenvolvimento cognitivo, reparação tissular e replicação celular torna-o um elemento de grande importância para o organismo, particularmente para o sistema imunológico. É necessário à síntese proteica, replicação de ácidos nucleicos, divisão celular, metabolismo da somatomedina, modulação da prolactina, ação da insulina e hormônios do timo, tireoide, suprarrenal e testículos. É essencial para o funcionamento de linfócitos e fibroblastos, o que o torna essencial na defesa imunológica e na cicatrização. A deficiência de zinco, tanto hereditária quanto adquirida, está associada a importantes prejuízos dos mecanismos de defesa do corpo, como atrofia do tecido linfoide, diminuição da resposta à hipersensibilidadecutânea retardada, diminuição do pool de células produtoras de anticorpos e também da ação dos linfócitos T killer.A acrodermatite enteropática, distúrbio caracterizado por imunossupressão, atrofia vilositária, diarreia grave e falha de crescimento, apresenta resposta clínica favorável com a suplementação de zinco, sendo o modelo clínico da deficiência congênita de zinco de origem genética, autossômica recessiva por distúrbio de absorção do nutriente. As fontes alimentares de zinco são as carnes, ovos, leite e crustáceos. Os vegetais apresentam quantidades menores do mineral e, muitas vezes, contêm substâncias como fitatos, que prejudicam a biodisponibilidade e absorção. Os aspectos clínicos da deficiência podem estar associados à desnutrição energético-proteica, às MCA: Nascimento, crescimento e saúde da mulher TXXX Acadêmica: Loren Montanha Costa dietas restritivas e às alterações genéticas. Podem ocorrer acometimentos do crescimento somático, alterações do apetite e do paladar, do sistema imune e retardo do desenvolvimento pubertário. A deficiência pode diminuir a síntese das proteínas ligadas ao transporte do retinol plasmático, levando à deficiência periférica de vitamina A, pela liberação hepática insuficiente. MCA: Nascimento, crescimento e saúde da mulher TXXX Acadêmica: Loren Montanha Costa A anemia ferropriva ocorre como resultado final do desequilíbrio no balanço entre a quantidade de ferro biodisponível absorvido na dieta e as necessidades do organismo, após o esgotamento das reservas de ferro e do ferro funcional circulante. Segundo a Organização Mundial da Saúde, 2 bilhões de pessoas, ou seja, mais de 30% da população mundial, apresentam anemia por deficiência de ferro. As maiores taxas de anemia são de países em desenvolvimento e em populações de baixa renda, acometendo 51% das crianças de 0 a 4 anos e 46% na faixa de 5 a 12 anos. Embora a deficiência de ferro atinja todas as classes socioeconômicas e grupos culturais, certas populações correm maior perigo: o de baixa renda; o com desnutrição intrauterina; o prematuros; o de baixo peso ao nascer ou gemelares; o que abandonaram o aleitamento materno precocemente; o que substituíram o leite materno pelo leite de vaca sem suplementação de ferro; o que receberam dietas pobres em ferro; o desnutridos; o que apresentam infecções frequentes; o com capacidade limitada do organismo em absorver o ferro dietético; o que necessitam de ferro para o crescimento; o com alta incidência de parasitismo; o que apresentam sangramento intestinal por causa de alergia alimentar causada, principalmente, pelo uso do leite de vaca integral; o ocorrência de pólipos ou divertículos; o uso de drogas que podem levar a sangramento digestivo ou que inibem a secreção gástrica. Durante o período gestacional, o feto recebe do organismo materno quantidade de ferro relativamente constante, que é estocada no fígado, principalmente no último trimestre de gestação. Essa reserva e a oferta proveniente do leite materno exclusivo garantem aporte suficiente até aproximadamente 4 a 6 meses, uma vez que a absorção desse elemento é de 49%, enquanto a do leite de vaca é de apenas 10%. Os recém- nascidos prematuros e os de baixo peso têm reservas pobres de ferro, que se esgotam rapidamente, mesmo em aleitamento materno. A suplementação de ferro é necessária a partir do primeiro mês de vida. Apresentam maior risco de deficiência de ferro entre 6 e 18 meses de idade, período de crescimento rápido, quando os reduzidos estoques de ferro, a ingestão frequentemente inadequada e as perdas gastrintestinais crônicas (devidas à alergia ao leite de vaca, às parasitoses, à doença diarreica e ao refluxo gastroesofágico) podem afetar o equilíbrio entre perdas e ganhos. Os sinais e sintomas surgem lentamente e guardam relação com os estágios de depleção do ferro corporal. A anemia é precedida por um estágio de depleção de ferro em que, inicialmente, ocorre diminuição do ferro de depósito, com posterior diminuição do ferro circulante. De modo geral, quando as primeiras manifestações surgem, a anemia já é moderada. Os sinais e sintomas mais frequentemente encontrados são: palidez cutâneo-mucosa, apatia, dispneia, dificuldade para realizar atividade física, fraqueza muscular, dificuldade na termorregulação, inapetência e prejuízo no desenvolvimento físico. É comum a perversão do apetite, manifestada por geofagia ou por compulsão por comer gelo, sabão, espuma de colchão ou cabelo. Ao exame físico pode notar palidez e glossite (hiperemia e perda das papilas linguais). Dependendo da intensidade, pode observar sopros cardíacos leves proto/mesossintólicos suaves, sem irradiação, decorrentes do estado hipercinético da circulação sanguínea e esplenomegalia. MCA: Nascimento, crescimento e saúde da mulher TXXX Acadêmica: Loren Montanha Costa Manifestações não hematológicas da deficiência de ferro incluem redução da capacidade de atenção, déficits psicomotores e comportamentais e alteração da função imune caracterizada por inibição da capacidade bactericida dos neutrófilos, aumentando a suscetibilidade a diarreia, a doenças respiratórias e infecções, com prejuízo também da imunidade mediada por células. O tratamento com ferro deve ser iniciado de preferência por via oral. A associação de ferro com dose alegada de vitamina C pode ser considerada para pacientes com dificuldade em absorver ferro. O benefício real de um suplemento de ferro depende de fatores como efetividade terapêutica, tolerância gastrintestinal, incidência de eventos adversos, perfil de segurança (risco mínimo de toxicidade e número de tomadas diárias). Por outro lado, a correção da anemia ferropriva sofre influência de fatores como intensidade da anemia, capacidade de tolerância e de absorção intestinal do paciente aos suplementos com ferro e presença de doença concomitante. Os efeitos adversos do tratamento são relacionados a com preta das fezes, manchas escuras nos dentes e distúrbios gastrointestinais (náuseas, vômitos, diarreia, dor epigástrica, cólicas e constipação). A ingestão com água ou suco de frutas cítricas pode impedir ou mascarar o gosto e a formação de manchas nos dentes. MCA: Nascimento, crescimento e saúde da mulher TXXX Acadêmica: Loren Montanha Costa A formação da vitamina D inicia na pele, com a conversão do 7-dehidrocolesterol em vitamina D3 (colecalciferol) pela radiação ultravioleta. Na sequência, sofre nova hidroxilação, sendo transformada em 25-OH-D (calcidiol) no fígado e, por último, em 1,25OHD3 (calcitriol) no rim. O calcitriol estimula a absorção intestinal de cálcio e fosfatos, e em conjunto com o PTH estimula a produção e secreção de uma citocina conhecida como RANKL (ativador do receptor do fator nuclear ʃ-B), que exerce papel fundamental na osteoclastogênese e ativação dos osteoclastos gigantes que induzem a reabsorção óssea. A apresentação clássica da deficiência da vitamina D em lactentes e crianças maiores é o raquitismo. As alterações clínicas e radiológicas podem demorar vários meses para aparecer, dependendo da velocidadede crescimento da criança, do grau da deficiência da vitamina D e do conteúdo de cálcio da dieta. A deficiência de vitamina D provoca um balanço negativo do cálcio (Ca) e fósforo (P). Durante o crescimento, a falta desses dois íons ocasiona alteração da mineralização da matriz óssea e cartilaginosa, denominada raquitismo. Nos adultos, a desmineralização dos ossos é conhecida como osteomalácia. O raquitismo é uma doença caracterizada pela mineralização óssea inadequada, ossos frágeis e deformidade esquelética. É importante a anamnese bem feita e o exame físico. A deficiência de vitamina D pode ocorrer em virtude de: o Ingestão usual abaixo dos níveis recomendados (o que pode levar ao raquitismo nutricional ou carencial, mais comum abaixo de 2 anos, principalmente nos menores de 1 ano ou, ainda, mais tarde, a osteopenia ou osteoporose); o Exposição solar limitada; o Deficiência da conversão renal da vitamina D para sua forma ativa ou por má-absorção; o Induzida por medicamentos: descrita em usuários de fenobarbital e hidantoína. Baixo peso. Dietas deficientes em vitamina D. Hábitos de vida inadequados. Alegria a proteína do leite de vaca, intolerância a lactose. Doença celíaca. Fibrose cística. Hepatomegalias. Doença inflamatória intestinal Uso de corticosteroide. Vegetarianismo puro. Crianças prematuras e de baixo peso ao nascer são também de risco para o desenvolvimento do raquitismo carencial e risco de osteoporose na idade adulta. Na maioria das situações, a exposição solar por aproximadamente 17 minutos diários dos braços e da face pode prover a necessidade diária da vitamina D. Além do baixo peso, a obesidade também está associada à deficiência, pois a vitamina D é armazenada eficientemente no tecido adiposo e torna-se não biodisponível. Crescimento ponderoestatural diminuído, desenvolvimento neuropsicomotor atrasado, palidez, irritabilidade, sudorese, músculos hipotônicos, abdome distendido e hérnias, aumento do baço e dos gânglios linfáticos (principalmente cervicais), estridor laríngeo e laringoespasmo. As alterações ósseas são simétricas e indolores e acometem a cartilagem de crescimento: o No seguimento cefálico: craniotabes, aumento do crânio, cabeça ͞quadrada ͞ , atraso no fechamento das fontanelas, atraso e irregularidades na erupção dentária. o No segmento torácico: rosário raquítico, cintura diafragmática (sulco de Harrinson) tórax em peito de pombo ou quilha de navio. MCA: Nascimento, crescimento e saúde da mulher TXXX Acadêmica: Loren Montanha Costa o Na coluna: escoliose, lordose e cifose dorsolombar. o Nas extremidades: alargamento epifisário (principalmente punho e tornozelo), encurvamento da diáfise, fraturas (geralmente em galho verde), pé chato. o Na cintura pélvica: pelve estreita, desproporção da relação segmento superior/segmento inferior. Deve-se garantir a ingestão da necessidade diária de vitamina D (400 UI para menores de 1 ano e 600 UI para crianças com idade superior a 1 ano) A prevenção da deficiência pode ser realizada pela exposição direta da pele à luz solar. Crianças pequenas devem ser expostas regularmente. Estudos sugerem que a exposição direta ao sol durante 30 minutos por semana, com a criança despida, ou 2 horas por semana, com exposição parcial (abrangendo cabeça e membros), produz as quantidades mínimas necessárias de vitamina D. MCA: Nascimento, crescimento e saúde da mulher TXXX Acadêmica: Loren Montanha Costa É representada pelo acumulo excessivo de gordura corporal que acarreta prejuízos à saúde dos indivíduos. Sua etiologia é multifatorial com interação entre fatores genéticos, metabólicos, nutricionais, psicossociais, ambientais e mudanças no estilo de vida. Reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a maior epidemia de saúde pública mundial, com elevação de sua prevalência tanto em países desenvolvidos como nos países em desenvolvimento estando associada às doenças crônicas não transmissíveis que vêm afetando mais precocemente crianças e adolescentes. Entre 2008 e 2009, o sobrepeso foi diagnosticado em 33,5% e a obesidade em 14,3% das crianças brasileiras entre 5 e 9 anos de idade Nos adolescentes de 10 a 19 anos, a prevalência de sobrepeso e obesidade foi de 20,5% e 4,9%, respectivamente. No Brasil, ao mesmo tempo que cai a ocorrência de desnutrição em crianças e adultos num ritmo acelerado, aumenta a prevalência de sobrepeso e obesidade. Doença multicausal. Sua causa imediata é um balanço positivo de energia que resulta em acumulo de gordura quando a ingestão excede as necessidades do organismo. O fator genético é primordial. O meio ambiente permite ou condiciona a ingestão excessiva e o baixo gasto energético, é necessário avaliar o comportamento familiar em relação a alimentação da criança. A obesidade tende a se relacionar com o desmame precoce, uso abusivo de hidratos de carbono, estímulos da família para a alimentação, excessos alimentares no que se refere as guloseimas e as refeições consumidas às pressas. Em alguns casos, a criança obesa tem um consumo alimentar menor que a não obesa, mas apresenta pouca atividade física. Os fatores psicossociais também têm papel na instalação e manutenção da obesidade, a criança passa a encontrar no alimento a compensação para seus problemas emocionais. A obesidade se dá quando à excessiva ingesta de energia, reduzido gasto ou a alterações na regulação desse balanço energético. A leptina é uma proteína produzida é secretado por adipócitos maduros atua como um sinal de saciedade. Os obesos apresentam níveis mais elevados de leptina, provavelmente devido a redução da sensibilidade. O neuropeptídio Y é um neurotransmissor liberado pelo hipotálamo que tem efeito contrário ao da leptina, aumentando a ingesta alimentar, a concentração de insulina, diminui a atividade simpática, reduzindo a energia liberada e aumentando os estoques de gordura. Pode ser classificada como androide e ginecoide. Na forma androide, mais comum nos homens, a gordura se acumula principalmente no tórax e no abdome (gordura visceral ou abdominal). A obesidade androide, também chamada de central, é mais importante como fator de risco de doença cardiovascular; um dos mecanismos envolvidos é o impedimento da circulação do sangue até o coração pelas placas de gordura, obstruindo artérias, etc. Na forma ginecoide, mais comum em mulheres, a gordura apresenta-se distribuída em forma periférica pelo corpo, tecido subcutâneo, com a maior parte depositada nas nádegas e nas coxas. A obesidade na infância e adolescência está diretamente relacionada à obesidade na fase adulta; A obesidade possui íntima relação com doenças como dislipidemias, diabetes, problemas ortopédicos, apneia do sono, aterosclerose, e hipertensão arterial. MCA: Nascimento, crescimento e saúde da mulher TXXX Acadêmica: Loren Montanha Costa A obesidade nessa fase tem grande impacto no aspecto psicossocial do individuo, pois ele tende a ter baixa autoestima, afetando negativamente o rendimento escolar e suas relações sociais, por exemplo. Achados frequentes no exame físico de crianças e adolescentes com excesso de peso: o Dermatológicos: Acantose nigricans, infecção fúngica, estrias, celulite, acne, hirsutismo, furunculose. o A hiperinsulinemia ocorre devido ao desenvolvimento de resistência à insulina.o Hipercolesterolemia: nos obesos, há um aumento dos níveis de colesterol total e LDL, com maior risco de desenvolvimento de aterosclerose. o A gordura central aumenta o risco para DM, doenças cardiovasculares HAS. o Complicações ortopédicas ocorrem principalmente pelo trauma nas articulações pelo excesso de peso. Joelho valgo, epifisiólise de cabeça do fêmur, osteocondrites, artrites degenerativas, pé plano. o Alterações na função pulmonar devido a diminuição do volume residual e do volume expiratório máximo. o Hepáticos: Colelitíase, doença gordurosa não alcoólica. o Geniturinários: Síndrome dos ovários policísticos, pubarca precoce, incontinência urinária. o SN: Pseudotumor cerebral, problemas psicossociais. Relação entre obesidade e DM2 Acredita-se que o excesso de ácidos graxos livres seja responsável pela resistência à insulina. Inicialmente há um aumento compensatório de insulina, mantendo o nível de glicose plasmática normal; porém, a longo prazo, essa compensação não é capaz de evitar a resistência progressiva do corpo a esse hormônio, aumentando o nível de glicose e com isso, se instala a DM2. Por meio da anamnese, exame físico (peso, altura, IMC e circunferência abdominal). Essencialmente clínico baseado na avaliação do aspecto geral do indivíduo (normalmente há dobras cutâneas, estrias, abdome pendular, etc.). A mensuração do IMC pode auxiliar na classificação de obesidade e sobrepeso (é a melhor alternativa clínica para mensurar a adiposidade), porém não possibilita diferenciar o excesso de peso por obesidade, por hipertrofia muscular ou por edema. Outra alternativa é a medida da circunferência abdominal com a fita métrica (de acordo com a OMS, considera-se como aumentados valores maiores de 94cm para homens e maiores que 80cm para mulheres). Os exames complementares podem ser utilizados para obtenção de dados mais precisos sobre a composição corporal, para investigação de possíveis causas da obesidade e para o diagnóstico das repercussões metabólicas mais comuns da obesidade, entre as quais estão: dislipidemia, alterações do metabolismo glicídico, hipertensão arterial, doença hepática gordurosa não alcoólica, síndrome da apneia obstrutiva do sono e síndrome dos ovários policísticos. O ideal é uma abordagem multidisciplinar, comuna equipe formada por nutricionista, psicólogo, educador físico. É importante investigar as repercussões da obesidade para tratamento adequado. O objetivo geral é equilibrar a ingestão de alimentos e o gasto energético. O obeso deve comer pouco e várias vezes ao dia (evitando ficar muito tempo sem comer). Deve-se restringir o consumo de alimentos gordurosos, açucarados e ultraprocessados e aumentar a prática de atividades físicas. Uma abordagem interdisciplinar é indicada. Terapia com psicólogo. MCA: Nascimento, crescimento e saúde da mulher TXXX Acadêmica: Loren Montanha Costa Os TA são quadros psiquiátricos de etiologia multifatorial, cujos critérios diagnósticos são pautados em características psicológicas, comportamentais e fisiológicas. TA são caracterizados por uma perturbação persistente na alimentação ou no comportamento relacionado à alimentação, que compromete a saúde física ou o funcionamento psicossocial. Perda de peso intensa e intencional, em razão de um excesso de peso real ou imaginário. Medo intenso de ganhar peso ou de engordar, ou comportamento persistente que interfere no ganho de peso; Perturbação na percepção do próprio peso ou da própria forma corporal Exercícios físicos vigorosos, laxantes, diuréticos e cafeína. Pode evoluir para depressão e bulimia. Epidemiologia A prevalência de anorexia nervosa (AN) em jovens do sexo feminino varia entre 0,4 e 0,9% É mais recorrente em mulheres. 18% de mortalidade e 3% de suicídio. Subtipos Restritivos: longos períodos em jejum. Purgativo: compulsão alimentar seguido de uso de laxantes, diuréticos, indução de vomito. Quadro clínico Supressão do eixo hipotálamo-hipófise-gônada resultando em amenorreia e ozospermia. Hipoglicemia. Bradicardia/hipotensão. Adaptação ao baixo metabolismo basal e devido a um estado de depleção de volume. Arritmias por distúrbios hidroeletrolíticos (uso de laxantes, diuréticos e vômitos). Constipação. Intolerância ao frio e fadiga (hipotireoidismo e baixa de t3 e t4). Alopecia, anemia e osteopenia. Episódios recorrentes de compulsão alimentar seguidos de comportamentos compensatórios inapropriados recorrentes a fim de impedir o ganho de peso (vomito, laxantes, diuréticos, jejum, ou exercícios em excesso). Compulsão alimentar é caracterizada por: Ingestão de uma quantidade de alimento muito grande, maior que o normal. Sensação de falta de controle sobre a ingestão durante o episódio. Gravidade O nível de gravidade na BN é baseado na frequência dos comportamentos compensatórios inapropriados. Pode ser classificado em: o Leve: média de 1 a 3 episódios por semana o Moderado: média de 4 a 7 episódios por semana o Grave: média de 8 a 13 episódios por semana o Extremo: média de 14 ou mais episódios por semana O nível de gravidade pode ser ampliado para refletir outros sintomas e o grau de incapacidade funcional. Quadro clínico 3 principais sinais: Hipertrofia bilateral das glândulas salivares (parótida): devido ao hiperestímulo (consumo excessivo de carboidratos e dos vômitos). Desgaste dentário: devido ao suco gástrico nos episódios de vomito. Sinal de Russel: lesão de pele no dorso da mão devido ao uso para provocar vômitos. Impulsividade. Hipocalemia. Obsessão metódica e patológica pela ingestão de alimentos saudáveis e puros. Essa pureza está ligada a uma dieta livre de herbicidas, pesticidas e substancias artificiais. MCA: Nascimento, crescimento e saúde da mulher TXXX Acadêmica: Loren Montanha Costa A etiologia da palavra é grega, orthos significa correto, orexis significa apetite. Pode provocar carência de nutrientes e desnutrição. Em casos extremos, os ortoréxicos preferirão morrer de fome a comer os alimentos que consideram impuros ou insalubres. Excluem itens essenciais como carne, laticínios, açúcar e gordura sem fazer substituição adequada. Pode ocasionar o afastamento do convívio com a sociedade, uma vez que o indivíduos sente a necessidade de explicar e convencer a todos da importância de consumir os alimentos da maneira que ele consome, gerando conflitos e isolamento. A pessoa pode desenvolver ansiedade e depressão. Carência nutricional. Indivíduos da área da saúde são mais propensos a adquiria essa patologia, principalmente dos cursos de nutrição, Farmácia e enfermagem. Transtorno dismórfico muscular. Vigorexia pode ser traduzida pela expressão apetite por ser forte. Obsessão pelo corpo belo e musculoso, no qual o indivíduo se desafia ao máximo para conseguir um corpo extremamente definido. A busca incontrolável pelo corpo com músculos definidos traz consigo a diminuição do investimento na vida emocional, social e ocupacional por conta das longas horas investidas em musculação. Pode desenvolver depressão e ansiedade. As consequências biológicas são: mudanças metabólicas que repercutem sobre o fígado e sistema cardiovascular, aumentando os níveis de colesterol, diminuição do centro respiratório, disfunção erétil, hipertrofia prostática, hipogonadismo e ginecomastia, amenorreia e ciclos menstruais irregulares. A pessoa come muito pouco e/ou evita comer determinados alimentos. Pode causar perda de peso significativa, crescimento menor que o esperado em crianças,dificuldade em participar de atividades sociais normais e, às vezes, deficiências nutricionais potencialmente fatais. O médico diagnostica a pessoa com base na natureza da restrição alimentar e seus efeitos, após ter descartado outras causas que a fazem comer muito pouco. A terapia cognitivo-comportamental pode ajudar a pessoa a aprender a comer normalmente e ajudá-la a sentir menos ansiedade em relação ao que come. Costuma começar na infância e, inicialmente, pode ser semelhante a uma alimentação seletiva, que é comum durante esta fase da vida. Por exemplo, é possível que a criança se recuse a comer alguns tipos de alimentos ou alimentos que têm uma determinada cor, consistência ou odor. No entanto, a alimentação seletiva geralmente diz respeito a apenas alguns alimentos e, ao contrário das crianças com aquele transtorno, as crianças que apresentam alimentação seletiva têm apetite normal, em geral comem o suficiente e crescem e se desenvolvem normalmente. É possível que a pessoa com transtorno alimentar restritivo evitativo não coma, porque ela perdeu o interesse em comer ou porque acredita que comer tem consequências prejudiciais. É possível que ela evite determinados alimentos devido à sua cor, consistência ou odor. Referências: - Tratado de pediatria - SBP - 3ed - Bases bioquímicas e fisiológicas da niutriçao nas diferentes fases da vida na saúde e na doença - Silva maria e Cristiane Cominetti - 1ed 2013. - Manual de orientação - obesidade na infância e adolescência - SBP - 3ed - Transtornos alimentares modernos: uma comparação entre ortorexia e vigorexia - Maitê Regina Bressan e Constanza Pujals - Rev UNINGÁ 2015.
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