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O metabolismo é um termo derivado do grego metábole, que significa mudança, assim metabolismo é um termo utilizado para descrever as várias reações químicas existentes no organismo que garantem suas necessidades estruturais e energéticas. Ele é dividido em basicamente três: metabolismo basal, termogênese e energia gasta durante os exercícios físicos (programados ou não). COMPONENTES DO GASTO ENERGÉTICO - Gasto energético basal ou taxa metabólica basal: quantidade de energia gasta em 24h por um indivíduo fisicamente e mentalmente em repouso, sendo então a energia dispendida para a manutenção de processos corporais vitais: respiração e circulação, síntese de compostos orgânicos e bombeamento de íons através de membranas. Esse é o maior componente do gasto energético, contribuindo por 60 a 75% do gasto energético diário, permanecendo constante ao longo do dia e tendo uma influência genética e da quantidade de massa magra (quanto maior a massa magra maior o metabolismo basal). Fatores de afetam a taxa metabólica basal: Idade: o metabolismo basal é muito afetado pela proporção de massa corporal magra (MCM). Sendo assim, ele é mais alto em períodos de crescimento, especialmente no primeiro e segundo anos de vida. Após o início da idade adulta, ocorre uma redução de 1 a 2% do gasto energético diário ou taxa metabólica basal por quilograma de massa magra (ou massa livre de gordura) a cada década e além isso existe uma tendencia por si só de redução da massa magra (homem depois de 30 e mulher pós menopausa, especialmente). Composição corporal: a massa livre de gordura ou massa magra é o principal preditor da taxa metabólica basal, e é responsável por 80% de suas variações. Clima: o metabolismo basal é afetado por temperaturas ambientais extremas. O gasto energético basal é 5 a 20% maior em áreas tropicais, quando comparado a áreas temperadas. Existe um aumento na taxa metabólica basal em ambientes extremamente frios, mas calor extremo também. Concentração hormonal: alguns hormônios afetam diretamente a taxa metabólica basal, como: T4 e T3 e adrenalina que aumentam o gasto energético. Hormônios sexuais, como testosterona e estrógeno, afetam indiretamente o metabolismo basal, através de sua influência na composição corporal, por aumentarem a massa magra. Além disso, durante a fase lutea (período entre a ovulação e a menstruação), existe um pequeno acréscimo no metabolismo basal. Outros fatores: cafeina, nicotina e álcool estimulam as taxas metabólicas. A ingestão de cafeína (200 a 350 mg/dia para homens e 240 mg/dia para mulheres) pode aumentar a taxa metabólica basal em 7 a 11% e 8 a 15% respectivamente. O uso da nicótica aumenta a TMB em 3 a 4 % em homens e em cerca de 6% em mulheres (justifica ganho de peso em pessoas que param de fumar, mesmo mantendo a alimentação). O consumo de álcool aumenta a TMB em até 9% (mas a quantidade de caloria faz com que leve a ganho de peso). Períodos de inanição ou dietas prolongadas (sempre que ocorre queda brusca na oferta diária de energia) reduzem a taxa metabólica basal (justifica o efeito rebote, apesar de na maioria das vezes estar relacionado a dieta e não ao medicamento em si) também pela redução de massa magra. NUTROLOGIA II – STELLA GONTIJO 71D NUTRIÇÃO DO ADULTO - Efeito térmico do alimento ou termogênese: é o gasto energético que ocorre com a ingestão, digestão e absorção dos alimentos (inclui síntese e armazenamento de proteínas, lipídios e carboidratos). É responsável por aproximadamente 10% do gasto energético total. Varia de acordo com a composição da dieta. Comidas picantes, cafeína, gengibre, capsaicina, chá verde, chá branco, aumentam o gasto energético e a oxidação lipídica. - Termogênese por atividade: divide-se em termogênese por atividade física e termogênese em atividades rotineiras. Corresponde a 15 a 30% do gasto diário de energia. A contribuição da atividade física é o componente mais variável do gasto energético total, podendo variar de 100 Kcal/dia, em pessoas sedentárias, até 3000 cal/dia, em atletas. A termogênese por atividade física tende a diminuir com a idade, devido ao declínio da massa magra e ao aumento da massa gorda (tem que manter atividade física). Obs: na perda de peso duas coisas vão fazer diferença na perda de peso → metabolismo basal, que apesar de ser herdado pode ser modificado ao longo do tempo, principalmente aumentando assa magra, e termogênese por atividade. NUTRIÇÃO DO ADULTO O objetivo é a manutenção da saúde e do bem estar e prevenção das doenças (síndrome metabólica, etc.) promovendo a manutenção do peso saudável. Ela deve considerar que o hábito alimentar deve ser modificado gradativamente para maior adesão, que o plano alimentar deve caber no orçamento do paciente, o estado de saúde, o IMC e a composição corporal, a circunferência abdominal e o gasto energético diário. Obs: ideal é sempre mudar hábito, porque se não com o fim do plano acaba tendo um reganho de peso. - Avaliação: feita pelo IMC, mas existem algumas falhas que muitas vezes temos que complementar com outros métodos, principalmente por não avaliar composição corporal (prega cutânea ou pela bioimpedância). IMC BAIXO - mortalidade relacionada a doenças do TGI, câncer, tuberculose, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e outras. IMC ELEVADO - associado com doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão e também alguns tipos de câncer. - Tipos de nutrientes e grupos alimentares: quando eu reduzo o aporte de um nutriente eu vou acabar aumentando o aporte de outro nutriente, por isso a gente tem que entender qual que é vantagem de cada grupo de nutrientes e entender em qual indivíduo que eu posso ou que eu não devo restringir. Proteínas: molécula complexa, composta de aminoácidos, unidos por ligações peptídicas, que estão envolvidas na formação e manutenção e reparação das células e dos tecidos do corpo e órgãos (muito importante no ganho de massa magra → plano alimentar restritivo vai trazer alteração, emagrecimento falso). Quando necessário, são convertidas em glicose (neoglicogênese) para fornecer energia. Fontes: leite, queijo, iogurtes, aves, peixes, carnes ovos, feijão, soja Recomendação: 0,8 a 1,0 g/Kg/dia ou 20 a 25% do VCT → no indivíduo ativo o ideal é 1,5 Obs: atenção com veganismo e vegetarianismo → tem muita proteína no feijão, nas leguminosas no geral, soja e grãos integrais, então é possível ter uma ingesta adequada. Gorduras: são fontes alternativas de energia, elas transportam vitaminas lipossolúveis e dão sabor às preparações e sensação de saciedade, além de terem função antioxidante etc. Fontes: Saturadas: carnes, laticínios, ovo, chocolate; ideal: 10% do VCT → devem ser evitadas e substituídas por mono e poli-insaturadas → grande benefício p/ prevenção de doenças cardiovasculares Monoinsaturadas: óleo de canola, azeite de oliva, castanhas, abacate → estimula o consumo, mas lembrar que são hipercalóricas Gorduras poli-insaturadas: ômega 3 (salmão) e ômega 6 → estimula o consumo, mas lembrar que são hipercalóricas Carboidratos: uma das fontes de energia mais econômicas que asseguram a utilização eficiente das proteínas e lipídios. Fontes: arroz, frutas, farinhas em geral, mandioca, batata, etc. Quantidade ideal: controverso, porque antigamente o ideal era que 50-60% fosse de carboidratos, mas isso mudou muito, tendo até dieta low carb (130g) e cetogenica (80g). O que a gente sabe é que tem que priorizar carboidratos de baixo índice glicêmico, ou seja, priorizar os carboidratos com maior quantidade de fibras, ou seja, integrais, que não geram pico glicêmico e insulínico, consequentemente. Vitaminas: são substâncias orgânicas necessárias em pequenas quantidades para crescimento e manutenção da vida. Essenciais na transformação de energia. Facilitam as respostas imunológicas. Hidrossolúveis: complexo B (B1, B2, B6, B12), ácido fólico, vitamina C Lipossolúveis: A,D, E, K → atenção quando a gente usa orlistat/xenical porque ele inibe a lipase lipoproteica que é a enzima que quebra gordura, então diminui 30% a absorção de gordura e o uso prolongado pode levar a uma deficiência de vitaminas lipossolúveis Fontes: frutas, verduras, legumes, laticínios, carnes, fígado, ovo, etc. Obs: vegetarianos e veganos atenção a B12, vegetariano até compensa pela gema do ovo, vegano tem que suplementar → dosar anualmente, D também é muito dosada para população no geral. Minerais: compostos químicos inorgânicos necessários em pequenas quantidades para manutenção da boa saúde. Contribuem na formação dos tecidos, facilitam a transmissão de impulsos nervosos e contração muscular e participam da manutenção do equilíbrio ácido-básico. Os mais conhecidos: ferro, cálcio, magnésio, zinco, iodo Fontes: frutas, verduras, legumes, laticínios, carnes, fígado, ovo, etc. Obs: atenção pra quem não consome leite e derivados, aumentar ingesta de vegetais verdes escuros ou usar outros leites se possível → pode suplementar para evitar perda óssea se não conseguir compensar só com a alimentação Ferro → preocupação com as mulheres pela menstruação, dosar pelo menos anualmente, principalmente em vegetarianas e veganas - A nova pirâmide alimentar: visa mudança de hábitos atentando as necessidades individuais A alimentação saudável com frutas, hortaliças principalmente de folhas escuras, grãos integrais, leguminosas, gordura e proteína de boa qualidade e a prática de exercícios físicos (150 minutos aeróbica moderada e atividade de resistência 2x na semana) podem ajudar a diminuir os sintomas da S.P.M em todas as fases da vida. A hidratação adequada (6-8 copos de água por dia) é muito importante, ela é responsável por manter o metabolismo basal. Obs: para tratamento da constipação tem que aumentar a ingestão de fibra, mas também precisa aumentar a ingesta de água se não piora a constipação Grupo de carboidratos: a nova pirâmide reforça a importância dos cereais integrais, ricos em fibras, deixando pães, cereais, arroz e massas integrais na base e pão branco, arroz branco, batatas, massas comuns e farinhas refinadas no ápice, emparelhados com os doces que devem ser consumidos com moderação. Obs: carboidratos integrais tem proteína, ferro e cálcio → não tem no grão refinado Lipídeos: óleos vegetais de boa qualidade como azeite de oliva, óleo de girassol, canola, milho e soja ganharam espaço na base da pirâmide por serem ricos em gorduras insaturadas e os chamados ômegas que ajudam o sistema cardiovascular e o controle dos lipídeos sanguíneos (colesterol). A nova pirâmide salienta que nem todos os carboidratos são bons e nem todas as gorduras são ruins. Obs: dieta cetogenica provoca mudança no metabolismo pela hipoinsulinemia que descompensa essa atividade heterogênica da gordura saturada, então ela “não faz tão mal assim” Legumes e verduras: agora as verduras escuras estão em destaque para consumo. Muitas delas são fonte de vitamina A, além de serem fontes de ferro e cálcio e podem oferecer nutrientes indispensáveis para a saúde Obs: pode tentar substituir por suco verde, pra quem não consegue fazer a ingesta Carnes: no grupo das carnes, que são fontes de proteínas, agora objetiva-se o maior consumo de ovos, peixes e carnes magras. Obs: carne vermelha em excesso pode predispor alguns tipos de câncer → ideal 3x na semana no máximo Grãos: no grupo de grãos como o feijão, podemos adicionar as oleaginosas, o grão de bico, a lentilha, dentre outros. A inclusão das castanhas, nozes, amêndoas e amendoins na alimentação é importante, pois são fontes de sais minerais, proteínas, vitaminas e gorduras saudáveis. Derivados do leite: agora devem ser substituídos pelas versões naturais ou desnatados. Eles contêm menos açúcar, menos calorias e menos gordura, e ainda assim são fontes indispensáveis de cálcio, principalmente pela saúde dos ossos e dentes. Em relação aos suplementos nutricionais eles não são indicados para todo mundo, mas eles não são contraindicados, devendo ser usado em pacientes que não conseguem ter suficiência de algum macro (quantidade de proteína – principalmente em pessoas muito ativas ou idosos) ou micronutriente (principalmente cálcio, ferro e B12). CONCLUSÃO As necessidades nutricionais do adulto sofrem interferência de vários fatores, dentre eles: metabolismo e suas variações, presença ou não de sedentarismo, etc. A alimentação do adulto, dentro das necessidades individuais, deve seguir a nova pirâmide alimentar, que estimula a prática diária de atividades físicas e o consumo de maior quantidade de fibras, leguminosas, carnes magras, gorduras mono e poli-insaturadas e carboidratos integrais, além da redução no consumo de açúcares simples e gorduras saturadas para a promoção de saúde. S NUTRIÇÃO DO IDOSO - Longevidade e classificação do idoso: a gente está passando por um processo de envelhecimento populacional, em função do aumento da expectativa de vida e da redução da taxa de natalidade. O estudo de Rotterdam foi feito para avaliar fatores associados à longevidade sem comorbidades, sendo observados que eram mais comum pessoas normalmente do sexo feminino, com boa nutrição (IMC dentro do ideal e estável e Albumina), ausência de osteoporose e atividade física. O The Long Life Family Study complementa que famílias centenárias tem menor prevalência de doenças cardiovasculares, HAS, DM e Alzheimer. Idoso jovem: 65 a 74 anos; Idoso: 75 a 84 anos; Idosos mais velhos: ≥ 85 anos Obs: atualmente ele pode ser descrito de acordo com o grau de funcionalidade (escala de Frailty) - Alterações fisiológicas do envelhecimento: Composição corporal: aumento da massa gorda e da gordura visceral e redução na massa muscular (massa magra) – obesidade sarcopênica → relacionado a resistência insulínica periférica Paladar e olfato: existe uma perda progressiva do paladar e do olfato, que contribuem para a escolha inadequada de alimentos e para a ingestão reduzida de nutrientes, pode haver também redução na produção de saliva – xerostomia, principalmente por uso de medicamentos. Assim, a xerostomia e a perda dos dentes podem levar à redução significativa na alimentação. Consequências: acréscimo exagerado de sal na alimentação; prejuízo na digestão (o paladar e o olfato dão início ao processo de secreção enzimática e motilidade do trato gastrointestinal) → acabam escolhendo mais por carboidratos Imunocompetência: existe uma redução da resposta imune com a idade, tendo maior risco de infecção grave e maior predisposição ao câncer Trato gastrointestinal: maior propensão à distúrbios de motilidade gástrica e a infecções – afeta a biodisponibilidade de nutrientes, como cálcio e zinco. Assim, pode-se observar doenças neurológicas que podem levar à disfagia – maior risco de pneumonia por aspiração; acloridria (pode ser por medicamento – ex: omeprazol) – deficiência de B12 (dosar anualmente em idoso); e constipação intestinal mais frequente (bebem menos água, usam diuréticos e consomem mais carboidrato simples). Sistema cardiovascular: redução na complacência arterial, aumento da massa muscular do VE (forte influência do estilo de vida e genética) - IC Função Renal: à partir dos 35 anos, ocorre uma redução de aproximadamente 8 a 10 ml/min/1,73m2 da TFG a cada década de vida. A função renal também é afetada por desidratação e uso de medicamentos → atenção pela necessidade maior de consumo protético, mas nem sempre é possível Alterações neurológicas: pode haver um declínio considerável da função cognitiva relacionado à idade. Importante fazer diagnóstico diferencial com demência, Alzheimer, etc. As infecções urinarias, ou não, podem vir acompanhadas de alteração na cognição semelhante a demência, reversíveis com o tratamento. Além disso, é uma faixa com maior incidência de depressão (pode ser por quedade hormônios sexuais), que pode ocasionar redução do apetite, sedentarismo e fadiga – maior perda de massa magra (fisicamente menos ativo) Massa óssea: redução progressiva na massa óssea e nos níveis de vitamina D (ele precisa de mais e absorve menos) NUTRIÇÃO DO IDOSO E SARCOPENIA Uso de medicamentos: - Alteração das necessidades nutricionais: as necessidades energéticas reduzem cerca de 3% a cada década a partir dos 30 anos, devendo ser necessário o aumento da ingestão de fibras (associado ao aumento da ingesta de água) – homens: 30 gramas/dia; mulheres: 21 gramas/dia; a suplementação de vitamina D e a ingesta de cálcio: 1200 mg/dia – 1500 mg/dia. Além disso, precisa aumentar ingestão de proteínas. Um bom estado nutricional, com o consumo adequado de energia, proteínas, vitaminas e minerais é de extrema importância para que o idoso resista às doenças crônicas e mantenha a qualidade de vida e a independência Proteínas: 30% do valor calórico total Carboidratos: 40%do valor calórico total – preferência a grãos integrais → se não consegui integral aumentar ingesta de fibra Lipídios: 10 a 20% do valor calórico total. Dar preferência para gorduras poli-insaturadas, ômega 3 e ômega 6 (Nozes, castanhas, sardinha, salmão, etc.) Evitar: alimentos ricos em gordura trans - sorvetes, biscoitos recheados, fast foods, comidas industrializadas congeladas; açúcar refinado, mascavo, doces em geral. Dar preferência a frutas e carboidratos integrais; gorduras saturadas; e sucos artificiais e refrigerantes Obs: xilitol dá diarreia melhor usar sucralose ou stevia, para evitar desidratação - Estratégias nutricionais: fracionamento das refeições, com redução do volume oferecido em cada refeição; para pacientes com dificuldade de deglutição ou xerostomia importante: preparo de alimentos com alto teor de umidade como sopas e alimentos pastosos (purês) com acréscimo de proteína; oferecer alimentos com aspecto odor e textura agradáveis; envolver o idoso na escolha dos alimentos. SARCOPENIA É o processo natural e progressivo de perda de massa muscular e força muscular, característico do envelhecimento, apesar de ser caracterizado como uma doença - Sarcopenia primária: perda muscular que acontece devido à idade avançada, sem outros fatores causais - Sarcopenia secundária: perda muscular que ocorre em decorrência de uma doença sistêmica, como falência renal ou neoplasias - Sarcopenia aguda: menos de 6 meses de duração - Sarcopenia crônica: mais de 6 meses de duração → pode ter sarcopenia crônica agudizada - Obesidade sarcopênica: redução na massa magra associada à excesso de adiposidade. A obesidade exacerba a sarcopenia devido à infiltração de gordura muscular e redução de exercícios físicos A gente costuma aumentar a massa muscular até 25 anos, depois a gente vai ter uma perda progressiva de massa muscular, sendo que dos 40-70 anos perdemos 8% e depois 15% a cada década. O que devemos fazer é aumentar ao máximo até os 25 anos pra depois perder. A população sedentária perde também muito rápido a força muscular, tendo uma sarcopenia mais significativa. - Fatores de risco e etiologia: doenças inflamatórias ou neurodegenerativas; declínio dos hormônios anabólicos com a idade (hormônio do crescimento/IGF-1, testosterona, deidroepiandrosterona (DHEA), estrogênios) levando a redução da massa muscular; fatores genéticos predisponentes; mulheres com baixa estatura constitucional ou pessoas com predisposição genética para diabetes; inatividade por incapacidade ou estilo de vida sedentário, levando a atrofia muscular; e ingestão inadequada de calorias ou proteínas. - Disfunção do tecido adiposo com envelhecimento: mais comum em quem tem maior quantidade de gordura abdominal. Ele secreta citocinas inflamatórias acelerando perda de tecido muscular, associado a um maior grau de fragilidade e redução de mobilidade, aumentando o ganho de peso e causando uma “retroalimentação”. - Estágios da sarcopenia: definição do EWGSOP - Revisão consenso de sarcopenia: 1. Para identificar indivíduos com risco de sarcopenia, SARC-F ou suspeita clínica para encontrar sintomas associados à sarcopenia. 2. Recomenda o uso de força de preensão ou o Teste de levantar da cadeira com pontos de corte específicos para cada teste. Para casos especiais e para estudos de pesquisa, outros métodos para medir a força (flexão / extensão do joelho) podem ser usados. 3. A sarcopenia por detecção de baixa quantidade e qualidade muscular, aconselha-se DXA na prática clínica e DXA, BIA, CT ou MRI em estudos de pesquisa. 4. A gravidade pode ser avaliada por medidas de desempenho; Velocidade de marcha, SPPB, TUG e teste de caminhada de 400 m podem ser usados. Obs: 5 ou mais pontos indicam alta suspeita de sarcopenia → deve ser repetido anualmente, assim como avaliação da força de preensão palmar, teste de sentar e levantar da cadeira e de caminhar Para avaliação da massa muscular a gente usa a densitometria óssea e muitas vezes a gente acompanha com a bioimpedância, semestral. - Necessidade aumentada de proteína: vários estudos randomizados demonstraram correlação positiva entre alta ingestão de proteínas e menor incidência de osteoporose e de perda de massa e força muscular (ajuda a reduzir perda óssea). A combinação exercícios físicos (resistência) + suplementação proteica reduz a perda de massa magra que acontece com a idade e suplementação de proteínas deve ser realizada até 3 hs após os exercícios de resistência, se ele tiver a função renal esperada/adequada. Obs: em casos de fratura de quadril e osteoporose - 1,4 a 1,6 g/Kg/dia; hospitalizados e pós AVC - 1,5 a 2,0 g/Kg/dia; doença cardíaca - 1,2 a 1,5 g/Kg/dia. - Tratamento da sarcopenia: exercícios físicos (pode ser fisioterapia); vitamina D; ingestão adequada de proteínas (aceitação é menor). - Fontes proteicas: as proteínas de origem animal possuem alto valor biológico, ou seja, possuem melhor composição de aminoácidos em relação às proteínas de origem vegetal. Essas proteínas possuem todos os aminoácidos essenciais ao organismo em quantidades adequadas para o seu crescimento e manutenção. As proteínas vegetais apenas pecam pelo seu valor biológico. Por norma, a maioria das proteínas vegetais contém sempre uma ou mais quantidades diminuídas de um aminoácido essencial, mas esse ponto é facilmente corrigido ao misturar duas ou mais fontes de proteína vegetal numa refeição (tal como feijão com arroz), obtendo assim um aminograma tão completo como o encontrado em proteínas de origem animal. Por outro lado, possuem uma maior quantidade de vitaminas e micronutrientes. CONCLUSÃO Existe uma perda muscular fisiológica durante o processo de envelhecimento que faz com que o idoso tenha necessidades nutricionais específicas. Sarcopenia é a perda de massa e força muscular, mais comum em idosos. Para evitarmos ou retardarmos a sarcopenia, dentre outras medidas, é importante estarmos atentos às necessidades nutricionais especificas de cada indivíduo no processo de envelhecimento, além de estimularmos a pratica regular de exercícios físicos, evitando o ganho de peso e aparecimento de doenças crônicas. As condições pré-gestacionais e gestacionais (principalmente aquelas relacionadas à nutrição materna) às quais um indivíduo é exposto podem “programar” o desenvolvimento de doenças crônicas na sua vida adulta. O ideal é que comece a programa três meses antes. Uma alimentação saudável e balanceada é importante em todos os estágios da vida. Na pré concepção, tanto a obesidade quanto o baixo peso podem interferir na fertilidade. Mulheres com IMC < 18,5 kg/m2 e > 27 KG/m2 tem um risco aumentado de anovulação e a obesidade parece reduzir a fertilidade masculina. NUTRIÇÃO NA GESTAÇÃO O feto é uma unidade metabólica entãoele busca nutrientes energéticos e oligoelementos dos depósitos maternos, não considerando se há ou não reposição. O objetivo é oferecer as calorias e nutrientes necessários para o binômio mãe/feto, nem a mais nem a menos e aliviar desconfortos comuns a esta fase. Adaptações fisiológicas: aumento do apetite (a partir do 2 trimestre), náuseas e vômitos (1 trimestre - bhcg alto); alimentação seletiva; insuficiência relativa da cárdia – refluxo e azia (não pode usar inibidor de bomba de prótons); aumento da volemia (predisposição a anemia dilucional); aumento do débito cardíaco e do fluxo sanguíneo central e periférico (pode aumentar a PA); elevação na produção de insulina, na produção hepática de triglicerídeos e na mobilização de ácidos graxos pelo tecido adiposo (redução da atividade hepática da lipase) - o organismo materno se torna mais resistente à hipoglicemia e predisposto à hiperglicemia à partir da 24ª semana (fase de maior chance de diabetes gestacional → oferecer carboidrato complexo → triglicérides é naturalmente aumentado, a gente nem dosa); trânsito intestinal lento e maior reabsorção de água – constipação intestinal (aumenta ingestão de fibra e pelo menos 8 copos de agua por dia); maior predisposição a hemorroidas (mesmo sem constipação, por aumento do volume abdominal); redução do conteúdo de hemoglobina como o aumento de volume plasmático é maior do que seus componentes , ocorre queda de 20% na concentração de hemoglobina plasmática e 15% no hematócrito (suplementação no terceiro trimestre ou antes se níveis muito baixos); elevação do metabolismo basal em 15 a 20%; elevação dos níveis de estrógeno e progesterona: interferem no paladar - diminuindo a sensibilidade ao sal e alterando a escolha de alimentos (principalmente no primeiro trimestre); e aumenta a capacidade olfatória - contribuindo para náusea e enjoos. Obs: Primeira metade da gravidez – feto não representa sobrecarga nutricional significativa Segunda metade da gravidez: incremento ponderal fetal e crescimento plascentário elevam as necessidades calóricas e aumentam o metabolismo materno Etapa inicial da nutrição intra-uterina do embrião: na primeira semana após a implantação a nutrição ocorre via células endometriais (única forma do embrião obter algum nutriente); elas células endometriais continuam funcionando como boa parte de sua nutrição até oito semanas. A Placenta começa a fornecer substâncias nutrientes a partir do 16 dia de fecundação, uma semana após formação do embrião. A velocidade de transferência de nutrientes aumenta seis vezes do início até o final da gestação. Recomendações gerais de ganho de massa corporal: início da gestação com IMC < 18,5 Kg/m2: 12 a 18 Kg; IMC 18,5 a 24,9: 11 a 15 Kg; IMC 25 a 29,9: 7 a 11 KG; IMC ≥30: 5 a 9 KG → não é o momento ideal da mulher perder peso, elas precisam de um aporto nutricional adequado para o feto ter a nutrição que ele precisa, a melhor fase é durante a amamentação Necessidades nutricionais na gestação: acréscimo de 300 kcal na dieta da gestante e também da nutriz; a necessidade calórica diária passa de 25-30 kcal/ kg/dia para 30-35 kcal/kg/dia durante a gravidez. O cardápio diário deva conter: cereais; leguminosas ou tubérculos e raízes; vegetais crus (por serem risco em cálcio e ferro, mas devem ser bem lavados – toxoplasmose); frutas; produtos de origem animal ou acréscimo de proteína vegetal. NUTRIÇÃO PARA A SAÚDE REPRODUTIVA E O ALEITAMENTO MATERNO Durante uma gravidez normal, são sintetizadas cerca de 1.000 gramas de proteína - 500 g no feto, 60 g na placenta e 440 g no corpo da gestante. As recomendações dietéticas quanto à ingestão proteica na gravidez variam amplamente na literatura, as tendências mais recentes são mais econômicas e sugerem aporte proteico de 1,1 g/kg/dia ou 71 gramas/dia, nas mesmas proporções quanto à fonte (2 /3 de origem vegetal e 1 /3 de origem animal). Esse acréscimo na ingestão proteica diária é satisfeito com a ingestão de dois copos de leite mais um ovo/dia. Recomendações semelhantes são feitas para nutrizes. Fases da gestação: - 1º trimestre: saúde do embrião depende da condição nutricional PRÉ-GESTACIONAL da mãe → energia, minerais, vitaminas (Ácido Fólico). Há maior necessidade de folato e vitamina B12 para desenvolvimento do feto, placenta, útero e massa eritrocitária. Os níveis adequados de folato reduzem a incidência de malformações do tubo neural, para isso deve-se iniciar suplementação de folato – 400 a 800 mcg/dia – três meses antes da concepção e também de B12 em gestantes com hábito vegano, em vegetarianas a gente dosa. O ferro se for menor que 20 devemos suplementar desde que descoberta a gravidez. Desafios nessa fase: náuseas e vômitos - avaliar risco de distúrbio hidroeletrolítico; uso de antieméticos e alimentação mais seca e em menor volume. Obs: se ela nunca fez exercício esse não é o momento para começar, mas ela sempre deve ser estimulada até para saúde mental, mas se for necessário medicação só pode fluoxetina - 2º trimestre: determinantes para crescimento e desenvolvimento do feto - ganho de peso adequado, ingestão de nutrientes, fator emocional, estilo de vida, suplementação de ferro, cálcio, vitaminas A, D, Complexo B. - 3º trimestre: maior crescimento do feto, o peso do feto praticamente dobra durante os últimos dois meses. Ocorre o crescimento da massa muscular fetal. Importante: ingestão adequada de macronutrientes e aporte calórico e proteico adequados; suplementação de ferro, cálcio e vitamina D. Crescimento fetal: impacto da genética sobre o desenvolvimento tem sido superestimado, 62% das variações do peso humano ao nascimento resultam do ambiente intrauterino, contra 20% da herança genética paterna e 18% da materna. Por isso, é fundamental que se tenha atenção com a alimentação da mãe. A principal adaptação do feto à falta de nutrientes e oxigênio é reduzir a taxa de divisão celular, especialmente naqueles tecidos que não estão no período crítico. A divisão celular reduz como um efeito direto da desnutrição na célula ou por intermédio de concentrações alteradas de fatores ou hormônios de crescimento, os quais insulina e GH são particularmente importantes. Até mesmo curtos períodos de privação nutricional podem reduzir permanentemente o número de células em determinados órgãos. Condições maternas que necessitam de atenção especial: - Náuseas e vômitos nas primeiras 12 semanas: aumentar o fracionamento das refeições e diminuir o volume, dar preferência a ingerir alimentos secos, carboidratos simples de fácil digestão e recomendar alimentos com baixo teor de gordura - Azia: aumentar o fracionamento das refeições e diminuir o volume de alimentos por refeição, comer devagar, mastigar bem; - Constipação: para melhor o trânsito intestinal é necessário a ingestão maior de água e de 28g de fibras diárias; - Desnutrição: associada a menor volemia materna e redução do tamanho placentário, levando a menor aporte de nutrientes ao feto. Em consequência podemos observar nas gestantes anemias, hemorragias, ganho de peso inadequado, parto prematuro e disfunção placentária e no recém-nascido restrição de crescimento intrauterino (pode ser pela desnutrição em si ou pela insuficiência placentária → as vezes melhor parto prematuro), tendência a anemia e infecções, alterações no desenvolvimento motor, alterações visuais e, posteriormente, menor rendimento escolar. - Obesidade: fator de risco independente para pré eclampsia e parto prematuro Adaptação fetal: a insulina fetal e IGF1 parecem ter um papel central na regulação do crescimento e respondem rapidamente às mudanças na nutrição. A queda do IGF-1 leva a redução da transferência de aminoácidos e glicose da mãe para o feto, tendo a redução do crescimento fetal. Obs: CIUR (crescimento intra-uterino retardado) – predisposição a obesidade, resistência à insulina e DM2 na vida adulta → recomendado recuperar até 2 anos, se for muito rápido aumentaainda mais a predisposição Suplementação nutricional: - Ácido fólico: sua absorção pode ser diminuída pelas alterações hormonais na gravidez. Recomenda-se a ingestão de 400 a 800 mcg/dia. Deve ser suplementado já na pré-concepção - difícil alcance do valor em dieta habitual. Deficiência: Aborto, CIUR, malformações fetais (espinha bífida e anencefalia) - Ferro: a anemia por deficiência de ferro aumenta o risco de parto prematuro, mortalidade fetal e complicações no parto, alapem de fadiga, dispneia, tonturas e pouca tolerância ao exercício para a mãe. Existe uma elevação da volemia aumenta as necessidades de ferro na gestação. Mulheres com maior risco de defiência: estoques inadequados de ferro na pré-gestação - concentrações de ferritina inferior a 20 mcg/l; pós bariátrica. A suplementação deve ser realizada a partir do segundo trimestre e desde o início da gestação na população de maior risco. Para gestantes e nutrizes, doses de 30 a 60 mg de ferro elementar/dia (300 mg de sulfato ferroso/dia, por exemplo) são mais recomendadas. Alimentos ricos em ferro biodisponível: carne e órgãos de bovinos, aves, peixes e aves Facilitadores da absorção de ferro: ferro heme, presente em carnes, aves, peixes e frutos do mar. Presença de ácido ascórbico ou vitamina C, presente em frutas, sucos, batatas e alguns outros tubérculos, legumes e verduras - folhas verdes, couve-flor e repolho. Conclusão: estar atento à ingestão de proteína, que é nutriente essencial para os componentes estruturais e funcionais das células, tendo necessidade média – 71 gramas/dia. Deve-se reduzir a ingestão de carboidratos simples e gorduras saturadas e estimular a ingestão de frutas, verduras e legumes e grãos integrais. A ingesta de álcool é contraindicada em qualquer quantidade a cafeína e bebidas energéticas podem ser consumidas em no máximo 200 gramas/dia. Os disruptores endócrinos (DEs) são compostos químicos sintéticos ou naturais, de origem exógena, que têm a capacidade de alterar o funcionamento do sistema endócrino, podendo causar danos à saúde do indivíduo e comprometer o seu potencial reprodutivo. DEs são substâncias utilizadas como pesticidas, esteroides sintéticos ou naturais, fármacos e produtos de indústrias, entre outros e devem ser evitados principalmente durante a gravidez. Eles interferem na síntese, secreção, transporte, metabolismo ou eliminação das diferentes hormonas e a avaliação do seu impacto na saúde é extremamente difícil, mas parecem estar relacionados a puberdade precoce, infertilidade, esteatose hepática, resistência à insulina, diabetes e obesidade. NUTRIÇÃO PARA O ALEITAMENTO A amamentação exclusiva é, sem dúvidas, a alimentação de escolha para os primeiros seis meses de vida; a OMS incentiva a amamentação até o segundo ano de vida da criança. Para a mãe, a amamentação auxilia na perda de peso após o parto (produção de 100 ml de leite dispende 85 kcal), além de promover rápida involução uterina e reduzir o risco de cânceres estrógeno dependentes (mama e endométrio). O leite materno é nutricionalmente perfeito para o bebê, mesmo quando a alimentação da mãe é deficiente. Suplementos dietéticos não são necessários, apenas em casos de deficiência comprovada e a oferta e a qualidade do leite não tem relação com o estado nutricional materno. Uma das poucas vitaminas cuja quantidade no leite materno está relacionada à concentração materna é a vitamina D. É recomendada a suplementação de 400 UI de vit D/dia a partir do nascimento. O teor de cálcio, iodo e zinco não dependem da ingestão materna; mães veganas devem suplementar vit B12 e monitorar a vit 12 sérica. A cafeína é aceitável, em quantidades moderadas (300 mg/da) e nenhuma quantidade de álcool é permitida. Necessidades nutricionais na amamentação: acréscimo de 300 a 400 kcal/dia; a ingestão adequada de líquidos e o descanso adequado são recomendados; a necessidade de proteínas do período gestacional é mantida – 71 gramas/dia ou 1,1 mg/Kg/dia. Definição: vegetarianismo é a abstenção do consumo de carne, sendo que frequentemente o consumo de ovos, leite e derivados é mantido, mas existem algumas variáveis (ingestão ou não de peixes, ovos e leite) Obs: o que está na frente é sempre o que a pessoa ainda come e a diferença do vegetarianismo estrito e o vegano é o estilo de vida, não é diferença alimentar Prevalência: está em ascensão, especialmente na Europa, inclusive entre crianças e adolescentes. A pesquisa do IBOPE aponta crescimento histórico no número de vegetarianos no Brasil - 14% da população se declara vegetariana (pesquisa IBOPE 2018). Nas regiões metropolitanas de São Paulo, Curitiba, Recife e Rio de Janeiro este percentual sobe para 16%. Causas: meio ambiente (bovino elimina metano + desmatamento etc), religiosa, convicção e saúde (vegetarianismo da forma correta diminui o risco cardiovascular e a incidência de obesidade e diabetes, lógico que depende da escolha substitutiva do paciente). Obs: paciente vegetarianos a gente preocupa com proteína, B12, ferro e cálcio – vitamina D a gente dosa para Composição: as dietas ovolactovegetarianas, lactovegetarianas e ovovegetarianas são mais comuns, sendo que a inclusão de ovo, leite e derivados garante mais frequentemente aporte suficiente de proteína, vitamina D (não tem relação direta, é por causa da relação de absorção de cálcio), cálcio e vitamina B12 (carne vermelha e gema do ovo são as principais fontes, tendo um pouco no leite e leveduras). O que observar: é importante que o paciente tenha um acompanhamento de um profissional da saúde, faça uma transição lenta e gradativa com a substituição por alimentos de alto valor nutricional. Em alguns casos o uso de suplementos se faz necessário. Micronutrientes: - Vitamina B12: coenzima essencial para a condução nervosa e para o metabolismo de proteínas, gorduras e carboidratos. Importante na prevenção de anemia (deficiência – anemia megaloblástica → só melhora com suplementação de B12, não adianta suplementar ferro). Essa é encontrada principalmente em produtos de origem animal: carne, ovos, leite e derivados; apesar também ser encontrada em leveduras. O risco de deficiência elevado entre vegetarianos, especialmente entre veganos – monitorar anualmente e avaliar a necessidade de suplementação - Vitamina D (colecalciferol, ergocalciferol): essencial para a absorção do cálcio e manutenção do tecido óssea. Fontes: ovos, alguns peixes, luz do sol. Mas não tem relação de hipovitaminose e vegetarianismo, só deve ter uma preocupação maior porque a absorção de cálcio é ainda mais importante. VEGETARIANISMO - Cálcio: essencial na coagulação do sangue, manutenção do sistema neural e da estrutura óssea. Fontes: leite e derivados, castanhas e sementes, vegetais verde escuros, semente de linhaça (356mg de cálcio em 100 gramas de produto) e gergelim (100 gramas – 975 mg de cálcio), tofú (100 gramas – 356 mg cálcio), leites vegetais (melhores: leite de soja e amêndoa). Tem um baixo risco de deficiência em dietas vegetarianas, basta que elas consumam sementes. Obs: reduzir risco de osteoporose → aumentar massa magra até os 30, depois fazer exercício de resistência - Ferro: nutriente essencial; necessário para a síntese da hemoglobina e da mioglobina; importante no transporte de oxigênio. Fontes: carne vermelha, vegetais verde escuros, leguminosas (grão de bico, lentilha, ervilha e feijão); tofu, algas, grãos integrais; semente de gergelim e abóbora; uva passa e damascos secos; quinoa. Absorção: ferro animal: 20 a 30%; ferro vegetal: 2 a 10%. Probabilidade de deficiência: mediana Obs1: a presença de ácido ascórbico aumenta a absorção do ferro Obs2: atenção à criança e mulheres, especialmente grávidas Macronutrientes: - Proteínas: dietas vegetarianas e veganas geralmente contém quantidades suficientes de proteína, especialmente se ovolactovegetarianas. Em diversos estudos, a ingestãode proteínas fica entre 12% a 13,8% do VCT em ovolactovegetarianos e vegetarianos estritos. Nos mesmos estudos, a população onívora ingeria 14,8% a 16,3% do VCT Alimentos ricos em proteínas que devem ser consumidos em maior quantidade: leguminosas (feijão, grão de bico), cereais integrais, oleaginosas (amêndoa, linhaça, castanhas, soja), além de ovos e leite e derivados para os lactoovovegetarianos. Doenças cardiovasculares e vegetarianismo: As doenças cardiovasculares tem sido amplamente relacionadas com fatores comportamentais, como o uso do tabaco, o sedentarismo, ingesta excessiva de álcool e alimentação inadequada. A dieta vegetariana tem sido constantemente associada a redução no risco de doenças crônicas, como doenças cardíacas, DM2 e obesidade por ser rica em fibras, magnésio, ácido fólico, gorduras poli-insaturadas, zinco e vitaminas. Entretanto, este é um dado controverso na literatura. Já em relação à dieta vegana, que tem total exclusão de qualquer substância animal, existem poucos estudos, sem evidências conclusivas. Alguns estudos observacionais demonstram menor incidência de DM2 em adeptos do vegetarianismo, provavelmente relacionado à inclusão de maior quantidade de frutas, verduras, legumes e grãos integrais, sendo então resultados não observados em adeptos do vegetarianismo com alto consumo de carboidratos simples e gorduras. Dietas vegetarianas contem menor quantidade de gorduras saturadas e maior quantidade de fibras, vitaminas, minerais e antioxidantes. Vegetarianismo em crianças e adolescentes: Dietas vegetarianas, especialmente as veganas, pode ser insuficiente em alguns nutrientes, como ferro, vitamina B12, cálcio e ômega 3; crianças e adolescentes são particularmente vulneráveis a estas deficiências. Isso porque o ferro é essencial para o crescimento e desenvolvimento do sistema nervoso central, em particular durante primeiro ano de vida. Até o presente momento, não existe um consenso entre as associações internacionais no que diz respeito à adequação ou não das dietas vegetarianas e veganas para crianças e Adolescentes. A Academia Americana de Pediatria e a Academia de Nutrição e dietética defendem que uma dieta vegetariana ou vegana bem planejada pode ser saudável e nutricionalmente adequada. Em contrapartida, a associação Germânica de Nutrição não recomenda a dieta vegana na infância e adolescência. Desordens alimentares, como anorexia, bulimia, etc. costumam estar associadas a dietas restritivas e são mais comuns em adolescentes e adultos jovens; 45 a 54% dos adolescentes e adultos jovens com anorexia seguem uma dieta vegetariana (artigo de revisão) – o que começou primeiro? Artigo de revisão sistemática (36 artigos) – potencial associação entre vegetarianismo e desordens alimentares. Obs: atenção extra a criança, gestante e idosos Cenário atual: - Epidemia de obesidade e em consequência de DM2: cerca de 40% da população mundial apresenta obesidade ou sobrepeso. Atualmente, o Brasil conta com 18,9% de obesos e 53,8% de pessoas com excesso de peso, segundo dados publicados pelo Vigitel Brasil 2016. A grande maioria dos pacientes que perdem peso recuperam o peso perdido em 3 a 5 anos - Alta prevalência de doenças cardiovasculares - Crescente aumento da prevalência dos transtornos do comportamento alimentar: obsessão pelo corpo perfeito Dieta Cetogênica e low carb: a teoria baseia-se na base fisiológica de que carboidratos tem maior efeito na secreção de insulina do que as proteínas e as gorduras. Assim altos níveis de insulina reduzem a saciedade (proteína e gordura aumenta a concentração de colecistoquinina promovendo a saciedade) e, indiretamente, afetam as escolhas alimentares, reduzem a lipólise e aumentam a lipogênese. Dessa forma, acredita-se que dietas pobres em carboidratos e ricas em gordura, aumentam a mobilização e oxidação de gorduras, mesmo sem restrição calórica. Obs: resistência à insulina → elevação dos ácidos graxos livres, triglicérides hepáticas e citocinaspro → inflamatórias → maior risco cardiovascular - Dieta cetogênica: predomínio de gorduras e proteínas, com restrição da ingestão de carboidratos – 20 a 50 g/dia. Foi utilizada primeira vez em 1921 para tratamento da epilepsia, com sucesso; desde então, foi utilizada como terapia metabólica por muitos anos (DMT1), tendo seu uso reduzido após a descoberta da insulina exógena e da fenitoina. Em 1972 foi popularizada pelo DrAtkins, para perda ponderal. A redução drástica na ingesta de carboidratos leva a redução nos níveis séricos de insulina com aumento da lipólise (aumenta a secreção de glucagon) e maior produção de corpos cetônicos, sendo que as cetonas, predominantemente acetoacetato e hidroxibutirato, que são gerados através da oxidação da gordura, são utilizados como combustível no lugar da glicose. As dietas cetogênica cria um estado metabólico semelhante ao jejum, onde o glucagon é o hormônio predominante estimulando a glicogenólise, a lipólise e a cetogênese, ou seja, modifica o metabolismo de um estado anabólico para um estado catabólico. A maior ingestão de proteínas e gorduras tem efeito redutor do apetite, com maior secreção de colecistoquinina e menor secreção de grelina. Obs: em pessoas que já tem diabetes T2 e faz uma redução drástica de carboidratos, menos de 50 g, começa a produzir corpos cetônicos e vai ter redução na insulinemia, tendo de certa forma uma “remissão do diabetes” por redução da gordura hepática e pancreática com melhora da resistência e até da secreção de insulina. Vários trials clínicos e meta-análises tem reportado maior perda de peso com a dieta cetogênica quando comparada a outras dietas com a mesma ingestão calórica. Estudo avaliou 132 pacientes portadores de obesidade grau3 durante 6 meses, comparando dieta cetogênica X dieta low fat, a perda de peso foi significativamente maior no grupo da dieta cetogênica, além da maior redução dos triglicérides neste grupo. A efetividade no controle glicêmico com a dieta cetogênica foi consistente em estudos clínicos de curta duração; em estudos de longa duração, os resultados foram inconsistentes (a redução da glicada não foi sustentada devido à baixa adesão). Obs: tem relação com compulsão alimentar posterior ANÁLISE CRÍTICA DAS DIETAS DA MODA Efeitos adversos: a dieta cetogênica promove redução dos triglicérides e elevação do HDL, mas causa elevação do LDLc (partículas maiores –menos aterogênicas?); vitaminas e minerais - ingestão baixa e maior perda – suplementação; baixa ingestão de fibras; tendência à constipação intestinal – orientar o maior consumo de água: baixa adesão em longo prazo; piora da compulsão alimentar em pacientes predispostos. - Low carb: ingestão de carboidratos inferior a 130 gramas /dia (sempre ingere o carboidrato com algum alimento rico em fibra). Alguns estudos em DM2 (curta duração) demonstraram melhora do controle glicêmico e dos níveis de triglicérides. Tem sido considerada uma estratégia legitima na promoção de melhor controle glicêmico em portadores de DM2 pela ADA e SBD. Jejum intermitente: intervalos variados de abstinência voluntária da ingestão de alimentos (16 a 48 hrs) alternados com períodos de alimentação normal. Exemplos: períodos extensos sem alimentação todos os dias; um ou mais dias consumindo entre 500 e 700 cal/dia (restrição calórica de 70 a 75%); mais utilizados jejuns diários de 16 hs todos os dias ou jejum de 24 hs uma vez por semana. A prática do jejum é algo comum na história dos seres humanos. Além de o jejum fazer parte das principais religiões, (incluindo o cristianismo, islamismo, judaísmo e o budismo), nossos ancestrais não tinham comida disponível o ano todo em supermercados e geladeiras para fazer 3 ou 4 refeições por dia. Era comum passar por períodos de pouca ou nenhuma comida, e nossos corpos evoluíram para serem capazes de funcionar sem alimentos por longos períodos de tempo e o objetivodo jejum intermitente é fazer com que o corpo utilize a gordura como fonte de energia. Teoricamente ao se alimentar em pequenas “janelas alimentares” fica mais difícil ingerir grande quantidade de calorias ao longo de um dia, levando a um déficit calórico (mas as pessoas acabam exagerando pós janela). Nas primeiras horas de jejum ocorre uma queda nos níveis de insulina e uma elevação na secreção de glucagon e epinefrina. Após 12 a 36 horas, os níveis de glicogênio hepático são depletados e começa a acontecer quebra de gordura para a formação de corpos cetônicos, que servem como combustível para os órgãos vitais. Obs: pacientes com DM1 tem maior risco de cetoacidose e hipoglicemia severa Benefícios (estudos em animais): cérebro - uso de combustível alterativo melhora a plasticidade e a resistência a algumas patologias; músculo - uso de combustível alternativo aumenta a massa magra; fígado - melhora a sensibilidade à insulina; sistema cardiovascular - melhora o tônus parassimpático; tecido adiposo - reduz lepina; e estado inflamatório - aumenta adiponectina; reduz citocinas pró-inflamatórias. Estudos randomizados comparando várias formas de jejum intermitente com dietas de reeducação alimentares isocalóricas não demonstraram benefícios do jejum intermitente em relação à perda de peso ou parâmetros metabólicos. Existem poucos dados comparando jejum intermitente com reeducação alimentar em obesos ou indivíduos com sobrepeso portadores de diabetes mellitus tipo 2. Em dois estudos randomizados, o jejum intermitente –2 dias por semana, comparado à reeducação alimentar isocalórica, levou à maior redução na HbA1c e à melhora da resistência à insulina. Estudos posteriores são necessários para avaliar o real benefício na resistência à insulina (estudos de Clamp). A restrição calórica através do jejum intermitente, em alguns estudos, foi capaz de reduzir vários fatores de risco CV como: controle glicêmico, perfil lipídico e peso corporal – resultados conflitantes. Alguns estudos mostram redução nos marcadores de inflamação, que é uma das principais causas de diversas doenças crônicas. Alguns estudos avaliaram paciente obesos e com sobre peso durante o Ramadan e demonstraram redução significativa do percentual de gordura e do peso corporal nestes pacientes. Em uma meta-análise de estudos om portadores de DM2 e DM1 durante o Ramadan houve uma melhora no controle glicêmico e redução do peso corporal, com pequena incidência de hipoglicemia; Portadores de DM1 experimentaram maior número de episódios hipoglicêmicos; não houve maior incidência de cetoacidose diabética Efetividade do jejum intermitente na perda de peso: apenas 1 dos 12 trials avaliados demonstrou perda de peso estatisticamente significativa no grupo que utilizou jejum intermitente; Efetividade em redução da glicemia de jejum e melhora da resistência à insulina (HomaIR): observada em 8 dos 12 trials clínicos avaliados Efeito na composição corporal e nos níveis de leptina e adiponectina: houve uma tendência à redução da massa gorda com o jejum intermitente, porém, sem significância estatística. Houve um aumento nos níveis de adiponectina (p = 0.023) e uma redução nos níveis séricos de leptina (p < 0.001). CONCLUSÃO A perda de peso é sempre resultado de um balanço energético negativo. A dieta cetogênica tem como principal alteração fisiológica uma redução drástica nos níveis de insulina circulantes, gerando várias adaptações metabólicas que tem se mostrado benéficas na redução do peso e na melhora do controle glicêmico. Entretanto, a adesão a longo prazo tem sido um desafio, e a recuperação dos benefícios conseguidos muitas vezes não é duradoura. O jejum intermitente é uma prática milenar que também leva à maior produção de corpos cetônicos (redução da insulinemia) e que tem demonstrado benefícios metabólicos; entretanto, os estudos tem se mostrado conflitantes no que diz respeito à perda de peso, principalmente em longo prazo. Sendo assim, as alterações na alimentação, precisam promover qualidade de vida, bem como serem agradáveis ao paladar, para serem sustentáveis a longo prazo. Aspectos como aceitação, motivação, estratégias de acompanhamento, preferências individuais além de características próprias dos pacientes, precisam ser considerados e mais bem estudados. Imagem corporal: é a representação mental que o indivíduo tem de seu corpo que se organiza como um núcleo vital na constituição da personalidade. O modo singular como cada sujeito configura sua imagem corporal, consciente ou inconscientemente, assume um significado crucial na manutenção da saúde, com reflexos na constituição da autoestima e nos relacionamentos afetivos e sociais. Desordens alimentares: tratam-se de transtornos psiquiátricos sérios, caracterizados por padrão alimentar incomum e preocupação excessiva com o peso corporal e com a forma. Sua incidência tem aumentado de forma assustadora, principalmente entre os adolescentes e crianças, sendo a terceira doença crônica mais prevalente em adolescentes, tendo seu pico de incidência entre 14 e 19 anos, principalmente em mulheres. As desordens alimentares estão muito relacionadas à distorção da imagem corporal e à baixa autoestima. A distorção da imagem corporal está frequentemente associada à característica de personalidade conhecida como perfeccionismo. O perfeccionismo, segundo Castro-Fornieles et al. (2007) e Nilsson et al. (2008), é importante componente na predisposição e na manutenção dos TA. O ideal de magreza tem sido moldado pelo contexto social e se tornado cada vez mais difícil de atingir. Esse fato, associado ao fato de que a mídia é onipresente no imaginário da população, aumenta o grau insatisfação corporal e dos consequentes comportamentos alimentares disfuncionais. A mortalidade destas condições é alta, principalmente da anorexia nervosa, e existe um aumento de 5,6% para cada década de doença. Conforme o DSM-V e CID-10, a anorexia e bulimia nervosas são apresentadas separadamente, apesar de serem dois transtornos com sintomatologias parecidas. As sintomatologias em comum são a preocupação extrema com o peso e o medo de engordar e dietas rigorosas com o objetivo de alcançar uma imagem estereotipada ideal, resultado de uma visão destorcida do corpo. Anorexia nervosa: foi o primeiro transtorno do comportamento alimentar a ser descrito. Caracteriza-se por uma extrema insatisfação com o peso e com a forma, além de medo intenso de ganhar peso associado a comportamento alimentar restritivo. Sempre existe uma forte distorção da imagem corporal e raramente inicia- se antes da puberdade, mas os casos iniciados na infância tendem a ser mais graves. Sua incidência é maior em mulheres jovens entre 15 e 25 anos e tem aumentado progressivamente, inclusive no sexo masculino. Na anorexia está presente um temor intenso de ganhar peso e uma perturbação significativa na imagem corporal. É caracterizada por uma recusa em manter o peso corporal na faixa normal mínima, de acordo com sua idade e altura. Ocorre por uma combinação de fatores biológicos (se os pais tiveram tem risco maior – locus já identificado), sociais e psicológicos. - Fatores de risco: baixa autoestima; perfeccionismo; dificuldade em expressar emoções; história familiar positiva para transtornos alimentares; pais extremamente preocupados com o peso e a forma corporal; trabalhos que cobram determinada imagem corporal (modelos, bailarinas profissionais). DISTÚRBIOS ALIMENTARES - Comportamentos de risco: hábito de fazer dieta, mesmo quando o peso corporal é proporcional à estatura; baixa autoestima; sentimento de desesperança; necessidade de aprovação externa (inseguras); extrema sensibilidade a críticas; dificuldades em desenvolver autonomia; distúrbio de ansiedade ou depressão; perfeccionismo. - Quadro clínico: a personalidade das mulheres com AN é permeada por baixa autoestima, sentimentos deinferioridade e inadequação, insegurança, perfeccionismo e possessividade, fatores que acarretam acentuada inibição e retraimento social. A alteração dos hábitos alimentares inicia com um jejum progressivo, abolindo a princípio os alimentos calóricos, ao que se segue a restrição de outros grupos de alimentos, evoluindo para um rígido controle sobre o comportamento alimentar. Geralmente os portadores de AN apresentam retraimento social, ausência de busca por sensações novas e evitam o contato interpessoal. O sintoma mais característico da anorexia nervosa é a perda exagerada de peso em um curto período de tempo sem nenhuma causa aparente, acompanhada de uma visão distorcida da imagem corporal (dismorfia) (geralmente passa desapercebido no início). A prática exagerada de exercícios aeróbicos também faz parte da anorexia, principalmente do tipo purgativo O paciente tende a se esquivar de fazer as refeições acompanhado, tendo preocupação com a comida, receitas ou cozinhar; pode cozinhar jantares elaborados por outros, mas não os come. Tem rituais obsessivos em torno da preparação e ingestão dos alimentos (comer muito devagar, cortar alimentos em pedaços muito pequenos, insistir que determinadas refeições sejam servidas exatamente no mesmo dia da semana). Além disso, pode-se observar intolerância ao frio (tendência ao hipotireoidismo); amenorreia ou irregularidade menstrual; redução da libido e ressecamento da pele e das mucosas, assim como os cabelos, que se tornam finos e quebradiços evidenciando a presença de desnutrição. - Diagnostico: - Tratamento: deve ser realizado por uma equipe multidisciplinar (psicólogo e/ou psiquiatria, nutrólogo, nutricionista etc) e um diagnóstico precoce e uma terapêutica adequada para os sintomas alimentares são importantes para o melhor prognóstico do paciente. Deve-se fazer uma reabilitação nutricional, com aumento gradativo da ingestão calórica (não mais que 400 kcal a cada 3 a 4 dias) e a família é parte essencial desse tratamento, por isso deve-se ter uma avaliação dos pais e de fatores psicossociais que estejam contribuindo para o desenvolvimento e a manutenção dos transtornos. No tratamento. os psicólogos precisam desconstruir as crenças que o paciente tem sobre seu corpo e, juntamente com a terapia individual, deve-se utilizar a terapia familiar. Metas: restabelecimento do peso, normalização do padrão alimentar e da percepção de fome e saciedade; correção das sequelas biológicas e psicológicas da desnutrição. É recomendado um ganho de 900 g a 1,3 kg/semana para pacientes de enfermaria e 250 g a 450 g/semana para pacientes de ambulatório (cuidado com o peso – é um problema para o paciente). O consumo energético recomendado é de 30 a 40 kcal/kg por dia, podendo chegar até 70 a 100 kcal/kg por dia com a progressão do tratamento. Este aumento gradual pode ajudar a reduzir a ansiedade quanto ao ganho de peso, e permite que o trato gastrointestinal se adapte à realimentação, além de evitar a síndrome da realimentação. Em alguns pacientes, é extremamente difícil atingir as recomendações nutricionais apenas pela via oral. Nestes pacientes, está indicada a alimentação nasogástrica. A nutrição parenteral está indicada em casos onde existe risco de morte. Em relação ao tratamento medicamentos na maioria dos casos, é necessário o uso de mais de uma classe terapêutica para a estabilização do quadro (antipsicótico atípico + inibidor da recaptação de seratonina). A olanzapina tem sido a medicação psicotrópica mais estudada em crianças e adolescentes, e os resultados da literatura, apesar de ainda conflitantes, tendem a ser benéfico. O tratamento com risperidona se mostrou benéfico em alguns pacientes. Existem poucos estudos com a quetiapina, mas com resultados satisfatórios. Aripiprazol: poucos estudos; resultados positivos. - Síndrome da realimentação: complicação perigosa da realimentação rápida (desordem hidroeletrolítica grave). A depleção alimentar prolongada seguida por excessiva administração de carboidratos causa intenso anabolismo, com consequente consumo intraeletrólitos e minerais como potássio, magnésio e, principalmente, fósforo. A queda brusca dos níveis séricos desses eletrólitos pode culminar em rabdomiólise, disfunção leucocitária, insuficiência respiratória e cardíaca, arritmias, coma e morte. A síndrome da realimentação é evitada com o início lento da alimentação e aumento gradativo da ingestão dos macronutrientes. - Indicações para hospitalização: bradicardia severa (frequência cardíaca inferior a 50 bpm); desidratação grave; e hipotensão (PA inferior a 80/50mmHG) - Complicações: Cardiovasculares: bradicardia, hipotensão ortostática, prolongamento do intervalo QT, atrofia do miocárdio → pode-se observar hipovolemia por baixa ingesta de água Hidroeletrolíticas: hipocalemia, hiponatremia Endócrinas e metabólicas: hipogonadismo hipogonadotrófico; osteopenia; osteoporose (mais comum predispor mais pra frente); síndrome do eutireoideano doente; hipercolesterolemia; hipoglicemia Gastrointestinais: distúrbios de motilidade gástrica; constipação intestinal; refluxo gastroesofágico; elevação das transaminases hepáticas. Hematológicas: supressão da medula óssea – leucopenia, anemia, plaquetopenia, isoladas ou simultaneamente Dermatológicas: queda de cabelo; ressecamento da pele; carotenodermia; fragilidade ungueal - Exames laboratoriais: hemograma, TSH, T4 livre, T3 e T3 reverso, íons, creatinina, ureia (insuficiência renal é difícil), colesterol (dislipidemia é sintoma) e ECG Bulimia nervosa: mais comum em pacientes do sexo feminino, por volta dos 16 aos 20 anos; sua incidência tem aumentado, principalmente nos adolescentes. Caracteriza-se por episódios recorrentes de compulsão alimentar, seguidos de comportamento purgativo (mais comum - vômito autoinduzido; outros - uso de diuréticos e laxantes; exercícios físicos) com o intuito de evitar ganho de peso, que pode estar dentro do ideal para a idade e altura ou até elevado → muito difícil de diagnosticar, principalmente porque não perde tanto peso e elas se sentem mal, então tem dificuldade de contar A mortalidade gira em torno de 1,9% e a prevalência de alterações psiquiátricas é da ordem de 50 a 70%. É comum a associação com déficit de atenção e hiperatividade, além de comportamento impulsivo. Tem alto índice de suicídio e é muito comum o padrão caótico de sono. - Etiologia: - Características clínicas: distorção da imagem corporal (menos intensa que na anorexia); extrema insatisfação com o corpo; “Ataques” de compulsão alimentar (consumo de até 10,000 cal), seguidos de comportamento purgativo como: vômitos, uso de laxativos, diuréticos, excesso de atividades físicas); no início, os episódios de compulsão e purgação acontecem após estresse emocional; com o tempo ficam mais frequentes (podem acontecer várias vezes em um mesmo dia); alteração de humor, impulsividade, ideação suicida; erosão do esmalte dentário; hipertrofia das glândulas parótida e salivar; feridas no dorso das mãos; e desidratação. - Critérios diagnósticos: episódios recorrentes de compulsão alimentar, com ingestão de grande quantidade de calorias em pequeno intervalo de tempo, com sensação de “perda de controle”; vômitos autoinduzidos; abuso de laxativos, diuréticos e outras medicações; pratica excessiva de atividades físicas; autoconfiança condicionada ao peso e à forma corporal; Obs: a frequência dos episódios de compulsão alimentar e purgação é de no mínimo uma vez por semana por 3 meses consecutivos - Complicações: Cardiovasculares: arritmias; falência cardíaca (morte súbita) Gastrointestinais: constipação, esteatorréia, úlcera gástrica duodenal, pancreatite, erosão ou perfuração do esôfago; Prolapso retal; Oral: erosão dentaria; Renal: falência renal aguda; Oftalmológica: Hemorragia subconjuntival; Hematológicas: leucopenia e linfocitose; Endocrinas e metabolicas:distúrbios eletrolíticos (redução de: K⁺, Na⁺, Cl e magnésio, cálcio); acidose metabólica (laxantes) ou alcalose (vômitos) - Exame físico: importante avaliar a frequência cardíaca, pressão arterial, grau de hidratação, saúde dentária e dorso das mãos - Exames complementares: Hemograma. Sódio, potássio, cálcio, magnésio, fósforo, cloro, creatinina, uréia, proteínas séricas, enzimas hepáticas, amilase, lipase; albumina; eletrocardiograma - Tratamento: deve ser multidisciplinar. Em adolescentes, o tratamento psicoterápico da família é um dos primeiros tratamentos recomendados (NICE); a terapia cognitive-comportamental é outra opção. Em adultos, a terapia recomendada é a cognitivo comportamental. Apesar do tratamento, cerca de 60% tem recorrência do quadro. Em relação ao tratamento medicamentoso em uma meta-analise de 30 estudos, a Fluoxetina não demonstrou efeitos significativos no controle da Bulimia. Alguns estudos demonstraram efeitos positivos da lisdexanfetamina. obs: deve-se tratar outros distúrbios psiquiátricos presentes. - Indicações de hospitalização: CONCLUSÃO Anorexia nervosa: peso muito baixo no início do tratamento, aparecimento precoce ou tardio da doença, demora para procurar ajuda médica, presença de práticas purgativas, relações familiares comprometidas e comorbidade psiquiátrica. Bulimia nervosa: grande frequência de vômitos, aparecimento tardio da doença, maior severidade no quadro e relações interpessoais conturbadas Os distúrbios do comportamento alimentar são desordens clinicas/psiquiátricas graves que necessitam de diagnóstico e tratamento precoce. O paciente deve ser acolhido pelos profissionais de saúde e pela família, sem julgamentos. As recorrências são frequentes e o acompanhamento multidisciplinar por longo prazo é essencial. Introdução: tudo gira em torno do ATP. O corpo demanda um suprimento contínuo de energia química para realizar suas muitas funções. A história de como o corpo mantém seu suprimento de energia continuamente começa com essa molécula, carreador exclusivo de energia livre e agente de transferência química do corpo. A energia dos macronutrientes não é transferida diretamente para as células – ela é canalizada para o composto de alta energia ATP. A Energia potencial dentro do ATP alimenta todos os processos celulares dependentes de energia. O ATP é quebrado através de ATPase e cada molécula vai gerar 7.3Kcal/mol que a gente vai utilizar nas diversas funções corporais. Entretanto, a gente tem um estoque muito limitado, a gente não tem estoque para mais de 6s de atividade, a gente precisa está sempre formando, seja pelo sistema ATP-CPCR (anaeróbico alático – utilização da fosfocreatina muscular – 6-10s de exercício), pelo glicolítico (anaeróbico lático – utiliza a glicose e proteína através dos aminoácidos glicogênios gerando ácido lático – 10s-3m de exercício) ou pelo oxidativo (aeróbico – usa os três micronutrientes - “ilimitado” – depois de 3 minutos. Sistema glicolítico (anaeróbico lático): fornece apenas 5% do ATP formado durante a clivagem completa da molécula de glicose e não utiliza o oxigênio – processo limitado, sendo o produto final o lactato. Exercícios de atividades que dependem da glicólise rápida: aceleração no final de uma corrida de 1600 m, natação rápida de 50 e 100 m, rotina de corridas até 200 m. Na atividade moderada o lactato é utilizado para a síntese de glicogênio muscular (ciclo de cori) e não se acumula, além de não utilizar os ácidos graxos. Sistema oxidativo (aeróbico): utilizam carboidratos, proteínas e lipídios como fonte de energia e fornecem ATP para exercícios com duração acima de 3 minutos. O catabolismo dos ácidos graxos requer oxigênio. NUTRIÇÃO ESPORTIVA E SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS Contribuição dos sistemas de fornecimento de energia durante o exercício máximo: Carboidratos: sua principal função é fornecer energia para o trabalho muscular, sendo o único macronutriente cuja energia potencial gera ATP tanto com o oxigênio molecular (aeróbica) quanto sem (anaeróbica). Eles fornecem até a metade das necessidades energéticas durante atividades físicas leves e moderadas (usam principalmente a gordura), mas é o principal substrato em atividades de alta intensidade. O processamento de lipídios pelas vias metabólicas para geração de energia requer um certo nível de catabolismo de carboidratos. Proteínas: o papel essencial das proteínas é o fornecimento de aminoácidos para a síntese tecidual (mantem e/ou aumenta a massa muscular). Durante a atividade de endurance, ocorre clivagem mínima de proteínas, mas a síntese de proteínas musculares aumenta significativamente com após o esforço de endurance ou resistência. As proteínas agem como substrato energético durante atividades de endurance de longa duração; Obs: os aminoácidos de cadeia ramificada – leucina, valina, isoleucina entram prontamente nas vias de liberação de energia – aminoácidos glicolíticos Lipídeos: na atividade física leve, os lipídeos são o principal substrato energético. Conforme a atividade progride, os lipídeos fornecem um percentual cada vez maior do metabolismo energético total. As fontes lipídicas durante a atividade física são os ácidos graxos liberados dos adipócitos, triglicerídeos plasmáticos ligados a lipoproteínas (VLDL e quilomícrons) e triglicerídeos dentro do próprio músculo ativo. Ocorre uma oxidação considerável de ácidos graxos durante as atividades físicas de baixa intensidade, sendo que a combustão de lipídeos aumenta quase completamente nos exercícios leves em 25% da capacidade aeróbica. Macronutrientes e o Fornecimento de Energia: fontes anaeróbicas fornecem a maior parte da energia para os movimentos rápidos ou durante momentos de resistência elevada ao movimento em uma dada velocidade. Durante os primeiros 2 a 4 segundos, em um movimento rápido, a energia vem do sistema ATP-CP. Após 4 segundos começa a via glicolítica lática, que consiste na clivagem do glicogênio muscular para a glicólise. O exercício intenso com duração de mais de 30 segundos, aumenta progressivamente o metabolismo energético aeróbico dos macronutrientes armazenados, que é relativamente mais lento. As duas principais fontes de macronutrientes que fornecem energia para a ressíntese de ATP durante a atividade física são o glicogênio muscular e hepático e os triglicerídeos dentro do tecido adiposo e do musculo ativo. Conforme o exercício progride de baixa para alta intensidade, o fígado aumenta a liberação de glicose para uso pelos músculos ativos. Os carboidratos permanecem como o combustível preferencial durante o exercício aeróbico intenso porque eles fornecem ATP rapidamente durante os processos oxidativos. A disponibilidade de carboidratos durante o exercício ajuda a regular a mobilização de lipídios e seu uso para geração de energia. Uma hora de exercício intenso reduz o glicogênio hepático em 55% e duas horas de exercícios extenuantes depletam o glicogênio hepático e dos músculos que realizam o exercício – fadiga (por isso suplementam durante o exercício). Obs: antes do treino deve-se consumir carboidrato de absorção lenta ou aminoácidos de cadeia ramificada (glicogênios), porque ele que vai ser usado para formar o glicogenio muscular e fornecer energia → 3-4 até 1 horas antes Intensidade da atividade física: para indivíduos moderadamente treinados, a intensidade do exercício que maximiza a queima de lipídios varia entre 55 e 72% do VO2 máx ou FC máx; conforme a intensidade do exercício aumenta, o uso absoluto de glicose e glicogênio muscular aumenta. Obs: percentual de FC máx tem relação com percentual de VO2 máx de forma crescente O exercício de alta intensidade promove a perda de peso, a perda de gordura, porque durante ocorre um déficit de oxigênio, EPOC, que é o consumo posterior de oxigênio para a gente depois chegar na quantidade que a gente precisa.É como se a recuperação por exercício de alta intensidade fizesse a gente perder peso. Ele promove ressíntese muscular de ATP e PCr; remoção do lactato via ciclo de Cori e oxidação no metabolismo energético; restauração dos níveis de O2 no músculo e no sangue; efeito termogênico causado pelos aumentos da temperatura interna e das concentrações hormonais de catecolaminas; e frequência cardíaca e respiratória aumentadas. Utilização de substratos durante o exercício físico: devemos considerar a duração (via bioenergética predominante; até 10 seg: predomínio Creatina e Glicogênio; entre 10 seg e 2-3 min: Predomínio Glicogênio e Proteína na ausência de carboidrato; e acima de 3 min: Glicogênio; Gorduras/Proteínas) e a intensidade (alta: carboidrato ou proteína de acordo com o disponível – limitado; e baixa: carboidrato com predomínio de Gorduras – maior estoque). Alimentação pré-treino: a ideia básica é fazer com que a glicose esteja disponível para manter os níveis de glicose no sangue e sustentar o metabolismo muscular, e, ao mesmo tempo, minimizar o excesso de liberação de insulina. Assim o ideal é fazermos refeições contendo carboidratos de absorção lenta que devem ser realizadas até 1h antes do exercício ou aminoácidos de cadeia ramificada que vão impedir o pico de insulina - Leucina, valina e isoleucina, os aminoácidos de cadeia ramificada, (BCAA - alimentos ricos em proteínas, como carnes, peixe, frango, leite, ovos e queijos. Eles possuem cerca de 15-20 g de BCAA para cada 100 g de proteína) podem ser oxidados no metabolismo energético durante a atividade física. Dicas pré treino: bolo de batata doce com frango desfiado; sanduiche de atum light; e banana com aveia e Whey Alimentação durante a atividade física: o exercício aeróbico intenso por 1 h reduz os níveis de glicogênio hepático em 55% e em 2 hs depletam quase completamente o teor de glicogênio no fígado e nas fibras musculares exercitadas, gerando fadiga. Exercícios de longa duração: reposição de carboidratos de absorção rápida – 30 gramas a cada 30 minutos após a primeira hora de exercícios. O consumo de carboidratos em atividades físicas entre 60 a 80% da capacidade aeróbica atrasa a fadiga e melhora o desempenho. Alimentação após atividade física: para a reposição de glicogênio muscular consumir alimentos contendo carboidratos com índice glicêmico moderado a alto; opção: aminoácidos glicogênicos: leucina, isoleucina e valina. Além disso, é importante consumir alimentos ricos em proteínas para recomposição muscular. Dicas de pós treino: Omelete com frango desfiado e legumes; Fruta + carne + legumes Sempre devo combinar Carboidrato + Proteína após um treino?? Depende se quero o aumento de massa magra; se o metabolismo é acelerado; e da otimização do processo recuperativo. Redução do % de Gordura, sem ganho de Massa Magra: Aminoácidos Anticatabólicos – leucina, isoleucina, valina (BCAA) Suplementos nutricionais: não trazem o resultado sozinho dependem de uma alimentação saudável; treino regular (estímulo mecânico); recuperação; e do metabolismo. Carboidratos: produtos que apresentam no mínimo 75% de carboidratos em sua composição, podendo ter vitaminas e minerais = para permitir o alcance e/ou manutenção dos níveis apropriados de energia. Vendidos na forma líquida, em pó, em barra ou gel – vários fabricantes (Maltodextrina, Dextrose, Sport Energy, Exceed, Carboplex, Carbo Fuel, Carb Up etc). A partir da 1 hora de exercício de alta intensidade – repor 30g de carboidrato de alto índice glicêmico a cada 15/30 minutos Repositores hidroeletrolíticos: combinação de água, Cho, eletrólitos, sódio, potássio e magnésio, são suplementos, devem ser usados apenas para Performance, em exercícios de Alta Intensidade com duração superior a 1 hora. Contra indicado: Treino de Musculação ou similares –alta intensidade, mas curta duração; Lanches Escolares; Indicado: Endurance, Luta, Futebol, Vôlei, etc. Cafeína: presente em café, folhas de chá, chocolate, grãos de cacau e nozes de cola; frequentemente adicionada a bebidas de cola e medicamentos de venda livre. Pode ser consumido por dia até 400mg/dia 01 xicara de café: de 60 a 150 mg cafeína Refrigerantes: 50 mg cafeína Efeitos ergogênicos: o consumo de cafeína antes do exercício de endurance aumentou o desempenho e aumentou o catabolismo de lipídeos durante o exercício – efeitos inconsistentes. Possível mecanismo: facilitação da utilização de lipídeos como combustível, poupando o glicogênio hepático e muscular. O ideal é evitar o consumo de cafeína 4 a 6 dias antes de uma competição para otimizar os potenciais benefícios ergogênicos desta substância ao consumir no dia. O consumo excessivo pode levar a inquietude, cefaleia, insônia, irritabilidade, contrações e tremores musculares, agitação psicomotora, arritmia cardíaca. Efedrina: composto proibido pelo FDA e pela Anvisa, tendo efeitos simpaticomiméticos, semelhantes à anfetamina, sem efeitos ergogênicos comprovados. Efeitos colaterais possíveis: HAS, insônia, hipertermia, arritmia cardíaca, dificuldades na concentração tontura, agitação. Aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA): são substâncias formadas a partir da conjugação de três aminoácidos essenciais: Leucina, Isoleucina e Valina. São classificados como AAS essenciais, sendo necessária à sua ingestão por dos alimentos ou de ergogênicos nutricionais. No exercício, supõe-se que estejam envolvidos (leucina, isoleucina e valina) com a fadiga central, no balanço proteico muscular, na diminuição da lesão muscular e preservação da massa magra (leucina) Justificativas para uso: - Redução do % Gordura: No caso de indivíduo com metabolismo mais lento, que busca reduzir a gordura corporal sem perder massa magra – não combinar carboidrato com proteína pós treino e sim BCAA + Proteína (efeito insulinotrópico da Leucina); - Endurance: Hipótese da fadiga central – BCAA evita a entrada de triptofano no SNC, levando a geração de 5-HT, precursor da serotonina; - Metabolizados no músculo: energia para exercícios prolongados; Dose: dois a cinco gramas antes ou após o exercício; Obs: presentes na maioria dos Whey proteins Whey protein: proteínas isoladas do soro do leite (extraídas durante o processo de fabricação do queijo). A proteína do leite bovino tem 80% caseína e 20% de proteínas do soro, sendo que a obtenção do Whey Protein ocorre depois da extração da caseína: sobra o soro do leite - onde se encontra peptídeos e aminoácidos (aas) livres. Alto valor nutricional: aminoácidos essenciais (especialmente os de cadeia ramificada – leucina, valina e isoleucina). 1 – Concentrada: processo de separação física – 80% de proteínas – presença de lactose e gorduras) 2 – Isolada: técnica de separação química – 95% de proteínas – pouco ou ausência de lactose e gorduras 3 – Hidrolisada: 90% das proteínas se encontram hidrolisadas (na forma de aminoácidos) – mais rápida digestão e absorção – sem lactose Creatina: sintetizada pelo próprio organismo, a partir dos aa arginina, glicina e metionina – 2 a 5g/Kg/dia. Fontes alimentares: carne vermelha e peixes; Sua suplementação exerce efeito ergogênico em exercícios de alta intensidade e curta duração, sem efeitos colaterais significativos. Quanto mais creatina disponível no músculo, maior formação de fosfocreatina – maior ressíntese de ATP → mais energia para a realização de exercícios de curta duração (até 10 segundos) e alta intensidade, auxiliando indiretamente no aumento de massa muscular. Recomendação: 20-30g/dia por 5-6 dias seguidos + 2-5g/dia durante o restante do mês; ou 3-5g consecutivos; antes ou após o treino As doenças do trato digestivo estão entre os problemas mais comuns da área clínica. Os hábitos alimentares podem desempenhar um papel importante na manifestação, no tratamento e na prevenção de muitos distúrbios gastrointestinais; Esôfago: é um tubo muscular com comprimento médio de 25 cm em adultos que tem função
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