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1 2 Epidemiologia e Etiologia da obesidade Hoje já se sabe que a obesidade é causada por uma complexa interação entre fatores genéticos e ambientais. Apesar de o mapa genético da obesidade apontar mais de 60 genes candidatos para o seu desenvolvimento, estudos demonstraram que o meio ambiente é o fator principal de ativação ou silenciamento desses genes. Obesidade no Brasil: 60% adultos com sobrepeso e obesidade e 20% são crianças. 56,8% 50,5% 44,5% 48,3% 47,2% 3 A globalização, por exemplo, trouxe um estilo de vida pouco saudável aos países em desenvolvimento. Nos últimos 20 anos, as pessoas pobres desses países aumentaram muito seu consumo de bebidas adoçadas, óleos vegetais e alimentos de origem animal, se tornaram mais sedentárias e mais expostas a um maior nível de estresse físico e emocional. Todos esses fatores em conjunto exercem forte influência no desenvolvimento do fenótipo de obesidade, especialmente naqueles indivíduos que possuem suscetibilidade genética para a doença. A prevalência no Brasil: 2,3 bilhões sobrepeso 700 milhões obesos Frequência de excesso de peso 8x maior que o déficit entre as mulheres. 15x entre os homens. 4 Excesso de peso aumenta com a idade: Acima de 20 anos 40,6% 41% homens. 40% mulheres. Apresentam excesso de peso. 20 – 44 anos. É mais lento, porém mais prolongado. Renda econômica Obeso. Quanto Mulheres é inverso. 5 Definição de Obesidade Obesidade é uma doença endócrino-metabólica, inflamatória, crônica, heterogênea, multifatorial e de repercussão negativa sobre a qualidade de vida, caracterizada pelo excesso de massa gordurosa. 6 Interações entre condições fisiológicas e causas ambientais 7 Obesidade - Morbidade A obesidade está associada com alto risco relativo para diversas doenças, principalmente o diabete tipo 2 com risco de >30% de risco relativo quando comparado com a população de peso normal. O diabetes tipo 2 corresponde a 90 – 95% dos casos de diabetes mellitus, ocorre principalmente em indivíduos com mais de 40 anos de idade e é caracterizado por uma hiperglicemia crônica causada por um desequilíbrio entre a ação e a secreção de insulina nos tecidos muscular, adiposo e hepático, acompanhada de menor secreção de insulina. Nos últimos anos, ficou evidente que inúmeros fatores podem regular negativamente a ação da insulina, agindo tanto no receptor de insulina quanto em moléculas pós-receptor. 8 Distribuição de gordura abdominal e risco de doenças cardíacas A obesidade, definida como o excesso de tecido adiposo (TA) corporal, é uma desordem metabólica e nutricional crônica que apresenta sérias consequências para a saúde, estando relacionado ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares (DCV). O tecido adiposo pode ser dividido em dois tipos principais: tecido adiposo branco e tecido adiposo marrom. O TA branco tem intensa atividade metabólica e contribui notavelmente para o controle da homeostase energética do organismo, podendo ser considerado um órgão central do controle metabólico. Já a fração marrom, tem como função principal manter a termogênese, principalmente em neonatos. 9 SOMA DE FATORES DE RISCO E RISCO EM 16 ANOS DE DOENÇA CORONARIANA: FRAMINGHAM OFFSPRING STUDY Custos da obesidade Nos Estados Unidos são gastos 33 bilhões de dólares em dietas e programas de emagrecimento. 10 Comorbidades relacionadas à obesidade Hipertensão arterial; Diabetes mellitus tipo II; Artropatias degenerativas; Doença do refluxo gastresofágico; Síndrome da apneia do sono; Síndrome da hipoventilação do obeso; Doença da estase venosa grave; Hérnias da parede abdominal; Cálculos biliares. As comorbidades geram um curso de 100 bilhões/ano. Com a diabetes são gastos 105 bilhões de dólares. Quando associada à obesidade o gasto aumenta de 2 – 3 vezes. 11 IMC e risco de doenças: Classificação IMC (Kg/m2) Risco Baixo peso < 18,5 Aumentado Normal 18,5 – 24,9 Normal Sobrepeso 25,0 – 29,9 Aumentado Obeso I 30,0 – 34,9 Alto Obeso II 35,9 – 39,9 Muito Alto Obeso III ≥ 40 Extremamente Alto Obesidade e comorbidades: Neoplasias: Mama e ovário 3x; Útero 5x; Próstata e cólon 3x. A obesidade tem sido associada ao risco de câncer de mama na fase pós- menopausa e as proteínas que são secretadas pelo tecido adiposo, ou que estão envolvidas na regulação da massa corporal, podem ter um importante efeito no desenvolvimento do tumor de mama. O período pós-menopausa é marcado por alterações importantes nos hormônios sexuais, fatores de crescimento e citocinas. O tecido adiposo expressa enzimas metabolizadoras de esteroides sexuais presentes na gordura subcutânea (aromatases P450). O aumento da transcrição deste complexo enzimático promove a formação de estrogênio quase que exclusivamente a partir de precursores androgênicos secretados pelas glândulas adrenais. 12 Por outro lado, a hiperinsulinemia relacionada à obesidade inibe a secreção hepática inibe a secreção hepática de globulinas ligadoras de hormônios sexuais (SHBG), fazendo com que haja um aumento na biodisponibilidade do estradiol previamente sintetizado e da testosterona livre. Os níveis séricos destes hormônios sexuais estão positivamente relacionados com a incidência do câncer de mama na pós- menopausa, uma vez que podem estimular a proliferação celular, inibir a apoptose e iniciar o processo de tumorigênese. Índice de mortalidade por câncer: Ajustados de acordo com a idade, sexo e não fumantes – Homens. 13 Ajustados de acordo com a idade, sexo e não fumantes – Mulheres. Dentre outros tipos de câncer podemos citar o de endométrio. A obesidade é um importante fator de risco para câncer endometrial, devido à alta prevalência de níveis de estrógeno em mulheres obesas. Esta condição também está associada com níveis elevados de insulina, hormônio com ação estimulante de mitose. O câncer de próstata está relacionado com a idade, sendo muito raramente diagnosticado em homens com idade inferior a 50 anos. Aproximadamente 85% dos casos ocorrem em indivíduos com idade acima de 65 anos. No entanto, os resultados dos estudos realizados para demonstrar a associação entre obesidade e câncer de próstata tem sido conflitantes. O envelhecimento e a obesidade estão relacionados com maior risco para hiperplasia prostática por reduzir as concentrações de testosterona, o que por sua vez, predispõe a deposição preferencial de gordura visceral. O aumento da gordura abdominal também induz ao aumento da pressão intra-abdominal, que provoca aumento da pressão venosa ao longo do tempo. 14 A elevação da pressão venosa intra-abdominal de forma crônica provoca uma progressiva incapacidade das válvulas das veias internas, que caracteriza a insuficiência venosa que promove lesões na próstata. Essas alterações na função venosa podem favorecer e causar doença progressiva crônica da próstata, a qual pode evoluir para a hiperplasiaprostática. O que causa da obesidade? Cada vez mais se tem dado atenção ao impacto do meio ambiente no desenvolvimento das doenças metabólicas como obesidade, diabetes, câncer, hipertensão e doenças cardiovasculares. Assim, além da qualidade da alimentação, há também a influência das toxinas ambientais (poluentes, metais tóxicos e drogas químicas) como importantes componentes do ambiente obesogênico na etiologia da obesidade. Os obesogênicos podem ser definidos como agentes químicos ou não, que promovem a adipogênese e o acúmulo de lipídios. A dieta humana têm mudado substancialmente durante o curso da evolução da espécie. Comparada ao padrão alimentar atual, a dieta paleolítica de nossos ancestrais era baseada em animais selvagens e vegetais, rica em proteínas e pobre em 15 carboidratos. A introdução da agricultura há 10 mil anos, mudou permanentemente a natureza do fornecimento do alimento. Com a revolução industrial, criou-se oportunidade para o processamento dos grãos e cereais, além disso, a globalização se iniciou e com ela a introdução de diferentes e novos alimentos aqui no Brasil. Dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares – POF (2008 – 2009), evidenciou que o consumo de refeições prontas, condimentos e misturas industrializadas foi 2,5 vezes maiores em áreas urbanas em comparação a áreas rurais. Quando comparada com a pesquisa de 2002 – 2003 apresentou um aumento na disponibilidade de alimentos ultraprocessados, tais como pão francês, biscoitos, refrigerantes, bebidas alcoólicas, alimentos e misturas industrializadas. Outro fator importante é a atividade física. Os níveis de sedentarismo aumentaram, não só entre os adultos, mas entre as crianças também. A inatividade física na infância e na adolescência está associada a um pior estado de saúde na idade adulta. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) mostraram que 30,3% da população brasileira acima de 15 anos de idade é portadora de pelo menos uma doença crônica, o que representa cerca de 66% dos custos de tratamento de doenças no Brasil, cujos fatores de risco estão diretamente relacionados ao estilo de vida, como má qualidade da alimentação, inatividade física e o excesso de peso, que têm aumentado na população brasileira. O estilo de vida sedentário está relacionado à maior chance de desenvolvimento de doenças crônicas em idades cada vez mais precoces. Estudos já identificaram a presença de fatores de risco para a doença cardiovascular em crianças de 5 anos de idade. Interações: Fatores genéticos; Ambientais; Comportamentais. 16 Fatores genéticos: Estudos têm sugerido exposições nutricionais, ambientais e padrões de crescimento durante a vida intrauterina e nos primeiros anos de vida podem ter efeitos importantes sobre as condições de saúde do adulto, sendo janelas de oportunidade fatais para o desenvolvimento de doenças. O retardo do crescimento intrauterino e o ganho de peso expressivo nos primeiros anos de vida têm sido associados com o aumento do risco para obesidade, hipertensão, síndrome metabólica, resistência insulínica e doenças cardiovasculares na vida adulta. Assim, condições pré-gestacionais e gestacionais (principalmente aquelas relacionadas à nutrição materna) às quais um indivíduo é exposto podem “programar” o desenvolvimento de doenças crônicas na sua vida adulta. Fatores ambientais: Com a globalização, o estilo de vida pouco saudável foi trazido aos países em desenvolvimento. Nos últimos 20 anos, as pessoas pobres desses países aumentaram muito se consumo de bebidas adoçadas, óleos vegetais e alimentos de origem animal, se tornaram mais sedentárias e mais expostas a um maior nível de estresse físico emocional. Todos esses fatores em conjunto exercem forte influência no desenvolvimento do fenótipo de obesidade, especialmente naqueles indivíduos que possuem suscetibilidade genética para a doença. Fatores comportamentais: Além das consequências clínicas da obesidade, problemas psicológicos e sociais também se correlacionam ao quadro, e se somam, ainda, à discriminação e preconceito. O estigma relacionado ao peso, na verdade, aumenta a insatisfação corporal e, ao contrário do que se acredita, não predispõe a maior motivação para perda de peso. Uma insatisfação moderada pode até levar alguém a buscar mudanças, mas, na insatisfação extrema, há um aumento da sensação de incapacidade de perder peso – os indivíduos desistem ou nem tentam mudanças de comportamento. 17 Influências pré-natais Amamentação Aleitamento materno exclusivo até terceiro mês Tabagismo/ aumento da ingestão calórica e diabetes na gestação: Risco de obesidade na criança. Crianças com baixo peso ao nascer ou PIG: Propensas ao acúmulo de gordura abdominal e suas consequentes comorbidades. Menor risco de sobrepeso na idade escolar. 18 Infância Crianças obesas com menos de 3 anos: Risco reduzido de desenvolver obesidade, exceto se um ou ambos os pais apresentarem obesidade. Obesidade em crianças Velhas Importante preditor de obesidade na fase adulta, independente do peso dos pais. Crianças obesas e não obesas: 10 anos. Um dos pais obeso Aumenta o risco em 2x de serem obesas na fase adulta. 19 Adolescência Peso nessa fase é um bom preditor de peso na idade adulta. Mulheres adultas Excesso de peso após puberdade. Fatores: Gestação; Anticoncepcionais; Menopausa (aumento MG). Homens adultos Em ambos os sexos o aumento de peso está associado com diminuição da atividade física e com o envelhecimento. Transição de um estilo de vida mais ativo para mais sedentário. 20 Abandono do tabagismo Medicamentos Mudança no metabolismo das células adiposas. Ganho de peso. Efeito colateral de muitos antidepressivos tricíclicos, antipsicóticos, anticonvulsivantes, antidiabéticos orais secretagogos de insulina, progestágenos, glicocorticoides. Drogas como Topiramato e Zonizamida (anti convulsivantes) podem causar perda de peso. 21 Fatores étnicos, socioeconômicos e culturais Fatores psicológicos/ comportamentais Dificuldade em lidar com eventos adversos. Risco em homens e mulheres com baixa escolaridade e nível socioeconômico menos favorecido. Ansiedade Consumo de carboidratos. Baixa auto-estima. 22 Síndrome do comedor noturno: Comer mais que 50% do percentual calórico á noite (período de repouso). Tendência a armazenamento. TCAP: Hiperalimentação em curto espaço de tempo, até mal estar. 23 Mudança no tamanho das porções A transição nutricional, na qual grande parte da população mundial vive, caracteriza-se pela redução na prevalência de desnutrição energética proteica com aumento generalizado na prevalência de sobrepeso que está ocorrendo não só nos países desenvolvidos, como também em países em desenvolvimento e destacando-se como um dos maiores problemas atuais de saúde pública no mundo. Parte-se do pressuposto que o mundo todo tem passado por uma série de transformações desde a década de 50, entre as quais as mais perceptíveis talvez sejam os fenômenos da urbanização e da globalização. As mudanças afetam a qualidade dos alimentos produzidos e industrializados. As expectativas de consumo, orientando as 24 escolhas para alimentos mais condizentes com o novo estilo de vida, são menos satisfatóriasao paladar e ao aporte nutritivo do que no padrão anterior. A tendência das sociedades desenvolvidas de comer muito além do que seria necessário para as necessidades do organismo, induz a pensar que a sabedoria alimentar, característica das sociedades tradicionais, não tem conseguido acompanhar o desenvolvimento da sociedade moderna. A cultura moderna tem reduzido a capacidade do ser humano em perceber qual alimentação ser-lhe-ia mais adequada. As razões para esta cacofonia alimentar estão assentadas na crise cultural vivida pelas sociedades mais desenvolvidas. Percebe-se uma crescente “desestruturação dos sistemas normativos e dos controles sociais que regiam, tradicionalmente, as práticas e as representações alimentares”. A indústria de alimentos foi, em grande parte, responsável pela mudança radical que se operou na alimentação dos norte-americanos nos últimos oitenta anos. A indústria prosperou num sistema em que a ética foi submetida aos interesses do mercado. 25 Efeitos dos macronutrientes: evolução da ingestão Consumo de macronutrientes e IMC: 26 Variação do consumo de alguns alimentos entre 1974 e 1996: Aumento do consumo de refrigerantes e cerveja entre 1974 e 1996: 27 Gordura: macronutriente cúmplice Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Doença Cardiovascular (DCV) é a principal causa de morte no mundo, perfazendo 30% das mortes globais, taxa praticamente idêntica à encontrada no Brasil. Mais de 80% das mortes por DCV no mundo ocorrem em países de média e de baixa rendas. De um modo geral, a base fisiopatológica para os eventos cardiovasculares é a aterosclerose, processo que se desenvolve ao longo de décadas de maneira insidiosa, podendo os primeiros sinais ser fatais ou altamente limitantes. Hoje está claro que diferentes padrões dietéticos modulam diferentes aspectos do processo aterosclerótico e fatores de risco cardiovasculares, como níveis lipídicos no plasma, resistência à insulina e metabolismo glicídico, pressão arterial, fenômenos oxidativos, função endotelial e inflamação vascular. Consequentemente, o padrão alimentar interfere na chance de eventos ateroscleróticos. O consumo de gordura saturada e trans é classicamente relacionado com elevação do LDL-c plasmático e aumento de risco cardiovascular. A substituição de gordura saturada da dieta por mono e poli-insaturada é considerada uma estratégia para o melhor controle da hipercolesterolemia e consequente redução da chance de eventos clínicos. 28 As repercussões da ingestão de gordura, no entanto, não se restringem ao metabolismo lipídico; o tipo de gordura ingerida pode influenciar também outros fatores de risco, como a resistência a insulina e a pressão arterial. Idade e gasto calórico Obesidade neuroendócrina Hipercortisolismo; Síndrome do ovário policístico; Deficiência do Hormônio de Crescimento (GH); Hipotireoidismo; Lesão hipotalâmica. O peso corporal é regulado por uma complexa rede de hormônios e neuropeptídios, que estão sob controle dos núcleos hipotalâmicos. Essa rede de vias neuroquímicas interconectadas do hipotálamo e do núcleo do trato solitário, além dos sinais periféricos emitidos pelo tecido adiposo e pelo trato gastrointestinal, é responsável pelo controle da ingestão alimentar e do peso corporal e parece estar diretamente envolvida na base genética da obesidade. 29 O controle do peso corporal é regido por dois sistemas, sendo um de curto prazo, que determina o período de início e término da refeição, e outro de longo prazo, que é responsável pelo controle do estoque de gordura corporal. Esses sistemas trabalham no sentido de manter o peso corporal adequado. De maneira geral, eles tendem a manter o peso corporal e a adiposidade aumentados, pois, dentro de uma perspectiva evolutiva, é preferível o aumento do tecido adiposo ao risco da sobrevivência pela falta de reservas energéticas. Síndrome de Cushing: O fenótipo da síndrome de Cushing, causada pelo excesso de glicocorticoides (por administração exógena de grandes doses ou tumores adrenocorticais), consiste em obesidade abdominal, extremidades (braços e pernas) relativamente magros, rosto com aspecto de lua cheia e uma “corcova de búfalo”. Nessa síndrome há maior probabilidade de hipertensão, risco de infecções e síndrome metabólica. Independentemente do índice de massa corporal (IMC) do indivíduo ocorre uma razão elevada de tecido adiposo visceral em relação ao subcutâneo, tendo em vista que os glicocorticoides direcionam o armazenamento das calorias para o tecido adiposo. 30 Há diversos fatores responsáveis pela redução da massa óssea, dentre eles: menor formação da massa óssea devido à diminuição da osteoblastogênese e pela promoção de apoptose dos osteoblastos e osteócitos; aumento da reabsorção óssea por efeitos diretos e indiretos sob os osteoclastos; menor transporte transcelular de cálcio por mecanismos independente da vitamina D e alteração dos níveis de PTH. Causas Genéticas Síndrome de Prader-Willi: A síndrome de Prader-Willi (SPW) é um distúrbio decorrente a um defeito, silenciamento ou deleção de uma região crítica de um cromossomo paterno nos 15q11-13 e é caracterizada pela busca frequente por comida, hiperfagia e obesidade a partir da meia infância. O quadro clínico inicia-se com profunda hipotonia que, especialmente no primeiro ano de vida, torna difícil a alimentação da criança. Conforme melhora a hipotonia, nos primeiros dois anos, por volta do quarto ano de vida, um apetite insaciável advém, o que leva tais crianças à obesidade extrema, com hipoventilação alveolar que põe em risco sua sobrevivência. Dessa forma, paradoxalmente, a PWS ameaça a vida dos pacientes, em um primeiro momento, por inanição e, em uma fase posterior, pelo excesso de peso. Síndrome de Bardet-Biedl: Os critérios diagnósticos da síndrome de Bardet-Biedl incluem distrofia retiniana, obesidade, polidactilia, retardo mental e hipogenitalismo, manifestações renais. É autossômica recessiva. 31 Causa monogênica: Obesidade grave e hiperfagia. 1 - Mutações envolvendo a via da sinalização da melanocortina. - Mutações no gene da leptina, do receptor da leptina, da proopiomelanocortina (POMC) e no receptor da melanocortina (MCR4); - Os camundongos ob/ob e db/db tem mutação nos genes que codificam a leptina e seu receptor , respectivamente. Associam-se com hipogonadismo, hiperfagia e obesidade de início na infância; - Mutações do POMC resultam em hiperfagia, obesidade grave, deficiência de ACTH, insuficiência adrenal, hipopigmentação e cabelos avermelhados. As mutações do receptor MC4 são as causas monogênicas mais comuns de obesidade, chegando a acometer 6% dos pacientes com obesidade grave e início na infância. Síndrome de Prader-Willi Síndrome de Bardet-Biedl 32 Causa Poligênica: Centenas de genes que podem se expressar em resposta as dietas ricas em gorduras. O “mapa gênico da obesidade humana” relatou mais de 430 genes associados ao fenótipo da obesidade humana. Todos os cromossomos humanos, com exceção do Y, já tiveram ligados ao fenótipo da obesidade. Homozigotos Todos apresentam obesidade. Heterozigotos Prevalência de 68%. Além de obesidade e hiperfagia apresentam: - Massa magra; - Densidade mineral óssea; - Crescimento acelerado; - Hiperinsulinemia. SAIBA MAIS Programação Metabólica O termo programação ou imprinting metabólico descreve um fenômeno através do qualuma experiência nutricional precoce, durante um período crítico e específico do desenvolvimento (janela de oportunidade), acarretaria um efeito duradouro e persistente ao longo da vida do indivíduo, predispondo a determinadas doenças. A inadequada nutrição intrauterina pode resultar na perda de unidades estruturais como néfrons, cardiomiócitos ou células beta- pancreáticas nos sistemas orgânicos em desenvolvimento, resultando na redução na capacidade funcional desses órgãos. Assim, fetos com baixo peso, fetos muito grandes e até mesmo fetos com peso normal ao nascer possuem uma variedade de respostas adaptativas, devido à má nutrição, que levam à alteração do fenótipo, aumentando o risco de desenvolvimento de doenças como a obesidade. NAVES, A. Nutrição Clínica Funcional: Obesidade. São Paulo: VP Editora, 2014. 33 Mecanismos de ação da fome e saciedade Controle: Endócrino; Hormonal; Gastrintestinal; Neural. Substâncias implicadas na regulação da ingestão de alimentos e peso corporal Aminas: noradrenalina, serotonina, dopamina, histamina. Serotonina: A serotonina ou 5-hidroxitriptamina (5-TH) faz parte do grupo das aminas biogênicas (neurotransmissores) e é sintetizada a partir da hidroxilação e carboxilação do aminoácido triptofano (TRP). Dentre as funções mais importantes da serotonina, destacam-se modulação do 34 humor, sono, fadiga, contração do músculo liso, aumento do tônus e peristaltismo intestinal, dor, além de uma forte relação com a supressão do apetite. Os neurônios serotoninérgicos agem juntamente com outros neuromoduladores com o objetivo de repassar informações do estado do trato gastrointestinal, com consequente influência sobre musculatura, secreção, absorção e irrigação sanguínea do intestino. Os neurônios serotoninérgicos entéricos estão, desta forma, implicados em muitos aspectos da função visceral. Dopamina: A dopamina é um neurotransmissor cateolamínico, assim como epinefrina e norepinefrina, pertencente ao grupo das aminas biogênicas, derivada do aminoácido tirosina e que tem como enzima chave para conversão a tirosina hidroxilase. A neurotransmissão dopaminérgica tem importância fundamental em muitos processos comportamentais. A projeção da dopamina da área tegmental ventral (VTA) para o núcleo accumbens representa uma função central na modulação do comportamento dirigido ao cumprimento de um objetivo. Nessa área do cérebro, a liberação de dopamina está diretamente envolvida no comportamento da busca de recompensa através da comida, regulando, também, a ingestão alimentar através do estímulo para o início da refeição. Peptídeos orexígenos: orexina A e B, peptídeos opióides (endorfina, dinofina, encefalina), hormônio liberador do GH, hormônio concentrador de malanina (MCH), aminoácidos, glicocorticoides, prolactina, grelina. Orexina A e B e MCH: São neuropeptídios que compõem a via orexígena, localizados no hipotálamo lateral e na área perifornical, e recebem inervações de neurônios do núcleo arqueado. 35 Grelina: É produzida no intestino, nos rins, na placenta, na hipófise, no hipotálamo e, principalmente no estômago. O aumento na secreção desse hormônio parece estar relacionado à obesidade, mas obesos, em geral apresentam baixas concentrações de grelina quando comparados aos indivíduos normais. Ela regula a ingestão alimentar, mecanismo de recompensa, além de ser moduladora do estresse e combater o envelhecimento. As concentrações de grelina no plasma e seus efeitos no comportamento reforçam a teoria de que a resistência à grelina surge em função da obesidade e sua atuação na regulação do apetite pode ter evoluído para evitar a fome na escassez de alimentos, mas não para a ingestão calórica excessiva nos dias de hoje. Peptídeos anorexígenos: colecistocinina, CART, bombesina, leptina, insulina, glucagon, amilina, peptídeo semelhante ao glucagon 1 (GLP-1), peptídeo YY, citocinas, CGRP. Leptina: A leptina é um hormônio conhecido no envolvimento no controle do peso corporal. Produzida principalmente nos adipócitos, parece informar o hipotálamo o tamanho das reservas de gordura corporal, sendo responsável pela redução do consumo alimentar e pelo aumento do gasto energético. Indivíduos obesos apresentam níveis elevados desse hormônio, sugerindo resistência aos seus efeitos ou, ainda, por um defeito no pós-receptor, falha na ativação dos mediadores neuroendócrinos reguladores do peso corporal. Peptídeo YY (PYY): É um orexígenos responsável pela inibição do apetite e importante para o término da refeição, inibindo a atividade dos neurônios NPY/AgRP e estimulando POMC/CART no hipotálamo. Dietas muito hipocalóricas ou de emagrecimento rápido não funcionam para o cérebro, pois 36 o mesmo recorre a truques para retornar ao antigo peso corporal, como a redução da taxa metabólica, reduzindo a produção de TRH e, consequentemente, de TSH e tiroxina, reduzindo a produção de leptina ou aumentando a fome, estimulando a liberação de hormônios orexígenos como a grelina ou NPY. Fome e saciedade Regulação Sistema anabólico Sistema catabólico Curto prazo Curto prazo Regulação do início e término de cada refeição Fome Apetite Saciedade Longo prazo Longo prazo Regulação do peso corporal e reserva de gordura Peptídeos orexígenos Gasto energético Sinais de adiposidade Peptídeos anorexígenos Apetite Fome: sensação fisiológica ou psicológica que induz a comer. 37 O cérebro O cérebro influencia na homeostase energética via somática e autônoma neural e hipotálamo-pituitária. Satisfação: sensação de plenitude que obriga a comer e limita a ingestão. Saciedade: sensação de satisfação que se mantém até que a fome aparece e regula a frequência das refeições. 38 O sistema nervoso simpático é considerado, devido à sua origem, um sistema tóraco-lombar, enquanto o parassimpático é considerado um sistema craniocaudal. Ao se promover um corte transversal na medula, na altura dos segmentos tóraco-lombares, percebe-se um alargamento na parte estreita (em forma de H) da substância cinzenta. É justamente nessa coluna intermédio-lateral que se localizam os corpos neuronais das fibras simpáticas. Elas vão emergir da medula e vão fazer sinapses com gânglios simpáticos muito próximos à coluna, seguindo então para inervar vasos sanguíneos, glândulas e órgãos como o coração, o sistema gastrintestinal, as vias aéreas, etc. O sistema nervoso parassimpático, considerado como sistema nervoso autônomo cranio-sacral, possui fibras pré-ganglionares muito longas que emergem do encéfalo ou dos segmentos sacrais. As fibras pré-ganglionares do sistema nervoso parassimpático vão até o órgão-alvo e lá, encontram gânglios bastante próximos da parede do órgão, e ali fazem sinapse com a fibra pós-ganglionar. As fibras pós-ganglionares inervam a própria estrutura (musculatura lisa) do órgão. Um bom exemplo ocorre no tubo gastrintestinal, entre as lâminas de músculo liso, onde é formado um plexo denominado mioentérico. Este plexo é composto por 39 uma enorme rede de gânglios e fibras, que são encontradas entre as camadas musculares do tubo gastrintestinal. A atividade do sistema autônomo influencia todos os aspectos do metabolismo da glicose e lipídeo. Teorias Teoria da contração do estômago (Cannon y Wahsburn); Teoria glicostática (Mayer); Teoria da insulina; Teoria lipostática (Kennedy); Teoria da produção de calor. Fatores metabólicos Fatores neurosensoriais Fatores gastrintestinais - Nivel de glicemia; - Índice metabólico. - Visão; - Olfato;- Paladar. - Contração rítmica gástrica. 40 Fatores metabólicos: Índice metabólico: Nível de glicemia: Receptores sensitivos A nível orofaringe, gástrico e intestinal que limitam o tamanho das porções em cada refeição. Receptores mecânicos Distensão causada pelo bolo alimentar no estômago e intestino. Oxidação de carboidratos. Níveis de glicemia e insulina. Concentração de metabólitos. 41 Receptores químicos Substâncias em contato com a mucosa. Concentração de nutrientes Lipídios. 42 Mecanismos de Perda de Peso - Alterações neurológicas e hormonais Peptídeos intestinais (Grelina, PYY, CCK) fibras aferentes do nervo vago transmitem informações para o núcleo do trato solitário e para o hipotálamo. Alteração anatômica do TGI pode influenciar a homeostase energética e a regulação da ingestão alimentar pela alteração da secreção de peptídeos intestinais e sinalização dos aferentes do nervo vago. O que ocorre com o indivíduo obeso que emagrece com o tratamento clínico? Por que os pacientes submetidos a cirurgia da obesidade perdem peso? 43 Cirurgias bariátricas são incretínicas e sacietógenas - Leptina; - TNFa; - FFA. - IL-6; - Adiponectina. Efeito anti-lipemiante; Sensibilizador da insulina; Inibição da glicogênese; Propriedade anti-aterogênica; Proteção e reparação da lesão vascular; Efeito anti-inflamatório. - Grelina. - PYY3-36; - 3-33; - Oxintomodulina. 44 Grelina Diminuição da grelina (hormônio orexígeno) pode resultar na perda de apetite e contribuir para a perda de peso observada no Bypass gástrico em Y de Roux – resultados conflitantes. No tratamento clínico ocorre aumento da grelina. Descoberto em 1999; Peptídeo orexígeno com 22 aminoácidos; Duas formas: ativa (acilados) e inativa (desacyl); Níveis aumentados de grelina em situações de balanço energético negativo (ex: dietas para perda de peso); Níveis baixos durante a alimentação (peso normal e magros); Produzida no estômago distal; Efeito antagônico aos da insulina; Obesos: níveis de grelina aumentados; Ativa o apetite e diminui o GE. - GIP. - GLP-1. 45 GLP-1 (glucagon like-peptide-1) Secretada nas células L do íleo distal e cólon em resposta a ingestão energética; Dois tipos de formas biológicas GLP-17-36amide e GLP-17-37; Hormônio regulador do apetite, reduz a fome e aumenta a saciedade; Secreção: ingestão de CH, fibras, gorduras e proteínas; Receptores de GLP-1 na ilhota pancreática, estômago, pulmão e SNC; Essencial para a manutenção dos níveis normais da glicemia, principalmente pós- prandial. Efeitos do GLP-1: Estimula a secreção de Insulina; Estimula a biossíntese da insulina através da expressão gênica; Estimula a síntese da Glucoquinase e dos GLUT 2; Regula a massa de células beta (efeito insulinotrópico); Estimula a replicação das células beta e neogênese; Inibe a apoptose da célula beta; Inibe a secreção de glucagon pelas células alfa; Retardo do esvaziamento gástrico; Age a nível cerebral diminuindo a ingesta alimentar. Entero-hormônios e Relações com DM 2 Estimula a secreção de insulina; Bloqueia a ação do glucagon; Mantém o trofismo de células Beta; Promove neogênese de células Beta. Polipeptídio YY Peptídeo com 36 aminoácidos; Similar ao GLP-1: secretado nas células L íleo distal e cólon após uma refeição; promove saciedade; 46 Encontra diminuído em obesos e aumentados em pacientes com anorexia nervosa e nos pacientes operados, principalmente ressecção do delgado e bypass jejuno-ileal; Formas: PYY1-36 e PYY3-39; Causa saciedade (ação central). Redução da ingestão alimentar com a infusão do PYY em pacientes obesos e magros: Duplo-cego, placebo, controlado. 12 obesos. 12 magros. 47 Diminuição da ingestão de alimentos em 36%, sem causar náusea ou afetar o paladar. Mecanismo de ação dos hormônios HORMÔNIOS MECANISMO DE AÇÃO GLP-1 (peptídeo semelhante glucagon 1) - Retarda o tempo de esvaziamento gástrico; - Estimula secreção insulina; - Inibe a produção glucagon; - Age no SNC (saciedade). Peptídeo YY (PYY) - Retarda o esvaziamento gástrico; - Inibe a produção de ácido gástrico. Leptina - Atua no hipotálamo. Grelina - Aumenta motilidade GI; - Diminui a secreção de insulina. 48 Mecanismo da fome e saciedade Mecanismos da fome e saciedade após a cirurgia bariátrica 49 O axis intestino-cérebro é o maior componente da regulação do apetite e saciedade. Os hormônios intestinais têm ação orexígena e anorexígena em resposta a ingestão de alimentos e é evidente que a secreção desses hormônios após a cirurgia bariátrica esta alterada. Principalmente os hormônios: Grelina, Peptídio YY (PYY), GLP- 1, Oxyntomodulinas (OXM), GIP. As mudanças na liberação de grelina, seguida da perda de peso após cirurgia bariátrica depende do grau de resistência à insulina pré-operatória e do grau de sensibilidade da insulina. Insulina regula a produção de grelina: Bypass gástrico Y-de-Roux os níveis de grelina caíram durante o primeiro dia de pós-operatório, aumentaram após 1 mês aos níveis semelhantes ao pré-operatório e 50 elevando-se em 6-12 meses subsequentes. Esta alteração dos níveis de grelina pode estar relacionada com a uma disfunção vagal ou com a perda de peso. Um estudo realizado em 2007, onde observou as alterações precoces na grelina seguintes Bypass gástrico Y-de-Roux: influência da funcionalidade do nervo vago, chegou à conclusão que os níveis de grelina no Bypass gástrico Y-de-Roux caíram durante o primeiro dia de pós-operatório, aumentaram após um mês aos níveis semelhantes ao pré-operatório e elevando-se em 6-12 meses subsequentes. Esta alteração dos níveis de grelina pode estar relacionada com a uma disfunção vagal ou com a perda de peso. - A configuração do reservatório gástrico pode ser responsável pela diminuição dos níveis de grelina; - A preservação do nervo vago parece ter um efeito no apetite. Grelina - mudanças após bypass gástrico prospectivos, retrospectivos e controlados Gastrectomia: não encontraram diminuição significativa nos níveis de grelina em relação ao pré-gastrectomia e pós-RYBG. Testada em pacientes de pós operatório de gastrectomia e cirurgia por refluxo, magros e obesos: 51 Cirurgia de refluxo: sem redução significativa da grelina em pacientes magros ou obesos comparados com pré e pós RYBG. Níveis aumentados de grelina no pós cirurgia de refluxo. Coletaram o plasma antes da cirurgia. Qual o componente responsável pela redução da grelina no pós-RYBG? 10 minutos depois de realizar o Y-de-Roux e formando a pequena bolsa gástrica, imediatamente após a conclusão da cirurgia. Concentração da grelina após a realização do Y-de-Roux. Resultados semelhantes também em pacientes que realizaram a banda gástrica. 52 Em um estudo publicado em 2006, avaliando o perfis dos hormônios intestinais após a cirurgia bariátrica favorecem um estado anorexígenos, facilitar a perda de peso e melhorar os parâmetros metabólicos. Os resultados encontrado foram que em comparação com pacientesnormais e obesos controles, os pacientes submetidos a RYGB tiveram aumento pós-prandial de PYY e GLP-1 favorecendo a saciedade. Mas também foi observado uma resposta exagerada a insulina, potencialmente mediada pela melhora do controle glicêmico. Concluiu-se então que a resposta endócrina dos pacientes pós-operatório de RYGB pode contribuir para melhorar o controle glicêmico, a redução do apetite e as mudanças em longo prazo do peso corporal. Um estudo publicado na Clinical Endocrinology & Metabolism em 2005, investigou a relação entre Glucagon-Like Peptide-1, Peptide YY, fome e saciedade após a cirurgia de bypass gástrico em sujeitos com obesidade mórbida. Técnicas cirúrgicas que envolvem o fundo gástrico e a inervação vagal reduzem a fome, promove a perda de peso e a manutenção. Pacientes obesos 6 semanas após BGYR. Pacientes obesos pré-operatório BPGYR. http://jcem.endojournals.org/content/vol91/issue5/images/large/zeg0050642300001.jpeg http://jcem.endojournals.org/content/vol91/issue5/images/large/zeg0050642300001.jpeg http://jcem.endojournals.org/content/vol91/issue5/images/large/zeg0050642300001.jpeg http://jcem.endojournals.org/content/vol91/issue5/images/large/zeg0050642300001.jpeg http://jcem.endojournals.org/content/vol91/issue5/images/large/zeg0050642300001.jpeg http://jcem.endojournals.org/content/vol91/issue5/images/large/zeg0050642300001.jpeg http://jcem.endojournals.org/content/vol91/issue5/images/large/zeg0050642300001.jpeg 53 Concluíram que a BPGYR esta associada com a melhora do GLP-1 e o PYY total como resposta a ingestão de alimentos líquidos. Além disso, hormônios anorexígenos (GLP-1, PYY e oxintomodulinas) aumentam de forma exagerada e precoce em resposta à ingestão de nutrientes. A intervenção tem origem a uma série de modificações hormonais complexas (diminuição de insulina, IGF-1 e leptina, e aumento de corticotropina e adiponectina) que aumentam muito precocemente. Leptina - mudanças após bypass gástrico prospectivos, retrospectivos e controlados Os estudos da leptina não são tão consistentes quanto os relatados para os outros hormônios. Seis estudos demonstraram uma significativa redução na concentração da leptina de jejum pós RYBG em comparação aos pacientes no pré-operatório, com peso normal e obesos. Outros estudos não demonstraram diferença estatística entre os grupos de pacientes magros, obesos e pós RYBG. Em um estudo realizado por Molina et al., em 2003 verificou que os níveis da leptina foram maiores em pacientes no pré-operatório comparados com pacientes sobrepeso (IMC = 49±6 X 26,8±2,2). Outros 11 estudos demonstraram redução significativa da leptina pós RYBG em comparação ao pré-operatório proporcional a queda do IMC, peso corpóreo e redução da gordura corpórea. Concluiu-se então que a leptina diminui após RYGB e está associado com características antropométricas. Estes resultados são congruentes com a hipótese que a secreção da leptina é proporcional a massa corpórea gorda. Na revisão bibliográfica em inglês de Beckman et al., em 2010 em humanos existiam dois grupos: 54 Avaliação do metabolismo hormonal: antes da refeição, a cada 30 minutos após a refeição durante 3 horas. Leptina: avaliação em jejum. Concluíram que a grelina e leptina ocorrem no pós operatório de RYGB em direção a resultados favoráveis. Na maioria dos estudos as concentrações normalmente encontrada são superiores, enquanto os níveis de grelina foram tipicamente menor. Existem algumas lacunas: Avaliação em longo prazo desses hormônios; Avaliação da composição de macronutrientes sobre o efeito na produção desses hormônios; Muitos estudos transversais. Grupo controle: pacientes magros ou sobrepeso ou obesos ou pacientes com dieta hipocalórica ou outras cirurgias. Grupo estudo: Pré e pós- operatório. 55 Técnicas de cirurgia bariátrica e indicações Panorama da indicação a cirurgia bariátrica: 26 doenças associadas com a obesidade. 25% da população brasileira apresenta obesidade grau III. 56 Custo da obesidade R$488 milhões Comorbidades associadas à obesidade: expectativa de vida; Hipertensão; Doença arterial coronariana; Diabetes mellitus tipo II; Resistência à insulina; Malignidade; Doença articular degenerativa; Apneia do sono; Dor lombar; Coronariopatia; Embolia pulmonar; Depressão; Pseudo tumor cerebral; DRGE; Incontinência de esforço; Disfunção sexual; Úlceras venosa de estase; Esteatohepatite não-alcoólica. 57 • Obesidade é virtualmente uma doença incurável; • Etiologia desconhecida (exceto excesso de ingesta); • Comorbidades cirúrgicas são significantes; • Projeções futuras mostram aumento da necessidade de tratamento cirúrgico: • Procedimentos cirúrgicos podem ter maior morbidade, aumentando a necessidade de UTI; • Obesidade deve fazer parte dos programas de educação em cirurgia: • Técnicas; • Cuidados perioperatórios; • Influência da obesidade na dosagem e metabolismo dos medicamentos. Indicações da cirurgia bariátrica • Pacientes com IMC > 40 Kg/m2 ou ≥ 35 Kg/m2 com pelo menos duas doenças; • Insucesso de tratamento clínico bem conduzido; • 50 Kg acima do peso ideal por pelo menos 3 anos; • Ausências de causas endocrinológicas (hipotireoidismo, hipopituitarismo, S. Cushing). • Morbidade que melhora com a perda de peso: Dispneia; Diabetes; POR QUE OPERAR O PACIENTE OBESO? 58 Hipertensão; Angina pectoris hiperlipêmica; Problemas osteoarticulares, acidente vascular cerebral; Insuficiência cardíaca congestiva; Infertilidade masculina e feminina; Osteoartroses; Hérnias discais; Refluxo gastresofagiano com indicação cirúrgica; Esteatose hepática; Incontinência urinária de esforço na mulher; Infertilidade masculina e feminina; Disfunção erétil; Síndrome dos ovários policísticos; Veias varicosas e doença hemorroidária; Hipertensão intracraniana idiopática; Estigmatização social e depressão. • Ausência de alto risco cirúrgico (enfisema pulmonar, cirrose, nefropatia grave); • Capacidade emocional de alterações de hábitos depressão; • Ciência dos riscos e desconfortos além da necessidade de acompanhamento ambulatorial e com exames periódicos; • Idade mínima 16 anos com análise do custo e benefício. Para menores de 16anos em caráter experimental com aprovação do CEP/Conep (Centro de Aprovação de Ética e Pesquisa). 59 Tipos de cirurgias Cirurgias restritivas: Limitação mecânica da capacidade gástrica: banda gástrica regulável e gastrectomia vertical. Cirurgias mistas: Disabsortiva Derivação gastrojejunal em Y de Roux (Fobi-Capella); Derivações bilio-pancreáticas (Scopinaro 1976). Principais procedimentos cirúrgicos Restrição do esvaziamento gástrico: 60 Banda gástrica ajustável Indicação: A indicação da BGA é a mesma de qualquer cirurgia bariátrica, quando há obesidade mórbida. IMC maior ou igual a 40 Kg/m2 ou IMC maior ou igual a 35 Kg/m2 na presença de comorbidades severas como hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes mellitus (DM), dislipidemia, apneia do sono e problemas ortopédicos. Recentemente, o FDA aprovou nos Estados Unidos o uso da BGA em pacientes com IMC maior que 30 Kg/m2, com comorbidades. Contra indicações: Doença do refluxo gastro esofágico severa. Hérnia hiatal identificada no intra- operatório podem ser reduzidas e reparadas com a hiatoplastia. Doença mental ou deficiência que inviabilize o cumprimento das regras da dieta e hipertensão portal. 61 Gastrectomia vertical 60-80% estômago é removido longitudinal; Restrição gástrica e alterações neuro-hormonais; Capacidade gástrica: ≤ 300ml; Tratamento das comorbidades; Sem restrições aos alimentos; Preserva o piloro; Contraindicada para pacientes comedores de doces. Contraindicações: Pacientes com risco de câncer; Refluxo gastresofágico grave; Processo inflamatório do esôfago e estômago; Úlceras na pequena curvatura do estômago. Complicações: A fístula gástrica da GV: incidência apos GV varia de 0 a 5,5% para cirurgias primárias e de 16 a 24% para reintervenções. 62 A maioria das fístulas ocorrem próximo a transição gastro esofágica, no terço proximal do estômago. As causas são mecânicas ou isquêmicas em decorrência da pressão intraluminar que excede a resistência tissular na linha de grampos. Resultados: perda de excesso de peso (GV): Tempo pós-operatório % PP em excesso 1o mês 18-30 até 3o mês 37-41 até 6o mês 54-61 1 ano 58-70 Bypass gástrico Y-de-roux As cirurgias mistas são aquelas que envolvem componentes de restrição e disabsorção variados. Nos últimos anos, vem predominando a tendência de se associar a redução do reservatório gástrico e a restrição ao seu esvaziamento, também com um pequeno prejuízo na digestão por meio de uma derivação gastrojejunal em Y de Roux. 63 Esta técnica tem sido a mais utilizada tanto nos EUA como no Brasil, com resultados de longo prazo de perdas médias de 65% a 75% do peso corporal, com segurança de baixa mortalidade. A videolaparoscopia desponta como procedimento minimamente invasivo. Isso porque promove perda do excesso de peso inicial em 69% em 12 meses, além de ter menor tempo cirúrgico, em média 60 a 90min contra 3 a 4h de cirurgia aberta, e menor tempo de internação, em média 1,6 dias contra 2,7 dias. Complicações: A prevalência de complicações como fistulas, após o by-pass gástrico é de 2,8%; a estenose de anastomose pode estar presente em 1,4% e em 2,8% dos pacientes que apresentaram hemorragia digestiva alta, associada a úlcera do reservatório gástrico e sangramento na linha de grampeamento do estômago, no pós-operatório imediato. Derivação bílio-pancreática e Duodenal “Switch” As cirurgia disabsortivas foram as primeiras utilizadas no tratamento da obesidade mórbida, como derivações jejunoileal e jejunocólica. Tinham como objetivo reduzir a absorção pela derivação de grande parte do intestino delgado. As mais conhecidas excluíam a maior parte do intestino delgado do trânsito alimentar, mantendo em função apenas o duodeno, 35cm de jejuno e 10cm de íleo. Essas operações resultavam em redução substancial (40% do peso) e permanentemente do peso. Entretanto, em decorrência da má absorção, produziam sequelas funcionais com tal frequência e intensidade que foram abandonadas na década de 1970. A versão atual e eficaz da técnica disabsortiva é representada pela cirurgia de derivação biliodigestiva, conhecida no Brasil como cirurgia de Scopinaro, cuja perda de peso média é de 80% sobre o peso excessivo inicial, com reversão do DM em pelo menos 85% do casos. 64 Capacidade gástrica pós cirurgias Perda de peso e queda do IMC pós-operatório Redução IMC Redução excesso peso Banda gástrica - 10,8 - 49,6% Gastroplastia vertical - 14,5 - 68,1% Bypass gástrico - 17,1 - 69,1% Biliopancreática - 16,7 - 72,1% 65 Metanálise: Sexo % Feminino 72,6 Masculino 19,4 Comorbidades Diabetes tipo 2 15,3 Intolerância a glicose 25,8 Apneia do sono 19,6 Hipertensão 35,4 Dislipidemia 35,6 Hipercolesterolemia 40,2 Hipertrigliceridemia 24,3 Asma 10,7 Doença coronariana 7,0 Total de pacientes: 19.338 Idade (87%): 16-64 anos. IMC (77%): 32,3-68,8Kg/m2. 66 Insuficiência cardíaca 2,3 Artropatia 50,3 Depressão 17,3 Refluxo gastresofágico 43,3 Resultados clínicos Pós-cirurgia Diabetes tipo 2 15,3 Resolveu Resolveu/melhorou 77% 86% Hipertensão 35,4 Resolveu Resolveu/melhorou 62% 86% Dislipidemia 35,6 Melhorou 70% Apneia do sono 19,6 Resolveu Resolveu/melhorou 84% 86% 67 Cirurgia Bariátrica – Mudanças Metabólicas O número de cirurgias gastrintestinais para obesidade severa tem aumentado nos últimos anos, impulsionado pelo aumento da obesidade, pelo fracasso das dietas, dos exercícios e dos tratamentos farmacológicos, além do advento dos procedimentos laparoscópicos. A cirurgia bariátrica parece a opção mais eficaz para tratar a obesidade severa, produzindo perda de peso em longo prazo, melhora da qualidade de vida e dos fatores de risco associados à obesidade, como intolerância à glicose, a dislipidemia e a HAS. Apesar de a intervenção clínica da obesidade ter alta probabilidade de posterior ganho de peso, a intervenção cirúrgica produz habitualmente uma perda de peso sustentável em longo prazo. Os procedimentos restritivos e mistos (restritivos e mal absortivos) conseguem um bom controle metabólico em curto tempo. As intervenções bariátricas puramente restritivas (banda gástrica ajustável e gastroplastia vertical em manga) reduzem a massa de TA visceral. A restrição gástrica junto com a diminuição da absorção e os mecanismos hormonais são os responsáveis pela redução do apetite, pela perda de peso, pela redução da adiposidade visceral, pela menor RI e pela diminuição no predomínio de comorbidades metabólicas. Algumas mudanças: Recuperação da resposta aguda da insulina; Redução dos marcadores inflamatórios (IL-6, PCr); Melhora da sensibilidade a insulina; Mudança na resposta do entroglucagon a glicose; Redução no nível de grelina; Melhora da função da célula β pancreática. 68 Orientação Nutricional pré e após cirurgia bariátrica A avaliação nutricional nos pré- e pós-operatórios de cirurgia bariátrica deve-se considerar o paciente como um todo, englobando questões sobre comorbidades, história de peso corporal, valores laboratoriais, ingestão alimentar, questões comportamentais, culturais, psicossociais e econômicas. A avaliação nutricional periódica é imprescindível no acompanhamento da evolução do paciente no período pós-operatório, para alcançar o sucesso da cirurgia e Vamos relembrar: Classificação Técnica Restritiva Bandagem Gástrica. Gastrectomia Vertical. Gastrectomia vertical com bandagem. Balão intragástrico. Predominantemente restritiva Derivações gástricas em Y de Roux com ou sem anel de contenção. Predominantemente mal absortiva Derivação biliopancreática com gastrectomia horizontal com ou sem preservação gástrica distal. Derivação biliopancreática com gastrectomia vertical e preservação pilórica. 69 minimizar as complicações nutricionais, como as deficiências de micro e macronutrientes ou o reganho de peso corporal. A avaliação nutricional propõe-se a identificar problemas relacionados com a nutrição e constitui-se por coleta, verificação e interpretação de informações para tomada de decisões referentes à natureza e causa de problemas inerentes à nutrição. Protocolo pré-operatório O paciente obeso, já no pré-operatório, presenta risco nutricional. Existe alta prevalência de deficiência de micronutrientes nesses pacientes e que persiste após a cirurgia. Os métodos de avaliação nutricional indicados para os pacientes com obesidade são os mesmos de qualquer outra condição clínica. Entre eles, destacam-se as medidas antropométricas, como a história de peso corporal,o índice de massa corporal (IMC), a avaliação da composição corporal com a análise da bioimpedância elétrica (BIA), a história dietética e os valores bioquímicos. Perda de peso no pré-operatório Quando o paciente apresenta uma perda do excesso de peso no pré- operatório, mesmo que seja mínima, está correlacionada com a maior perda de excesso de peso corporal em 3 a 4 anos após a cirurgia. Redução de 1% do excesso de peso no período pré-operatório está correlacionada com um aumento de 1,8% de perda de excesso de peso no período de um ano de pós-operatório (P ≤ 0,05). A importância da perda de peso no período pré-operatório e sua relação com a redução de morbimortalidade pós-operatória ainda merecem mais investigações. Entretanto, a perda de peso pré-operatória, principalmente com redução da gordura abdominal, pode ser benéfica para os pacientes que realizarão a cirurgia por videolaparoscopia. 70 Orientações Nutricionais no pré-operatório O nutricionista deverá elaborar o diagnóstico da situação e estimular a motivação para o seguimento das orientações nutricionais, como a importância da suplementação de macro e micronutrientes após a cirurgia bariátrica, bem como detectar carências nutricionais no período pré-operatório, como, por exemplo, deficiência de ferro, de vitamina B12, entre outros nutrientes. No período pré-operatório é importante diagnosticar os pacientes que apresentam compulsão alimentar. Aproximadamente 34% deles apresentam distúrbios alimentares associados a quadros depressivos e hábitos alimentares noturnos. Isso pode ter uma influência positiva para o reganho de peso pós- operatório. É imprescindível o acompanhamento com o nutricionista para orientações sobre as mudanças de hábitos alimentares e a monitoração do estado nutricional, com a avaliação nos períodos de pré e pós-operatório para evitar complicações. Orientações: Dieta com 1000 kcal; Suplemento de vitaminas, ômega-3 (2 meses antes da cirurgia); Fracionamento das refeições, evitar doces, frituras; Ingestão de água, sucos sem açúcar e outros (1,5l ao dia); Parar de fumar; Perda de peso esperada: 5–10 kg; Reduz esteatose hepática e risco de complicações associadas a cirurgia. 71 Deficiências nutricionais: pré-operatório Em decorrência de as modalidades de tratamento clínico da obesidade serem, em geral, ineficazes para o subgrupo de pacientes com obesidade grave, o tratamento cirúrgico deve ser considerado para estes pacientes. Os procedimentos cirúrgicos para perda de peso produzem modificações na anatomia e na fisiologia intestinal. Como consequência, há uma modificação na quantidade e na qualidade da alimentação, que pode resultar em deficiências de vitaminas e minerais. O acompanhamento regular do paciente submetido ao tratamento cirúrgico da obesidade é provavelmente um dos aspectos mais importantes do processo não apenas de perda, mas também de controle de peso. Deficiências nutricionais estão presentes em pacientes obesos graves antes da intervenção cirúrgica, sugerindo que o resultado não advém apenas da redução cirúrgica da área absortiva e da rápida perda de peso, mas também de uma forma preexistente de má nutrição. A obesidade por si só é um fator de risco considerável para deficiência nutricional, devido ao padrão alimentar seguido por esses pacientes, caracterizado pela ingestão excessiva de calorias, por meio do consumo de alimentos com altar densidade calórica e baixo valor nutritivo. Adicionando à isso temos o tecido adiposo, que pode influenciar nos níveis de algumas vitaminas como as lipossolúveis, por exemplo. Deficiências: Magnésio (19%); Vitamina A (15%); Vitamina C (16%); β-caroteno (3%); Vitamina B12 (3%); Ferro (9%); Vitamina D (20%). 72 Inflamação crônica com aumento das proteínas transportadoras de ferro, hipercrescimento bacteriano, alimentação com alta densidade calórica e pobre em micronutrientes. Cirurgia bariátrica: fisiologia na absorção de nutrientes Alterações anatômicas refletem em modificações nas funções biliar e pancreática, no tempo de trânsito intestinal e na secreção gástrica. Bypass gástrico (BGYR): Essa técnica restringe o tamanho da cavidade gástrica e, consequentemente, a quantidade de alimentos ingerida, além de reduzir a superfície intestinal em contato com a alimentação, trazendo o componente disabsortivo da cirurgia. A digestão lipídica é retardada nos pacientes submetidos ao bypass gástrico, pois a gordura não passa pelo duodeno e isso prejudica a estimulação da colicistoquinina, que é necessária para a liberação da bile e lipase pancreática. A produção limitada de enzimas lipolíticas e a formação reduzida de micelas levam a má absorção de gorduras, o que pode resultar em deficiências de vitaminas lipossolúveis. Gastrectomia: É considerada um procedimento restritivo, pois o fundo gástrico e a grande curvatura do estômago são removidos, deixando um tubo gástrico ou “manga”. 73 O intestino delgado não é desviado e nem removido durante o procedimento, minimizando as deficiências nutricionais típicas observadas após os procedimentos de má absorção. Derivações biliopancreáticas: Os mecanismos de perda de peso na derivação biliopancreática são muito semelhantes em ambas as cirurgias. A perda definitiva de peso deve-se á capacidade limitada de absorção de gorduras e carboidratos no canal comum reduzido. A absorção dessas substâncias depende da sua mistura com as secreções biliares e pancreáticas, o que somente ocorre no curto canal comum. As alterações nutricionais englobam desnutrição proteico-calórica grave e as deficiências de vitaminas, ferro e oligoelementos. Principais consequências da cirurgia bariátrica: Anemia (10-70%); Diminuição da massa óssea (26%); Alopecia; Alteração da imunidade; Dermatites; Alteração do olfato e paladar; Má formação fetal; Miocardiopatia. Evolução da dieta no pós-operatório Fases da cirurgia: Primeira fase: até 3o mês Evolução da dieta, perda de peso progressiva e rápida. Segunda fase: fase de ajustamento dietético Consistência normal da dieta, intolerâncias, introdução de grupos de alimentos; Perda de peso até 2-2,5 anos. Terceira fase: manutenção do peso corpóreo, adaptação fisiológica para vários alimentos. Sem intolerâncias, aumento da tamanho das porções; Risco de ganho de peso de novo. 74 Evolução da dieta: Fases da dieta Duração (dias) Dieta liquida restrita (líquidos claros) 1-2 Líquida 10-14 Liquidificada 10-14 Pastosa 15 Normal - Exemplo de dieta de fase 1 – Líquida: 75 Progressão da dieta após Gastroplastia Y-de-Roux: 20 - 30 ml “restrição” forçada na ingestão de alimentos; Dieta inicia com líquidos em pequenos goles; Ingestão de líquidos: 1 – 2 litros/dia: o Hiperproteicos (20g/porção); o Pobre em carboidratos simples (< 15g/porção) e gorduras; Próximos estágios: ingestão de liquidificados (purês), pastosos, branda e normal; Evolução a cada 2 semanas até 3 meses; Separada dos líquidos com intervalos de 15 a 30 minutos; Evitar bebidas gaseificadas; Suplementação com multivitamínicos e cálcio. Progressão da dieta após derivação biliopancreática/DS: Inicia entre o 10- 20 dia de pós-operatório; Dieta inicia com líquidos (até 3 dias); Ingestão de líquidos: >2,2 litros/dia: o Hiperproteicos (90 -120g/dia); o Pobre em carboidratos simples (< 15g/porção); Próximos estágios: ingestão de liquidificados (purês), pastosos e normal; Evolução a cada 2 semanas; Suplementação de vitaminas lipossolúveis, ferro, B12, cálcio e multivitamínicos até 2x ao dia. Vitamina A: 5.000 a 10.000UI/dia. Vitamina D: 600 a 50.000UI/dia. Vitamina E: 400UI/dia. Vitamina K: 1mg/dia. 76 Progressão da dieta após gastrectomia vertical: Tempo 1a semana 3-4 semanas 2-4 semanas Manutenção Textura Líquidos Pastoso Sólidos Normal Características Proteína e líquidos. Proteína, líquidos iniciar com novos alimentos. Introduzir todos os grupos de alimentos. Dieta balanceada (proteínas, CH, G, fibras) para perda de peso. Suplementos Vitaminas, minerais, proteínas (whey protein – 40g). Vitaminas, minerais, proteínas (whey protein – 30g). Vitaminas, minerais, proteínas (whey protein – 20g). Vitaminas, minerais, proteínas. Total (esperado) 76g proteínas. 71g proteínas. 80g proteínas. 1200kcal, 80g proteínas, 130g CH e 35g lipídeo. Pirâmide Alimentar para bariátricos: 77 Ajustamento da dieta GBV, BANDA GÁSTRICA BYPASS GÁSTRICO DBP/DS %pp excesso 40-50 65-75 70-80 Ingestão limitada Sim Sim Não Síndrome de dumping Não Sim Não Desnutrição proteica Não Menos comum Sim Anemia Não Sim Sim Def. vitamina B12 Não Sim Sim Def. ferro Não Sim Sim Def. cálcio Não Sim Sim Def. folato Nenhum Menos comum Sim Def. vitamina lipos. Não Raro Sim Colelitíase Raro Sim Sim Doença metabólica óssea Raro Sim Sim 78 Suplementação de Micronutrientes SUPLEMENTO RECOMENDAÇÕES DIÁRIAS MODO DE USAR EXAMES BIOQUÍMICOS Polivitamínico e mineral 200% valor diário. - Separado ou não das refeições - Melhor tolerância com leite e bebidas proteicas - Não tomar com suplemento de cálcio e ferro 2-4 horas. Tiamina, B6, A, folato, E, tempo protrombina (K), Zn, Co. Citrato de cálcio com vitamina D 1000-15000mg Ca + 400-800mg vitamina D3. Não tomar junto com ferro (2-4 horas) 25(OH) vitamina D, PTH, cálcio sérico e fósforo. Vitamina B12 sublingual 500mcg. Tomar com o polivitamínico B12 sérica, ácido metilmalônico, homocisteína, ferritina. Suplemento ferro 325mg ferro se apresentar sinais de anemia. - Não tomar junto com Ca (2-4 horas). Ferritina, ferro sérico, capacidade de ligação do ferro, hemograma. Fisiopatologia das deficiências de micronutrientes Por que acontece comprometimento no metabolismo? Como avaliar? Quando indicar suplementação? Quanto tomar de suplementação? 79 Por que acontece comprometimento no metabolismo? Considerações em relação a biodisponibilidade: pH (ácido ou alcalino): pH gastrintestinal necessário para a solubilização dos nutrientes; Forma de apresentação do suplemento; Dependência de enzimas no TGI; Integridade da mucosa intestinal; Via de administração, horários, fracionamentos; Ácido clorídrico, bicarbonato de sódio e enzimas são os facilitadores para a absorção; 92-97% da dieta é absorvida em condições normais. Frequência da deficiência de minerais após a cirurgia bariátrica A presença de deficiências nutricionais em indivíduos obesos pode parecer paradoxal em decorrência do consumo calórico excessivo, mas dados da literatura evidenciam que as deficiências de vários micronutrientes podem ser mais prevalentes em portadores de excesso de peso, principalmente naqueles que sofrem de obesidade mórbida. Tais deficiências são atribuídas ao elevado consumo de alimentos processados, de alta densidade energética e pobre valor nutritivo. O tratamento cirúrgico para a obesidade pode exacerbar as deficiências nutricionais de vitamina D, cálcio, ferro e vitaminas antioxidantes como as mais prevalentes antes da cirurgia bariátrica. 80 Nutriente Cirurgia Frequência Etiologia Ferro Bypass gástrico 15% a 60% • Baixa ingestão de carne vermelha; • ↓ acidez e das proteases gástricas; • Má absorção no jejuno; • Descartar hemorragia digestiva. Gastrectomia vertical 15% a 30% • Baixa ingestão de carne vermelha; • ↓ acidez e das proteases gástricas; • Descartar hemorragia digestiva. Zinco Bypass gástrico 16% a 41% • Intolerância a carne vermelha; • Má absorção no jejuno; • Perdas intestinais em função de diarreia ou má absorção de gorduras. Gastrectomia vertical 15% a 35% • Intolerância a carne vermelha. Cálcio Bypass gástrico Não avaliado* • ↓ ingestão de produtos lácteos; • Intolerância a lactose por deficiência de lactase; • Má absorção jejunal; • Deficiência de vitamina D. Gastrectomia vertical Não avaliado* • ↓ ingestão de produtos lácteos; • Intolerância a lactose por deficiência de lactase; • Deficiência de vitamina D. Principais alterações de absorção de nutrientes no Bypass gástrico: 81 Principais alterações de absorção de nutrientes na Gastrectomia Vertical: Zinco Funções: Crescimento e maturidade sexual; Sistema imunológico; Desenvolvimento fetal; Proteção e manutenção de pele e mucosa; Estabilização de membranas; Desempenho físico; Composição de enzimas e de proteínas envolvidas no metabolismo de CHO, PTN, LIP e ácidos nucléicos. Sinais e sintomas de deficiência: Retardo do crescimento; Redução do desenvolvimento fetal; Distúrbios na gravidez; Alopecia; Dermatite; Diarreia; Estômago Fator intrínseco: B12 HCI: redução de Fe3+ a Fe2+ Água, cobre, iodeto, fluoreto. Suplementação: Vitamina B12 de rotina. 82 Prejuízo da maturidade sexual e impotência; Lesões nos olhos e pele; Diminuição de apetite/ anorexia/ percepção do olfato e sabor; Alteração do sistema imunológico; Cicatrização lenta; Desordens de comportamento, aprendizado e memória. Absorção: Em uma dieta mista, apenas 20% a 30% do zinco são absorvidos, principalmente no duodeno e no jejuno proximal. A absorção depende de vários fatores, como estado nutricional do paciente e a composição da dieta, no que se refere à biodisponibilidade. • Recomendação: 10mg/dia; • Zinco quelado, zinco arginina, zinco glicina, zinco histidina; • Razão nutriente segura para absorção de Zn: • Fe/Zn <20 (zinco dietético) • Fe /Zn < 3 (quando suplementação crônica de Fe) • Doses de 600mg de cálcio reduzem a biodisponibilidade em 50% de Zn; • Sinergismo com vitamina A e Cobre (proporção 15-20:1). Os pacientes submetidos à cirurgia bariátrica apresentam intolerância a carnes vermelhas, que são excelentes fontes de zinco. Em função de a absorção do zinco ocorrer no intestino delgado proximal, o procedimento cirúrgico reduz uma parte importante da superfície absortiva para este mineral, no caso do bypass gástrico. Estado nutricional do Zinco até o 6º mês pós-operatório: Deficiência de zinco esta relacionada com a alopecia em pacientes no pós-operatório de BGYR e GV. 83 Zn: 14,5±7,3mg/dia (grupo 1) x 11,9±6,7mg/dia (grupo 2) (p=0,113); Ferro: 33,4±35,4mg/dia (grupo 1) x 17,9±20,4mg/dia (grupo 2) (p=0,036); Cobre: 1,4±0,9mg/dia (grupo 1) x 1,1±0,8mg/dia (grupo 2) (p=0,359). 87 mulheres; Idade 36,5±9,5 anos; IMC 43,5±4,9 kg/m2; 6 meses de PO. 6,9% não apresentaram queda de cabelo. 36 pacientes (41,6%) com queda leve de cabelo. 45 pacientes (51,7%) com queda importante de cabelo. Resultados: 3 meses 84 Zn: 20,6±8,1mg/dia (grupo 1) x 17,1±7,7mg/dia (grupo 2) (p=0,049); Ferro: 39,7±35,9 mg/dia (grupo 1) x 23,8±21,4mg/dia (grupo 2) (p=0,030); Cobre e selênio: sem diferença. Conclusão: As pacientes com relato de menor queda de cabelo apresentaram maior ingestão de Zn e ferro com menor comprometimento do estado nutricional desses minerais. Estadonutricional do Zinco até o 2º ano pós-operatório: Resultados: 6 meses 45 mulheres 85 IMC 39,8±4,0kg/m2. Avaliação: Zn; Fe; Cu. Cada 6 meses até 2º ano. Suplementação 3x maior em relação a recomendação. Suplementação 2x maior em relação a recomendação. 86 Resultados em relação à ingestão dietética de macronutrientes, calorias e micronutrientes: Ingestão energética: reduziu 65% até 6º mês; Grupo GV: manteve menor até o 18º mês; Grupo BGYR: manteve menor até o 12º mês; Proteínas: BGYR até o 12º mês; Sem variação significativa da ingestão de Zn entre os grupos. 87 Variáveis Pre op. BGYR 6º m 12º m 18º m 24º m Zn (plasma µ/dL) 85,9±9,4 88,4±10,8 73,2±8,6 73,3±9,6 72,8±11,4 Zn (cabelo µZn/g) 126,0 137,5 123,0 125,0 140,6 Resultados em relação ao estado nutricional do Zinco: Houve um redução dos níveis plasmáticos sem diferenças estatísticas significativas entre os tempos de acompanhamento. Diferenças a partir do 12º mês de pós operatório. 88 Ingestão de Zinco: Gastrectomia Vertical: 2,6x recomendação; Bypass Gástrico Y-de-Roux: 3,7x recomendação. Conclusão: Técnicas cirúrgica interfere na absorção; Redução de 30% na absorção após BGYR; Baixa ingestão oral; Sintomas de alopecia: < 70µg/dL; A concentração de Zn no cabelo não é considerado um indicador sensível. Exemplos de suplementos com Zinco: VITERGAN ZINCO VITERGAN ZINCO PL Betacaroteno 5000 UI 10.000 UI Ácido ascórbico 60 mg 600mg Vitamina E 30 UI 200 UI Cobre (óxido de cobre) 0,5mg 1,0 mg Selênio (selênio glicina quelado) 40mcg 100mcg Zinco (óxido de zinco) 15 mg 30 mg Suplementação de zinco: 5 a 30mg; UL: 40mg. Tratamento reposição: Zn quelado, arginina, glicina, histidina: 15-25mg/dia; Gastrectomia Vertical: reposição 15mg/dia. Fatores que interferem na absorção de Zinco: 89 Avaliação: Zn do plasma Normal: 60-130µg/dL; Valor crítico: < 70 µg/dL. Biodisponibilidade do micronutrientes A elevada suplementação de micronutrientes (Fe, Cu e Zn) não garantem o melhor estado nutricional; O comprometimento pode ser secundário a uma saturação dos transportadores a nível de TGI com doses elevadas de suplementos; Suplementação de Zn (14-47mg/dia Zn elemental) durante 16 semanas absorveu apenas 5mg de Zn/dia; Otimizar a absorção em doses divididas. Ferro Existem três mecanismos para manter o balanço do ferro: 1. Reutilização do ferro liberado pelo catabolismo da hemoglobina; 2. Armazenamento do ferro; 3. Regulação da absorção do ferro dietético pelas necessidades diárias. A homeostase do ferro é controlada principalmente pelo nível de absorção intestinal. Quando existe um balanço negativo de ferro se produz a deficiência, podendo ser em etapas crescentes de gravidade. Fatores que interferem na biodisponibilidade do ferro: Ingestão reduzida de alimentos fonte de ferro heme, principalmente nas cirurgias restritivas e GBYR (redução de 50% ingestão carne ao dia); 90 Redução na absorção de ferro 40% após GBYR; GBYR, o estômago fica excluído do trânsito alimentar e DB e GV grande parte do corpo gástrico é removida. Há menos HCL prejudica a solubilização dos sais de ferro Fe3+ e a manutenção do ferro na forma ferrosa2+; DB e GBYR, há desvio do duodeno e jejuno proximal, principais sítios de absorção do ferro; Absorção depende do estado nutricional do cobre. O estômago contribui para a absorção do ferro com a produção de ácido clorídrico, que não apenas ajuda a hidrolisar as proteínas ligadas ao ferro por desnaturação, mas também ajuda a solubilizá-lo, reduzindo o nutriente do seu estado férrico para o estado ferroso, transformação necessária para sua absorção. A ação combinada do suco gástrico com a pepsina libera pouco menos da metade do ferro da dieta e reduz um terço de íons de ferro. A maior parte do ferro é absorvida no duodeno ou no jejuno proximal. Sinais e sintomas de deficiência de ferro: Prevalência: 20% a 49%; Anemia microcítica; Anorexia; Queilose angular; Cansaço. Avaliação da ingestão dietética de zinco, ferro e cobre: Gastrectomia Vertical e Bypass Gástrico: 0 meses; 6 meses; 12 meses; 18 meses; 24 meses. 91 A ingestão dietética de Fe: GV: atingiu 20% das recomendações; BGYR: atingiu 10% das recomendações. Ingestão de Ferro e Cobre em relação as recomendações: Variáveis GV BGYR Ferro 2,1x 3,9x Cobre 2,4x 3,4x 92 Avaliação do estado nutricional do Ferro: Suplementação de Ferro: 10 a 65mg; UL = 45mg/d. Ferro elementar: 40 a 65 mg/dia (prevenção-oral). 300 mg/dia (tratamento-oral). Sulfato ferroso: 320mg 2x ao dia (200mg sulfato ferroso = 40mg de ferro elementar); Tomar por 60 dias e avaliar. Fumarato: 200 mg contém cerca de 65 mg de ferro elementar. Gluconato: 300 mg contém cerca de 36 mg de ferro elementar. Succinato: 100 mg contém cerca de 35 mg de ferro elementar. FERRO SÉRICO TRANSFERRINA TIBIC SAT DE TRANSFERRINA FERRITINA Valor Normal 60 a 150 mg/dL 200 a 400 mg/dL 300 a 360mg/dL 20 a 40% 30 a 200ng/ml Estado crítico >50mg/dL > 15% <20ng/dL 93 Cálcio Do conteúdo total de cálcio no corpo (aproximadamente de 1kg), 99% se encontram no esqueleto, e o 1% restante cumpre diversas funções. O cálcio tem um papel importante na transmissão de sinais de excitabilidade neural, na liberação de neurotransmissores, na contração muscular, na integridade das membranas, na coagulação sanguínea e na secreção de glândulas endócrinas e exócrinas. Deficiência de cálcio: Ingestão reduzida de cálcio por intolerância; Deficiência de vitamina D; Exclusão duodeno e jejuno proximal; Alterações na secreção biliar e pancreática no jejuno distal; Sintomas: palpitações e câimbras musculares. Derivação Bilio-pancreática: alto risco de osteoporose (def. vitamina D e Ca). 90% pacientes ingestão < ½ do recomendado para vitamina D 54% para cálcio. 82 indivíduos (25,9%) apresentaram hipocalcemia após 10 anos de cirurgia. 94 Sequela nutricional: Redução da densidade mineral óssea. Complicação tardia da cirurgia principalmente BGYR (> 20 anos); Hiperparatiroidismo; Redução dos níveis de estrógenos (mulheres); Perda precoce da massa óssea por reabsorção e aumento dos marcadores ósseos; Mecanismo que envolve adiponectina e leptina. Recomendações de cálcio: Idade Cálcio (mg/dia) AI UL 19 – 30 1000 2500 31 – 50 51 - 70 1200 71 ou mais 23,8% elevado fosfatase alcalina; 63,1% elevação hormônio paratireoide. 95 Absorção do cálcio após Bypass gástrico: Isótopo marcado Ca42 e Ca 43; Hormônios regulam o metabolismo ósseo. 25 mulheres Absorção do cálcio. Antes e pós operatório 6 meses. 96 Perda de massa muscular; Taxa de absorção de cálcio diminuiu. Macronutrientes: Alguns estudos têm avaliado o estado nutricional após cirurgia bariátrica, e observaram uma redução no consumo alimentar, principalmente de calorias, proteínas, vitaminas e minerais, e observando que, em alguns pacientes, a ingestão de nutrientes é inferior a 50% das suas necessidades nutricionais.
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