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RESENHA CRÍTICA DO FILME DAENS O filme se passa no fim do século XIX e começa com o retorno do Padre Daens a Aalst, na Bélgica, lá ele se depara com uma cidade em situação de extrema pobreza, péssimas condições de moradia e trabalho, as pessoas eram exploradas com longas jornadas de trabalho; grávidas e crianças trabalhavam em troca de alimentos, os salários eram mais baixos que o normal e sem higiene nenhuma. Na cidade, ele passa a trabalhar na gráfica de seu irmão, e começa a escrever no jornal sobre essas péssimas condições que os operários eram submetidos, naquela época devido ao pacto entre a burguesia, Igreja e o Estado, as denúncias do Padre no jornal acabaram despertando a fúria dos membros da burguesia e do Partido Católico, pois através delas é instaurado um comitê de investigação na fábrica, mas ao chegar no local, os membros do comitê não encontram os fatos narrados no jornal. Após a morte de uma criança na fábrica e cansados das condições precárias de trabalho, a classe trabalhadora se organizou e iniciou as primeiras greves dos trabalhadores na cidade em busca de melhores condições de trabalho. Conforme estudado em sala de aula naquela época ainda não havia leis trabalhistas. E era a burguesia quem comandava os meios de produção e a concentração das riquezas, explorando a força de trabalho do proletariado, assim essa organização dos trabalhadores ameaçava os objetivos destes. Neste cenário do capitalismo apresentado no filme, também é mostrado a luta contra o socialismo. A Igreja Católica condenava esta doutrina que tinha como principal objetivo a igualdade através da distribuição de renda e o fim da desigualdade social. Assim o padre passou a ser visto como um simpatizante do movimento por atuar na defesa dos operários, os instruindo a favor de seus interesses e direitos como o voto, também com o desejo do fim da desigualdade e por mais justiça social. No filme é possível ver a influencia da igreja com o governo e com a população quando Padre Daens tenta se candidatar a deputado, e o representante da igreja passa a visitar os moradores para tentar interferir no voto, usando o inferno como consequência para aqueles que votarem no padre. A Igreja fazia filantropia com os mais pobres, através da senhoras distribuindo alimentos como sopa para tentar influenciar os trabalhadores a voltarem a trabalhar. Depois de eleito deputado, os membros da Igreja aliados com os donos das indústrias denunciaram Daens ao Papa, que solicita um encontro com o deputado, porém ao chegar lá apenas recebe uma carta exigindo que ele fique ao lado dos interesses do partido Católico. Mas Daens volta a Aalst e incentiva o povo a continuar a luta. Causando ainda mais a ira da igreja e da burguesia e resultando no afastamento do Padre de suas funções na Igreja . A organização dos trabalhadores deixava claro que a burguesia precisava de novas estratégias para se manter no poder e continuar o processo de acumulação capitalista. Era preciso construir formas de conseguir estabelecer o consenso junto às classes populares e trabalhadoras, que agora tinham quem lutasse por seus direitos no parlamento. Daens morreu em 1907 depois de seus segundo mandato, em seu enterro estavam presentes apenas a classe oprimida que ele em vida lutou por seus direitos. O filme retrata a esperança da população em ter um ambiente favorável para viver. Sem miséria, exploração, abusos e violencias fatores causados pelo trabalho excessivo em prol do capitalismo, visando cada vez mais o lucro e a acumulação de riquezas da propriedade privada.
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