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Diagnóstico de Radiologia Veterinária-THRALL

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Diagnóstico de Radiologia Veterinária /Donald E. Thrall; - 
6 ed. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. 
Resumo capítulos 35, 36, 37, 43, 44, 45 
Princípios da Interpretação 
Radiográfica do Abdome 
A avaliação abdominal é um dos exames 
radiográficos mais comuns na clínica de 
pequenos animais. A radiografia abdominal 
raramente é realizada em cavalos adultos, 
exceto na avaliação dos aspectos 
cranioventral e/ou ventral do abdome para a 
detecção de acúmulos de areia ou 
enterólitos. Nos potros e cavalos miniatura, 
o abdome inteiro pode ser radiografado com 
sucesso, embora os órgãos abdominais 
sejam menos evidentes do que em cães ou 
gatos em decorrência da quantidade 
relativamente reduzida de gordura 
peritoneal, e pelo fato de grande parte do 
volume abdominal do equino ser ocupado 
pelo trato gastrointestinal. No cão e no gato, 
a não ser que se esteja procurando 
especificamente por massas abdominais 
pequenas, mineralizações pequenas como 
cálculo uretral, ou alterações do peritônio; 
ou (2) preparando o paciente para algum 
estudo abdominal com contraste, como 
trânsito gastrointestinal ou urografia 
excretora, não são necessárias preparações 
especiais tais como jejum ou aplicação de 
enemas antes das radiografias abdominais. 
Caso se suspeite de uma obstrução intestinal, 
a aplicação de enema é contraindicada, já 
que pode alterar o padrão original dos gases 
e líquidos intestinais. Esse padrão original 
dos gases e líquidos intestinais é essencial 
para o diagnóstico de obstrução intestinal, e 
não deve ser alterado pela utilização de 
enema. 
 Posicionamento — cão e gato 
É importante que toda a cavidade abdominal 
seja incluída na imagem. O campo da 
projeção deve se estender desde a porção 
cranial do diafragma até alguns poucos 
centímetros caudais às articulações 
coxofemorais. Nas projeções laterais, os 
membros pélvicos não devem ser 
tracionados caudalmente, devendo 
permanecer perpendiculares à coluna 
vertebral. Isto relaxa a região caudoventral 
da parede abdominal e reduz a compressão. 
Da mesma maneira, na projeção VD, deve-
se utilizar a posição denominada frog leg em 
vez de tracionar os membros pélvicos 
caudalmente. Se os membros pélvicos são 
tracionados caudalmente para a realização 
da projeção VD, a compressão aumentará e 
pregas na pele surgirão na lateral da coxa 
e/ou na região abdominal caudal. Estas 
pregas de pele criam sobreposições com 
evidente opacidade, interferindo na 
avaliação do aspecto caudal do abdome. 
Projeção Lateral 
A diferença máxima nessa aparência 
observada entre a projeção lateral esquerda e 
a projeção lateral direita ocorre quando o 
estômago está moderadamente distendido e 
contém tanto gás quanto líquido. É de 
fundamental importância saber reconhecer 
que, na projeção lateral direita, 
especialmente nos cães, o piloro pode 
assumir a aparência de uma massa ou de um 
corpo estranho devido ao acúmulo de 
líquido. 
Projeções Ventrodorsal e Dorsoventral 
Como mostrado anteriormente, a projeção 
DV do abdome é apenas raramente obtida. 
Ocasionalmente, uma radiografia abdominal 
DV pode ser útil quando a radiografia VD 
não pode ser realizado. O fato da posição do 
gás depender da gravidade é um aspecto útil 
nas radiografias DV. Porém, outras 
diferenças específicas das radiografias VD 
comparando-se com as radiografias DV não 
serão discutidas devido à infrequente 
necessidade de se avaliar radiografias 
abdominais DV. 
Posicionamento — cavalo 
Os órgãos abdominais do cavalo são menos 
evidentes do que os do cão ou do gato devido 
ao grande volume do trato gastrointestinal e 
da quantidade relativamente reduzida de 
gordura peritoneal. Sendo assim, as 
radiografias VD raramente são úteis, ou 
mesmo possíveis de se obter, e a maioria das 
questões relativas ao exame radiográfico 
podem ser respondidas pelas projeções 
laterais. Estas questões frequentemente 
dizem respeito à presença de material 
gastrointestinal estranho, como um 
enterólito ou areia, ou à presença de 
obstruções intestinais mecânicas, que 
comumente estão acompanhadas de um 
aumento no diâmetro intestinal, bem como 
aumento na quantidade de gás e líquido 
intraluminal. O aumento de gás no intestino, 
devido à sua radiolucência, pode ser 
detectado com facilidade, mesmo na 
impossibilidade de reconhecer os órgãos 
abdominais ou a parede do intestino. O 
detalhe radiográfico do abdome é melhor em 
potros ou cavalos miniatura do que em 
cavalos adultos comuns embora, às vezes, 
informações relevantes sobre o conteúdo 
intestinal possam ser obtidas até mesmo em 
cavalos adultos. 
Espaço Peritoneal 
O peritônio, uma membrana serosa fina, é 
dividido em camadas parietal, visceral e 
conectiva, todas contínuas. O peritônio 
parietal recobre a superfície interna da 
cavidade abdominal e adere-se intimamente 
à musculatura abdominal; separa os espaços 
extraperitoneal e intraperitoneal. O peritônio 
visceral envolve, completa ou parcialmente, 
os órgãos da cavidade abdominal. O 
peritônio conectivo inclui mesentério, 
omento e ligamentos intra-abdominais. O 
espaço peritoneal, entre o peritônio parietal 
e visceral, normalmente contém somente 
uma pequena quantidade de líquido para 
lubrificação. O espaço entre a margem 
dorsal do peritônio parietal e a parede 
abdominal é o espaço retroperitoneal. O 
espaço retroperitoneal está fora da cavidade 
peritoneal e contém as glândulas adrenais, 
rins, ureteres, grandes vasos sanguíneos e 
linfonodos. O espaço retroperitoneal 
comunica-se cranialmente com o mediastino 
por meio do hiato aórtico e caudalmente com 
o canal pélvico. Tipicamente, há gordura por 
todo o abdome, principalmente no ligamento 
falciforme, no omento maior, no mesentério 
e no espaço retroperitoneal. A presença de 
gordura intra-abdominal é importante para a 
visualização do órgão visceral em 
radiografias porque a gordura fornece uma 
opacidade interposta entre as vísceras. 
Perda de Contraste Provocada por 
Opacidade Líquida Aumentada 
A quantidade e o caráter da gordura intra-
abdominal dependem da idade do animal e 
da condição corporal. Em pacientes muito 
magros, o abdome é normalmente estreito, o 
que pode ser visualizado nas radiografias; 
entretanto, a possibilidade de líquido 
peritoneal coexistente ou peritonite não pode 
ser excluída. Cães e gatos normais com 
menos que alguns meses de idade não têm 
gordura suficiente para fornecer contraste 
intra-abdominal; portanto, o abdome parece 
ter uma opacidade de tecido mole 
relativamente uniforme. Outro fator é que os 
pacientes jovens têm uma proporção 
relativamente maior de gordura marrom 
(multilocular) que os adultos. A gordura 
marrom tem uma opacidade semelhante à de 
tecidos moles devido a seu alto volume de 
água. Com a maturidade, o teor de água da 
gordura marrom diminui. Com a 
substituição da gordura marrom por gordura 
branca, o contraste entre os tecidos moles 
intra-abdominais aumenta. Líquido entre as 
vísceras abdominais causa a obliteração da 
borda visceral, perda de contraste intra-
abdominal e também aumenta a opacidade 
como um todo. A classificação da efusão 
abdominal é ampla e inclui transudatos, 
exsudatos, sangue, urina, bile e quilo. Na 
prática, todos os líquidos abdominais são de 
opacidade do tecido mole, comparável aos 
órgãos viscerais. Em muitos casos, o líquido 
limita se ao espaço peritoneal, e o contraste 
entre os rins e a gordura retroperitoneal 
adjacente é preservado. 
Aumento de Contraste Provocado por 
Aumento da Opacidade de Gás 
As duas causas mais comuns de gás livre 
intraperitoneal são penetração da parede 
abdominal, seja por cirurgia ou por feridas 
penetrantes, e perfuração do intestino. 
Entretanto, nem todas as perfurações 
intestinais levam ao gás abdominal livre. Um 
pequeno volume de gás abdominal livre 
pode ser difícil de reconhecer em 
radiografiasconvencionais feitas com um 
feixe de raios X vertical porque as bolhas de 
gás são pequenas e irregulares em formato e 
podem ser mal interpretadas como gás 
intestinal a não ser que se localizem em uma 
região onde o intestino não seja 
normalmente encontrado. 
Anormalidades da Parede Abdominal 
A mineralização pode ser visualizada 
ocasionalmente nos tecidos moles ao redor 
do abdome. Por exemplo, a calcinose 
cutânea associada à síndrome de Cushing 
pode produzir calcificação nodular ou linear 
dos tecidos moles, mais frequentemente 
dorsalmente e na parede abdominal ventral. 
Gás de diversas causas pode ser visto nos 
tecidos moles ao redor do abdome. 
Escoriações acompanhadas de lacerações 
comumente produzem um padrão gasoso 
irregular e heterogêneo. Bolhas de gás 
tubulares ou redondas podem estar contidas 
dentro de alças intestinais herniadas. 
Fígado e baço 
Radiologia do fígado 
O fígado é o maior órgão sólido do abdome. 
Alterações no tamanho, formato, localização 
e opacidade hepática são usadas para avaliar 
o fígado para possíveis anormalidades O 
fígado está localizado no aspecto cranial do 
abdome, entre o diafragma, que delimita sua 
borda cranial, e o estômago, rim direito e a 
porção cranial do duodeno, que definem o 
limite caudal. O fígado está quase totalmente 
dentro do arco costal, com a borda ventral 
caudal, composta pelo lobo lateral esquerdo 
no cão, estendendo-se um pouco além do 
arco costal. Em cães com uma cavidade 
torácica profunda, o fígado está quase 
completamente dentro do arco costal, 
enquanto uma maior extensão hepática 
caudal está presente em cães com 
conformação torácica larga e rasa. Gordura 
falciforme abundante, especialmente em 
gatos, pode resultar no deslocamento dorsal 
do aspecto ventral do fígado em projeções 
laterais. Em projeções ventrodorsais, o 
fígado está distribuído de forma quase 
simétrica em cães, mas uma maior porção 
está frequentemente à direita em gatos. A 
vesícula biliar está localizada imediatamente 
à direita da linha média, na porção 
cranioventral do fígado, mas não é 
normalmente visível devido à sobreposição 
do tecido mole do fígado. Em alguns gatos, 
entretanto, a vesícula pode ser vista em 
radiografias abdominais laterais como uma 
estrutura curva saliente da margem ventral 
do fígado. 
Hepatomegalia 
O aumento hepático pode ser detectado 
radiograficamente, embora leves alterações 
de tamanho não possam ser avaliadas com 
precisão. Os sinais radiográficos clássicos de 
hepatomegalia generalizada são o 
arredondamento das margens caudoventrais 
do fígado, juntamente com a extensão além 
do arco costal, e deslocamento caudal, e 
talvez medial, dos eixos gástricos. 
Rádio-opacidade Hepática 
Um fígado normal tem opacidade de tecido 
mole. As opacidades minerais podem 
ocorrer no parênquima hepático ou no 
sistema biliar. Colelitíase deve ser 
considerada quando opacidades minerais 
focais estão visíveis na área da vesícula 
biliar. Imagens lineares de opacidades 
mineralizadas estendendo-se 
perifericamente são indicativas de cálculos 
biliares. Cálculos biliares são incomuns em 
cães e gatos, mas são visíveis 
radiograficamente se contiverem cálcio 
suficiente. Esses são achados incidentais 
comuns, mas os cálculos biliares podem 
causar obstrução biliar. A mineralização da 
parede da vesícula biliar foi associada a 
carcinoma de vesícula, além de colecistite ou 
hiperplasia mucinosa cística. 
Radiologia do baço 
O baço é um órgão dinâmico cujo tamanho e 
localização variam amplamente, 
especialmente em cães. Há inúmeras 
variações no aspecto radiográfico do baço 
normal. O baço é tipicamente dividido em 
uma extremidade proximal, chamada de 
cabeça do baço; um corpo e uma 
extremidade distal, chamada de cauda do 
baço. A extremidade proximal é 
relativamente fixa no aspecto craniodorsal 
esquerdo do abdome devido ao ligamento 
gastroesplênico. A extremidade distal não é 
fixa, e sua posição pode variar de forma 
considerável. Em projeções ventrodorsais do 
abdome canino, a extremidade proximal do 
baço é tipicamente observada como uma 
opacidade de tecido mole triangular 
caudolateral ao fundo gástrico e craniolateral 
ao rim esquerdo. O baço remanescente pode 
estender-se caudalmente, adjacente a parede 
abdominal lateral esquerda, ou mais 
medialmente ao longo da linha média. 
Quando o baço se estende medialmente, seu 
comprimento total não é completamente 
visualizado na projeção ventrodorsal. 
Tamanho Esplênico 
A avaliação radiográfica do tamanho do 
baço é muito subjetiva, pois seu tamanho 
normal varia muito. A esplenomegalia 
generalizada resulta em margens espessas, 
arredondadas e abauladas, e o deslocamento 
dorsal e caudal do jejuno em projeções 
laterais. O deslocamento de órgãos na 
projeção ventrodorsal como resultado do 
aumento do baço depende da porção do baço 
que está aumentada e o grau de aumento. O 
jejuno pode estar deslocado para a direita ou 
esquerda, enquanto uma extremidade 
proximal aumentada resulta no 
deslocamento cranial do estômago. A 
opacidade normal esplênica é a de tecido 
mole. A mineralização do baço pode ser o 
resultado da calcificação distrófica de 
abscessos, hematomas, granulomas fúngicos 
ou massas neoplásicas. Gás no baço pode 
resultar de torção esplênica. Entretanto, 
assim como no fígado, o gás pode ascender 
para a circulação portal e afetar o baço. 
Estômago 
Achados radiográficos normais 
 O estômago é facilmente identificado pela 
sua localização e seu formato, além do 
conteúdo gasoso, presença de ingesta, ou 
ambos. O estômago pode não ser 
inteiramente visibilizado em radiografias 
simples caso esteja vazio ou, se preenchido 
por conteúdo líquido, esteja acolado ao 
fígado ou a outras estruturas abdominais. 
Como regra geral, na projeção lateral, o eixo 
do estômago que se estende a partir do fundo 
por meio do corpo e piloro costuma se 
apresentar perpendicularmente à coluna e 
paralelamente às costelas, ou em alguma 
posição entre estes ângulos. Na projeção 
lateral, o piloro pode apresentar-se 
sobreposto ou discretamente cranial ao 
corpo do estômago. Em cães, na projeção 
ventrodorsal, observa-se a cárdia, o fundo e 
o corpo do estômago, os quais estão 
localizados à esquerda da linha média e 
também as porções pilóricas localizadas à 
direita da linha média. O esfíncter pilórico 
geralmente está localizado no quadrante 
abdominal cranial direito, aproximadamente 
no nível da décima ou décima primeira 
costela, estando geralmente cranial ao canal 
pilórico. Em cães filhotes, o piloro pode 
localizar-se mais próximo à linha média do 
que em adultos. 
Achados ultrassonográficos e 
radiográficos anormais 
-Deslocamento 
O posicionamento do estômago é um 
indicador útil no reconhecimento de algumas 
anormalidades extragástricas na porção 
cranial do abdome. Algumas alterações 
hepáticas, esplênicas, pancreáticas ou 
diafragmáticas podem afetar o estômago. A 
relação entre o estômago e uma determinada 
anormalidade extragástrica pode auxiliar na 
definição dos principais órgãos envolvidos 
ou da natureza da lesão primária. 
 -Corpos Estranhos Gástricos 
A presença de material radiopaco dentro da 
cavidade gástrica é facilmente visibilizada, 
comumente presente em exames 
radiográficos simples. Tais opacidades são 
frequentemente resultado do alimento 
ingerido ou de fragmento de ossos, o que 
geralmente não tem significado clínico. 
Corpos estranhos clinicamente significantes, 
como anzóis e agulhas, também são 
prontamente visibilizados e não apresentam 
nenhuma dificuldade em seu diagnóstico. 
Corpos estranhos metálicos discoides são 
importantes, uma vez que algumas moedas 
contendo zinco (centavos americanos 
cunhados depois de 1982 e os centavos 
europeus) podem induzir a hemólise 
intravascular. Por esta razão, radiografias do 
abdome sãoindicadas na avaliação de 
pacientes com hemólise intravascular. 
Outros tipos de objetos metálicos também 
podem conter zinco. A identificação do tipo 
de moeda pode ser possível 
radiograficamente. Se visibilizadas de 
frente, o diâmetro pode ser medido e, 
corrigindo o fator de ampliação, pode ser 
comparado ao diâmetro conhecido das 
moedas. Às vezes, a imagem da moeda 
apresentará detalhes que permitem a sua 
identificação. 
-Dilatação Gástrica Aguda e Vólvulo 
A dilatação gástrica aguda e o vólvulo 
produzem uma distensão gasosa do 
estômago. Embora tanto fluidos quanto gás 
estejam presentes no estômago, a distensão 
gasosa é a anormalidade predominante 
encontrada nestas condições. A distensão 
gasosa aguda do estômago pode ser atribuída 
a uma variedade de causas, entre estas, a 
aerofagia decorrente de grave dispneia ou 
dor. Nestes casos, a distensão gástrica é 
geralmente de menor gravidade e outros 
achados podem estar presentes contribuindo 
para o diagnóstico diferencial. Na dilatação 
gástrica aguda, o estômago se encontra 
aumentado de tamanho e preenchido 
principalmente por gás, porém mantém sua 
posição e relações anatômicas normais. O 
principal achado radiográfico de vólvulo 
gástrico é a distensão gasosa e líquida do 
estômago, mais gasosa do que líquida. Além 
disso, o piloro geralmente se encontra 
deslocado dorsalmente e para a esquerda. 
Assim, a determinação radiográfica da 
localização do piloro é uma característica 
fundamental na diferenciação entre a 
dilatação gástrica aguda e o vólvulo. 
-Obstrução Pilórica Crônica 
A obstrução do fluxo pilórico pode ser aguda 
ou crônica. As causas de obstrução aguda 
incluem o vólvulo gástrico e a presença de 
corpos estranhos. A obstrução crônica do 
piloro geralmente resulta de um 
estreitamento do orifício pilórico causado 
por alterações que afetam a parede ou 
bloqueiam o orifício, como a estenose 
hipertrófica pilórica, o espasmo do piloro, 
processos inflamatórios ou fibrosos, 
neoplasias e hipertrofia da mucosa antral. 
Estas condições geralmente causam 
obstrução parcial no piloro, levando à 
retenção crônica do conteúdo gástrico. A 
obstrução crônica parcial do piloro 
frequentemente pode ser visibilizada em 
exames radiográficos simples como uma 
distensão gástrica repleta de fluidos em 
contraposição à distensão gasosa aguda do 
vólvulo gástrico. 
-Úlceras Gástricas 
Úlceras gástricas são dificilmente 
identificadas em exames radiográficos 
simples. As úlceras são mais evidentes em 
exames contrastados, nos quais podem ser 
visibilizadas como crateras na parede do 
estômago, que aparecem como invaginações 
do contraste na superfície da parede voltada 
para o lúmen. O aspecto radiográfico da 
úlcera gástrica pode variar dependendo se 
esta está projetada de perfil, facial ou 
oblíqua, e ainda pode estar alterado pelo 
peristaltismo gástrico. A manipulação do 
paciente durante a fluoroscopia permite uma 
avaliação mais completa e contínua das 
margens e contornos do estômago. O exame 
radiográfico com duplo contraste também 
pode ser útil uma vez que úlceras projetadas 
facialmente podem ser visibilizadas neste 
exame, mas sua imagem fica obscurecida em 
radiografias com contraste positivo. 
-Neoplasia gástrica 
A aparência radiográfica de uma neoplasia 
gástrica pode variar e depender 
principalmente do tamanho, forma e 
localização do tumor. A principal 
característica radiográfica pode ser a 
identificação de uma massa projetada para 
dentro do lúmen gástrico, gerando uma falha 
de preenchimento do meio de contraste. 
Quanto mais nodular e pedunculada for a 
lesão, mais fácil será para reconhecê-la 
como uma massa distinta. Massas pequenas 
podem ser completamente encobertas por 
um volume relativamente grande de bário. 
Projeções oblíquas, variações na 
conformação do estômago e contrações 
peristálticas podem contribuir para ocultar 
algumas lesões em massa no órgão. 
-Alterações Difusas do Estômago 
 O estômago pode estar envolvido de forma 
difusa em uma variedade de enfermidades 
que provocam inflamação, hipertrofia, 
atrofia ou mineralização. A gastrite aguda 
pode ter causas variadas e raramente 
apresenta alterações radiográficas. A gastrite 
crônica é infrequentemente diagnosticada 
clinicamente e também pode ter várias 
causas, que incluem doenças como a gastrite 
atrófica crônica, gastrite hipertrófica 
crônica, gastrite eosinofílica, pitiose e 
zigomicose. A escassez de pregas, pregas 
aumentadas, a presença de nódulos ou o 
espessamento da parede gástrica podem 
estar associados a estas doenças. A avaliação 
do espessamento da parede do estômago por 
meio do exame radiográfico simples deve 
ser cautelosa. Os fluidos do lúmen gástrico 
podem dificultar o delineamento das 
margens da parede do órgão, gerando falsa 
impressão de espessamento parietal. 
Intestino delgado 
Intestino delgado normal 
O intestino delgado normal é reconhecido 
em radiografias simples como estruturas 
tubulares regulares e contínuas, encurvadas, 
ou como círculos sólidos ou anéis. Estes 
formatos são produzidos pela contração da 
musculatura lisa. As contrações segmentares 
originam formatos esféricos, enquanto as 
contrações peristálticas produzem formatos 
tubulares alongados. 
Intestino delgado anormal 
-Doença Causadora de Dilatação 
Intestinal 
De modo geral, a aparência do intestino 
mecanicamente obstruído é diferente 
daquela do órgão funcionalmente obstruído 
pelos seguintes parâmetros: (1) o diâmetro 
do intestino mecanicamente obstruído tende 
a ser maior do que o do órgão 
funcionalmente obstruído; (2) costumam ser 
encontrados gás e fluido no lúmen do 
intestino mecanicamente obstruído, 
enquanto o órgão funcionalmente obstruído 
tende a conter mais gás ou estar 
completamente repleto por gás; (3)os 
pacientes com obstrução mecânica 
geralmente apresentam alguns segmentos 
intestinais de diâmetro normal, enquanto em 
indivíduos com obstrução funcional o órgão 
pode estar acometido de forma generalizada. 
Estes parâmetros, porém, têm caráter apenas 
orientador, e há alguma sobreposição entre 
os íleos mecânico e funcional, 
impossibilitando a distinção radiográfica 
destas doenças em alguns pacientes. 
-Obstrução Mecânica 
O lúmen do intestino delgado pode ser 
ocluído por objetos estranhos, 
intussuscepção, massa originária da parede 
do órgão ou lesões extrínsecas. As 
características radiográficas da obstrução 
dependem de sua plenitude, da localização 
no trato gastrointestinal e da duração. O sinal 
radiográfico mais condizente com a 
obstrução mecânica é o grau variável de 
dilatação intestinal localizada oralmente ao 
ponto de obstrução. 
-Íleo Funcional 
Quando as contrações peristálticas do 
intestino são interrompidas em decorrência 
de anormalidades vasculares e 
neuromusculares na parede intestinal, o 
lúmen se dilata permanecendo patente. 
Muitos pacientes não apresentam alterações 
radiográficas específicas que diferenciem a 
dilatação intestinal causada pelo íleo 
funcional daquela provocada pelo íleo 
mecânico. 
-Doença Intestinal Infiltrativa 
Na doença intestinal infiltrativa, há 
infiltração generalizada ou segmentar da 
parede intestinal como resultado de 
inflamação não séptica, infecção ou 
neoplasia. As imagens diagnósticas devem 
identificar a presença de doença infiltrativa 
e diferenciar as causas subjacentes. Com 
infiltração celular nas camadas da parede, os 
efeitos esperados são mudanças na espessura 
da parede e alterações nas características 
teciduais das camadas individuais. 
Secundariamente, a motilidade intestinal 
pode estar alterada, resultando em mudança 
no diâmetro intestinal. A espessura da 
parede intestinal não pode ser determinada 
de forma confiável a partir de radiografias 
simples, mas pode ser avaliada por meio de 
exames contrastados com sulfato debário e 
da ultrassonografia, sendo esta última mais 
sensível na detecção do espessamento. 
Intestino Grosso 
Anatomia radiográfica normal 
 O intestino grosso de cães e gatos é 
constituído pelo ceco, cólon, reto e canal 
anal. O ceco, um divertículo do cólon 
proximal, possui anatomia e aparência 
radiográfica diferentes em cães e gatos. O 
ceco canino é semicircular, 
compartimentalizado e, normalmente, 
contém algum gás luminal. O ceco une-se 
inteiramente ao cólon na junção cecocólica. 
O gás luminal e o formato característico 
possibilitam o reconhecimento do ceco na 
porção média direita do abdome na maioria 
das radiografias simples. O ceco felino, 
geralmente, não é visível em radiografias 
simples. Trata-se de um divertículo do cólon 
curto e com formato de cone sem junção 
cecocólica distinta e sem 
compartimentalização, raramente contendo 
gás ou fezes. 
Técnicas radiográficas da avaliação do 
intestino grosso 
-Radiografia Simples 
Pelo fato de fezes e gás produzirem 
opacidades radiográficas contrastantes e, 
normalmente, estarem presentes no intestino 
grosso, uma parte ou a totalidade do órgão é 
identificado em radiografias simples do 
abdome. O conteúdo normal do intestino 
grosso, habitualmente, apresenta padrão 
característico de bolhas de gás delicadas e 
uniformemente distribuídas, as quais 
auxiliam na diferenciação do cólon das alças 
do intestino delgado e das condições 
anormais do intestino grosso. Quando 
presentes, corpos estranhos, opacos minerais 
ou metálicos, são facilmente reconhecidos. 
Nem a espessura da parede, muito menos o 
padrão da mucosa, podem ser avaliados por 
meio de radiografias simples. 
-Radiografia Compressiva 
A radiografia compressiva do abdome é uma 
técnica simples que pode ajudar a esclarecer 
a presença de lesões. Quando o abdome é 
comprimido por uma colher ou pá de 
madeira ou plástico; vísceras ou massas 
adjacentes ao intestino grosso são 
deslocadas ou comprimidas, o que aumenta 
o detalhamento radiográfico. A avaliação 
radiográfica definitiva do intestino grosso 
geralmente requer exames contrastados com 
suspensão de sulfato de bário (enema de 
bário), com ar (pneumocólon), ou com a 
combinação da suspensão de sulfato de bário 
e ar (estudo de duplo contraste). Há um risco 
de rompimento de massas ou vísceras ocas 
com esta técnica e deve-se usá-la com 
cautela. 
Enema de Bário 
Os achados de enema de bário na doença do 
intestino grosso incluem: (1) irregularidade 
da interface bário/mucosa, (2) espasmos do 
lúmen intestinal, (3) oclusão parcial ou 
completa do lúmen intestinal, (4) saculações 
da parede intestinal em hérnias ou 
divertículos, (5) deslocamento do intestino e 
(6) perfuração com peritonite. Infelizmente, 
os achados do enema de bário são 
frequentemente inespecíficos. Embora 
espasmos e irregularidades na mucosa sejam 
comumente associados a grave inflamação 
local, outras causas incluem toxicidade, 
mecanismos reflexos e fatores idiopáticos. A 
inflamação do intestino pode ocorrer com 
espessamentos generalizados ou focais da 
parede intestinal resultantes de edemas e 
pequenas ulcerações. Os estágios agudos de 
inflamação intestinal frequentemente não 
apresentam achados radiográficos anormais. 
Achados radiográficos nas doenças do 
intestino grosso 
As doenças que envolvem o intestino grosso 
podem produzir alterações no tamanho, 
formato, localização e radiopacidade do 
cólon. Embora a função não possa ser 
avaliada radiograficamente, a quantidade e a 
localização das fezes podem sugerir 
motilidade prejudicada. Um cólon 
preenchido com fluido homogêneo sem o 
padrão de gás delicadamente distribuído, 
típico de fezes formadas, é sugestivo de 
diarreia. Uma massa de tecidos moles ou 
uma intussuscepção também aparecem com 
radiopacidade homogênea de tecidos moles. 
Uma interface gás/tecido mole curvilínea 
com opacidade homogênea de tecido mole 
luminal no intestino grosso pode, 
ocasionalmente, ser vista na borda da 
intussuscepção e, por vezes, é referida como 
sinal do menisco. A maioria dos achados 
radiográficos nas doenças do intestino 
grosso não é patognomônica. Muitas 
doenças diferentes possuem achados 
radiográficos semelhantes e qualquer doença 
específica pode ter um espectro de aspectos 
diferentes. Além disso, as causas 
parasitárias, dietéticas e inflamatórias de 
enfermidades do intestino grosso 
frequentemente não apresentam 
anormalidades radiográficas detectáveis. O 
diâmetro do cólon normal varia de acordo 
com a quantidade de fezes e hábitos 
individuais de defecação. A impactação 
colônica é caracterizada radiograficamente 
pelo acúmulo de fezes que são mais 
radiopacas que o normal em consequência 
da absorção contínua de água do conteúdo 
do cólon. A impactação crônica também 
pode ocasionar aumento generalizado do 
cólon. A dilatação localizada do cólon 
normalmente está relacionada à impactação 
ou a alterações localizadas como obstruções 
mecânicas, estreitamentos do canal pélvico, 
doenças murais ou tumores extramurais. A 
dilatação generalizada do cólon é geralmente 
referida como megacólon. O megacólon 
pode ser causado por obstrução mecânica ou 
funcional e é caracterizado por dilatação 
colônica difusa, com motilidade ineficiente. 
Pode ser idiopático ou estar associado a 
causas subjacentes como: (1) obstipação e 
constipação crônicas decorrentes de causas 
nutricionais, metabólicas ou mecânicas; (2) 
anormalidades vertebrais, como síndrome da 
cauda equina ou agenesia sacrococcígea em 
gatos Manx; (3) desordens neuromusculares 
como disautonia, aganglionose ou doença de 
Hirschsprung(4) desordens metabólicos 
como hipocalemia ou hipotireoidismo; (5) 
fístulas ureterocólicas e (6) anomalias 
anorretais congênitas. As causas mecânicas 
de obstrução do cólon incluem 
estreitamentos do canal pélvico decorrentes 
de fraturas pélvicas mal consolidadas, 
prostatomegalias, linfadenopatias, massas 
colônicas e corpos estranho.

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