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1 Referência: aula do prof. Aristides Leite Introdução Primeiramente, temos que diferenciar três coisas: emergências hipertensivas, urgências hipertensivas e pseudocrise hipertensiva. 1. Emergências hipertensivas São situações clínicas sintomáticas em que há elevação acentuada da pressão arterial (é definida predominantemente pelo status clínico do paciente). • Conceituação nova: definida arbitrariamente como PAS ≥ 180 e/ou PAD ≥ 120 mmHg, com lesão de órgão alvo aguda e progressiva, e com risco iminente de morte. Na emergência, encontra-se lesão de órgão alvo ou sinais que justificam lesão de órgão. Então, independente da pressão, deve-se buscar isso. 2. Urgências hipertensivas São situações clínicas sintomáticas em que há elevação acentuada da PA. • Conceituação nova: definida arbitrariamente como PA sistólica ≥ 180 mmHg e/ou diastólica ≥ 120 mmHg, sem lesão aguda e progressiva em órgãos-alvo (LOA) e sem risco iminente de morte. É um risco potencial. Por que diferenciar isso? Porque o tratamento da urgência pode ser mais devagar, com drogas orais e sublinguais. Na emergência, por outro lado, é necessário usar drogas mais potentes – intravenosas, e internar paciente em UTI, para agir rápido. 3. Pseudocrise hipertensiva (PCH) É comum nas emergências. Não há LOA aguda ou risco imediato de morte. Geralmente, ocorre em hipertensos tratados e não controlados, ou em hipertensos não tratados, com medidas de PA muito elevadas, mas assintomáticos ou oligossintomáticos. Nesse caso, deve-se perguntar ao paciente se tem fatores que podem contribuir para isso, como uma cólica renal. Nesse caso, é pseudocrise hipertensiva? Sim, pois o tratamento é feito com analgésico para tratar a cólica, e não a hipertensão. Pode ser um fator emocional, como receber uma notícia ruim, ou uma enxaqueca, por exemplo. Caracteriza-se pela elevação da PA diante de um evento emocional, doloroso ou de algum desconforto, como enxaqueca, tontura rotatória, cefaleias vasculares e de origem musculoesquelética, além de manifestações da síndrome do pânico. Na suspeita de pseudocrise, trata o fator. Se depois a pressão não baixar de jeito nenhum, trata como urgência hipertensiva. Epidemiologia A crise hipertensiva (CH) responde por 0,45% a 0,59% de todos os atendimentos de emergência hospitalar e emergência hipertensiva por 25% de todos os casos de CH. O AVEI e o EAP são as situações mais encontradas nas EH. É condição clínica de incidência decrescente nas últimas décadas. O que acontece se o paciente viesse tomando remédio e parou de vez? Qual a conduta? Nesse caso, deve-se tratar o pico e voltar com a medicação quando normalizar. Fisiopatogenia Vai depender de fatores que interfiram na resistência vascular periférica e no débito cardíaco. PA sistêmica = débito cardíaco x resistência vascular periférica A autorregulação tissular é suplantada nos leitos vasculares cerebral e renal, causando: • Isquemia local, o que desencadeia um círculo vicioso de vasoconstrição • Lesão endotelial • Ativação plaquetária e do sistema imune • Proliferação miointimal • Necrose fibrinoide de arteríolas e isquemia em órgãos-alvo. A curva de autorregulação é deslocada para a direita nos hipertensos crônicos. Em um paciente hipertenso crônico, uma PA 120x80 mmHg pode ser “pressão baixa”. Então, deve-se ir mais devagar na meta final da PA. É por isso que nem todo mundo deve ficar abaixo de 140x90 mmHg, porque os hipertensos crônicos já estão “acostumados” com 2 pressões mais altas. A pressão muito baixa pode levar a roubo de fluxo, ocasionando isquemia renal, baixo fluxo coronariano etc. A exceção em que se deve baixar a pressão um pouco mais rápido é: AVC – principalmente hemorrágico, e dissecção aguda da aorta. Investigação clínico laboratorial • História clínica direcionada para a causa possível. • A PA deve ser medida inicialmente nos dois braços, e repetidamente até a estabilização (no mínimo, três medidas). Considerar a pressão que deu mais alta. • Deve-se, rapidamente, coletar informações sobre a PA habitual do paciente e as situações que possam desencadear um aumento da PA e comorbidades. • Pesquisar uso de fármacos anti-hipertensivos ou sua descontinuação (particularmente inibidores adrenérgicos). Por exemplo, suspensão de betabloqueador causa fenômeno rebote. • Pesquisar utilização de substâncias que aumentem a PA. Deve-se conversar e ir examinando. Pergunta se é hipertenso, se está tomando medicação, fatores de risco, hábitos de vida, idade, se já teve AVC ou outro evento cardiovascular etc. Tratamento geral da crise hipertensiva Na UH, o tratamento deve ser iniciado após um período de observação em ambiente calmo, condição que ajuda a afastar casos de PCH (em que seria apenas repouso ou uso de analgésicos e/ou tranquilizantes). • Captopril 25-50 mg: tem seu pico máximo de ação em 60 a 90 minutos. • Clonidina: apresenta ação rápida, em torno de 30 a 60 minutos, na dose de 0,100 a 0,200 mg. • Nifedipina de liberação rápida : deve ser proscrito no tratamento das UH, por não ser seguro nem eficaz, além de provocar reduções rápidas e acentuadas da PA, o que pode resultar em isquemia tecidual. Geralmente, usa comprimido de captopril de 25 mg. Se o paciente já vinha em uso de IECA, faz reforço de 50 mg. Em uma urgência, pode usar captopril sublingual, mas nem todos eles desmancham na língua; a dica é esfarelar o comprimido. Na EH, o tratamento visa à redução da PA com a finalidade de impedir a progressão das LOA. Os indivíduos devem ser admitidos preferencialmente em UTI, tratados com anti-hipertensivos intravenosos (IV) e monitorados cuidadosamente durante a terapia, para evitar hipotensão. As recomendações gerais de redução da PA para EH (GR: I, NE: C): • PA média ≤ 25% na primeira hora; • PA 160/100-110 mmHg nas próximas 2 a 6h; • PA 135/85 mmHg em um período de 24-48h subsequentes. • As EH serão abordadas no sistema ou órgão alvo acometido. Obs.: em paciente que não usa remédio, lembre- se de pegar uma veia antes, a fim de fazer volume, caso entre em hipotensão. Qualquer coisa, coloca o paciente em decúbito dorsal e levanta as pernas. Obs2.: se o paciente vinha usando losartana, mas entra em UH, pode fazer uso de captopril normalmente. É a única exceção para usar IECA em quem já usa BRA, o que não pode é manter o uso dos dois. Mensagens principais • Crise hipertensiva: elevação aguda da pressão arterial (PA) sistólica ≥ 180 mm Hg e/ou PA diastólica ≥120 mmHg, que pode resultar ou não em lesões de órgãos-alvo (LOA), que é dividida em urgência hipertensiva (elevação da PA sem LOA e sem risco de morte iminente. Isso permite a redução da PA em 24 a 48 h) e emergência hipertensiva (elevação da PA com LOA aguda ou em progressão e risco imediato de morte; requer redução rápida e gradual da PA em minutos a horas, com medicamentos intravenosos). • A emergência hipertensiva pode se manifestar como um evento cardiovascular, cerebrovascular, renal e com envolvimento de múltiplos órgãos ou também na forma de pré-eclâmpsia com sinal de gravidade/eclampsia. • A elevação da PA sem LOA aguda e progressiva afasta EH. • Hipertensão arterial mal controlada por falta de adesão, hipertensão de difícil controle, urgência hipertensiva e pseudocrise hipertensiva são situações comuns de elevação da PA sem LOA aguda ou progressiva. • A gravidade da condição clínica não é determinada pelo nível absoluto da PA, e, sim, pela magnitude e tempo de sua elevação. A definição numérica serve como um parâmetro, mas não deve ser usada como critério diagnóstico absoluto. 3 Não se usa medicamentos intravenosos de rotina para a urgência hipertensiva. É proibido? Não, mas um dos que se pode usar é a própria furosemida,se tiver um quadro congestivo, por exemplo. Exemplos de emergência hipertensivas Drogas podem dar crise adrenérgica, tais como crack e cocaína. • Encefalopatia hipertensiva: desorientação do paciente. Diferencia-se do AVC porque, quando normaliza a pressão, isso melhora, e não tem alteração de braço / perna / disartria, é apenas desorientação. • AVC: TC se faz, mas não é porque deu normal que o paciente não tem AVC; esse exame apenas afasta o AVC hemorrágico, pois o isquêmico pode não apresentar alteração nas primeiras 24 horas. Nesse caso, pode fazer RNM, que é mais sensível. Urgência vs. emergência Na urgência, pode combinar IECA com diurético via oral, por exemplo. Investigação clínico-complementar Digamos que estamos diante de uma suspeita de quadro neurológico. Esse paciente é uma emergência, então precisa-se de TC de crânio ou RNM. Se o indivíduo estiver com suspeita de quadro cardiovascular, o quadro de dor justifica pedir um ECG. Se infarto, pede marcadores de necrose, se TEP, pede d-dímero etc., vai direcionando o quadro clínico. Se estiver com congestão pulmonar e fazendo edema agudo de pulmão, não tem nem que pedir exame, vai logo tratando. Havendo alteração renal de forma agudizada, pede eletrólitos, função renal e até gasometria. Medicamentos usados por via parenteral para EH Um medicamento que resolve tudo, sendo o mais potente, é o nitroprussiato de sódio, que é um vasodilatador venoso e arterial – estimula AMPc, mexendo no endotélio. Porém, tem que ir “com muita manha”, porque o efeito dele é imediato. Apesar disso, o efeito dura pouco tempo, então se baixar demais, é só “fechar”. Além disso, ele não é usado em todo mundo, porque seu uso prolongado pode afetar rins e fígado, bem como elevar pressão intracraniana. Lembrar que ele é sensível a luz – tem que revestir com papel alumínio antes de começar. Não pode usar por muito tempo, porque, a partir de 48h, ele começa a liberar radicais cianetos. O maior problema é a hipotensão, então não pode sair de perto do paciente – mede pressão de 2 em 2 minutos–, até que se estabilize a dose. Já tem que ir fazendo uma ponte (entrada de medicações), para ir desmamando o nitroprussiato. 4 Obs.: a dose desse medicamento, na diretriz, está errada. Não é 0,25 a 10 mg/kg/min IV, mas sim 0,25 a 10 µg/kg/min IV. Se for uma coisa mais para o lado coronariano, é melhor usar nitrato – o injetável é a nitroglicerina. A vantagem é que se precisar parar é só fechar a infusão, pois perde efeito rápido. Indicado em paciente com IV esquerda, coronariano ou edema agudo de pulmão. Quanto aos betabloqueadores, faz metoprolol 5 mg IV, podendo repetir a ampola a cada 10 ou 20 minutos, se necessário. Ele age rapidamente, mas o efeito dura mais tempo. Como é betabloqueador, é bem-vindo na insuficiência coronariana e na dissecção aguda de aorta. Pode combinar seu uso com o nitroprussiato de sódio. Como todo BB, pode fazer bradicardia e piorar IC agudizada. O esmolol é mais rápido e mais seletivo, mas não temos aqui no Brasil. É muito benéfico para a dissecção aguda da aorta. Hidralazina injetável é muito usada no tratamento da eclampsia. Há, também, o enalaprilato, que é como se fosse um enalapril injetável, embora o professor não conheça seu uso no Brasil. Como é um IECA, responde bem em EAP induzido por insuficiência ventricular esquerda. A furosemida é um diurético de alça usado em qualquer quadro congestivo, como em situações de hipervolemia e EAP. Começa a agir em até 5 minutos e tem uma ação que dura 1h30. Fentolamina poderia ser usado em crises de catecolaminas, mas não temos no Brasil. O restante dos remédios ele não comentou, disse que não é importante. Acidente vascular encefálico A HAS é o principal fator de risco para o AVE, principalmente o hemorrágico (AVEH). O diagnóstico baseia-se no exame neurológico. A avaliação da gravidade do quadro deve ser utilizada a escala do NIHSS. A TC e a RNM de crânio possibilitam definir o tipo do AVE (AVEI em 85% ou AVEH em 15% dos casos) e o território envolvido. A RNM é mais sensível do que a TC para os infartos incipientes, porém ela demora mais. Acidente vascular encefálico isquêmico (AVEI) A PA frequentemente diminui espontaneamente em um período de 90 a 120 minutos durante a fase aguda. Recomendações Em caso de AVEI com indicação de trombólise , recomenda-se uma redução de PA < 185/110 mmHg antes da terapia fibrinolítica. A redução inicial da PA em 15% pode ser aplicada nos casos de PA muito elevada (≥ 220/110 mmHg) e com outras EH associadas (dissecção de aorta, eventos coronarianos agudos, eclampsia, pós-trombólise e/ou EAP). É prudente reduzir PA em 15% nas primeiras 24h após o início do AVEI. Pode fazer trombolítico em pressões muito altas? Não, é preciso baixar a pressão antes!!!! Acidente vascular encefálico hemorrágico (AVEH) Para indivíduos com apresentação aguda (< 6h do início do AVEH): • PAS > 220 mmHg – considerar a redução da PA com infusão IV contínua e o monitoramento frequente da PA. • PAS entre 150 e 220 mmHg – reduzir a PA abaixo de 140 mmHg não apresenta benefícios para diminuir mortalidade ou incapacidade grave e é potencialmente perigoso (GR: III, NE:A). • Considerar alvo de PAS < 180 mmHg. Essa pressão deve ser reduzida com drogas injetáveis. Diminuir demais não ajuda – veja que é evidência classe III. Síndrome coronariana aguda As SCA podem estar acompanhadas de elevação da PA, devido a um reflexo desencadeado pelo miocárdio isquêmico. Em consequência, o aumento da RVP eleva a demanda de oxigênio pelo miocárdio. A meta de PAS < 140 mmHg (evitar < 120 mmHg) e PAD entre 70-80 mmHg deve ser buscada, utilizando-se 5 esmolol, metoprolol ou nitroglicerina. Os nitratos IV reduzem a RVP, melhoram a perfusão coronariana e têm importante efeito venodilatador sistêmico, diminuindo a pré-carga e o consumo de oxigênio pelo miocárdio. O uso de hidralazina, NPS ou nifedipina não está indicado, pois podem promover o roubo de fluxo, uma vez que podem baixar demais a pressão. Obs.: cuidado para a pressão não cair demais com o uso de nitrato injetável (cair demais = cair mais que 30 mmHg de uma vez). Recomendações A nitroglicerina (NTG) IV é indicada nas primeiras 48h para o tratamento de hipertensão, isquemia persistente e IC, desde que não haja hipotensão, infarto do ventrículo direito ou uso de inibidores da fosfodiesterase tipo 5 nas 48 horas anteriores. Pergunta se usou Viagra nas últimas 48 horas O ventrículo direito não suporta queda de pressão, então ele não precisa ser vasodilatado. Nesse caso, não faz nitrato, mas solta volume, que o paciente recupera bem. O uso de NTG não deve excluir a terapêutica com outras intervenções de redução de mortalidade comprovadas, como betabloqueadores (BB) ou IECA. Betabloqueador IV em indivíduos com hipertensão que não apresentem: sinais de IC, evidência clínica de baixo DC, aumento do risco para choque cardiogênico, outras contraindicações relativas ao bloqueio beta. Edema agudo de pulmão (EAP) Cerca de 1/3 dos pacientes admitidos com EAP e EH têm a função ventricular esquerda preservada, e a isquemia miocárdica também pode estar envolvida na fisiopatogenia do EAP associado à EH. A EH com EAP deve ser preferencialmente controlada em UTI, com medicação IV, monitoramento e diminuição gradativa da PA. • NTG e NPS são utilizados com a finalidade de reduzir a pré e a pós-carga. • Diurético de alça diminui a sobrecarga de volume e, assim, a PA. • Pressão positiva contínua não invasiva de vias respiratórias pode ser indicada para reduzir o edema pulmonar e o retorno venoso. Lembre-se que o diurético furosemida é EM BOLUS, não dilua dentro do soro. Dissecção aguda da aorta Na dor precordial e pico dePA, sempre considerar a dissecção aguda de aorta. A diferença para o infarto é que a dor da dissecção é mais progressiva e vai mudando de lugar; além disso, ela leva a uma assimetria de pulsos. Nesse caso, é preciso baixar a pressão mais rapidamente. • A progressão da dissecção está relacionada com o valor de PA e a velocidade de ejeção ventricular. • É importante obter o controle adequado da dor (analgesia por opiáceos IV), o FC < 60 bpm e a PAS entre 100 e 120 mmHg. • A PAS < 120 mmHg deve ser alcançada em 20 minutos. O NPS não é ideal, pois promove aumento da FC e da velocidade de ejeção aórtica, podendo piorar a dissecção. Assim, o NPS deve ser associado ao BB, inicialmente IV, de ação rápida e titulável (metoprolol, labetalol ou esmolol), para diminuir a FC. Em asmáticos, os BCCs não dihidropiridínicos são alternativas (ex.: verapamil e diltiazem). EH pelo uso de substâncias ilícitas As substâncias ilícitas que elevam a PA têm ação simpaticomimética, potencializando o efeito das catecolaminas, entre elas as anfetaminas, ecstasy, além da cocaína e sua forma para fumar, o crack. As anfetaminas aumentam a PA em dose- dependente, causando taquicardia, palpitações, sudorese e arritmias, enquanto o ecstasy tem outros efeitos, além do aumento da FC e PA (síndrome serotoninérgica). Quando a cocaína é utilizada por via intranasal ocorre o aumento repentino e perigoso dos níveis da PA, observado 15 minutos após o uso. Em caso de hipertensão preexistente, pode haver maiores elevações da PA. Nos casos mais leves, pode-se usar benzodiazepínicos e NTG sublingual. Nos mais graves, terapia IV, e os agentes de escolha são NTG, NPS ou fentolamina. Deve-se evitar os BB, pois podem levar à estimulação do receptor alfa-adrenérgico na presença do bloqueio beta-adrenérgico, causando espasmo de coronária (exceção pode ser o carvedilol, capaz de atenuar aumentos da FC e PA induzidos por cocaína na forma de crack). Os BCC também podem ser usados nos casos de IAM devido ao uso de cocaína, situação em que a vasoconstrição coronariana seja a causa presumida. 6 Nessas intoxicações, a ingestão concomitante de altas doses de cafeína (presente em energéticos), nicotina ou álcool, aumenta o nível de NA plasmática. Álcool + cocaína têm efeito tóxico maior do que o uso isolado de cada um, aumentando o risco de morte súbita em 18 a 25 vezes, por elevar a biodisponibilidade da cocaína. Trata com: BB, alfabloqueadores e BCCs. Hipertensão acelerada/maligna Caracteriza-se pela presença de hipertensão em geral grave, retinopatia com papiledema, com ou sem insuficiência renal e/ou cardíaca, necrose fibrinóide de arteríolas renais; pode evoluir de forma rápida, progressiva e fatal. A elevação da PA na presença de hemorragias retinianas e exsudatos ao fundo de olho, mas sem papiledema, é denominada hipertensão acelerada. • Prognóstico: quase sempre fatal, se não for reconhecida ou não tratada adequadamente, com uma mortalidade de cerca de 80% em dois anos, principalmente em decorrência de IC e DRC. O controle da PA deve ser intensivo, com fármacos vasodilatadores de ação imediata, como NPS. Usa-se anti-hipertensivos de uso oral: diuréticos, IECA ou BRA, BB, vasodilatadores de ação direta (hidralazina), agonistas adrenérgicos centrais (clonidina ou metildopa) e BCC, quando necessário o uso de vários fármacos. O uso de BB é melhor indicado nos casos de congestão pulmonar, devido à disfunção diastólica decorrente de grave HVE. A redução da PA deve ser gradual (manter PAD não inferiores a 100 mmHg nos primeiros dias de tratamento). Pode ocorrer deterioração inicial da função renal com elevação de creatinina, devido ao mecanismo de autorregulação do fluxo renal. O tratamento dialítico pode ser necessário na fase mais aguda. O tratamento anti-hipertensivo dessa condição modificou a sobrevida de forma impactante. Hipertensão com múltiplos danos aos órgãos-alvo É definida pela presença concomitante de envolvimento de três dos quatro sistemas: • Renal (rápida deterioração da função renal ou proteinúria) • Cardíaco (HVE importante ou disfunção sistólica, ou anormalidade da repolarização ventricular ou aumento de troponina) • Neurológico (AVE ou encefalopatia hipertensiva) • Hematológico (hemólise microangiopática). Na prova, o professor pergunta, a partir de um caso clínico, as hipóteses diagnósticas e a conduta.
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