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1 BIOGEOGRAFIA RONALD ASSIS FONSECA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIAFACULDADE ÚNICA 1 BIOGEOGRAFIA RONALD ASSIS FONSECA Ronald Assis Fonseca Mestre em Agroecologia pelo Instituto Federal do Espírito Santo (IFES) Campus Ale- gre (2021). Especialista em Educação Ambiental e Sustentabilidade pelo Institu- to Federal do Espírito Santo (IFES), Campus Ibatiba (2018). Graduado em Gestão Am- biental pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) (2012). Bolsista como professor mediador do Programa Novos Caminhos do IFRO. Atua como professor formador e conteudista de cursos de capacitação e profissionalizantes utilizando estratégias de Educação Ambiental e disseminando o conhecimento agroecológico. Atualmen- te é coordenador do curso de Gestão Ambiental (EaD) da Faculdade Única de Ipatinga. 1 FACULDADE ÚNICA EDITORIAL Diretor Geral: Diretor Executivo: Ger. do Núcleo de Educação à Distância: Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Revisão Gramatical e Ortográfica: Revisão/Diagramação/Estruturação: Design: Valdir Henrique Valério William José Ferreira Cristiane Lelis dos Santos Gilvânia Barcelos Dias Teixeira Izabel Cristina da Costa Bárbara Carla Amorim O. Silva Carla Jordânia G. de Souza Rubens Henrique L. de Oliveira Brayan Lazarino Santos Élen Cristina Teixeira Oliveira Maria Luiza Filgueiras Taisser Gustavo Soares Duarte © 2020, Faculdade Única. Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autorização escrita do Editor. F733b Fonseca, Ronald Assis. Biogeografia / Ronald Assis Fonseca. - ed. Ipatinga, MG: Editora Única, 2021. 129 p.il. Inclui referências. ISBN: 978-65-990786-9-9 1. Biogeografia. 2. Geografia. 3. Ecologia. I. Fonseca, Ronald Assis. II. Título. CDD: 574.9 CDU: 574.9 NEaD – Núcleo de Educação as Distancia FACULDADE ÚNICA Rua Salermo, 299 Anexo 03 – Bairro Bethânia – CEP: 35164-779 – Ipatinga/MG Tel (31) 2109 -2300 – 0800 724 2300 www.faculdadeunica.com.br 2 BIOGEOGRAFIA 1° edição Ipatinga, MG Faculdade Única 2021 3 4 LEGENDA DE Ícones Trata-se dos conceitos, definições e informações importantes nas quais você precisa ficar atento. Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um com uma função específica, mostradas a seguir: São opções de links de vídeos, artigos, sites ou livros da biblioteca virtual, relacionados ao conteúdo apresentado no livro. Espaço para reflexão sobre questões citadas em cada unidade, associando-os a suas ações. Atividades de multipla escolha para ajudar na fixação dos conteúdos abordados no livro. Apresentação dos significados de um determinado termo ou palavras mostradas no decorrer do livro. FIQUE ATENTO BUSQUE POR MAIS VAMOS PENSAR? FIXANDO O CONTEÚDO GLOSSÁRIO 5 SUMÁRIO 1.1 Introdução..............................................................................................................................................................8 1.2 Conceitos importantes de Biogeografia..........................................................................................11 1.3 Biosfera...................................................................................................................................................................14 1.4 Biogeografia ecológica e Histórica......................................................................................................15 2.1 Introdução............................................................................................................................................................21 2.2 Talassociclo - Mares e oceanos..............................................................................................................21 2.3 Limnociclo..........................................................................................................................................................23 2.4 Epinociclo...........................................................................................................................................................24 2.5 Ecossistemas.....................................................................................................................................................25 3.1 Introdução...........................................................................................................................................................34 3.2 Distribuição das espécies.........................................................................................................................38 3.3 O papel dos fatores limitantes na distribuição dos seres vivos.......................................41 UNIDADE 1 UNIDADE 2 UNIDADE 3 BIOGEOGRAFIA: DEFINIÇÕES E CONCEITOS OS GRANDES BIOCICLOS DA TERRA 4.1 Introdução..........................................................................................................................................................48 4.2 Relações e interações ecológicas entre as espécies.............................................................48 4.3 Biomas terrestres...........................................................................................................................................61 UNIDADE 4 PADRÕES DE DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS ESPÉCIES AS RELAÇÕES ECOLÓGICAS E AS GRANDES FORMAÇÕES BIOLÓGICAS DO BRASIL E DO MUNDO UNIDADE 5 FORMAÇÕES BIOLÓGICAS DO BRASIL: OS BIOMAS BRASILEIROS 5.1 Introdução...........................................................................................................................................................78 5.2 Amazônia............................................................................................................................................................78 5.3 Caatinga..............................................................................................................................................................80 5.4 Cerrado..................................................................................................................................................................81 5.5 Mata Atlântica..................................................................................................................................................83 5.6 Pantanal...............................................................................................................................................................85 5.7 Pampa...................................................................................................................................................................87 5.8 Mata Atlântica.................................................................................................................................................88 UNIDADE 6 AS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO, RESERVAS LEGAIS, ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTES E A LEGISLAÇÃO PERTINENTE 6.1 Introdução...........................................................................................................................................................95 6.2 Unidades de conservação........................................................................................................................95 6.3 Reserva legal....................................................................................................................................................97 6.4 Áreas de preservação permanente...................................................................................................99 6 UNIDADE 1 Esta unidade trará a introdução sobre a Biogeografia, as origens desta ciência e os principais conceitos e definições que permitem o aluno a compreender a distribuição das espécies e suas interações em nosso Planeta. UNIDADE 2 Conheça os grandes biociclos da Terra, as características dos ambientes marinhos,aquáticos e terrestres e como são divididos para permitir a sobrevivência das espécies em cada um deles. UNIDADE 3 Esta unidade irá apresentar os padrões de distribuição das espécies, bem como os limites de distribuição mostrando como as espécies habitam em determinados locais e quais os fatores limitantes para sua sobrevivência. UNIDADE 4 Conheça as grandes formações biológicas do mundo, as espécies animais e vegetais que habitam estes ecossistemas com características tão marcantes e as adaptações necessárias para enfrentar as condições em cada um desses habitats. UNIDADE 5 Das grandes formações biológicas do mundo para as grandes formações biológicas do nosso país. Vamos conhecer nossos biomas e as espécies que vivem em cada um deles apresentando distintas características em um país continental como o Brasil. UNIDADE 6 Com um ecossistema rico, diverso e exuberante o Brasil possui áreas preservadas por lei visando manter o equilíbrio dentro dos biomas e o uso racional dos recursos naturais buscando o desenvolvimento sustentável e a harmonia entre o homem e a natureza. Conheça as áreas protegidas em nosso país. C O N FI R A N O L IV R O 7 BIOGEOGRAFIA: DEFINIÇÕES E CONCEITOS UNIDADE 01 8 1.1 INTRODUÇÃO Para começarmos a entender o que é biogeografia, é necessário descrever os conceitos e definições que deram origem a essa área tão importante para compreender onde estamos, onde vivemos, e porque vivemos aqui. A geografia é a ciência que aborda e interpreta os fenômenos físicos-naturais, socioeconômicos, e sua relação de interdependência com a sociedade. Berry, em 1969, descreveu a geografia como a ciência que estuda as interações e as organizações espaciais. “Geografia” é uma palavra de origem grega, e é formada pelos radicais “geo” + “grafos” que significa Terra e descrição respectivamente. Ou seja, descrever a Terra e os fenômenos que ocorrem em sua superfície (SPOSITO, 2004). Já a Biologia, é a ciência que estuda os seres vivos: animais, plantas, microrganismos. Onde, “bio” significa vida e “logia” estudo, indicando que se refere ao estudo da vida. Portanto, quando juntamos as ciências, encontramos a Biogeografia que é o ramo da Geografia que se dedica a estudar as relações entre os seres vivos e estes com o meio físico que os rodeia bem como os fatores que interferem na sua distribuição (FIGUEIRÓ, 2015). É possível já, até aqui entender que a Biogeografia vai estudar os seres vivos e sua distribui- ção no globo terrestre. Você consegue pensar em fatores que poderiam limitar a distribuição de espécies animais e vegetais em nosso planeta? BUSQUE POR MAIS A biogeografia, portanto, que engloba o estudo das interações dos seres vivos (fatores bióticos) com os fatores abióticos distribuídos no Planeta Terra, originou-se segundo Cox, Moore e Ladle (2019) em meados do século XVIII. Naquele período, a grande maioria da população acreditava literalmente nas afirmações da Bíblia, do que ouviam de sacerdotes e religiosos, do domínio do Cristianismo que dizia que tanto a Terra, quanto todos os seres vivos que vivem hoje nela, foram criados em uma simples série de eventos. As pessoas acreditavam que a criação de tudo havia ocorrido há alguns milhares de anos e que tudo era originado de Deus de forma perfeita e imutável. Ou seja, os organismos, animais e plantas eram considerados perfeitos, e que o mundo sempre foi da mesma forma como conhecemos hoje, sem extinção, sem mudanças. 9 Figura 2: Distribuição de elétrons nas camadas eletrônicas de alguns elementos Fonte: Adaptado de Alberts et. al., (2011) A história da biogeografia veio sendo escrita e modificada a medida que a percep- ção de que tanto o mundo vivo quanto o planeta em que habitava estão em constante mutação, ocasionada por dois fatores preponderantes: o mecanismo biológico da evolu- ção e o mecanismo geológico da tectônica de placas (COX; MOORE; LADLE, 2019). Podemos observar no quadro 1 como as observações sobre o surgimento da vida foram contribuindo para compreender as transformações e as demais características que deram início aos estudos da biogeografia. Período (ano) Contribuições Pensador 1735 • Cada organismo se originava de uma espécie imutável que ha- via sido criada por Deus; • Sugeriu que os diferentes ambientes encontrados em diferen- tes altitudes, desde a tundra até os desertos, teriam sido colo- nizados por animais da arca à medida que as águas recuavam e, progressivamente, teriam descoberto níveis de terra cada vez mais baixos; • Registrou em qual tipo de ambiente cada espécie fora encon- trada e, assim, deu início ao que hoje denominamos biogeo- grafia ecológica. Lineu Naturalista sueco 1761 • A primeira pessoa a perceber que diferentes regiões do mundo continham agrupamentos de organismos diferentes; • Observou que muitos mamíferos da América do Norte, tais como ursos, cervos, esquilos, ouriços e toupeiras, também eram encontrados na Eurásia, e salientou que eles só poderiam ter se deslocado entre esses dois continentes através do Alasca; • Muitos mamíferos tropicais da América do Sul são diferentes daqueles encontrados na África. Georges Buffon - naturalista francês 10 Sendo assim, com as descobertas sobre as características dos seres vivos, a defi- nição de biogeografia foi sendo escrita. De Martonne (1954) entende e descreve A Bio- geografia como o estudo da repartição dos seres vivos na superfície da Terra e a análise de suas causas de distribuição”. Já Brown e Lomolino (2006) descreve como uma ciência que se preocupa em documentar e compreender os padrões espaciais da Biodiversidade. Portanto, nota-se que a Biogeografia é uma ciência que estuda a dis- tribuição dos seres vivos no espaço através do tempo, buscando a compreen- são dos padrões de organização espacial e os processos que interagem entre si. “Os Viajantes e a Biogeografia” é um artigo publicado por Papavero e Teixeira (2001) que aborda um breve panorama das principais teorias da biogeografia mostrando os conhecimentos dos naturalistas adquiridas através da observação. Disponível em: https://bit.ly/39GwBpz. Acesso em: 21 dez. 2021. Para entender um pouco mais sobre a Biogeografia da América do Sul, leia no livro “Biogeografia da América do Sul: Análise de tempo, espaço e forma” o cápitulo 5 “Pan-Biogografia da América do Sul” escrito por Heads (2016). Disponível em: https://bit.ly/36Bp1dY. Acesso em: 21 dez. 2021. BUSQUE POR MAIS A Biogeografia é considerada uma ciência multidisciplinar, pois engloba as ciências geográficas, históricas, biológicas, além das áreas de climatologia, ecologia, geologia e evolução (ARMANDO, 2019). Já é possível a você leitor, compreender que o estudo da Biogeografia tem por base a biosfera onde se estudam todos os organismos e suas interações. Vamos compreender a partir deste material: • O que permite que uma espécie vive onde está? • O que impede de conquistar outras áreas? • Onde as espécies podem ser encontradas? • Onde viveram seus ancestrais? • Como os eventos históricos contribuem na distribuição de uma espécie? Para isso vamos estudar alguns conceitos importantes para a biogeografia. https://bit.ly/39GwBpz https://bit.ly/36Bp1dY 11 Figura 2: Origem da palavra Biogeografia Fonte: Elaborado pelo Autor (2021) Quando estudamos ciências vimos diversos conceitos e definições sobre o surgi- mento da vida e as interações que existem entre as espécies e o ambiente que buscam ex- plicar a origem, o habitat, as formas de vida e adaptação das espécies, para compreender a dinâmica da biosfera. Para tal, vamos entender as definições que serão importantes para o decorrer desta disci- plina. Habitat: É o “endereço” da espécie, ou seja, o local específico onde uma espécie pode ser encontrada no ecossistema. Exemplos: • Leões e girafas são encontrados na savana africana; • Urso polar são encontrados nas regiões polares; • A onça pintada pode ser encontrada na floresta amazônica e no pantanal.Fonte: Acervo pessoal (Arte de Pedro Fonseca, 2021) Figura 3: Arte representando a Savana africana 1.2 CONCEITOS IMPORTANTES DE BIOGEOGRAFIA 12 Organismo: É uma forma individual de vida, ou seja, possui características como cé- lulas, órgãos, organelas ou outras estruturas que interagem fisiologicamente, executando os diversos processos necessários à vida. Exemplos: •Cada um de nós, seres humanos somos um organismo; •Os animais são organismos, como um cão, um gato ou um coelho; •A abelha é um organismo; •Uma bactéria é um organismo; •Uma árvore é um organismo. Figura 4: Exemplo de um organismo (coelho) Fonte: Acervo pessoal (Arte de Pedro Fonseca, 2021) Figura 5: Exemplo de uma população (flamingos) Fonte: Acervo pessoal (Arte de Pedro Fonseca, 2021) Comunidade: É o conjunto de populações de diversas espécies que habita uma mes- ma região num determinado período. Exemplos: • Os organismos que vivem em uma floresta, que vivem no oceano, que vivem em um aquário, que vivem em um rio. • Dentro de um aquário podemos ter algas, plantas e peixes diferentes, formando uma comunidade, onde possui populações de espécies diferentes. • Na Savana diversas populações interagem entre si em busca de alimento. 13 Figura 6: Exemplo de uma comunidade Fonte: Acervo pessoal (Arte de Pedro Fonseca, 2021) Ecossistema: É o conjunto de interações, relações e fatores entre a fauna e a flora, os microrganismos (fatores bióticos) e o ambiente (fatores abióticos) que são os elementos não vivos como solo, água, atmosfera, entre outros. Todos estes fatores encontram-se interligados através das relações ecológicas que serão abordadas mais a frente neste material. Quando existem alguma alteração destes elementos, pode causar algum desequilíbrio. Figura 7: Exemplo de um ecossistema Fonte: Acervo pessoal (Arte de Pedro Fonseca, 2021) Monoculturas afetam a harmonia e o equilíbrio de um ecossistema, já que se retira a vegetação nativa e diversificada para inserir um único tipo de cultura alterando as relações ecológicas existentes. O desmatamento ocasiona desequilíbrio, pois altera as condições naturais do ecos- sistema podendo levar espécies animais a abandonarem seus hábitos em busca de outros lugares para sobrevivência. Monoculturas - Consideradas plantios de uma única cultura realizada em grandes pro- priedades, onde o foco é a quantidade, como as grandes plantações de soja, café e milho, por exemplo. As monoculturas empobrecem os solos, causa desmatamento e perda da biodiversidade podendo causar desequilíbrio do ecossistema. FIQUE ATENTO 14 Como já vimos nesta unidade, “Bio” significa vida e “sfera” significa esfera, ou seja, esfera da vida, o Planeta Terra, uma esfera, com todas as partes onde existem vida. São as condições ambientais em que se processa a vida animal e vegetal na terra. Engloba outros fatores como o solo, o ar, a água, a luz, o calor e os alimentos, que fornecem condições necessárias no desenvolvimento da vida. Figura 8: As esferas da vida Fonte: Elaborado pelo Autor (2021) ATMOSFERA – Camada composta pelo ar em geral que é o componente principal desse tipo de ambiente, sendo constituído basicamente por dois gases: o oxigênio e o hidrogênio. CRIOSFERA – São as porções da superfície da Terra, onde a água está presente no estado sólido. Se apresenta nas formas de geleiras, blocos de gelo, os lagos e rios congelados, áreas cobertas de neve. HIDROSFERA - A hidrosfera é a camada da Terra formada por água (que, por sinal, compõe a maior parte da parte externa de nosso planeta, cobrindo cerca de 70% de toda a sua su- perfície. LITOSFERA – É a parte da estrutura física e sólida propriamente dita do nosso planeta. Es- trutura essa que inclui, por exemplo, rochas, formas de relevo e dinâmicas relacionadas à formação desse mesmo relevo, como é o caso do movimento das placas tectônicas, do vul- canismo e dos terremotos. GLOSSÁRIO A biosfera, portanto, engloba todos os ecossistemas presentes na Terra, que vão des- de as mais altas montanhas, que podem chegar a aproximadamente 10.000 m de altitude até as profundezas do oceano que chegam até cerca de 10.000 m de profundidade. Esses locais possuem características diferentes, condições e formas de vidas das mais variáveis que se adaptaram a estes locais. O ar, a água, o solo, a luz, o gelo são fatores determinantes para a vida nestes ambientes remotos (ARMANDO, 2019). 1.3 BIOSFERA 15 Para compreendermos melhor a biogeografia é importante que se faça a separação desta grande área em duas vertentes diferentes que estão interligadas, porém são traba- lhadas de forma sistêmica. De Candolle em 1820 dividiu a Biogeografia em duas subáreas, a Biogeografia Ecológica e a Biogeografia Histórica. Por que o leão vive na savana? Por que o peixe-boi vive na Amazônia? Por que não existe camelo no Brasil? Essas perguntas são respondidas quando se compreende a bio- geografia ecológica, pois ela busca investigar, analisar, compreender e explicar por que uma espécie vive confinada em determinada região, do que se alimenta, o que a impede de expandir para novas áreas. Essa parte da biogeografia busca entender como o solo, o clima, a latitude interage com os organismos vivos, como limitam sua distribuição. Segundo o botânico suíço De Candolle (1820) a biogeografia ecológica busca en- tender como processos ecológicos que ocorrem a curto prazo atuam sobre o padrão de distribuição dos organismos, analisando a distribuição dos seres vivos em função de suas adaptações às condições atuais do meio (AGUILAR, 2009). A Biogeografia ecológica, portanto, consiste na tentativa de explicar o que controla a diversidade de espécies em determinada região e como algumas delas conseguem vi- ver em locais remotos. Estuda a organização dos seres vivos em relação a sua localidade, habitat, distribuição e modo de vida, compreendidos na ordem biológica: Subespécies, espécies, gêneros, família, ordem e filo são progressivamente maiores unidades de classifi- cação biológica. Cada um é conhecido como um táxon (plural: taxa) (COX; MOORE; LADLE, 2019). Figura 9: Mapa Mental: O Que É A Biogeografia Fonte: Elaborado pelo Autor (2021) 1.4 BIOGEOGRAFIA ECOLÓGICA E HISTÓRICA 16 Já a Biogeografia Histórica busca compreender e explicar como determinado tá- xon de distribui, se existiram eventos geológicos e climáticos capazes de separar e mo- dificar espécies, devido à necessidade de adaptação, verifica-se quais as espécies tem relações parentais e qual a história da espécie, em relação a sua chegada, seu desenvol- vimento, sua adaptação, onde viveram seus ancestrais. Desta forma, envolve períodos de grande duração, eras, intervalos de tempo longínquos, as grandes áreas globais. Em todas as unidades deste livro, ao final, será apresentado um mapa mental para facilitar o entendimento e resumir todo o conteúdo estudado por unidade. O mapa mental é um resumo na forma de fluxograma, desenho, esquema que facilita na hora de revisar o conteúdo e permite fixar o conteúdo estudado durante a unidade em questão. 17 FIXANDO O CONTEÚDO 1. A biogeografia engloba o estudo das interações dos seres vivos (fatores bióticos) com os fatores abióticos distribuídos no Planeta Terra, no qual originou-se, segundo Cox, Moore e Ladle (2019), em meados do século XVIII. Marque a alternativa que apresentar apenas fato- res abióticos. a) Salinidade, plantas aquáticas e temperatura. b) Água, plâncton e solos. c) Ventos, água e salinidade. d) Fungos, protozoários e rochas. e) Rochas, água e algas marinhas. 2. Diversas foram as contribuições de cientistas e naturalistas de séculos passados para definirmos atualmente os padrões de distribuição e fatores limitantes para os seres vivos. Além disso, para agrupar os organismos, as características observadas desde os primórdios foram contribuições relevantes para agruparmos os seres vivos como são hoje. Contudo, houve uma pessoa quefoi o primeiro a perceber que di-ferentes regiões do mundo con- tinham agrupamentos de organismos diferentes po-tencializando novos estudos na área da biogeografia. Dentre as opções abaixo, marque aquela que apresenta o naturalista pio- neiro na observação de organismos com características diferentes, nas diferentes regiões do mundo. a) Filósofo grego Aristóteles. b) Naturalista francês Georges Buffon. c) Naturalista sueco Lineu. d) Charles Darwin. e) De Candolle. 3. Observe a imagem abaixo: É possível observarmos fatores bióticos e abióticos que interagem entre si ocasio- nam equilíbrio do ecossistema. Ao analisar a imagem é possível dizer que se trata de: 18 a) um ecossistema. b) uma população. c) um organismo. d) um bioma. e) uma comunidade. 4. O deserto é um ecossistema onde as espécies encontram dificuldades para sobrevivên- cia, porém ao mesmo tempo desenvolvem adaptações capazes de permitir a vida em um ambiente com tantas restrições. Água, alimento, parceiros para reprodução, competição, são fatores que as espécies do deserto costumam enfrentar para a sobrevivência e mesmo assim é o lar de muitos organismos. Na imagem ao lado é possível observar organismos. Marque a alternativa correta quanto à quantidade de organismos (não considere as gramí- neas) presentes nesta imagem. a) 3 organismos. b) 4 organismos. c) 2 organismos. d) 5 organismos. e) 1 organismo. 5. Julgue as afirmativas abaixo em verdadeiro e falso e marque a opção correta em relação a Biogeografia ecológica. ( ) Segundo o botânico suíço De Candolle (1820) a biogeografia ecológica busca entender como processos ecológicos que ocorrem a curto prazo atuam sobre o padrão de distribui- ção dos organismos. ( ) A biogeografia ecológica consiste na tentativa de explicar o que controla a diversida- de de espécies em determinada região e como algumas delas conseguem viver em locais remotos. ( ) Estuda a organização dos seres vivos em relação apenas sua localidade e habitat, com- preendidos na ordem biológica. Estão corretas as afirmativas: a) 1 e 3. b) 1 e 2. c) 2 e 3. d) Apenas a 2. e) Apenas a 1. 6. “São as condições ambientais em que se processa a vida animal e vegetal na terra. En- globa outros fatores como o solo, o ar, a água, a luz, o calor e os alimentos, que fornecem 19 condições necessárias no desenvolvimento da vida” esta definição diz respeito a(ao): a) comunidade. b) ecossistema. c) habitat. d) organismo. e) biosfera. 7. “Em um lago é possível identificar 2 hipopótamos, 5 garças, 3 crocodilos em busca de alimento e um grupo de 8 abutres aguardando as sobras de alguma carcaça abandonada pelos predadores”. Este lago representa um ecossistema, pois além dos organismos citados, existem peixes, microorganismos, plantas, algas e fatores abióticos. Marque a alternativa correta. Possui neste lago, de acordo com o que foi citado no texto: a) 4 populações e 4 organismos. b) 8 populações e 1 comunidade. c) 4 populações e 18 organismos. d) 16 organismos e 1 população. e) 18 organismos e 1 população. 8. Busca compreender e explicar como determinado táxon de distribui, se existiram even- tos geológicos e climáticos capazes de separar e modificar espécies, devido a necessidade de adaptação, verifica-se quais as espécies têm relações parentais e qual a história da es- pécie, em relação a sua chegada, seu desenvolvimento, sua adaptação, onde viveram seus ancestrais. Essa definição representa as características de qual área? a) Biogeografia Histórica. b) Biogeografia. c) Biogeografia Ecológica. d) Ecossistema. e) Padrões de Distribuição. 20 Figura 9: Estrutura das bases nitrogenadas que compõem os ácidos nucleicos Fonte: Nelson e Cox (2019, p. 283) As bases nitrogenadas possuem uma conformação estrutural que permite sua ligação com uma base nitrogenada correspondente (Figura 10), assim, no DNA a adenina se liga à timina, enquanto a guanina se liga a citosina, enquanto no RNA a uracila assume a posição da timina ao se ligar a adenina de forma complementar (NELSON; COX, 2019; MARQUES; BALDINI, 2017; VOET; VOET; PRATT, 2014). OS GRANDES BIOCICLOS DA TERRA UNIDADE 02 21 2.2 TALASSOCICLO - MARES E OCEANOS 2.1 INTRODUÇÃO Como sabemos a Biosfera representa todas as partes da Terra onde existe a vida, e são diversos fatores, condições e interações que compreendem a vida na Terra. Existe vida em quase todas as partes da Terra, desde as zonas mais quentes as mais frias, nas monta- nhas mais altas e nas grandes profundezas do oceano. Segundo Armando (2019) a Biosfera pode ser dividida em biociclos (Figura 10), ou seja, ciclos de vida, nos mais diversos ambientes que o nosso planeta possui. Para facilitar nosso entendimento vamos explicar de forma separada cada um deles. Por-tanto, são três os biociclos indicados na figura: Figura 10: Divisão dos ciclos da Terra Fonte: Elaborado pelo Autor (2021) São assim agrupados, o Talassociclo (biocíclo marinho) é o que agrupa todos os ecos- sistemas de água salgada, os seres que habitam e todas as interações existentes. Epinoci- clo (biocíclo terrestre) agrupa todos os ecossistemas das terras emersas; Limnófilo (biocíclo dulcícola) – agrupa todos os ecossistemas de água doce (ARMANDO, 2019). Ocupa aproximadamente 75% da superfície terrestre e é caracterizado por todos os ambientes de água salgada do planeta, incluindo oceanos e mares. As condições am- bientais costumam ser bastante estáveis, especialmente nos oceanos. O oceano é o maior bioma da Terra, ocupando cerda de 3/4 de sua superfície e com uma profundidade média de cerca de 3 km embora chegue a mais de 10 mil metros em alguns pontos. Existem cor- rentes que movimentam os seres vivos e o alimento, contendo diversas substâncias como sais e gases, já que a água é considerada um solvente universal (PUENTE et al., 2008). Nestes ecossistemas a profundidade é um fator significativo para a sobrevivência, já que limita a luminosidade responsável pela fotossíntese nestes ambientes, o que caracte- riza um local onde existem organismos que se adaptaram para garantir a sobrevivência. 22 Ambientes extremos A grande maioria dos seres vivos vivem entre certos limites de tolerância (temperatu-ra, umi- dade, altitude, salinidade) porém, foram encontrados seres vivos nos lugares mais inespera- dos. São as bactérias que vivem nesses ambientes extremos, como as que vivem nas salinas em alta concentração de sais, nos gelos antárticos, em temperaturas extremamente baixas, água ácida, fontes hidrotermais. Essas bactérias recebem o nome de extremófilos. Assista o vídeo do canal “Nerdologia” intitulado “Vida Extrema” para entender mais do assunto. Disponível em: https://bit.ly/3jhG3D1. Acesso: 22 dez. 2021. FIQUE ATENTO Figura 11: Subdivisão do oceano de acordo com a profundidade Fonte: Paula (2016) Como a profundidade se torna um fator limitante devido à ausência de luz, cada zona do oceano possui características que determinam suas formas de vida. Portanto, va- mos entender como é a classificação das zonas do oceano de acordo com a profundidade e luminosidade. Profundidade Luminosidade Litorânea Eufótica Nerítica Disfótica Batial Afótica Abissal Mar aberto Hadal Zona pelágica https://bit.ly/3jhG3D1. 23 Também podemos classificar os organismos que vivem no ambiente marinho (talas- socíclo) (quadro 3) de acordo com o seu comportamento e sua morfologia (FRAGOSO JR; FERREIRA; MARQUES, 2009). Plâncton Nécton Bentos Inclui organismos micros- cópicos, como algumas pequenas algas e larvas de crustáceos, que são movi- dos pela correnteza. Inclui organismos macros- cópicos, como peixes e ba- leias, que nadam ativamen- te na coluna d’água. Inclui organismos macroscó- picos, como algumas grandes algas estrelas-do-mar, que de- pendem do substrato para se fixarem ou se locomoverem. Cadeias Alimentares Assim como em todos os ecossistemas, nos mares e oceanos para existir equilíbrio é necessário que as cadeias e teias alimentares estejam sempre em manutenção,pois, os organismos dependem uns dos outros para sobreviverem, por isso a poluição do ecossistema marinho é um risco para toda a forma de vida já que altera as cadeias ali- mentares e potencializa o desequilíbrio ambiental. FIQUE ATENTO 2.3 LIMNOCICLO Este ecossistema é constituído pelas águas doces (rios, lagoas, pântanos, brejos). É considerado o menor dos biociclos (apenas 0,017% da água do planeta). Possui menor sa- linidade e profundidade em comparação com o mar. Pode ser dividido em (quadro 4): • Província lêntica: Ecossistema constituído pelos lagos e lagoas em que não há mo- vimento da água. • Província lótica: A província lótica é formada pelos rios e riachos, que apresentam água em movimento. 24 Província lêntica Província lótica Lagos e Lagoas – água parada Rios e cachoeiras - Água doce em movi- mento Disponível em: https://bit.ly/3rjlk4I. Acesso em: 25 nov. 2021. Disponível em: https://bit.ly/2Mxxh87. Acesso em: 25 nov. 2021. 2.4 EPINOCICLO Agora é sua vez! Atualmente é necessário que o professor desenvolva atividades lúdi-cas, dinâmicas e práticas com os alunos buscando a interdisciplinaridade e a moti-vação dos alunos potencializando maior aprendizado e fixação do conteúdo. Como seria possível tra- balhar o Limnociclo com os alunos de forma lúdica, dinâmica e práti-ca que levasse o aluno a participar efetivamente e obter mais conhecimento? VAMOS PENSAR? Os ecossistemas terrestres representam o epinociclo onde se destaca por sua maior diversidade em relação aos demais biociclos, e mesmo representando ¼ da biosfera, o que corresponde a 28% da superfície do planeta, possui vasta biodiversidade. A grande variação do clima e a presença de barreiras geográficas promovem a for- mação de novas espécies. Apresentam grandes variações de temperatura, pressão atmos- férica, umidade do ar e luz solar. Os organismos que caracterizam a fauna e flora são bem representativos, mas é a flora que determina a fauna pois potencializa variados ecossiste- mas que ainda serão vistos neste livro, caracterizados pelas florestas, campos, montanhas, desertos, mangues, praias, ilhas, solos e cavernas (BEGON; TOWNSEND; HARPER, 2009) (BEGON et al., 2009; RAMOS e AZEVEDO, 2009). 2.5 ECOSSISTEMAS Florestas: Apresentam uma grande variação florística com predominância contínua de árvores, onde a fauna se apresenta com grande diversidade, onde as espécies desen- volvem adaptações como bico, garras, olfato e audição bastante apuradas. Possui pouca luminosidade com poucos ventos, temperatura mais ou menos constante e possui gran- de umidade. https://bit.ly/3rjlk4I 25 Figura 12: Arte exemplificando uma floresta Fonte: Acervo pessoal (Arte de Pedro Fonseca, 2021) Campos: presenta predominância das gramíneas, apresenta poucas árvores espa- çadas ou não apresenta árvores o que ocasiona maior luminosidade e ventos permitindo durante o dia alta temperatura e baixando a noite. Figura 13: Arte exemplificando campo Fonte: Acervo pessoal (Arte de Pedro Fonseca, 2021) Montanha: Esse ecossistema apresenta vegetação variável, porém se destaca baixa presença de fauna, onde a maioria dos animais possui pigmentação forte em contraste com o branco da neve nos picos. A radiação solar é muito mais intensa com um baixo teor de oxigênio, e baixa temperatura. 26 Figura 14: Arte exemplificando montanhas Fonte: Acervo pessoal (Arte de Pedro Fonseca, 2021) Deserto: Apresentam vegetação pobre composta de plantas ombrófitas que ger- minam rapidamente quando chove, e as plantas xerófitas; As chuvas são irregulares com precipitações anuais abaixo dos 250 mm a 300mm e baixa umidade do ar. Figura 15: Arte exemplificando deserto Fonte: Acervo pessoal (Arte de Pedro Fonseca, 2021) Mangue: Locais que ocorre a invasão do mar durante as marés altas. Apresentam solos lodosos com vegetação tipo halófitas e os vegetais hidrófitos. Fonte: Acervo pessoal (Arte de Pedro Fonseca, 2021) Figura 16: Arte exemplificando mangue 27 Praia: Conhecida como região de transição, já que se encontra entre os ecossistemas terrestres e aquáticos, ou seja, área que fica entre o mar e as terras emersas. Lugar onde a salinidade do solo é elevada com uma vegetação pobre devido à proximidade com mar, porém a de restinga que fica um pouco mais afastada é mais rica. Figura 17: Arte exemplificando praias Fonte: Acervo pessoal (Arte de Pedro Fonseca, 2021) Ilhas: Podem ser oceânicas ou continentais, onde as oceânicas apresentam fauna e flora características e podem apresentar forte endemismo. Figura 18: Arte exemplificando ilhas Fonte: Acervo pessoal (Arte de Pedro Fonseca, 2021) Solos: O solo também é considerado um ecossistema, já que vivem ali diversos orga- nismos interagindo com diversos fatores abióticos, esses apresentam baixas flutuações de temperatura, luminosidade, evaporação, ventos e umidade. 28 Figura 19: Arte exemplificando o solo Fonte: Acervo pessoal (Arte de Pedro Fonseca, 2021) Cavernas: Nesses ambientes há a ausência de luz ou existe uma pequena penetra- ção de raios solares e de ventos, com alta unidade e temperatura constante, possui uma flora muito pobre representada pelos fungos. Figura 20: Arte exemplificando cavernas Fonte: Acervo pessoal (Arte de Pedro Fonseca, 2021) Agora que já sabemos que o solo também é um ecossistema, imagine a riqueza de biodiversidade que pode ser encontrada neste local. Para isso sugerimos a leitura do livro “Sobre solo fértil: como identificar grandes oportunidades para empreen- dimentos em alta tecnologia” de Shane (2007) para compreender melhor como ocorre a fertilidade do solo através da ação dos microrganismos e as relações que ocorrem neste ecossistema. Disponível em: https://bit.ly/3oKxqSs. Acesso em: 23 jan. 2021. BUSQUE POR MAIS https://bit.ly/3oKxqSs 29 Podemos perceber a variedade de ecossistemas que fazem parte do epinociclo o que caracteriza este biociclo como o que apresenta grande biodiversidade de espécies. Assim, é possível conhecer e estudar os fatores que influenciam a existência destes orga- nismos, bem como os que permite sua adaptação, reprodução, e o que muitas vezes os limitam aos diferentes ecossistemas. Ombrófitas – São plantas que vivem em florestas úmidas e densas. Xerófitas – São plantas adaptadas para viverem em regiões de climas semiárido e desértico (árido). Os cactos são as plantas xerófitas mais conhecidas. Halófitos – Plantas que se desenvolvem em ambientes com alta concentração de salinidade. Hidrófitos – Plantas que crescem na água ou ambiente saturado por água. Terras emersas – Terras que não estão cobertas pela água. Endemismo – Grupos que se desenvolveram em uma região restrita só existindo na- -quele local. GLOSSÁRIO Figura 21: MAPA MENTAL – Os grandes biociclos da Terra Fonte: Elaborado pelo autor (2021) 30 FIXANDO O CONTEÚDO 1. Julgue as afirmativas abaixo em verdadeiro e falsa e marque a alternativa correta. 1 ( ) O Talassociclo (biocíclo marinho) é o que agrupa todos os ecossistemas de água sal- gada, os seres que habitam e todas as interações existentes, incluindo praias e mangues. 2 ( ) Epinociclo (biocíclo terrestre) agrupa todos os ecossistemas das terras emersas, in- cluindo praias e mangues. 3 ( ) Limnófilo (biocíclo dulcícola) – agrupa todos os ecossistemas de água doce. Estão corretas: a) Todas as afirmativas. b) Apenas 1 e 2. c) Apenas a 2. d) Apenas 2 e 3. e) Apenas 1 e 3. 2. São fatores que interferem na sobrevivência e adaptação dos seres vivos no talas-sociclo: a) Luminosidade, umidade e profundidade. b) Luminosidade, profundidade e salinidade. c) Luminosidade e profundidade. d) Ventos, relevo e luminosidade. e) Profundidade apenas. 3. Como a profundidade se torna um fator limitante devido à ausência de luz, cada zona do oceano possui características que determinam suas formas de vida. Aqueles seres vivos que sobrevivem a grandes profundidades na ausência de luz pertencem a qual região? a) Zonacosteira. b) Zona eufótica. c) Zona Batial. d) Zona Abissal. e) Mar aberto. 4. No ecossistema aquático (Limnociclo) existem organismos que vivem dispersos na colu- na d’água, que devido à pouca mobilidade são carregados pelo movimento das águas. De acordo com as características descritas, o micro-organismo em questão é um: a) Bento. b) Nécton. c) Plâncton. d) Organismo. 31 e) população. 5. UEMA (2012) - Sítios RAMSAR correspondem às zonas úmidas estabelecidas por meio de critérios criados durante a Convenção Internacional de Áreas Úmidas em 1971 na cidade de Ramsar, Irã, cujos objetivos implicam sua conservação e uso sustentável. Dentre os oito sítios brasileiros, destacam-se os maranhenses: Área de Proteção Ambiental das Reentrân- cias Maranhenses, onde se encontra o Oceano Atlântico; Área de Proteção Ambiental da Baixada Maranhense, onde se encontra o Lago de Viana, e Parque Nacional Marinho Parcel de Manuel Luiz, onde se encontram grandes recifes de corais. Quando destacamos essas áreas, estamos tratando respectivamente dos biociclos: a) Talassociclo, talassociclo e limnociclo. b) Talassociclo, limnociclo e talassociclo. c) Limnociclo, talassociclo e limnociclo. d) Epinociclo, talassociclo e limnociclo. e) Talassociclo, limnociclo e limnociclo. 6. Apresenta predominância das gramíneas, apresenta poucas árvores espaçadas ou não apresenta árvores o que ocasiona maior luminosidade e ventos permitindo durante o dia alta temperatura e baixando a noite. A descrição se refere a um ecossistema do epinociclo identificado como: a) Florestas. b) Campos. c) Montanhas. d) Mangues. e) Cavernas. 7. (FATEC) Associe as colunas abaixo e marque a alternativa que contém a associação cor- reta. COLUNA A I. Plâncton II. Nécton III. Bentos COLUNA B: 1. Organismos capazes de nadar ativamente contra as correntes marinhas. 2. Organismos característicos do fundo do mar. 3. Organismos flutuantes incapazes de nadar contra as correntes marinhas. a) I - 2; II - 3; III – 1 b) I - 3; II - 1; III – 2 c) I - 1; II - 3; III – 2 32 d) I - 2; II -1; III – 3 e) I - 3; II - 2; III – 1 8. Associe as colunas: I. Locais que ocorre a invasão do mar durante as marés altas. Apresentam solos lodosos com vegetação tipo halófitas e os vegetais hidrófitos. II. Conhecida como região de transição, já que se encontra entre os ecossistemas terrestres e aquáticos, ou seja, área que fica entre o mar e as terras emersas. Lugar onde a salinidade do solo é elevada com uma vegetação pobre devido à proximidade com mar, porém a de restinga que fica um pouco mais afastada é mais rica. III. Podem ser oceânicas ou continentais, onde as oceânicas apresentam fauna e flora ca- racterísticas e podem apresentar forte endemismo. A – Praia B – Mangue C – Ilha Marque a alternativa correta: a) I – A; II – C; III – B b) I – B; II – C; III – A c) I – A; II – B; III – C d) I – B; II – A; III – C e) I – C; II – A; III – B 33 PADRÕES DE DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS ESPÉCIES UNIDADE 03 34 3.1 INTRODUÇÃO Já vimos que existem divisões na Biogeografia, como a histórica e a ecológica, bem como os biociclos onde existem as interações entre os fatores bióticos e abióticos capazes de caracterizar um ecossistema o que por sua vez, caracterizam as espécies presentes nes- tes locais. Agora veremos como as espécies se distribuem e quais os fatores que permitem ou limitam esta distribuição. Também foi possível compreender a organização dos seres vivos, que vão desde o organismo em si, como unidade básica, até o conjunto deles formando populações, comu- nidades e assim até chegarmos à biosfera, ou seja, todas as partes onde existem vida no planeta Terra. Cada espécie de ser vivo é organizada a partir das características individuais de seus indivíduos. Com a evolução constantemente ocorrendo, algumas dessas espécies podem apresentar subdivisões ou podem ainda hibridizar com outras espécies (COX; MO- ORE; LADLE, 2019). Hibridação Hibridação é considerado o processo de reprodução entre dois animais considerados de espécies diferentes. Quando essas espécies são geradas são chamados de mesti- ços ou animais híbridos. A maioria das espécies de híbridos são inférteis, porém exis- tem exceções. O fenômeno de hibridação pode ser visto tanto como uma discrimina- ção dos limites da espécie que poderia eventualmente resultar na perda de espécies puras ou a formação de uma nova espécie (ARNOLD; MEYER, 2006). FIQUE ATENTO Os ciclos biológicos, geológicos e químicos que se processam na Terra produzem variações climáticas e influenciam na evolução dos seres vivos, no desenvolvimento da vida e na adaptação aos diversos tipos de ambientes. Cada região da biosfera apresenta características diversas à flora e a fauna, em função das adaptações evolutivas a condições climáticas e ambientais e a disponibilidade de alimentos para se nutrirem (RIBEIRO, [1998] 2009). Quem? O que? Mendel Estudou a genética e a hereditariedade responsável pela trans- missão de informações de um indivíduo a outro. Desmond Morris e Konrad Lorenz Compararam o comportamento animal no habitat natural e em cativeiro. Lamarck Necessidade dos animais, fatores de evolução, caracteres novos e influência do meio ambiente na transmissão de características para as novas gerações. Darwin Variação aleatória e da mutação, seleção natural e a sobrevivência dos mais aptos; diversidade, características adquiridas pelos ani- mais submetidos a condições ambientais variáveis. 35 É fato que a biogeografia foi sendo aperfeiçoada ao longo do tempo, as- sim como a Evolução das espécies em nosso planeta. Por isso, indicamos a obra de Ridley (2007) “Evolução” capaz de abordar e explanar as teorias e hipóteses da evolução capazes de agregar maior entendimento em re- lação a biogeografia. Disponível em: https://bit.ly/3pKZiaC. Acesso em: 23 jan. 2021. BUSQUE POR MAIS O desafio encontrado pelo biogeógrafo está presente ao estudar os problemas dos intervalos de diferentes organismos e explicá-los em termos climáticos, geológicos e his- tóricos. Existem fatores limitantes para os padrões de distribuição das espécies e subespé- cies, como por exemplo, os fatores físicos e químicos, podendo ser uma variação de tem- peratura e salinidade ou até a competição e as demais relações ecológicas existentes que ainda serão estudadas neste livro. Neste sentido, conheceremos os fatores que influenciam os limites de distribuição das espécies e como interagem dentro dos ecossistemas. Percebemos como o planeta Terra possui variadas espécies e ecossistemas, organis- mos diferentes e outros tão semelhantes, que são organizados em grupos que possuem características e traços em comum que recebe o nome de espécie. Notadamente a grande maioria das espécies são definidas por sua morfologia, fisiologia, comportamento e apa- rência, mas mesmo assim dentro das espécies existem ainda grande variação. A taxonomia é a ciência que classifica os organismos e é vista hoje como a área mais antiga da biologia. O Dicionário de Oxford descreveu a taxonomia como o ramo da ciên- cia voltado à classificação, especialmente, de organismos; à sistemática; a classificação de algo, em especial, organismos; um esquema de classificação (OXFORD DICTIONARY ONLI- NE, 2013). Em seu início, sem tanto o conhecimento da genética, a taxonomia era baseada na morfologia dos animais, posteriormente com o avanço das pesquisas sobre as estruturas do DNA permitiu a melhor determinação das características das espécies, nem sempre as estruturas corporais são confiáveis para determinar as semelhanças entre as espécies, podendo ser de famílias diferentes. Os estudos na área da genética têm cada vez mais po- tencializado o entendimento das relações entre as espécies (COX; MOORE; LADLE, 2019). Em todos os livros de ciências e biologia encontramos a origem da classificação dos serres vivos, bem como os mesmos eram organizados, partiu de Aristóteles (384-322 a.C.) que propôs um sistema queclassificava os animais em terrestres, aquáticos e aéreos, en- quanto as plantas eram divididas em ervas, arbustos e árvores. https://bit.ly/3pKZiaC 36 Figura 22: Modelo de classificação descrito por Aristóteles Fonte: Paulo Aragão (2018) É possível compreender, porém que essa classificação permitiu colocar animais bem distintos dentro do mesmo grupo, pois tanto os mamíferos e as aves estariam juntos den- tro de um mesmo grupo, assim como no ambiente aquático, animais como golfinhos, ba- leias e tubarões que possuem características anatômicas semelhantes eram classificados como sendo do mesmo grupo. Figura 23: Semelhança morfológica entre espécies aquáticas que pertencem a grupos diferentes. Fonte: Adaptado de https://shutr.bz/2YFD5ii. Acesso em: 23 jan. 2021 Como não havia padronização e consenso entre os pesquisadores, Lineu desenvol- veu um sistema para padronizar a classificação dos seres vivos baseado nas características comuns entre eles. Foi então que o naturalista sueco Carl von Linné (1707-1778), conhecido como Lineu quem criou e definiu as bases da nomenclatura biológica moderna, cada es- pécie deveria ser referida por um binômio latino exclusivo. 37 Classificação dos Seres Vivos Lineu, como é conhecido em português, foi um naturalista sueco, médico e professor. Karl von Linée, responsável por criar um sistema de classificação e de nomenclatura, em 1735, que é usado até hoje com poucas modificações. Esse sistema classifica os seres vivos em 7 diferentes categorias. Onde a maior e mais abran- gente é o reino. Cada reino é dividido em filos. Cada filo é subdividido em classes. Cada classe é subdividida em ordens. Cada ordem é subdividida em famílias. Cada família é subdividida em gênero. Cada gênero é subdividido em espécies: FIQUE ATENTO REINO → FILO → CLASSE → ORDEM → FAMÍLIA → GÊNERO → ESPÉCIE A partir daí, muitos cientistas, biólogos e pesquisadores já descreveram e nomearam formalmente cerca de 1,7 milhão de espécies. Sabe-se porem que este número é pequeno em relação à biodiversidade do planeta que se estima entre 5 milhões e 50 milhões de espécies, incluindo microrganismos (bacté- rias e protistas), animais, fungos e plantas (COSTA; EITERER; PALEARI, 2010). 38 Vimos que Aristóteles organizou os animais em grupos de acordo com características morfo- lógicas, porém, as características fisiológicas eram muito distintas fazendo com que organis- mos bem diferentes fossem classificados em um mesmo grupo. No caso de baleias e tubarões, pesquisa quais são as principais semelhanças morfológicas e quais as principais diferenças fisiológicas existentes entre eles. VAMOS PENSAR? Schmarda, em 1853, fez o primeiro estudo de conjunto da distribuição geográfica de todos os ramos do reino animal (AGUILAR, 2009). No século XIX, naturalistas conhecendo os padrões de distribuições que se repetem fez com que Slater (1858) e Wallace (1878) crias- sem e propusessem a classificação do mundo em regiões biogeográficas para os organis- mos terrestres, sendo consideradas até os dias atuais como regiões: Neotropical, Neártica, Etiópica, Paleártica, Oriental e Australiana (Figura 24) (RECODER, 2011). Cada uma das diferentes espécies de animais e vegetais ocupa uma área especifica na qual os indivíduos se encontram espalhados em uma extensão variável e de forma es- pontânea. Alexandre Von Humboldt (1769 a 1859) foi outro naturalista de destaque que realizou viagens pelos diversos continentes buscando comparar, analisar, correlacionar e explicar os aspectos da vegetação. Suas análises incluem estudos especializados sobre a flora e al- guns aspectos da fauna da América do Sul (AGUILAR, 2009). Figura 24: Regiões Biogeográficas do planeta Fonte: Puente et al. (2008) 3.2 DISTRIBUIÇÃO DAS ESPÉCIES Quanto à distribuição das espécies, atualmente a classificação se da seguinte for- ma: • Endêmicas (limitadas a determinadas áreas); • Cosmopolita (distribuição generalista, em todo o globo); • Disjuntas (distribuídas descontinuamente em mais de uma região, mas dispersas entre si). 39 3.2.1 DISTRIBUIÇÃO DAS ESPÉCIES As espécies endêmicas são aquelas que existem apenas em uma região, que estão limitadas a determinada área, devido a diversos fatores que serão vistos posteriormente. Esses fatores diferentes originaram os padrões de plantas e animais que vivem em nossa biosfera. Estes organismos podem estar limitados em sua distribuição e muitas ve- zes dentro de áreas em que evoluíram e ditas endêmicas a essa região. O endemismo está relacionado com uma barreira qualquer que em certo momento, ocasionou o isolamento da espécie em uma região em relação as regiões vizinhas. Essas barreiras podem ser genéticas, geográficas ou ecológicas. O Parque Natural Ecológico Sagui da Serra localizado no município de Manhumirim, na zona da mata de Minas Gerais recebe este nome pois possui uma espécie endêmica, o sagui da serra (Callithrx flaviceps) (Figura 25). O parque possui 90% de sua área coberta por Mata Atlântica Montana em elevado grau de conservação, o ecossistema é o habitat deste raríssimo primata que só ocorre nesta região e em mais nenhum outro local do planeta, motivo de sua raridade. A espécie ocorre somente em florestas úmidas localizadas em alti- tudes superiores a 500 metros, conferindo a característica de espécie endêmica. Figura 25: Sagui da Serra espécie endêmica da Zona da Mata de Minas Gerais Disponível em: https://bit.ly/3tpuTRi. Acesso em: 23 jan. 2021 3.2.2 COSMOPOLITAS Consideradas as espécies generalistas que possuem em toda a parte do globo, ou melhor, quase toda parte, em pelo menos 2/3 da superfície terrestre e estão presentes em todos os continentes com exceção da Antártida. Para entender melhor sobre a distribuição das espécies cosmopolitas é necessário citar os exemplos. As batuíras (Charadriidae) representam uma família de aves limícolas cosmopolita. Dentro da família, com cerca de 67 espécies, o próprio gênero Charadrius é cosmopolita e tem espécies representativas em todos os continentes do mundo, com a exceção normalmente da Antártida. Mas as diferentes espécies de Charadrius variam con- sideravelmente em seu alcance geográfico e sua ecologia. O membro mais comum nas https://bit.ly/3tpuTRi 40 Américas, principalmente na América do Norte pertence ao gênero borrelho-de-dupla-co- leira (Charadrius vociferus) (Figura 26) que é uma espécie de pássaro extremamente vocal. Figura 26: Diferentes espécies da família charadruis Disponível em: https://bit.ly/2Ljn4vs. Acesso em: 23 jan. 2021 Outros exemplos encontrados são das borboletas-azuis, pertencente à família das Lycaenidae. Estima-se que existam aproximadamente 5000 espécies nesta família cosmo- polita, que na América do Norte recebe o título poético de gossamer wings (asas de gaze) (COX; MOORE; LADLE, 2019). As borboletas-azuis formam um grupo distinto e são encon- tradas em praticamente todos os ambientes. 3.2.3 DISJUNTAS Quando existe uma área de distribuição separada por outras áreas nas quais não permite a espécie viver junta, mesmo existindo condições ambientais apropriadas. Fato- res de distanciamento fazem com que a espécie não viva no mesmo local. Na distribuição disjunta, as áreas têm que estar ocupadas simultaneamente, não se referindo o termo à espécies migratórias. Caso que ocorre com os gorilas (Figura 27) (espécie Gorilla), um gênero de mamí- feros com distribuição disjunta. As duas populações (Figura 28) são agora consideradas como espécies distintas: Gorilla gorilla, o gorila de planície ocidental, e Gorilla beringei, o gorila oriental, que consiste em duas subespécies: o gorila de montanha (G. b. beringei) e o gorila da planície oriental (G. b. graueri). https://bit.ly/2Ljn4vs 41 Figura 27: Distribuição dos gorilas na África, caracterizando com espécie disjunta Fonte: Cox, Moore e Ladle (2019) Fonte: Adaptado de https://bit.ly/2YFoGmf. Acesso em: 23 jan. 2021 Figura 28: Espécies de gorilas 3.3 O PAPEL DOS FATORES LIMITANTESNA DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS Uma espécie sempre terá à frente vários desafios para sua sobrevivência e manu- tenção no ecossistema, sendo potencializados sua distribuição ou sucesso evolutivo por fatores limitantes que podem ser determinados por barreiras (Quadro 6). https://bit.ly/2YFoGmf 42 Fatores limitantes Característica Barreiras físicas Altas cadeias de montanha, extensões de água, regiões áridas de deserto. Barreiras climáticas Quando ocorre um evento climático pro- longado como geadas e secas. Barreiras geológicas A geologia e seu efeito sobre a química e a estrutura do solo são limitantes para as plantas e para animais invertebrados e mi- cróbios que vivem no solo. Superar essas barreiras geológicas exige estratégias efica- zes de dispersão. Natureza do habitat Uma espécie florestal pode ser impedida de atravessar uma área de pastagem, ou um organismo de pântano pode não trafegar através de hábitats secos para chegar à pró- xima área de zonas úmidas. Barreiras biológicas Quando um organismo é sujeito a maior predação, parasitismo, doença ou compe- tição de espécies mais resistentes, caso o organismo ultrapasse os limites de área es- pecífica. Fatores históricos Mudanças no padrão de massas de terra so- bre a superfície da Terra resultaram na cria- ção de barreiras físicas, muitas vezes entre táxons estreitamente relacionados. Acaso A chegada de um inseto por causa do vento ou de uma semente em um determinado ponto no espaço não pode ser prevista com certeza, e os primeiros a chegar podem ter uma vantagem sobre os que chegam mais tarde. Fonte: Adaptado de Cox, Moore e Ladle (2019) Outros fatores limitantes que devem ser considerados são a água, a luz e a tempera- tura que influenciam em diversas situações desde a sobrevivência até a definição do sexo de indivíduos. Esses fatores ainda serão abordados neste material. Para determinar a adequação dos ambientes e habitats das espécies à interação que ocorre entre organismo e ambiente é caracterizada por fatores bióticos e abióticos que já foram apresentados neste livro. 43 Figura 29: Mapa Mental - padrões de distribuição geográfica das espécies Fonte: Elaborado pelo Autor (2021) 44 FIXANDO O CONTEÚDO 1. Muitos foram os naturalistas que contribuíram para os estudos na biogeografia atrelados aos vários fatores de observação e distribuição das espécies. Dentre eles, Mendel foi muito importante para a ciência moderna. Marque a alternativa abaixo que diz respeito a princi- pal contribuição deste pesquisador. a) Estudou a genética e a hereditariedade responsável pela transmissão de informações de um indivíduo a outro. b) Compararam o comportamento animal no habitat natural e em cativeiro. c) Necessidade dos animais, fatores de evolução, caracteres novos e influência do meio am- biente na transmissão de características para as novas gerações. d) Variação aleatória e da mutação, seleção natural e a sobrevivência dos mais aptos; diver- sidade, características adquiridas pelos animais submetidos a condições ambientais vari- áveis. e) Estudou a classificação dos seres vivos. 2. A classificação de Aristóteles sobre os seres vivos permitiu colocar animais bem distin- tos dentro do mesmo grupo, pois tanto os mamíferos e as aves estariam juntos dentro de um mesmo grupo, assim como no ambiente aquático, animais como golfinhos, baleias e tubarões que possuem características anatômicas semelhantes eram classificados como sendo do mesmo grupo. Hoje sabemos que é impossível classificarmos baleias e tubarões no mesmo grupo, pois: a) Ambos são peixes, mas os tubarões são cartilaginosos e as baleias ósseos. b) A baleia é um anfíbio e o tubarão um peixe. c) A baleia é um mamífero e o tubarão um peixe. d) Ambos são mamíferos, mas respiram de forma diferente. e) Baleias são sexuadas e tubarões assexuados. 3. (UNIFOR, 2018) Dois seres vivos pertencentes à mesma ordem são necessariamente: a) Da mesma raça. b) Da mesma espécie. c) Do mesmo gênero. d) Da mesma classe. e) Da mesma família. 4. (CESGRANRIO) Se reunirmos as famílias Canidae (cães), Ursidae (ursos), Hienidae (hie- nas) e Felidae (leões), veremos que todos são carnívoros, portanto, pertencem à(ao) mes- ma(o): a) Espécie. b) Ordem. c) Subespécie. 45 d) Família. e) Gênero. 5. “O Ornitorrinco (Ornithorhynchus anatinus) é considerado um dos animais mais peculia- res da face da Terra, sendo a única espécie viva da família Ornithorhynchidae e do gênero Ornithorhynchus. Possui o corpo todo coberto por pelos de coloração marrom escura, os membros são curtos e robustos, os pés possuem membrana interdigital e a cauda parece com a de um castor. O focinho é alongado, semelhante a um bico de pato”. São encontrados apenas na Oceania em climas tropicais e temperaturas elevadas. De acordo com o texto e a descrição do animal, ele pode ser considerado como: a) Espécies híbrida. b) Espécie disjunta. c) Espécie cosmopolita. d) Espécie exótica. e) Espécie endêmica. 6. A chegada de um inseto por causa do vento ou de uma semente em um determinado ponto no espaço não pode ser prevista com certeza, e os primeiros a chegarem podem ter mais vantagem sobre os que chegam mais tarde. Esse é um caso de fator limitante para os seres vivos conhecido como: a) Barreira física. b) Acaso. c) Barreira natural. d) Barreira climática. e) Fatores históricos. 7. No século XIX naturalistas conhecendo os padrões de distribuições que se repetem fez com que Slater (1858) e Wallace (1878) criassem e propusessem a classificação do mundo em regiões biogeográficas para os organismos terrestres, sendo consideradas até os dias atuais. Qual destas regiões está localizado o Brasil? a) Neotropical. b) Neártica. c) Etiópica. d) Paleártica. e) Oriental. 46 8. Observe o mapa com as regiões biogeográficas do mundo: A região de maior extensão corresponde em maior parte ao continente: a) Europeu. b) Asiático. c) Americano. d) Oceania. e) África. 47 AS RELAÇÕES ECOLÓGICAS E AS GRANDES FORMAÇÕES BIOLÓGICAS DO BRASIL E DO MUNDO UNIDADE 04 48 4.2 RELAÇÕES E INTERAÇÕES ECOLÓGICAS ENTRE AS ESPÉCIES 4.1 INTRODUÇÃO Animais, plantas, microrganismos habitam diversos ambientes como já foi visto, e além disso, cada um desses ecossistemas possui características diferentes que permitem a vida dos organismos. Muitos deles, porém, tiveram que se adaptar e enfrentam a cada dia uma verdadeira luta pela sobrevivência, pelo alimento, pelo parceiro para acasalamento, reprodução, abrigo e espaço. Portanto, as espécies estão distribuídas heterogeneamente sobre a Terra ocupando um espaço vital característico com condições e fatores ambientais distintos e peculiares. A biogeografia ajuda a explicar as características de cada região para compreender os há- bitos de vida das espécies que habitam em nosso planeta. Vamos estudar a partir desta unidade um pouco mais sobre as grandes formações biológicas do mundo, onde existem fatores bióticos e abióticos interagindo entre si, como os animais, as plantas e os microrganismos se relacionando com o espaço onde vivem, a procura do alimento, a procura por um parceiro para acasalamento, e diversas outras estra- tégias de sobrevivência na intensa luta pela perpetuação da espécie dentro do ambiente. Neste sentido, para melhor entender como as espécies se comportam no ambiente, foram definidas as relações ou interações ecológicas, que podem ocorrer entre indivíduos da mesma espécie ou de espécies diferentes, veremos a seguir. As relações ecológicas são o conjunto de fatores, atitudes e interações que ocorrem entre as espécies que caracterizam o ecossistema, as cadeias alimentares, o fluxo de ener- gia, entre outros. As relações ecológicas existentes entre indivíduos da mesma espécie são chamadas de intraespecíficas e podem ser: • Sociedade; • Colônia; • Competição; • Canibalismo. A seguir veremos como ocorre cada uma dessas relações entre indivíduos da mesma espécie e compreender a importância para a caracterização deuma população por exem- plo. SOCIEDADE Também chamada de associação social, são grupos constituídos de seres da mesma espécie que apresentam comportamento cooperativo, com hierarquia, ou seja, divisão de trabalho, ou ainda que apresentam comunicação entre si, sem serem ligadas anatomica- mente. É possível verificar entre as espécies, diferentes comportamentos de sociedade, como por exemplo alguns grupos de aves se alimentam juntas e constroem ninhos próxi- mos umas as outras. 49 Outros exemplos: • Mamíferos como zebras e gnus se alimentam juntos e se comunicam quando che- ga um predador; • Formigas formam formigueiros onde as fêmeas são operárias, os machos são repro- dutores e existe a rainha, que realiza a postura de ovos para novos indivíduos; • As abelhas e cupins também apresentam a forma de vida em sociedade apresen- tando divisão do trabalho, assim como as formigas; • Primatas formam grupos nos quais os indivíduos machos mais fortes defendem o grupo e possuem preferência para reprodução. Figura 30: Sociedade existente entre as abelhas Disponível em: https://bit.ly/3pKiRzR. Acesso em: 22 de jan. 2021. Essas associações entre indivíduos da mesma espécie podem ser dividas em: • Associação familiar – Espécies que vivem em bandos ou clãs, podendo ser matriar- cal onde existe a fêmea dominante ou do tipo harém, onde o macho é o dominante. • Associação social – Forma grupos de indivíduos que dividem o trabalho, construin- do uma hierarquia, são chamados de insetos sociais. • Associação gregária – Constitui manadas, de cervos, elefantes entre outros, com machos, fêmeas e filhotes, que convivem e se alimentam juntos, se defendem, se deslo- cam sempre em colaboração. As aves que realização migração se mantem em formação durante o voo, se comunicando com sinais sonoros. Cardumes de peixes se locomovem em alta velocidade sem se tocar por causa da comunicação entre eles (ARMENIO, 2002; PAULINO, 2004; PUENTE et al., 2008). Figura 31: Associação familiar representada por um bando de leões com o macho dominante. Associação Social onde existe a hierarquia como nas colmeias e Associação Gregária representada pela manada de elefantes. https://bit.ly/3pKiRzR 50 • Canibalismo entre primatas - Em 2019, a morte de um bebê macaco capuchi- nho-de-rosto-branco-panamenho serviu como ponto de partida para uma série de estudos que abordam o “fenômeno” do canibalismo dentro da espécie. Consi- derado o primeiro registro histórico deste tipo de acontecimento entre esses ani- mais, a comunidade científica decidiu analisar o contexto da situação. Veja a matéria completa: em https://bit.ly/2MM4DzQ. Acesso em: 12 de jan. 2021. BUSQUE POR MAIS •Para compreender melhor sobre relações ecológicas Acesse também o livro o li- vro “Ecologia Geral” de Stein (2018). Disponível: https://bit.ly/3oDKUzC. Acesso em: 12 de jan. 2021 Colônia: Indivíduos da mesma espécie que se mantem ligados anatomicamente, ou seja, uma ligação corporal entre si, são chamados de colônias. O exemplo mais comum é de um organismo pertencente ao grupo dos cnidários, conhecido como caravela-portuguesa (Figura 32), que possui tentáculos onde os indiví- duos estão ligados entre si. Cada um deles desempenham as suas funções vitais, alguns capturam e digerem os alimentos e outros realizam a defesa utilizando filamentos que liberam toxina contra os predadores, outro individuo ainda realiza a flutuação (ARMENIO, 2002; PAULINO, 2004; PUENTE et al., 2008). Figura 32: Caravela portuguesa que possuem cnidários anatomicamente unidos que desempenham funções específicas para a sobrevivência. Adaptado de: https://bit.ly/36Blbli. Acesso em: 04 de jan. 2021 Certas bactérias e fungos vivem em colônias e podem ser vistos no microscópio, já corais, formam colônias extensas, que possuem vários pólipos unidos ao exoesqueleto cal- cário. https://bit.ly/2MM4DzQ https://bit.ly/3oDKUzC https://bit.ly/36Blbli 51 As relações ecológicas são também estudadas na biologia. O professor de ciências biológicas também abordará esses conteúdos com seus alunos. Este conteúdo é interessante para pro- mover a interdisciplinaridade, ou seja, a possibilidade de outros professores trabalharem jun- tos uma matéria podendo promover a interação entre as disciplinas e entre os alunos, criando uma aula diferente, dinâmica e atraente. Você como futuro professor, é capaz de pensar em alguma aula diferente para seus alunos junto com o professor de biologia ou ciências promo- vendo a interdisciplinaridade, utilizando as relações ecológicas? Reflita. VAMOS PENSAR? Competição: Organismos da mesma espécie disputam a sobrevivência (Figura 33), em diversas situações e recursos, seja na alimentação, no abrigo, na incessante luta pela reprodução, entre machos por exemplo, na conquista pelo território e água. No reino vegetal também é notório a competição entre os recursos como luz, sais, água e espaço (ARMENIO, 2002; PAULINO, 2004; PUENTE et al., 2008). Figura 33: A batalha pela sobrevivência no reino animal chamada competição intraespecífica. Fonte: Adaptado de https://bit.ly/3cDrh8A. Acesso em: 04 de jan. 2021 Canibalismo: Se em filmes, documentários e livros de história o canibalismo é as- sustador, no reino animal, é considerada uma relação ecológica recorrente entre certas espécies. Este comportamento é observado em aranhas, peixes, tubarões, louva-a-deus, gafanhotos (Figura 34) entre outros. https://bit.ly/3cDrh8A 52 Figura 34: Gafanhotos se alimentam de organismos da mesma espécie Disponível em: https://bit.ly/2NU0eLE. Acesso em: 04 jan. 2021 Entre algumas aranhas, após se acasalarem, as fêmeas matam e se alimentam dos machos o que favorece a produção de ovos e uma maior reprodução. Coisa de filme, mas também da natureza. Tubarões que se desenvolvem dentro do corpo da mãe lutam e se devoram até que sobre apenas o mais forte e vigoroso para nascer. Figura 35: Relações Ecológicas Intraespecíficas Fonte: Elaborado pelo Autor (2021) Existem também relações ecológicas que ocorrem entre espécies diferentes que contribuem com o equilíbrio dos ecossistemas e favorece o processo seletivo que culmina com a preservação das formas de vida mais bem adaptadas ao ambiente e com a extinção dos indivíduos com baixo poder adaptativo. Quando essas interações ocorrem entre indiví- duos de espécies diferentes recebe o nome de relações ecológicas interespecíficas. https://bit.ly/2NU0eLE 53 As relações ecológicas harmônicas são aquelas que apresentam benefícios para am- bos os organismos envolvidos, ou pelo menos para um deles, sem prejudicar ou causar dano ao outro. Já as relações ecológicas desarmônicas são aquelas que causam dano a uma ou as duas espécies envolvidas, podendo ocorrer a morte de alguma delas. Mutualismo: Trata-se de uma associação obrigatória ou não entre organismos na qual as duas espécies envolvidas são beneficiadas. Um exemplo pode ser a relação que existe entre o boi/vaca e certas bactérias em seus estômagos que realizam a digestão da celulose, presente no capim, incapaz de ser digerida pelos mamíferos que abrigam essas bactérias para realizar a digestão. Enquan- to o gado consegue utilizar a celulose digerida pelas bactérias, essas bactérias recebem o alimento em um ambiente seguro e com temperatura controlada fazendo assim com que exista uma relação harmônica entre os organismos chamada mutualismo, uma ajuda mutua entre o gado e a bactéria que permite a sobrevivência de ambos (ARMENIO, 2002; PAULINO, 2004; PUENTE et al., 2008). Figura 36: Abelhas que polinizam as plantas em uma dependência mutua entre elas Disponível em: https://bit.ly/39OG7Hz. Acesso em: 04 de jan. 2021 Existem casos em que o mutualismo não é obrigatório, ou seja, os organismos con- seguem sobreviver sem que haja essa associação, porém, quando ocorre, traz benefícios para as espécies envolvidas, como é o caso do pássaro palito e o crocodilo africano, onde o pássaro entra na boca do crocodilo, que deixa aberta propositalmente,pois a ave retira a sanguessuga que parasitam os repteis. Ambos se beneficiam, o pássaro palito se alimenta e o crocodilo fica livre dos parasitas. Ambos podem viver separados sem que isso provoque desequilíbrio (ARMENIO, 2002; PAULINO, 2004; PUENTE et al., 2008). Comensalismo: Essa relação ecológica também ocorre entre espécies diferentes, porém, apenas uma se beneficia sem causar danos ou prejuízo a outra. A espécie benefi- ciada é chamada de comensal e na maioria das vezes se alimenta de restos alimentares do outro indivíduo. Um exemplo comum é da rêmora ou peixe piolho que vive fixada na região ventral de um tubarão (Figura 37), sendo transportado por ele. Quando o tubarão se alimenta os restos da presa que ficam flutuando são devorados pela rêmora que obtém assim seu alimento. Essa é uma interação neutra para o tubarão, porém é muito importante para a rêmora que além do alimento é transportado pelos tubarões (ARMENIO, 2002; PAULINO, 2004; PUENTE et al., 2008). https://bit.ly/39OG7Hz 54 Figura 37: Tubarão se alimentam e os restos ficam para as rêmoras Disponível em: https://bit.ly/3pY5IDz. Acesso em: 04 de jan. 2021 Inquilinismo: Quando um ser vivo vive dentro do outro, ele se torna um inquilino, por isso este nome para esta relação, como por exemplo os protozoários que vivem dentro do intes- tino dos mamíferos sem nos causar dano ou prejuízo, apenas se alimentando, sendo o hos- pedeiro considerado neutro. Geralmente o indivíduo beneficiado obtém abrigo, proteção e suporte no corpo da espécie hospedeira, como o peixe palhaço com as anêmonas (Figura 38) (ARMENIO, 2002; PAULINO, 2004; PUENTE et al., 2008). Disponível em: https://bit.ly/36EmgbU. Acesso em: 04 de jan. 2021 Figura 38: Peixe palhaço que vive e deposita seus ovos em anêmonas para garantir prote- ção. Epifitismo: Orquídeas e bromélias são plantas epífitas, ou seja, crescem sobre ou- tras sem causar nenhum dano, somente em busca da luminosidade com mais facilidade sendo um beneficio para elas, mas indiferente para a árvore hospedeira, como é o caso da bromélia (Figura 39) (ARMENIO, 2002; PAULINO, 2004; PUENTE et al., 2008). Figura 39: Bromélia vivendo sob uma árvore Disponível em: https://shutr.bz/39LZpgG. Acesso em: 04 de jan. 2021 https://bit.ly/3pY5IDz https://bit.ly/36EmgbU https://shutr.bz/39LZpgG 55 Protocooperação: Também chamado de cooperação, é um tipo de relação que pro- porciona benefícios as duas espécies envolvidas, onde ambas podem viver sozinhas, po- rém, juntas podem obter vantagens. Capivaras e pássaros realizam a protocooperação (Fi- gura 24) onde os pássaros se alimentam de carrapatos nos pelos, enquanto isso a capivara se vê livre destes parasitas. Figura 40: Enquanto a capivara fornece o alimento para o pássaro, o pássaro retira o parasita da capivara. Disponível em: https://bit.ly/36DMmMg. Acesso em: 04 de jan. 2021 Outro exemplo é o caranguejo-eremita do gênero paguros e algumas anêmonas, onde o caranguejo vive dentro de conchas de caramujos mortos. O caranguejo coloca a anêmona em cima da concha. Por possuir células especializadas na defesa do organismo raras vezes são predadas, dessa forma, com a anêmona morando em cima do caranguejo, o mesmo tem proteção e a anêmona ganha o transporte e as sobras de alimento do ere- mita (ARMENIO, 2002; PAULINO, 2004; PUENTE et al., 2008). Figura 41: Relações Ecológicas Interespecíficas Fonte: Elaborado pelo Autor (2021) Até aqui vimos as relações onde as espécies obtêm benefícios para sua sobrevivên- cia, e agora vamos conhecer as relações ecológicas que apresentam desvantagens e cau- sam danos aos organismos, mas que são de grande importância para o sucesso evolutivo e equilíbrio dos ecossistemas. https://bit.ly/36DMmMg 56 Predatismo: Quem nunca viu um documentário ou cena de filme onde o leão corre atrás de sua presa, uma zebra ou uma gazela, como mostra a Figura 42? Essa relação é extremamente comum no ambiente natural e é chamada de predatismo, ou seja, um pre- dador caça sua presa para se alimentar. Existem casos em que a presa pode exercer fator preponderante para a extinção de uma espécie, mas geralmente o predador atua como regulador contribuindo com as cadeias alimentares ocasionando o controle da população mantendo o equilíbrio do ecossistema. Figura 42: Guepardos atacando uma gazela para se alimentarem Disponível em: https://bit.ly/3oIS7hW. Acesso em: 04 de jan. 2021 A ação dos predadores evita que as presas entrem em superpopulação causando desequilíbrio ambiental ou levando indivíduos a morte devido a falta de alimento por ex- cesso de consumidores. Outro fator importante é que muitas vezes os predadores realizam a ação seletiva já que as presas capturadas são as mais fracas e debilitadas, devido a velhi- ce, doença ou outros fatores (ARMENIO, 2002; PAULINO, 2004; PUENTE et al., 2008). Figura 43: Exemplos de predatismo – relação presa e predador Fonte: Adaptado de https://bit.ly/3tpFHPh. Acesso em: 04 jan. 2021 Parasitismo: Essa relação ecológica ocorre entre o parasita e o hospedeiro, onde o primeiro se beneficia e causa dano ao outro. O parasita explora o hospedeiro durante a vida ou determinado tempo causando lesões, intoxicações, deformações e eventualmente a morte. Doenças causadas por parasitas causam diversas complicações nos seres humanos, que são os hospedeiros. Esses parasitas podem ser bactérias, vírus, protozoários, fungos e vermes. Existem outros casos de parasitismo, como pulgas, carrapatos, piolhos, cipó em árvores, entre outros (ARMENIO, 2002; PAULINO, 2004; PUENTE et al., 2008). https://bit.ly/3oIS7hW https://bit.ly/3tpFHPh 57 Figura 44: Exemplos de parasitismos Fonte: Adaptado de https://bit.ly/3pPlJeE. Acesso em: 04 jan. 2021 Competição: Já vimos que a competição pode ocorrer dentro da própria espécie, sendo considerada uma relação ecológica intraespecífica, porém, ela pode ocorrer entre espécies diferentes, sendo chamada de interespecífica. Neste caso, indivíduos de espécies diferentes competem por alimento, território, abrigo, água, luminosidade (ARMENIO, 2002; PAULINO, 2004; PUENTE et al., 2008). Figura 45: Nas savanas felinos disputam as presas ou as caças já abatidas. Disponível em: https://bit.ly/2YIVMlk. Acesso em: 04 jan. 2021 Herbivoria: um tipo de relação na qual uma espécie se alimenta de partes vivas das plantas, ou seja, o animal recebe os nutrientes e prejudica as plantas, pois perdem parte importantes para sua sobrevivência e reprodução (ARMENIO, 2002; PAULINO, 2004; PUEN- TE et al., 2008). Figura 46: Coalas se alimentam de plantas (no caso o eucalipito) em um caso de herbivoria.Folhas de euca- lipto liberam substância que inibe o crescimento de outras espécies vegetais. Fonte: Adaptado de https://bit.ly/3oMOxDc. Acesso em: 04 jan. 2021 https://bit.ly/3pPlJeE https://bit.ly/2YIVMlk https://bit.ly/3oMOxDc 58 Amensalismo: Uma das espécies é prejudicada reduzindo sua população e a outra espécie não é afetada, como ocorre com os elefantes nas Savanas que pisoteiam a gra- ma impedindo seu desenvolvimento. No amensalismo existe ainda a antibiose que ocorre quando uma espécie libera toxina para impedir o crescimento de outra ao seu redor. Ocor- re por exemplo com a folha do eucalipto que libera toxina que impede o crescimento de outras espécies (ARMENIO, 2002; PAULINO, 2004; PUENTE et al., 2008). Figura 47: Relações Ecológicas Intraespecíficas desarmônicas Fonte: Elaborado pelo Autor (2021) Podemos perceber como as relações ecológicas são importantes para manter o equilíbrio natural dos ecossistemas, seja no controle de superpopulações de indivíduos, seja no processo de seleção e vantagens adaptativas. As relações ecológicas permitem diversas atividades para serem trabalhadas dentro e for da sala de aula, portanto, explore os conteúdos da internet e seja criativo buscando trabalhar de forma lúdica, didática e potencializando a participação efetiva dos alunos. Confira este artigo escrito por Santos et al., (2020) com uma excelente
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