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apostila de biogeografia

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Prévia do material em texto

1
BIOGEOGRAFIA
RONALD ASSIS FONSECA
EDUCAÇÃO A 
DISTÂNCIAFACULDADE ÚNICA
1
BIOGEOGRAFIA
RONALD ASSIS FONSECA
Ronald Assis Fonseca
Mestre em Agroecologia pelo Instituto Federal do Espírito Santo (IFES) Campus Ale-
gre (2021). Especialista em Educação Ambiental e Sustentabilidade pelo Institu-
to Federal do Espírito Santo (IFES), Campus Ibatiba (2018). Graduado em Gestão Am-
biental pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) (2012). Bolsista como professor 
mediador do Programa Novos Caminhos do IFRO. Atua como professor formador 
e conteudista de cursos de capacitação e profissionalizantes utilizando estratégias 
de Educação Ambiental e disseminando o conhecimento agroecológico. Atualmen-
te é coordenador do curso de Gestão Ambiental (EaD) da Faculdade Única de Ipatinga.
1
FACULDADE ÚNICA EDITORIAL
Diretor Geral:
Diretor Executivo:
Ger. do Núcleo de Educação à Distância:
Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: 
Revisão Gramatical e Ortográfica:
Revisão/Diagramação/Estruturação:
Design:
Valdir Henrique Valério
William José Ferreira
Cristiane Lelis dos Santos
Gilvânia Barcelos Dias Teixeira
Izabel Cristina da Costa
Bárbara Carla Amorim O. Silva
Carla Jordânia G. de Souza
Rubens Henrique L. de Oliveira
Brayan Lazarino Santos 
Élen Cristina Teixeira Oliveira 
Maria Luiza Filgueiras
Taisser Gustavo Soares Duarte
© 2020, Faculdade Única.
Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autorização escrita do Editor.
F733b Fonseca, Ronald Assis.
Biogeografia / Ronald Assis Fonseca. - ed. Ipatinga, MG: Editora Única, 2021.
129 p.il.
Inclui referências.
ISBN: 978-65-990786-9-9
1. Biogeografia. 2. Geografia. 3. Ecologia. I. Fonseca, Ronald Assis. II. Título.
CDD: 574.9
CDU: 574.9
NEaD – Núcleo de Educação as Distancia FACULDADE ÚNICA 
Rua Salermo, 299
Anexo 03 – Bairro Bethânia – CEP: 35164-779 – Ipatinga/MG
Tel (31) 2109 -2300 – 0800 724 2300
www.faculdadeunica.com.br
2
BIOGEOGRAFIA
1° edição
Ipatinga, MG
Faculdade Única
2021
3
4
LEGENDA DE
Ícones
Trata-se dos conceitos, definições e informações importantes nas 
quais você precisa ficar atento.
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do 
conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones 
ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção para determinado 
trecho do conteúdo, cada um com uma função específica, mostradas a 
seguir:
São opções de links de vídeos, artigos, sites ou livros da biblioteca 
virtual, relacionados ao conteúdo apresentado no livro.
Espaço para reflexão sobre questões citadas em cada unidade, 
associando-os a suas ações.
Atividades de multipla escolha para ajudar na fixação dos 
conteúdos abordados no livro.
Apresentação dos significados de um determinado termo ou 
palavras mostradas no decorrer do livro.
 
 
 
FIQUE ATENTO
BUSQUE POR MAIS
VAMOS PENSAR?
FIXANDO O CONTEÚDO
GLOSSÁRIO
5
SUMÁRIO
1.1 Introdução..............................................................................................................................................................8
1.2 Conceitos importantes de Biogeografia..........................................................................................11
1.3 Biosfera...................................................................................................................................................................14
1.4 Biogeografia ecológica e Histórica......................................................................................................15
2.1 Introdução............................................................................................................................................................21
2.2 Talassociclo - Mares e oceanos..............................................................................................................21
2.3 Limnociclo..........................................................................................................................................................23
2.4 Epinociclo...........................................................................................................................................................24
2.5 Ecossistemas.....................................................................................................................................................25
3.1 Introdução...........................................................................................................................................................34
3.2 Distribuição das espécies.........................................................................................................................38
3.3 O papel dos fatores limitantes na distribuição dos seres vivos.......................................41
UNIDADE 1
UNIDADE 2
UNIDADE 3
BIOGEOGRAFIA: DEFINIÇÕES E CONCEITOS
OS GRANDES BIOCICLOS DA TERRA
4.1 Introdução..........................................................................................................................................................48
4.2 Relações e interações ecológicas entre as espécies.............................................................48
4.3 Biomas terrestres...........................................................................................................................................61
UNIDADE 4
PADRÕES DE DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS ESPÉCIES
AS RELAÇÕES ECOLÓGICAS E AS GRANDES FORMAÇÕES BIOLÓGICAS 
DO BRASIL E DO MUNDO
UNIDADE 5
FORMAÇÕES BIOLÓGICAS DO BRASIL: OS BIOMAS BRASILEIROS
5.1 Introdução...........................................................................................................................................................78
5.2 Amazônia............................................................................................................................................................78
5.3 Caatinga..............................................................................................................................................................80
5.4 Cerrado..................................................................................................................................................................81
5.5 Mata Atlântica..................................................................................................................................................83
5.6 Pantanal...............................................................................................................................................................85
5.7 Pampa...................................................................................................................................................................87
5.8 Mata Atlântica.................................................................................................................................................88
UNIDADE 6
AS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO, RESERVAS LEGAIS, ÁREAS DE 
PRESERVAÇÃO PERMANENTES E A LEGISLAÇÃO PERTINENTE
6.1 Introdução...........................................................................................................................................................95
6.2 Unidades de conservação........................................................................................................................95
6.3 Reserva legal....................................................................................................................................................97
6.4 Áreas de preservação permanente...................................................................................................99
6
UNIDADE 1
Esta unidade trará a introdução sobre a Biogeografia, as origens desta ciência e os 
principais conceitos e definições que permitem o aluno a compreender a distribuição 
das espécies e suas interações em nosso Planeta.
UNIDADE 2
Conheça os grandes biociclos da Terra, as características dos ambientes marinhos,aquáticos e terrestres e como são divididos para permitir a sobrevivência das espécies 
em cada um deles.
UNIDADE 3
Esta unidade irá apresentar os padrões de distribuição das espécies, bem como 
os limites de distribuição mostrando como as espécies habitam em determinados 
locais e quais os fatores limitantes para sua sobrevivência.
UNIDADE 4
Conheça as grandes formações biológicas do mundo, as espécies animais e vegetais 
que habitam estes ecossistemas com características tão marcantes e as adaptações 
necessárias para enfrentar as condições em cada um desses habitats.
UNIDADE 5
Das grandes formações biológicas do mundo para as grandes formações biológicas 
do nosso país. Vamos conhecer nossos biomas e as espécies que vivem em cada um 
deles apresentando distintas características em um país continental como o Brasil.
UNIDADE 6
Com um ecossistema rico, diverso e exuberante o Brasil possui áreas preservadas 
por lei visando manter o equilíbrio dentro dos biomas e o uso racional dos recursos 
naturais buscando o desenvolvimento sustentável e a harmonia entre o homem e a 
natureza. Conheça as áreas protegidas em nosso país.
C
O
N
FI
R
A
 N
O
 L
IV
R
O
7
BIOGEOGRAFIA: 
DEFINIÇÕES E CONCEITOS
UNIDADE
01
8
1.1 INTRODUÇÃO
 Para começarmos a entender o que é biogeografia, é necessário descrever os 
conceitos e definições que deram origem a essa área tão importante para compreender 
onde estamos, onde vivemos, e porque vivemos aqui.
 A geografia é a ciência que aborda e interpreta os fenômenos físicos-naturais, 
socioeconômicos, e sua relação de interdependência com a sociedade. Berry, em 1969, 
descreveu a geografia como a ciência que estuda as interações e as organizações espaciais. 
“Geografia” é uma palavra de origem grega, e é formada pelos radicais “geo” + “grafos” 
que significa Terra e descrição respectivamente. Ou seja, descrever a Terra e os fenômenos 
que ocorrem em sua superfície (SPOSITO, 2004). Já a Biologia, é a ciência que estuda os 
seres vivos: animais, plantas, microrganismos. Onde, “bio” significa vida e “logia” estudo, 
indicando que se refere ao estudo da vida. 
 Portanto, quando juntamos as ciências, encontramos a Biogeografia que é o ramo 
da Geografia que se dedica a estudar as relações entre os seres vivos e estes com o meio 
físico que os rodeia bem como os fatores que interferem na sua distribuição (FIGUEIRÓ, 
2015).
É possível já, até aqui entender que a Biogeografia vai estudar os seres vivos e sua distribui-
ção no globo terrestre. Você consegue pensar em fatores que poderiam limitar a distribuição 
de espécies animais e vegetais em nosso planeta?
BUSQUE POR MAIS
 A biogeografia, portanto, que engloba o estudo das interações dos seres vivos (fatores 
bióticos) com os fatores abióticos distribuídos no Planeta Terra, originou-se segundo Cox, 
Moore e Ladle (2019) em meados do século XVIII. Naquele período, a grande maioria da 
população acreditava literalmente nas afirmações da Bíblia, do que ouviam de sacerdotes 
e religiosos, do domínio do Cristianismo que dizia que tanto a Terra, quanto todos os seres 
vivos que vivem hoje nela, foram criados em uma simples série de eventos. As pessoas 
acreditavam que a criação de tudo havia ocorrido há alguns milhares de anos e que tudo 
era originado de Deus de forma perfeita e imutável. Ou seja, os organismos, animais e 
plantas eram considerados perfeitos, e que o mundo sempre foi da mesma forma como 
conhecemos hoje, sem extinção, sem mudanças. 
9
Figura 2: Distribuição de elétrons nas camadas eletrônicas de alguns elementos
Fonte: Adaptado de Alberts et. al., (2011)
 A história da biogeografia veio sendo escrita e modificada a medida que a percep-
ção de que tanto o mundo vivo quanto o planeta em que habitava estão em constante 
mutação, ocasionada por dois fatores preponderantes: o mecanismo biológico da evolu-
ção e o mecanismo geológico da tectônica de placas (COX; MOORE; LADLE, 2019).
 Podemos observar no quadro 1 como as observações sobre o surgimento da vida 
foram contribuindo para compreender as transformações e as demais características que 
deram início aos estudos da biogeografia.
Período 
(ano)
Contribuições Pensador
1735 • Cada organismo se originava de uma espécie imutável que ha-
via sido criada por Deus;
• Sugeriu que os diferentes ambientes encontrados em diferen-
tes altitudes, desde a tundra até os desertos, teriam sido colo-
nizados por animais da arca à medida que as águas recuavam 
e, progressivamente, teriam descoberto níveis de terra cada 
vez mais baixos;
• Registrou em qual tipo de ambiente cada espécie fora encon-
trada e, assim, deu início ao que hoje denominamos biogeo-
grafia ecológica.
Lineu 
Naturalista 
sueco
1761 • A primeira pessoa a perceber que diferentes regiões do mundo 
continham agrupamentos de organismos diferentes;
• Observou que muitos mamíferos da América do Norte, tais 
como ursos, cervos, esquilos, ouriços e toupeiras, também eram 
encontrados na Eurásia, e salientou que eles só poderiam ter 
se deslocado entre esses dois continentes através do Alasca;
• Muitos mamíferos tropicais da América do Sul são diferentes 
daqueles encontrados na África.
Georges 
Buffon - 
naturalista 
francês
10
 Sendo assim, com as descobertas sobre as características dos seres vivos, a defi-
nição de biogeografia foi sendo escrita. De Martonne (1954) entende e descreve A Bio-
geografia como o estudo da repartição dos seres vivos na superfície da Terra e a análise 
de suas causas de distribuição”. Já Brown e Lomolino (2006) descreve como uma ciência 
que se preocupa em documentar e compreender os padrões espaciais da Biodiversidade. 
 Portanto, nota-se que a Biogeografia é uma ciência que estuda a dis-
tribuição dos seres vivos no espaço através do tempo, buscando a compreen-
são dos padrões de organização espacial e os processos que interagem entre si. 
“Os Viajantes e a Biogeografia” é um artigo publicado por Papavero e Teixeira (2001) 
que aborda um breve panorama das principais teorias da biogeografia mostrando 
os conhecimentos dos naturalistas adquiridas através da observação. 
Disponível em: https://bit.ly/39GwBpz. Acesso em: 21 dez. 2021.
Para entender um pouco mais sobre a Biogeografia da América do Sul, leia no livro 
“Biogeografia da América do Sul: Análise de tempo, espaço e forma” o cápitulo 5 
“Pan-Biogografia da América do Sul” escrito por Heads (2016). 
Disponível em: https://bit.ly/36Bp1dY. Acesso em: 21 dez. 2021.
BUSQUE POR MAIS
 A Biogeografia é considerada uma ciência multidisciplinar, pois engloba as ciências 
geográficas, históricas, biológicas, além das áreas de climatologia, ecologia, geologia e 
evolução (ARMANDO, 2019).
 Já é possível a você leitor, compreender que o estudo da Biogeografia tem por base 
a biosfera onde se estudam todos os organismos e suas interações. Vamos compreender 
a partir deste material:
 • O que permite que uma espécie vive onde está?
 • O que impede de conquistar outras áreas?
 • Onde as espécies podem ser encontradas?
 • Onde viveram seus ancestrais?
 • Como os eventos históricos contribuem na distribuição de uma espécie?
 Para isso vamos estudar alguns conceitos importantes para a biogeografia.
https://bit.ly/39GwBpz
https://bit.ly/36Bp1dY
11
Figura 2: Origem da palavra Biogeografia
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)
 Quando estudamos ciências vimos diversos conceitos e definições sobre o surgi-
mento da vida e as interações que existem entre as espécies e o ambiente que buscam ex-
plicar a origem, o habitat, as formas de vida e adaptação das espécies, para compreender 
a dinâmica da biosfera. 
Para tal, vamos entender as definições que serão importantes para o decorrer desta disci-
plina.
 Habitat: É o “endereço” da espécie, ou seja, o local específico onde uma espécie pode 
ser encontrada no ecossistema. Exemplos:
 • Leões e girafas são encontrados na savana africana;
 • Urso polar são encontrados nas regiões polares;
 • A onça pintada pode ser encontrada na floresta amazônica e no pantanal.Fonte: Acervo pessoal (Arte de Pedro Fonseca, 
2021)
Figura 3: Arte representando a Savana africana 
1.2 CONCEITOS IMPORTANTES DE BIOGEOGRAFIA
12
 Organismo: É uma forma individual de vida, ou seja, possui características como cé-
lulas, órgãos, organelas ou outras estruturas que interagem fisiologicamente, executando 
os diversos processos necessários à vida.
 Exemplos:
 •Cada um de nós, seres humanos somos um organismo;
 •Os animais são organismos, como um cão, um gato ou um coelho;
 •A abelha é um organismo;
 •Uma bactéria é um organismo;
 •Uma árvore é um organismo. 
Figura 4: Exemplo de um organismo (coelho)
Fonte: Acervo pessoal (Arte de Pedro Fonseca, 2021) 
Figura 5: Exemplo de uma população (flamingos) 
Fonte: Acervo pessoal (Arte de Pedro Fonseca, 2021)
 Comunidade: É o conjunto de populações de diversas espécies que habita uma mes-
ma região num determinado período. 
 Exemplos:
 • Os organismos que vivem em uma floresta, que vivem no oceano, que vivem em 
um aquário, que vivem em um rio.
 • Dentro de um aquário podemos ter algas, plantas e peixes diferentes, formando 
uma comunidade, onde possui populações de espécies diferentes. 
 • Na Savana diversas populações interagem entre si em busca de alimento.
13
Figura 6: Exemplo de uma comunidade 
Fonte: Acervo pessoal (Arte de Pedro Fonseca, 2021) 
 Ecossistema: É o conjunto de interações, relações e fatores entre a fauna e a flora, os 
microrganismos (fatores bióticos) e o ambiente (fatores abióticos) que são os elementos 
não vivos como solo, água, atmosfera, entre outros. 
 Todos estes fatores encontram-se interligados através das relações ecológicas que 
serão abordadas mais a frente neste material. Quando existem alguma alteração destes 
elementos, pode causar algum desequilíbrio.
Figura 7: Exemplo de um ecossistema 
Fonte: Acervo pessoal (Arte de Pedro Fonseca, 2021)
 Monoculturas afetam a harmonia e o equilíbrio de um ecossistema, já que se retira a 
vegetação nativa e diversificada para inserir um único tipo de cultura alterando as relações 
ecológicas existentes.
 O desmatamento ocasiona desequilíbrio, pois altera as condições naturais do ecos-
sistema podendo levar espécies animais a abandonarem seus hábitos em busca de outros 
lugares para sobrevivência.
Monoculturas - Consideradas plantios de uma única cultura realizada em grandes pro-
priedades, onde o foco é a quantidade, como as grandes plantações de soja, café e milho, 
por exemplo. As monoculturas empobrecem os solos, causa desmatamento e perda da 
biodiversidade podendo causar desequilíbrio do ecossistema. 
FIQUE ATENTO
14
 Como já vimos nesta unidade, “Bio” significa vida e “sfera” significa esfera, ou seja, 
esfera da vida, o Planeta Terra, uma esfera, com todas as partes onde existem vida. São as 
condições ambientais em que se processa a vida animal e vegetal na terra. 
 Engloba outros fatores como o solo, o ar, a água, a luz, o calor e os alimentos, que 
fornecem condições necessárias no desenvolvimento da vida.
Figura 8: As esferas da vida
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)
ATMOSFERA – Camada composta pelo ar em geral que é o componente principal desse tipo 
de ambiente, sendo constituído basicamente por dois gases: o oxigênio e o hidrogênio.
CRIOSFERA – São as porções da superfície da Terra, onde a água está presente no estado 
sólido. Se apresenta nas formas de geleiras, blocos de gelo, os lagos e rios congelados, áreas 
cobertas de neve.
HIDROSFERA - A hidrosfera é a camada da Terra formada por água (que, por sinal, compõe 
a maior parte da parte externa de nosso planeta, cobrindo cerca de 70% de toda a sua su-
perfície.
LITOSFERA – É a parte da estrutura física e sólida propriamente dita do nosso planeta. Es-
trutura essa que inclui, por exemplo, rochas, formas de relevo e dinâmicas relacionadas à 
formação desse mesmo relevo, como é o caso do movimento das placas tectônicas, do vul-
canismo e dos terremotos.
GLOSSÁRIO
 A biosfera, portanto, engloba todos os ecossistemas presentes na Terra, que vão des-
de as mais altas montanhas, que podem chegar a aproximadamente 10.000 m de altitude 
até as profundezas do oceano que chegam até cerca de 10.000 m de profundidade. Esses 
locais possuem características diferentes, condições e formas de vidas das mais variáveis 
que se adaptaram a estes locais. O ar, a água, o solo, a luz, o gelo são fatores determinantes 
para a vida nestes ambientes remotos (ARMANDO, 2019).
1.3 BIOSFERA
15
 Para compreendermos melhor a biogeografia é importante que se faça a separação 
desta grande área em duas vertentes diferentes que estão interligadas, porém são traba-
lhadas de forma sistêmica. De Candolle em 1820 dividiu a Biogeografia em duas subáreas, 
a Biogeografia Ecológica e a Biogeografia Histórica. 
 Por que o leão vive na savana? Por que o peixe-boi vive na Amazônia? Por que não 
existe camelo no Brasil? Essas perguntas são respondidas quando se compreende a bio-
geografia ecológica, pois ela busca investigar, analisar, compreender e explicar por que 
uma espécie vive confinada em determinada região, do que se alimenta, o que a impede 
de expandir para novas áreas. Essa parte da biogeografia busca entender como o solo, o 
clima, a latitude interage com os organismos vivos, como limitam sua distribuição. 
 Segundo o botânico suíço De Candolle (1820) a biogeografia ecológica busca en-
tender como processos ecológicos que ocorrem a curto prazo atuam sobre o padrão de 
distribuição dos organismos, analisando a distribuição dos seres vivos em função de suas 
adaptações às condições atuais do meio (AGUILAR, 2009). 
 A Biogeografia ecológica, portanto, consiste na tentativa de explicar o que controla 
a diversidade de espécies em determinada região e como algumas delas conseguem vi-
ver em locais remotos. Estuda a organização dos seres vivos em relação a sua localidade, 
habitat, distribuição e modo de vida, compreendidos na ordem biológica: Subespécies, 
espécies, gêneros, família, ordem e filo são progressivamente maiores unidades de classifi-
cação biológica. Cada um é conhecido como um táxon (plural: taxa) (COX; MOORE; LADLE, 
2019).
 
Figura 9: Mapa Mental: O Que É A Biogeografia
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)
1.4 BIOGEOGRAFIA ECOLÓGICA E HISTÓRICA
16
 Já a Biogeografia Histórica busca compreender e explicar como determinado tá-
xon de distribui, se existiram eventos geológicos e climáticos capazes de separar e mo-
dificar espécies, devido à necessidade de adaptação, verifica-se quais as espécies tem 
relações parentais e qual a história da espécie, em relação a sua chegada, seu desenvol-
vimento, sua adaptação, onde viveram seus ancestrais. Desta forma, envolve períodos 
de grande duração, eras, intervalos de tempo longínquos, as grandes áreas globais.
 Em todas as unidades deste livro, ao final, será apresentado um mapa mental para 
facilitar o entendimento e resumir todo o conteúdo estudado por unidade. 
O mapa mental é um resumo na forma de fluxograma, desenho, esquema que facilita 
na hora de revisar o conteúdo e permite fixar o conteúdo estudado durante a unidade 
em questão. 
17
FIXANDO O CONTEÚDO
1. A biogeografia engloba o estudo das interações dos seres vivos (fatores bióticos) com os 
fatores abióticos distribuídos no Planeta Terra, no qual originou-se, segundo Cox, Moore e 
Ladle (2019), em meados do século XVIII. Marque a alternativa que apresentar apenas fato-
res abióticos.
a) Salinidade, plantas aquáticas e temperatura.
b) Água, plâncton e solos.
c) Ventos, água e salinidade.
d) Fungos, protozoários e rochas.
e) Rochas, água e algas marinhas. 
2. Diversas foram as contribuições de cientistas e naturalistas de séculos passados para 
definirmos atualmente os padrões de distribuição e fatores limitantes para os seres vivos. 
Além disso, para agrupar os organismos, as características observadas desde os primórdios 
foram contribuições relevantes para agruparmos os seres vivos como são hoje. Contudo, 
houve uma pessoa quefoi o primeiro a perceber que di-ferentes regiões do mundo con-
tinham agrupamentos de organismos diferentes po-tencializando novos estudos na área 
da biogeografia. Dentre as opções abaixo, marque aquela que apresenta o naturalista pio-
neiro na observação de organismos com características diferentes, nas diferentes regiões 
do mundo.
a) Filósofo grego Aristóteles.
b) Naturalista francês Georges Buffon.
c) Naturalista sueco Lineu.
d) Charles Darwin.
e) De Candolle. 
3. Observe a imagem abaixo:
É possível observarmos fatores bióticos e abióticos que interagem entre si ocasio-
nam equilíbrio do ecossistema. Ao analisar a imagem é possível dizer que se trata 
de:
18
a) um ecossistema.
b) uma população.
c) um organismo.
d) um bioma.
e) uma comunidade.
4. O deserto é um ecossistema onde as espécies encontram dificuldades para sobrevivên-
cia, porém ao mesmo tempo desenvolvem adaptações capazes de permitir a vida em um 
ambiente com tantas restrições. Água, alimento, parceiros para reprodução, competição, 
são fatores que as espécies do deserto costumam enfrentar para a sobrevivência e mesmo 
assim é o lar de muitos organismos. Na imagem ao lado é possível observar organismos. 
Marque a alternativa correta quanto à quantidade de organismos (não considere as gramí-
neas) presentes nesta imagem.
a) 3 organismos.
b) 4 organismos.
c) 2 organismos.
d) 5 organismos.
e) 1 organismo.
5. Julgue as afirmativas abaixo em verdadeiro e falso e marque a opção correta em relação 
a Biogeografia ecológica.
( ) Segundo o botânico suíço De Candolle (1820) a biogeografia ecológica busca entender 
como processos ecológicos que ocorrem a curto prazo atuam sobre o padrão de distribui-
ção dos organismos.
( ) A biogeografia ecológica consiste na tentativa de explicar o que controla a diversida-
de de espécies em determinada região e como algumas delas conseguem viver em locais 
remotos. 
( ) Estuda a organização dos seres vivos em relação apenas sua localidade e habitat, com-
preendidos na ordem biológica. 
Estão corretas as afirmativas:
a) 1 e 3.
b) 1 e 2.
c) 2 e 3.
d) Apenas a 2.
e) Apenas a 1.
6. “São as condições ambientais em que se processa a vida animal e vegetal na terra. En-
globa outros fatores como o solo, o ar, a água, a luz, o calor e os alimentos, que fornecem 
19
condições necessárias no desenvolvimento da vida” esta definição diz respeito a(ao):
a) comunidade.
b) ecossistema.
c) habitat.
d) organismo.
e) biosfera.
7. “Em um lago é possível identificar 2 hipopótamos, 5 garças, 3 crocodilos em busca de 
alimento e um grupo de 8 abutres aguardando as sobras de alguma carcaça abandonada 
pelos predadores”.
Este lago representa um ecossistema, pois além dos organismos citados, existem peixes, 
microorganismos, plantas, algas e fatores abióticos.
Marque a alternativa correta. Possui neste lago, de acordo com o que foi citado no texto:
a) 4 populações e 4 organismos.
b) 8 populações e 1 comunidade.
c) 4 populações e 18 organismos.
d) 16 organismos e 1 população.
e) 18 organismos e 1 população.
8. Busca compreender e explicar como determinado táxon de distribui, se existiram even-
tos geológicos e climáticos capazes de separar e modificar espécies, devido a necessidade 
de adaptação, verifica-se quais as espécies têm relações parentais e qual a história da es-
pécie, em relação a sua chegada, seu desenvolvimento, sua adaptação, onde viveram seus 
ancestrais. Essa definição representa as características de qual área?
a) Biogeografia Histórica.
b) Biogeografia.
c) Biogeografia Ecológica.
d) Ecossistema.
e) Padrões de Distribuição. 
20
Figura 9: Estrutura das bases nitrogenadas que compõem os ácidos nucleicos
Fonte: Nelson e Cox (2019, p. 283)
 As bases nitrogenadas possuem uma conformação estrutural que permite sua 
ligação com uma base nitrogenada correspondente (Figura 10), assim, no DNA a adenina 
se liga à timina, enquanto a guanina se liga a citosina, enquanto no RNA a uracila assume 
a posição da timina ao se ligar a adenina de forma complementar (NELSON; COX, 2019; 
MARQUES; BALDINI, 2017; VOET; VOET; PRATT, 2014).
 
OS GRANDES BIOCICLOS 
DA TERRA 
UNIDADE
02
21
2.2 TALASSOCICLO - MARES E OCEANOS
2.1 INTRODUÇÃO
 Como sabemos a Biosfera representa todas as partes da Terra onde existe a vida, e 
são diversos fatores, condições e interações que compreendem a vida na Terra. Existe vida 
em quase todas as partes da Terra, desde as zonas mais quentes as mais frias, nas monta-
nhas mais altas e nas grandes profundezas do oceano. 
 Segundo Armando (2019) a Biosfera pode ser dividida em biociclos (Figura 10), ou 
seja, ciclos de vida, nos mais diversos ambientes que o nosso planeta possui. Para facilitar 
nosso entendimento vamos explicar de forma separada cada um deles. Por-tanto, são três 
os biociclos indicados na figura:
Figura 10: Divisão dos ciclos da Terra
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)
 São assim agrupados, o Talassociclo (biocíclo marinho) é o que agrupa todos os ecos-
sistemas de água salgada, os seres que habitam e todas as interações existentes. Epinoci-
clo (biocíclo terrestre) agrupa todos os ecossistemas das terras emersas; Limnófilo (biocíclo 
dulcícola) – agrupa todos os ecossistemas de água doce (ARMANDO, 2019).
 Ocupa aproximadamente 75% da superfície terrestre e é caracterizado por todos 
os ambientes de água salgada do planeta, incluindo oceanos e mares. As condições am-
bientais costumam ser bastante estáveis, especialmente nos oceanos. O oceano é o maior 
bioma da Terra, ocupando cerda de 3/4 de sua superfície e com uma profundidade média 
de cerca de 3 km embora chegue a mais de 10 mil metros em alguns pontos. Existem cor-
rentes que movimentam os seres vivos e o alimento, contendo diversas substâncias como 
sais e gases, já que a água é considerada um solvente universal (PUENTE et al., 2008). 
 Nestes ecossistemas a profundidade é um fator significativo para a sobrevivência, já 
que limita a luminosidade responsável pela fotossíntese nestes ambientes, o que caracte-
riza um local onde existem organismos que se adaptaram para garantir a sobrevivência.
22
Ambientes extremos
A grande maioria dos seres vivos vivem entre certos limites de tolerância (temperatu-ra, umi-
dade, altitude, salinidade) porém, foram encontrados seres vivos nos lugares mais inespera-
dos. São as bactérias que vivem nesses ambientes extremos, como as que vivem nas salinas 
em alta concentração de sais, nos gelos antárticos, em temperaturas extremamente baixas, 
água ácida, fontes hidrotermais. Essas bactérias recebem o nome de extremófilos. Assista o 
vídeo do canal “Nerdologia” intitulado “Vida Extrema” para entender mais do assunto. 
Disponível em: https://bit.ly/3jhG3D1. Acesso: 22 dez. 2021. 
FIQUE ATENTO
Figura 11: Subdivisão do oceano de acordo com a profundidade
Fonte: Paula (2016)
 Como a profundidade se torna um fator limitante devido à ausência de luz, cada 
zona do oceano possui características que determinam suas formas de vida. Portanto, va-
mos entender como é a classificação das zonas do oceano de acordo com a profundidade 
e luminosidade.
Profundidade Luminosidade
Litorânea Eufótica
Nerítica Disfótica
Batial Afótica
Abissal Mar aberto
Hadal Zona pelágica
https://bit.ly/3jhG3D1.
23
 Também podemos classificar os organismos que vivem no ambiente marinho (talas-
socíclo) (quadro 3) de acordo com o seu comportamento e sua morfologia (FRAGOSO JR; 
FERREIRA; MARQUES, 2009).
Plâncton Nécton Bentos
Inclui organismos micros-
cópicos, como algumas 
pequenas algas e larvas de 
crustáceos, que são movi-
dos pela correnteza.
Inclui organismos macros-
cópicos, como peixes e ba-
leias, que nadam ativamen-
te na coluna d’água.
Inclui organismos macroscó-
picos, como algumas grandes 
algas estrelas-do-mar, que de-
pendem do substrato para se 
fixarem ou se locomoverem.
Cadeias Alimentares
Assim como em todos os ecossistemas, nos mares e oceanos para existir equilíbrio é 
necessário que as cadeias e teias alimentares estejam sempre em manutenção,pois, 
os organismos dependem uns dos outros para sobreviverem, por isso a poluição do 
ecossistema marinho é um risco para toda a forma de vida já que altera as cadeias ali-
mentares e potencializa o desequilíbrio ambiental. 
FIQUE ATENTO
2.3 LIMNOCICLO
 Este ecossistema é constituído pelas águas doces (rios, lagoas, pântanos, brejos). É 
considerado o menor dos biociclos (apenas 0,017% da água do planeta). Possui menor sa-
linidade e profundidade em comparação com o mar. 
 Pode ser dividido em (quadro 4):
 • Província lêntica: Ecossistema constituído pelos lagos e lagoas em que não há mo-
vimento da água.
 • Província lótica: A província lótica é formada pelos rios e riachos, que apresentam 
água em movimento.
24
Província lêntica Província lótica
Lagos e Lagoas – água parada Rios e cachoeiras - Água doce em movi-
mento
Disponível em: https://bit.ly/3rjlk4I. 
Acesso em: 25 nov. 2021.
Disponível em: https://bit.ly/2Mxxh87. 
Acesso em: 25 nov. 2021.
2.4 EPINOCICLO
Agora é sua vez! Atualmente é necessário que o professor desenvolva atividades lúdi-cas, 
dinâmicas e práticas com os alunos buscando a interdisciplinaridade e a moti-vação dos 
alunos potencializando maior aprendizado e fixação do conteúdo. Como seria possível tra-
balhar o Limnociclo com os alunos de forma lúdica, dinâmica e práti-ca que levasse o aluno 
a participar efetivamente e obter mais conhecimento? 
VAMOS PENSAR?
 Os ecossistemas terrestres representam o epinociclo onde se destaca por sua maior 
diversidade em relação aos demais biociclos, e mesmo representando ¼ da biosfera, o que 
corresponde a 28% da superfície do planeta, possui vasta biodiversidade. 
 A grande variação do clima e a presença de barreiras geográficas promovem a for-
mação de novas espécies. Apresentam grandes variações de temperatura, pressão atmos-
férica, umidade do ar e luz solar. Os organismos que caracterizam a fauna e flora são bem 
representativos, mas é a flora que determina a fauna pois potencializa variados ecossiste-
mas que ainda serão vistos neste livro, caracterizados pelas florestas, campos, montanhas, 
desertos, mangues, praias, ilhas, solos e cavernas (BEGON; TOWNSEND; HARPER, 2009)
(BEGON et al., 2009; RAMOS e AZEVEDO, 2009). 
2.5 ECOSSISTEMAS
 Florestas: Apresentam uma grande variação florística com predominância contínua 
de árvores, onde a fauna se apresenta com grande diversidade, onde as espécies desen-
volvem adaptações como bico, garras, olfato e audição bastante apuradas. Possui pouca 
luminosidade com poucos ventos, temperatura mais ou menos constante e possui gran-
de umidade.
https://bit.ly/3rjlk4I
25
Figura 12: Arte exemplificando uma floresta
Fonte: Acervo pessoal (Arte de Pedro Fonseca, 2021)
 Campos: presenta predominância das gramíneas, apresenta poucas árvores espa-
çadas ou não apresenta árvores o que ocasiona maior luminosidade e ventos permitindo 
durante o dia alta temperatura e baixando a noite.
Figura 13: Arte exemplificando campo
Fonte: Acervo pessoal (Arte de Pedro Fonseca, 2021)
 Montanha: Esse ecossistema apresenta vegetação variável, porém se destaca baixa 
presença de fauna, onde a maioria dos animais possui pigmentação forte em contraste 
com o branco da neve nos picos. A radiação solar é muito mais intensa com um baixo teor 
de oxigênio, e baixa temperatura.
26
Figura 14: Arte exemplificando montanhas
Fonte: Acervo pessoal (Arte de Pedro Fonseca, 2021)
 Deserto: Apresentam vegetação pobre composta de plantas ombrófitas que ger-
minam rapidamente quando chove, e as plantas xerófitas; As chuvas são irregulares com 
precipitações anuais abaixo dos 250 mm a 300mm e baixa umidade do ar.
Figura 15: Arte exemplificando deserto
Fonte: Acervo pessoal (Arte de Pedro Fonseca, 2021)
 Mangue: Locais que ocorre a invasão do mar durante as marés altas. Apresentam 
solos lodosos com vegetação tipo halófitas e os vegetais hidrófitos.
Fonte: Acervo pessoal (Arte de Pedro Fonseca, 2021)
Figura 16: Arte exemplificando mangue
27
 Praia: Conhecida como região de transição, já que se encontra entre os ecossistemas 
terrestres e aquáticos, ou seja, área que fica entre o mar e as terras emersas. Lugar onde 
a salinidade do solo é elevada com uma vegetação pobre devido à proximidade com mar, 
porém a de restinga que fica um pouco mais afastada é mais rica. 
Figura 17: Arte exemplificando praias
Fonte: Acervo pessoal (Arte de Pedro Fonseca, 2021)
 Ilhas: Podem ser oceânicas ou continentais, onde as oceânicas apresentam fauna e 
flora características e podem apresentar forte endemismo.
Figura 18: Arte exemplificando ilhas
Fonte: Acervo pessoal (Arte de Pedro Fonseca, 2021)
 Solos: O solo também é considerado um ecossistema, já que vivem ali diversos orga-
nismos interagindo com diversos fatores abióticos, esses apresentam baixas flutuações de 
temperatura, luminosidade, evaporação, ventos e umidade.
28
Figura 19: Arte exemplificando o solo
Fonte: Acervo pessoal (Arte de Pedro Fonseca, 2021)
 Cavernas: Nesses ambientes há a ausência de luz ou existe uma pequena penetra-
ção de raios solares e de ventos, com alta unidade e temperatura constante, possui uma 
flora muito pobre representada pelos fungos.
Figura 20: Arte exemplificando cavernas
Fonte: Acervo pessoal (Arte de Pedro Fonseca, 2021)
Agora que já sabemos que o solo também é um ecossistema, imagine a riqueza de 
biodiversidade que pode ser encontrada neste local. Para isso sugerimos a leitura 
do livro “Sobre solo fértil: como identificar grandes oportunidades para empreen-
dimentos em alta tecnologia” de Shane (2007) para compreender melhor como 
ocorre a fertilidade do solo através da ação dos microrganismos e as relações que 
ocorrem neste ecossistema. 
Disponível em: https://bit.ly/3oKxqSs. Acesso em: 23 jan. 2021.
BUSQUE POR MAIS
https://bit.ly/3oKxqSs
29
 Podemos perceber a variedade de ecossistemas que fazem parte do epinociclo o 
que caracteriza este biociclo como o que apresenta grande biodiversidade de espécies. 
Assim, é possível conhecer e estudar os fatores que influenciam a existência destes orga-
nismos, bem como os que permite sua adaptação, reprodução, e o que muitas vezes os 
limitam aos diferentes ecossistemas. 
Ombrófitas – São plantas que vivem em florestas úmidas e densas. 
Xerófitas – São plantas adaptadas para viverem em regiões de climas semiárido e 
desértico (árido). Os cactos são as plantas xerófitas mais conhecidas.
Halófitos – Plantas que se desenvolvem em ambientes com alta concentração de 
salinidade. 
Hidrófitos – Plantas que crescem na água ou ambiente saturado por água. 
Terras emersas – Terras que não estão cobertas pela água. 
Endemismo – Grupos que se desenvolveram em uma região restrita só existindo na-
-quele local. 
GLOSSÁRIO
Figura 21: MAPA MENTAL – Os grandes biociclos da Terra
Fonte: Elaborado pelo autor (2021)
30
FIXANDO O CONTEÚDO
1. Julgue as afirmativas abaixo em verdadeiro e falsa e marque a alternativa correta.
1 ( ) O Talassociclo (biocíclo marinho) é o que agrupa todos os ecossistemas de água sal-
gada, os seres que habitam e todas as interações existentes, incluindo praias e mangues. 
2 ( ) Epinociclo (biocíclo terrestre) agrupa todos os ecossistemas das terras emersas, in-
cluindo praias e mangues.
3 ( ) Limnófilo (biocíclo dulcícola) – agrupa todos os ecossistemas de água doce.
Estão corretas:
a) Todas as afirmativas.
b) Apenas 1 e 2.
c) Apenas a 2.
d) Apenas 2 e 3.
e) Apenas 1 e 3. 
2. São fatores que interferem na sobrevivência e adaptação dos seres vivos no talas-sociclo:
a) Luminosidade, umidade e profundidade.
b) Luminosidade, profundidade e salinidade.
c) Luminosidade e profundidade.
d) Ventos, relevo e luminosidade.
e) Profundidade apenas. 
3. Como a profundidade se torna um fator limitante devido à ausência de luz, cada zona 
do oceano possui características que determinam suas formas de vida. Aqueles seres vivos 
que sobrevivem a grandes profundidades na ausência de luz pertencem a qual região? 
a) Zonacosteira.
b) Zona eufótica.
c) Zona Batial.
d) Zona Abissal.
e) Mar aberto. 
4. No ecossistema aquático (Limnociclo) existem organismos que vivem dispersos na colu-
na d’água, que devido à pouca mobilidade são carregados pelo movimento das águas. De 
acordo com as características descritas, o micro-organismo em questão é um:
a) Bento.
b) Nécton.
c) Plâncton.
d) Organismo. 
31
e) população. 
5. UEMA (2012) - Sítios RAMSAR correspondem às zonas úmidas estabelecidas por meio de 
critérios criados durante a Convenção Internacional de Áreas Úmidas em 1971 na cidade 
de Ramsar, Irã, cujos objetivos implicam sua conservação e uso sustentável. Dentre os oito 
sítios brasileiros, destacam-se os maranhenses: Área de Proteção Ambiental das Reentrân-
cias Maranhenses, onde se encontra o Oceano Atlântico; Área de Proteção Ambiental da 
Baixada Maranhense, onde se encontra o Lago de Viana, e Parque Nacional Marinho Parcel 
de Manuel Luiz, onde se encontram grandes recifes de corais.
Quando destacamos essas áreas, estamos tratando respectivamente dos biociclos:
a) Talassociclo, talassociclo e limnociclo.
b) Talassociclo, limnociclo e talassociclo.
c) Limnociclo, talassociclo e limnociclo.
d) Epinociclo, talassociclo e limnociclo.
e) Talassociclo, limnociclo e limnociclo.
6. Apresenta predominância das gramíneas, apresenta poucas árvores espaçadas ou não 
apresenta árvores o que ocasiona maior luminosidade e ventos permitindo durante o dia 
alta temperatura e baixando a noite. A descrição se refere a um ecossistema do epinociclo 
identificado como:
a) Florestas.
b) Campos.
c) Montanhas.
d) Mangues.
e) Cavernas.
7. (FATEC) Associe as colunas abaixo e marque a alternativa que contém a associação cor-
reta. 
COLUNA A 
I. Plâncton 
II. Nécton 
III. Bentos 
COLUNA B: 
1. Organismos capazes de nadar ativamente contra as correntes marinhas. 
2. Organismos característicos do fundo do mar. 
3. Organismos flutuantes incapazes de nadar contra as correntes marinhas. 
a) I - 2; II - 3; III – 1 
b) I - 3; II - 1; III – 2 
c) I - 1; II - 3; III – 2 
32
d) I - 2; II -1; III – 3 
e) I - 3; II - 2; III – 1
8. Associe as colunas:
I. Locais que ocorre a invasão do mar durante as marés altas. Apresentam solos lodosos 
com vegetação tipo halófitas e os vegetais hidrófitos. 
II. Conhecida como região de transição, já que se encontra entre os ecossistemas terrestres 
e aquáticos, ou seja, área que fica entre o mar e as terras emersas. Lugar onde a salinidade 
do solo é elevada com uma vegetação pobre devido à proximidade com mar, porém a de 
restinga que fica um pouco mais afastada é mais rica. 
III. Podem ser oceânicas ou continentais, onde as oceânicas apresentam fauna e flora ca-
racterísticas e podem apresentar forte endemismo. 
A – Praia
B – Mangue
C – Ilha 
Marque a alternativa correta:
a) I – A; II – C; III – B
b) I – B; II – C; III – A
c) I – A; II – B; III – C
d) I – B; II – A; III – C
e) I – C; II – A; III – B
33
PADRÕES DE DISTRIBUIÇÃO 
GEOGRÁFICA DAS ESPÉCIES
UNIDADE
03
34
3.1 INTRODUÇÃO
 Já vimos que existem divisões na Biogeografia, como a histórica e a ecológica, bem 
como os biociclos onde existem as interações entre os fatores bióticos e abióticos capazes 
de caracterizar um ecossistema o que por sua vez, caracterizam as espécies presentes nes-
tes locais. Agora veremos como as espécies se distribuem e quais os fatores que permitem 
ou limitam esta distribuição. 
 Também foi possível compreender a organização dos seres vivos, que vão desde o 
organismo em si, como unidade básica, até o conjunto deles formando populações, comu-
nidades e assim até chegarmos à biosfera, ou seja, todas as partes onde existem vida no 
planeta Terra. Cada espécie de ser vivo é organizada a partir das características individuais 
de seus indivíduos. Com a evolução constantemente ocorrendo, algumas dessas espécies 
podem apresentar subdivisões ou podem ainda hibridizar com outras espécies (COX; MO-
ORE; LADLE, 2019). 
Hibridação
Hibridação é considerado o processo de reprodução entre dois animais considerados 
de espécies diferentes. Quando essas espécies são geradas são chamados de mesti-
ços ou animais híbridos. A maioria das espécies de híbridos são inférteis, porém exis-
tem exceções. O fenômeno de hibridação pode ser visto tanto como uma discrimina-
ção dos limites da espécie que poderia eventualmente resultar na perda de espécies 
puras ou a formação de uma nova espécie (ARNOLD; MEYER, 2006).
FIQUE ATENTO
 Os ciclos biológicos, geológicos e químicos que se processam na Terra produzem 
variações climáticas e influenciam na evolução dos seres vivos, no desenvolvimento da 
vida e na adaptação aos diversos tipos de ambientes. Cada região da biosfera apresenta 
características diversas à flora e a fauna, em função das adaptações evolutivas a condições 
climáticas e ambientais e a disponibilidade de alimentos para se nutrirem (RIBEIRO, [1998] 
2009).
Quem? O que?
Mendel Estudou a genética e a hereditariedade responsável pela trans-
missão de informações de um indivíduo a outro.
Desmond Morris e 
Konrad Lorenz
Compararam o comportamento animal no habitat natural e em 
cativeiro.
Lamarck Necessidade dos animais, fatores de evolução, caracteres novos 
e influência do meio ambiente na transmissão de características 
para as novas gerações.
Darwin Variação aleatória e da mutação, seleção natural e a sobrevivência 
dos mais aptos; diversidade, características adquiridas pelos ani-
mais submetidos a condições ambientais variáveis.
35
É fato que a biogeografia foi sendo aperfeiçoada ao longo do tempo, as-
sim como a Evolução das espécies em nosso planeta. Por isso, indicamos 
a obra de Ridley (2007) “Evolução” capaz de abordar e explanar as teorias 
e hipóteses da evolução capazes de agregar maior entendimento em re-
lação a biogeografia. 
Disponível em: https://bit.ly/3pKZiaC. Acesso em: 23 jan. 2021.
BUSQUE POR MAIS
 O desafio encontrado pelo biogeógrafo está presente ao estudar os problemas dos 
intervalos de diferentes organismos e explicá-los em termos climáticos, geológicos e his-
tóricos. Existem fatores limitantes para os padrões de distribuição das espécies e subespé-
cies, como por exemplo, os fatores físicos e químicos, podendo ser uma variação de tem-
peratura e salinidade ou até a competição e as demais relações ecológicas existentes que 
ainda serão estudadas neste livro. Neste sentido, conheceremos os fatores que influenciam 
os limites de distribuição das espécies e como interagem dentro dos ecossistemas. 
 Percebemos como o planeta Terra possui variadas espécies e ecossistemas, organis-
mos diferentes e outros tão semelhantes, que são organizados em grupos que possuem 
características e traços em comum que recebe o nome de espécie. Notadamente a grande 
maioria das espécies são definidas por sua morfologia, fisiologia, comportamento e apa-
rência, mas mesmo assim dentro das espécies existem ainda grande variação. 
 A taxonomia é a ciência que classifica os organismos e é vista hoje como a área mais 
antiga da biologia. O Dicionário de Oxford descreveu a taxonomia como o ramo da ciên-
cia voltado à classificação, especialmente, de organismos; à sistemática; a classificação de 
algo, em especial, organismos; um esquema de classificação (OXFORD DICTIONARY ONLI-
NE, 2013). 
 Em seu início, sem tanto o conhecimento da genética, a taxonomia era baseada na 
morfologia dos animais, posteriormente com o avanço das pesquisas sobre as estruturas 
do DNA permitiu a melhor determinação das características das espécies, nem sempre 
as estruturas corporais são confiáveis para determinar as semelhanças entre as espécies, 
podendo ser de famílias diferentes. Os estudos na área da genética têm cada vez mais po-
tencializado o entendimento das relações entre as espécies (COX; MOORE; LADLE, 2019).
 Em todos os livros de ciências e biologia encontramos a origem da classificação dos 
serres vivos, bem como os mesmos eram organizados, partiu de Aristóteles (384-322 a.C.) 
que propôs um sistema queclassificava os animais em terrestres, aquáticos e aéreos, en-
quanto as plantas eram divididas em ervas, arbustos e árvores.
https://bit.ly/3pKZiaC
36
Figura 22: Modelo de classificação descrito por Aristóteles
Fonte: Paulo Aragão (2018)
 É possível compreender, porém que essa classificação permitiu colocar animais bem 
distintos dentro do mesmo grupo, pois tanto os mamíferos e as aves estariam juntos den-
tro de um mesmo grupo, assim como no ambiente aquático, animais como golfinhos, ba-
leias e tubarões que possuem características anatômicas semelhantes eram classificados 
como sendo do mesmo grupo.
Figura 23: Semelhança morfológica entre espécies aquáticas que pertencem a grupos diferentes.
Fonte: Adaptado de https://shutr.bz/2YFD5ii. Acesso em: 23 jan. 2021
 Como não havia padronização e consenso entre os pesquisadores, Lineu desenvol-
veu um sistema para padronizar a classificação dos seres vivos baseado nas características 
comuns entre eles. Foi então que o naturalista sueco Carl von Linné (1707-1778), conhecido 
como Lineu quem criou e definiu as bases da nomenclatura biológica moderna, cada es-
pécie deveria ser referida por um binômio latino exclusivo.
37
Classificação dos Seres Vivos
Lineu, como é conhecido em português, foi um naturalista sueco, médico e professor. Karl von 
Linée, responsável por criar um sistema de classificação e de nomenclatura, em 1735, que é 
usado até hoje com poucas modificações.
Esse sistema classifica os seres vivos em 7 diferentes categorias. Onde a maior e mais abran-
gente é o reino. Cada reino é dividido em filos. Cada filo é subdividido em classes. Cada classe 
é subdividida em ordens. Cada ordem é subdividida em famílias. Cada família é subdividida 
em gênero. Cada gênero é subdividido em espécies:
FIQUE ATENTO
REINO → FILO → CLASSE → ORDEM → FAMÍLIA → GÊNERO → ESPÉCIE
 A partir daí, muitos cientistas, biólogos e pesquisadores já descreveram e nomearam 
formalmente cerca de 1,7 milhão de espécies. 
 Sabe-se porem que este número é pequeno em relação à biodiversidade do planeta 
que se estima entre 5 milhões e 50 milhões de espécies, incluindo microrganismos (bacté-
rias e protistas), animais, fungos e plantas (COSTA; EITERER; PALEARI, 2010). 
38
Vimos que Aristóteles organizou os animais em grupos de acordo com características morfo-
lógicas, porém, as características fisiológicas eram muito distintas fazendo com que organis-
mos bem diferentes fossem classificados em um mesmo grupo. No caso de baleias e tubarões, 
pesquisa quais são as principais semelhanças morfológicas e quais as principais diferenças 
fisiológicas existentes entre eles.
VAMOS PENSAR?
 Schmarda, em 1853, fez o primeiro estudo de conjunto da distribuição geográfica de 
todos os ramos do reino animal (AGUILAR, 2009). No século XIX, naturalistas conhecendo 
os padrões de distribuições que se repetem fez com que Slater (1858) e Wallace (1878) crias-
sem e propusessem a classificação do mundo em regiões biogeográficas para os organis-
mos terrestres, sendo consideradas até os dias atuais como regiões: Neotropical, Neártica, 
Etiópica, Paleártica, Oriental e Australiana (Figura 24) (RECODER, 2011). 
 Cada uma das diferentes espécies de animais e vegetais ocupa uma área especifica 
na qual os indivíduos se encontram espalhados em uma extensão variável e de forma es-
pontânea. 
 Alexandre Von Humboldt (1769 a 1859) foi outro naturalista de destaque que realizou 
viagens pelos diversos continentes buscando comparar, analisar, correlacionar e explicar 
os aspectos da vegetação. Suas análises incluem estudos especializados sobre a flora e al-
guns aspectos da fauna da América do Sul (AGUILAR, 2009). 
Figura 24: Regiões Biogeográficas do planeta
Fonte: Puente et al. (2008)
3.2 DISTRIBUIÇÃO DAS ESPÉCIES
 Quanto à distribuição das espécies, atualmente a classificação se da seguinte for-
ma:
 • Endêmicas (limitadas a determinadas áreas); 
 • Cosmopolita (distribuição generalista, em todo o globo);
 • Disjuntas (distribuídas descontinuamente em mais de uma região, mas dispersas 
entre si).
39
3.2.1 DISTRIBUIÇÃO DAS ESPÉCIES
 As espécies endêmicas são aquelas que existem apenas em uma região, que estão 
limitadas a determinada área, devido a diversos fatores que serão vistos posteriormente. 
 Esses fatores diferentes originaram os padrões de plantas e animais que vivem em 
nossa biosfera. Estes organismos podem estar limitados em sua distribuição e muitas ve-
zes dentro de áreas em que evoluíram e ditas endêmicas a essa região. 
 O endemismo está relacionado com uma barreira qualquer que em certo momento, 
ocasionou o isolamento da espécie em uma região em relação as regiões vizinhas. Essas 
barreiras podem ser genéticas, geográficas ou ecológicas. 
 O Parque Natural Ecológico Sagui da Serra localizado no município de Manhumirim, 
na zona da mata de Minas Gerais recebe este nome pois possui uma espécie endêmica, o 
sagui da serra (Callithrx flaviceps) (Figura 25). O parque possui 90% de sua área coberta por 
Mata Atlântica Montana em elevado grau de conservação, o ecossistema é o habitat deste 
raríssimo primata que só ocorre nesta região e em mais nenhum outro local do planeta, 
motivo de sua raridade. A espécie ocorre somente em florestas úmidas localizadas em alti-
tudes superiores a 500 metros, conferindo a característica de espécie endêmica. 
Figura 25: Sagui da Serra espécie endêmica da Zona da Mata de Minas Gerais
Disponível em: https://bit.ly/3tpuTRi. Acesso em: 23 jan. 2021
3.2.2 COSMOPOLITAS
 Consideradas as espécies generalistas que possuem em toda a parte do globo, ou 
melhor, quase toda parte, em pelo menos 2/3 da superfície terrestre e estão presentes em 
todos os continentes com exceção da Antártida.
 Para entender melhor sobre a distribuição das espécies cosmopolitas é necessário 
citar os exemplos. As batuíras (Charadriidae) representam uma família de aves limícolas 
cosmopolita. Dentro da família, com cerca de 67 espécies, o próprio gênero Charadrius é 
cosmopolita e tem espécies representativas em todos os continentes do mundo, com a 
exceção normalmente da Antártida. Mas as diferentes espécies de Charadrius variam con-
sideravelmente em seu alcance geográfico e sua ecologia. O membro mais comum nas 
https://bit.ly/3tpuTRi
40
Américas, principalmente na América do Norte pertence ao gênero borrelho-de-dupla-co-
leira (Charadrius vociferus) (Figura 26) que é uma espécie de pássaro extremamente vocal. 
Figura 26: Diferentes espécies da família charadruis
Disponível em: https://bit.ly/2Ljn4vs. Acesso em: 23 jan. 2021
 Outros exemplos encontrados são das borboletas-azuis, pertencente à família das 
Lycaenidae. Estima-se que existam aproximadamente 5000 espécies nesta família cosmo-
polita, que na América do Norte recebe o título poético de gossamer wings (asas de gaze) 
(COX; MOORE; LADLE, 2019). As borboletas-azuis formam um grupo distinto e são encon-
tradas em praticamente todos os ambientes.
3.2.3 DISJUNTAS
 Quando existe uma área de distribuição separada por outras áreas nas quais não 
permite a espécie viver junta, mesmo existindo condições ambientais apropriadas. Fato-
res de distanciamento fazem com que a espécie não viva no mesmo local. Na distribuição 
disjunta, as áreas têm que estar ocupadas simultaneamente, não se referindo o termo à 
espécies migratórias. 
 Caso que ocorre com os gorilas (Figura 27) (espécie Gorilla), um gênero de mamí-
feros com distribuição disjunta. As duas populações (Figura 28) são agora consideradas 
como espécies distintas: Gorilla gorilla, o gorila de planície ocidental, e Gorilla beringei, o 
gorila oriental, que consiste em duas subespécies: o gorila de montanha (G. b. beringei) e o 
gorila da planície oriental (G. b. graueri).
https://bit.ly/2Ljn4vs
41
Figura 27: Distribuição dos gorilas na África, caracterizando com espécie disjunta
Fonte: Cox, Moore e Ladle (2019)
Fonte: Adaptado de https://bit.ly/2YFoGmf. Acesso em: 23 jan. 2021
Figura 28: Espécies de gorilas
3.3 O PAPEL DOS FATORES LIMITANTESNA DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
 Uma espécie sempre terá à frente vários desafios para sua sobrevivência e manu-
tenção no ecossistema, sendo potencializados sua distribuição ou sucesso evolutivo por 
fatores limitantes que podem ser determinados por barreiras (Quadro 6).
https://bit.ly/2YFoGmf
42
Fatores limitantes Característica
Barreiras físicas Altas cadeias de montanha, extensões de 
água, regiões áridas de deserto.
Barreiras climáticas Quando ocorre um evento climático pro-
longado como geadas e secas.
Barreiras geológicas A geologia e seu efeito sobre a química e 
a estrutura do solo são limitantes para as 
plantas e para animais invertebrados e mi-
cróbios que vivem no solo. Superar essas 
barreiras geológicas exige estratégias efica-
zes de dispersão.
Natureza do habitat Uma espécie florestal pode ser impedida de 
atravessar uma área de pastagem, ou um 
organismo de pântano pode não trafegar 
através de hábitats secos para chegar à pró-
xima área de zonas úmidas.
Barreiras biológicas Quando um organismo é sujeito a maior 
predação, parasitismo, doença ou compe-
tição de espécies mais resistentes, caso o 
organismo ultrapasse os limites de área es-
pecífica.
Fatores históricos Mudanças no padrão de massas de terra so-
bre a superfície da Terra resultaram na cria-
ção de barreiras físicas, muitas vezes entre 
táxons estreitamente relacionados.
Acaso A chegada de um inseto por causa do vento 
ou de uma semente em um determinado 
ponto no espaço não pode ser prevista com 
certeza, e os primeiros a chegar podem ter 
uma vantagem sobre os que chegam mais 
tarde.
Fonte: Adaptado de Cox, Moore e Ladle (2019)
 Outros fatores limitantes que devem ser considerados são a água, a luz e a tempera-
tura que influenciam em diversas situações desde a sobrevivência até a definição do sexo 
de indivíduos. Esses fatores ainda serão abordados neste material. 
 Para determinar a adequação dos ambientes e habitats das espécies à interação que 
ocorre entre organismo e ambiente é caracterizada por fatores bióticos e abióticos que já 
foram apresentados neste livro. 
43
Figura 29: Mapa Mental - padrões de distribuição geográfica das espécies
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)
44
FIXANDO O CONTEÚDO
1. Muitos foram os naturalistas que contribuíram para os estudos na biogeografia atrelados 
aos vários fatores de observação e distribuição das espécies. Dentre eles, Mendel foi muito 
importante para a ciência moderna. Marque a alternativa abaixo que diz respeito a princi-
pal contribuição deste pesquisador.
a) Estudou a genética e a hereditariedade responsável pela transmissão de informações 
de um indivíduo a outro.
b) Compararam o comportamento animal no habitat natural e em cativeiro.
c) Necessidade dos animais, fatores de evolução, caracteres novos e influência do meio am-
biente na transmissão de características para as novas gerações.
d) Variação aleatória e da mutação, seleção natural e a sobrevivência dos mais aptos; diver-
sidade, características adquiridas pelos animais submetidos a condições ambientais vari-
áveis.
e) Estudou a classificação dos seres vivos. 
2. A classificação de Aristóteles sobre os seres vivos permitiu colocar animais bem distin-
tos dentro do mesmo grupo, pois tanto os mamíferos e as aves estariam juntos dentro de 
um mesmo grupo, assim como no ambiente aquático, animais como golfinhos, baleias e 
tubarões que possuem características anatômicas semelhantes eram classificados como 
sendo do mesmo grupo. Hoje sabemos que é impossível classificarmos baleias e tubarões 
no mesmo grupo, pois:
a) Ambos são peixes, mas os tubarões são cartilaginosos e as baleias ósseos.
b) A baleia é um anfíbio e o tubarão um peixe.
c) A baleia é um mamífero e o tubarão um peixe.
d) Ambos são mamíferos, mas respiram de forma diferente.
e) Baleias são sexuadas e tubarões assexuados. 
3. (UNIFOR, 2018) Dois seres vivos pertencentes à mesma ordem são necessariamente:
a) Da mesma raça.
b) Da mesma espécie.
c) Do mesmo gênero.
d) Da mesma classe.
e) Da mesma família.
4. (CESGRANRIO) Se reunirmos as famílias Canidae (cães), Ursidae (ursos), Hienidae (hie-
nas) e Felidae (leões), veremos que todos são carnívoros, portanto, pertencem à(ao) mes-
ma(o):
a) Espécie.
b) Ordem.
c) Subespécie.
45
d) Família.
e) Gênero.
5. “O Ornitorrinco (Ornithorhynchus anatinus) é considerado um dos animais mais peculia-
res da face da Terra, sendo a única espécie viva da família Ornithorhynchidae e do gênero 
Ornithorhynchus. Possui o corpo todo coberto por pelos de coloração marrom escura, os 
membros são curtos e robustos, os pés possuem membrana interdigital e a cauda parece 
com a de um castor. O focinho é alongado, semelhante a um bico de pato”.
São encontrados apenas na Oceania em climas tropicais e temperaturas elevadas. 
De acordo com o texto e a descrição do animal, ele pode ser considerado como:
a) Espécies híbrida.
b) Espécie disjunta.
c) Espécie cosmopolita.
d) Espécie exótica.
e) Espécie endêmica.
6. A chegada de um inseto por causa do vento ou de uma semente em um determinado 
ponto no espaço não pode ser prevista com certeza, e os primeiros a chegarem podem ter 
mais vantagem sobre os que chegam mais tarde. Esse é um caso de fator limitante para os 
seres vivos conhecido como:
a) Barreira física.
b) Acaso.
c) Barreira natural.
d) Barreira climática.
e) Fatores históricos.
7. No século XIX naturalistas conhecendo os padrões de distribuições que se repetem fez 
com que Slater (1858) e Wallace (1878) criassem e propusessem a classificação do mundo 
em regiões biogeográficas para os organismos terrestres, sendo consideradas até os dias 
atuais. Qual destas regiões está localizado o Brasil?
a) Neotropical. 
b) Neártica.
c) Etiópica.
d) Paleártica. 
e) Oriental. 
46
8. Observe o mapa com as regiões biogeográficas do mundo:
A região de maior extensão corresponde em maior parte ao continente:
a) Europeu.
b) Asiático.
c) Americano.
d) Oceania.
e) África. 
47
AS RELAÇÕES ECOLÓGICAS E AS 
GRANDES FORMAÇÕES BIOLÓGICAS 
DO BRASIL E DO MUNDO
UNIDADE
04
48
4.2 RELAÇÕES E INTERAÇÕES 
ECOLÓGICAS ENTRE AS ESPÉCIES
4.1 INTRODUÇÃO
 Animais, plantas, microrganismos habitam diversos ambientes como já foi visto, e 
além disso, cada um desses ecossistemas possui características diferentes que permitem a 
vida dos organismos. Muitos deles, porém, tiveram que se adaptar e enfrentam a cada dia 
uma verdadeira luta pela sobrevivência, pelo alimento, pelo parceiro para acasalamento, 
reprodução, abrigo e espaço. 
 Portanto, as espécies estão distribuídas heterogeneamente sobre a Terra ocupando 
um espaço vital característico com condições e fatores ambientais distintos e peculiares.
A biogeografia ajuda a explicar as características de cada região para compreender os há-
bitos de vida das espécies que habitam em nosso planeta. 
 Vamos estudar a partir desta unidade um pouco mais sobre as grandes formações 
biológicas do mundo, onde existem fatores bióticos e abióticos interagindo entre si, como 
os animais, as plantas e os microrganismos se relacionando com o espaço onde vivem, a 
procura do alimento, a procura por um parceiro para acasalamento, e diversas outras estra-
tégias de sobrevivência na intensa luta pela perpetuação da espécie dentro do ambiente. 
 Neste sentido, para melhor entender como as espécies se comportam no ambiente, 
foram definidas as relações ou interações ecológicas, que podem ocorrer entre indivíduos 
da mesma espécie ou de espécies diferentes, veremos a seguir.
 As relações ecológicas são o conjunto de fatores, atitudes e interações que ocorrem 
entre as espécies que caracterizam o ecossistema, as cadeias alimentares, o fluxo de ener-
gia, entre outros. 
As relações ecológicas existentes entre indivíduos da mesma espécie são chamadas de 
intraespecíficas e podem ser:
 • Sociedade;
 • Colônia;
 • Competição;
 • Canibalismo.
 A seguir veremos como ocorre cada uma dessas relações entre indivíduos da mesma 
espécie e compreender a importância para a caracterização deuma população por exem-
plo. 
 SOCIEDADE
 Também chamada de associação social, são grupos constituídos de seres da mesma 
espécie que apresentam comportamento cooperativo, com hierarquia, ou seja, divisão de 
trabalho, ou ainda que apresentam comunicação entre si, sem serem ligadas anatomica-
mente. 
 É possível verificar entre as espécies, diferentes comportamentos de sociedade, 
como por exemplo alguns grupos de aves se alimentam juntas e constroem ninhos próxi-
mos umas as outras. 
49
Outros exemplos:
 • Mamíferos como zebras e gnus se alimentam juntos e se comunicam quando che-
ga um predador; 
 • Formigas formam formigueiros onde as fêmeas são operárias, os machos são repro-
dutores e existe a rainha, que realiza a postura de ovos para novos indivíduos; 
 • As abelhas e cupins também apresentam a forma de vida em sociedade apresen-
tando divisão do trabalho, assim como as formigas;
 • Primatas formam grupos nos quais os indivíduos machos mais fortes defendem o 
grupo e possuem preferência para reprodução. 
Figura 30: Sociedade existente entre as abelhas
Disponível em: https://bit.ly/3pKiRzR. Acesso em: 22 de jan. 2021.
 Essas associações entre indivíduos da mesma espécie podem ser dividas em:
 • Associação familiar – Espécies que vivem em bandos ou clãs, podendo ser matriar-
cal onde existe a fêmea dominante ou do tipo harém, onde o macho é o dominante. 
 • Associação social – Forma grupos de indivíduos que dividem o trabalho, construin-
do uma hierarquia, são chamados de insetos sociais. 
 • Associação gregária – Constitui manadas, de cervos, elefantes entre outros, com 
machos, fêmeas e filhotes, que convivem e se alimentam juntos, se defendem, se deslo-
cam sempre em colaboração. As aves que realização migração se mantem em formação 
durante o voo, se comunicando com sinais sonoros. Cardumes de peixes se locomovem 
em alta velocidade sem se tocar por causa da comunicação entre eles (ARMENIO, 2002; 
PAULINO, 2004; PUENTE et al., 2008). 
Figura 31: Associação familiar representada por um bando de leões com o macho dominante. Associação Social 
onde existe a hierarquia como nas colmeias e Associação Gregária representada pela manada de elefantes.
https://bit.ly/3pKiRzR
50
• Canibalismo entre primatas - Em 2019, a morte de um bebê macaco capuchi-
nho-de-rosto-branco-panamenho serviu como ponto de partida para uma série 
de estudos que abordam o “fenômeno” do canibalismo dentro da espécie. Consi-
derado o primeiro registro histórico deste tipo de acontecimento entre esses ani-
mais, a comunidade científica decidiu analisar o contexto da situação. 
Veja a matéria completa: em https://bit.ly/2MM4DzQ. Acesso em: 12 de jan. 2021. 
BUSQUE POR MAIS
•Para compreender melhor sobre relações ecológicas Acesse também o livro o li-
vro “Ecologia Geral” de Stein (2018). 
Disponível: https://bit.ly/3oDKUzC. Acesso em: 12 de jan. 2021
 Colônia: Indivíduos da mesma espécie que se mantem ligados anatomicamente, ou 
seja, uma ligação corporal entre si, são chamados de colônias. 
 O exemplo mais comum é de um organismo pertencente ao grupo dos cnidários, 
conhecido como caravela-portuguesa (Figura 32), que possui tentáculos onde os indiví-
duos estão ligados entre si. Cada um deles desempenham as suas funções vitais, alguns 
capturam e digerem os alimentos e outros realizam a defesa utilizando filamentos que 
liberam toxina contra os predadores, outro individuo ainda realiza a flutuação (ARMENIO, 
2002; PAULINO, 2004; PUENTE et al., 2008).
Figura 32: Caravela portuguesa que possuem cnidários anatomicamente unidos que desempenham funções 
específicas para a sobrevivência.
Adaptado de: https://bit.ly/36Blbli. Acesso em: 04 de jan. 2021
 Certas bactérias e fungos vivem em colônias e podem ser vistos no microscópio, já 
corais, formam colônias extensas, que possuem vários pólipos unidos ao exoesqueleto cal-
cário.
https://bit.ly/2MM4DzQ
https://bit.ly/3oDKUzC
https://bit.ly/36Blbli
51
As relações ecológicas são também estudadas na biologia. O professor de ciências biológicas 
também abordará esses conteúdos com seus alunos. Este conteúdo é interessante para pro-
mover a interdisciplinaridade, ou seja, a possibilidade de outros professores trabalharem jun-
tos uma matéria podendo promover a interação entre as disciplinas e entre os alunos, criando 
uma aula diferente, dinâmica e atraente. Você como futuro professor, é capaz de pensar em 
alguma aula diferente para seus alunos junto com o professor de biologia ou ciências promo-
vendo a interdisciplinaridade, utilizando as relações ecológicas? Reflita.
VAMOS PENSAR?
 Competição: Organismos da mesma espécie disputam a sobrevivência (Figura 33), 
em diversas situações e recursos, seja na alimentação, no abrigo, na incessante luta pela 
reprodução, entre machos por exemplo, na conquista pelo território e água. 
 No reino vegetal também é notório a competição entre os recursos como luz, sais, 
água e espaço (ARMENIO, 2002; PAULINO, 2004; PUENTE et al., 2008).
Figura 33: A batalha pela sobrevivência no reino animal chamada competição intraespecífica.
Fonte: Adaptado de https://bit.ly/3cDrh8A. Acesso em: 04 de jan. 2021
 Canibalismo: Se em filmes, documentários e livros de história o canibalismo é as-
sustador, no reino animal, é considerada uma relação ecológica recorrente entre certas 
espécies. Este comportamento é observado em aranhas, peixes, tubarões, louva-a-deus, 
gafanhotos (Figura 34) entre outros.
https://bit.ly/3cDrh8A
52
Figura 34: Gafanhotos se alimentam de organismos da mesma espécie
Disponível em: https://bit.ly/2NU0eLE. Acesso em: 04 jan. 2021
 Entre algumas aranhas, após se acasalarem, as fêmeas matam e se alimentam dos 
machos o que favorece a produção de ovos e uma maior reprodução. Coisa de filme, mas 
também da natureza. Tubarões que se desenvolvem dentro do corpo da mãe lutam e se 
devoram até que sobre apenas o mais forte e vigoroso para nascer.
Figura 35: Relações Ecológicas Intraespecíficas
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)
 Existem também relações ecológicas que ocorrem entre espécies diferentes que 
contribuem com o equilíbrio dos ecossistemas e favorece o processo seletivo que culmina 
com a preservação das formas de vida mais bem adaptadas ao ambiente e com a extinção 
dos indivíduos com baixo poder adaptativo. Quando essas interações ocorrem entre indiví-
duos de espécies diferentes recebe o nome de relações ecológicas interespecíficas.
https://bit.ly/2NU0eLE
53
 As relações ecológicas harmônicas são aquelas que apresentam benefícios para am-
bos os organismos envolvidos, ou pelo menos para um deles, sem prejudicar ou causar 
dano ao outro. Já as relações ecológicas desarmônicas são aquelas que causam dano a 
uma ou as duas espécies envolvidas, podendo ocorrer a morte de alguma delas. 
 Mutualismo: Trata-se de uma associação obrigatória ou não entre organismos na 
qual as duas espécies envolvidas são beneficiadas. 
 Um exemplo pode ser a relação que existe entre o boi/vaca e certas bactérias em 
seus estômagos que realizam a digestão da celulose, presente no capim, incapaz de ser 
digerida pelos mamíferos que abrigam essas bactérias para realizar a digestão. Enquan-
to o gado consegue utilizar a celulose digerida pelas bactérias, essas bactérias recebem 
o alimento em um ambiente seguro e com temperatura controlada fazendo assim com 
que exista uma relação harmônica entre os organismos chamada mutualismo, uma ajuda 
mutua entre o gado e a bactéria que permite a sobrevivência de ambos (ARMENIO, 2002; 
PAULINO, 2004; PUENTE et al., 2008).
Figura 36: Abelhas que polinizam as plantas em uma dependência mutua entre elas
Disponível em: https://bit.ly/39OG7Hz. Acesso em: 04 de jan. 2021
 Existem casos em que o mutualismo não é obrigatório, ou seja, os organismos con-
seguem sobreviver sem que haja essa associação, porém, quando ocorre, traz benefícios 
para as espécies envolvidas, como é o caso do pássaro palito e o crocodilo africano, onde 
o pássaro entra na boca do crocodilo, que deixa aberta propositalmente,pois a ave retira a 
sanguessuga que parasitam os repteis. Ambos se beneficiam, o pássaro palito se alimenta 
e o crocodilo fica livre dos parasitas. Ambos podem viver separados sem que isso provoque 
desequilíbrio (ARMENIO, 2002; PAULINO, 2004; PUENTE et al., 2008).
 Comensalismo: Essa relação ecológica também ocorre entre espécies diferentes, 
porém, apenas uma se beneficia sem causar danos ou prejuízo a outra. A espécie benefi-
ciada é chamada de comensal e na maioria das vezes se alimenta de restos alimentares do 
outro indivíduo.
 Um exemplo comum é da rêmora ou peixe piolho que vive fixada na região ventral 
de um tubarão (Figura 37), sendo transportado por ele. Quando o tubarão se alimenta os 
restos da presa que ficam flutuando são devorados pela rêmora que obtém assim seu 
alimento. Essa é uma interação neutra para o tubarão, porém é muito importante para a 
rêmora que além do alimento é transportado pelos tubarões (ARMENIO, 2002; PAULINO, 
2004; PUENTE et al., 2008).
https://bit.ly/39OG7Hz
54
Figura 37: Tubarão se alimentam e os restos ficam para as rêmoras
Disponível em: https://bit.ly/3pY5IDz. Acesso em: 04 de jan. 2021
Inquilinismo: Quando um ser vivo vive dentro do outro, ele se torna um inquilino, por isso 
este nome para esta relação, como por exemplo os protozoários que vivem dentro do intes-
tino dos mamíferos sem nos causar dano ou prejuízo, apenas se alimentando, sendo o hos-
pedeiro considerado neutro. Geralmente o indivíduo beneficiado obtém abrigo, proteção e 
suporte no corpo da espécie hospedeira, como o peixe palhaço com as anêmonas (Figura 
38) (ARMENIO, 2002; PAULINO, 2004; PUENTE et al., 2008).
Disponível em: https://bit.ly/36EmgbU. Acesso em: 04 de jan. 2021
Figura 38: Peixe palhaço que vive e deposita seus ovos em anêmonas para garantir prote-
ção.
 Epifitismo: Orquídeas e bromélias são plantas epífitas, ou seja, crescem sobre ou-
tras sem causar nenhum dano, somente em busca da luminosidade com mais facilidade 
sendo um beneficio para elas, mas indiferente para a árvore hospedeira, como é o caso da 
bromélia (Figura 39) (ARMENIO, 2002; PAULINO, 2004; PUENTE et al., 2008).
Figura 39: Bromélia vivendo sob uma árvore
Disponível em: https://shutr.bz/39LZpgG. Acesso em: 04 de jan. 2021
https://bit.ly/3pY5IDz
https://bit.ly/36EmgbU
https://shutr.bz/39LZpgG
55
 Protocooperação: Também chamado de cooperação, é um tipo de relação que pro-
porciona benefícios as duas espécies envolvidas, onde ambas podem viver sozinhas, po-
rém, juntas podem obter vantagens. Capivaras e pássaros realizam a protocooperação (Fi-
gura 24) onde os pássaros se alimentam de carrapatos nos pelos, enquanto isso a capivara 
se vê livre destes parasitas.
Figura 40: Enquanto a capivara fornece o alimento para o pássaro, o pássaro retira o 
parasita da capivara.
Disponível em: https://bit.ly/36DMmMg. Acesso em: 04 de jan. 2021
 Outro exemplo é o caranguejo-eremita do gênero paguros e algumas anêmonas, 
onde o caranguejo vive dentro de conchas de caramujos mortos. O caranguejo coloca a 
anêmona em cima da concha. Por possuir células especializadas na defesa do organismo 
raras vezes são predadas, dessa forma, com a anêmona morando em cima do caranguejo, 
o mesmo tem proteção e a anêmona ganha o transporte e as sobras de alimento do ere-
mita (ARMENIO, 2002; PAULINO, 2004; PUENTE et al., 2008).
Figura 41: Relações Ecológicas Interespecíficas
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)
 Até aqui vimos as relações onde as espécies obtêm benefícios para sua sobrevivên-
cia, e agora vamos conhecer as relações ecológicas que apresentam desvantagens e cau-
sam danos aos organismos, mas que são de grande importância para o sucesso evolutivo 
e equilíbrio dos ecossistemas.
https://bit.ly/36DMmMg
56
 Predatismo: Quem nunca viu um documentário ou cena de filme onde o leão corre 
atrás de sua presa, uma zebra ou uma gazela, como mostra a Figura 42? Essa relação é 
extremamente comum no ambiente natural e é chamada de predatismo, ou seja, um pre-
dador caça sua presa para se alimentar. Existem casos em que a presa pode exercer fator 
preponderante para a extinção de uma espécie, mas geralmente o predador atua como 
regulador contribuindo com as cadeias alimentares ocasionando o controle da população 
mantendo o equilíbrio do ecossistema.
Figura 42: Guepardos atacando uma gazela para se alimentarem
Disponível em: https://bit.ly/3oIS7hW. Acesso em: 04 de jan. 2021
 A ação dos predadores evita que as presas entrem em superpopulação causando 
desequilíbrio ambiental ou levando indivíduos a morte devido a falta de alimento por ex-
cesso de consumidores. Outro fator importante é que muitas vezes os predadores realizam 
a ação seletiva já que as presas capturadas são as mais fracas e debilitadas, devido a velhi-
ce, doença ou outros fatores (ARMENIO, 2002; PAULINO, 2004; PUENTE et al., 2008).
Figura 43: Exemplos de predatismo – relação presa e predador
Fonte: Adaptado de https://bit.ly/3tpFHPh. Acesso em: 04 jan. 2021
 Parasitismo: Essa relação ecológica ocorre entre o parasita e o hospedeiro, onde o 
primeiro se beneficia e causa dano ao outro. O parasita explora o hospedeiro durante a 
vida ou determinado tempo causando lesões, intoxicações, deformações e eventualmente 
a morte. 
 Doenças causadas por parasitas causam diversas complicações nos seres humanos, 
que são os hospedeiros. Esses parasitas podem ser bactérias, vírus, protozoários, fungos e 
vermes. Existem outros casos de parasitismo, como pulgas, carrapatos, piolhos, cipó em 
árvores, entre outros (ARMENIO, 2002; PAULINO, 2004; PUENTE et al., 2008).
https://bit.ly/3oIS7hW
https://bit.ly/3tpFHPh
57
Figura 44: Exemplos de parasitismos
Fonte: Adaptado de https://bit.ly/3pPlJeE. Acesso em: 04 jan. 2021
 Competição: Já vimos que a competição pode ocorrer dentro da própria espécie, 
sendo considerada uma relação ecológica intraespecífica, porém, ela pode ocorrer entre 
espécies diferentes, sendo chamada de interespecífica. Neste caso, indivíduos de espécies 
diferentes competem por alimento, território, abrigo, água, luminosidade (ARMENIO, 2002; 
PAULINO, 2004; PUENTE et al., 2008).
Figura 45: Nas savanas felinos disputam as presas ou as caças já abatidas.
Disponível em: https://bit.ly/2YIVMlk. Acesso em: 04 jan. 2021
 Herbivoria: um tipo de relação na qual uma espécie se alimenta de partes vivas das 
plantas, ou seja, o animal recebe os nutrientes e prejudica as plantas, pois perdem parte 
importantes para sua sobrevivência e reprodução (ARMENIO, 2002; PAULINO, 2004; PUEN-
TE et al., 2008).
Figura 46: Coalas se alimentam de plantas (no caso o eucalipito) em um caso de herbivoria.Folhas de euca-
lipto liberam substância que inibe o crescimento de outras espécies vegetais.
Fonte: Adaptado de https://bit.ly/3oMOxDc. Acesso em: 04 jan. 2021
https://bit.ly/3pPlJeE
https://bit.ly/2YIVMlk
https://bit.ly/3oMOxDc
58
 Amensalismo: Uma das espécies é prejudicada reduzindo sua população e a outra 
espécie não é afetada, como ocorre com os elefantes nas Savanas que pisoteiam a gra-
ma impedindo seu desenvolvimento. No amensalismo existe ainda a antibiose que ocorre 
quando uma espécie libera toxina para impedir o crescimento de outra ao seu redor. Ocor-
re por exemplo com a folha do eucalipto que libera toxina que impede o crescimento de 
outras espécies (ARMENIO, 2002; PAULINO, 2004; PUENTE et al., 2008).
Figura 47: Relações Ecológicas Intraespecíficas desarmônicas
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)
 Podemos perceber como as relações ecológicas são importantes para manter o 
equilíbrio natural dos ecossistemas, seja no controle de superpopulações de indivíduos, 
seja no processo de seleção e vantagens adaptativas.
As relações ecológicas permitem diversas atividades para serem trabalhadas dentro e for da 
sala de aula, portanto, explore os conteúdos da internet e seja criativo buscando trabalhar de 
forma lúdica, didática e potencializando a participação efetiva dos alunos.
Confira este artigo escrito por Santos et al., (2020) com uma excelente

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