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PPLLAANNOO DDEE AAUULLAA AAPPOOSSTTIILLAADDOO Escola Superior de Teologia do Espírito Santo BBBBBBBBiiiiiiiibbbbbbbblllllllliiiiiiiioooooooollllllllooooooooggggggggiiiiiiiiaaaaaaaa Visão panorâmica e aspectos da formação da Bíblia ESUTES – Escola Superior de Teologia do ES 2 © Copyright 2004, Escola Superior de Teologia do ES A Escola Superior de Teologia do ES é amparada pelo disposto no parecer 241/99 da CES – Câmara de Ensino Superior O ensino à distância é regulamentado pela lei 9.394/96 – Artº 80 e é considerado um dos mais avançados sistemas de ensino da atualidade ■ Todos os direitos em língua portuguesa reservados por ESCOLA SUPERIOR DE TEOLOGIA DO ES Rua Bariri, 716 - Glória – Vila Velha- ES CEP 29 122-230 - Vila Velha , ES Telefax (27) 3219-5440 www.esutes.com.br ■ PROIBIDA A REPRODUÇÃO POR QUAISQUER MEIOS, SALVO EM BREVES CITAÇÕES, COM INDICAÇÃO DA FONTE. Todas as citações bíblicas foram extraídas da Bíblia Versão Almeida Corrigida e Fiel(ACF) ©2008, publicada pela Sociedade Bíblica Trinitariana, e da Bíblia King James (Tradução em português do Novo Testamento)©2008, publicada pela Sociedade Ibero-americana da Bíblia, salvo indicação em contrário O presente material é baseado nos principais tópicos e pontos salientes da matéria em questão. A abordagem aqui contida trata-se da “espinha dorsal” da matéria. Anexo, no final da apostila, segue a indicação de sites sérios e bem fundamentados sobre a matéria que o módulo aborda, bem como bibliografia para maior aprofundamento dos assuntos e temas estudados. TEOLOGIA DO ES, Escola Superior de - Título original: Bibliologia, Visão panorâmica e aspectos da formação da Bíblia – Espírito Santo: ESUTES, 2004. ESUTES – Escola Superior de Teologia do ES 3 ____________________________ SSSSSSSSUUUUUUUUMMMMMMMMÁÁÁÁÁÁÁÁRRRRRRRRIIIIIIIIOOOOOOOO _______ _______ _______ _______ UUUUUUUUNNNNNNNNIIIIIIIIDDDDDDDDAAAAAAAADDDDDDDDEEEEEEEE IIIIIIII A BÍBLIA COMO LIVROA BÍBLIA COMO LIVROA BÍBLIA COMO LIVROA BÍBLIA COMO LIVRO Introdução.........................................................................................................................................................4 A escrita e estrutura da Biblia...........................................................................................................................5 O Antigo Testamento........................................................................................................................................8 O Novo Testamento........................................................................................................................................12 O tema central da Bíblia..................................................................................................................................15 UUUUUUUUNNNNNNNNIIIIIIIIDDDDDDDDAAAAAAAADDDDDDDDEEEEEEEE IIIIIIIIIIIIIIII A BÍBLIA COMO A PALAVRA DE DEUSA BÍBLIA COMO A PALAVRA DE DEUSA BÍBLIA COMO A PALAVRA DE DEUSA BÍBLIA COMO A PALAVRA DE DEUS A inspiração da Bíblia....................................................................................................................................17 Teorias sobre a inspiração da Bíblia...............................................................................................................24 Provas da inspiração da Bíblia........................................................................................................................25 UUUUUUUUNNNNNNNNIIIIIIIIDDDDDDDDAAAAAAAADDDDDDDDEEEEEEEE IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII OOOOOOOO CCCCCCCCÂÂÂÂÂÂÂÂNNNNNNNNOOOOOOOONNNNNNNN DDDDDDDDAAAAAAAA BBBBBBBBÍÍÍÍÍÍÍÍBBBBBBBBLLLLLLLLIIIIIIIIAAAAAAAA EEEEEEEE SSSSSSSSUUUUUUUUAAAAAAAA EEEEEEEEVVVVVVVVOOOOOOOOLLLLLLLLUUUUUUUUÇÇÇÇÇÇÇÇÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOO O Significado da palavra “CÂNON”................................................................................................................27 O Cânon do Antigo Testamento......................................................................................................................27 O Cânon do Novo Testamento........................................................................................................................28 Os livros apócrifos do NT...............................................................................................................................29 UUUUUUUUNNNNNNNNIIIIIIIIDDDDDDDDAAAAAAAADDDDDDDDEEEEEEEE IIIIIIIIVVVVVVVV AAAAAAAA PPPPPPPPRRRRRRRREEEEEEEESSSSSSSSEEEEEEEERRRRRRRRVVVVVVVVAAAAAAAAÇÇÇÇÇÇÇÇÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOO DDDDDDDDAAAAAAAA BBBBBBBBÍÍÍÍÍÍÍÍBBBBBBBBLLLLLLLLIIIIIIIIAAAAAAAA EEEEEEEE SSSSSSSSUUUUUUUUAAAAAAAASSSSSSSS TTTTTTTTRRRRRRRRAAAAAAAADDDDDDDDUUUUUUUUÇÇÇÇÇÇÇÇÕÕÕÕÕÕÕÕEEEEEEEESSSSSSSS A Septua Ginta................................................................................................................................................32 As principais traduções da Bíblia para o inglês...............................................................................................33 As principais traduções da Bíblia para o português........................................................................................34 A Bíblia no Brasil.............................................................................................................................................35APÊNDICE APÊNDICE APÊNDICE APÊNDICE O Período Interbíblico.......................................................................................................................................35 Período Babilônico............................................................................................................................................39 Período Medo-Persa.........................................................................................................................................42 O período Greco-Macedônia............................................................................................................................43 O período Macabeu..........................................................................................................................................44 BIBLIOGRAFIABIBLIOGRAFIABIBLIOGRAFIABIBLIOGRAFIA.................................................................................................................................................46 ESUTES – Escola Superior de Teologia do ES 4 UUNNIIDDAADDEE II AA BBÍÍBBLLIIAA CCOOMMOO LLIIVVRROO ............................................................... “Através da Bibliologia compreendemos a formação da Bíblia, sua história e como miraculosamente ela chegou até nós” .............................................................. IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO A Bíblia é um livro singular, inspirado por Deus. Escribas, Sacerdotes, Reis, Profetas e Poetas, homens das mais diversas culturas a escreveram, num período aproximado de 1.500 anos. Foram mais de 40 pessoas a escreverem as páginas da Bíblia e notadamente vê-se a mão de Deus na sua unidade. Estes textos foram copiados e recopilados de geração para geração em diversos idiomas, tais como: Hebraico, Aramaico e grego; até chegar a nós. A Bíblia em sua forma original é desprovida das divisões de capítulos e versículos. Para facilitar sua leitura e localização de "citações” a divisão da Bíblia em capítulos foi feita em 1250, pelo cardeal Hugo de Saint Cher, abade dominicano e estudioso das escrituras. Apenas mais tarde foi dividido em versículos. Em 1445 o A.T. foi dividido em versículos pelo Rabino Nathan. O N.T. foi em 1551 por Robert Stevens, um impressor de Paris. Até a invenção da gráfica por Gutenberg, a Bíblia era um livro extremamente raro e caro, pois eram todos feitos artesanalmente (manuscritos) e poucos tinham acesso às Escrituras. A Bíblia é composta de 66 livros, 1.189 capítulos, 31.173 versículos, mais de 773.000 palavras e aproximadamente 3.600.000 letras. Encontra-se traduzida em mais de 1000 línguas e dialetos, o equivalente a 50% das línguas faladas no mundo. Há uma estimativa que já foi comercializado no planeta milhões de exemplares entre a versão integral e o NT. Mais de 500 milhões de livros isolados já foram comercializados. Afirmam ainda que a cada minuto 50 Bíblias são vendidas, perfazendo um total diário de aproximadamente 72 mil exemplares! O estudo da Bibliologia auxilia grandemente a compreensão dos fatos bíblicos. Ela nos mostra, por exemplo, como a Bíblia chegou até nós. Pela Bíblia Deus fala em linguagem humana, para que o homem possa entendê-lo. Por isso ela faz alusão a tudo que é terreno e humano. Ela menciona países, rios, mares, plantas, comércio, dinheiro, produtos, costumes, raças, usos, línguas, etc. O autor da Bíblia é Deus, mas os escritores foram homens. Na linguagem figurada de diversas partes da Bíblia o próprio Deus age e é descrito como homem. É comum, por exemplo, encontrarmos na Bíblia antropopatismos (Ato de atribuir sentimentos humanos a Deus. Ex.: A ira de Deus, Deus arrependeu- se, etc.) e antropomorfismos (Ato de atribuir formas humanas a Deus. Ex: Os olhos de Deus, a mão do Senhor, etc.). A Bíblia chega a esse ponto para que o homem melhor compreenda o que Deus quer lhe dizer. A BIBLIOLOGIA ESTUDA A BÍBLIA SOB OS SEGUINTES ASPECTOS: • Sua estrutura, considerando sua divisão, classificação dos livros, capítulos, versículos, particularidades e tema central. • A Bíblia como livro divino. • O Cânon sagrado: sua formação e transmissão até nós. • A preservação e tradução do texto bíblico. Isso aborda as línguas originais e os manuscritos bíblicos. ESUTES – Escola Superior de Teologia do ES 5 • Inclui também elementos de história geral da Bíblia, inclusive o período interbíblico, e auxílios externos no estudo da Bíblia: geografia bíblica, usos e costumes orientais, sistemas de medida, peso e moeda, história das nações antigas, estudo dos personagens e dificuldades bíblicas. AA EESSCCRRIITTAA DDAA BBÍÍBBLLIIAA EE SSUUAA EESSTTRRUUTTUURRAA O vocábulo “Bíblia” O vocábulo “Bíblia” vem do grego, língua original do Novo testamento. Deriva do vocábulo grego “Biblos”. Um rolo de papiro de tamanho pequeno era chamado “Biblion”, e vários destes eram uma “Bíblia”. Portanto, literalmente, a palavra Bíblia quer dizer “coleção de livros pequenos”. A escrita da Bíblia A Bíblia foi originalmente escrita em forma de rolo, sendo cada livro um rolo. Assim, vimos que os livros sagrados não estavam unidos como os temos hoje. Isso só foi possível com a invenção do papel no século II pelos chineses, bem como a invenção do prelo em 1450 pelo alemão Gutenberg. Os livros antigos tinham forma de rolo (Jr 36.2). Eram feitos de papiro ou pergaminho. Ainda hoje, devido aos ritos tradicionais, os rolos sagrados das escrituras hebraicas continuam em uso nas sinagogas judaicas. MATERIAIS EMPREGADOS NA REDAÇÃO DA BÍBLIA Papiro O papiro é uma planta aquática que cresce junto a rios, lagos e banhados no oriente, cuja entrecasca servia para escrever. Essa planta ainda existe no Sudão, na Galiléia superior e no vale de Sharom. Seu uso na escrita vem de 3.000 a.C. A impossibilidade de recuperar muitos dos antigos manuscritos (um manuscrito é, neste sentido, uma cópia à mão das Escrituras) se deve basicamente aos materiais perecíveis empregados na escrita da Bíblia. Dentre os antigos materiais de escrita, o mais comum era o papiro, feito da planta do mesmo nome. Esse junco crescia nos rios e lagos de pouca profundidade, existentes no Egito e na Síria. Grandes carregamentos de papiros eram despachados através do porto sírio de Byblos. Supõe-se que a palavra grega para livro (biblos) tenha origem no nome desse porto. A palavra portuguesa "papel" vem da palavra grega papyros, isto é, papiro. The Cambridge History ofthe Bible (A História da Bíblia, de Cambridge) relata como se preparava o papiro para a escrita: “Retiravam-se as películas que envolvem o caule. Essas películas eram cortadas no sentido longitudinal em fitas estreitas, sendo então socadas e prensadas em várias camadas, sendo que cada camada era disposta perpendicularmente em relação à camada de baixo. Quando seca, a superfície esbranquiçada era polida com uma pedra ou outro objeto. Plínio menciona diversos tipos de papiro que foram achados, de diferentes espessuras e superfícies, produzidos antes do período do Novo Império, quando as folhas eram freqüentemente bem delgadas e translúcidas". O mais antigo fragmento de papiro de que se tem notícia é de 2400 antes de Cristo. Os mais antigos manuscritos foram escritos em papiro, e era difícil a preservação de qualquer um desses papiros, exceto em regiões secas, como as áreas desérticas do Egito, ou em cavernas semelhantes às de Qumran, onde foram achados os rolosdo mar Morto. O uso do papiro era bem comum até por volta do século terceiro depois de Cristo. ESUTES – Escola Superior de Teologia do ES 6 Exemplos de papiro manuscristo Papiro ainda em forma de planta Pergaminho O pergaminho é de pele de animais geralmente cabra ou carneiro e seu uso é mais recente; vem dos primórdios da era cristã. É um material gráfico superior ao papiro. Essa palavra designa "peles preparadas de ovelhas, cabras, antílopes e outros animais". Essas peles eram "tosadas e raspadas" a fim de se obter um material mais durável para a escrita. F.F. Bruce escreve que a palavra "pergaminho” tem origem no nome da cidade de Pérgamo, na Ária Menor, pois a produção desse material para escrita esteve, numa certa época, especialmente associada ao local". Velino Era o nome dado à pele de filhotes de diversos animais. Freqüentemente o velino era atingido de púrpura. Alguns dos manuscritos que temos hoje em dia são velino cor-de-púrpura. Geralmente os caracteres escritos sobre o velino purpúreo eram prateados ou dourados. Os mais antigos rolos de peles de animais são de aproximadamente 1500 antes de Cristo. Outros Materiais para Escrita Ôstraco - Fragmento de cerâmica não-esmaltada, bastante usado entre o povo em geral. Esses fragmentos têm sido encontrados em abundância no Egito e na Palestina (Jó 2.8). Tabletes de argila Inscritos com um instrumento pontiagudo e, então, secados a fim de se ter um registro definitivo (Jeremias 17.13; Ezequiel 4.1). Eram os mais baratos e um dos mais duráveis materiais para escrita. Tabletes de cera Um estilete de metal era usado para escrever num pedaço plano de madeira recoberto com cera. INSTRUMENTOS PARA A ESCRITA Cinzel Um instrumento de ferro para entalhar as pedras. Estilete de Metal "Usava-se o estüeto, um instumento triangular com uma cabeça plana, para fazer marcas nos tabletes de argila e de cera". Pena Era feita de "juncos (juncus maritimis), com 15 a 40 centímetros de comprimento, sendo que uma das extremidades era cortada de modo a produzir o formato de cinzel achatado, a fim de que se pudesse ESUTES – Escola Superior de Teologia do ES 7 fazer traços grossos ou finos com as beiradas largas ou estreitas. A pena de junco esteve em uso na Mesopotâmia desde o início do primeiro milênio (a.C), sendo que é bem possível que tenha sido adotada em outros lugares, enquanto que a idéia de uma pena de ave parece ter vindo dos gregos, no século três a.C. (Jeremias 8.8). A pena era usada para escrever em velino, pergaminho e papiro. A tinta geralmente era uma mistura de "carvão, cola e água". AS FORMAS DOS LIVROS ANTIGOS Rolos Eram folhas de papiro coladas uma ao lado da outra, formando longas tiras, e, então, enroladas num bastão. O tamanho do rolo era limitado por causa da dificuldade de seu uso. Geralmente se escrevia só de um lado. Um rolo escrito dos dois lados tem o nome de "opistógrafo" (Apocalipse 5.1). Conhecem-se alguns rolos com 43 metros de comprimento, mas em geral, os rolos tinham entre seis e dez metros. Não é de surpreender que Calímaco, pessoa cuja função consistia em catalogar os livros da biblioteca de Alexandria, tenha dito que "um livro grande é um grande transtorno". Forma de códice ou livro A fim de tornar a leitura mais fácil e menos desajeitada, as folhas de papiro foram montadas em forma de livro, sendo escritas em ambos os lados. Greenlee afirma que o cristianismo foi o principal motivo para o desenvolvimento de formato do códice, ou volume manuscrito antigo. Os escritores clássicos escreveram em rolos de papiro até aproximadamente o século três depois de Cristo. TIPOS DE ESCRITA Escrita uncial Letras maiúsculas deliberadas e cuidadosamente desenhadas, própias para livros. Os códices Vaticano e Sinaítico são manuscritos unciais. Minúscula Carolina "Uma escrita de letras menores, cursivas, criadas com vistas à produção de livros". A mudança de unciais para minúsculas teve início no século nove. Os manuscritos gregos eram escritos sem quaisquer espaços entre as palavras. (Até 900 AD. o hebraico era escrito sem vogais, quando os massoretas introduziram a vocalização.) Bruce Metzger responde o seguinte àqueles que falam da dificuldade de um texto contínuo: "Não se deve, todavia, pensar que essas ambigüidades ocorram com muita freqüência no grego. Nessa língua a regra é que, com bem poucas exceções, as palavras vernáculas só podem terminar em vogai (ou em ditongo) ou em uma dentre três consoantes: n, r e s (ni, rô e sigma) Além do mais, não se supõe que a escrita contínua apresentasse dificuldades excepcionais na hora da leitura, pois, na antigüidade, aparentemente era costume ler em voz alta, mesmo quando se estivesse sozinho. Assim, apesar da inexistência de espaço entre as palavras, ao pronunciar, sílaba por sílaba, o que estava lendo, a pessoa logo se acostumava a ler o texto em escrita contínua". AS LÍNGUAS DA BÍBLIA O estudo das diversas línguas é interessante e de muito proveito. As línguas estão sempre se modificando e mudando com o desenvolvimento dos povos e inter relacionando as nações. Será necessário que reconheçamos isto neste estudo. Deus não inspirou a Bíblia na língua portuguesa, embora tenhamos a Bíblia inspirada em vernáculo nosso. Originalmente a Bíblia fora escrita em três línguas, a saber: hebraica, aramaica e grega. Esta era a língua do Novo testamento. Alguns comentadores dizem que provavelmente Abraão deixou de usar a velha língua semítica — A caldaica — a qual era a da sua própria terra (Gn 12.1-5), quando saiu de Ur, e adotou a língua dos cananeus, em cujo meio foi morar. A sua descendência — os hebreus — mais tarde, durante o cativeiro em Babilônia, deixou de falar a língua hebraica e adotou a caldaico-aramaica, a qual continuou a ser fala- ESUTES – Escola Superior de Teologia do ES 8 da até os tempos de Jesus Cristo. Esta língua cananéia, que Abraão usou, era, provavelmente, a mesma ou alguma forma dela, que foi conhecida mais tarde como hebraica. Parece que a língua hebraica foi chamada “a língua de Canaã” (Is 19.18). Algumas das tabuinhas de Tel-el-Amarna, descobertas em 1887 no Egito, assim chamadas pelo nome do lugar em que foram achadas, com data de 400 anos mais ou menos depois de Abraão, são escritas em boa língua cananéia ou língua hebraica. A Língua do Velho Testamento Com poucas exceções, o Velho Testamento foi escrito na língua hebraica. Esta era a língua do povo de Israel e é chamada “a língua judaica” (II Reis 18.26). Esta língua continuou a ser falada e escrita pelos hebreus até o cativeiro, quando adotaram a aramaica ou siríaca, a qual é um dialeto da hebraica. Devido a esta mudança de língua, os versados na língua hebraica podem descobrir três períodos em que se divide a história do desenvolvimento dela. Cada período é distinguido pelo seu estilo e idioma.O período em que foi escrito o Pentateuco, é o da língua hebraica falada no tempo de Moisés. O período em que a língua alcançou o ponto do seu maior desenvolvimento em pureza e refinamento. Neste foram escritos os livros de Juízes, Samuel, Reis, Crônicas, Salmos dê Davi, Provérbios e os demais livros de Salomão e as profecias de Isaías, Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum e Habacuque. O período em que foram escritos os demais livros de profecias, assim como os de Ester, Esdras e Neemias. Durante esta época, palavras, frases e idiotismos de línguas estrangeiras tinham sido incorporados à hebraica da segunda época, em conseqüência da comunicação dos judeus com as nações vizinhas. As passagens do Velho Testamento que não são escritas em hebraico são as seguintes:Esdras 4.8 a 6.18 e 7.12-26, Jeremias 10.11 e Daniel 2.4 a 7.28. Estas são escritas no dialeto caldaico. Este fenômeno se explica pela residência de Daniel e Esdras na Babilônia e as suas relações com os governadores desses países. A Língua do Novo Testamento Os livros do Novo Testamento foram escritos originalmente na língua grega, conhecida como helênica, porque os gregos eram chamados helenos ou o povo de Helas. Depois da grande conquista de Alexandre Magno, rei da Macedônia, filho de Filipe e de Olímpia, a língua grega, numa forma helênica, espalhou-se em toda parte do Egito e do Oriente, e tornou-se a língua vernácula dos hebreus que residiam nas colônias de Alexandria e outras partes. A Bíblia contém 66 livros e divide-se em duas partes principais: o Antigo Testamento e o Novo Testamento. O Antigo Testamento tem 39 livros e o Novo Testamento 27. Os 66 livros foram escritos num período de aproximadamente 1.500 anos por mais de 40 gerações. Os escritores pertenceram às mais variadas profissões e atividades, viveram e escreveram em continentes, regiões e países distantes uns dos outros e em épocas diversas. Mesmo assim, seus escritos formam uma harmonia perfeita. Foi escrito por mais de 40 escritores, envolvidos nas mais diferentes atividades, inclusive reis, camponeses, filósofos, pescadores, poetas, estadistas, estudiosos, etc. OO AANNTTIIGGOO TTEESSTTAAMMEENNTTOO Com 39 livros, foi originalmente escrito em hebraico, com algumas pequenas partes em aramaico. O aramaico foi a língua que Israel trouxe do cativeiro babilônico. Era a língua que se falava em toda a Mesopotâmia, e foi durante muitos anos a língua internacional do comércio. Era também conhecida com siríaco e caldaico e tinha praticamente a mesma estrutura do hebraico. Há também na Bíblia, algumas palavras persas. Podemos dividir os livros do A.T. em, Livros da lei ou Pentateuco são cinco: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio. Tratam do início de todas as coisas, da lei e do estabelecimento da nação de Israel. Livros Históricos São doze: Josué, Juízes, Rute, I e II Samuel, I e II Reis, I e II Crônicas, Esdras, Neemias, Ester. ESUTES – Escola Superior de Teologia do ES 9 Trata da história de Israel em seus vários períodos. Teocracia, sob os juízes. Monarquia, Sob Saul, Davi e Salomão. Divisão do reino depois da morte de Salomão, cativeiro e período pós-exílio. Livros Poéticos São cinco: Jó, Salmos, provérbios, Eclesiastes, cantares de Salomão. São chamados poéticos devido à sua construção literária. Livros Proféticos São dezessete: Profetas maiores (cinco): Isaías, Jeremias, Lamentações de Jeremias, Ezequiel, Daniel. Profetas menores (doze): Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias. LIVROS DO ANTIGO TESTAMENTO Lei (Pentateuco) – 5 livros Poesia – 5 livros 1. Gênesis 2. Êxodo 3. Levítico 4. Números 5. Deuteronômio 2. Salmos 3. Provérbios 4. Eclesiastes 5. O Cântico dos Cânticos Historia – 12 livros Profetas – 17 livros 1. Josué 2. Juízes 3. Rute 4. 1Samuel 5. 2Samuel 6. 1Reis 7. 2Reis 8. 1Crônicas 9. 2Crônicas 10. Esdras 11. Neemias 12. Ester A. Maiores 1. Isaías 2. Jeremias 3. Lamentações 4. Ezequiel 5. Daniel B. Menores 1. Oséias 2. Joel 3. Amós 4. Obadias 5. Jonas 6. Miquéias 7. Naum 8. Habacuque 9. Sofonias 10. Ageu 11. Zacarias 12. Malaquias A classificação dos livros do A.T. como conhecemos, por assunto, não levando em conta a ordem cronológica dos livros, vem da Septuaginta. Calcula-se, por exemplo, que Jó seja o mais antigo dos livros da Bíblia. Na Bíblia em hebraico (chamada Tanach) a divisão dos livros é bem diferente: Leis, escritos e profetas. Abaixo encontramos a divisão dos livros do Antigo Testamento na Tanach. Lei (Em hebraico Torah), que compreende os cinco primeiros livros da Bíblia: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio. Profetas (Em hebraico Nebiim), agrupados em: Profetas anteriores: Josué, Juízes, 1 e II Samuel, I e II Reis; Profetas posteriores: Isaías, Jeremias, Ezequiel, Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias Escritos (Em hebraico Ketubim): Jó, Salmos, Provérbios, Rute, Cântico dos Cânticos, Eclesiastes, Lamentações, Ester, Daniel, Esdras, Neemias, I e II Crônicas. O título referido, Lei, Profetas e Escritos, aparece reduzido em ocasiões como a Lei e os Profetas ( Mt 5.17) ou, de modo mais singelo, a Lei ( Jo 10.34). ESUTES – Escola Superior de Teologia do ES 10 RESUMO DE CONTEÚDO DOS LIVROS DO ANTIGO TESTAMENTO A lei (Pentateuco) – 5 livros Poesia – 5 livros 1. Gênesis- Este livro, que mostra como era "no princípio", faz uma narrativa da criação, da relação de Deus com o homem e da promessa de Deus a Abraão e seus descendentes. 2. Êxodo O nome Êxodo significa "saída". Este livro conta como Deus livrou os israelitas de uma vida de penúrias e escravidão no Egito. Deus fez um pacto com eles e lhes deu leis para ordenar e governar sua vida. 3. Levítico- O nome do livro se deriva do nome de uma das doze tribos de Israel. O livro registra todas as leis e regulamentos a respeito de rituais e cerimônias. 4. Números- Os israelitas vagaram pelo deserto durante quarenta anos, antes de entrar em Canaã, "a terra prometida". O nome do livro se deriva dos censos promovidos durante esse tempo no deserto. 5. Deuteronômio Moisés pronunciou três discursos de despedida pouco antes de morrer. Neles recapitulou, com o povo, todas as leis de Deus para os israelitas. O nome do livro expressa essa "recapitulação" ou "segunda lei". 1. Jó- A pergunta "Por que sofrem os inocentes?" é tratada nesta história bíblica. 2. Salmos- Estas 150 orações foram usadas pelos hebreus para expressar sua relação com Deus. Abrangem todo o campo das emoções humanas, desde a alegria até o ódio, da esperança ao desespero. 3. Provérbios- Este é um livro de máximas de sabedoria, de ensinamentos éticos e de senso comum acerca de como viver uma vida reta. 4. Eclesiastes- Na sua busca por felicidade e pelo sentido da vida, este escritor, conhecido como "filósofo" ou "pregador", faz perguntas que continuam presentes na sociedade contemporânea. 5. O Cântico dos Cânticos- Este poema descreve o gozo e o êxtase do amor. Simbolicamente tem sido aplicado ao amor de Deus por Israel e ao amor de Cristo pela Igreja. Historia – 12 livros Profetas – 17 livros 1. Josué Josué foi o líder dos exércitos israelitas em suas vitórias sobre seus inimigos, os cananeus. O livro termina descrevendo a divisão da terra entre as doze tribos de Israel. 2. Juízes Os israelitas constantemente desobedeciam a A. Maiores 1. Isaías- O profeta Isaías trouxe a mensagem do juízo de Deus às nações, anunciou um rei futuro, à semelhança de Davi, e prometeu uma era de paz e B. Menores 1. Oséias- Oséias se vale de sua experiência conjugal, em que ele era dedicado à sua esposa, mesmo sabendo que ela lhe era infiel, para ilustrar o adultério que Israel tinha cometido contra Deus e para mostrar como o fiel amor de Deus pelo seu povo nunca muda. ESUTES – Escola Superior de Teologia do ES 11 Deus e caíam nas mãos de países opressores. Deus constituiu juízes para livrá-los da opressão. 3. Rute- O amor e a dedicação de Rute à sua sogra, Noemi, são o tema deste livro. 4.I Samuel- Samuel foi o líder de Israel no período compreendido entre os Juízes e Saul, o primeiro rei. Quando a liderança de Saul falhou, Samuel ungiu a Davi como rei. 5. IISamuel- Sob o reinado de Davi, a nação se unificou e se fortaleceu. No entanto, depois dos pecados de Davi, adultério e assassinato, tanto a nação como a família do rei sofreram muito. 6.-I Reis Este livro inicia com o reinado de Salomão em Israel. Depois de sua morte, o reino se dividiu em conseqüência da guerra civil entre o Norte e o Sul, resultando no surgimento de duas nações: Israel no Norte e Judá no Sul. 7.- II Reis Israel foi conquistada pela Assíria em 721 a.C. Judá, pela Babilônia, em 586 a.C. Estes acontecimentos foram considerados como um castigo ao povo pela desobediência às leis de Deus. 8. I Crônicas- Este livro inicia com as genealogias de Adão até Davi e, em seguida, conta os acontecimentos do reinado de Davi. 9. II Crônicas- : Este livro tranqüilidade. 2. Jeremias-: Muito antes da destruição de Judá pela Babilônia, Jeremias predisse o justo juízo de Deus. Embora sua mensagem seja majoritariamente de destruição, Jeremias também falou do novo pacto com Deus 3. Lamentações- Tal qual Jeremias havia predito, Jerusalém caiu cativa da Babilônia. Este livro registra cinco "lamentos" pela cidade caída. 4. Ezequiel- A mensagem de Ezequiel foi dada aos judeus cativos na Babilônia. Ezequiel usou histórias e parábolas para falar do juízo, da esperança e da restauração de Israel. 5. Daniel-Daniel se manteve fiel a Deus, mesmo enfrentando muitas pressões quando cativo na Babilônia. Este livro inclui as visões proféticas de Daniel. 2. Joel- Depois de uma praga de gafanhotos, Joel admoesta o povo para que se arrependa. 3. Amós- Durante um tempo de prosperidade, este profeta de Judá pregou aos ricos líderes de Israel sobre o juízo de Deus; insistia em que pensassem nos pobres e oprimidos, antes de pensarem em sua própria satisfação. 4. Obadias- Obadias profetizou o juízo sobre Edom, um país vizinho de Israel. 5. Jonas- : Jonas não queria pregar para a gente de Nínive, que era inimiga de seu próprio país. Quando, finalmente, levou a mensagem enviada por Deus, seus habitantes se arrependeram. 6. Miquéias A mensagem de Miquéias para Judá era de juízo, em vez de perdão, esperança e restauração. Especialmente notável é um versículo em que resume o que Deus requer de nós (6.8). 7. Naum-Naum anunciou que Deus destruiria o povo de Nínive por sua crueldade na guerra. 8.Habacuque-Este livro apresenta um diálogo entre Deus e Habacuque sobre a justiça e o sofrimento. 9. Sofonias- Este profeta anunciou o Dia do Senhor, que traria juízo a Judá e às nações vizinhas. Esse dia, que haveria de vir, seria de destruição para muitos, mas um pequeno remanescente, sempre fiel a Deus, sobreviveria para abençoar o mundo inteiro. ESUTES – Escola Superior de Teologia do ES 12 abrange o mesmo período que II Reis, mas com ênfase em Judá, o reino do Sul, e seus governantes. 10. Esdras- Depois de estar cativo na Babilônia por algumas décadas, o povo de Deus retornou a Jerusalém. Um de seus líderes era Esdras. Este livro contém a admoestação que Esdras fez ao povo para que este seguisse e honrasse a lei de Deus. 11. Neemias- Depois do templo, também foi reconstruída a muralha de Jerusalém. Neemias foi quem dirigiu esse empreendimento. Ele também colaborou com Esdras para restaurar o fervor religioso do povo. 12. Ester- Este livro relata a história de uma rainha judia da Pérsia, que denunciou um complô que visava destruir seus compatriotas. Com isso ela evitou que todos fossem aniquilados. 10. Ageu- Depois que o povo voltou do exílio, Ageu o admoestou para que dessem prioridade a Deus e reconstruíssem em primeiro lugar o templo, mesmo antes de reconstruírem suas casas. 11. Zacarias- Como Ageu, Zacarias instou o povo a reconstruir o templo, assegurando-lhes a ajuda e bênçãos de Deus. Suas visões apontavam para um futuro brilhante. 12. Malaquias-Após o retorno do exílio, o povo voltou a descuidar de sua vida religiosa. Malaquias passou a inspirá-los novamente, falando-lhes do "Dia do Senhor". OO NNOOVVOO TTEESSTTAAMMEENNTTOO Tem 27 livros. Foi escrito em grego, mas não no grego clássico. Foi escrito em grego Koiné, (pronuncia- se Koinê) o grego coloquial falado pelo povo. Seus 27 livros estão classificados em: Biográficos São os quatro evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João. Os primeiros três também são conhecidos como sinópticos, devido ao seu paralelismo. Histórico É o livro de Atos dos apóstolos. Registra a história da igreja primitiva, sua vida e a propagação do evangelho. Epístolas São 21 as epístolas ou cartas. Contém a doutrina da igreja. * Nove, são dirigidas às igrejas: Romanos, I e II Coríntios, Gálatas. Efésios, Filipenses, Colossenses, I e II Tessalonicenses. * Quatro, são dirigidas a indivíduos: I e II Timóteo, Tito, Filemom. * Uma é dirigida aos hebreus cristãos: Hebreus. * Sete, são dirigidas a cristãos indistintamente: Tiago, I e II Pedro, I, II e III João e Judas. * As últimas sete também são chamadas universais, católicas ou gerais. ESUTES – Escola Superior de Teologia do ES 13 Profético É o livro de Apocalipse. Os livros do N.T. também não estão em ordem cronológica de escrita. RESUMO DE CONTEÚDO DOS LIVROS DO NOVO TESTAMENTO Evangelhos História 1. Mateus - Este Evangelho cita muitos textos do Velho Testamento. Ele se destinava primordialmente ao público judeu, para o qual apresentava Jesus como o Messias prometido nas Escrituras do Velho Testamento. Mateus narra a história de Jesus desde seu nascimento até sua ressurreição e põe ênfase especial nos ensinamentos do Mestre. 2. Marcos- Marcos escreveu um Evangelho curto, conciso e cheio de ação. Seu objetivo era aprofundar a fé e a dedicação da comunidade para a qual ele escrevia. 3. Lucas- Neste Evangelho é enfatizado como a salvação em Jesus está ao alcance de todos. O evangelista mostra como Jesus estava em contato com as pessoas pobres, com os necessitados e com os que são desprezados pela sociedade. 4. João - O Evangelho de João, pela sua forma, se coloca à parte dos outros três. João organiza sua mensagem enfocando sete sinais que apontam para Jesus como Filho de Deus. Seu estilo literário é reflexivo e cheio de imagens e figuras. 1. Atos dos Apóstolos Quando Jesus deixou os seus discípulos, o Espírito Santo veio habitar com eles. Este livro foi escrito por Lucas para ser um complemento ao seu Evangelho. Ele relata eventos da história e da ação da igreja cristã primitiva, mostrando como a fé se propagou no mundo mediterrâneo de então. Epístolas 1. Romanos- Nesta importante carta, Paulo escreve aos romanos sobre a vida no Espírito, que é dada pela fé aos que crêem em Cristo. O apóstolo reafirma a grande bondade de Deus e declara que, através de Jesus Cristo, Deus nos aceita e nos liberta de nossos pecados. 2. 1Coríntios- Esta carta trata especificamente dos problemas que a igreja de Corinto estava enfrentando: dissensão, imoralidade, problemas quanto à forma da adoração pública e confusão sobre os dons do Espírito. 12. Tito- Tito era ministro em Creta. Nesta carta o apóstolo Paulo o orienta sobre como ajudar os novoscristãos. 13. Filemom Filemom é instado a perdoar seu escravo, Onésimo, que havia fugido. Filemom deveria aceitá-lo de volta como a um amigo em Cristo. 14. Hebreus Esta carta exorta os novos cristãos a não observarem mais rituais e cerimônias tradicionais, pois, em Cristo, eles já foram cumpridos. ESUTES – Escola Superior de Teologia do ES 14 3. 2Coríntios- Nesta carta o apóstolo Paulo escreve sobre seu relacionamento com a igreja de Corinto e as dificuldades que alguns falsos profetas haviam trazido ao seu ministério. 4. Gálatas-Esta carta expõe a liberdade da pessoa que crê em Cristo com respeito à lei. Paulo declara que é somente pela fé que as pessoas são reconciliadas com Deus. 5. Efésios- O tema central desta carta é o propósito eterno de Deus: Jesus Cristo é a cabeça da Igreja, que é formada a partir de muitas nações e raças. 6. Filipenses- A ênfase desta carta está no gozo que o crente em Cristo encontra em todas as circunstâncias da vida. O apóstolo Paulo a escreveu quando estava encarcerado. 7. Colossenses- Nesta carta o apóstolo Paulo diz aos cristãos de Colossos que abandonem suas superstições e que Cristo seja o centro de sua vida. 8. 1Tessalonicenses- O apóstolo Paulo dá orientações aos cristãos de Tessalônica a respeito da volta de Jesus ao mundo. 9. 2Tessalonicenses- Como em sua primeira carta, o apóstolo Paulo fala do retorno de Jesus ao mundo. Também trata de preparar os cristãos para a vinda do Senhor. 10. 1Timóteo- Esta carta serve de orientação a Timóteo, um jovem líder da igreja primitiva. O apóstolo Paulo lhe dá conselhos sobre a adoração, o ministério e os relacionamentos dentro da igreja. 11. 2Timóteo- Esta é a última carta escrita pelo apóstolo Paulo. Nela lança um último desafio a seus companheiros de trabalho. 15. Tiago Tiago aconselha os cristãos a viverem na prática sua fé e, além disso, oferece idéias sobre como isso pode ser feito. 16. 1Pedro- Esta carta foi escrita para confortar os cristãos da igreja primitiva que estavam sendo perseguidos por causa de sua fé. 17. 2Pedro- Nesta carta o apóstolo Pedro adverte os cristãos sobre os falsos mestres e os estimula a continuarem leais a Deus. 18. 1João- Esta carta explica verdades básicas sobre a vida cristã com ênfase no mandamento de amarem uns aos outros. 19. 2João- Esta carta, dirigida à "senhora eleita e aos seus filhos", adverte os cristãos quanto aos falsos profetas. 20. 3João- Em contraste com sua Segunda Carta, esta fala da necessidade de receber os que pregam a Cristo. 21. Judas- Judas adverte seus leitores sobre a má influência de pessoas alheias à irmandade dos cristãos. Profecia 1. Apocalipse - Este livro foi escrito para encorajar os cristãos que estavam sendo perseguidos e para firmá- los na confiança de que Deus cuidará deles. Usando símbolos e visões, o escritor ilustra o triunfo do bem ESUTES – Escola Superior de Teologia do ES 15 Quadro demonstrativo dos livros do novo testamento LIVROS DO NOVO TESTAMENTO Evangelhos História 1. Mateus 2. Marcos 3. Lucas 4. João Atos dos Apóstolos Epístolas 1. Romanos 2. 1Coríntios 3. 2Coríntios 4. Gálatas 5. Efésios 6. Filipenses 7. Colossenses 8. 1Tessalonicenses 9. 2Tessalonicenses 10. 1Timóteo 11. 2Timóteo 12. Tito 13. Filemom 14. Hebreus 15. Tiago 16. 1Pedro 17. 2Pedro 18. 1João 19. 2João 20. 3João 21. Judas Profecia 1. Apocalipse OO TTEEMMAA CCEENNTTRRAALL DDAA BBÍÍBBLLIIAA A Bíblia é Cristocêntrica, seu tema central é Jesus. Se olharmos de perto a tipologia bíblica, através de símbolos, figuras e profecias, veremos que ele ocupa o lugar central nas escrituras: Em Gênesis, Jesus é o Descendente da mulher (Gn 3.15). Em Êxodo, é o Cordeiro Pascal. Em Levítico, é o Sacrifício Expiatório. Em Números é a Rocha Ferida. Em Deuteronômio, é o Profeta. Em Josué, é o Capitão dos Exércitos do Senhor. Em Juízes é o Libertador. Em Rute, é o Parente Divino. Em Reis e Crônicas, é o Rei Prometido. Em Ester, é o Advogado. Em Jó, é o nosso Redentor. Em Salmos, é o nosso socorro e alegria. Em Provérbios, é a sabedoria de Deus. Em Eclesiastes, é o alvo verdadeiro. Nos profetas, é o Messias Prometido. Nos Evangelhos, é o Salvador do Mundo. Em Atos, é o Cristo Ressurgido. Nas Epístolas, é o Cabeça da igreja. sobre o mal e a criação de uma nova terra e um novo céu. ESUTES – Escola Superior de Teologia do ES 16 No Apocalipse, é o Alfa e o Ômega, o Cristo que volta para reinar. Fatos e particularidades sobre a bíblia A Bíblia é única, é um livro “diferente de todos os demais” e única em sua coerência. Ela é um livro: Escrito durante um período de mais de 1.500 anos; Escrito durante mais de 40 gerações; Escrito por mais de 40 autores, envolvidos nas mais diferentes atividades, inclusive reis, camponeses, filósofos, pescadores, poetas, estadistas, estudiosos, etc. * Moisés, um líder político, que estudou nas universidades do Egito; * Pedro, um pescador; * Amós, um boiadeiro; * Josué, um general; * Neemias, um copeiro; * Daniel, um primeiro-ministro; * Lucas, um médico; * Salomão, um rei; * Mateus, um coletor de impostos; * Paulo, um rabino. Escrito em diferentes lugares * Moisés, no deserto; * Jeremias, numa masmorra; * Daniel, numa colina e num palácio; * Paulo, dentro de uma prisão; * Lucas, enquanto viajava; * João, na ilha de patmos; * Outros, nos rigores de uma campanha militar. Escrito em diferentes condições * Davi, em tempos de guerra; * Salomão, em tempos de paz. Escrito sob diferentes circunstâncias *Alguns escreveram enquanto experimentavam o auge da alegria, enquanto outros escreveram numa profunda tristeza e desprezo. Escrito em três continentes *Ásia; *África; *Europa. Escrito em três idiomas Hebraico a língua do Antigo Testamento. Em II Reis 18.26-28 essa língua é chamada de “judaica”. Em Isaias 19.18, de “língua de Canaã”. Aramaico a “língua franca” do Oriente Próximo até a época de “Alexandre o Grande” (século VI a.C. – século IV a.C.). Grego a língua do Novo Testamento. Foi o idioma de uso internacional na época de Cristo. ESUTES – Escola Superior de Teologia do ES 17 UUNNIIDDAADDEE IIII AA BBÍÍBBLLIIAA CCOOMMOO AA PPAALLAAVVRRAA DDEE DDEEUUSS ............................................................... “Através da Bibliologia compreendemos a formação da Bíblia, sua história e como miraculosamente ela chegou até nós” .............................................................. AA IINNSSPPIIRRAAÇÇÃÃOO DDAA BBÍÍBBLLIIAA Que a Bíblia é a palavra de Deus não resta nenhuma dúvida para nós Cristãos. Quem tem o Espírito de Deus deposita toda a confiança nela. Mas, mesmo assim apresentamos algumas provas de que a Bíblia é a palavra de Deus, não “para” crermos, mas “porque” cremos. Nossa era é marcada pelo ceticismo, materialismo, racionalismo e outras crenças errôneas procuram extinguir o conhecimento de Deus. Por isso, apresentamos agora algumas provasda origem divina da Bíblia. Antes, porém, veremos as falsas teorias sobre a inspiração da Bíblia. A característica mais importante da Bíblia não é sua estrutura e sua forma, mas o fato de ter sido inspirada por Deus. Não se deve interpretar de modo errôneo a declaração da própria Bíblia a favor dessa inspiração. Quando falamos de inspiração, não se trata de inspiração poética, mas de autoridade divina. A Bíblia é singular; ela foi literalmente "soprada por Deus". A seguir examinaremos o que significa isso. Uma Definição de Inspiração Embora a palavra inspiração seja usada apenas uma vez no Novo Testamento (II Tm 3.16) e outra no Antigo (Jó 32.8), o processo pelo qual Deus transmite sua mensagem autorizada ao homem é apresentado de muitas maneiras. Um exame das duas grandes passagens a respeito da inspiração encontradas no Novo Testamento, poderá ajudar-nos a entender o que significa a inspiração bíblica. Descrição Bíblica de Inspiração Assim escreveu Paulo a Timóteo: "Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça" (II Tm 3.16). Em outras palavras, o texto sagrado do Antigo Testamento foi "soprado por Deus" (gr., theopneustos) e, por isso, dotado da autoridade divina para o pensamento e para a vida do crente. A passagem correlata de 1Coríntios 2.13 realça a mesma verdade. Disto também falamos", escreveu Paulo, "não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais." Quaisquer palavras ensinadas pelo Espírito Santo são palavras divinamente inspiradas. A segunda grande passagem do Novo Testamento a respeito da inspiração da Bíblia está em II Pedro 1.21. "Pois a profecia nunca foi produzida por vontade dos homens, mas os homens santos da parte de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo." Em outras palavras, os profetas eram homens cujas mensagens não se originaram de seus próprios impulsos, mas foram "sopradas pelo Espírito". Pela revelação, Deus falou aos profetas de muitas maneiras (Hb 1.1): mediante anjos, visões, sonhos, vozes e milagres. Inspiração é a forma pela qual Deus falou aos homens mediante os profetas. Mais um sinal de que as palavras dos profetas não partiam deles próprios, mas de Deus é o fato de eles sondarem seus ESUTES – Escola Superior de Teologia do ES 18 próprios escritos a fim de verificar "qual o tempo ou qual a ocasião que o Espírito de Cristo, que estava neles, indicava, ao dar de antemão testemunho sobre os sofrimentos que a Cristo haviam de vir, e sobre as glorias que os seguiriam" (I Pe 1.11). Fazendo uma combinação das passagens que ensinam sobre a inspiração divina, descobrimos que a Bíblia é inspirada no seguinte sentido: homens movidos pelo Espírito, escreveram palavras sopradas por Deus, as quais são a fonte de autoridade para a fé e para a prática cristã. Vamos a seguir analisar com mais cuidado esses três elementos da inspiração. Definição Teológica da Inspiração Na única vez em que o Novo Testamento usa a palavra inspiração, ela se aplica aos escritos, não aos escritores. A Bíblia é que é inspirada, e não seus autores humanos. O adequado, então, é dizer que: o produto e inspirado os produtores não. Os autores indubitavelmente escreveram e Falaram sobre muitas coisas, como, por exemplo, quando se referiram a assuntos mundanos, pertinentes a esta vida, os quais não foram divinamente inspirados. Todavia, visto que o Espírito Santo, conforme ensina Pedro tomou posse dos homens que produziram os escritos inspirados, podemos, por extensão, referir-nos à inspiração em sentido mais amplo. Tal sentido mais amplo inclui o processo total por que alguns homens, movidos pelo Espírito Santo, enunciaram e escreveram palavras emanadas boca do Senhor; e, por isso mesmo, palavras dotadas da autoridade divina. É um processo total de inspiração que contém os três elementos essenciais: a causalidade divina, a mediação profética e a autoridade escrita. Causalidade Divina. Deus é a Fonte Primordial da inspiração da Bíblia. O elemento divino estimulou o elemento humano. Primeiro Deus falou aos profetas e, em seguida, aos homens, mediante esses profetas. Deus revelou-lhes certas verdades da fé, e esses homens de Deus as registraram. O primeiro fator fundamental da doutrina da inspiração bíblica, e o mais importante, é que Deus é a fonte principal e a causa primeira da verdade bíblica. No entanto, não é esse o único fator. Mediação Profética. Os profetas que escreveram as Escrituras não eram autômatos. Eram algo mais que meros secretários preparados para anotar o que se lhes ditava. Escreveram segundo a intenção total do coração, segundo a consciência que os movia no exercício normal de sua tarefa, com seus estilos literários e seus vocabulários individuais. As personalidades dos profetas não foram violentadas por uma intrusão sobrenatural. A Bíblia que eles produziram é a Palavra de Deus, mas também é a palavra do homem. Deus usou personalidades humanas para comunicar proposições divinas. Os profetas foram a causa imediata dos textos escritos, mas Deus foi a causa principal. Autoridade Escrita. O produto final da autoridade divina em operação por meio dos profetas, como intermediários de Deus, é a autoridade escrita de que se reveste a Bíblia. A Escritura "é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça". A Bíblia é a última palavra no que concerne a assuntos doutrinários e éticos. Todas as controvérsias teológicas e morais devem ser trazidas ao tribunal da Palavra escrita de Deus. As Escrituras receberam sua autoridade do próprio Deus, que falou mediante os profetas. No entanto, são os escritos proféticos e não os escritores desses textos sagrados que possuem e retêm a resultante autoridade divina. Todos os profetas morreram; os escritos proféticos prosseguem. Em suma, a definição adequada de inspiração precisa ter três fatores fundamentais: Deus, o Causador original, os homens de Deus, que serviram de instrumentos, e a autoridade escrita, ou Sagradas Escrituras, que são o produto final. A Inspiração em contraste com a Revelação e a Iluminação Há dois conceitos inter-relacionados que nos ajudam a esclarecer, pela contraposição, o que significa inspiração. São eles a revelação e a iluminação. Revelação diz respeito à exposição da verdade. Iluminação, à devida compreensão dessa verdade descoberta. No entanto, a inspiração não consiste nem em uma, nem em outra. A revelação prende-se à origem da verdade e à sua transmissão; a inspiração relaciona-se com a recepção e o registro da verdade. A iluminação ocupa-se da posterior ESUTES – Escola Superior de Teologia do ES 19 apreensão e compreensão da verdade revelada. A inspiração que traz a revelação escrita aos homens não traz em si mesma garantia alguma de que os homens a entendam. É necessário que haja iluminação do coração e da mente. A revelação é uma abertura objetiva; a iluminação é a compreensão subjetiva da revelação; a inspiração é o meio pelo qual a revelação se tornou uma exposição aberta e objetiva. A revelação é o fato da comunicação divina; a inspiração é o meio; a iluminação, o dom de compreender essa comunicação. Inspiração dos Originais, não das Cópias A inspiração e a conseqüente autoridade da Bíblia não se estendem automaticamente a todas as cópias e traduções da Bíblia. Só os manuscritos originais, conhecidos por autógrafos, foram inspirados por Deus. Os erros e as mudanças efetuados nas cópias e nas traduções não podem ser atribuídos à inspiração original. Por exemplo, II Reis 8.26 diz que Azarias tinha 22 anos de idade quando foi coroado rei, enquanto II Crônicas 22.2 diz que tinha 42 anos. Não é possível que ambas as informações estejamcorretas. O original é autorizado; a cópia errônea não tem autoridade. Outros exemplos desse tipo de erro podem encontrar-se nas atuais cópias das Escrituras (I Rs 4.26 e II Cr 9.25). Portanto, uma tradução ou cópia só é autorizada à medida que reproduz com exatidão os autógrafos. Veremos posteriormente até que ponto as cópias da Bíblia são exatas (cap. 15), segundo a ciência da crítica textual. Por ora basta-nos observar que o grandioso conteúdo doutrinário e histórico da Bíblia tem sido transmitido de geração a geração, ao longo da história, sem mudanças nem perdas substanciais. As cópias e as traduções da Bíblia, encontradas no século xx, não detêm a inspiração original, mas contêm uma inspiração derivada, uma vez que são cópias fiéis dos autógrafos. De uma perspectiva técnica, só os autógrafos são inspirados; todavia, para fins práticos, a Bíblia nas línguas de nossa época, por ser transmissão exata dos originais, é a Palavra de Deus inspirada. Visto que os originais não mais existem, alguns críticos têm objetado à inerrância de autógrafos que não podem ser examinados e nunca foram vistos. Eles perguntam como é possível afirmar que os originais não continham erro, se não podem ser examinados. A resposta é que a inerrância bíblica não é um fato conhecido empiricamente, mas uma crença baseada no ensino da Bíblia a respeito de sua inspiração, bem como baseada na natureza altamente precisa da grande maioria das Escrituras transmitidas e na ausência de qualquer prova em contrário. Afirma a Bíblia ser a declaração de um Deus que não pode cometer erro. É verdade que nunca se descobriram os originais infalíveis da Bíblia, mas tampouco se descobriu um único autógrafo original falível. Temos, pois, manuscritos que foram copiados com toda precisão e traduzidos para muitas línguas, dentre as quais o português. Portanto, para todos os efeitos de doutrina e de dever, a Bíblia como a temos hoje é representação suficiente da Palavra de Deus, cheia de autoridade. A Natureza da Inspiração O primeiro grande elo da cadeia comunicativa "de Deus para nós" chama-se inspiração. Há diversas teorias a respeito da inspiração. Algumas delas não se coadunam com o ensino bíblico sobre o assunto. Nosso propósito, portanto, neste capítulo, tem dois aspectos: primeiro, examinar as teorias a respeito da inspiração e, segundo, apurar com a máxima precisão o que está implícito no ensino da Bíblia a respeito de sua própria inspiração. Ortodoxia: a Bíblia É a Palavra de Deus Por cerca de 18 séculos de história da igreja, prevaleceu a opinião ortodoxa da inspiração divina. Os pais da igreja, em geral, com raras manifestações menos importantes em contrário, ensinaram firmemente que a Bíblia é a Palavra de Deus escrita. Teólogos ortodoxos ao longo dos séculos vêm ensinando, todos de comum acordo, que a Bíblia foi inspirada verbalmente, i.e., é o registro escrito por inspiração de Deus. No entanto, tem havido tentativas de procurar explicação para o fato de o registro escrito ser a Palavra de Deus ao mesmo tempo que o Livro obviamente foi composto por autores ESUTES – Escola Superior de Teologia do ES 20 humanos, dotados de estilos pessoais diferentes uns dos outros; essas tentativas conduziram os estudiosos ortodoxos a duas opiniões divergentes. Alguns abraçaram a idéia do "ditado verbal", afirmando que os autores humanos da Bíblia registraram apenas o que Deus lhes havia ditado, palavra por palavra. De outro lado, estão os estudiosos que preferiam a teoria do "conceito inspirado", segundo a qual Deus só concedeu aos autores pensamentos inspirados, e os autores tiveram liberdade de revesti-los com palavras próprias. Ditado verbal. Na obra de John R. Rice, Our God-breathed book — the Bible [Nosso livro soprado por Deus — a Bíblia], encontramos uma apresentação clara e bem ordenada do ditado verbal. O autor descarta a idéia de que o ditado verbal seja mecânico, sustentando que Deus ditou sua Palavra mediante a personalidade do autor humano. É que Deus, por sua atuação especial e providência, foi quem formou as personalidades sobre as quais posteriormente o Espírito Santo haveria de soprar seu ditado palavra por palavra. Assim, argumenta Rice, Deus havia preparado de antemão os estilos particulares que ele próprio desejava, a fim de produzir as palavras exatas, ao usar estilos e vocabulários predeterminados, encontráveis nos diferentes autores humanos. O resultado final, então, foi um ditado palavra por palavra da parte de Deus, as Escrituras Sagradas. Conceitos inspirados. Em sua Systematic theology [Teologia sistemática], A. H. Strong apresenta uma visão que vem sendo denominada inspiração conceitual.1 Deus teria inspirado apenas os conceitos, não as expressões literárias particulares com que cada autor concebeu seus textos. Deus teria dado seus pensamentos aos profetas, que tiveram toda a liberdade de exprimi-los em seus termos humanos. Dessa maneira, Strong esperava evitar quaisquer implicações mecanicistas derivadas do ditado verbal e ainda preservar a origem divina das Escrituras. Deus concedeu a inspiração conceitual, e os homens de Deus forneceram a expressão verbal característica de seus estilos próprios. Modernismo: a Bíblia CONTÊM a Palavra de Deus Ao surgir o idealismo germânico e a crítica da Bíblia (v. cap. 14), surgiu também uma nova visão evoluída da inspiração bíblica, a par do modernismo ou liberalismo teológico. Opondo-se à opinião ortodoxa tradicional de que a Bíblia é a Palavra de Deus, os modernistas ensinam que a Bíblia meramente contém a Palavra de Deus. Certas partes dela são divinas, expressam a verdade, mas outras são obviamente humanas e apresentam erros. Tais autores acham que a Bíblia foi vítima de sua época, exatamente como acontece a quaisquer outros livros. Afirmam que ela teria incorporado muito das lendas, dos mitos e das falsas crenças relacionadas à ciência. Sustentam então que, pelo fato de esses elementos não terem sido inspirados por Deus, devem ser rejeitados pelos homens iluminados de hoje; tais erros seriam resquícios de uma mentalidade primitiva indigna de fazer parte do credo cristão. Só as verdades divinas, entremeadas nessa mistura de ignorância antiga e erro grosseiro, é que de facto teriam sido inspiradas por Deus. O Conceito da Intuição Na outra extremidade da visão modernista estão os estudiosos que negam totalmente a existência de algum elemento divinos na composição da Bíblia. Para eles a Bíblia não passa de um caderno de rascunho em que os judeus registravam suas lendas, histórias, poemas etc., sem nenhum valor histórico. O que alguns denominam inspiração divina não seria outra coisa senão intensa intuição humana. Dentro desse folclore judaico a que se deu o nome de Bíblia, encontram-se alguns exemplos significativos de elevada moral e de gênio religioso. Todavia, essas percepções espirituais são puramente naturalistas. Em absolutamente nada, passam de intuição humana; não existiria inspiração sobrenatural, tampouco iluminação. Neo-Ortodoxia: a Bíblia torna-se a Palavra de Deus No início do século XX, a reviravolta nos acontecimentos mundiais e a influência do pai dinamarquês do existencialismo, Soren Kierkegaard, deram origem a uma nova reforma na teologia européia. ESUTES – Escola Superior de Teologia do ES 21 Muitos estudiosos começaram a voltar-se de novo para as Escrituras, a fim de ouvir nelas a voz de Deus. Sem abrir mão de suas opiniões críticas a respeito da Bíblia, começaram a levar a Bíblia a sério, por ser a fonte da revelação de Deus aos homens. Criando um novo tipo de ortodoxia, afirmavam que Deus fala aos homens mediante a Bíblia; as Escrituras tornam-se a Palavra de Deus num encontro pessoal entre Deus e o homem. À semelhança dasoutras teorias a respeito da inspiração da Bíblia, a neo-ortodoxia desenvolveu duas correntes. Na extremidade mais importante estavam os demitizadores, que negam todo e qualquer conteúdo religioso importante, factual ou histórico, nas páginas da Bíblia, e crêem apenas na preocupação religiosa existencial sobre a qual medram os mitos. Na outra extremidade, os pensadores de tendência mais evangélica tentam preservar a maior parte dos dados factuais e históricos das Escrituras, mas sustentam que a Bíblia de modo algum é revelação de Deus. Antes, Deus se revela na Bíblia nos encontros pessoais; não, porém, de maneira proposicional. O Ensino Bíblico a respeito da Inspiração Muitas objeções têm sido levantadas contra as várias teorias da inspiração, as quais partem de diferentes concepções, tendo variados graus de legitimidade, dependentemente do ângulo de observação da pessoa que as formula. Visto que o objetivo deste estudo é levar o leitor a compreender o caráter da Bíblia, o critério analítico que escolhemos visa a avaliar todas essas teorias, levando em consideração o que as Escrituras revelam a respeito de sua própria inspiração. Comecemos com o que a Bíblia ensina formalmente sobre essa questão e, depois, examinemos o que se acha logicamente implícito nesse ensino. O que a própria Bíblia ensina a respeito de sua inspiração No capítulo anterior examinamos de modo genérico o ensino de dois grandes textos do Novo Testamento a respeito da inspiração (II Tm 3.16 e II Pe 1.21). A Bíblia declara ser um livro dotado de autoridade divina, resultante de um processo pelo qual homens movidos pelo Espírito Santo escreveram textos inspirados (soprados) por Deus. Vamos agora examinar em minúcias o que significa essa declaração. A Inspiração é Verbal Independentemente de outras afirmações que possam ser formuladas a respeito da Bíblia, fica bem claro que esse livro reivindica para si mesmo esta qualidade: a inspiração verbal. O texto clássico de II Timóteo 3.16 declara que as graphã, i.e., os textos, é que são inspiradas. "Moisés escreveu todas as palavras do Senhor..." (Ex 24.4). O Senhor ordenou a Isaías que escrevesse num livro a mensagem eterna de Deus (Is 30.8). Davi confessou: "O Espírito do Senhor fala por mim, e a sua palavra está na minha boca" (II Sm 23.2). Era a palavra do Senhor que chegava aos profetas nos tempos do Antigo Testamento. Jeremias recebeu esta ordem: "... não te esqueças de nenhuma palavra" (Jr 26.2). No Novo Testamento, Jesus e seus apóstolos ressaltaram a revelação registrada ao usar repetidamente a expressão "está escrito" (v. Mt 4.4,7; Lc 24.27,44). O apóstolo Paulo testemunhou: "... falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina..." (I Co 2.13). João nos adverte quanto a não "tirar quaisquer palavras do livro desta profecia" (Ap 22.19). As Escrituras (i.e., os escritos) do Antigo Testamento são continuamente mencionadas como Palavra de Deus. No célebre sermão da montanha, Jesus declarou que não só as palavras, mas até mesmo os pequeninos sinais diacríticos de uma palavra hebraica vieram de Deus: "Em verdade vos digo que até que a terra e o céu passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido" (Mt 5.18). Portanto, o que quer que se diga como teoria a respeito da inspiração das Escrituras, fica bem claro que a Bíblia reivindica para si mesma toda a autoridade verbal ou escrita. Diz a Bíblia que suas palavras vieram da parte de Deus. A Inspiração é Plena ESUTES – Escola Superior de Teologia do ES 22 A Bíblia reivindica a inspiração divina de todas as suas partes. É inspiração plena, total, absoluta. "Toda Escritura é divinamente inspirada..." (II Tm 3.16). Nenhuma parte das Escrituras deixou de receber total autoridade doutrinária. A Escritura toda (i.e., o Antigo Testamento integralmente), escreveu Paulo, "é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça" (II Tm 3.16). E foi além, ao escrever: "... tudo o que outrora foi escrito, para o nosso ensino foi escrito" (Rm 15.4). Jesus e todos os autores do Novo Testamento exemplificam amplamente sua crença firme na inspiração integral e completa do Antigo Testamento, citando trechos de todas as Escrituras que eram para eles de autoridade, até mesmo os que apresentam ensinos fortemente polêmicos. A criação de Adão e de Eva, a destruição do mundo pelo dilúvio, o milagre de Jonas e o grande peixe e muitos outros acontecimentos são mencionados por Jesus deixando bem clara a autoridade deles (cap. 3). Todo trecho das Sagradas Escrituras reivindica total e completa autoridade. A inspiração da Bíblia é plena. É claro que a inspiração plena estende-se apenas aos ensinos dos autógrafos, como já afirmamos (cap. 1). Todavia, tudo quanto a Bíblia ensina, quer no Antigo, quer no Novo Testamento, é integralmente dotado de autoridade divina. Nenhum ensino das Escrituras deixou de ter origem divina. O próprio Deus inspirou as palavras usadas para exprimir os ensinos proféticos. Repitamos: a inspiração é plena, a saber, completa e integral, abrangendo todas as partes da Bíblia. A inspiração atribui autoridade Fica, pois, saliente o fato de que a inspiração concede autoridade indiscutível ao texto ou documento escrito. Disse Jesus: "... a Escritura não pode ser anulada..." (Jo 10.35). Em numerosas ocasiões o Senhor recorreu à Palavra de Deus escrita, que ele considerava árbitro definitivo em questões de fé e de prática. O Senhor recorreu às Escrituras como a autoridade para ele purificar o templo (Mc 11.17), para pôr em cheque a tradição dos fariseus (Mt 15.3,4) e para resolver divergências doutrinárias (Mt 22.29). Até mesmo Satanás foi repreendido por Cristo mediante a autoridade da Palavra escrita de Deus: "Está escrito [...] Está escrito [...] Está escrito...". Jesus contra-atacou as tentações de Satanás com a Palavra de Deus escrita (Mt 4.4,7,10). Algumas vezes, Jesus declarou o seguinte: "... era necessário que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos" (Lc 24.44). Todavia, é em outra declaração de Jesus que encontramos apoio ainda mais forte do Senhor à autoridade inquestionável das Escrituras: "É mais fácil passar o céu e a terra do que cair um til sequer da lei" (Lc 16.17). A Palavra de Deus não pode ser anulada. Provém de Deus e está envolta na autoridade divina que o próprio Deus lhe concedeu. Implicações da doutrina bíblica da Inspiração Há certos fatos que, embora não formalmente apresentados na doutrina da inspiração, acham-se implícitos. Vamos tratar aqui de três deles: a igualdade entre o Antigo e o Novo Testamento, a variedade da expressão literária e a inerrância do texto. A inspiração diz respeito igualmente ao Antigo e ao Novo Testamento A maioria das passagens citadas acima a respeito da natureza plena da inspiração refere-se diretamente ao Antigo Testamento. Com base em que, então, podem aplicar-se (por extensão) ao Novo Testamento? A resposta a essa pergunta é que o Novo Testamento, à semelhança do Antigo, reivindica a virtude de ser Escritura Sagrada, escrito profético, e toda a Escritura e todos os escritos proféticos devem ser considerados inspirados por Deus. De acordo com II Timóteo 3.16, toda a Escritura é inspirada. Ainda que a referência explícita, aqui, refira-se ao Antigo Testamento, é verdade que o Novo Testamento também deve ser considerado Escritura Sagrada. Pedro, por exemplo, classifica as cartas de Paulo como parte das "outras Escrituras" do Antigo Testamento (II Pe 3.16). Em I Timóteo 5.16, Paulo cita o evangelho de Lucas (10.7), referindo-se a ele como "Escritura". Tal fato é mais significativo ainda quando consideramos que nem Lucas, nem Paulo fizeram parte do grupo dos ESUTES – Escola Superior deTeologia do ES 23 doze apóstolos. Visto que as cartas de Paulo e os escritos de Lucas (Lucas e Atos; v. At 1.1, Lc 1.1-4) foram classificados como Escritura Sagrada, por implicação direta o resto do Novo Testamento, escrito pelos apóstolos, também é considerado Escritura Sagrada. Em suma, se "toda Escritura é divinamente inspirada" e o Novo Testamento é considerado Escritura, decorre disso claramente que o Novo Testamento é encarado com a mesma autoridade do Antigo. Na verdade, é exatamente assim que os cristãos, desde o tempo dos apóstolos, têm considerado o Novo Testamento. Eles o consideravam com a mesma autoridade do Antigo Testamento. Além disso, de acordo com II Pedro 1.20,21, todas as mensagens escritas de natureza profética foram dadas ou inspiradas por Deus. E, visto que o Novo Testamento reivindica a natureza de mensagem profética, segue-se que ele também reclama autoridade igual à dos escritos proféticos do Antigo Testamento. João, por exemplo, refere-se ao livro do Apocalipse da seguinte forma: "palavras da profecia deste livro" (Ap 22.18). Paulo afirmou que a igreja estava edificada sobre o alicerce dos apóstolos e profetas do Novo Testamento (Ef 2.20; 3.5). Visto que o Novo Testamento, à semelhança do Antigo, é um texto dos profetas de Deus, ele possui por essa razão a mesma autoridade dos textos inspirados do Antigo Testamento. A Inspiração abarca uma variedade de fontes e de Gêneros Literários O fato de a inspiração ser verbal, ou escrita, não exclui o uso de documentos literários e de gêneros literários diferentes entre si. As Escrituras Sagradas não foram ditadas palavra por palavra, no sentido comum que se atribui ao verbo ditar. Na verdade, há certos trechos menores da Bíblia, como, por exemplo, os Dez Mandamentos, que Deus outorgou diretamente ao homem (Dt 4.10), mas em parte alguma está escrito ou fica implícito que a Bíblia é resultante de um ditado palavra por palavra. Os autores das Sagradas Escrituras eram escritores e compositores, não meros secretários, amanuenses ou estenógrafos. Há vários fatores que contribuíram para a formação das Escrituras Sagradas e dão forte apoio a essa afirmativa. Em primeiro lugar, existe uma diferença marcante de vocabulário e de estilo de um escritor para outro. Comparem-se as poderosas expressões literárias de Isaías com os tons lamurientos de Jeremias. Compare-se a construção literária de suma complexidade, encontrada em Hebreus, com o estilo simples de João. Distinguimos facilmente a linguagem técnica de Lucas, o médico amado, da linguagem de Tiago, formada de imagens pastorais. Em segundo lugar, a Bíblia faz uso de documentos não-bíblicos, como o Livro de Jasar (Js 10.13; 2Sm 1.18), o livro de Enoque (Jd 14) e até o poeta Epimênedes (At 17.28). Somos informados de que muitos dos provérbios de Salomão haviam sido editados pelos homens de Ezequias (Pv 25.1). Lucas reconhece o uso de muitas fontes escritas sobre a vida de Jesus, na composição de seu próprio evangelho (Lc 1.1-4). Em terceiro lugar, os autores bíblicos empregavam vasta variedade de gêneros literários; tal fato não caracteriza um ditado monótono em que as palavras são pronunciadas uma após a outra, segundo o mesmo padrão. Grande parte das Escrituras é formada de poesia (e.g., Jó, Salmos, Provérbios). Os evangelhos contêm muitas parábolas. Jesus empregava a sátira (Mt 19.24), Paulo usava alegorias (Gl 4) e até hipérboles (Cl 1.23), ao passo que Tiago gostava de usar metáforas e símiles. Por fim, a Bíblia usa a linguagem simples do senso comum, do dia-a-dia, que salienta a ocorrência de um acontecimento, não a linguagem de fundamento científico. Isso não significa que os autores usassem linguagem anticientífica ou negadora da ciência, e sim linguagem popular para descrever fenômenos científicos. Não é mais anticientífico afirmar que o sol permaneceu parado (Js 10.12) do que dizer que o sol nasceu ou subiu (Js 1.15). Dizer que a rainha de Sabá veio "dos confins da terra" ou que as pessoas no Pentecostes vieram "de todas as nações debaixo do céu" não é dizer coisas com exatidão científica. Os autores usaram formas comuns, gramaticais de expressar seu pensamento sobre os assuntos. Por isso, o que quer que fique implícito na doutrina dos escritos inspirados, os dados das Escrituras mostram com clareza que elas incluem o emprego de grande variedade de fontes literárias e de estilos de expressão. Nem todas as mensagens vieram diretamente de Deus, mediante ditado. Tampouco foram expressas de modo uniforme e literal. É preciso que se entenda a inspiração da perspectiva histórica e gramatical. A inspiração não pode ser ESUTES – Escola Superior de Teologia do ES 24 entendida como um ditado uniforme, ainda que divino, que exclua os recursos, a personalidade e as variadas formas humanas de expressão. Inspiração pressupõe inerrância A Bíblia não só é inspirada; é também, por causa de sua inspiração, inerrante, não contém erro. Tudo quanto Deus declara é verdade isenta de erro. Com efeito, as Escrituras afirmam ser a declaração (aliás, as próprias palavras) de Deus. Nada do que a Bíblia ensina contém erro, visto que a inerrância é conseqüência lógica da inspiração divina. Deus não pode mentir (Hb 6.18); sua Palavra é a verdade (Jo 17.17). Por isso, seja qual for o assunto sobre o qual a Bíblia diga alguma coisa, ela só dirá a verdade. Não existem erros históricos nem científicos nos ensinos das Escrituras. Tudo quanto a Bíblia ensina vem de Deus e, por isso, não tem a mácula do erro. Não é possível refugir às implicações da inerrância factual com a declaração de que a Bíblia nada tem para dizer a respeito de assuntos factuais ou históricos. Grande parte da Bíblia apresenta-se como história. Bastam as tediosas genealogias para atestar essa realidade. Alguns dos maiores ensinos da Bíblia, como a criação, o nascimento virginal de Cristo, a crucificação e a ressurreição corpórea, claramente pressupõem matérias factuais. Não existem meios de "espiritualizar" a natureza factual e histórica dessas verdades bíblicas, sem praticar violência terrível contra a análise honesta do texto, da perspectiva cultural e gramatical. A Bíblia não é um compêndio de Ciências, mas, quando trata de assuntos científicos em seu ensino, o faz sem cometer erro. A Bíblia não é um compêndio de História, mas, sempre que a história secular se cruza com a história sagrada em suas páginas, a Bíblia faz referência a ela sem cometer erro. Se a Bíblia não fosse inerrante e não estivesse certa nas questões factuais, empíricas, comprováveis, de que maneira seria possível confiar nela em questões espirituais, não sujeitas a testes? Como disse Jesus a Nicodemos: "Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais?" (Jo 3.12). TTEEOORRIIAASS SSOOBBRREE AA IINNSSPPIIRRAAÇÇÃÃOO DDAA BBÍÍBBLLIIAA As várias teorias a respeito da Inspiração Ao longo da história, as teorias a respeito da inspiração da Bíblia têm variado segundo as características essenciais de três movimentos teológicos: a ortodoxia, o modernismo e a neo-ortodoxia. Ainda que essas três perspectivas não se limitem a um único período, suas manifestações primordiais são características de três períodos sucessivos na história da igreja. Na maior parte dessa história, prevaleceu a visão ortodoxa, a saber: a Bíblia é a Palavra de Deus. Com o surgimento do modernismo, muitas pessoas vieram a crer que a Bíblia meramente contém a Palavra de Deus. Mais recentemente, sob a influência do existencialismo contemporâneo, os teólogos neo-ortodoxos têm ensinado que a Bíblia torna-se a Palavra de Deus quando a pessoa tem um encontro pessoal com Deus em suas páginas. Teoria da Inspiração Natural Humana Ensina que a Bíblia foi escrita por homens de intelecto especial como Sócrates
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