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Direitos humanos

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DIREITOS HUMANOS – Por: Viviane Constante 
 
 
1 
DIREITOS HUMANOS 
 
Os direitos humanos são um conjunto de direitos considerados 
essenciais e indispensável para uma vida humana digna pautada na 
liberdade, igualdade e dignidade. 
Os direitos humanos possuem estrutura variada, podendo ser: 
• Direito-pretensão, consistindo na busca de algo, gerando a 
contrapartida de outrem o dever de prestar – exemplo: direito à educação 
fundamental, que gera o dever do Estado de prestá-la gratuitamente (art. 208, I, 
da CF/88); 
• Direito-liberdade, consistindo na faculdade de agir que gera a 
ausência de direito de qualquer outro ente ou pessoa – exemplo: liberdade de 
credo, de modo que, quando alguém o tem, o Estado ou terceiros não possuem 
nenhum direito (ausência de direito) de exigir que essa pessoa tenha 
determinada religião (art. 5°, VI, da CF/88); 
• Direito-poder, implicando uma relação de poder de uma pessoa 
de exigir determinada sujeição do Estado ou de outra pessoa – exemplo, uma 
pessoa tem o poder de, ao ser presa, requerer a assistência da família e de 
advogado, o que impõe a autoridade pública providenciar tais contatos (art. 5°, 
LXIII, da CF/88); 
• Direito-imunidade, consistindo na autorização dada por uma 
norma a uma determinada pessoa, impedindo que outra interfira de qualquer 
modo – exemplo: uma pessoa é imune à prisão, a não ser em flagrante delito ou 
por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente (art. 5°, 
LVI, da CF/88). 
 
DIREITO DO HOMEM, DIREITOS FUNDAMENTAIS E 
DIREITOS HUMANOS 
A doutrina costuma fazer uma diferenciação entre esses institutos e 
terminologias, conforme segue. 
DIREITOS DO 
HOMEM 
Trata-se exatamente do direito biológico, jusnatural, 
aquele que está inerente ao ser humano. Dessa forma, 
tais direitos independem de positivação porque são 
inatos. 
 
(Jusnaturalismo – independe de positivação) 
DIREITOS HUMANOS – Por: Viviane Constante 
 
 
2 
 
Ex: direito à vida – basta a condição de ser humano para 
possuir o direito à vida, não havendo necessidade de 
positivação. 
DIREITOS 
FUNDAMENTAIS 
São também direitos do homem, no entanto, estão 
positivados e encontram sua positivação no direito 
interno. 
 
São nacionais (plano interno) 
 
Por serem mais restritos territorialmente, se preocupam 
menos com questões de relativismo cultural. 
 
Ex: o direito à vida como “direito do homem” foi observado 
sob a ótica do art. 5°, caput, da CF/88, tendo-se, portanto, 
um direito fundamental à vida. 
DIREITOS 
HUMANOS 
São direitos pertencentes ao ser humano, como os 
demais, no entanto, estão positivados no direito 
externo. 
 
São supranacionais (plano internacional) 
 
Conferem atenção especial a questões de relativismo 
cultural devido à abrangência territorial global. 
 
Ex: o mesmo direito à vida ao ser previsto no Pacto de 
São José da Costa Rica – que é um Tratado Internacional 
– é considerado um direito humano à vida. 
 
 
 
DIREITOS HUMANOS NA HISTÓRIA 
A ANTIGUIDADE ORIENTAL: período compreendido entre os séculos 
VIII e II a.C. 
DICA DE PROVA: nas questões discursivas ou mais 
teóricas, os examinadoras costumam não aceitar a 
confusão de tais Direitos. Assim, por exemplo, o examinado 
não poderá falar em Direito Humano à vida, previsto na 
CF/88, mas sim em Direito Fundamental à vida. 
DIREITOS HUMANOS – Por: Viviane Constante 
 
 
3 
• Menes (3100-2850 a.C.), no Antigo Egito; 
• Código de Hammurabi (1792-1750 a.C.), na Suméria antiga, sendo 
considerado o primeiro código de normas de condutas, esboçando os direitos 
dos indivíduos, em especial o direito à vida, propriedade e honra. 
 
GRÉCIA E A DEMOCRACIA ATENIENSE: período compreendido entre 
o século V a.C.) 
• A democracia ateniense foi aquela que adotou, quando aos direitos 
políticos, a participação política dos cidadãos, ainda que com diversas 
exclusões; 
• Platão, em A República (400 a.C.) defendeu a igualdade e a noção 
do bem comum; 
• Aristóteles, na Ética a Nicômaco, chamou atenção para a 
importância do agir com justiça, para o bem todos da pólis, mesmo em face de 
leis injustas; 
• A peça de Sófocles, Antígona (421 a.C.). 
 
A REPÚBLICA ROMANA 
• O direito romano contribuiu para a proteção dos direitos humanos 
com a sedimentação do princípio da legalidade; 
• Lei das Doze Tábuas; 
• Consagração de direitos como o da propriedade, liberdade, 
personalidade jurídica, entre outros. 
 
INFLUÊNCIAS DO CRISTIANISMO E DA IDADE MÉDIA 
• Entre os hebreus (1800-1500 a.C.), os cinco livros de Moisés 
(Torah) prescrevem solidariedade e preocupação com o bem-estar de todos; 
• O cristianismo contribuindo quando em trechos bíblicos prega-se a 
igualdade e solidariedade com o semelhante; 
• São Tomás de Aquino, em sua obra Suma Teológica (1273), 
defendeu a igualdade dos seres humanos e a aplicação justa da lei; 
• Na Idade Média ainda surgem os primeiros movimentos de 
reivindicação de liberdades a determinados estamentos, como a Declaração das 
Cortes de Leão adotada na Península Ibérica em 1188 e a Magna Carta inglesa 
de 1215 (catálogo de direitos dos indivíduos contra o Estado). 
 
INÍCIO DA IDADE MODERNA 
DIREITOS HUMANOS – Por: Viviane Constante 
 
 
4 
• Questionamento do Estado Absolutista durante o século XVII e a 
busca pela limitação do poder; 
• Petition of Rights de 1628 estabelecendo o dever do rei de não 
cobrar impostos sem a autorização do Parlamento; 
• Habeas Corpus Act (1679), a qual formalizou o mandado de 
proteção judicial aos que haviam sido injustamente presos; 
• Bill of Rights (1689), reduzindo o poder autocrático dos reis; 
• Act of Settlement (1701), que serviu tanto para fixar de vez a linha 
de sucessão da cora inglesa, quanto para reafirmar o poder do Parlamento e a 
necessidade do respeito da vontade da lei, resguardando-se os direitos dos 
súditos contra a volta da tirania dos monarcas. 
 
HOBBES, GRÓCIO, LOCKE, ROUSSEAU E OS ILUMINISTAS 
• Thomas Hobbes (Leviatã – 1651) foi um dos primeiros a ter um 
texto que versa claramente sobre o direito do ser humano, que é ainda tratado 
como sendo pleno no estado da natureza, concluindo que o ser humano abre 
mão de sua liberdade inicial e se submete ao poder do Estado, ao passo que 
esse oferece segurança ao indivíduo, diante das ameaças de seus semelhantes. 
No entanto, o indivíduo não possuirá nenhuma proteção contra o poder do 
Estado; 
• Hugo Grócio (Da guerra e da paz – 1625) defendeu a existência do 
direito natural, de cunho racionalista, reconhecendo, assim, que suas normas 
decorrem de “princípios inerentes ao ser humano”; 
• John Locke (Tratado sobre o governo civil – 1689) defendeu o 
direito dos indivíduos mesmo contra o Estado. O governo não pode ser arbitrário 
e deve ter seu poder limitado pela supremacia do bem público; 
• Abbé Charles de Saint-Pierre (Projeto de paz perpétua – 1713) 
defendeu o fim das guerras europeias e o estabelecimento de mecanismos 
pacíficos para superar as controvérsias entre os Estados em uma precursora 
ideia de federação mundial; 
• Jean-Jacques Rousseau (Do contrato social – 1762) prega que a 
vida em sociedade é baseada em um contrato – o pacto social – entre homens 
livres e iguais; 
• Cesare Beccaria (Dos delitos e das penas – 1766) sustentou a 
existência de limites para a ação do Estado na repressão penal, balizando os 
limites do jus puniendi que reverberam até hoje; 
• Kant (Fundamentação da metafísica dos costumes – 1785) 
defendeu a existência da dignidade intrínseca a todo ser racional, que não tem 
preço ou equivalente. Justamente em virtude dessa dignidade, não se pode tratar 
o ser humano como um meio, mas sim como um fim em si mesmo. 
 
DIREITOS HUMANOS – Por: Viviane Constante 
 
 
5 
FASE DO CONSTITUCIONALISMO LIBERAL E DAS DECLARAÇÕES 
DE DIREITOS 
• As revoluções liberais, inglesa, americana e francesa, e suas 
respectivas Declarações de Direitosmarcaram a primeira clara afirmação 
histórica dos direitos humanos; 
• Processo de independência das colônias britânicas na América do 
Norte, culminando na Constituição norte-americana de 1787; 
• Declaração do Bom Povo de Virgínia (1776); 
• Projeto de Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, de 1791, 
reivindicando a igualdade de direitos de gênero; 
• Declaração Francesa dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789) 
consagrada como sendo a primeira com vocação universal. Esse universalismo 
será o grande alicerce da futura afirmação dos direitos humanos no século XX, 
com a edição da Declaração Universal dos Direitos Humanos. 
 
FASE DO SOCIALISMO E DO CONSTITUCIONALISMO SOCIAL 
• Europa do século XIX: movimentos socialistas ganham apoio nos 
seus ataques ao modo de produção capitalista; 
• Revolução Russa (1917) que estimulou novos avanços na defesa 
da igualdade e justiça social; 
• Introdução dos chamados direitos sociais, que pretendiam 
assegurar condições materiais mínimas de existência, em várias Constituições; 
• Constituição do México (1917) e da República da Alemanha 
(Constituição de Weimar de 1919) e, no Brasil, a Constituição de 1934; 
• Plano do Direito Internacional: consagrou-se, pela primeira vez, 
uma organização internacional voltada à melhoria das condições dos 
trabalhadores – a Organização Internacional do Trabalho, criada em 1919 pelo 
próprio Tratado de Versailles que pôs fim à Primeira Guerra Mundial. 
 
INTERNACIONALIZAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS 
• Nova organização da sociedade internacional no pós-Segunda 
Guerra Mundial; fatos anteriores levaram ao reconhecimento da vinculação entre 
a defesa da democracia e dos direitos humanos com os interesses dos Estados 
em manter um relacionamento pacífico na comunidade internacional; 
• Carta da Organização das Nações Unidas pós-Segunda Guerra 
Mundial e Declaração Universal dos Direitos Humanos; 
• Carta de São Francisco: tratado institutivo da ONU. 
 
DIREITOS HUMANOS – Por: Viviane Constante 
 
 
6 
OS QUATRO STATUS DE JELLINEK (NA VISÃO DOS DIREITOS 
HUMANOS) 
Desenvolvida em fins do século XIX por Georg Jellinek aponta quatro 
status (situações jurídicas) do indivíduo perante o Estado, conforme segue: 
a) Status passivo (status subjectionis): significa que o indivíduo 
pode se encontrar em uma situação de subordinação em relação ao Poder 
Público, possuindo deveres face ao Estado (obrigações e imposições, como, por 
exemplo, a imposição do serviço militar obrigatório). Aqui, temos o indivíduo 
numa relação de SUJEIÇÃO/SUBORDINAÇÃO em relação ao Estado. 
b) Status ativo (status activus): o indivíduo pode participar nas 
decisões políticas, o que se relaciona com os direitos fundamentais de 
participação política. Temos o indivíduo exercendo a sua capacidade de 
democracia direta, de direito ao voto, da participação política, da pluralidade 
democrática. 
c) Status negativo (status libertartis): existe uma esfera de 
liberdade do indivíduo que deve ser respeitada pelo Estado. Trata-se de uma 
esfera especialmente protegida, não devendo o Estado interferir nessa esfera de 
liberdade. Em razão disso, o indivíduo pode exigir do Estado uma abstenção 
(postura negativa, um não fazer). 
d) Status positivo (status civitatis): situação jurídica na qual o 
indivíduo pode exigir do Estado uma atuação, uma postura positiva, um fazer 
algo. Relaciona-se com direitos a prestações – ações concretas para viabilizar a 
aplicação de determinados direitos, por exemplo, direito à educação, direito à 
saúde. 
 
TEORIA DAS GERAÇÕES OU DIMENSÕES DOS DIREITOS 
HUMANOS 
 A teoria das gerações dos direitos humanos foi lançada pelo jurista 
francês de origem checa, Karel Vasak, que classificou os direitos humanos em 
três gerações, cada uma com características próprias. Posteriormente, alguns 
autores passaram a defender a ampliação da classificação para quatro ou até 
cinco gerações. 
 
DIREITOS HUMANOS – Por: Viviane Constante 
 
 
7 
GERAÇÃO OU DIMENSÃO? QUAL A TERMINOLOGIA 
MAIS ADEQUADA? O termo gerações de direitos humanos 
é a terminologia mais tradicional, mas atualmente alguns 
doutrinadores entendem não ser a terminologia correta a ser 
utilizada, uma vez que “geração” passa a impressão errônea 
de que uma geração supera, substitui a outra, o que não 
acontece. O termo dimensão, por sua vez, é classificado como o mais 
adequado, uma vez que os direitos humanos são complementares, e não 
blocos isolados, são dinâmicos e inesgotáveis. 
 
ATENÇÃO: por serem dinâmicos, não raras vezes 
iremos encontrar um direito humano em mais de 
uma dimensão (ou geração). 
 
Cada geração foi associada a um dos componentes do lema da 
Revolução Francesa: “liberdade, igualdade, fraternidade”. 
 
PRIMEIRA DIMENSÃO 
Surgiu na passagem do Estado Absolutista, onde o rei concentrava em 
si a figura do Estado, para o Estado Liberal. No Estado Absolutista o indivíduo 
não era protagonista, deixado de lado, ficando em segunda plano. O Estado, 
opressor, não possuía limitações. 
Dessa forma, passou-se a exigir que o Estado não mais intervisse nas 
relações dos indivíduos. Exigiam-se liberdades negativas, ou seja, uma 
abstenção estatal. É atribuída ao Estado uma obrigação de não fazer, de não 
atuar, onde o indivíduo passa a ser visto com o centro. 
O Estado passa a ter um papel passivo. 
DIREITOS DESSA GERAÇÃO: direitos individuais, civis e políticos, 
direito à vida, à liberdade, à propriedade. 
DOCUMENTOS RELEVANTES: Magna Carta (1215), que garantiu o 
direito à propriedade; Bill of Rights, inserida justamente na passagem do Estado 
Absolutista para o Estado Liberal; Declaração do Bom Povo do Estado da 
Virgínia (1776); Declaração dos Direitos dos Homens e do Cidadão. 
No Brasil: Constituição do Império (1824) e Constituição da República 
(1891). 
 
DIREITOS HUMANOS – Por: Viviane Constante 
 
 
8 
SEGUNDA DIMENSÃO 
Com a Revolução Industrial e chegada do século XX os indivíduos 
passaram a precisar da intervenção do Estado, ou seja, um fazer estatal. 
Busca-se alcançar a liberdade material, substancial. 
DIREITOS DESSA GERAÇÃO: direitos de igualdade, direitos 
econômicos, sociais e culturais. 
DOCUMENTOS RELEVANTES: Constituição Mexicana, Constituição de 
Weimar e Tratado de Versalhes. 
No Brasil: Constituição de 1934 – “Era Vargas”. 
 
TERCEIRA DIMENSÃO 
Nessa dimensão tem-se como um grande marco a “Internacionalização 
dos Direitos Humanos”. 
Com o fim da Segunda Guerra Mundial os países se uniram e criaram a 
Organização das Nações Unidas (1945), que prezava pela fraternidade e 
solidariedade. Retira-se o foco do indivíduo e de seus interesses e 
necessidades pessoais. Não se busca mais satisfazer o particular, mas sim o 
interesse da coletividade, ou seja, os direitos difusos e coletivos (direitos 
que pertencem a todos). 
A titularidade, portanto, é indeterminada. 
DIREITOS DESSA GERAÇÃO: direitos difusos e coletivos; meio 
ambiente; autodeterminação dos povos. 
DOCUMENTOS RELEVANTES: Declaração Universal dos Direitos 
Humanos (1948). 
No Brasil: Constituição de 1988 – “Constituição Cidadã”. 
 
QUARTA E QUINTA DIMENSÃO 
Alguns doutrinadores trazem essas novas dimensões. 
Na quarta dimensão temos, por exemplo, o pluralismo político, o 
biodireito, a bioética, autodeterminação dos povos, direito à internet, entre 
outros. 
Na quinta dimensão, por sua vez, tem-se o direito à paz e à segurança 
internacional. 
 
DIREITOS HUMANOS – Por: Viviane Constante 
 
 
9 
JURISPRUDÊNCIA SOBRE O TEMA 
No julgamento do MS 22.164/SP, o Tribunal Pleno, de Relatoria Celso de 
Mello, DJ de 17.11.195, p. 392206, sintetizou a classificação dos direitos 
humanos em gerações: Os direitos de primeira geração (direitos civis e políticos) 
compreendem as liberdades clássicas, negativas ou formais, realçam o princípio 
da liberdade. Os direitos de segunda geração (direito econômico, sociais eculturais) que se identificam com as liberdades positivas, reais ou concretas, 
acentuam o princípio da igualdade. Os direitos de terceira geração materializam 
poderes de titularidade coletiva atribuídos genericamente a todas as formações 
sociais, consagram o princípio da solidariedade e constituem um momento 
importante no processo de desenvolvimento, expansão e reconhecimento dos 
direitos humanos, caracterizados enquanto valores fundamentais indisponíveis, 
pela nota de uma essencial inexauribilidade. 
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS HUMANOS 
Universalidade: os direitos humanos são atribuídos a TODOS os seres 
humanos, não importando nenhuma qualidade adicional, como nacionalidade, 
credo, opção política, orientação sexual, entre outras. São, portanto, oponíveis 
a todo o ser humano. Como consequência dessa característica temos que o 
indivíduo que tiver seu direito violado, negligenciado em âmbito interno, poderá 
recorrer a instâncias internacionais para garantir a proteção deles. 
Historicidade: os direitos humanos são considerados históricos porque 
são fruto das manifestações ocorridas ao longo dos anos, sendo resultado 
daquilo que a sociedade ansiava em determinado momento da história. 
Complementariedade: os direitos humanos se complementam. Um 
direito conquistado em determinado período é agregado e reforçado por outro. 
Relatividade: os direitos humanos não são absolutos, sendo, portanto, 
relativos. Eles são relativizados, inclusive, por outros direitos humanos. 
ATENÇÃO: há dois direitos que são tidos como absolutos! A Declaração 
Universal dos Direitos Humanos traz que 02 direitos não podem ser relativizados 
em hipótese alguma, sendo, portanto, considerados absolutos. São eles: 
DIREITO À VEDAÇÃO À TORTURA e DIREITO À VEDAÇÃO À ESCRAVIDÃO. 
Inexauribilidade: os direitos humanos são inesgotáveis, não possuem 
fim. Ademais, são inexauríveis no sentido de que têm a possibilidade de 
expansão, a eles podendo ser sempre acrescidos novos direitos, a qualquer 
tempo, conforme preceitua, inclusive, o §2° do artigo 5° da CF/88. 
“Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem 
outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos 
DIREITOS HUMANOS – Por: Viviane Constante 
 
 
10 
tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja 
parte”. 
Essencialidade: os direitos humanos são essências, são básicos a vida 
em sociedade. 
Indisponibilidade ou Inalienabilidade: os direitos humanos não 
possuem valoração econômica. Eles não podem ser vendidos ou alienados. 
Irrenunciabilidade: os indivíduos detentores dos direitos não podem abrir 
mão deles, ou seja, não pode renunciá-los. 
Imprescritibilidade: o titular do direito não o perderá por não utilizá-lo, ou 
seja, eles não podem sair da esfera de proteção pelo simples não exercício de 
seu titular. 
Vedação ao retrocesso: não há a possibilidade de extinção dos direitos 
já conquistados, já tutelados. Não pode o Estado proteger menos do que já 
protegia anteriormente. 
 
 RESERVA DO POSSÍVEL E O MÍNIMO EXISTENCIAL 
 
O mínimo existencial se refere a um conjunto de direitos cuja 
concretização e eficácia é imprescindível para promover condições 
adequadas de existência digna, fundada na dignidade da pessoa humana. São 
assegurados o direito geral de liberdade e os direitos sociais básicos, como o 
direito à educação, à saúde, à moradia, à alimentação, à previdência e 
assistência social, entre outros. 
Sabemos que os direitos sociais, em especial, demandam um fazer 
estatal, ou seja, sua efetivação muitas vezes depende da implementação de 
políticas públicas. 
Ocorre que a efetivação desses direitos pode esbarrar em argumentos 
referentes à falta de recursos disponíveis pelo Estado. 
Surge então o que a doutrina denomina de “reserva do possível”. 
Trata-se de uma teoria desenvolvida originariamente pelo Tribunal 
Constitucional Federal da Alemanha, pelo qual se reconhece a limitação de 
recursos estatais, impedindo a implementação imediata de todos os direitos 
que exigem prestações positivas por parte do Estado. Dessa forma, o Estado 
não pode ser exigido a concretizar todos os direitos que dependam de 
prestações, uma vez que seus recursos são finitos. 
Os recursos públicos não sendo ilimitados, não haveria a possibilidade de 
se implementar absolutamente tudo aquilo que fosse exigido. 
DIREITOS HUMANOS – Por: Viviane Constante 
 
 
11 
Muitas das vezes, diante da omissão do Estado na implementação de 
políticas públicas e na efetivação dos direitos tidos como essenciais para a 
existência digna, surge o Poder Judiciário que, provocado, pode intervir, 
exigindo do Poder Executivo a adoção de providências que visem a 
melhoria da qualidade da prestação daquilo que foi exigido. 
Em nosso ordenamento jurídico, o próprio Supremo Tribunal Federal já 
decidiu pela constitucionalidade dessa intervenção, de modo que não há 
ofensa ao princípio separação dos poderes. 
O STF reconheceu que a cláusula da reserva do possível não pode ser 
invocada com o propósito de obstaculizar a implementação de direitos, pois 
tal conduta do Poder Público viola a “garantia constitucional do mínimo 
existencial”, que é fruto, para o STF, da junção do art. 1º, III (dignidade humana), 
e do art. 3º, III (erradicação da pobreza e da marginalização, bem como redução 
das desigualdades sociais e regionais), da Constituição (STF, ARE 639.337 
AgR, rel. Min. Celso de Mello, j. 23-8-2011, 2ª T., DJe de 15-9-2011). 
 
EFICÁCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
Eficácia vertical dos direitos fundamentais: consiste na aplicação dos 
direitos fundamentais às relações entre Estado e particulares. Refere-se à 
relação de subordinação que o particular tem com o Estado. 
Eficácia horizontal dos direitos fundamentais: consiste na aplicação 
dos direitos fundamentais às relações entre os próprios particulares. 
Acrescenta-se que parte da doutrina desenvolveu a eficácia diagonal dos 
direitos fundamentais. Essa eficácia é tida como um meio termo entre as duas 
anteriormente citadas, uma vez que é uma relação entre particulares, mas em 
que há uma desigualdade fática, ou seja, é composta exclusivamente por 
particulares, mas existe um desequilíbrio. É o que acontece, por exemplo, em 
relações de trabalho. 
 
DIMENSÕES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
Dimensão objetiva: trata-se de uma construção do Tribunal 
Constitucional alemão, na década de, e guarda relação com o “objeto” dos 
direitos fundamentais. Se refere às normas que impõem deveres ao Estado, 
DIREITOS HUMANOS – Por: Viviane Constante 
 
 
12 
além de consagrar os valores mais importantes em uma comunidade política. A 
dimensão objetiva se preocupa com o próprio direito fundamental. 
Dimensão subjetiva: está voltado ao sujeito, ao indivíduo e sua relação 
com o Estado. É o indivíduo “dizendo” ao Estado que precisa de prestações 
positivas, ou seja, que o Estado interfira nas relações quando o particular assim 
necessitar; e, as prestações negativas, ou seja, que o Estado não interfira nas 
relações em que o particular não precisa de sua interferência. 
BIBLIOGRAFIA 
CASTILHO, Ricardo. Direitos humanos / Ricardo Castilho. – 6. ed. – São 
Paulo: Saraiva Educação, 2018. – (Coleção sinopses jurídicas; v. 30). 1. Direitos 
humanos - Brasil I. Título. II. Série. 
 
RAMOS, André de Carvalho Curso de Direitos Humanos. 7. ed. – São 
Paulo: Saraiva Educação, 2020.

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