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Pos - COBIT 2021

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EXPEDIENTE
EQUIPE DIRETIVA
Oswaldo Luiz Saenger
Presidente – Grupo Projeção
José Sérgio de Jesus
Reitor e Diretor de Educação
Henrique Vinícius Ramos e Silva
Diretor de Operações
Jonathan Rosa Moreira
Pró-Reitor e Diretor Acadêmico da Educação Superior
ORGANIZAÇÃO
José Sérgio de Jesus
Jonathan Rosa Moreira
Francisca Carla Santos Ferrer
Daniel Barbosa Santos
Fabrício Vieira de Santana
Thamires de Oliveira Alencar
EQUIPE EDITORIAL
Daniel Barbosa Santos
Francisca Carla Santos Ferrer
Luis Eduardo Gauterio Fonseca
Fabrício Vieira de Santana
DESENVOLVIMENTO E SUPORTE TÉCNICO
José Gustavo Dias Alves
Thamires de Oliveira Alencar
Wellington Douglas Cordeiro de Souza Junior
SUPORTE ADMINISTRATIVO E LOGÍSTICO
Érika Silva Nascimento
COBIT
Coleção 
Projeção lato sensu
Volume 6
JOSÉ SÉRGIO DE JESUS (Org)
JONATHAN ROSA MOREIRA (Org)
FRANCISCA CARLA SANTOS FERRER (Org)
DANIEL BARBOSA SANTOS (Org)
FABRÍCIO VIEIRA DE SANTANA (Org)
THAMIRES DE OLIVEIRA ALENCAR (Org)
 
Copyright © Projeção
Brasília - 2020
Diagramação: Fabrício Vieira de Santana
Capa: Thamires de Oliveira Alencar
Coleção: Projeção lato sensu
Volume: 6
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
 
Elaborada pelo processamento técnico da Biblioteca Central do Centro Universitário Projeção 
Bibliotecário Luís Eduardo Gauterio Fonseca - CRB 01/1597
 658.511.4
COBIT / Organizadores, José Sérgio de Jesus ... [et al.] – Brasília: Projeção, 2020. 63 p. ; 
30 cm. (Coleção Projeção latu sensu, v. 6)
ISBN: 978-65-89213-26-0
 1. Gestão de projetos 2. Capability Maturity Model Integration 3. Processos de software 
I. Jesus, José Sérgio de. IV. Título V. Coleção
 
 CDU 658.511.4
SUMÁRIO
06 .................................................................. Módulo 01 
Governança Corporativa e Governança de TI
20 ........................................................................ Módulo 02
Alinhamento Estratégico da TI
36 ........................................................................ Módulo 03
COBIT
50 ........................................................................ Módulo 04
Implantação da Governança de TI
GOVERNANÇA CORPORATIVA E GOVERNANÇA DE TI
MÓDULO 1
 7
APRESENTAÇÃO
Nessa unidade vamos compreender o que é Governança. Iniciaremos o estudo da nossa 
unidade pela Governança Corporativa, cujo objetivo é o de alinhar as expectativas entre exe-
cutivos e acionistas de uma organização empresarial. Além disso, ela deve favorecer o controle 
interno dos ativos organizacionais e possibilitar uma eficiente Gestão de Risco. Uma vez com-
preendidos os aspectos da Governança Corporativa, iniciaremos os estudos da Governança 
de TI, que tem objetivos semelhantes, porém, voltada para o monitoramento dos recursos e 
ativos de TI, em prol da atribuição de valor da TI para o negócio. Compreenderemos o escopo 
da Governança em TI, no sentido de alinhar estrategicamente a TI com a organização.
1. O que é Governança?
1.1 Governança Corporativa
Uma organização pode ser compreendida 
como um grupo de pessoas associadas com 
um objetivo em comum. Geralmente as or-
ganizações são estruturadas de forma hierár-
quica, com atividades voltadas para a execu-
ção de algum tipo de negócio. No topo dessa 
hierarquia estão aquelas pessoas que deter-
minam os rumos da organização. 
No caso das empresas, que são aquelas 
organizações que auferem lucro por suas ati-
vidades, as pessoas que determinam o seu 
rumo podem ser os seus proprietários, fun-
dadores ou sócios. No caso de empresas de 
capital aberto, Sociedades Anônimas (S.A.), 
por exemplo, são os seus acionistas. Também 
é possível que empresas constituam um con-
selho gestor e um conselho de sócios, que 
não são, necessariamente, compostos pelos 
mesmos membros.
O fato é que, nem sempre, os proprie-
tários ou acionistas são os responsáveis por 
efetuar a gestão da empresa. Por exemplo, 
qualquer um de nós pode ser acionista de 
uma grande empresa (S.A.), que possua ações 
negociadas na bolsa de valores. Mas, isso não 
significa que nós participemos da sua gestão, 
tomando decisões sobre investimentos, de-
missões de funcionários, contratos com for-
necedores, entre uma infinidade de outras 
tarefas inerentes à gestão de uma grande 
empresa. A gestão da empresa cabe aos seus 
executivos. E, é aí que entra a Governança.
A Governança Corporativa “[...] funda-
mentou-se para criar um conjunto
eficiente de mecanismos para assegurar 
que o comportamento dos executivos esteja 
sempre alinhado com o interesse dos acio-
nistas, e também para evitar fraudes, erros 
estratégicos e abusos de poder” (TOMIATTI, 
2012, p. 12).
A definição de Governança Corporativa, 
de acordo com o Instituto Brasileiro de Go-
vernança Corporativa (IBCG, 2020) é:
[...] o sistema pelo qual as organizações 
são dirigidas, monitoradas e incentivadas, 
envolvendo os relacionamentos entre 
proprietários, conselhos de administração, 
diretoria e órgãos de controle. As boas práticas 
de governança corporativa convertem princípios 
em recomendações objetivas, alinhando 
interesses com a finalidade de preservar e 
otimizar o valor da organização, facilitando 
seu acesso ao capital e contribuindo para sua 
longevidade. (IBGC, 2020).
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Ainda de acordo com IBGC, a Governança 
Corporativa traz alguns princípios. São eles:
•	 Princípio da Transparência: que consiste na 
obrigação e no desejo de informar resulta-
dos e ações. 
•	 Princípio da Equidade: tratamento igual para 
todos os acionistas.
•	 Princípio da Prestação de Contas: os agen-
tes da governança corporativa prestam con-
tas e são responsáveis pelos seus atos e 
omissões.
•	 Princípio da Responsabilidade Corporativa: 
os agentes de governança devem zelar pela 
sustentabilidade das organizações, visando 
a sua longevidade, incorporando considera-
ções de ordem social e ambiental na defini-
ção dos negócios e operações. 
Portanto, a Governança Corporativa surgiu 
como uma maneira de implementar boas práti-
cas de gestão, para minimizar os conflitos de in-
teresse existente entre os executivos gestores e 
os proprietários da empresa, definindo papéis e 
responsabilidades para cada um deles. 
Para Freitas (2013), o objetivo da governan-
ça é o de criar mecanismos eficientes de gestão, 
monitoramento e controle, com vistas a garan-
tir que as decisões dos gestores executivos e os 
processos empresariais estejam alinhados com 
os interesses dos proprietários ou acionistas. As-
sim, é possível conceder transparência no con-
trole interno e na gestão dos riscos para os in-
vestidores da empresa, garantindo retorno para 
os seus investimentos. A adoção de boas práticas 
de Governança Corporativa aumenta a confiança 
e a disposição dos investidores quem adquirir em 
ações da empresa.
1.2 Controle Interno e Gestão de Risco
Existem modelos de controle interno e de 
gestão de risco capazes de garantir que os prin-
cípios da governança corporativa sejam obede-
cidos. O principal modelo norteador da estru-
turação de sistemas de controles internos e de 
gestão de risco é o COSO - The Committee of 
Sponsoring Organizations ofthe Treadway Com-
mission (Comitê das Organizações Patrocinado-
ras). 
COSO é uma entidade sem fins lucrativos, 
dedicada à melhoria dos relatórios financeiros, 
pautado na ética, efetividade dos controles inter-
nos e governança corporativa. Ela foi criada por 
iniciativa do setor privado dos Estados Unidos 
(bancos e seguradoras) para estudar as causas 
de ocorrências de fraudes em relatórios financei-
ros e contábeis, desenvolvendo recomendações 
para empresas de capital aberto e para institui-
ções de ensino.
De acordo com o COSO, o controle interno 
é um processo que pode ser efetuado pelo con-
selho de administração, executivos ou qualquer 
outro funcionário de uma organização. Fernan-
des & Abreu (2014) definem, para o COSO, as 
seguintes finalidades:
•	 Eficiênciae eficácia das operações: que se 
refere à salvaguarda de seus ativos, preven-
ção e detecção de fraudes e erros.
•	 Confiabilidade das demonstrações financei-
ras: exatidão, integridade e confiabilidade 
dos registros financeiros e contábeis.
•	 Conformidade com as leis e regulamentos vi-
gentes: aderência às normas administrativas, 
às políticas da empresa e à legislação à qual 
está subordinada. 
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1.3 Sarbanes-Oxley e Basiléia II
Em 2001, a Enron Corporation, companhia 
de energia americana, localizada em Hous-
ton, Texas, que empregava cerca de 21.000 pes-
soas, decretou falência. Esse fato causou sur-
presa em toda a nação norte-americana, pois a 
Enron era uma das empresas mais admiradas no 
mundo. Era considerada a sétima maior empresa 
dos Estados Unidos, uma das líderes em distri-
buição de energia no país. No ano anterior ao 
da falência, seu faturamento havia atingido 101 
bilhões de dólares.
Entretanto, após a falência, descobriu-se, na 
verdade um grande escândalo financeiro, cujas 
dívidas chegavam à 13 bilhões de dólares. A 
verdade é que a Enron havia manipulado seus 
balanços financeiros com a ajuda de empresas 
e bancos. Esse evento provocou um efeito cas-
cata, que ocasionou a falência de várias outras 
empresas, entre elas fundos de pensão, fundos 
de investimentos e bancos. Além de prejuízos in-
calculáveis a acionistas e investidores.
Esse fato originou a elaboração de uma fa-
mosa lei, em 2002, pelos congressistas norte-a-
mericanos Paul Sarbanes e Michael Oxley (daí o 
nome da lei, apelidada de SOx), para proteger in-
vestidores e demais stakeholders de erros nos 
registros contábeis e a prática de fraudes. 
Figura 1: Paul Sarbanes e Michael Oxley 
Fonte: https://portaldeauditoria.com.br/
A SOx determina que as empresas aumentem 
seus processos de controle, segurança e transpa-
rência. Prevê mecanismos de auditoria, imprime 
responsabilidades à administração financeira da 
empresa, controla as escriturações contábeis e 
obriga a divulgação pública de informações. Ou 
seja, ela define boas práticas de governança cor-
porativa, o que proporciona maior controle inter-
no e gestão de riscos. 
O objetivo principal da SOx é o de identi-
ficar, combater e prevenir fraudes que possam 
impactar no desempenho financeiro das organi-
zações, garantindo o compliance (que é o dever 
de observar e cumprir rigorosamente a legislação 
à qual se submete determinada organização). To-
das as empresa norte-americanas e qualquer ou-
tra estrangeira, inclusive as brasileiras, mas que 
atuam nos Estados Unidos, estão submetidas 
aos preceitos da SOx.
Já o acordo de Basiléia II foi elaborado pelo 
Comitê de Basileia para Supervisão Bancária, que 
é um fórum internacional que tem como objetivo 
reforçar a regulação, a supervisão e as melhores 
práticas bancárias para a promoção da estabili-
dade financeira nas nações.
O Acordo de Basileia I (1988) estabelecia re-
comendações de exigências mínimas de capital 
para instituições financeiras internacionalmente 
ativas, principalmente para fins de mitigação do 
risco de crédito. Ou seja, era uma norma dire-
cionada aos grandes bancos. As recomendações 
conhecidas como Basileia II (2004), foram uma 
revisão desse primeiro acordo, que agregou prin-
cípios para uma avaliação mais precisa dos riscos 
aos quais as instituições financeiras estão sub-
metidas.
1.4 Compliance
O termo compliance tem origem no verbo 
inglês “comply”, que significa literalmente: agir 
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de acordo com uma regra, instrução ou coman-
do. Portanto, literalmente, quando uma empresa 
está em “compliance”, isso significa que ela está 
agindo em conformidade com as leis e regula-
mentos (internos e externos), definidos para a 
sua área de atuação. É fundamental que as em-
presas assegurem a conformidade dos seus ne-
gócios com a legislação vigente, além da regula-
mentação aplicável ao setor econômico e órgãos 
de regulação. 
Entretanto, o compliance vai muito além de 
apenas seguir leis e regulamentos. Atualmente, 
esse conceito também está relacionado a valores 
éticos do negócio e as melhores práticas do mer-
cado para atender às demandas da sociedade. 
Até mesmo a atenção com relação às questões 
socioambientais, atualmente são alvo do com-
pliance. 
2. Governança de TI
A Tecnologia da Informação (TI) possui im-
portância fundamental para a grande maioria das 
organizações, fornecendo suporte para todas as 
suas atividades, sejam elas estratégicas, táticas 
ou operacionais. É fundamental que os proces-
sos de gestão da TI nas organizações estejam 
imbuídos das melhores prática, para proporcio-
narem ganho substancial para as operações da 
empresa. O setor de TI existe para possibilitar 
que as operações da empresa sejam realizadas a 
contento e também que a própria gestão empre-
sarial aconteça com maior eficiência. 
De acordo com o IT Governance Institute 
(2007), a Governança de TI é uma responsabili-
dade da alta administração (incluindo diretores e 
executivos), na liderança e nos processos que ga-
rantem que a TI da empresa sustente e estenda 
as estratégias e objetivos da organização. Já na 
concepção da ISO/IEC 38.500 (ASSOCIAÇÃO 
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2009) a 
governança de TI “[...] é o sistema pelo qual o uso 
atual e futuro da TI são dirigidos e controlados. 
Significa avaliar e direcionar o uso da TI para dar 
suporte à organização e monitorar seu uso para 
realizar planos. Inclui a estratégia e as políticas 
de uso da TI dentro da organização”.
Segundo Weill e Ross (2004), a Governan-
ça de TI busca atender às práticas definidas pela 
Governança Corporativa, visando responder às 
seguintes questões:
1. As capacidades da TI melhoram a competiti-
vidade da empresa?
2. Todos os gerentes da empresa reconhecem 
suas responsabilidades com o gerenciamen-
to e o uso efetivo da TI – ou eles assumem 
que este é um problema apenas da área de 
TI?
3. Os investimentos em TI da empresa visam 
atender aos objetivos estratégicos ou a em-
presa desperdiça recursos e investimentos 
apenas para atender às iniciativas táticas e 
necessidades operacionais?
Para Fernandes e Abreu (2014), a governan-
ça de TI deve:
•	 Promover o alinhamento da TI ao negócio 
(suas estratégias e objetivos), tanto no que 
diz respeito a aplicações como à infraestru-
tura de serviços de TI;
•	 Providenciar a implantação de mecanismos 
que garantam a continuidade do negócio 
contra interrupções e falhas (manter e gerir 
as aplicações e a infraestrutura de serviços);
•	 Viabilizar, com áreas de controle interno, 
compliance e gestão de riscos, o alinhamento 
da TI a marcos de regulação externos, como 
a Sarbanes-Oxley (empresas que possuem 
ações ou títulos, papéis sendo negociados 
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em bolsas de valores norte-americanas), Ba-
sileia II (no caso de bancos), além de outras 
normas.
Portanto, perceba que a governança de TI é 
uma peça fundamental da própria Governança 
Corporativa. Afinal, a Governança Corporativa 
não consegue ser eficiente se não houver um 
correto gerenciamento dos ativos e dos serviços 
da TI no âmbito de uma organização. 
2.1 Componentes da Governança de TI
Para Fernandes e Abreu (2014), os compo-
nentes típicos da Governança em TI são:
•	 Riscos e compliance: consiste na definição 
da tolerância de riscos da organização e na 
avaliação conjunta dos riscos com o negócio, 
assim como nagarantia de que a TI está ade-
rente com requisitos de compliance externos 
e internos (através dos controles internos 
aplicáveis). 
•	 Avaliação independente: consiste na promo-
ção de avaliações (auditorias) independentes 
para verificar a conformidade da TI com re-
quisitos de compliance externos e com os 
controles internos aos quais está submetida. 
•	 Gestão da mudança organizacional: consis-
te no processo de avaliar a prontidão para 
a mudança das áreas de TI, em função da 
implantação de inovações em processos de 
gestão e operacional, do planejamento da 
mudança, do estabelecimento de mecanis-
mos de recompensas para a mudança e do 
gerenciamento da implantação da mudança.
•	 Alinhamento estratégico: consiste na inte-
ração entre a TI e a alta administração, no 
sentido de estabelecer os mecanismos de 
direitos decisórios, assim como a obtenção 
dos direcionadores estratégicos e objetivos 
de negócio que irão afetar a TI, bem como a 
sua contribuição para a operação e objetivos 
do negócio.
•	 Entrega de valor: consiste no gerenciamen-
to dos programas e projetos, na avaliação do 
valor entregue e no gerenciamento discipli-
nado do portfólio de TI. 
•	 Gestão do desempenho: consiste na defini-
ção de indicadores, mecanismos de coleta e 
análise de indicadores de resultado (metas) e 
de desempenho da TI. 
•	 Comunicação: consiste na comunicação do 
valor entregue pela TI ao negócio e em re-
lação ao seu desempenho no atendimento 
dos níveis de serviços e das metas estabele-
cidas pelo planejamento estratégico.
•	 Gerenciamento de recursos: consiste na 
supervisão do investimento, do uso e da 
alocação dos recursos de TI, por meio de 
avaliações periódicas das iniciativas e ope-
rações de TI, visando assegurar a existência 
de recursos suficientes e o alinhamento com 
objetivos estratégicos e necessidades de ne-
gócios atuais e futuras. 
2.2 Objetivos da Governança em TI
Para compreendermos os objetivos da Go-
vernança em TI, é necessário considerar a neces-
sidade de alinhamento entre os executivos de 
negócio, geralmente chamados de CEO (Chief 
Executive Officer) e os executivos de TI, os CIO 
(Chief Information Officer). Ambos assumem a 
responsabilidade de efetuar a gestão dos investi-
mentos feitos na área de TI em prol de vantagens 
competitivas para empresa. 
Para Fernandes e Abreu (2014), o principal 
objetivo da Governança de TI é alinhar a TI aos 
requisitos do negócio, apoiando o negócio, ga-
rantindo a continuidade dos serviços e a mini-
mização da exposição do negócio aos riscos de 
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TI. Para os mesmos autores, como desdobrando 
este objetivo principal, podemos identificar ou-
tros objetivos da Governança de TI.
•	 Promover o posicionamento mais claro e 
consistente da TI em relação às demais áreas 
de negócios da empresa.
•	 Promover o alinhamento e a priorização das 
iniciativas de TI com a estratégia do negócio.
•	 Promover o alinhamento da arquitetura de 
TI, sua infraestrutura e aplicações às neces-
sidades do negócio, em termos de presente 
e futuro. 
•	 Promover a implantação e melhoria dos pro-
cessos operacionais e de gestão necessários 
para atender aos serviços de TI, conforme 
padrões que atendam às necessidades do 
negócio.
•	 Prover a TI da estrutura de processos que 
possibilite a gestão do seu risco e compliance 
para a continuidade operacional da empresa.
•	 Promover o emprego de regras claras para 
as responsabilidades sobre decisões e ações 
relativas à TI no âmbito da empresa.
Dada a importância da tecnologia em todas 
as áreas do negócio, a Governança em TI tam-
bém é peça fundamental para efetuar a gestão 
dos riscos dentro da corporação. Outra atenção 
importante é que os recursos de TI sejam aplica-
dos em um contexto corporativo, com a finalida-
de de agregar valor ao negócio. A TI precisa visar 
o desenvolvimento dos processos de negócio, 
sempre com transparência, eficiência, eficácia e, 
principalmente, proporcionando lucro.
A Governança em TI é capaz de proporcionar 
valor agregado ao negócio, possibilitando que a 
organização gaste seus recursos com mais asser-
tividade. Portanto, a adequada utilização da TI 
no âmbito corporativo pode trazer inúmeros be-
nefícios para a organização. Em compensação, se 
mal utilizada, pode trazer um risco incalculável.
2.3 Escopo da Governança em TI
Para Fernandes e Abreu (2014), a Governan-
ça de TI compreende mecanismos e componen-
tes logicamente integrados, que permitem a exe-
cução do Planejamento Estratégico desenhado 
para a TI. Esses componentes são agrupados em 
quatro domínios. A estrutura que define esse es-
copo é a seguinte:
Figura 2: Os domínios e componentes da 
Governança de TI
Fonte: Fernandes e abreu (2014, p.38)
Vejamos a explicação a respeito de cada um 
desses componentes a seguir.
•	 Alinhamento estratégico – É a forma como 
a TI atende ao negócio. Corresponde às de-
finições da TI com relação à sua arquitetura, 
infraestrutura, aplicações, processos e orga-
nização; em conformidade com as necessi-
dades presentes e futuras do negócio. Essas 
definições devem constar do Plano Diretor 
de TI.
•	 Princípios de TI - São as regras que todos 
os colaboradores, desde a alta gestão até os 
de nível operacional, devem seguir. São de-
finições sobre a forma como os ativos de TI 
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devem ser utilizados.
•	 Gestão da demanda – É a análise sobre os 
serviços necessários para atender a deman-
da, incluindo análise das capacidades dos 
componentes, melhoria dos serviços, neces-
sidades de inovação, entre outros.
•	 Necessidades de aplicações – Aplicações de 
TI voltadas para atender à continuidade do 
negócio. Definem as aplicações que devem 
ser implantadas, assim como as que devem 
ser mantidas, melhoradas ou substituídas. 
•	 Arquitetura de TI - Conjunto computacional 
que define como será a utilização da TI, no 
âmbito de seus processos, tecnologias, apli-
cações.
•	 Infraestrutura de TI – Define a capacidade 
planejada para a TI (em termos de recursos 
técnicos é humanos).
•	 Objetivos de desempenho - Responde às 
metas traçadas pela administração da TI, 
para atender aos seus objetivos organizacio-
nais. Geralmente, estão relacionados a medi-
ção dos níveis de serviço. 
•	 Capacidade de atendimento da TI - Define 
a quantidade de recursos necessários para 
atender a demanda pelos sistemas e servi-
ços, sejam eles humanos ou recursos com-
putacionais. 
•	 Estratégia de sourcing - Sourcing é um mé-
todo da área de suprimentos que permite 
analisar o orçamento dedicado a determi-
nados produtos ou serviços, de acordo com 
um mapeamento de mercado para avaliar a 
melhor proporção custo-benefício para o ne-
gócio, em termos de suprimentos. 
•	 Política de segurança da informação - Con-
siste em determinar diretrizes e procedimen-
tos específicos, voltados a garantir a segu-
rança dos ativos da organização. 
•	 Competências - Corresponde ao conjunto 
de conhecimentos que torna possível o de-
senvolvimento e a implantação de iniciativas 
da área de TI.
•	 Processos e organização - Representa a for-
ma como os serviços e produtos de TI serão 
desenvolvidos, gerenciados e oferecidos aos 
usuários.
•	 Plano de Tecnologia da Informação (ou Pla-
no Estratégico de TI ou Plano Diretor de 
TI) - Consiste no principal elemento de ali-
nhamento estratégico entre TI e organiza-
ção. É um documento que contempla uma 
comunicação clara a respeito dos objetivos 
viva produtos e serviços de TI para todos na 
organização. 
•	 Mecanismos de decisão - Define as respon-
sabilidades sobre as decisões relacionadas à 
TI dentro da organização.
•	 Critérios de decisão - Definem como serão 
priorizadas e quais os critérios a serem obe-
decidos acerca de cada decisão relacionada 
a TI.
•	 Portfólio de TI- Possibilita o gerenciamento 
de todos os projetos e serviços de TI ofer-
tados na organização, conferindo níveis de 
prioridade sobre quais devem ser priorizados 
ou não.
•	 Projetos - São divididos entre projetos 
alocados (aqueles onde a TI não é parte 
gestora) e projetos sob responsabilidade di-
reta da TI. 
•	 Serviços - Estão relacionados às operações 
que acontecem na organização e que são 
ofertadas pela TI. Podem incluir serviços aos 
usuários, gestores, clientes, fornecedores, 
parceiros, etc.
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•	 Inovações - Podem ocorrer tanto em nível 
de processos de negócio (uma nova forma 
de executar um processo de maneira mais 
eficaz, por exemplo), como também em pro-
dutos ou serviços ofertados pela TI.
•	 Relacionamento com o cliente - É a forma 
como a TI possibilita a interação entre usu-
ários (internos ou externos) e a organização, 
bem como o atendimento as demandas ge-
radas por eles. 
•	 Relacionamento com fornecedores - Inclui 
solicitações, consultas, acordos, controle de 
qualidade e desempenho, entre outros.
•	 Gestão do valor da TI - Está relacionado 
às atividades que possibilitam que a TI de-
monstre a sua importância e o seu valor para 
o negócio, em termos de retorno do investi-
mento, custos relativos e valor agregado. 
•	 Gestão do desempenho - Refere-se ao mo-
nitoramento da eficiência e da eficácia dos 
serviços de TI, considerando qualidade do 
suporte, entrega dos serviços, segurança da 
informação, medição dos níveis de serviço, 
entre outros. 
Portanto, o escopo da governança em TI con-
siste em centralizar esforços para alinhar estrate-
gicamente a TI com a organização, promovendo 
benefícios efetivos para o negócio. A utilização 
de recursos de TI de forma responsável, permite 
que a empresa explore novas oportunidades e 
maximize o retorno do seu investimento na área 
de tecnologia. 
Laiane
Realce
O conselho de administração de uma empresa de energia S/A, aprovou 
a compra de uma outra empresa sediada no exterior. À época, a com-
panhia anunciou ao mercado, através de fato relevante, a operação e 
o valor do negócio, sem explicitar detalhes relativos às sinergias ou a 
como aquela operação criaria valor a seus acionistas. O estatuto da 
empresa imputava ao conselho de administração a responsabilidade 
pela aprovação de operações de aquisição desse porte, e não aos dire-
tores. Anos mais tarde, uma investigação apontou que o preço pago na 
operação foi bastante superior ao real valor de mercado da empresa 
objeto da aquisição, o que trouxe prejuízos aos acionistas minoritários.
A empresa é considerada de grande porte, com executivos de alto es-
calão e mais de 100.000 funcionários. Essa empresa conta com di-
versas filiais em todo o Brasil e realiza operações que superam vários 
milhões de reais.
Pensando nesse contexto, seu desafio é o de elencar argumentos para 
responder aos seguintes questionamentos: 
Do ponto de vista dos pilares de sustentação da governança corpo-
rativa, quais foram as falhas no sistema de governança da empresa? 
Como uma política eficaz de governança norteada pelos pilares pode-
ria coibir esse tipo de situação? Comente esses dois questionamentos. 
Quais os principais fatores ativos da governança em TI dentro de uma 
organização desse porte.
 15
DESAFIO
 16 
A Governança Corporativa tornou-se um dos temas mais discutidos no mundo dos negócios com 
grande impacto acadêmico e prático. A pesquisa objetiva identificar, a partir da análise da litera-
tura, o desenvolvimento da temática e as oportunidades de pesquisa. A partir da análise de 31 
artigos teóricos e 59 artigos empíricos identificaram-se oportunidades de pesquisa dentro de uma 
abordagem interpretativista e crítica com vistas a orientar estudos em distintos contextos e par-
ticularidades. Também foi observada a predominância da Teoria da Agência, todavia com limitada 
investigação dos conflitos entre acionistas, e entre credores e gestão. As oportunidades de pesqui-
sas voltam-se à compreensão de fenômenos pela análise interligada da Teoria da Agência, Teoria 
dos Stakeholders, Stewardship e Dependência de Recursos. Foi possível evidenciar, por meio da 
literatura, que a análise dos mecanismos internos e externos de maneira complementar fornece 
maiores subsídios às investigações. A pesquisa contribuiu para geração de conhecimento, ao apre-
sentar de maneira sistematizada as principais características dos pesquisadores de GC, os aspectos 
conceituais e teóricos da área, além de apresentar às potencialidades para futuras pesquisas, quan-
to à abordagem, teoria e mecanismos de governança corporativa.
KREUZBERG, Fernanda; VICENTE, Ernesto Fernando Rodrigues. Para Onde Estamos Caminhando? Uma Análise 
das Pesquisas em Governança Corporativa. Rev. adm. contemp., Curitiba, v. 23, n. 1, jan./feb. 2019. Disponível 
em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1415-65552019000100043&script=sci_arttext&tlng=pt. Acesso 
em: 5 out. 2020.
Este estudo teve o objetivo de analisar a influência da estrutura de governança corporativa na 
mitigação da Possibilidade de Relatórios Financeiros Fraudulentos (PRFF) das empresas no Brasil. 
Os dados de 314 empresas abertas foram utilizados para estimação da previsibilidade de falência 
e da possibilidade da manipulação de resultados, para posterior identificação da PRFF. Verificou-se 
que em 5,5% das observações houve indicativo de Possibilidade de Relatório Financeiro Fraudu-
lento, além de a probabilidade de falência ter sido identificada em 16,91% das observações e a 
probabilidade de manipulação de resultados ter sido identificada em 17,73% delas. A estrutura de 
governança corporativa das empresas apresentou influência na mitigação da , seja de forma direta 
ou indireta por meio da redução das probabilidades de falência ou de manipulação de resultados. 
Notou-se que as práticas de governança relacionadas ao Conselho de Administração foram mais 
eficientes contra a probabilidade de falência, ao passo que as práticas relacionadas à auditoria esti-
veram relacionadas à redução da manipulação de resultados. Entre as contribuições deste estudo, 
1. Para onde estamos caminhando? Uma análise das pesquisas em governança corporativa
2.Influência da governança corporativa na mitigação de relatórios financeiros fraudulentos
LEITURA COMPLEMENTAR
A título de leitura complementar, para se aprofundar nas questões tratadas nessa unidade, são 
sugeridas três leituras:
 17
Estudos relatam que a adesão às boas práticas de governança corporativa agrega valor à empresa. 
No entanto, os resultados de tal adesão parecem estar condicionados a características institucio-
nais e legais específicas de cada país. Este estudo objetiva analisar o compliance às boas práticas 
de governança corporativa no contexto das empresas de capital aberto do mercado brasileiro. A 
amostra é composta por 1336 observações anuais de 167 empresas listadas na B3 (Brasil, Bolsa, 
Balcão) no período 2010-2017. Utilizaram-se como referência as recomendações dos principais 
códigos de governança corporativa existentes no Brasil. Fez-se teste de comparação de média 
(teste t) e de proporção (teste z) entre o observado no coletivo de empresas e as recomendações 
no mercado brasileiro. Apesar da adesão a muitas das boas práticas recomendadas ainda há espaço 
para a empresa brasileira avançar. Os resultados indicam inobservância da empresa brasileira às re-
comendações referentes ao comitê de auditoria e conselho fiscal, o que pode fragilizar em especial 
transparência e controle dos atos internos da empresa. Ademais, a adesão a níveis diferenciados 
de mercado está associada a uma maior inclinação a observar as sugestões emanadas dos códigos, 
o que pode ser devido à percepção de uma favorável relação custo-benefício da adoção da go-
vernança corporativa. Como contribuição do trabalho tem-se a análise detalhada do atual cenário 
da governança corporativa da empresa brasileira a partir da avaliação do grau de adoção de cada 
prática recomendada individualmente.
CRISÓSTOMO,Vicente Lima; GIRÃO, Aline Maria Coelho. Análise do Compliance das empresas brasileiras às boas 
práticas de governança corporativa. Revista ambiente contábil, v. 11, n. 2, jul./dez., 2019. Disponível em: https://
periodicos.ufrn.br/ambiente/article/view/16369/11849. Acesso em: 5 out. 2020.
3. Análise do compliance das empresas brasileiras às boas práticas de governança corporativa
estão a identificação das probabilidades de fraudes nos relatórios, de falência e de manipulação de 
resultados para as empresas no Brasil, assim como a verificação de que a governança corporativa 
foi eficaz na mitigação desses problemas, seja de forma direta ou indireta, informação que é útil a 
investidores e reguladores desse mercado.
MARTINS, Orleans Silva; VENTURA JÚNIOR, Raul. Influência da governança corporativa na mitigação de relató-
rios financeiros fraudulentos. RBGN: Revista Brasileira de Gestão de Negócios, v. 22, n. 1, p. 65-84, 2020. Dis-
ponível em: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=7292316. Acesso em: 5 out. 2020.
Um dos fatos que mais contribuiu para a solidificação dos preceitos de Go-
vernança Corporativa, e consequentemente da Governança de TI, foi o es-
cândalo da Enron Corporation. Além de servir como pontapé inicial para a 
criação da lei denominada Sarbanes-Oxley, o caso também foi um marco, 
para que governo e empresas iniciassem um empreendimento de esforços 
inédito, em busca da transparência nas operações de grandes empresas e 
da redução de riscos para investidores.
No link abaixo, você confere detalhes a respeito do escândalo Enron Cor-
poration.
SCHMITT, Cecília. Entenda o Caso Enron. 2002. Disponível em: http://www.pro-
vedor.nuca.ie.ufrj.br/eletrobras/artigos/schmitt1.htm. Acesso em: 5 out. 2020.
 18 
SAIBA +
 19
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO/IEC 38500:2009: governan-
ça corporativa de tecnologia da informação. Rio de Janeiro: ABNT, 2009.
CRISÓSTOMO, Vicente Lima; GIRÃO, Aline Maria Coelho. Análise do Compliance das empresas 
brasileiras às boas práticas de governança corporativa. Revista ambiente contábil, v. 11, n. 2, jul./
dez., 2019. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/ambiente/article/view/16369/11849. Acesso 
em: 5 out. 2020.
FERNANDES, Aguinaldo Aragon; ABREU, Vladimir Ferraz. Implantando a governança de TI: da es-
tratégia à gestão dos processos e serviços. 4. ed. Rio de Janeiro: Brasport, 2014.
FREITAS, Marcos André dos Santos. Fundamentos do gerenciamento de serviços de TI. 2. ed. Rio 
de Janeiro: Brasport, 2013.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA. Governança corporativa. São Paulo: 
IBGC, 2017. Disponível em: http://www.ibgc.org.br/inter.php?id=18161. Acesso em: 30 jun. 2020.
IT GOVERNANCE INSTITUTE. COBIT QuickStart. 2. ed. Rolling Meadows: ITGI, 2007.
KREUZBERG, Fernanda; VICENTE, Ernesto Fernando Rodrigues. Para Onde Estamos Ca-
minhando? Uma Análise das Pesquisas em Governança Corporativa. Rev. adm. contemp., 
Curitiba, v. 23, n. 1, jan./feb. 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pi-
d=S1415-65552019000100043&script=sci_arttext&tlng=pt. Acesso em: 5 out. 2020.
MARTINS, Orleans Silva; VENTURA JÚNIOR, Raul. Influência da governança corporativa na mitiga-
ção de relatórios financeiros fraudulentos. RBGN: Revista Brasileira de Gestão de Negócios, v. 22, 
n. 1, p. 65-84, 2020. Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=7292316. 
Acesso em: 5 out. 2020.
PORTAL DE AUDITORIA. Introdução à Lei Sarbanes Oxley (SOx). Disponível em: https://portalde-
auditoria.com.br/. Acesso em: 1 jul.2020.
SCHMITT, Cecília. Entenda o caso Enron. 2002. Disponível em: http://www.provedor.nuca.ie.ufrj.br/
eletrobras/artigos/schmitt1.htm. Acesso em: 5 out. 2020.
TOMIATTI, T. S. Governança de TI. 2012. Monografia – Faculdade de Tecnologia de São Paulo, São 
Paulo, 2012. Disponível em: http://www.fatecsp.br/dti/tcc/tcc00048.pdf. Acesso em: 30 jun. 2020.
WEILL, P.; ROSS, J. W. IT governance: how top performers manage IT decision rights for superior 
results. Boston: Harvard Business, 2004.
ALINHAMENTO ESTRATÉGICO DA TI
MÓDULO 2
 21
1. Alinhamento estratégico da TI
O alinhamento estratégico acontece 
quando todos os eixos ou setores da organi-
zação concorrem para um mesmo objetivo. O 
que inclui o alinhamento entre a gestão orga-
nizacional e a gestão de TI, fundamental para 
que a organização mantenha a eficácia em 
seu negócio. Geralmente, esse alinhamento 
tem início com um planejamento estratégico 
integrado, realizado entre as áreas de negó-
cio é de tecnologia da informação (TI). Os do-
cumentos que norteiam esse planejamento 
são denominados Planejamento Estratégico 
Organizacional ou de Negócio (PE), realiza-
do no âmbito da organização, e Planejamen-
to Estratégico de TI (PETI), ou simplesmen-
te Plano de TI, realizado especificamente no 
âmbito da TI.
Sobre esses dois importantes instrumen-
tos de planejamento, Morais (2018) chama 
atenção para algumas questões importantes.
•	 O alinhamento entre PE e PETI é alcança-
do quando o conjunto de estratégias de 
TI (sistemas, objetivos, obrigações, estra-
tégias), é derivado do conjunto estratégi-
co organizacional, composto de missão, 
objetivos, planejamentos e estratégias.
•	 O elo entre PE e PETI está na forma 
como o Plano de TI suporta o Plano de 
Negócio (PN) da organização.
•	 O alinhamento estratégico entre PE e 
PETI deve promover a integração funcio-
nal entre os ambientes externo (merca-
dos) e interno (estrutura administrativa e 
recursos financeiros, tecnológicos e hu-
manos) para desenvolver as competên-
cias e maximizar a performance organi-
zacional.
•	 O alinhamento entre PE e PETI reflete a 
junção entre a orientação estratégica do 
negócio e a orientação estratégica de TI.
•	 O alinhamento estratégico entre PE e 
PETI impacta na performance organiza-
cional, que que se traduz na sua eficiên-
cia e eficácia de atuação.
Esse alinhamento consiste em transpor-
tar a estratégia do negócio para a estratégia 
de TI, garantindo que os objetivos do negócio 
sejam suportados pela área de TI. Da mesma 
forma, as estratégias de TI devem potenciali-
zar estratégias de negócio que seriam impos-
síveis de serem implantadas sem o auxílio de 
tecnologia. Assim, a estratégia de TI influen-
cia e é influenciada pela estratégia de negó-
cio, promovendo uma interação recíproca en-
tre elas.
APRESENTAÇÃO
Nessa unidade de estudos trataremos de compreender as características do alinhamento 
estratégico da TI. Veremos que, para que haja esse alinhamento, é necessário haver primeiro 
um Planejamento Estratégico Organizacional, que irá nortear a construção de um Planeja-
mento Estratégico de TI (PETI). Compreenderemos as características do PETI e a importân-
cia desse planejamento seguir o mesmo ritmo do Planejamento Organizacional, devendo ser 
construído a partir dos objetivos e das estratégias definidas para a organização. Finalizaremos 
a unidade compreendendo os fatores que influenciam na análise estratégica da organização 
e, por fim, os papéis inerentes à Governança de TI.
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O Modelo de Ramizes e Sender (2003) ilus-
tra bem essa interdependência entre o PETI e o 
PE.
Esse alinhamento estratégico pode aconte-
cer em diversos momentos do ciclo de vida da 
organização. Por exemplo, no momento em que 
os gestores se reúnem para planejar os objetivos 
do negócio a médio e longo prazo, definindo es-
tratégias para atingir esses objetivos. Ou então, 
quando eles se reúnem para analisar o cenário 
competitivo em busca de novas oportunidades. 
Por isso, Fernandes e Abreu (2014) categorizam 
o alinhamento estratégico como estático ou di-
nâmico. 
•	 Alinhamento estático - Ocorre no momento 
em que a empresa planeja o seu futuro. É 
derivado do Plano Estratégico e do Plano de 
Negócios da empresa. 
•	 Alinhamentodinâmico - Refere-se às altera-
ções da estratégia de TI em função de mu-
danças nas estratégias de negócios da em-
presa, ocasionadas por mudanças de cenário 
da economia ou da política, por exemplo, 
fazendo com que a empresa precise redire-
cionar os seus esforços. 
2. Planejamento Estratégico 
O planejamento constitui-se de um dos pro-
cessos mais importantes na vida de uma organi-
zação. Ele é uma peça fundamental para se al-
cançar os objetivos organizacionais, na medida 
em que define as metas a serem alcançadas em 
cada etapa do caminho, os recursos a serem utili-
zados e o método a ser adotado para se atingir os 
objetivos. Almeida (2003) afirma que o Planeja-
mento Estratégico é uma atividade que propicia, 
para a empresa, a consciência das oportunidades 
e das ameaças enfrentadas no cumprimento de 
sua missão. 
Isso significa que o Planejamento Estratégi-
co possibilita a identificação de fatores externos 
que contribuem como oportunidades ou amea-
ças. Por exemplo, mudanças macroeconômicas 
no país, o surgimento de novos concorrentes ou 
as altas taxas de câmbio. Assim como, permite 
a identificação de fatores internos, que podem 
ser encarados como forças ou fraquezas da or-
ganização, como o domínio de uma tecnologia, 
Figura: Modelo Ramizes e Sender
Fonte: Modelo de Ramirez e Sender (2003) sobre o PETI
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necessidade de treinamento de funcionário, bom 
conhecimento em gestão, entre outros.
O Planejamento Estratégico organizacional 
decorre das estratégias corporativas e competi-
tivas definidas pela alta gestão. Essas estratégias, 
por sua vez, são desenhadas a partir da inteli-
gência competitiva que é adquirida ao longo do 
tempo. Fernandes e Abreu (2014) ilustram bem 
o surgimento do Plano Estratégico organizacio-
nal, bem como a sua relação com os demais pla-
nejamentos efetuados pelas áreas funcionais da 
organização, inclusive o PETI, realizado pela área 
de TI.
Figura: Processo de Planejamento Estratégi-
co Organizacional
Fonte: Fernandes e Abreu (2014) 
Vejamos, de acordo com os mesmos autores, 
quais foram as etapas consideradas para a con-
secução de um Plano de TI.
•	 Inteligência competitiva - Refere-se ao tra-
tamento das informações (internas e exter-
nas), de forma a constituir um aprendizado 
inteligente sobre como aumentar a competi-
tividade da empresa. Esse aprendizado é ob-
tido a partir da avaliação de oportunidades 
e ameaças, pontos fortes e pontos fracos, 
erros e acertos, em prol de uma evolução or-
ganizacional continua.
•	 Estratégia corporativa - Refere-se ao con-
junto de métodos adotados pela organização 
para responder questões fundamentais que 
norteiam a organização, como: em que negó-
cio atuar, como fazer a gestão de portfólio, a 
melhor forma de alocar recursos, novos ne-
gócios a serem desenvolvidos, entre outros. 
•	 Estratégia competitiva e de posicionamen-
to - Está relacionada à missão da empresa, 
os objetivos estratégicos do negócio, sua 
diferenciação frente aos concorrentes, sua 
estratégia de crescimento, entre outros.
•	 Plano Estratégico - É o documento que con-
tém as intenções da alta gestão sobre como 
atingir os seus objetivos de negócio. Estabe-
lece os métodos para que os objetivos sejam 
atingidos.
•	 Planos funcionais - Desdobram as estraté-
gias do negócio em estratégias a serem reali-
zadas no âmbito de cada função ou setor da 
organização. Todos devem estar alinhados 
para que os objetivos do plano estratégico 
sejam atingidos. 
Portanto, o PETI é tido como um dos planos 
funcionais, que deve estar alinhado ao planeja-
mento estratégico organizacional. Entretanto, 
ele não está restrito somente à área de TI, de-
vendo apoiar, em termos de operação e desen-
volvimento de novas soluções, as necessidades 
do negócio e dos diversos setores. Portanto, a 
compreensão dos gestores de TI sobre o negócio 
é fundamental para determinar e direcionar os 
serviços a usuários e clientes que serão disponi-
bilizados e suportados.
3. Planejamento Estratégico de TI (PETI)
Para Morais (2018), o PETI surgiu outros dois 
planejamentos anteriormente adotados nas or-
ganizações: o Planejamento Estratégico de Infor-
mações (PESI), que há alguns anos servia como 
um portfólio de sistemas disponíveis para obten-
ção de informações; e o Plano Diretor de Infor-
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mática (também chamado de Plano Diretor de 
TI), utilizado até bem pouco tempo atrás e que 
tratava mais da parte da infraestrutura necessá-
ria para suportar o serviços da TI. Atualmente, o 
PETI aglutina esses 2 documentos, sendo consi-
derado como estrutura principal do alinhamen-
to estratégico realizado entre a área de TI e alta 
gestão da organização.
3.1 Características do PETI
Conforme às melhores práticas de governan-
ça de TI, o PETI é o principal documento gerado 
na fase de alinhamento estratégico entre a TI e 
a organização. Esse tipo de planejamento, ge-
ralmente é feito de forma anual. Entretanto ele 
também pode ser feito para períodos de até 3 
anos, desde que sejam realizadas revisões atuais. 
Principalmente, se considerarmos as constantes 
transformações e evoluções da tecnologia.
O PETI, segue o mesmo ritmo do Planeja-
mento Estratégico organizacional, devendo ser 
construído a partir dos objetivos e estratégias 
definidas para a organização. Como os dois pla-
nos se retroalimentam, as definições contidas 
no PETI devem sugerir novas oportunidades de 
negócio a partir do uso da tecnologia ou prover 
informações sobre como será o apoio aos ob-
jetivos estratégias organizacionais, definidos no 
planejamento organizacional. O que inclui es-
tratégias de suporte para as áreas funcionais da 
empresa, como marketing, produção, recursos 
humanos, logística, vendas, entre outras.
O profundo entendimento da dinâmica do 
negócio auxilia na determinação dos itens que 
irão compor o PETI, uma vez que ele deve prever 
recursos computacionais, materiais e humanos 
para as atividades a serem desempenhadas pela 
TI em toda a organização. Uma vez definidas as 
necessidades, em termos de soluções de aplica-
tivos, arquitetura e infraestrutura de TI, é neces-
sário reavaliar a organização das operações e a 
oferta dos serviços, considerando os processos 
operacionais da organização, os processos de 
gestão, o relacionamento com clientes e com 
usuários, a relação com fornecedores, além dos 
recursos humanos para implantação e gestão 
de todo esse escopo. Todas essas necessidades 
indicadas no PETI e que deverão ser supridas 
quando da execução do planejamento, formarão 
novo portfólio de TI.
Para a finalização do plano, devemos consi-
derar que esse portfólio de TI deve ser aprova-
do pela alta gestão, o que requer gerenciamento 
acerca dos investimentos definidos pela organi-
zação para a área de TI. Para isso, é necessário 
considerar critérios de análise, que vão definir as 
prioridade de execução relacionadas aos proje-
tos elencados no PETI.
Para Fernandes e Abreu (2014), o Portfólio 
de TI pode ser subdividido em duas partes:
1. Necessidades do negócio – Que define as 
aplicações de apoio aos processos geren-
ciais e operacionais. Por exemplo: manuten-
ção de aplicações existentes, necessidade 
de upgrades em sistemas, desenvolvimento 
de soluções (envolvendo Business Intelligen-
ce, Cloud Computing, Customer Relationship 
Management, entre outros).
2. Necessidades Internas da TI - Referem-se à 
capacitação da TI para atender aos serviços, 
projetos e inovações que serão implantadas 
no âmbito da organização. Por exemplo: im-
plantação de segurança da informação, de-
finição de uma metodologia de gestão de 
projetos, processos de gestão de mudanças, 
inovações tecnológicas a serem estudadas, 
capacitação de pessoal técnico, melhoria da 
arquitetura de TI, entre outros. 
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Fernandes e Abreu (2014) definem alguns 
passos fundamentais que constituem o proces-
so de elaboração de um Plano Estratégico de TI. 
Vejamos cada um deles.
Imagem: processo de elaboração de um PETI
Fonte: Fernandes e Abreu (2014, p.76)
•	 Análise estratégica da organização - Anali-
sar estrategicamente a organização significa 
compreender os requisitos do negócio que 
impactam diretamente a TI e também como 
a TI pode contribuir com o sucesso do ne-
gócio. Para isso é importante compreender 
a estrutura do negócio, os objetivos estra-
tégicos do negócio e como eles podem se 
desdobrar em objetivos para a TI. 
•	 Análise do portfólio atual de TI - Analisar o 
portfólio atual da TI é importante para veri-
ficar o que está sendo executado em termos 
de projetos, serviços e inovação; se o que 
estava previsto e não foi realizado; se o or-
çamento previsto para a TI ficou dentro do 
previsto ou não; que serviços são fornecidos 
a usuários e clientes e também quais as pro-
postas de melhorias registrados. A análise do 
portfólio também permite identificar o que 
deve permanecer e o que deve ser reestru-
turado; as ações ou serviços que devem ser 
cancelados; as necessidades de melhoria, 
entre outros. 
•	 Entendimento da dinâmica do negócio - 
Compreender a dinâmica envolvida no ne-
gócio é fundamental para determinar a ca-
pacidade que a TI deve ter para conseguir 
atender às demandas do negócio. Geral-
mente, a análise estratégica da organização 
e a análise do portfólio atual de TI fornecem 
elementos para compreender a dinâmica do 
negócio. Além disso, é fundamental conhe-
cer como os processos de negócio estão 
mapeados, não só para compreender a sua 
dinâmica, mas também conseguir propor 
melhorias nas atividades. Além disso, é 
importante compreender as mudanças e 
a evolução do negócio, como alteração do 
perfil do cliente, oferta de novos produtos ou 
serviços, localidades de atuação da empresa, 
novos processos de produção, novas lojas 
em o peração, estudos para expansão das 
operações, etc. Tudo isso pode acarretar au-
mento de demanda dos serviços de TI, bem 
como nos níveis de serviços requeridos, com 
impacto em custos e riscos. 
•	 Definição da estratégia de serviços - Uma 
vez compreendido o negócio, a sua dinâmica 
e analisando também o portfólio atual de TI, 
é necessário pensar em como os serviços de 
TI serão ofertados. A estratégia de serviços 
deve levar em consideração o que gera va-
lor para clientes e usuários, para desenvolver 
como será a oferta dos serviços de TI.
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•	 Definição dos objetivos e metas de TI - De 
forma geral, podemos considerar que os ob-
jetivos e metas de TI são derivados dos se-
guintes fatores:
o Análise e definição das necessidades do 
negócio. 
o Definição da estratégia de serviços. 
o Análise e definição da arquitetura de TI. 
o Definição da estratégia de sourcing.
o Definição da arquitetura de processos de 
TI e organização.
o Definição da estratégia de segurança da 
informação. 
•	 Análise e definição das necessidades do ne-
gócio - Em geral, as necessidades de aplica-
ções para o negócio envolvem a implantação 
de novas aplicações de TI, a melhoria das 
aplicações já existentes e a substituição ou 
descarte de aplicações. 
•	 Análise e definição da arquitetura de TI – A 
arquitetura de TI é constituída pela organiza-
ção de dados, aplica ações e infraestrutura 
que proporcionam uma padronização técni-
ca para a execução dos serviços de TI.
•	 Definição da estratégia de sourcing - Com a 
visão formada sobre o que será necessário 
em termos de necessidades de aplicações, 
arquitetura de TI, infraestrutura de TI e ca-
pacidade requerida, é possível decidir sobre 
como será feita a oferta desses serviços, o 
que inclui analisar prós e contras a respeito, 
por exemplo, de terceirização, utilização de 
armazenamento em nuvem, análise de for-
necedores, entre outros. 
•	 Definição da arquitetura de processos de TI 
e organização - Essa definição está pauta-
da em como estará estruturada a operação 
dos serviços, incluindo serviços de produtos 
específicos de TI, serviços de suporte, dis-
ponibilidade de sistemas e infraestrutura de 
atendimento a chamados, treinamento, de-
senvolvimento de projetos, entre outros. 
•	 Definição da estratégia de segurança da 
informação - Uma Política de Segurança da 
Informação (PSI) deve estar associada ao ris-
co que a TI representa para a continuidade 
do negócio. Em teoria, essa política só pode 
ser desenhada após o desenho de todas as 
arquiteturas anteriores. Afinal, só é possível 
implantar segurança da informação quando 
se conhece o panorama onde ela deve ser 
aplicada. A profundidade e a especificidade 
da PSI são definidas em função do papel es-
tratégico que a TI representa para o negócio. 
Assim, quanto mais arraigados os serviços de 
TI para o funcionamento do negócio, maior 
deve ser o investimento em segurança da in-
formação. 
Fernandes e Abreu (2014) afirmam que, 
quando se trata de segurança da informação, al-
guns aspectos fundamentais devem ser conside-
rados: 
1. Instituição de um Sistema de Gestão da Se-
gurança da Informação ou Information Se-
curity Management System, que contemple 
toda a organização, a liderança, o planeja-
mento, o apoio, a operação, o desempenho, 
a melhoria contínua e a conformidade com 
requisitos legais e infralegais.
2. Constituição de uma Política de Segurança 
da Informação documentada.
3. Organização da segurança da informação.
4. Segurança em recursos humanos.
5. Gestão de ativos.
6. Controle de acesso. 
7. Criptografia. 
Laiane
Realce
Laiane
Realce
 27
8. Segurança física e ambiental. 
9. Segurança das operações. 
10. Segurança das comunicações. 
11. Aquisição, desenvolvimento e manutenção 
de sistemas. 
12. Relacionamento com fornecedores. 
13. Gestão de incidentes de segurança da infor-
mação. 
14. Aspectos de segurança da informação da 
gestão da continuidade do negócio. 
15. Conformidade. 
Em função da sua complexidade e da sua im-
portância para a condução e a gestão do negó-
cio, a Política de Segurança da Informação pode 
ser considerada de forma autônoma, ou seja, um 
documento que integra, mas que também pode 
ser considerado de forma separada do PETI.
Os modelos de segurança da informação, re-
presentados pelas normas ISO da série 27000, 
podem ser uma base para se estabelecer a políti-
ca de segurança da informação.
•	 Consolidação do portfólio preliminar de TI 
- Essa etapa consiste em consolidar as ne-
cessidades a serem implantadas pela TI no 
âmbito da organização. Para isso é neces-
sário considerar a interdependência entre 
projetos, serviços e aplicações, bem como 
a relação entre eles e os objetivos definidos 
no Planejamento Estratégico da organização. 
O que inclui avaliações sobre priorização de 
investimentos. 
•	 Definição do orçamento - Orçamento de 
TI é o resultado nas estimativas de investi-
mento para novos projetos, serviços e ino-
vações, confrontado com as despesas e os 
investimentos previstos no plano estratégico 
organizacional. É importante que, uma vez 
estabelecidas as prioridades, a TI demonstre 
como o valor orçado será distribuído pelo 
seu portfólio.
•	 Priorização de investimentos - os projetos, 
serviços e inovações devem ser priorizados 
considerando a capacidade de investimento 
da empresa. A forma de priorizar os inves-
timentos na TI podem obedecer a critérios 
como risco envolvido, retorno esperado, me-
lhoria do serviço, entre outros. É bastante 
recomendado que essa definição seja feita 
de maneira conjunta, entre os gestores de TI 
e os gestores do negócio.
•	 Portfólio de TI aprovado - Esse é o resultado 
do processo de planejamento de TI. O por-
tfólio tem como objetivo comunicar as prio-
ridades de investimento de TI da empresa, 
mostrando os riscos envolvidos e otimizan-
do os recursos alocados para a TI. Ele tam-
bém é importante para monitorar as iniciati-
vas de TI, além de eliminar as redundânciasdessas iniciativas. Além disso, o portfólio é 
a demonstração do elo entre estratégia do 
negócio com as iniciativas de TI. Por isso, é 
recomendado que ele apresente uma lingua-
gem mais próxima à linguagem do negócio, 
em vez de termos específicos da área de TI. 
O portfólio deverá referenciar os itens dire-
tamente relacionados ao atendimento das 
necessidades do negócio e os itens relacio-
nados a necessidades internas da TI.
•	 Plano de TI – Negócios - De acordo com 
Fernandes e Abreu (2014), o plano de TI vol-
tado para os negócios é aquele que contém, 
por exemplo:
o Projetos de desenvolvimento e implanta-
ção de sistemas, soluções de ERP, CRM, 
Contact Center etc.
o Projetos de soluções específicas e inova-
doras de segurança da informação, como 
 28 
identificação biométrica, sistemas de vi-
gilância etc.
o Projetos de adoção de novos paradigmas 
tecnológicos (por exemplo cloud compu-
ting, Big Data, BYOD etc.).
o Projetos de melhorias em sistemas exis-
tentes.
o Projetos de Business Intelligence e siste-
mas gerenciais. 
o Sistemas e soluções que deverão ser 
mantidas e as que irão ser descartadas.
•	 Plano de TI – Interno - Para os mesmos au-
tores, o plano de TI interno é constituído por 
iniciativas da área de TI voltadas a atender o 
próprio Plano de TI, como:
o Projetos de implantação de Governança 
de TI. 
o Projetos de implantação de processos de 
TI.
o Projetos de implantação/melhoria de 
data center.
o Projetos de implantação/expansão de re-
des de comunicação.
o Projetos de segurança da informação.
o Projetos de desenvolvimento de com-
petências em recursos humanos. 
o Projetos de infraestrutura de TI.
o Projetos de aquisição de software de 
monitoramento e desempenho do ambi-
ente.
o Sistemas específicos necessários para a 
gestão de TI.
o Projetos de estudos e prospecção de no-
vas tecnologias.
o Projetos de otimização da arquitetura de 
software.
o Projeto de implantação do gerenciamen-
to de serviços de TI.
o Projeto de implantação de novos seviços 
de TI etc.
As prioridades devem estar alinhadas à es-
tratégia de serviços de TI definidas anteriormen-
te, pois são derivadas das necessidades do negó-
cio, do entendimento do negócio, da análise do 
portfólio atual e do entendimento da dinâmica 
do negócio. 
3.2 Papéis da Governança de TI
Em algumas organizações, algumas funções 
da governança de TI estão integradas à Gover-
nança Corporativa. Como aquelas relacionadas à 
gestão de riscos, controles internos, segurança 
da informação, priorização de investimentos. De 
qualquer forma, a definição das responsabilida-
des depende das características e do modelo de 
governança desenhado para cada organização. 
De qualquer forma, a criação de uma área ou 
departamento específico para lidar com a Gover-
nança de TI tem a função de dar mais visibilidade 
ao CIO (Chief Information Officer), conferindo 
lhe responsabilidade para dirigir a implantação 
das políticas, regras e práticas de gestão e ope-
ração de serviços de TI.
A implantação de governança de TI deve ser 
encarada como um programa. Para isso, deve ser 
designado um gerente, geralmente vinculado ao 
CIO, para que a organização implante as melho-
res práticas. Geralmente, o programa é encerra-
do quando os objetivos de maturidade dos pro-
cessos são alcançados. 
Para esclarecer esse aspecto, Fernandes e 
Abreu (2014) propõem uma interessante e eluci-
dativa tabela, contendo as funções e atribuições 
de cada um dos atores ou setores envolvidos 
com a implantação da Governança de TI em uma 
organização. 
 29
Tabela 1: Funções e atribuições na Governança de TI
Funções da 
governança 
e de gestão 
da TI
Diretoria 
executiva
CIO Governança de TI
Áreas funcionais 
da TI
Áreas de 
controle, risco 
e compliance
Risco e com-
pliance 
Aprova a política 
de risco e com-
pliance da organi-
zação. 
Faz com que a 
área de TI siga a 
política de risco 
da organização e 
monitora os ris-
cos da TI para o 
negócio. 
Segue a política 
e os métodos, 
mas trabalha 
com indicadores 
e monitora os 
riscos. 
Seguem a política, 
desenvolvem e im-
plantam ações de 
mitigação. 
Verificam se as 
ações de miti-
gação foram im-
plantadas e se 
foram efetivas. 
Avaliação in-
dependente 
Aprova a política 
de controles in-
ternos da organi-
zação. 
Faz com que a 
área de TI siga a 
política de con-
troles internos 
da organização e 
monitora as pen-
dências. 
Segue a políti-
ca, trabalha com 
indicadores que 
monitoram a re-
solução das não 
conformidades. 
Seguem a política 
e resolvem os itens 
não conformes. 
É de 
responsabilidade 
da área de 
auditoria interna 
da organização. 
Gestão da 
mudança or-
ganizacional 
Aprova mudan-
ças na política 
de pessoal e de 
desenvolvimento 
de recursos hu-
manos. 
Aprova o progra-
ma de mudança 
organizacional e 
lidera a sua im-
plantação. 
A governança de 
TI pode montar 
e dirigir o pro-
grama de geren-
ciamento da mu-
dança. 
Participam do pro-
grama de mudança, 
liderando a mudan-
ça na sua área, colo-
cando o seu pessoal 
para ser treinado 
e capacitado e im-
plantam as melho-
res práticas em sua 
área. 
-
Alinhamento 
estratégico 
Define e comu-
nica a estratégia 
da organização e 
decide sobre as 
priorizações de 
invest imentos . 
Aprova o orça-
mento da área de 
TI e monitora os 
projetos estraté-
gicos de negócios 
em TI. 
Define a estra-
tégia de TI e a 
comunica para 
as demais áreas 
funcionais de TI. 
Propõe as priori-
dades para a di-
retoria executiva 
e gerencia o por-
tfólio de TI. 
Dirige o processo 
de planejamento 
de TI e suas re-
visões. Verifica 
a aderência dos 
planos de TI com 
a estratégia de 
TI. Estrutura o 
portfólio de TI e 
consolida o orça-
mento de TI. 
Participam da ela-
boração da estraté-
gia de TI. Elaboram, 
gerenciam e implan-
tam seus planos 
internos alinhados 
com a estratégia de 
TI e elaboram os 
respectivos orça-
mentos. 
-
Entrega de 
valor 
Monitora os pro-
jetos de negócio 
e TI estratégicos. 
Gerencia o por-
tfólio de TI, a 
demanda, o rela-
cionamento com 
clientes e forne-
cedores. 
Monitora o por-
tfólio de TI. Veri-
fica se os planos 
de TI estão sen-
do implantados 
e fornece visibili-
dade para o CIO.
Desenvolvem pro-
jetos, fornecem 
serviços que geram 
inovações de acor-
do com as melhores 
práticas definidas 
pelo plano de TI, 
atendem a clientes e 
gerenciam serviços 
de terceiros. 
-
 30 
G e r e n c i a -
mento de re-
cursos 
Recebe informes 
sobre a execução 
orçamentária e 
de investimentos 
da área de TI.
Gerencia o uso 
de recursos e 
define ações 
para sua otimi-
zação. Gerencia 
o orçamento e 
invest imentos 
na área e repor-
ta-se à diretoria 
executiva. 
Verifica oportu-
nidades de otimi-
zação de recur-
sos. Acompanha 
a realização do 
orçamento e os 
investimentos. 
Propõem e implan-
tam ações para oti-
mização de recur-
sos. Gerenciam os 
recursos sob a sua 
responsabilidade e 
realizam o controle 
orçamentário de in-
vestimentos em sua 
área de atuação. 
-
Gestão de 
desempenho -
Gerencia o de-
sempenho da TI, 
gerencia a estra-
tégia de TI, soli-
cita recuperação 
de desempenho 
para os seus ge-
rentes e rede es-
tratégica. 
Propõe Métodos 
de gerenciamen-
to do desempe-
nho. Mantém o 
dashboard de 
governança de 
TI. Monitora o 
desempenho e a 
criação de valor 
da TI e faz reco-
mendações. Ava-
lia a efetividade 
das melhores 
práticas sobre a 
geração de valor 
e sobre o risco 
da TI.
Gerenciam o de-
sempenho de seus 
projetos, assim 
como a estratégia, 
os serviços e as ino-
vações. Realizam 
correções, fornecem 
os indicadores para 
governança de TI e 
para o CIO.
-
comunicação 
Recebe os infor-
mes de desem-
penho da TI e 
da criação de va-
lores através de 
dashboard exe-
cutivo. Solicita 
ações de recupe-
ração de melho-
ria. 
Recebe os infor-
mes de desem-
penho e criação 
de valor. Avalia 
a estratégia de 
TI. Reporta-se à 
diretoria execu-
tiva. 
Consolida indica-
dores de desem-
penho e de valor. 
e específicos de 
interesse paragovernança de TI 
e os comunica ao 
CIO. Mantém o 
dashboard de TI.
Comunicam os re-
sultados de seu de-
sempenho e criação 
de valor, alimentan-
do o dashboard de 
gestão de TI.
-
 31
A governança e a tecnologia trazem para o contexto organizacional di-
versas vantagens, que, juntas, geralmente promovem eficiência, segu-
rança e transparência dos processos. Com base nesse aspecto, reflita 
sobre as definições e conceitos que englobam o contexto da Gover-
nança de TI
Considere que você é funcionário de uma rede de supermercados que 
tem mais de 2.000 funcionários e filiais em diversos estados do Brasil. 
Essa rede utiliza a Tecnologia da Informação para suprir a demanda 
pela necessidade de expansão da qualidade que deve ser aplicada nos 
processos e, por consequência, nos produtos. 
Elabore um texto argumentativo contendo cinco vantagens que a apli-
cação da governança corporativa e a governança de TI podem trazer 
para esse contexto. Na sua argumentação, inclua também um ponto 
negativo que pode ser causado pelo uso da governança. 
Na sua reflexão, considere:
• uso correto da infraestrutura;
• segurança de dados;
• estão de dados;
• transparência dos processos e integração dos serviços;
• resistência e necessidade de treinamento por parte dos funcioná-
rios de alta escalão para lidar com a governança.
DESAFIO
 32 
O objetivo geral deste estudo foi avaliar o processo de reestruturação da governança corporativa 
e de compliance da Odebrecht S.A. no contexto do desenvolvimento de seu Sistema de Confor-
midade, em resposta aos desafios contemporâneos enfrentados pela empresa. Para tanto, foram 
realizadas análises de documentos e registros da companhia e entrevistas individuais com pessoas 
chaves no desenvolvimento do sistema de conformidade. O estudo conclui que: (a) a reestrutura-
ção da governança - corporativa e de compliance – e as ações da alta administração para patro-
cinar/reforçar o programa impulsionaram o início do aprimoramento do sistema de conformidade 
da Odebrecht S.A, sem, contudo, atingirem as metas contidas nos compromissos assumidos com 
autoridades competentes; (b) com a criação de uma instância responsável, dotada de pessoas e 
recursos adequados, foi instituída uma estrutura permanente de avaliação e melhoria dos proces-
sos de conformidade e disseminação de experiências e melhores práticas; e (c) a despeito de ter 
editado uma política sobre o tema, o processo de gestão de riscos da Odebrecht S.A. mostra-se 
incipiente, pois ainda não há mapeamento formal de riscos, bem como definição de limites de ex-
posição máxima aceitável para estes.
SILVA, Marcos Ricardo Cruz da; MONTEIRO, Augusto de Oliveira. Restruturação da governança corporativa e de 
compliance em uma situação de crise: o caso da Odebrecht S.A. Revista Gestão e Planejamento, Salvador, v. 20, 
p. 420-436, jan./dez. 2019. Disponível em: https://amazon-c.unifacs.br/index.php/rgb/article/view/5652/3823. 
Acesso em: 5 out. 2020.
A simples adoção de Tecnologia da Informação (TI) por pequenas e médias empresas (PMEs) não 
influencia diretamente na agregação de valor aos negócios, mas deve ocorrer de forma alinhada 
com as estratégias organizacionais. O alinhamento da TI com os negócios é discutido no âmbito da 
governança de TI (GTI) e pode ser alcançado por meio do desenvolvimento de uma visão unificada 
da adoção de TI em prol da criação de valor comercial. Nesse contexto, o objetivo da pesquisa foi 
identificar e discutir as relações potenciais entre a literatura de adoção de TI e a de GTI. Adotou-se 
uma abordagem interdisciplinar, qualitativa, sob uma lógica indutiva e epistemologia interpreta-
tivista. A aplicação em conjunto de teorias e modelos clássicos da literatura de adoção de TI, da 
teoria da Visão Baseada em Recursos e dos princípios de GTI permitiu estabelecer um modelo 
teórico-relacional dinâmico, e contingenciado pelo ambiente ao qual a organização está inserida.
1. Restruturação da governança corporativa e de compliance em uma situação de crise: O caso 
da Odebrecht s.a.
2. Como as literaturas de adoção de TI e de governança de TI estão associadas para gerar valor aos 
negócios: Reflexões no contexto de PMEs
LEITURA COMPLEMENTAR
A título de leitura complementar, para se aprofundar nas questões tratadas nessa unidade, são 
sugeridas três leituras:
 33
A tecnologia vem avançando e as empresas precisam se preparar para as mudanças e se adaptar 
a elas. Os clientes finais estão mais exigentes e as organizações passaram a buscar o aumento no 
nível de satisfação, sendo movidas pela criação de ofertas de maior qualidade, trazendo, como 
consequência, uma maior competitividade no mercado. Com isso, explora-se na literatura a neces-
sidade de respostas mais rápidas às novas demandas, colocando em risco as formas convencionais 
de atuação na Governança de TI. Este estudo visa responder como o diretor de TI (CIO) de uma 
grande corporação privada vem atuando no alinhamento entre governança de TI e inovação e 
quais os principais desafios desse CIO. Assim, a pesquisa tem como objetivos compreender quais 
fatores são considerados essenciais para esse líder de TI e identificar sua influência na organização. 
Para isso, foi realizada uma pesquisa qualitativa por meio de entrevista com o líder de tecnologia 
da empresa JBS S.A. a fim de responder a questão de pesquisa e os objetivos propostos. Os resul-
tados deste estudo relacionam aspectos importantes, como Governança de TI, inovação, cultura 
organizacional bem definida e liderança por reconhecimento, capazes de apoiar a estratégia orga-
nizacional e o crescimento corporativo. Este trabalho apresenta validações teóricas e contribuições 
práticas para o alinhamento entre Governança de TI e inovação na percepção do entrevistado.
SOUZA, Ericson Mendes. O papel do CIO no alinhamento estratégico entre governança de TI e inovação: percep-
ção de um CIO de multinacional brasileira. 2020. Dissertação (mestrado profissional MPGC) – Fundação Getulio 
Vargas, Escola de Administração de Empresas de São Paulo. Disponível em: https://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/
handle/10438/28985. Acesso em: 5 out. 2020.
3. O papel do CIO no alinhamento estratégico entre governança de TI e inovação
FROGERI, Rodrigo Franklin et al. Como as Literaturas de Adoção de TI e de Governança de TI Estão Associadas 
para Gerar Valor aos Negócios: reflexões no contexto de PMEs. Revista Ibérica de Sistemas e Tecnologias de 
Informação; Lousada, Ed. E24, p. 363-678, nov. 2019. Disponível em: https://search.proquest.com/openview/
b98bf8683869d7098e22b49813364c4f/1?pq-origsite=gscholar&- cbl=1006393. Acesso em: 5 out. 2020.
 34 
Nessa apresentação você acompanha como foi o processo de implantação 
da Governança Corporativa no âmbito do TCU. A apresentação foi idealiza-
da pela Assessoria de Segurança da Informação e Governança de Tecnolo-
gia da Informação (Assig)
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. Como o TCU vem implantando a gover-
nança de TI. [20--]. Disponível em: https://portal.tcu.gov.br/data/files/44/13/
F7/8C/7C75D410F10055D41A2818A8/2509615.PDF. Acesso em: 5 out. 
2020.
SAIBA +
Laiane
Realce
 35
Referências
ALMEIDA, M. I. R. Manual de planejamento estratégico. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
FERNANDES, Aguinaldo Aragon; ABREU, Vladimir Ferraz. Implantando a governança de TI: da es-
tratégia à gestão dos processos e serviços. 4. ed. Rio de Janeiro: Brasport, 2014.
FROGERI, Rodrigo Franklin et al. Como as Literaturas de Adoção de TI e de Governança de TI Es-
tão Associadas para Gerar Valor aos Negócios: reflexões no contexto de PMEs. Revista Ibérica de 
Sistemas e Tecnologias de Informação; Lousada, Ed. E24, p. 363-678, nov. 2019. Disponível em: 
https://search.proquest.com/openview/b98bf8683869d7098e22b49813364c4f/1?pq=-origsite-
gscholar&- cbl=1006393. Acesso em: 5 out. 2020.
MORAIS, Izabelly Soares de. Governança de tecnologia da informação. Porto Alegre: SAGAH, 2018.
RAMIREZ, J. C.; SENDER, C. Alinhando a tecnologia da informação à estratégia.Bain & Company, 
2003.
SILVA, Marcos Ricardo Cruz da; MONTEIRO, Augusto de Oliveira. Restruturação da governança 
corporativa e de compliance em uma situação de crise: o caso da Odebrecht S.A. Revista Gestão e 
Planejamento, Salvador, v. 20, p. 420-436, jan./dez. 2019. Disponível em: https://amazon-c.unifacs.
br/index.php/rgb/article/view/5652/3823. Acesso em: 5 out. 2020.
SOUZA, Ericson Mendes. O papel do CIO no alinhamento estratégico entre governança de TI e 
inovação: percepção de um CIO de multinacional brasileira. 2020. Dissertação (mestrado profissio-
nal MPGC) – Fundação Getulio Vargas, Escola de Administração de Empresas de São Paulo. Disponí-
vel em: https://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/handle/10438/28985. Acesso em: 5 out. 2020.
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. Como o TCU vem implantando a governança de 
TI. [20--]. Disponível em: https://portal.tcu.gov.br/data/files/44/13/F7/8C/7C75D410F-
10055D41A2818A8/2509615.PDF. Acesso em: 5 out. 2020.
MÓDULO 3
COBIT
 37
1. COBIT
O COBIT (Control Objectives for Infor-
mation and Related Technology) foi criado em 
1994, pela ISACA (Information Systems Audit 
and Control Association). A ISACA é um órgão 
que atua mundialmente, composto por várias 
empresas de TI e que efetua certificações de 
segurança, auditoria de governança e gestão 
de risco. Desde que foi criado, o COBIT vem 
evoluindo em termos de padrões técnicos, 
profissionais e regulatórios; incorporando 
também questões específicas dos processos 
de TI. Em 1998, foi criada a sua segunda edi-
ção. A terceira edição foi publicada em 2000, 
pelo IT Governance Institute (ITGI), entidade 
criada pela ISACA com o objetivo de promo-
ver uma melhor compreensão a respeito dos 
princípios de Governança de TI. Em 2005 
saiu uma versão 4.0 do COBIT, alinhada aos 
modelos COSO, ITIL e ISO/IEC 17.779. O 
COBIT 5 surgiu em 2012, quando passou a 
ser adotado como um framework de negó-
cios completo para governança e gerencia-
mento da TI.
O COBIT foi concebido conforme as exi-
gências do COSO – Committe of Sponsoring 
Organisations of the Treadway Commission’s 
Internal Control – Integrated Framework, que 
é um padrão de controles internos adotado 
por organizações de todo o mundo no que 
tange ao gerenciamento e à gestão de riscos.
1.2 Objetivos do COBIT
O COBIT tem como objetivo: promover 
o valor agregado pela TI nas organizações, 
permitindo o gerenciamento da TI de forma 
transparente e integrada, criando sinergia 
entre a TI e os demais departamentos da em-
presa. Ele promove um melhor gerenciamen-
to das informações no âmbito da organização, 
assegurando qualidade e confiabilidade da 
gestão, além de possibilitar o gerenciamento 
dos riscos envolvidos no negócio. 
Para Fernandes e Abreu (2014), o COBIT:
•	 Ajuda as empresas a atingirem seus obje-
tivos de governança e gerenciamento da 
TI em âmbito corporativo;
•	 Auxiliam as empresas a otimizarem o va-
lor da sua TI, balanceando riscos versus 
benefícios.
•	 Habilita a TI a ser gerenciada e governa-
da de forma holística por toda a empresa 
(incluindo áreas de negócio, áreas funcio-
nais da TI e partes interessadas internas 
e externas). 
•	 Pode ser utilizado por empresas de qual-
quer natureza, mercado ou tamanho. 
1.3 Princípios COBIT
No framework COBIT 5, a governança e 
o gerenciamento de TI são sustentados pelos 
APRESENTAÇÃO
Iniciaremos esta unidade de estudos compreendendo as características e os objetivos 
do COBIT (Control Objectives for Information and Related Technology). Conheceremos os 
princípios que norteiam a implantação do COBIT nas organizações e também o modelo de re-
ferência de processos no COBIT 5, assim como o agrupamento entre esses processos e seus 
respectivos domínios. Por fim, veremos as principais diretrizes a serem seguidas pelas empre-
sas que decidem pela implementação do COBIT, conhecendo também sua aplicabilidade e os 
principais benefícios que essa implementação pode trazer para as organizações.
Laiane
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Realce
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 38 
cinco princípios, descritos a seguir.
Figura 1: princípios para a governança e ge-
renciamento da TI empresarial
Fonte: ISACA (2012)
1. Satisfazer as necessidades das partes interes-
sadas 
No COBIT, a empresa deve gerar valor para as 
suas partes interessadas, por meio da entrega de 
benefícios, otimizando riscos e custos. Esse é o 
principal objetivo que a governança deve buscar. 
Entre as partes interessadas, podemos citar os 
acionistas, clientes, colaboradores, fornecedores, 
sociedade em geral, entre outros. A geração de 
valor está relacionada ao resultado final, gerado 
pela organização através dos recursos aplicados 
durante o processo de geração desse resultado.
Portanto, a governança deve considerar as 
necessidades das várias partes interessadas en-
volvidas no negócio. Essas necessidades devem 
ser traduzidas em metas corporativas genéricas 
(aplicáveis a toda a organização), metas relacio-
nadas à TI (específicas da área) e metas dos ha-
bilitadores de TI (fatores tangíveis é intangíveis 
que, individual ou coletivamente, possuem influ-
ência sobre o funcionamento da governança e 
do gerenciamento da TI). para isso, o COBIT pro-
põe um sistema de metas em cascata, descrito a 
seguir.
Figura 2: Metas em cascata COBIT
Fonte: ISACA (2012)
Esse conceito de cascata permite colocar os 
objetivos a serem atingidos em ordem lógica, o 
que facilita a sua consecução. Essa ordem é es-
tabelecida em função da tangibilidade de cada 
um deles, a parte do alinhamento do COBIT ao 
negócio.
2. Cobrir a empresa de ponta a ponta 
Aqui, o foco é deixar toda organização ampa-
rada pela integração entre a Governança Corpo-
rativa e a Governança de TI. A TI deve ser visua-
lizada como um grande ativo dentro da empresa. 
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No COBIT, o sistema de governança é formado 
pelos seguintes componentes: 
•	 Habilitadores da governança: recursos orga-
nizacionais utilizados para viabilizar a gover-
nança, como princípios, frameworks, estru-
turas, processos e práticas.
•	 Escopo da governança: área que será efeti-
vamente governada (que pode incluir desde 
um ativo tangível ou intangível até uma enti-
dade ou mesmo a empresa inteira). 
•	 Papéis, atividades e relacionamentos: defi-
nem as partes interessadas envolvidas, o que 
elas fazem e como devem interagir dentro 
do escopo do sistema de governança. 
3. Aplicar um framework integrado único
O COBIT funciona como um integrador para 
a governança e para a gestão. Por isso, é impor-
tante que essa integração ocorra através de uma 
solução única e globalizada para a organização. 
Por isso, o COBIT serve como uma estrutura 
base para todas as orientações de gestão, na me-
dida em que define o conjunto de habilitadores 
para a governança e gerenciamento, provendo 
também a base de boas práticas a serem utiliza-
das no âmbito da organização, o que inclui for-
mas para definição do escopo, papéis, atividades 
e relacionamentos. 
4. Possibilitar uma visão holística 
Isso significa que o COBIT deve abarcar a 
empresa como um todo. Nenhuma área pode ser 
deixada de lado. Nesse ponto, o COBIT propõe 
sete categorias de habilitadores de TI, capazes 
de promover o sucesso da governança e do ge-
renciamento de TI. São eles:
•	 Princípios, políticas e estruturas - Auxiliam a 
traduzir o funcionamento esperado da orga-
nização. Constituem-se de comportamentos 
desejados em um guia prático para o dia a 
dia da empresa.
•	 Processos - Descrevem práticas e atividades 
para atingir objetivos específicos, apoiando 
também o atingimento das metas globais re-
lacionadas à TI. 
•	 Estruturas organizacionais – São as entida-
des de tomada de decisões-chave em uma 
empresa.
•	 Cultura, ética e comportamento dos envol-
vidos

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