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Classificações especiais das obrigações

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1. Além da classificação básica considerando a natureza do objeto (obrigações de dar, fazer e não fazer), existem outras classificações (algumas delas já estudadas), que denominaremos de especiais.
2. As obrigações especiais podem ser classificadas quanto ao elemento subjetivo (os sujeitos) e quanto ao elemento objetivo (a prestação). Mas podem também ser classificadas quanto ao elemento acidental e quanto ao conteúdo.
Classificação especial quanto ao elemento subjetivo
Obrigações fracionárias
1. Nas obrigações fracionárias, concorre uma pluralidade de devedores ou credores, de forma que cada um deles responde apenas por parte da dívida ou tem direito apenas a uma proporcionalidade do crédito.
Obrigações conjuntas 
1. Nessas obrigações concorrem uma pluralidade de devedores ou credores, impondo-se a todos o pagamento conjunto de toda a dívida, não se autorizando a um dos credores exigi-la individualmente.
Obrigações disjuntas
1. Nesta modalidade de obrigação, existem devedores que se obrigam alternativamente ao pagamento da dívida. Vale dizer, desde que um dos devedores seja escolhido para cumprir a obrigação, os outros estarão consequentemente exonerados.
2. Se difere das obrigações solidárias, pois nestas existe o direito regressivo do devedor que paga.
Obrigações solidárias
1. As obrigações solidárias já foram devidamente esmiuçadas noutro documento.
2. O código civil as disciplina entre os artigos 264 e 285. 
Classificação especial quanto ao elemento objetivo
Obrigações alternativas
1. As obrigações alternativas ou disjuntivas são aquelas que têm por objeto duas ou mais prestações, sendo que o devedor se exonera cumprindo apenas uma delas.
2. O Código Civil trata das obrigações alternativa entre os artigos 252 e 256.
3. Essas obrigações, tal como as obrigações solidárias, já foram devidamente estudadas noutro documento.
Obrigações facultativas 
1. A obrigação é considerada facultativa quando, tendo um único objeto, o devedor tem a faculdade de substituir a prestação devida por outra de natureza diversa, prevista subsidiariamente. Exemplo: o devedor A obriga-se a pagar a quantia de R$ 10.000,00, facultando-se-lhe, todavia, a possibilidade de substituir a prestação principal pela entrega de um carro usado. 
Obrigações cumulativas
1. As obrigações cumulativas ou conjuntivas são as que têm por objeto uma
pluralidade de prestações, que devem ser cumpridas conjuntamente. É o que ocorre quando alguém se obriga a entregar uma casa e certa quantia em dinheiro.
Obrigações divisíveis e indivisíveis
1. As obrigações divisíveis são aquelas que admitem o cumprimento fracionado ou parcial da prestação; as indivisíveis, por sua vez, só podem ser cumpridas por inteiro. 
2. Disciplinadas entre os arts. 257 e 263 do Código Civil. 
3. Essa matéria foi devidamente tratada em documento próprio.
Obrigações líquidas e ilíquidas
1. Líquida é a obrigação certa quanto à sua existência, e determinada quanto ao seu objeto. A prestação, pois, nesses casos, é certa, individualizada, a exemplo do que ocorre quando alguém se obriga a entregar ao credor a quantia de R$ 100,00.
2. A obrigação ilíquida, por sua vez, carece de especificação do seu quantum, para que possa ser cumprida. A apuração processual desse valor dá-se por meio de procedimento específico de liquidação, na forma do disposto na legislação processual.
3. Tradicionalmente, três métodos são invocados para a quantificação de obrigações ilíquidas: simples cálculos, artigos de liquidação ou arbitramento.
· Cálculos: a liquidação por cálculos é a espécie mais cotidianamente utilizada. Ela se dá quando existirem nos autos todos os elementos suficientes para a quantificação do julgado.
· “Liquidação por artigos”: a “liquidação por artigos” é o nome que se dava ao procedimento a ser utilizado quando inexistissem nos autos provas suficientes para a quantificação do julgado, devendo ser esta obtida por meio de um procedimento ordinário. Ou seja, trata-se de um procedimento para alegar e provar um fato novo — entendido como “novo” o inexistente nos autos — necessário para a liquidação do julgado.
· A liquidação por arbitramento é feita quando inexistem elementos objetivos para a liquidação do julgado, seja nos autos ou fora deles, devendo valer-se o magistrado de uma estimativa para quantificar a obrigação.
Classificação especial quanto ao elemento acidental
Obrigações condicionais 
1. Trata-se de obrigações condicionadas a evento futuro e incerto, como ocorre quando alguém se obriga a dar a outrem um carro, quando este se casar.
Obrigações a termo
1. Se a obrigação subordinar a sua exigibilidade ou a sua resolução, outrossim, a evento futuro e certo, estaremos diante de uma obrigação a termo.
2. Realizado o ato, já surgem o crédito e o débito, estando estes apenas com a exigibilidade suspensa.
Obrigações modais
1. As obrigações modais são aquelas oneradas com um encargo (ônus), imposto a uma das partes, que experimentará um benefício maior.
Classificação especial quanto ao conteúdo
Obrigações de meio
1. A obrigação de meio é aquela em que o devedor se obriga a empreender sua atividade, sem garantir, todavia, o resultado esperado. As obrigações do médico, em geral, assim como as do advogado, são fundamentalmente, de meio. 
Obrigações de resultado
1. Nesta modalidade obrigacional, o devedor se obriga não apenas a empreender a sua atividade, mas, principalmente, a produzir o resultado esperado pelo credor.
Obrigações de garantia
1. Tais obrigações têm por conteúdo eliminar riscos que pesam sobre o credor, reparando suas consequências.
2. O exemplo típico de tais obrigações são os contratos de seguro, em que, mesmo que o bem pereça em face de atitude de terceiro (incêndio provocado), a seguradora deve responder.
GAGLIANO, Pablo Stolze. FILHO, Rodolfo Pamplona. Novo curso de direito civil, volume 2. 21 ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2020.

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