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Obesidade em crianças - Unidade 1

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A Organização Mundial de Saúde (OMS) define a 
obesidade como condição crônica multifatorial caracterizada 
pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, acarretando 
prejuízos à saúde (WHO, 2020). A prevalência de 
obesidade tem aumentado de maneira epidêmica entre 
crianças e adolescentes nas últimas quatro décadas e, 
atualmente, representa um grande problema de saúde 
pública no mundo. 
A partir de dados de 2006, a Pesquisa Nacional de 
Demografia e Saúde/2006 (BRASIL, 2009) 
mostrou uma prevalência de excesso de peso em menores 
de cinco anos igual a 7,3%. No grupo de crianças com idade 
entre 5 e 9 anos, a Pesquisa de Orçamentos 
Familiares/2008/2009 (IBGE, 2010) identificou que, 
aproximadamente, uma em cada três crianças apresentava 
excesso de peso. 
Ao analisar a tendência temporal do excesso de peso entre 
os anos de 1989, 1996 e 2006, foi observado que houve 
um aumento de 160% na prevalência de crianças menores 
de 5 anos com excesso de peso, com um aumento médio de 
9,4% ao ano (SILVEIRA et al, 2013). 
A partir de dados de 2006, a Pesquisa Nacional de 
Demografia e Saúde/2006 (BRASIL, 2009) 
mostrou uma prevalência de excesso de peso em menores 
de cinco anos igual a 7,3%. No grupo de crianças com idade 
entre 5 e 9 anos, a Pesquisa de Orçamentos 
Familiares/2008/2009 (IBGE, 2010) identificou que, 
aproximadamente, uma em cada três crianças apresentava 
excesso de peso. 
 
 
 
Os genes apresentam papel relevante na obesidade, em 
especial na infância. Crianças com ambos os pais obesos, 
apresentam cerca de dez vezes mais chances de 
desenvolverem obesidade quando comparadas à crianças 
com pais que apresentam peso adequado (WHITAKER, 
2010) 
A base genética dessa associação refere-se a atuação do 
hipotálamo sobre o controle do apetite e o acúmulo de 
gordura. Os fatores genéticos podem levar a um aumento 
no risco de obesidade em crianças, por meio do que 
chamamos de epigenética. Epigenética define-se pelo 
conhecimento sobre as alterações regulatórias herdáveis na 
expressão genética, sem a ocorrência de alterações na 
sequência de nucleotídeos. 
Essas modificações são desencadeadas por fatores 
ambientais e alimentares ou associados à microbiota intestinal. 
Segundo a OMS, a obesidade infantil tem impacto ao longo 
da vida, inclusive na vida adulta, em função dos efeitos 
epigenéticos (WHO, 2016). 
 
Elaborado por: Talita Ribeiro 
 
Dentre os fatores ambientais, chamamos de ambiente 
obesogênico aquele promotor ou facilitador de escolhas 
alimentares não saudáveis e de comportamentos 
sedentários, os quais dificultam a adoção e manutenção de 
hábitos alimentares saudáveis e a prática regular de 
atividade física. Sabe-se que o principal elemento para o 
aumento da prevalência da obesidade nas populações é o 
ambiente cada vez mais obesogênico, e não as mutações 
genéticas. 
Assim, para o cuidado da obesidade, além do apoio aos 
indivíduos por meio de abordagens 
educativas/comportamentais, é fundamental a adoção de 
políticas intersetoriais para reverter a natureza obesogênica 
dos locais onde as crianças, os adolescentes e suas famílias 
vivem (SWINBURN et al., 2019). 
A obesidade em crianças e adolescentes é um problema 
grave, que ocasiona repercussões deletérias importantes à 
vida de crianças, adolescentes, jovens e adultos e 
sobrecarrega o SUS com altos custos relacionados ao 
tratamento do agravo e de suas complicações. A obesidade 
infantil está associada a uma maior chance de morte 
prematura, manutenção da obesidade e incapacidade na 
idade adulta. 
Mas, além de aumentar os riscos futuros, crianças e 
adolescentes com obesidade podem apresentar dificuldades 
respiratórias, aumento do risco de fraturas e outros 
agravos ósteo articulares, hipertensão arterial sistêmica, 
marcadores precoces de doenças cardiovasculares, 
resistência à insulina, câncer e efeitos psicológicos, como 
baixa autoestima, isolamento social e transtornos alimentares, 
dentre outros (WHO, 2020). 
Deste modo, as repercussões da obesidade acontecem em 
toda a fase de crescimento e desenvolvimento da criança e 
do adolescente e podem per-manecer a curto, médio e longo 
prazo. As principais consequências da obesidade em 
crianças e adolescentes ao longo da vida são de diversas 
ordens, englobando fatores psicológicos e biológicos, os quais 
pode-se citar: 
o Psicológicos: TDHA, isolamento social, bullying, baixa 
autoestima, transtornos alimentares 
o Neurológicos: disfunção cognitiva, desempenho escolar 
reduzido, pseudotumor cerebral 
o Cardiovascular: HAS, hipertrofia ventricular E, 
dislipidemia, diminuição da contratilidade cardíaca, 
Aterosclerose prematura, Doenças Isquêmicas, 
Fibrilação atrial, ICC 
o Endócrina: pubarca precoce, resistência à insulina, DM 
tipo 2, ginecomastia (meninos) 
o Pulmonar: asma, apneia obstrutiva do sono 
o Renal: doença renal crônica, urolitíase 
o Gastrointestinal: doença hepática gordurosa, cálculos 
biliares, refluxo gastroesofágico, constipação intestinal, 
síndrome das eliminações 
o Reprodutivo: SOP, infertilidade 
o Musculoesquelético: epidisioólise da cabeça fo fêmur, 
doença de Blount, pé chato, fraturas em MMII, 
artrite, gota 
o Pele: estriaas, furunculosa, infecção por maceração, 
dermatite atópica 
O excesso de peso, sobrepeso e obesidade, em crianças e 
adolescentes é mediado por fatores que podem ser divididos 
em distais, mediais e proximais. 
No conjunto de fatores proximais, no microssistema, são 
contemplados os aspectos genéticos e antecedentes 
perinatais, bem como o comportamento alimentar, a prática 
de atividade física e o comportamento sedentário, fatores 
relacionados à saúde mental e sono, bem como o fomento 
da alimentação saudável e atividade física na escola, além da 
exposição à violência, seja ela presenciada ou sofrida no 
âmbito doméstico ou mesmo externa, como no caso do 
bullyng. Nos fatores mediais, que pertencem ao 
mesossistema, estão incluídas as condições socioeconômicas 
Elaborado por: Talita Ribeiro 
da família, os aspectos culturais, a disponibilidade e acesso 
aos alimentos, os cuidados com a alimentação da infância 
desde o nascimento, a disponibilidade de serviços de atenção 
à saúde com ações voltadas para o excesso de peso, além 
da influência das mídias e ambiente em que vivem. Dentre 
os fatores distais, situados no exossistema, destacam-se as 
ações governamentais promotoras de saúde e da 
alimentação adequada e saudável, bem como as regulatórias 
relativas à publicidade, controle de agrotóxicos e demais 
aditivos alimentares e à venda de alimentos 
ultraprocessados, além das políticas sociais estruturantes 
que envolvem educação, lazer, abastecimento, transportes e 
a economia. 
 
Fonte: Obesidade – Cuidado da criança e do adolescente com 
sobrepeso e Obesidade da Atenção Primária à Saúde 
UFSC 2021 
UNA - SUS

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