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Leucograma

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LEUCOGRAMA
INTRODUÇÃO
Os leucócitos, também conhecidos por glóbulos brancos, são células incolores de formato
esférico que atuam na defesa do organismo agindo contra infecções, doenças, alergias, resfriados e
em algumas ocasiões podem atacar os tecidos do próprio corpo, originando doenças autoimunes.
Eles podem ser divididos em agranulócitos, que compreende os linfócitos e os monócitos e
em granulócitos, compreendendo os eosinófilos, basófilos e neutrófilos.
1) POLIMORFONUCLEARES (GRANULÓCITOS)
NEUTRÓFILO: São células que participam da resposta inflamatória por
quimiotaxia aos locais de inflamação e realização da fagocitose.
ORDEM DE MATURAÇÃO: Normalmente ocorre em 7 dias. Sua população
se renova de 2 a 3x por dia.
*Segmentados são os neutrófilos maduros.
Metamielócitos: núcleo em forma de feijão, normalmente não é encontrado no sangue.
Bastonetes: núcleo em forma de ferradura;
Segmentado: membrana nuclear irregular com 1 ou mais constrições. Grânulos levemente
corados no citoplasma.
POR: LAÍS DANTAS
NEUTRÓFILOS: GRANULOPOIESE
EOSINÓFILO: Estão relacionadas à resposta inflamatória a parasitos
(principalmente helmintos) e na modulação de hipersensibilidades (fagocitam
imunocomplexos) em relação à respostas inflamatórias alérgicas e de
imunocomplexos. Possuem proteínas que se ligam e promovem danos à
membrana dos parasitas, fornecendo um mecanismo de defesa.
CARACTERÍSTICA PADRÃO: Presença de grânulos vermelho-alaranjados proeminentes. Podem
apresentar vacúolos vazios quando seus grânulos são lavados.
BASÓFILO: Possuem núcleo segmentado, possuindo histamina e heparina.
Sua função na circulação é desconhecida e sua concentração na circulação
normalmente é baixa, sendo incomuns de serem encontradas na rotina. A
forma dos grânulos varia com a espécie, sendo a dos caninos pobremente
granuladas e a de felinos bastante granulada, como uma “calçada de pedras”.
2) MONONUCLEARES (AGRANULÓCITOS)
LINFÓCITO: Os linfócitos sanguíneos correspondem a um conjunto
diversificado de subpopulações linfocitárias de linfócitos B (imunidade
humoral), linfócitos T (imunidade celular e citocinas) e de células NK,
presentes em menor concentração e que também são destrutivas. Não dá
pra diferenciar estas células no esfregaço, apenas com outras técnicas como
citometria de fluxo.
LINFÓCITOS REATIVOS E GRANULARES: Provavelmente são linfócitos B capazes de
produzir imunoglobulinas, com citoplasma intensamente basofílico e núcleo irregular. É
comum em animais jovens.
POR: LAÍS DANTAS
MONÓCITO: Também participam da resposta inflamatória, são células
intermediárias em processo contínuo de maturação. Quando entram nos
tecidos viram macrófagos, células que fazem a fagocitose (céls. marcadas
por anticorpos, protozoários e fungos; céls. em apoptose. São responsáveis
pela destruição fisiológica dos eritrócitos, com reciclagem metabólica de
ferro e pela maioria dos processos patológicos que envolvem destruição
eritrocitária.
COLETA PARA LEUCOGRAMA
Para a realização do leucograma, podemos utilizar o TUBO DE EDTA, da tampa roxa,
que é utilizado para análises de sangue total, dosagem de lipídeos e lipoproteínas de uma
maneira geral. É o mais recomendado para mamíferos como cão e gato.
Também podemos utilizar o TUBO DE HEPARINA, que possui a tampa verde, para
análises de hemograma de uma maneira geral e leucograma. O problema da heparina é
que ao fazer a lâmina com o esfregaço sanguíneo, acaba tendo muita alteração na
coloração, pois ela altera na hora da coloração do esfregaço sanguíneo.
Podemos utilizar também o TUBO DE CITRATO, de tampa azul, utilizado para testes
de coagulograma. Pode ser utilizado para hemograma também, mas apenas em último
caso, pois é um anticoagulante bem hemodiluído, então tem que escrever que foi coletado
no tubo de citrato para o patologista realizar a correção dos cálculos. As vezes sai mais caro
e é mais complicado, por isso ele não é utilizado e não é ideal para hemograma. Se só tem
ele, pode usar, mas não é recomendado.
INTERPRETAÇÃO DA RESPOSTA LEUCOCITÁRIA NA DOENÇA
SUFIXOS:
1) PENIA: refere-se à diminuição da contagem do tipo celular no sangue. As citopenias
importantes para a interpretação incluem:
• Neutropenia
• Linfopenia
• Eosinopenia
OBS:
- Não se aplica a monócitos, pois a diminuição da contagem desse tipo celular não é
importante.
POR: LAÍS DANTAS
- O termo também não se aplica a neutrófilos bastonetes, metamielócitos, basófilos e
metarrubrícitos, pois a ausência dessas células é um achado normal.
2) FILIA ou CITOSE: referem-se ao aumento da contagem do tipo celular no sangue.
Exemplos incluem:
• Neutrofilia ou leucocitose neutrofílica
• Eosinofilia
• Basofilia
• Monocitose
• Linfocitose
• Metarrubricitose
DESVIOS - ESQUEMA DE MATURAÇÃO DE SCHILLING
1) DESVIO À ESQUERDA: Refere-se ao aumento na concentração de neutrófilos imaturos no
sangue. Sua ocorrência sugere estímulo inflamatório, com uma resposta inadequada à inflamação,
depleção da medula óssea ou exaustão da medula óssea
Normalmente envolve neutrófilos bastonetes, embora metamielócitos e formas jovens
possam acompanhar o aumento destes bastonetes. Na imagem abaixo podemos observar o
neutrófilo segmentado (S) acompanhado de um bastonete com seu núcleo em ferradura (B) e um
metamielócito (M), representando um desvio à esquerda.
O desvio à esquerda pode ocorrer por neutrofilia ou por neutropenia. Quando ocorre por
neutropenia, indica que está havendo um consumo grave de neutrófilos por uma lesão inflamatória
mais agressiva ou devido a uma repopulação precoce do sangue após lesão reversível às
células-tronco.
O desvio à esquerda pode ser:
POR: LAÍS DANTAS
REGENERATIVO: é uma leucocitose com a presença de neutrófilos imaturos de forma escalonada
(ordenada), ou seja, de mieloblasto até segmentado. Ele pode ser classificado como leve, moderado
ou severo.
Leve: quando temos a presença de bastonetes.
Moderado: quando temos a presença de neutrófilos bastonetes e metamielócitos.
Severo: quando temos a presença de bastonetes, metamielócitos e mielócitos.
DEGENERATIVO: Neste, temos uma contagem total de leucócitos normais ou leucopênicos, mas
com uma quantidade maior de células jovens do que de células maduras, ou seja, vamos ter uma
quantidade maior de bastonetes, metamielócitos e mielócitos do que neutrófilos segmentados
maduros na corrente sanguínea. Neste caso, há a perda do escalonamento, logo, ocorre de forma
desordenada.
1) DESVIO À DIREITA (HIPERSEGMENTADOS): Refere-se ao aumento na presença de células
maduras, velhas na corrente sanguínea, como os hipersegmentados. Ocorre devido a um baixo
influxo destes para os tecidos ou ao aumento da desmarginalização, ou no uso de corticosteróides
exógenos ou até mesmo endógenos, pois existem afecções que aumentam os corticosteróides
endógenos no organismo do paciente.
POSSÍVEIS CAUSAS:
NEUTROFILIA ↑ NEUTROPENIA ↓
Adrenalina (marginal → circulante) Infecção viral (FIV, FeLV) e por protozoários e
bactérias mais intensas gerando sepse
Corticóide (diminui migração para os tecidos) Autoimune
Inflamação (cão > gato > equino > bovino) Endotoxemia
Síndrome paraneoplásica Aumento da demanda sem compensação
medular
Leucemia granulocítica Diminuição da produção (aplasia medular)
POR: LAÍS DANTAS
NEUTROFILIA ↑ EXPLICAÇÃO
Excitação ou esforço Há um aumento de neutrófilos na corrente
sanguínea devido ao estresse, que causa a
leucocitose e acaba causando neutrofilia,
linfocitose e monocitose na corrente
sanguínea;
Glicocorticóides Impedem que os neutrófilos vão para as
paredes do vaso e façam a diapedese para ter
acesso aos tecidos, então eles mantêm mais os
neutrófilos na corrente sanguínea. Então
quando vemos animais com
hiperadrenocorticismo vemos animais com
neutrófilos velhos na corrente sanguínea, bem
hipersegmentados, com mais de uma
segmentação;
Hipertireoidismo Pode causar uma diminuição no metabolismo
dos indivíduos e um aumento na neutrofilia;
Infecção Infecções bacterianas causam neutrofilia;
Anemia hemolítica ou hemorrágica Nessas situações ocorreum estímulo muito
grande desses neutrófilos, então na
hemorragia às vezes por estresse ou infecções
secundárias há a neutrofilia;
Leucemias Leucemias mielóides podem causar neutrofilia,
leucemia neutrofílica tanto aguda como crônica
causam neutrofilia, mas aí a diferenciação de
uma leucemia para uma neutrofilia está
relacionada à presença dessas células e à
morfologia;
Gestação Animais gestantes, no terço final da gestação,
apresentam neutrofilia;
ALTERAÇÕES TÓXICAS
Ocorrem em processos inflamatórios sistêmicos, como na sepse, endotoxemia, necrose
tecidual e em infecções por bactérias Gram (-). Esse termo foi utilizado pela primeira vez na
medicina humana devido sua relação com pacientes com quadros de intoxicação. Então sempre
associavam a intoxicação à presença de neutrófilos tóxicos.
Na verdade, esse termo é utilizado com relação a maturação de neutrófilos, ou seja, quando
temos um neutrófilo com núcleo normal mas com citoplasma com alterações que podem estar
relacionados com erro de maturação dos neutrófilos.
POR: LAÍS DANTAS
BASOFILIA CITOPLASMÁTICA E CORPÚSCULOS DE DOHLE: Nestes
casos, encontra-se uma basofilia citoplasmática, e corpúsculos de Dohle
como apontado pela seta preta, que é um agregado do retículo
endoplasmático, visto frequentemente em gatos. Nesses casos, anotamos
no hemograma que o neutrófilo é tóxico.
GRANULAÇÕES TÓXICAS E VACUOLIZAÇÃO CITOPLASMÁTICA: A
vacuolização pode ser observada na seta, e esses vacúolos representam
que a toxicidade já está mais intensa.
CÉLULAS GIGANTES: Como temos uma rápida proliferação dos precursores, vai
haver uma diminuição da mitose, gerando esses neutrófilos gigantes.
NÚCLEO EM ANEL: Esse núcleo em anel representa também um quadro de
toxicidade intensa. Geralmente está mais associado a infecções graves ou
sistêmicas, onde o núcleo forma como se fosse uma rosca no citoplasma.
EOSINÓFILOS: ALTERAÇÕES DE QUANTIDADE
EOSINOFILIA ↑ EOSINOPENIA ↓
Reações de hipersensibilidade (alergias) Corticosteróides (endógenos e exógenos):
neutralizam a histamina, inibem degranulação
de mastócitos
Parasitismo Estresse agudo e crônico
Lesão tecidual (pele, trato respiratório, TGI,
útero - liberação de histamina por mastócitos -
atrai eosinófilos)
Hiperadrenocorticismo
Mastocitomas Infecção/inflamação
Estro
Gestação/parto recente
Leucemia eosinofílica
Síndrome paraneoplásica
Síndrome hipereosinofílica (gatos)
POR: LAÍS DANTAS
BASÓFILOS: ALTERAÇÕES DE QUANTIDADE
Normalmente a concentração de basófilos na circulação é baixa, sendo incomuns de serem
encontradas na rotina, portanto, será de relevância clínica apenas o conhecimento de causas para o
aumento de basófilos no leucograma.
BASOFILIA ↑ BASOPENIA ↓
Hipersensibilidade (ecto e endoparasitas ou
drogas) - pele, trato respiratório, TGI
Sem significado clínico
Mastocitoma
Granuloma eosinofílico
Doenças mieloproliferativas
Leucemia basofílica
LINFÓCITOS: ALTERAÇÕES DE QUANTIDADE
Os linfócitos são células de grande importância, sendo de grande relevância no leucograma.
LINFOCITOSE ↑ LINFOPENIA ↓
Inflamação Estresse e hiperadrenocorticismo
Vacinação Inflamação aguda
Leucograma de estresse (adrenalina) Infecção viral
Hipoadrenocorticismo Radiação, quimioterapia, timectomia
Leucemias linfóides Diminuição da recirculação - órgãos linfóides
(efusão quilosa)
Diminuição da recirculação (vasos linfáticos
intestinais) - linfangiectasia, neoplasia
intestinal, granuloma
LINFÓCITOS REATIVOS
Corresponde a uma proliferação de linfócitos em resposta a
uma estimulação antigênica, de etiologia inespecífica. Estes
possuem maior tamanho, basofilia citoplasmática e alterações
nucleares, e podem ser confundidos com linfócitos neoplásicos.
POR: LAÍS DANTAS
LEUCEMIAS
LEUCEMIA LINFOCÍTICA CRÔNICA (LLC)
São linfócitos com aparência normal.
LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA (LLA)
Apresenta linfoblastos com nucléolos evidentes e basofilia (bem
mais roxo), ainda, há a presença de sombras de Gumprecht como
apontado na seta, que são núcleos rompidos, indicando células frágeis e
neoplásicas.
OBS: O diagnóstico de leucemia só é confirmado com a análise da medula óssea.
COMO EU VOU SUSPEITAR DE UMA LEUCEMIA?
Para cães, no hemograma iremos encontrar uma contagem de linfócitos acima de 10.000
linfócitos/uL, e para gatos, entre 25.000 - 50.000/uL.
CONFIRMAÇÃO DE LEUCEMIA
Pedimos uma análise da medula óssea, onde, se houver acima de 30% de linfócitos
maduros, temos uma leucemia linfocítica crônica (LLC), e se houver acima de 30% linfoblastos,
temos uma leucemia linfoblástica aguda (LLA).
MONÓCITOS: ALTERAÇÕES DE QUANTIDADE
MONOCITOSE ↑ MONOCITOPENIA ↓
Pode ser doença crônica Sem grande importância na interpretação
Pode ser início de quadro agudo Relatos na resposta ao esteróide: gatos, cavalos
e bovinos
Esteróides (cão)
Neoplasia
Quando junto de uma neutrofilia,
podemos pensar em inflamação,
infecção, sepse
Leucemia de monócitos ou mielomonocítica
POR: LAÍS DANTAS
MONÓCITOS ATIVADOS (OU REATIV0S)
Podem indicar alguma lesão (necrose) tecidual. Aparece em
pacientes que chegam com um determinado tipo de lesão
corpórea, alguma queimadura ou algo mais intenso.
ERITROFAGOCITOSE
Encontrado nos casos de anemia hemolítica imunomediada,
de grande importância para clínica de pequenos, visto que é uma
afecção encontrada com frequência na rotina clínica.
CÉLULAS CIRCULANTES RARAS
• Mastócito: encontrado apenas em casos de mastocitomas - mastocitose sistêmica
(leucemia de mastócitos);
• Plasmócito: quando encontrado, podemos pensar em mieloma múltiplo.
INTERPRETAÇÃO DA RESPOSTA LEUCOCITÁRIA
1) RESPOSTA À EXCITAÇÃO (EPINEFRINA)
Resposta de fuga ou de luta. Acontece em situações de excitação, medo, ansiedade, dor,
parto, convulsões e exercício físico. Nesses casos, a liberação da adrenalina causa uma ação
cardiovascular, ela vai aumentar o fluxo sanguíneo pela microcirculação, principalmente nos
músculos (pois para correr ou fugir, precisaria estar bem preparado). Vai haver também uma
migração das células do compartimento marginal para o circulatório para permitir que isso
aconteça.
No leucograma, isso é visto como:
• Aumento de hematócrito: principalmente devido a uma contração esplênica.
Normalmente associamos o aumento de hematócrito a uma desidratação, o que de fato
acontece corriqueiramente, mas por exemplo, um animal que foi atropelado, o aumento de
hematócrito vai estar mais relacionado ao medo e a dor do que a uma desidratação. O
aumento de hematócrito pode ser por motivos piores que uma desidratação, e pode ocorrer
em resposta à adrenalina;
• Linfocitose: está relacionado à atividade muscular e a eventos cardiovasculares que
causam o aumento do fluxo de linfócitos dos vasos linfáticos para o sangue;
• Neutrofilia: é uma alteração bastante pontual, visto que sua resolução é rápida após o
repouso.
*Os gatos possuem uma resposta à excitação muito maior do que os cachorros, visto que não
tem costume de serem manipulados por estranhos, como é o caso de cães que sempre vão
POR: LAÍS DANTAS
para banhos e são mais sociáveis. Portanto, cães não vão ter tanto essas alterações ao
estresse que o gato tem no leucograma, e isso deve ser avisado ao tutor em situações em que
você observar que o animal está estressado na coleta de sangue, para que saibam dessas
possíveis alterações, assim como também devemos avisar ao patologista clínico para
colaborar com o resultado. Gatos muito estressados podem ser medicados com uma dose
baixa de gabapentina antes da coleta para evitar estas alterações. Nesses casos, as alterações
no leucograma são: leucocitose por neutrofilia e uma linfocitose.
Leucócito Alteração
Leucócitos totais ↑
Neutrófilos segmentados ↑
Neutrófilos bastonetes *Não é esperado ter aumento e nem
diminuição.
Linfócitos ↑ (até 20.000 está dentro do esperado)
Monócitos Inalterado
Eosinófilos Inalterado
*Obs: não há desvio à esquerda, pois a neutrofilia ocorre por células maduras, por um aumento
devido a compartimentalização bidirecional de do compartimento marginal para o circulatório.Não
há compensação medular e não esperamos encontrar desvio à esquerda nesses casos.
2) RESPOSTA AO ESTRESSE (CORTICÓIDES)
POR CORTICOSTERÓIDES ENDÓGENOS:
Ocorre no caso do ESTRESSE FISIOLÓGICO, pois nestes casos ocorre a liberação de
hormônio adrenocorticotrófico pela glândula pituitária (hipófise), resultando na liberação de cortisol
pela glândula adrenal, que irá ajudar o organismo a controlar o estresse.
Outra situação em que se tem uma grande liberação de corticóides é no
hiperadrenocorticismo, que é a principal característica de alteração laboratorial que encontramos.
Também temos cortisol aumentado em doenças sistêmicas, distúrbios metabólicos e na dor, como
por ex: doença renal, cetoacidose diabética, desidratação, doenças inflamatórias e dor
(traumatismo).
POR CORTICOSTERÓIDES EXÓGENOS:
Ocorre quando se utiliza fármacos como prednisona, dexametasona dentre outros desta
mesma classe que podem ser utilizados pelos animais em situações diversas na rotina clínica.
O QUE ESPERAMOS TER NO ESTRESSE:
• Linfopenia: quando temos ação dos corticóides, vamos ter uma apoptose de linfócitos,
com isso vai ter uma redistribuição dos linfócitos do compartimento intravascular para o
extravascular (linfonodos, baço medula óssea e duto torácico).
POR: LAÍS DANTAS
• Neutrofilia: diminui a viscosidade e a marginação celular, causa a retenção de neutrófilos
na circulação, quando isso ocorre, temos uma hipersegmentação, e também aumenta a
liberação de neutrófilos maduros do compartimento de reserva da medula óssea.
• Eosinopenia: há um sequestro pela medula óssea ou por uma alteração direta na
migração para a circulação sanguínea.
Se eu estou com um hemograma na mão e penso ‘’foi muito difícil essa coleta’’, vamos
pensar, então ele teve um aumento de corticoide ou de adrenalina? Isso vai nos ajudar a diferenciar
se esse animal teve um estresse que aumenta a adrenalina ou se foi causado por corticóide. Nos
casos de estresse por corticóides, sabemos que eles causam apoptose de linfócitos, logo há uma
linfopenia, já quando é por adrenalina, há uma linfocitose para a fuga ou luta. Logo, o que podemos
encontrar no leucograma de um paciente com resposta ao estresse por corticóides é:
Leucócito Alteração
Leucócitos totais ↑
Neutrófilos segmentados ↑
Neutrófilos bastonetes *Não é esperado ter aumento e nem
diminuição.
Linfócitos ↓ (mais importante de se observar)
Monócitos ↑
Eosinófilos ↓
3) RESPOSTA À INFLAMAÇÃO
Quando temos uma resposta à inflamação, temos uma migração dos neutrófilos para os
tecidos. Antes, estes passavam pelo pool mitótico > pool de maturação > pool sanguíneo (pool
marginal e pool circulante), porém, quando um animal sofre um trauma ou algum processo de
inflamação, vai ter a migração do circulante para o tecidual, aquela região chama atenção dos
leucócitos, então eles migram para a área que está afetada.
Nesta situação, com a migração, vai haver uma compensação e, consequentemente, vai
haver a liberação da reserva, que irá causar a neutrofilia e um desvio à esquerda. Ou seja, se eu
estou precisando da atuação de células para que haja novamente um equilíbrio naquela área que
sofreu alguma injúria, que está em processo inflamatório, vamos ter uma neutrofilia, um aumento
no número total de neutrófilos circulantes, eles irão migrar, o compartimento vai estar direcionado
para a área tecidual e vai haver uma necessidade de neutrófilos da reserva para repor, e por isso vai
haver esse desvio à esquerda esperado em um processo de inflamação.
• Hiperplasia: aumento da produção, podendo ter alteração tóxica ou não, a depender do
processo que estaremos lidando. Esse aumento de produção faz todo sentido, se estou
gastando a reserva, consequentemente teremos que ter uma produção ou proliferação
maior para continuar tendo células na reserva. O organismo não vai deixar você gastar toda
POR: LAÍS DANTAS
a sua reserva e ficar sem neutrófilo. Isso tudo é decorrente da lesão inflamatória e do
consumo tecidual.
SITUAÇÕES:
EQUILÍBRIO DESEQUILÍBRIO POR CONSUMO TECIDUAL
DESEQUILÍBRIO POR LIBERAÇÃO MEDULAR
RESPOSTA À INFLAMAÇÃO
ESPÉCIE RESERVA MEDULAR CAPACIDADE DE
REGENERAÇÃO
CÃO Relativamente alta Rápida
GATO Intermediária Intermediária
INTERPRETAÇÃO DA NEUTROPENIA NA INFLAMAÇÃO AGUDA
Quando temos uma neutropenia (baixo número de neutrófilos) na inflamação
aguda, aconteceu naquele momento e já tem um número muito baixo de neutrófilos, para o
cão e para o gato, isso significa que tem uma lesão muito grave acontecendo, porque ele o
animal que tem maior reserva, e se essa reserva já esgotou ou está com número baixo na
inflamação aguda, isso quer dizer que é uma lesão muito grave e que o prognóstico já é
mais reservado.
ESPÉCIE Interpretação da neutropenia na
inflamação aguda
CÃO Lesão muito grave
POR: LAÍS DANTAS
GATO Lesão muito grave
O QUE ESPERAMOS ENCONTRAR NA INFLAMAÇÃO:
Leucócito Alteração
Leucócitos totais ↑ ou ↓
Neutrófilos segmentados ↑ ou ↓ (depende da fase da inflamação)
Neutrófilos bastonetes Se tiver tudo aumentado não é para encontrar
diferença, mas se tiver tudo diminuído é para
encontrar um ↑ (significaria compensação
com liberação de neutrófilos imaturos, pois os
maturos estarão reduzidos).
Linfócitos ↑ ou ↓
Monócitos Inalterado ou ↑ (por compensação)
Eosinófilos Inalterado ou ↑ (por compensação)
ACOMPANHAMENTO DA RESPOSTA À INFLAMAÇÃO
Observa-se que no tecido, a vida útil desses leucócitos é bem maior. Por exemplo, se um
animal teve uma inflamação, o neutrófilo foi liberado e foi para aquele local, ele consegue atuar
naquele tecido de 1 a 2 dias, isso acontece para que eles consigam atuar por um tempo maior do que
na circulação. Linfócitos, por exemplo, duram semanas a anos, como ocorre no caso de vacinas.
Na inflamação, apesar de o tempo de trânsito ser maior, apesar de ele ficar mais tempo no
tecido do que na circulação sanguínea, o tempo que ele dura que seria de 7-10 dias normalmente, na
inflamação reduz para 2-3 dias, visto que ele tem atuação mais presente e pesada no processo
inflamatório.
NEUTRÓFILOS: PANIC VALUES
Casos em que encontramos uma neutropenia intensa (<500 - 1.000 neutrófilos/uL), são os
únicos em que se tem uma alteração leucocitária que requer atenção imediata do clínico. Quando
POR: LAÍS DANTAS
causada pela diminuição da produção medular, é muito mais preocupante, pois o aumento de
neutrófilos não ocorre a curto prazo, é um animal que está em ‘’game over’’ praticamente. Também
pode ter risco de sepse, pois não tem defesa nesse animal, causando disseminação e infecção
generalizada. Nesses casos, mesmo sem você ter um diagnóstico fechado, o recomendado é
considerar uma antibioticoterapia profilática, visto que seria uma das possibilidades para que tenha
uma neutropenia tão intensa. Isso seria feito para controlar uma possível sepse, e é muito melhor do
que controlar a sepse depois de diagnosticada.
POR: LAÍS DANTAS

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