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Deito Empresial: Títulos de CréditoDeito Empresial: Títulos de Crédito VISÃO GERAL . Conceito de Cesare Vivante: tulo de crédito é o documento necessário para o exercício do direito, literal e autônomo, nele mencionado. Este conceito foi adotado pelo CC. Conceito do art. 887, CC: “O tulo de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele con do, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei”. A diferença nos conceitos é a expressão: “nele mencionado” e “nele con do”. Atenção! Esse conceito hoje está mais ligado aos tulos de crédito cartulares (isto é, em suporte papel), uma vez que os tulos de crédito escriturais (ou seja, em suporte eletrônico) possuem outras caracterís cas. Nesse sen do, veja-se a conceituação data a seguir por Fabio Ulhoa Coelho, abrangendo os tulos cartulares e eletrônicos. Cceito modnoCceito modno: tulo de crédito consiste no “registro das informações que, em conformidade com a lei, individualizam um crédito passível de cobrança por execução forçada, na qual exceções pessoais não podem ser opostas a terceiros de boa-fé”. PRINCÍPIOS CAMBIAIS . → Princípio da Cartularidade: o crédito deve estar materializado em um documento ( tulo), sendo que, para sua transferência, é necessária a transferência do tulo (não há que se falar em exigibilidade do crédito sem a apresentação do documento original). Atenção! Atualmente, em virtude da expansão tecnológica e da popularização dos tulos em suporte eletrônico (ou escritural), este princípio está restrito aos tulos em papel (cartulares). Os tulos eletrônicos (ou escriturais) têm suas informações em um registro eletrônico. → Princípio da Literalidade: a expressão “literalidade” significa que só tem validade, para o direito cambiário, aquilo que está literalmente escrito no tulo de crédito, seja ele cartular ou eletrônico. Este princípio assegura certeza quanto à natureza, ao conteúdo e impede que meros ajustes verbais possam influir no tulo. → Princípio da Autonomia: a causa subjacente não pode ser discu da contra o portador do tulo, uma vez que as relações jurídico-cambiais são autônomas e independentes entre si. O devedor não poderá opor exceções pessoais a terceiros de boa-fé que tenham ob do o tulo por endosso – segurança que o credor tem ao receber um tulo de crédito. Atenção! Em razão do Princípio da Autonomia, o vício em uma das relações não compromete as demais obrigações assumidas no tulo – p.ex., eventual endosso dado a uma pessoa incapaz não a nge os demais. Observação! O Princípio da Autonomia comporta 02 (dois) subprincípios: ① inoponibilidade de execuções pessoais a terceiros de boa-fé tem caráter processual; e ② abstração – o tulo de crédito se desvincula do negócio jurídico que lhe deu origem. Portanto, a abstração ocorre quando da circulação do tulo. Alguns entendem que a abstração é um princípio autônomo. CLASSIFICAÇÃO DOS TÍTULOS DE CRÉDITO . → Quanto à Forma/Modelo: Título vinculado: aquele cuja forma, modelo, é exigida e definida em legislação. Aquele que deve observar um determinado padrão es pulado pelo CMN – p.ex., cheque, duplicata. Título livre: aquele cuja formatação não é exigida e definida em lei – p.ex., nota promissória. → Quanto à Natureza: Título causal: aquele que tem uma causa específica para a sua emissão – p.ex., duplicata. Título não causal (ou abstrato): aquele que não precisa de causa especifica para sua emissão – p.ex., cheque, nota promissória. → Quanto à Estrutura: Ordem de pagamento: há 03 (três) intervenientes: aquele que dá a ordem, aquele que recebe a ordem (des natário da ordem) e o tomador /beneficiário (credor do tulo) p.ex., cheque, letra de câmbio. Promessa de pagamento: há apenas 02 (dois) intervenientes: promitente ou emitente do tulo, ou subscritor (faz a promessa) e tomador/beneficiário (credor do tulo). Não há ordem – p.ex., nota promissória (é promessa de pagamento, não ordem de pagamento). → Quanto à Circulação: Ao portador: aquele que não iden fica o beneficiário; desde a Lei n. 8.021/90, não se admite mais tulos ao portador, exceto se com previsão expressa em lei especial – p.ex., cheque ao portador com valor menor do que R$ 100,00 (cem) reais. Nomina vo: aquele que iden fica, nomeia o beneficiário do tulo; o tulo nomina vo possui 02 (duas) formas: ① À ordem : circula por endosso, devendo haver o ato de transferência (endosso), acompanhado da tradição (entrega); ② N ão à ordem : cessão civil + tradição já caracteriza a circulação. Cuidado! Para que o tulo seja um tulo não à ordem, é necessário que contenha, de forma expressa, a expressão “não à ordem”. Nomina vo do CC: é tulo nomina vo o emi do em favor de pessoa cujo nome (do beneficiário) conste no registro do emitente; o devedor terá livro de registro, neste ficando o nome do credor (o nome não fica no tulo de crédito). A circulação se dá pelo endosso ou termo + tradição. → Quanto ao Pagamento: Título “pro solvendo”: tulo para pagamento; a relação causal só se ex ngue com o pagamento do tulo. P.ex., cheque para pagamento: a quitação se dará apenas após a liquidação do cheque junto ao banco. Título “pro soluto”: tulo em pagamento, ou seja, o tulo equivale a dinheiro, havendo quitação plena. O tulo “pro soluto”, quando emi do e entregue ao credor, visa ex nguir a obrigação que gerou a sua criação. Atenção! Na ausência de expressão “pro soluto” ou “pro solvendo” no tulo, há a presunção de que o tulo sempre será “pro solvendo”. TRANSFERÊNCIA DO TÍTULO . EndooEndoo: consiste no ato pelo qual o credor de um tulo de crédito, com a cláusula à ordem, transmite o direito ao valor constante do tulo a outra pessoa, ato este que será acompanhado da tradição da cártula, transferindo a posse desta. → Efeitos do endosso: ① Transferência da tularidade do crédito do endossante (o tomador) para o endossatário (passa a ser o credor do tulo); ② Tornar o endossante codevedor do tulo. Cuidado! A lei especial diz que o endossante é o codevedor; mas o Código Civil, em seu art. 914, dispõe que o endossante não é codevedor (ele não responde pelo pagamento do tulo). Nesse caso, apesar do conflito aparente, como a lei especial trata de forma diferenciada, prevalece a regra da lei especial (endossante é codevedor). → Espécies de Endosso: Endosso em preto: iden fica de forma expressa o endossatário; Endosso em branco: não iden fica o endossatário. Endosso parcial: é nulo, não é admi do no Brasil (não pode endossar apenas parte do valor). Endosso sem data: presume-se que o endosso foi dado antes do protesto do tulo. Endosso póstumo: aquele dado depois do vencimento do tulo e do protesto ou após ultrapassado o prazo de protesto. O endosso póstumo não tem efeito de endosso, mas, sim, de cessão civil. Endosso sem garan a: se incluir esta cláusula, o endossante não responde pelo pagamento do tulo, será um ato apenas de transferência (mesmo efeito da cessão civil). Atenção! Cláusula proibi va de endosso: proíbe que o endossatário efetue um novo endosso – isto é, o endossante não se responsabilizará pelo pagamento ao novo(s) endossatário(s). → Modalidades de endosso: Endosso próprio (ou transla vo): há transferência da tularidade do crédito, torna o endossante codevedor do tulo. Atenção! Súmula n. 475, STJ e Tema Repe vo 465: “Responde pelos danos decorrentes de protesto indevido o endossatário que recebe por endosso transla vo tulo de crédito contendo vícioformal extrínseco ou intrínseco, ficando ressalvado seu direito de regresso contra os endossantes e avalistas”. Endosso impróprio: não há transferência da tularidade do crédito, sendo que sua finalidade é legi mar a posse de terceiro. Espécies: ① Endosso Mandato: também chamado endosso por procuração ou endosso para cobrança, é a cláusula cambiária pela qual o endossante cons tui o endossatário seu mandatário para a prá ca de todos os atos necessários ao recebimento da soma cambiaria. Cuidado! O endossante-mandante é aquele que dá os poderes de mandato para o mandatário; o endossatário-mandatário recebe os poderes do mandato, mas não é credor do tulo. Atenção! Súmula n. 476, STJ e Temas Repe vos 463 e 464: “o endossatário de tulo de crédito por endosso-mandato só responde por danos decorrentes de protesto indevido se extrapolar os poderes de mandatário”. ② Endosso Caução (ou Pignora cio): é a forma de se ins tuir um penhor em tulo de crédito, por meio da colocação de expressão: “endosso em garan a / endosso em penhora”. É a forma de garan a de pagamento de uma obrigação; se ela não for devidamente paga, o credor que tem a posse do tulo pode u lizá-lo como forma de pagamento da sua obrigação. CCeão Civil de Créditoeão Civil de Crédito: consiste em ato bilateral não cambial (contrato, negócio jurídico) em que se transfere a tularidade de um crédito. → Diferença entre endosso e cessão civil: quem endossa um tulo responde pelo pagamento deste tulo, enquanto aquele que faz a cessão civil não responde pelo pagamento. Pode ser feita da mesma forma que qualquer outro contrato; confere os direitos derivados de quem o cedeu e poderá ser parcial. Cuidado! O cedente responde apenas pela existência da dívida, e não por seu adimplemento (art. 296 do CC), salvo es pulação em contrário. Atenção! STJ, informa vo 697: É valida a cláusula contratual inserida em contrato de cessão de crédito celebrado com um FIDC (Fundo de Inves mento em Direitos Creditórios) que consagra a responsabilidade do cedente pela solvência do devedor (cessão de crédito pro solvendo). Exceção – contrato de factoring: A empresa faturizada não responde pela insolvência dos créditos cedidos, sendo nula a disposição contratual em sen do contrário e eventuais tulos de créditos emi dos com o fim de garan r a solvência dos créditos cedidos no bojo de operação de factoring. A natureza do contrato de factoring (ou fomento mercan l ou antecipação de recebíveis), diversamente do que se dá no contrato de cessão de crédito puro, não permite que os contratantes, ainda que sob o argumento da autonomia de vontades, es pulem a responsabilidade da cedente (faturizada) pela solvência do devedor/sacado (Informa vo 695 do STJ). AS GARANTIAS DO CRÉDITO . As garan as do crédito podem ser de 02 (duas) espécies: reais ou pessoais. A garan a real consiste na vinculação de um bem (móvel ou imóvel) ao pagamento da dívida – p.ex., penhor, hipoteca, caução, alienação fiduciária. Já a garan a pessoal (também chamada de fidejussória) se dá quando outra pessoa (garan dor) também assume a obrigação do devedor, tornando-se coobrigada; são elas: o aval e a fiança. AvaAvall: declaração cambiária decorrente de uma manifestação unilateral de vontade, pela qual a pessoa natural ou jurídica assume obrigação autônoma e incondicional de garan r, no vencimento, o pagamento do tulo, nas condições nele estabelecidas. Função do aval: tem a função de reforço de pagamento; o tulo pode ser cobrado tanto do avalista quanto do avalizado, não sendo necessário cobrar-se primeiro do avalizado. → Espécies de aval: Aval em branco: iden fica o avalizado; Aval em preto: não iden fica o avalizado; Aval parcial: a lei especial admite o aval parcial, enquanto o Código Civil (art. 897, §único) dispõe pela vedação do aval parcial. Nesse caso, aplica-se a lei especial, sendo possível o aval parcial. Aval posterior: ao vencimento e ao protesto, tem o mesmo efeito de aval; Aval simultâneo: são os avais dados por dois ou mais avalistas para o mesmo avalizado; Atenção! STF, Súmula nº 189: “Avais em branco e superpostos [duas pessoas dão o aval] consideram-se simultâneos e não sucessivos”. Aval sucessivo: o avalista garante a obrigação de outro avalista (aval do aval); → O aval dado em tulo de crédito é autônomo, não tem bene cio de ordem – tem equivalência obrigacional: o avalista tem a mesma posição que o avalizado, mesma responsabilidade, mesmo direito; pela equivalência obrigacional, se for acionado, terá direito de regresso contra o avalizado e os devedores anteriores a ele. FiançaFiança: é uma espécie contratual acessória, em que o sujeito compromete-se perante o credor a sa sfazer uma obrigação assumida pelo devedor, caso este não a cumpra. Só pode ser dada por escrito e em contrato, não admi ndo interpretação extensiva; é acessório, ou seja, ex nguindo-se a obrigação principal, ela automa camente também se ex nguirá. Possui bene cio de ordem, conforme previsto no art. 827 do CC, a não ser que expressamente o renuncie no instrumento contratual. Atenção! Súmula 549 do STJ e Tema Repe vo 708: “É válida a penhora de bem de família pertencente a fiador de contrato de locação.” TÍTULOS DE CRÉDITO EM ESPÉCIE . Letra de Câmbio: Letra de Câmbio: tulo de crédito decorrente de relações de crédito, entre 02 (duas) ou mais pessoas, pelo qual o designado sacador dá a ordem de pagamento pura e simples a outrem, denominado sacado, a seu favor ou de terceira pessoa (tomador/beneficiário), no valor e nas condições dela constantes. Esse tulo está disciplinado na Lei Uniforme de Genebra (Decreto n. 57.663/1966). → Requisitos da Letra de Câmbio: ① Cláusula cambial: requisito de todos os tulos de crédito, consiste na aposição da expressão que iden fica qual espécie de tulo de crédito aquele se trata; ou seja, deve constar a expressão “letra de câmbio” no tulo de crédito; ② Ordem incondicionada referente ao pagamento de valor determinado; ③ Iden ficação do sacado: nome da pessoa contra quem a ordem é emi da; ④ Iden ficação do tomador: a letra de câmbio não suporta pagamento ao portador, sendo essencial iden ficar quem será o seu beneficiário; ⑤ Assinatura do sacador (aquele que dá a ordem de pagamento). → Aceite: ato de concordância com uma ordem de pagamento dada. O aceitante torna-se devedor principal do tulo, enquanto o sacador será o codevedor do tulo. O aceite é ato priva vo do sacado. Recusa do aceite: é possível a recusa do aceite, pois na letra de câmbio o aceite é faculta vo. É possível ainda, o aceite parcial: a) Aceite parcial limita vo : está relacionado ao valor do tulo (p.ex., tulo é de R$ 10 mil e o aceite é de R$ 2 mil); b) Aceite parcial modifica vo : está relacionado aos termos do tulo (p.ex., muda a data do pagamento). No aceite parcial e na recusa do aceite como um todo, ocorre o vencimento antecipado do tulo. Atenção! A lei proíbe que a letra de câmbio sem aceite seja protestada por falta de pagamento, conforme prevê a lei do protesto (Lei 9.492/1997, art. 21, §5o). É possível ser feito o protesto por falta de aceite, mas nesse caso o sujeito a ser protestado é o sacador, uma vez que foi a ordem dele que deixou de ser obedecida. Cláusula não aceitável: para ter validade, deve estar expressa no tulo de crédito; quando se coloca cláusula não aceitável, o tulo não poderá ser apresentado para aceite, mas tão somente para pagamento – sua finalidade é evitar o vencimento antecipado da letra de câmbio. → Endosso e Aval: aplicam-se as regrasgerais de endosso e aval. → Tipos de Vencimento da Letra de Câmbio: À vista: exigível de imediato; Com data certa: exigível na data definida; A certo termo de vista: número específico de dias, contados a par r de uma data inicial (data do aceite); A certo termo de data: número específico de dias, contados a par r de uma data inicial (data da emissão). → Prazo Prescricional: Cobrar devedor/avalista: 03 (três) anos, contados do vencimento; Cobrar codevedor/coavalista: 01 (um) ano, contado do protesto; Direito de regresso: 06 (seis) meses do pagamento ou de quanto demandar. Nota PrióriaNota Priória: é tulo de crédito pelo qual uma pessoa sica ou jurídica, denominada emitente, faz a outra pessoa, designada beneficiário, uma promessa pura e simples de pagamento de quan a determinada, em seu favor ou a outrem à sua ordem, nas condições nela constantes. A nota promissória também está disciplinada na Lei Uniforme de Genebra (Decreto n. 57.663/1966). Atenção! Diferentemente da letra de câmbio, a nota promissória não é ordem de pagamento, é promessa de pagamento. → Requisitos: ① Cláusula cambial: é necessária a denominação “nota promissória” no tulo; ② Promessa pura e simples de pagamento de quan a determinada; ③ Época de pagamento (se não constar, presume- se o tulo à vista); ④ Lugar de pagamento (se não constar, u liza-se o domicílio do emitente); ⑤ Nome do beneficiado; ⑥ Lugar de emissão, data e lugar onde foi passada a nota promissória (se não se sabe o local, u liza-se o domicílio do emitente); ⑦ Assinatura do emitente. → Aceite: a nota promissória não admite aceite, pois este é ato de concordância de uma ordem de pagamento dada. → Vencimento: À vista: exigível de imediato; Com data certa: exigível na data definida; A certo termo de vista: número específico de dias, contados a par r de uma data inicial (data do aceite); A certo termo de data: número específico de dias, contados a par r de uma data inicial (data da emissão). → Endosso e Aval: aplicam-se as regras gerais de endosso e aval. → Prazo Prescricional: Cobrar devedor/avalista: 03 (três) anos, contados do vencimento; Cobrar codevedor/coavalista: 01 (um) ano, contado do protesto; Direito de regresso: 06 (seis) meses do pagamento ou de quanto demandar. Atenção! STJ, Súmula 504 e Tema Repe vo 641: O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de nota promissória sem força execu va é quinquenal, a contar do dia seguinte ao vencimento do tulo. ChequeCheque: tulo de crédito pelo qual uma pessoa, (emitente/sacador), com base em prévia e disponível provisão de fundos em poder de banco ou ins tuição financeira, denominado sacado, dá contra o banco uma ordem incondicional de pagamento à vista, em seu próprio bene cio ou em favor de terceiro, designado beneficiário. A lei que regula o cheque no Brasil é a Lei 7.357/1985. O cheque é tulo vinculado, isto é, só produz efeitos quando é emi do exatamente da forma exigida por lei (em suporte papel fornecido pelo banco sacado – talão de cheques). O cheque só pode ser à vista. → Cheque “pré-datado” e “pós-datado”: é aposta uma data futura, acordada entre as partes, para a apresentação do tulo. STJ, Súmula 370: Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré- datado. → Requisitos: ① Cláusula cambial: é necessária a expressão/denominação “cheque” no tulo de crédito, sendo que somente é considerado cheque aquele emi do pelo banco sacado; ② Ordem incondicionada referente ao pagamento de valor determinado; ③ Nome do banco ou ins tuição financeira equiparada (nome do sacado); ④ Lugar de pagamento; ⑤ Indicação de data e do lugar de emissão; ⑥ Assinatura do emitente. → Aceite: Aceite: cheque não admite aceite. → Endosso: mesmas regras da letra de câmbio. → Aval: aplicam-se as regras da lei de câmbio; no entanto, admite, tanto o aval total quanto o aval parcial. → Pagamento Parcial: o portador não pode recusar pagamento parcial, e, nesse caso, o sacado pode exigir que esse pagamento conste do cheque e que o portador lhe dê a respec va quitação. → Sustação: Contra-ordem/revogação – só produz efeitos após o prazo de apresentação; Oposição/sustação – espécie mais comum, é realizada pelo emitente ou portador legí mo e produz efeitos mesmo durante o prazo de apresentação. → Modalidades do Cheque: Cheque visado: o banco sacado, a pedido do emitente ou portador legi mado, coloca no verso uma declaração confirmando e reconhecendo a existência de fundos suficientes para o pagamento do cheque; Cheque administra vo: emi do pelo banco sacado para liquidação por uma de suas agências, nele, emitente e sacado é a mesma pessoa; Cheque cruzado: só poderá ser pago a um banco, não podendo circular por endosso. → Prazo para Apresentação ao banco sacado: 30 dias: cheque apresentado na mesma praça da agência em que o cheque foi emi do; 60 dias: cheque apresentado em praça DIFERENTE da agência em que o cheque foi emi do. Atenção! Cheque pré-datado ou pós-datado: não se altera o prazo prescricional em caso de cheque pré ou pós datado, contando-se a par r da apresentação. Observação! Só é possível a execução do endossante do cheque se este for apresentado dentro do prazo legal. STF, Súmula 600: “Cabe ação execu va contra o emitente e seus avalistas, ainda que não apresentado o cheque ao sacado no prazo legal, desde que não prescrita a ação cambiária”. → Prazo Prescricional: 06 (seis) meses a par r da expiração do prazo de apresentação. Executar o emitente/avalista: 06 meses, contados do fim do prazo de apresentação (ou da data da apresentação, se esta se der antes dos prazos de 30 e 60 dias); Executar o endossante/avalista: 06 meses, contados do protesto ou da declaração da câmara de compensação; Direito de regresso: 06 meses contados do pagamento ou de quando demandado. → Execução: Conta conjunta: na ação de execução apenas pode constar o nome daquele que emi u o cheque; se constar o nome do outro corren sta, cabe dano moral; Juros de mora: os juros de mora contam-se a par r da apresentação no banco, ou seja, é da data da primeira apresentação ao banco (STJ); Protesto: o protesto não é obrigatório, mas faculta vo. → Cheque Prescrito: em ambos os casos, é desnecessária a demonstração da causa subjacente. Ação de enriquecimento ilícito (art. 61 da lei de cheque): contra o emitente ou outros obrigados, que se locupletaram injustamente com o não- pagamento do cheque, prescreve em 02 anos, contados do dia em que se consumar a prescrição; Ação monitória : STJ, Súmula 299: “É admissível a ação monitória fundada em cheque prescrito”; Súmula 531 e Tema Repe vo 564: “Em ação monitória fundada em cheque prescrito, ajuizada em face do emitente, é dispensável menção ao negócio jurídico subjacente à emissão da cártula.” DuplicataDuplicata: tulo de crédito causal e à ordem, extraído por vendedor ou prestador de serviço, que visa documentar o saque fundado sobre crédito decorrente de compra e venda mercan l ou prestação de serviços, e que tem como pressuposto a extração de uma fatura. Atenção! Na duplicata, sempre deve haver a emissão de uma fatura, no caso de compra e venda mercan l. A emissão de fatura é obrigatória, porém a emissão da duplicata não é obrigatória. A duplicata foi prevista pela Lei 5.474/68, onde se encontram as normas gerais do ins tuto, e na Lei 13.775/2018, que veio trazer as regras especiais da duplicata em suporte eletrônico. → Requisitos: ① Cláusula cambial: denominação duplicata; ② Número da fatura – é requisito essencial porque a duplicata é uma duplicação das informações da fatura; ③ Data do vencimento ou declaração de duplicata à vista;④ Nome e domicílio do sacador (emitente); ⑤ Importância a pagar; ⑥ Praça do pagamento; ⑦ Ordem de pagamento; ⑧ Aceite; ⑨ Assinatura do emitente. → Aceite: ato de concordância com a ordem de pagamento dada. Na duplicata, o aceite é ato obrigatório. → Espécies de aceite: Ordinário: decorre da assinatura do sacado lançada no anverso do tulo; Presumido: ocorre quando a mercadoria é entregue ou o serviço é prestado e não há recusa formal do sacado + protesto; Por comunicação: ocorre quando o sacado envia uma mensagem, um comunicado ao sacador, informando que aceita aquela ordem de pagamento. → Processamento: quando a duplicata não é à vista, o sacador, após emi -la, tem 30 (trinta) dias para remetê-la ao sacado, que terá, por sua vez, 10 (dez) dias para a devolução, com aceite ou recusa do aceite. → Protesto: Por falta de aceite; Por falta de pagamento; Por falta de devolução. Atenção! Caso ocorra o extravio da duplicata, ainda assim será possível a rada do protesto, por meio da apresentação da triplicata (segunda via da duplicata) ou por indicação. → Endosso, Aval e Vencimento: mesmas regras da letra de câmbio, tanto no que tange ao endosso, quanto ao aval, ressalvando-se, novamente, o aval parcial, polêmico na doutrina: para uns, seria vedado, pelo Código Civil, enquanto, para outros, seria possível, pela previsão na lei da letra de câmbio (Princípio da Especialidade). → Vencimento: pode ser à vista ou em data certa. → Execução: se a duplicata tem aceite, é perfeitamente possível a execução; se a duplicata não foi aceita, é possível a cobrança judicial de duplicata não aceita, desde que esta seja protestada (por falta de pagamento) e seja apresentado o devido comprovante de entrega da mercadoria ou do serviço prestado. Atenção! Se houver recusa do aceite, na forma dos arts. 7º e 8º da Lei, não será possível a execução da duplicata. → Prazo prescricional: Devedor principal: 03 (três) anos contados do vencimento; Codevedor: 01 (um) ano contado do protesto; Direito de regresso: 01 (um) ano contado do pagamento ou de quando demandado. TÍTULOS DE CRÉDITO ELETRÔNICOS . Atualmente, com a evolução tecnológica, são cada vez mais comuns na prá ca empresarial e na prá ca bancária a emissão de tulos de crédito em suporte eletrônico. São exemplos: → Títulos bancários: Nota de Crédito Rural (NCR) e Cédula de Crédito Rural (CCR), Nota de Crédito Industrial (NCIN) e Cédula de Crédito Industrial (CCI), Nota de Crédito à Exportação (NCE) e Cédula de Crédito à Exportação (CCE), etc. Atenção! Cédula de Crédito Bancário (CCB): promessa de pagamento em dinheiro que pode representar qualquer modalidade de crédito. → Títulos do Agronegócio: Nota Promissória Rural (NPR) e Duplicata Rural (DR), Cédula de Produto Rural (CPR), Cer ficado de Depósito Agropecuário (CDA) e Warrant Agropecuário (WA), Cédula Imobiliária Rural (CIR). → Títulos de Crédito Imobiliário: Cédula de Crédito Imobiliário (CCI), Cer ficado de Recebíveis Imobiliários (CRI), Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra Imobiliária Garan da (LIG). → Outros Títulos Eletrônicos: Debêntures, Cédula de Debêntures, Letra de Arrendamento Mercan l (LAM). BibliografiaBibliografia COELHO, Fábio Ulhoa. Títulos de Crédito: uma nova abordagem. São Paulo, Thomson Reuters Brasil, 2021. CRUZ, André Santa. Direito Empresarial. Coleção Sinopses para Concursos. 4. ed. Salvador, Juspodivm, 2021.
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