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INSPEÇÃO DE PESCADOS LEGISLAÇÃO RIISPOA 2020 Art. 205: entende-se por pescado os peixes, crustáceos, moluscos, anfíbios, répteis e equinodermos, além de outras espécies aquáticas utilizadas na alimentação humana. PESCADO COMO ALIMENTO É um alimento com baixo teor de gorduras, de fácil digestibilidade, com presença natural de ômega (3 em marinhos, 6 e 9 em água doce) e possuem elevado valor nutritivo (vitamina A e D). Possui 60-80% de umidade e 20% de proteína. ESTABELECIMENTOS DE PESCADO Barco fábrica: onde ocorre a captura, lavagem, manipulação, acondicionamento, rotulagem, armazenagem e expedição de pescados. Abatedouro frigorífico de pescado: onde ocorre o abate do pescado, recepção, lavagem, manipulação, acondicionamento, rotulagem, armazenagem e expedição. Unidade de beneficiamento de pescado e produtos de pescado: onde ocorre a recepção, lavagem, manipulação, acondicionamento, rotulagem, armazenagem e expedição. Não ocorre abate! Estação depuradora de moluscos bivalves: onde ocorre a destinação, depuração, acondicionamento, rotulagem, armazenagem e expedição. CLASSIFICAÇÃO DOS PESCADOS IN NATURA Pescado Fresco: sem processo de conservação, a não ser a ação do gelo (manta acima e abaixo do peixe) Pescado Resfriado: acondicionado em gelo e mantido em temperatura entre -0,5 a -2°C Pescado Congelado: tratado por processos de congelação, em temperatura de pelo menos -25°C Produtos comestíveis de pescado: devem conter mais de 50% de pescado. Quando esse valor é inferior, deve ser considerado como “a base de pescado”. TIPOS DE CONGELAMENTO Congelamento lento: queda de 5°C a cada hora, demorando para diminuir a temperatura. Cristais de gelo grandes, causando danos ao pescado. Congelamento rápido: queda de 1°C a cada minuto, onde ocorre o congelamento em menos tempo. Cristais de gelo pequenos e uniformemente distribuídos. Fluxo de ar frio: túnel de congelamento com ar forçado Contato direto: congeladores de placas Imersão ou spray: congelamento em salmoura. Usado em derivados Criogenia: nitrogênio ou dióxido de carbono VIDA DE PRATELEIRA DE PESCADOS Produto - 18°C - 24°C - 30°C Peixe gordo 5 meses 9 meses > 12 meses Peixe magro 9 meses 12 meses 24 meses Camarão 5 meses 9 meses 12 meses CLASSIFICAÇÃO DOS PEIXES Inteiro: animal a ser eviscerado. Maior risco sanitário, tempo de vida de prateleira menor. Eviscerado: apenas a carcaça. O tempo de vida de prateleira é maior. Filetado: produto proveniente da retirada de pele, escamas e espinha. Postas: produto proveniente da secção transversal/vertical do peixe. CARACTERÍSTICAS SENSORIAIS Isenção de hematomas, coloração diferente do normal, incisões ou rupturas em superfície. Escamas unidas entre si, aderidas a pele, translúcidas e com brilho metálico e não devem ser viscosas. Pele úmida, tensa e bem aderida a carcaça. Mucosidade aquosa e transparente. Olhos salientes (ocupando a cavidade orbitária) e brilhantes. Brânquias rosa a vermelho intenso, úmidas e brilhantes e sem muco de maneira abundante. Abdome tenso e na evisceração o peritônio deverá estar aderido as paredes, as vísceras deverão estar inteiras/brilhantes/bem diferenciadas. Músculos aderidos aos ossos e com elasticidade. Odor, sabor e cor característicos da espécie. CARACTERÍSTICAS DE DETERIORAÇÃO Estresse na captura: estresse prolongado da captura até o abate, com um consumo de glicogênio diminuído e entrada no rigor mortis mais precocemente e com duração rápida. As bactérias por sua vez se proliferam abundantemente e bagunçam o pH. Aumento no pH (crescimento microbiano) Bactérias psicrófilas: resistentes as baixas temperaturas Presença de óxido de trimetilamina (OTMA): substância não nitrogenada que servem como substrato para as bactérias na produção de trimetilamina (indicador de putrefação). Pouco colágeno Fraca ligação proteica Grande quantidade de água Predominância de gordura insaturada: EPA e DHA que são sujeitos a auto oxidação (ranço) mais rapidamente. INSPEÇÃO DE PESCADOS RIISPOA 2020: o pescado proveniente da fonte produtora não pode ser destinado a venda direta ao consumidor sem a fiscalização. Art. 207-A: o estabelecimento é responsável pela identidade, qualidade e rastreabilidade do pescado, desde sua obtenção até a recepção, incluindo o transporte. Quando for receber de produção primária, deve exigir o Cadastro do Produtor ou de Embarcações de Pesca, sendo responsável pela implementação de programas de melhoria de qualidade de matéria-prima e educação continuada aos pescadores. Caso use um local intermediário para recebimento, deve ter o controle higiênico-sanitário do local, declarando-o em seu PAC, sendo que o local não pode oferecer risco a qualidade do pescado. O local deve ser usado apenas para pré- lavagem/classificação/acondicionamento/transporte para o estabelecimento de beneficiamento. Tipo de inspeção quanto a periodicidade: Permanente: SIF presente no ante e post mortem de répteis e anfíbios Periódica: SIF presente na inspeção e fiscalização geral Controles oficiais I – Análise sensorial: perda gradual de textura, alterações em guelras/pele/olhos/ventre/escamas, alterações de odor e sabor. II – Indicadores de frescor: através de odor, prova de cocção (odor e sabor), análises laboratoriais (bases voláteis totais) III – Controle de histamina: avalia a concentração da histamina em atum, anchova e sardinhas principalmente IV – Controle de biotoxinas ou de outras toxinas perigosas para a saúde humana: V – Controle de parasitas: caso haja presença de endoparasitas, deve ser realizado congelamento (-20°C por 24 horas ou -35°C por 15 horas). O consumo cru é PROIBIDO. Infestação por endoparasitas da família Anisakidae: o consumo cru é permitido após congelamento (-20°C por 7 dias ou -35°C por 15 horas) Art. 211 - Parâmetros físico-químicos de um pescado fresco pH inferior a 6,8 em moluscos, 7,0 em peixes, 7,8 em crustáceos Bases voláteis totais inferiores a 30mg de nitrogênio/100g de tecido muscular FLUXOGRAMA DE ABATE Recebimento: verificação de RGP (Registro Geral de Atividade Pesqueira), nota fiscal, GTA, boletim sanitário, bem-estar animal, tanques de depuração, higiene no caminhão, condições de água/tanque, temperatura do pescado, quantidade de gelo, período de defeso. Lavagem: com água clorada a 2-4 ppm, reduzindo a microbiota contaminante. Esteira: entrada em área limpa, onde funcionários verificam a qualidade e frescor do pescado. Insensibilização: realizada com água e gelo. Outros lugares utilizam pistola pneumática, secção em medula e etc. Sangria → Lavagem → Evisceração: retirada de miúdos (língua, coração, moela, fígado, ovas e bexiga natatória) → Filetagem → Embalagem → Estocagem → Expedição Glaceamento: ocorre após o congelamento, onde há imersão de 5-10 segundos em água a -18°C. Tem como objetivo formar uma película de gelo ao redor do pescado, preservando as características sensoriais/organolépticas. A concentração máxima de gelo é de 12% do peso. PRODUTOS COMESTÍVEIS CMS (carne mecanicamente separada), surimi (CMS congelada), pescado empanado, conserva, semi conserva, patê, embutido, pescado curado, pescado liofilizado, gelatina de pescado. ENFERMIDADES PROVOCADAS POR PESCADOS E SEUS PRODUTOS Intoxicações bactérias, infecções, parasitoses, viroses, biotoxicoses, contaminantes químicos, alergias. Bactérias grupo I: ocorrem naturalmente no meio aquático (Clostridium, Vibrio, Aeromonas, Listeria) Bactérias grupo II: ocorrem em decorrência de contaminação (Salmonella, E. coli, Shigella, Staphylo) Parasitoses: cestoides (Diphyllobothriidae), nematoides (Anisakis), trematoides e protozoários Toxinas: tetrodotoxina, ciguatera, toxina paralisante, toxina diarreica, neurotoxina, toxina amnésica, histamina Contaminantes inorgânicos: mercúrio, cádmio, chumbo, arsênio
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