Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aluna: Scarlett Sampaio Professora: Rafaela - aula 9, dia 19/03 Matéria: Inspeção e tecnologia de produtos de origem animal – med. vet. Tecnologia de abate e inspeção de aves · Portaria nº 365, de 16 de julho de 2021 (Aprova o Regulamento Técnico de Manejo Pré-abate e Abate Humanitário e os métodos de insensibilização autorizados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.) Art. 22. Os animais devem ser descarregados logo após a chegada ao estabelecimento de abate. §1º No caso das aves domésticas, a espera no estabelecimento deve ser a menor possível. (TEMPO DE ESPERA 2H) §3º O desembarque de aves transportadas em caixas, gaiolas ou módulos deve ser realizado de forma cuidadosa, sem inversão ou inclinação de sua posição que acarrete a sobreposição dos animais. Art. 30. O período de jejum dos animais não deve exceder o total de: III - doze horas para aves. Introdução: PROGRAMAÇÃO E PLANEJAMENTO Manejo pré-abate: · Retirada da ração (jejum); · Apanha; · Carregamento; · Transporte de aves até o abatedouro; · Recepção das aves e Galpão de Espera; · Inspeção ante mortem; · Evitar as horas mais quentes; · Direção cuidadosa; · Nebulizadores e ventiladores. · Abate imediato; Nenhum animal ou lote pode ser abatido sem a autorização do SI. OBS: O pré-abate tem-se início com o jejum e dieta líquida das aves objetivando a limpeza do trato digestivo, evitando contaminação da carcaça e casos de ruptura. Período superior a 12 horas pode comprometer a qualidade da carne causando problemas quando a evisceração, os mais comuns são: rompimento do intestino devido ao acúmulo de gases e a redução da espessura; contaminação com bílis pois, no período de jejum ocorre acúmulo de bílis e ao se romper leva a contaminação da carcaça; endurecimento do tecido de revestimento das moelas; aderência do papo a carcaça, em razão da desidratação da ave, dentre outros. Ainda na fase de pré-abate a captura das aves deve ser rápida e preferencialmente à noite, sob luz azul (as aves não apresentam visibilidade da cor azul). Agrupar o lote e capturar cada ave individualmente, carregando pelas duas pernas e seguradas verticalmente, evitando desconfortos e ferimentos. Melhor hora para o transporte é a noite. Em dias muito quentes, é recomendável molhar as aves para a realização do transporte evitando mortes e, ao chegar ao abatedouro, os caminhões devem ficar em plataforma de descanso com ventiladores com aspersão de água. O jejum das aves além de comida, também retira a água, por isso seu abate precisa ser imediato. Aves não tem período de descanso, como as outras espécies. Caso na avaliação de uma ave note-se algum possível sintoma de doença, ela é separada das demais e vai para a necropsia. SINAIS DE ESTRESSE POR CALOR SINAIS DE ESTRESSE POR FRIO Ofegar lentamente Tremores Ofegar rapidamente Ajeitar as asas Asas abertas Amontoar-se Colapso Colapso Inquietas ou agitadas Postura encolhida Exaustão Tontura Inspeção ante mortem das aves: · Programação de abate; · Boletim sanitário (72h antes do abate); · Avaliação da guia de trânsito animal (GTA); · Validação dos documentos; · Exame clínico- amostragem do lote; · Registro de inspeção ante mortem; · Necropsia; Pendura das aves: · Importância da uniformidade do lote; · Posicionamento adequado do gancho; · Níveis baixos de iluminação podem acalmar as aves; · Profissionais bem treinados. Art. 15. A linha de abate de aves domésticas deve: I - Ser planejada de modo a assegurar que as aves permaneçam o menor tempo possível penduradas nos ganchos antes da insensibilização, não podendo exceder o tempo máximo de 60 (sessenta) segundos para frangos e galinhas e 120 (cento e vinte segundos) para perus, patos e gansos; II - Assegurar que, em caso de problemas operacionais, as aves não fiquem submersas no tanque de insensibilização; Art. 34. A contenção deve ser individual e feita de forma que imobilize o corpo do animal, sem provocar esmagamento ou pressão excessiva, poupando o animal de qualquer dor ou agitação. §2º Os ganchos utilizados para contenção de aves e lagomorfos devem possuir espaçamento para exercer pressão adequada às patas dos animais, evitando lesões e garantindo contato para passagem da corrente, no caso de insensibilização elétrica. §4º A contenção através da suspensão e inversão da posição corporal só é permitida em aves domésticas e lagomorfos, quando realizada pelas duas patas. Insensibilização das aves: · Imobilizar as aves para sangria; · Abate humanitário; · Imersão em cuba com água eletrificada; · Efeito temporário- insensibilização; · Despolarização dos neurônios; · Mínimo de 3 segundos. Art. 45. É permitido o uso de equipamento de imersão de aves domésticas, desde que assegurada uma passagem satisfatória da corrente elétrica para garantir a insensibilização eficaz de todas as aves. §1º Os ganchos devem permitir bom contato dos pés e devem estar molhados previamente à suspensão das aves. §2º Os tanques de imersão devem apresentar profundidade e tamanho adequados para o tipo de ave a ser insensibilizada. §3º A altura do tanque de imersão deve ser ajustada de forma a garantir, em toda sua extensão, a imersão da cabeça e do pescoço das aves, até a altura da base das asas. Critérios para auxiliar na determinação da insensibilidade: Art. 46. Os animais considerados insensíveis apresentam as seguintes respostas aos estímulos ambientais, respeitadas as particularidades da espécie animal abatida: I - ausência de respiração rítmica; II - ausência de reflexo córneo/piscar espontâneo; III - ausência de intenção de restabelecer posição corporal (levantar-se); IV - presença de mandíbula relaxada (língua pendular); V - ausência de bater coordenado de asas; e VI - ausência de vocalização. Art. 47. Os animais devem ser avaliados continuamente quanto à eficácia da insensibilização. Parágrafo único. Animais que apresentem sinais de sensibilidade devem ser submetidos a nova insensibilização antes da operação de sangria. Sinais de falha na insensibilização e retorno à consciência: Tensão no pescoço (pescoço em formato de S); Movimento coordenado das asas; Retorno da respiração rítmica; Tentativa de endireitamento na córnea. OBS: A insensibilização, dura até 7 segundos, é feita através da eletro narcose (imersão da ave em água com corrente elétrica causando choque). A cabeça da ave é mergulhada em um tanque com líquido (geralmente salmoura) onde passa uma corrente de 28 a 50 volts. Dessa forma, as aves reduzem as intensas contrações musculares e adquirem um estado de insensibilidade à dor do corte da sangria, posicionando-se com o pescoço arqueado, asas coladas ao corpo e dedos das patas distendidos, facilitando e tornando mais seguro o seu manuseio. Sangria de aves: · Corte dos grandes vasos (artéria carótida e veias jugulares); · Máximo de escoamento de sangue – impedindo que o animal recupere a sensibilidade; · Mínimo de 3 minutos; · Pode ser feita de forma manual ou automatizada; · Treinamento e manutenção de equipamentos. Art. 49. A sangria deve ser realizada logo após a insensibilização. Art. 50. Na sangria de aves domésticas, o estabelecimento deve garantir que todas as aves sejam adequadamente sangradas por meio do corte de ambas as artérias carótidas e veias jugulares Parágrafo único. Na sangria automatizada de aves domésticas é necessária a supervisão permanente de operador, visando proceder manualmente à sangria no caso de falha de equipamento, impedindo que o animal alcance a escaldagem antes de sua morte. OBS: O processo de sangria deve durar 3 minutos, caso ultrapasse, a depenagem será prejudicada. Nessa etapa, deve-se evitar o corte da traqueia, a fim de que a ave continue respirando e, assim, facilite o sangramento. Nos primeiros 40 segundos, 80% do sangue é liberado e, no intervalo entre um e dois minutos e meio, todo o sangramento se completa. Isso é muito importante, pois evita que as aves estejam respirando ao entrar em no tanque de escaldamento. Escaldagem e depenagem das aves: · Imersão das aves emtanques à 52-60°C (2 min). · Afrouxar bulbo da pena; · Retirada das penas; · Retirada dos pés - escaldagem e retirada das cutículas. OBS: Logo depois da sangria é feita a escalda, o tempo necessário é de dois minutos a uma temperatura de 52ºC ocorrendo afrouxamento das penas. O tempo da escalda não pode ultrapassar os dois minutos, evitando o cozimento da carcaça e dificuldade na depenagem. No processo de depenagem ocorre a retirada das penas através de um rolo que possui dedo de borracha evitando machucar a carcaça. É preciso ajustar a máquina evitando lesões. Após, o trabalho da máquina, ainda será feita uma nova retirada de penas em processo manual. Lavagem da carcaça e evisceração: · Lavagem da carcaça; · Corte da pele do pescoço e traqueia; · Extratora de cloaca; · Corte da região abdominal. OBS: Antes da evisceração, as aves são lavadas em chuveiros de aspersão. Primeiramente é feito o corte da cloaca e a seguir abertura do abdome, depois as vísceras são expostas, examinadas e separadas. A ordem de retirada das vísceras é: glândula uropígea, toilette (retirada de papo), esôfago, traqueia, cloaca, retirada das vísceras não comestíveis, retirada das vísceras comestíveis e pulmões, sendo esses extraídos através da pistola de compressão de ar, pois são fixos. Depois vem a lavagem final (externa e internamente). Nessa fase, a inspeção federal verifica a sanidade das aves. Logo após a depenagem, os frangos têm seus pés cortados, os quais são destinados à graxaria ou separados para venda. Inspeção post mortem das aves: · Exame visual macroscópico de carcaças e vísceras; · Palpação e cortes; · Atribuição específica da Medicina Veterinária. · Condução ao DIF: · Departamento de Inspeção Final. Linhas de inspeção: · Linha A: exame interno. Exame visual da carcaça cavidade abdominal e torácica. Min: 2seg/ave. · Linha B: vísceras. Exame visual/palpação/ verificação de odores, incisão (coração, fígado, moela, intestinos, ovários e ovidutos nas poedeiras); Min 2 seg/ave. · Linha C: exame externo. Exame visual - pele e articulações; Remoção de contusões, dermatose, membros fraturados, calosidades; Min - 2 seg/ave. · Vísceras comestíveis (moela, fígado e coração) - lavados, pré-resfriados, embalados e congelados. · Moela aberta retira a serosa. · Vísceras não-comestíveis - graxaria. · Pulmão e rins retirados por sucção. · Lavagem interna e externa da carcaça - reinspeção; “Art. 175-A. Nos casos de fraturas, contusões e sinais de má sangria ocorridos no abate, por falha operacional ou tecnológica, as carcaças de aves devem ser segregadas pelo estabelecimento para destinação industrial." Inspeção post mortem principais condenações: · Podem decorrer de falhas na regulagem dos equipamentos de sangria ou falha na incisão manual (MASCHIO & RASZL, 2012). · Qualidade microbiológica da carcaça (TAVERNARI et. aL., 2012). “Art. 175: As carcaças de aves ou os órgãos que apresentem evidências de processo inflamatório ou lesões características de artrite, aerossaculite, coligramlomatose, dermatose, dermatite, celulite, pericardite, enterite, ooforite, hepatite, salpingite e síndrome ascitica devem ser julgados de acordo com os critérios do SIF.” (BRASIL, 2020) · A alta densidade de animais e baixa qualidade da cama facilitam a ocorrência de lesões cutâneas; · Carcaças devem ser rejeitadas quando a condição geral for comprometida. (BRASIL, 2020) · A cama excessivamente úmida; · Principalmente peito; · Descarte da parte atingida, ou descarte total quando há maior comprometimento; · Síndrome ascítica; · Acúmulo de líquido na cavidade abdominal e está relacionado ao sistema cardiorrespiratório; · Desencadeado por qualquer fator que predispõe à hipóxia. · A principal causa de condenação total de carcaças de frangos: aspecto repugnante; o qual representou 28,7 % do total. (Oliveira et al, 2021). · À medida que se aumenta o tempo de Jejum hídrico. · Falha tecnológica; · Rompimento do trato intestinal ou vesícula biliar, · Falhas nos equipamentos de evisceração durante o abate de lotes desuniformes; · DFD (dark, firm and dry) e PSE (pale, soft and exsudative); --> estresse pré-abate causado, principalmente, pelo manejo inadequado dos animais. (SHIRAISHI et al., 2013). · Carcaças com aspecto repugnante, congestos, com coloração anormal ou com degenerações, além daquelas em processo putrefativo que exalem odores anormais, devem ser condenadas (BRASIL, 2020). · Carcaças de frango condenadas por escaldagem excessiva. Resfriamento: · Pré-resfriamento: carcaça com 37 - 40°C; · Pré-chiller <4°C /20-30 min (1,5 L água por carcaça); Saída da carcaça: ≥ 7°C · Chiller: 20-30 min (1 L de água por carcaça); · Temperatura de saída da carcaça = máx. 4 °C OBS: Nessa etapa, faz-se um pré-resfriamento, em uma temperatura mais alta e, em seguida, a temperatura é baixada em torno de 0,5°C. Também é de grande importância que a água seja renovada ao longo do processo. O máximo permitido de absorção de água nessa fase deve ser de 8%. Gotejamento: · Suspensão das carcaças; · A absorção da água não poderá ultrapassar 8% do peso total. OBS: Esse processo ocorre por meio da suspensão das aves pela asa, coxa ou pelo pescoço, durante 2,5 a 4 minutos para reduzir o excesso de água absorvida no resfriamento antes de serem embaladas. O máximo de água que pode ser absorvida é 8%. Existem carcaças com até 25% de água, o que se mantém fora da legislação brasileira. Destino das carcaças: · Frango inteiro, embalagem e resfriamento. · Cortes, desossa, embalagem e resfriamento. Armazenamento: · Resfriamento: -1 a 4°C. · Congelamento: - 18°C --> túnel de congelamento - carcaça -12°C
Compartilhar