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Psicologia do Desenvolvimento - EAD

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PSICOLOGIA DO 
DESENVOLVIMENTO
PROF. DR. MÁRCIO DE OLIVEIRA
Reitor:
Prof. Me. Ricardo Benedito de 
Oliveira
Pró-Reitoria Acadêmica:
Maria Albertina Ferreira do 
Nascimento
Diretoria EAD:
Prof.a Dra. Gisele Caroline 
Novakowski
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Diagramação:
Alan Michel Bariani
Thiago Bruno Peraro
Revisão Textual:
Fernando Sachetti Bomfim
Marta Yumi Ando
Simone Barbosa
Produção Audiovisual:
Adriano Vieira Marques
Márcio Alexandre Júnior Lara
Osmar da Conceição Calisto
Gestão de Produção: 
Cristiane Alves
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo 
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
 Primeiramente, deixo uma frase de Só-
crates para reflexão: “a vida sem desafios não 
vale a pena ser vivida.”
 Cada um de nós tem uma grande res-
ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, 
e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica 
e profissional, refletindo diretamente em nossa 
vida pessoal e em nossas relações com a socie-
dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente 
e busca por tecnologia, informação e conheci-
mento advindos de profissionais que possuam 
novas habilidades para liderança e sobrevivên-
cia no mercado de trabalho.
 De fato, a tecnologia e a comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, 
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e 
nos proporcionando momentos inesquecíveis. 
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino 
a Distância, a proporcionar um ensino de quali-
dade, capaz de formar cidadãos integrantes de 
uma sociedade justa, preparados para o mer-
cado de trabalho, como planejadores e líderes 
atuantes.
 Que esta nova caminhada lhes traga 
muita experiência, conhecimento e sucesso. 
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR
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UNIDADE
01
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................ 4
1. APRENDIZAGEM ................................................................................................................................................... 5
2. DESENVOLVIMENTO HUMANO .......................................................................................................................... 7
2.1 TEORIA DO DESENVOLVIMENTO HUMANO DE JEAN PIAGET ...................................................................... 9
2.2 O ENFOQUE INTERACIONISTA DO DESENVOLVIMENTO HUMANO: VIGOTSKY ....................................... 13
APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO: 
UM INÍCIO DE CONVERSA
PROF. DR. MÁRCIO DE OLIVEIRA
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
Caso seja perguntado sobre qual o signi� cado dos termos aprendizagem e desenvolvimento, 
é possível que você tenha uma resposta na ponta da língua para tal questionamento. No entanto, 
esses conceitos são bastante complexos para a área da Psicologia e da Educação, sendo necessária 
uma atenção especial para o estudo dos mesmos. 
Para entender de maneira mais completa os aspectos da aprendizagem e do 
desenvolvimento humano, é preciso analisar esses termos em seu conjunto, buscando relacioná-
los com as mais variadas áreas do conhecimento, sobretudo a partir da Psicologia e da Educação. 
Esse entendimento vai sendo melhor consolidado a partir da leitura de diversos autores que 
dedicaram seus estudos para tal área. 
Vale salientar que cada indivíduo possui um modo de aprendizagem diferenciado, da 
mesma maneira, o processo de desenvolvimento também se difere de pessoa para pessoa. Essa 
evolução é dependente de vários fatores: organismo biológico, aspectos sociais, interação etc. E 
cada linha de estudo avalia um ou mais aspectos diferentes. 
Desta maneira, para entender o desenvolvimento humano, bem como o processo de 
aprendizagem humana, é fundamental analisar vários aspectos de maneira conjunta, de maneira 
macro.
Esta unidade está dividida em 04 (quatro) tópicos. No primeiro serão analisadas as 
especi� cidades do processo de aprendizagem, bem como suas principais características. No 
segundo tópico a discussão será acerca do desenvolvimento humano, considerando suas 
especi� cidades. No terceiro, a discussão versará sobre a Teoria do Desenvolvimento Humano de 
Jean Piaget. O último tópico apresentará conhecimentos relacionados ao enfoque interacionista 
do desenvolvimento humano, tendo como base o estudioso Vigotsky. 
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
1. APRENDIZAGEM
O processo de aprendizagem acontece quase que cotidianamente na vida das pessoas. 
Essa atividade, muitas vezes, é realizada sem o conhecimento de quem está aprendendo, como se 
fosse algo naturalizado do ser humano. 
No entanto, a aprendizagem carrega consigo características que lhes são especí� cas, sendo 
necessária uma atenção especial para ela, a � m de entende-la como uma prática merecedora de 
estudos, destaques, cuidados, acompanhamento.
Aqui, vamos enfatizar o processo de aprendizagem que ocorre nas instituições escolares, 
geralmente guiado pela � gura do professor. É sabido que existem várias concepções diferentes 
que buscam dar conta de explicar o que signi� ca aprendizagem, cada concepção está baseada em 
uma visão teórica diferenciada, a partir do entendimento de ser humano, sociedade, � losó� co, 
político, teórico. 
Figura 1 - Processo de aprendizagem mediado pelo professor. Fonte: Icema (2015).
Campos (1987) descreve que o processo de aprendizagem apresenta, ao menos, 06 (seis) 
principais características, pois é: dinâmico, contínuo, global, pessoal, gradativo e cumulativo. 
A aprendizagem é um processo dinâmico porque é uma atividade que depende de quem 
está aprendendo, necessitando de uma participação total e global do aprendiz. Além disso, é 
contínuo porque se inicia quando criança e � naliza na terceira idade, perpassando por toda a 
vida de uma pessoa, ou seja, do início da vida se estendendo até seu � m. A aprendizagem também 
é global, pois envolve a mudança de comportamento do aprendiz, exigindo uma participação 
total por parte do indivíduo. O processo de aprendizagem é pessoal porque é único do indivíduo, 
cada pessoa pode se desenvolver de uma maneira diferente/especí� ca. Ainda é gradativo e 
cumulativo, pois acrescenta-se novos elementos à aprendizagem anterior e possibilita o acúmulo 
de experiências, respectivamente (CAMPOS, 1987). 
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Para afunilarmos os estudos ora apresentados, vamos enfatizar duas correntes principais 
que analisam o processo de aprendizagem: Teorias do Condicionamento e Teorias Cognitivistas. 
No primeiro grupo, estão as teorias que de� nem a aprendizagem pelas suas consequências 
comportamentais e enfatizam as condições ambientais como forças propulsoras da aprendizagem. 
Ainda nessa perspectiva, “[...] a aprendizagem é a conexão entre o estímulo e a resposta. 
Completada a aprendizagem, estímulo e resposta estão de tal modo unidos, que o aparecimento 
do estímulo evoca a resposta” (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2002, p. 115). Nesse sentido, 
as Teorias do Condicionamento buscam enfatizar que o condicionamento é um processo de 
aprendizagem e modi� cação de comportamento por meio de mecanismos de estímulo e resposta, 
e essa modi� cação ocorre sobre o Sistema Nervoso Central (SNC) do indivíduo. 
No segundo grupo, Bock, Furtado e Teixeira (2002, p. 115) enfatizam que “[...] estão 
as teorias que de� nem a aprendizagem como um processo de relação do sujeito com o mundo 
externo e que tem consequências no plano da organização interna do conhecimento (organização 
cognitiva)”. Essa concepção defende que a aprendizagem é um elemento proveniente da 
comunicação entre o sujeito e o mundo,se acumulando sob a forma de riqueza de conteúdos 
cognitivos. 
Indicação de fi lme: Sociedade dos Poetas Mortos
Direção: Peter Weir
Local e ano: EUA, 1989
Principais temas a serem debatidos: Processo de ensino e aprendizagem
Sinopse: O fi lme relata a história de um professor chamado Keating que possui 
métodos de aprendizagem diferenciados da escola onde ele trabalhará. Naquela 
época os alunos não tinham opção de escolher suas profi ssões, quem as escolhiam 
eram seus responsáveis.
Keating incentiva seus alunos a pensar de maneira própria, mas a direção da 
escola fi ca insatisfeita com a atuação dele, principalmente quando ele fala sobre 
a Sociedade dos Poetas Mortos. Os alunos gostam do novo professor e começam 
a superar seus medos e problemas.
Os alunos formam uma nova Sociedade dos Poetas Mortos e vivem sobre o ideal 
Carpe Diem. Eles fazem encontros a noite em uma caverna para ler poemas. Um 
aluno em questão ganha ênfase no fi lme, é Neil, apaixonado por artes. Seu pai quer 
colocá-lo em um colégio militar, mas Neil não aceita e comete suicídio. Keating é 
acusado de ser responsável pela morte do aluno. O diretor assume suas aulas e os 
alunos fazem uma manifestação a favor de Keating (PORTAL EDUCAÇÃO, 2013).
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Figura 2 - Comunicação entre o sujeito e o mundo. Fonte: Pixaby (2017).
Enquanto documento auxiliador no trabalho docente, os Parâmetros Curriculares 
Nacionais (PCN) (BRASIL, 1997) contribuem para uma análise da aprendizagem. De acordo 
com esse documento, pode-se a� rmar que o aluno necessita elaborar hipóteses e experimentar 
cada uma delas a � m de alcançar uma aprendizagem signi� cativa. Essa aprendizagem contribui 
para que o aluno entenda o contexto em que vive, além de buscar compreender as características 
de si mesmo. 
O professor é o responsável mais direto do processo de aprendizagem no interior de uma 
instituição escola, ele é quem contribui na organização do ambiente e fornece subsídios para que a 
aprendizagem ocorra. Portanto, é fundamental que o docente conheça a realidade de seus alunos 
e oferte mecanismos su� cientes para que esse processo ocorra da melhor maneira possível, de 
modo que os alunos se superem a cada dia, aprendendo cada vez mais.
Após essa discussão acerca da aprendizagem, a seguir vamos discutir sobre o 
desenvolvimento humano, considerando as suas principais características. 
 
2. DESENVOLVIMENTO HUMANO
Da mesma forma que o processo de aprendizagem demanda cuidados em sua análise, o 
desenvolvimento humano também carece de uma atenção bastante especial para a sua análise, ao 
passo que possui especi� cidades em sua caracterização. 
O desenvolvimento humano refere-se ao desenvolvimento mental e ao crescimento 
orgânico. Bock, Furtado e Teixeira (2002, p. 98) enfatizam que:
A aprendizagem, então, quando signifi cativa proporciona maior conhecimento – e 
conhecimento mais duradouro, representativo – para o indivíduo, de modo que 
este último possa aplicar o que aprendeu em sua vida cotidiana.
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O desenvolvimento mental é uma construção contínua, que se caracteriza pelo 
aparecimento gradativo de estruturas mentais. Estas são formas de organização 
da atividade mental que se vão aperfeiçoando e solidi� cando até o momento em 
que todas elas, estando plenamente desenvolvidas, caracterizarão um estado de 
equilíbrio superior quanto aos aspectos da inteligência, vida afetiva e relações 
sociais. 
Assim, é possível entender que o desenvolvimento humano está relacionado, 
necessariamente, a aspectos voltados às necessidades � siológicas, afetivas e intelectuais, que se 
apresentam em constante transformação e adaptação. 
Bock, Furtado e Teixeira (2002) enfatizam que o desenvolvimento humano deve ser 
entendido como uma globalidade e tem sido abordado, principalmente, a partir de quatro 
aspectos básicos: físico-motor, intelectual, afetivo-emocional e social. Nas palavras dos autores:
Aspecto físico-motor: refere-se ao crescimento orgânico, à maturação 
neuro� siológica, à capacidade de manipulação de objetos e de exercício do 
próprio corpo. (...)
Aspecto intelectual: é a capacidade de pensamento, raciocínio. (...)
Aspecto afetivo-emocional: é o modo particular de o indivíduo integrar as suas 
experiências. É o sentir. (...)
Aspecto social: é a maneira como o indivíduo reage diante das situações que 
envolvem outras pessoas (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2002, p. 1000, grifos 
do original). 
 Vale ressaltar que cada teoria pode se ater a um desses aspectos de maneira principal, no 
entanto, é fundamental sabermos que esses aspectos – indissociados – formam o desenvolvimento 
humano. 
Ainda é importante frisar que, desde os primeiros dias de vida, o ser humano vai se 
desenvolvendo, as suas atividades vão ganhando, cada vez mais, signi� cados. Esse desenvolvimento 
é bastante complexo e tem estreita relação com a história individual de cada um e com a história 
desse ser humano com o meio social. 
Relacionando o desenvolvimento humano com a área da Educação (sobretudo com 
o processo de aprendizagem), estudar esse desenvolvimento possibilita conhecer 
as características comuns de uma faixa etária, permitindo que o professor se 
atente às individualidades dos seus alunos, de modo a observar os (e intervir 
nos) comportamentos dos discentes. Quanto mais conhecimento acerca das 
características do ser humano, melhor o processo de ensino, buscando alcançar a 
aprendizagem e desenvolvimento humano. 
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Figura 3 - Primeiros anos de vida do ser humano. Fonte: Google Images (2017).
A partir desse cenário, a seguir vamos destacar dois principais autores que apresentam 
estudos fundamentais para a análise da aprendizagem e do desenvolvimento humano: Piaget e 
Vigotsky, respectivamente. 
2.1 Teoria do Desenvolvimento Humano de Jean Piaget
Conforme mencionamos, o processo de aprendizagem e desenvolvimento humano pode 
ser apresentado sob várias perspectivas. Nesse momento, a abordagem discutida será a Teoria do 
Desenvolvimento Humano de Jean Piaget. No entanto, antes de iniciarmos a discussão acerca da 
teoria, vamos conhecer um pouco sobre quem foi esse estudioso. 
Figura 4 - Jean Piaget. Fonte: A mente é maravilhosa (2017).
De acordo com o Portal Educação (2014), Jean Piaget foi um renomado psicólogo e 
� lósofo suíço que nasceu no dia 09 de agosto de 1896, em Neuchâtel (Suíça) e � cou conhecido 
por seu trabalho grandioso no campo da inteligência infantil. O estudioso passou parte da sua 
carreira pro� ssional interagindo com os infantes, buscando entender seu processo de raciocínio. 
Seus estudos in� uenciaram – e ainda in� uenciam – grandes áreas como Psicologia e Pedagogia. 
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Embora muitos educadores pensem que Piaget foi pedagogo, ele não estudou Pedagogia 
e nem desenvolveu um método para lecionar para o público infanto-juvenil, no entanto, suas 
ideias, ainda hoje, são levadas em consideração nos estudos da Educação (NOVA ESCOLA, 
2008). Piaget publicou seu primeiro trabalho sobre observação de um pardal albino aos 11 anos 
de idade. Esse foi o marco de sua carreira cientí� ca. Ele frequentou a Universidade de Neuchâtel 
(estudou Biologia e Filoso� a), e recebeu o título de doutorado em Biologia no ano de 1918, aos 
22 anos de idade.
Após se formar, Jean Piaget foi para Zurich e trabalhou como psicólogo experimental e 
psiquiatra. Em 1919, o estudioso mudou-se para a França, trabalhou no Laboratório de Alfred 
Binet e concluiu que o pensamento lógico se desenvolve gradualmente. Nesse mesmo ano, Piaget 
começou a pesquisar sobre a mente humana e o desenvolvimento das habilidades cognitivas. Elese 
considerou um epistemólogo genético porque investigou a natureza e a gênese do conhecimento 
nos seus processos e estágios de desenvolvimento (PORTAL EDUCAÇÃO, 2014).
Dois anos depois, em 1921, Piaget voltou para a Suíça e se tornou diretor de estudos 
no Instituto Jean Jaques Rousseau da Universidade de Genebra, iniciando um de seus maiores 
trabalhos quando observou crianças brincando, realizando registros de suas palavras, ações e 
processo de raciocínio. Posteriormente, em 1923, casou-se e teve três � lhas (que contribuíram 
para seus estudos, pois o pai observava demasiadamente o desenvolvimento delas). Registros 
apontam que Piaget foi o único suíço a ser convidado para lecionar na Universidade de Sorbonne 
(na França), onde trabalhou até 1963, data de seu falecimento (PORTAL EDUCAÇÃO, 2014). 
Piaget ainda fundou e dirigiu o Centro Internacional para Epistemologia Genética, 
escreveu 75 (setenta e cinco) livros e inúmeros trabalhos cientí� cos. Faleceu em Genebra, no dia 
17 de setembro de 1980. Pádua (2009) enfatiza que Piaget ganhou notoriedade como psicólogo 
infantil, no entanto seu foco não era estudar especi� camente sobre crianças, mas analisar a 
capacidade do conhecimento humano e seu desenvolvimento. 
Desta forma, é fundamental entendermos que Piaget, embora tenha realizado estudos sobre 
as crianças, tinha sua atenção voltada fundamentalmente para o processo de desenvolvimento 
das pessoas, e isso o fez buscar, então, conhecimentos a partir da observação das crianças. O 
biólogo produziu uma das mais completas teorias do desenvolvimento intelectual, denominada 
Epistemologia Genética, sobretudo pelo fato de estudar o período que engloba desde o nascimento 
até a idade adulta do ser humano. Suas produções enfatizam os laços da inteligência e da lógica, 
bem como das mais variadas funções cognitivas: memória, linguagem e percepção (PÁDUA, 
2009). 
Neste momento, vamos discutir acerca dos períodos de� nidos por Jean Piaget acerca 
do desenvolvimento humano, a citar: Sensório-motor, Pré-operatório, Operações Concretas e 
Operações formais. De acordo com o estudioso, cara momento é caracterizado por aquilo que de 
melhor o indivíduo consegue fazer em determinada faixa etária.
Bock, Furtado e Teixeira (2002, p. 101) enfatizam que, de acordo com Piaget, “[...] todos 
os indivíduos passam por todas essas fases ou períodos, nessa sequência, porém, o início e o 
término de cada uma delas dependem das características biológicas do indivíduo e de fatores 
educacionais sociais”. 
Partindo dessa premissa, é fundamental entender que as divisões propostas pelo estudioso 
a � m de organizar os períodos do desenvolvimento humano são referências, e não normas rígidas. 
Abaixo, destacaremos as principais características de cada uma dessas fases.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Período Sensório-Motor: essa etapa corresponde a idade entre 0 e 2 anos. De acordo 
com Piaget, nesse período, a criança conquista, por meio da percepção e dos movimentos, todo 
o universo que a cerca (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2002). Nesse período, o bebê realiza 
uma prática de ação não interiorizada e não verbal, de modo a não empregar, ainda, a linguagem 
falada. No entanto, o bebê emprega a percepção (sensório) e as ações (motor). Aqui, a inteligência 
é limitada à ação. 
Ainda é importante salientar que nesse período, o indivíduo se limita aos exercícios 
dos aparelhos re� exos, que foram herdados, como, por exemplo, a sucção. Essas atividades 
são melhoradas conforme o bebê ou a criança as treinam. O período Sensório-motor envolve 
percepção e movimentação, por isso, o nome escolhido por Piaget. 
Aos poucos, a criança percebe que os objetos (que antes existiam apenas quando estavam 
no seu campo visual) existem mesmo quando não estão vendo ou os tocando. Outro aspecto que 
chama a atenção é o fato de que próximo aos dois anos de idade, a criança é capaz de realizar a 
fala imitativa, buscando ‘copiar’ ou imitar a fala das pessoas adultas a sua volta.
SENSÓRIO-MOTOR
• O contato com o meio é direto e imediato, sem 
representação ou ideias.
• O bebê constrói ações para buscar assimilar 
mentalmente o meio.
• O bebê vai, aos poucos, se separando dos obje-
tos.
• A noção de espaço e tempo é construída pela 
ação.
Quadro 1 - Principais características do Período Sensório-motor. Fonte: o autor (2017).
Período Pré-operatório: esse período corresponde ao desenvolvimento entre os 02 e 07 
anos de idade. Durante esse momento o que mais de importante acontece com a criança é, de 
acordo com Bock, Furtado e Teixeira (2002), a aquisição da linguagem.
Nesse momento, a criança se apropria de uma forma a mais para a comunicação entre os 
indivíduos. A linguagem, dessa forma, possibilita que o indivíduo exteriorize seus pensamentos, 
por exemplo. Essa prática faz com que haja a possibilidade de a criança corrigir ações futuras, de 
maneira que ela antecipe o que fará. 
Bock, Furtado e Teixeira (2002, p. 103, grifos do original) escrevem que “[...] como 
decorrência do aparecimento da linguagem, o desenvolvimento do pensamento se acelera”. Essa 
fase é conhecida, por muitas pessoas, como a fase dos ‘porquês’, pois a criança realiza perguntas 
demasiadamente. 
Nessa etapa, a criança está em idade escolar e, consequentemente, ocorre uma maior 
maturação neuro� siológica, permitindo o desenvolvimento de novas habilidades, a exemplo 
da coordenação motora � nal – primordial para o processo de escrita e desenho com materiais 
escolares como o lápis, por exemplo, possibilitando movimentos mais delicados e precisos.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
PRÉ-OPERATÓRIO
• Desenvolvimento de funções simbólicas;
• Egocentrismo;
• Aparecimento das representações mentais;
• É fundamental a criança se basear na aparência 
para justifi car ou relacionar os fatos.
Quadro 2 - Principais características do Período Pré-operatório. Fonte: o autor (2017).
Período das Operações Concretas: esse período é característico no � m da infância e 
início da adolescência, ou seja, entre os 7 e 11/12 anos de idade. Uma peculiaridade dessa etapa 
é a construção da lógica, em que o indivíduo consegue estabelecer relações que permitem a 
coordenação de diferentes pontos de vista (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2002). 
Nesse período há maior possibilidade de a criança ou adolescente trabalhar em grupo, 
cooperar com outras pessoas, estabelecer a sua autonomia pessoal. Piaget analisou, de acordo 
com Bock, Furtado e Teixeira (2002, p. 104, grifos do original), que nessa fase acontece o
[...] surgimento de uma nova capacidade mental da criança: as operações, isto é, 
ela consegue realizar uma ação física ou mental dirigida para um � m (objetivo) 
e revertê-la para o seu início. 
Assim, nesse período, a criança ou o adolescente desenvolve capacidades de relações entre 
causa e efeito, meio e � m, sequência de ideias, entendimento de diferentes pontos de vista, etc.
Ainda é importante ressaltar que no período das Operações Concretas, ocorre o 
aparecimento da vontade no indivíduo, este adquire autonomia crescente em relação à pessoa 
adulta, organizando seus próprios valores morais como, por exemplo, respeito, honestidade e 
justiça.
OPERAÇÕES CON-
CRETAS
• A criança adquire o conceito de irreversibilidade;
• A criança busca as diferenças além do que é per-
cebido;
• O indivíduo estabelece relações, classifi cações e 
séries.
Quadro 3 - Principais características do Período das Operações Concretas. Fonte: o autor (2017).
Período das Operações Formais: esse período corresponde dos 11/12 anos em diante, 
ou seja, da adolescência em frente. Aqui o adolescente consegue realizar operações no plano das 
ideias, sem a necessidade de manipular um objeto material, como no período anterior (BOCK; 
FURTADO, TEIXEIRA, 2002). O adolescente consegue, a partir das características dessa fase, 
abstrair e generalizar,buscando entender melhor o meio social o qual convive, conseguindo 
apurar conclusões de puras hipóteses. 
Bock, Furtado e Teixeira (2002, p. 106) explicam que, de acordo com Piaget:
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Do ponto de vista de suas relações sociais, também, ocorre o processo 
de caracterizar-se, inicialmente, por uma fase de interiorização, em que, 
aparentemente, é antissocial. Ele se afasta da família, não aceita conselhos dos 
adultos; mas, na realidade, o alvo de sua re� exão é a sociedade, sempre analisada 
como passível de ser reformada e transformada. Posteriormente, atinge o 
equilíbrio entre pensamento e realidade, quando compreende a importância da 
re� exão para a sua ação sobre o mundo real. 
 De certa maneira, nessa etapa, o adolescente busca se encontrar em grupos de pessoas 
com características parecidas com as suas, de modo a desenvolver um sentimento de pertença. 
Busca, então, libertar-se dos adultos, com o objetivo de efetivar suas relações com seus pares para, 
assim, ser aceito no grupo de amigos. 
OPERAÇÕES FORMAIS
• Raciocínio dedutivo;
• Valorização do pensamento;
• Formulação de hipóteses para a solução de 
problemas;
• Aprimoramento da diferenciação entre o su-
jeito e o objeto.
Quadro 4 - Principais características do Período das Operações Formais. Fonte: o autor (2017).
Após essa análise acerca da Epistemologia Genética (teoria desenvolvida por Jean Piaget), 
a seguir vamos discutir os principais aspectos do desenvolvimento humano e da aprendizagem 
traçados por Vigotsky.
2.2 O Enfoque Interacionista do Desenvolvimento Humano: Vigotsky
Vigotsky contribuiu muito para os estudos acerca do processo de aprendizagem e 
desenvolvimento do ser humano. Mas, quem foi esse estudioso tão in� uente na área da Psicologia 
e Educação? Após apresentarmos a sua biogra� a, de forma resumida, apresentaremos as suas 
principais ideias, a � m de que você tenha uma compreensão maior acerca da sua contribuição 
cientí� ca.
Vigotsky foi um psicólogo bielo-russo e produziu estudos acerca do desenvolvimento 
da aprendizagem e do papel das relações sociais nesse processo, portanto, seu pensamento � cou 
conhecido como Sócio Interacionista. Lev Semenovitch Vigotsky nasceu em Orsha no dia 17 
de novembro de 1896, foi � lho de uma família culta e judia, vivendo em Gomel até os 17 anos 
de idade, se destacando enquanto aluno do curso secundário (FRAZÃO, 2017). Com 18 anos, 
Vigotsky iniciou os estudos no curso de Medicina, porém, o transferiu para o curso de Direito na 
Universidade de Moscou. Nesse mesmo período, o autor estudou Literatura e História da Arte. 
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Figura 5 - Vigotsky. Fonte: Infoescola (2017).
No ano de 1917, Vigotsky se graduou em Direito, depois de formado, retornou para 
Gomel. Lá, fundou uma editora e um laboratório de psicologia no instituto de Treinamento 
de Professores, ministrando cursos de Psicologia. A partir daí, dedicou-se, enfaticamente, aos 
estudos dos processos mentais humanos (FRAZÃO, 2017). 
O interesse de Vigotsky pelas funções mentais superiores, cultura, linguagem 
e processos orgânicos cerebrais o levaram a trabalhar com pesquisadores 
neuro� siologistas como Alexander Luria e Alexei Leontiev, que deixaram 
importantes contribuições para o Instituto de De� ciência de Moscou, entre eles 
o livro “A Formação Social da Mente” onde aborda os processos psicológicos 
tipicamente humanos, analisando-os a partir da infância e do seu contexto 
histórico-cultural (FRAZÃO, 2017, s/p).
Após a sua morte, as suas ideias foram repudiadas pelo governo soviético. Suas obras foram 
proibidas naquela localidade entre 1936 e 1958 (período da censura do regime stalinista). Fato 
esse que ‘atrasou’ a publicação dos livros “Pensamento e Linguagem” no Brasil, que ocorrera 
no ano de 1962 e “A Formação Social da Mente” em 1984. Vigotsky faleceu de tuberculose em 
Moscou no dia 11 de junho de 1934, antes de completar seus 38 anos de idade (FRAZÃO, 2017). 
Após estudarmos um pouco sobre a vida de Vigotsky, a partir de agora, vamos entender 
sobre as suas pesquisas relacionadas ao desenvolvimento do ser humano. 
INDICAÇÃO DE FILME: O enigma de Kaspar Hauser
Direção: Werner Herzog
Local e ano: Alemanha Ocidental, 1974
Principais temas a serem debatidos: O papel das relações sociais no 
desenvolvimento humano.
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Uma ideia bastante difundida a partir dos estudos de Vigotsky (2009) é que, desde o 
nascimento, somos socialmente dependentes de outras pessoas, de maneira a entrarmos em um 
processo histórico de relações com o mundo (meio social) e com quem nele está (indivíduos que 
nos relacionamos).
Portanto, a sua abordagem buscou caracterizar os vários aspectos tipicamente humanos 
(memória, atenção voluntária, pensamento etc.) do comportamento e elaborar hipóteses acerca 
de como tais características se formam ao longo da história do indivíduo.
Bock, Furtado e Teixeira (2002, p. 107) enfatizam que:
Um pressuposto básico da obra de Vigotsky é que as origens das formas 
superiores de comportamento consciente – pensamento, memória, atenção 
voluntária, etc. –, formas essas que diferenciam o homem dos outros animais, 
devem ser achadas nas relações sociais que o homem mantém. Mas Vigotsky não 
via o homem como ser passivo, consequência dessas relações.
 Esse excerto contribui para pensarmos que o estudioso entendia o ser humano como 
fruto das suas relações sociais, porém, esse indivíduo não era passivo, pelo contrário: era ativo e 
agia sobre o mundo, sempre em relações interativas. 
Vigotsky (1996) criou três termos muito relevantes para os estudos do desenvolvimento 
humano: Zona de Desenvolvimento Proximal, Nível de Desenvolvimento Real e Nível de 
Desenvolvimento Potencial. A seguir, de forma breve, vamos apontar o que vem a ser cada um 
deles.
A Zona de Desenvolvimento Proximal é a distância entre o Nível de Desenvolvimento 
Real (determinado pela capacidade de um indivíduo resolver problemas sozinho) e o Nível de 
Desenvolvimento Potencial (capacidade de o indivíduo resolver problemas em colaboração de 
outros indivíduos ou parceiros mais experientes) (VIGOTSKY, 1996).
Sinopse: O fi lme é uma história baseada em fatos reais, que relata o processo de 
socialização de um garoto na cidade de Nuremberg (Alemanha). Kaspar Hauser 
era um garoto que viveu durante anos de sua vida trancado numa torre sem contato 
algum com a sociedade. Ele tinha apenas contato com um homem que “cuidava” 
dele todos os dias. Kaspar não falava, nem se movia. Até que um dia esse mesmo 
homem começou a ensinar algumas palavras e a dar seus primeiros passos. Foi 
assim que, pela primeira vez teve contato com a natureza. Um certo dia, Kaspar é 
encontrado no meio de uma praça “paralisado”, segurando apenas uma carta que 
fora escrita pelo homem que cuidou dele no período em que esteve enclausurado. 
E aí começa a sua aventura e desenvolvimento. Este fi lme mostra grande evolução 
do garoto na civilização (DIA A DIA EDUCAÇÃO, s/d).
Vigotsky (1996) sempre considerou o ser humano inserido na sociedade e, desta 
forma, sua abordagem e seus estudos foram orientados para os processos 
de desenvolvimento do indivíduo, enfatizando a dimensão sócio histórica e a 
interação do ser humano com o outro no espaço social. 
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NOME CONCEITO
Zona de Desenvolvimento Proximal É a distância entre os outros dois níveis;
Nível de Desenvolvimento Real Capacidade de resolver os problemas 
sozinho;
Nível de Desenvolvimento Potencial Capacidade de solucionar problemas 
com auxílio de alguém mais experiente.
Quadro 5 – ZDP, NDR, NDP. Fonte: o autor (2017).
Nessa linha de raciocínio, estes conceitosbuscam contribuir, inclusive, para que professores 
organizem suas aulas, de modo a pensarem no aluno como um ser capaz de desenvolver-se por 
meio da contribuição de pessoas mais experientes (outros alunos, professores, responsáveis, etc.). 
Vigotsky (1996) ainda enfatiza que aprendizagem e desenvolvimento são indissociáveis. 
Logo, esses aspectos caminham juntos, de maneira que o indivíduo, a partir das relações exteriores, 
aprende coisas novas enquanto se desenvolve. 
Utilizando os estudos de Vigotsky nas escolas, é possível estabelecer que as instituições de 
ensino devem ser lugares de interação social entre seus membros. Alunos, professores e demais 
pro� ssionais da Educação devem ser considerados parceiros no processo de aprendizagem e 
desenvolvimento, de modo que o corpo discente seja visto como um ser aprendente.
Após analisarmos as principais ideias de Vigotsky, a seguir discutiremos acerca de outras 
duas teorias do desenvolvimento e da aprendizagem: Humanismo e Behaviorismo. 
INDICAÇÃO DE LEITURA: Linguagem, Desenvolvimento e Aprendizagem
AUTORES: L. S. Vigotsky, A. R. Luria, A. N. Leontiev
ANO DE PUBLICAÇÃO: 2016 (14º edição)
O QUE PODE SER ENCONTRADO NO LIVRO: Três dos principais representantes 
da psicologia soviética LEONTIEV, LURIA e VIGOTSKY estão presentes nesta 
coletânea, organizada por professores do Instituto de Biomédicas e da Faculdade 
de Educação da USP.
Centrados em temática pertencente à psicologia cognitiva (percepção, memória, 
atenção, solução de problemas, fala, atividade motora), os três autores soviéticos 
estudaram desde processos neurofi siológicos até relações entre o funcionamento 
intelectual e a cultura em que os indivíduos estão inseridos.
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Assim, trabalharam intensamente não apenas com temas de psicologia do 
desenvolvimento como também com as relações entre linguagem e pensamento, 
com implicações para a neurologia, psiquiatria e educação (VIGOTSKY, LURIA, 
LEONTIEV, 2016). 
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UNIDADE
02
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 19
1. HUMANISMO ....................................................................................................................................................... 20
2. BEHAVIORISMO .................................................................................................................................................. 26
OUTRAS TEORIAS DE 
DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM
PROF. DR. MÁRCIO DE OLIVEIRA
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
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INTRODUÇÃO
Para além das teorias desenvolvidas por Piaget e Vigotsky (sobre aprendizagem e 
desenvolvimento humano), existem outras teorias que buscam caracterizar essas etapas a que 
passam os seres humanos. É fato que a Teoria da Epistemologia Genética e a Teoria Sócio 
Interacionista são as mais conhecidas nos cursos de licenciatura, no entanto, é fundamental 
conhecer outras correntes a � m de analisar – por meio de vários elementos – o desenvolvimento 
humano e o processo de aprendizagem.
Um fator fundamental é pensarmos que as teorias possuem características diferentes, e 
o professor deve aproveitar, após conhecer tais características, as que mais se aproximam de seu 
método de ensino e do ambiente ao qual está inserido.
Quando um professor está utilizando características de uma determinada teoria do 
desenvolvimento e aprendizagem, não signi� ca que ele esteja desconsiderando as características 
de outra abordagem ou que não concorde com essas últimas. A escolha de uma teoria deve ser 
democrática, de forma que seja sempre associada aos objetivos propostos pelo docente. 
Ainda é interessante o professor sempre lembrar que o objetivo principal de uma 
instituição escolar é a aprendizagem de seus alunos, bem como o bem-estar de quem a frequenta, 
logo, conhecer as teorias se torna primordial, sobretudo para direcionar o trabalho docente. 
Lembramos que não é objetivo desta unidade (ou deste livro) julgar as teorias existentes, 
mas elencar as principais características e os principais pensadores que dispensaram tempo dos 
seus estudos a � m de organizar de� nições acerca do processo de aprendizagem humano e sobre 
seu desenvolvimento. 
Para dar sequência nesse livro, a unidade 02 (dois) discorrerá sobre outras duas vertentes 
de pensamento que buscam dar respostas para as características do processo de desenvolvimento 
e aprendizagem do ser humano, a citar: Humanismo e Behaviorismo.
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1. HUMANISMO
Na perspectiva Humanista, o foco é uma visão do ser humano como pessoa. O que é mais 
relevante é a autorrealização, ou seja, o seu crescimento pessoal. De acordo com Moreira (1997), 
o ser humano deve ser visto como um todo que engloba ação, sentimento e pensamento.
A teoria Humanista é caracterizada por um número bastante considerável de diferentes 
expressões, como por exemplo: não-diretiva, fenomenológicas, existenciais etc. 
O principal pensador dessa linha de pensamento foi Carl Rogers, o autor defendia que o 
ser humano deveria ser analisado em um todo, pelo fato de pensar, sentir e realizar coisas. Logo, 
a aprendizagem não se limita apenas a um aumento de conhecimento.
A teoria rogeriana surgiu, em meados do século XX, como uma terceira vertente entre 
dois campos da psicologia: a Psicanálise (de Freud) e o Behaviorismo (de Skinner).
Carl Rogers foi um psicólogo norte-americano. Ele nasceu em Oak Park, Illinois, nos 
Estados Unidos, no dia 08 de janeiro de 1902. Era o � lho do meio de uma família protestante, 
em que os valores tradicionais e religiosos eram bastante cultivados, junto com o incentivo ao 
trabalho duro. Aos doze anos de idade, Rogers e sua família se mudaram para uma fazenda, e, 
por conta de terreno fértil, ele passou a se interessar pela agricultura e pelas ciências naturais 
(FRAZÃO, 2016a). 
Na universidade de Wisconsin, Carl Rogers dedicou-se ao aprofundamento de seus 
estudos em ciências físicas e biológicas. Após se graduar, em 1924, passou a frequentar o seminário 
(em Nova Iorque). Ao ser transferido para o Teachers Coolege da Columbia University, Rogers 
foi introduzido na psicologia e obteve o título de mestrado em 1928 e de doutorado em 1931 
(FRAZÃO, 2016a).
No ano de 1949, Rogers passou a ocupar a cátedra de Psicologia da Universidade de Ohio. 
Depois de um tempo, em 1957, Rogers se tornou professor na Universidade em que se graduou, 
Winconsin, até 1963. Durante esses anos, ele liderou um grupo de pesquisadores que realizou 
um brilhante estudo intensivo e controlado, utilizando a psicoterapia centrada com pacientes 
esquizofrênicos, obtendo, em alguns pontos, muito material sobre a relação terapêutica e muitos 
outros dados de interesse cientí� co, em termos estatísticos, com estes e com seus familiares. Foi 
o início de uma abordagem mais humana junto aos pacientes hospitalares. Desde 1964, Rogers 
associou-se ao Centro de Estudos da Pessoa, em La Jolla, Califórina, entrando em contato com 
outros teóricos humanistas, como Maslow, e � lósofos, como Buber e outros. Carl Rogers faleceu 
em San Diego, Califórnia, Estados Unidos, no dia 4 de fevereiro de 1987 (FRAZÃO, 2016a).
Figura 1 - Carl Rogers. Fonte: NovaEscola (2017).
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Rogers defendia que o indivíduo, por estar em uma sociedade dinâmica e mutável, deveria 
se ajustar a essa sociedade, ou seja, o ser humano necessita se adaptar ao meio em que vive, para 
garantir (ou buscar garantir) a sua sobrevivência. 
Rogers (1978) baseou os seus escritosna crença na pessoa humana, bem como nas 
decorrências educacionais. O estudioso do desenvolvimento humano a� rmou que mais do que 
pensar em currículos e métodos de ensino, o professor deveria re� etir sobre a sua posição perante 
a vida, ou seja, a análise do indivíduo era o que realmente faz a diferença em sua proposta. 
Mais adiante, em 1985, foi publicado outro material de Rogers no Brasil em que o 
estudioso propôs, em sala de aula, que este fosse um ambiente de auto estima e autocon� ança, de 
maneira a contribuir aos alunos que se desenvolvam como pessoas e com atitudes que favoreçam 
à aprendizagem. 
O autor defendia que a terapia era fundamental, haja vista, essa atividade ajudaria uma 
pessoa a entender como um indivíduo pode vivenciar da melhor maneira possível a si mesmo, 
além de desenvolver suas experiências. Essa terapia, de acordo com Rogers, poderia contribuir 
para a Educação, de maneira que o aluno poderia compreender melhor esse processo e seu papel 
na realização do mesmo (ROGERS, 1985).
Rogers (1985, p. 23) enfatiza que:
É absolutamente essencial que os jovens aprendam, já cedo na vida, a examinar 
problemas complexos, a identi� car os prós e os contras de cada solução e 
a escolher a posição que desejam assumir em cada questão. [...] aprender e 
solucionar problemas complexos, tanto sociais quanto cientí� cos, constitui um 
objetivo primário da educação, que não pode ser atingido numa situação em 
que se exige a conformidade a certa opinião dogmática. Não pode ser atingido 
quando o debate livre e aberto é, de alguma maneira, inibido.
 Nesse sentido, a instituição escolar deve buscar com que o indivíduo aprenda a aprender, 
de modo a se adaptar às transformações sociais. Para isso, a escola deve se preocupar menos com 
a rigidez dos currículos e dos conteúdos estudados e mais com as características de seus alunos 
e docentes. 
A abordagem humanista, conforme fora apresentado, valoriza a pessoa autêntica 
e criativa. Que seja capaz de expressar as suas potencialidades plenamente, 
levando em consideração a realidade a qual vive.
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Figura 2 – Expressão da criatividade (característica da abordagem humanista). Fonte: Google Images.
Deste modo, Rogers defendia que em contato com sua vivência, o indivíduo valoriza a 
sinceridade, a responsabilidade social, o autoconhecimento e, sobretudo, as relações afetuosas 
entre as pessoas. 
Outra característica essencial na abordagem humanista é a liberdade, sobretudo porque a 
liberdade, de acordo com a teoria, é a compreensão de que o ser humano pode viver a si próprio, 
a partir de suas escolhas. Essa liberdade pode ser pensada como a descoberta de signi� cado do 
seu íntimo (ROGERS, 1985).
Moreira (1997) enfatiza que, para Rogers, é essencial a escola buscar a facilitação do 
desenvolvimento dos alunos, sendo que o professor deve ser visto como facilitador do processo 
de aprendizagem, além disso, as relações interpessoais precisam ser signi� cativas. 
A abordagem rogeriana defende que o ser humano apresenta uma potencialidade natural 
para a atividade de aprender e que o discente necessita perceber o conteúdo trabalhado em sala de 
aula como algo relevante para os seus objetivos. Os atos (ou as atitudes – capacidades atitudinais) 
são os propulsores das aprendizagens signi� cativas, ou seja, tais aprendizagens são realizadas por 
meio das ações dos indivíduos. Nessa perspectiva, a avaliação é mais valiosa quando realizada pelo 
próprio ser aprendente, ou seja, defende-se a autoavaliação, pois esta última leva à autocon� ança, 
criatividade, independência. 
Figura 3 – Autoavaliação. Fonte: o autor.
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Abaixo, apresentamos um quadro com as principais características da psicologia 
humanista, enfatizando os seus aspectos práticos.
PSICOLOGIA HUMA-
NISTA
• O professor deve seguir as etapas do desenvolvi-
mento da criança, observando as suas especifi ci-
dades;
• A autorrealização ocupa um lugar fundamental 
nessa abordagem;
• O conhecimento é dividido em áreas, iniciando 
com a Educação Infantil;
• O ser humano tem um potencial que pode ser de-
senvolvido naturalmente, cabe ao professor facili-
tar esse processo;
• O material pedagógico (livros, experimentos, ativi-
dades etc.) deve ser signifi cativo para o aluno;
• O respeito aos alunos é imprescindível;
• O aluno aprende com a ação;
• O currículo deve ser fl exível, em que alunos e pro-
fessores são responsáveis.
Quadro 6 – Aspectos da Psicologia Humanista. Fonte: Adaptado de Francisco Filho (2002).
Assim, evidencia-se que, na abordagem de Rogers, a aprendizagem mais útil é aquela que 
proporciona ao aluno aprender a aprender, pois somente dessa forma os indivíduos conseguirão 
se adaptar às transformações sociais. 
Ainda nas palavras do autor, o objetivo da Educação deveria ser o de facilitar a 
aprendizagem:
O único homem instruído é aquele que aprendeu como aprender, o que aprendeu 
a adaptar-se e a mudar, o que se deu conta de que nenhum conhecimento é 
garantido, mas apenas o processo de procurar o conhecimento fornece base para 
a segurança. A qualidade de ser mutável, um suporte no processo, mais do que 
no conhecimento estático, constitui a única coisa que faz qualquer sentido como 
objetivo para a educação no mundo moderno (ROGERS, 1985, p. 126).
 É perceptível que Rogers compreende a facilitação da aprendizagem como meta da 
Educação, logo, a relação entre professor e aluno vai além de ensino e aprendizagem, mas com o 
objetivo de aprendizagem signi� cativa. 
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Figura 4 - Relação entre professor e aluno. Fonte: Google Images (2017).
Conforme mencionamos algumas vezes, Rogers atribui muita importância para a 
aprendizagem signi� cativa. No quadro abaixo, apresentamos, de acordo com o autor, as principais 
características da mesma:
APRENDIZAGEM 
SIGNIFICATIVA
• Tem uma qualidade de envolvimento pessoal, isto 
é, a pessoa toda, seus aspectos sensórios e cogni-
tivos, participa da aprendizagem;
• É auto iniciada, isto é, o senso de descoberta, de 
alcance, de apreensão e compreensão vem de den-
tro, mesmo quando o estímulo vem do exterior;
• É difusa, isto é, provoca diferença nas atitudes 
e no comportamento, e talvez até na própria 
personalidade do aprendiz;
• É avaliada pelo próprio aprendiz, isto é, ele sabe 
se ela está atendendo as suas necessidades de 
conhecimento;
• Sua essência é o signifi cado, que faz parte inte-
grante da experiência como um todo.
Quadro 7 – Características da aprendizagem signi� cativa. Fonte: Rogers (1985, p. 29-30).
A abordagem humanista defende que é possível – e necessário – que a escola seja 
um lugar em que de um lado se tenham alunos interessados e querendo aprender; 
e de outro, professores que gostam do que fazem e de seus alunos. Embora seja 
difícil, essa seria a saída para uma escola mais inclusiva e que busca atingir seu 
principal objetivo: a aprendizagem signifi cativa dos alunos. 
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Diante do exposto, Rogers defendia que quem aprende e produz ciência é o ser humano 
engajado, que busca e que aprende a aprender. Assim, conhecer é algo necessário e dinâmico, à 
medida que a sociedade está em constante transformação. A escola deve, então, proporcionar 
um ambiente signi� cativo de aprendizagem, em várias perspectivas: pessoal, social, política, 
estrutural etc. 
Além disso, a teoria rogeriana entende que a facilitação da aprendizagem é um dos 
principais objetivos da Educação. Assim, Rogers (1985) defendia que existiam algumas qualidades 
das atitudes de facilitação da aprendizagem:
• Empatia: o professor se colocar no lugar do aluno para compreender internamente as 
reaçõesdesse último e ter consciência de como a aprendizagem acontece;
• Autenticidade: o professor ‘ser ele próprio’, sem negar-se a si mesmo;
• Apreço: con� ança do professor na capacidade de o indivíduo aprender, con� ando no 
outro enquanto pessoa.
Esses aspectos da teoria de Rogers fazem pensar em algumas características especí� cas 
que o autor defendia: professores e alunos são responsáveis pelo processo de aprendizagem, o 
professor deve oferecer os recursos de aprendizagem com o objetivo de facilitar o aprendizado do 
aluno, o aluno tem a capacidade de desenvolver seu próprio programa de aprendizagem (sozinho 
ou em conjunto com outros alunos ou professor). 
Para Rogers (1985), o ambiente de aprendizagem também deve ser facilitador, ofertando 
objetos que contribuem para a formação dos alunos. Nesse ambiente deve existir aspectos da 
realidade, bem como despertar o interesse dos alunos. Os alunos, por sua vez, para além de 
aprenderem com os professores, aprendem, também, uns com os outros, de maneira que um 
aluno contribui na aprendizagem do outro. 
Essa teoria é de� nida como não-diretiva, pois o aluno é quem escolhe o que deseja 
aprender e o professor facilita esse processo. Portanto, são fundamentais o interesse e a motivação 
do aluno, de modo a melhorar esse procedimento de aprendizagem.
Rogers (1985) não nega a existência do aspecto lógico e ordenado da aprendizagem, no 
entanto o autor defende que esse não seja o único aspecto que pode ser aplicado à Educação. A 
partir desse cenário, é fundamental entendermos que a teoria Humanista postula que o indivíduo 
é um ser livre e dinâmico, em busca da autorrealização e autonomia, mesmo apresentando limites.
 Além disso, é fundamental destacar que Rogers defendeu que o indivíduo tem a 
capacidade de controlar o seu próprio desenvolvimento, além de possuir o desejo de mudança e 
preparação para organizar sua própria opinião sobre os diversos assuntos. Portanto, a concepção 
de Rogers de Educação deve levar em consideração uma mudança de alguns hábitos, em que os 
professores precisam acreditar em seus alunos, descobrindo os seus interesses e buscando manter 
a motivação para os estudos.
De acordo com Rogers (1985), o poder de decisão está nas mãos de quem será afetado no 
processo de ensino e aprendizagem. Assim, a sua proposta representa uma mudança considerável 
na Educação, sobretudo referente ao modelo tradicional de ensino. 
A teoria Humanista defende que a pessoa que aprende e está em crescimento que constitui 
a força politicamente poderosa na Educação. Logo, ocorre uma mudança de comportamento nos 
indivíduos que estavam habituados a serem sempre dirigidos, incluindo professores e os próprios 
estudantes. 
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Reforçamos que a teoria rogeriana permite que o aluno aprenda a alimentar a sua 
curiosidade, de modo a sempre buscar um conhecimento novo e aprimorar os conhecimentos já 
adquiridos. Aprender a aprender interfere no futuro do indivíduo, pois isso faz com que o processo 
de aprendizagem esteja sempre vivo em quem já fez parte do corpo discente, demonstrando 
interesse e vontade de buscar sempre mais conhecimento. 
Após estudarmos as principais características da teoria Humanista do desenvolvimento 
humano e sua aprendizagem, a seguir traçaremos os principais aspectos acerca do Behaviorismo.
2. BEHAVIORISMO
Quem nunca se perguntou: por que determinada pessoa age de determinada forma? A 
teoria de aprendizagem behaviorista, que contribui a responder tal questionamento, tem o seu 
foco no comportamento do ser humano, em que suas ações são observáveis. Aqui, os estímulos 
externos contribuem para que o indivíduo reaja de uma maneira especí� ca de comportamento.
O termo Behaviorismo foi inaugurado pelo americano John Watson, no ano de 1913. 
O termo inglês “behavior” signi� ca “comportamento”. Outros possíveis nomes para essa 
tendência teórica são: comportamentalismo, teoria comportamental, análise experimental do 
comportamento, análise do comportamento (BOCK, FURTADO, TEIXEIRA, 2002). 
Mesmo sendo Watson a utilizar primeiramente o termo behaviorismo, o seu sucessor, 
Skinner, foi um dos mais importantes estudiosos a propagar as ideias dessa teoria. A seguir 
mostraremos um pouco da biogra� a desse importante cientista da área da psicologia, que se 
dedicou ao estudo do comportamento. 
Burrhus Frederic Skinner nasceu em 20 de março de 1904 em Susquenhanna, na 
Pensilvânia, onde viveu até ir para o colégio. Ele gostava da escola e era o primeiro a chegar todas 
as manhãs. Sua infância e adolescência foi bastante movimentada: ele gostava de construir objetos 
como jangadas, carrinhos, trenós, etc. Desde cedo demonstrava interesse pelo comportamento 
dos animais. No ano de 1928, Skinner se inscreveu na pós-graduação de psicologia em Harvard, 
mesmo nunca tendo estudado psicologia antes. Adquiriu o título de doutorado três anos depois. 
Sua principal ideia era de que um re� exo não é senão a correlação entre um estímulo e uma 
resposta (SCHULTZ; SCHULTZ, 1981).
Após realizar vários pós-doutorados, Skinner foi lecionar na Universidade de Minnesota 
e na Universidade de Indiana. Em 1947, ele voltou a Harvard. O estudioso manteve-se produtivo 
até a morte, aos oitenta e seis anos de idade, trabalhando até o � m com o mesmo entusiasmo 
de sempre. Antes de morrer, aos 68 anos, escreveu um artigo intitulado ‘Autoadministração 
intelectual na velhice” baseado em sua própria vida. Faleceu, doente terminal com leucemia, em 
18 de agosto de 1990 (SCHULTZ; SCHULTZ, 1981).
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Figura 5 - Skinner. Fonte: Google Images (2017).
As ideias behavioristas de Skinner contribuíram muito para o desenvolvimento da 
psicologia, de modo a buscar compreender os estímulos dados aos seres humanos e o que esses 
estímulos causavam como respostas nos seres humanos. 
Há um pressuposto � losó� co que coloca destaque nos comportamentos observáveis e 
mensuráveis, ou seja, é uma linha de pensamento que acredita nos estudos das respostas do sujeito 
aos estímulos externos (ou estímulos advindos do ambiente). Nessa perspectiva, o indivíduo é 
estimulado e emite uma resposta que pode ser observada, mensurada e, se há um reforço positivo, 
essa resposta se torna mais frequente. Da mesma forma, se o reforço for negativo, o indivíduo 
tende a não emitir mais essa resposta (SKINNER, 1972).
Deste modo, os indivíduos se comportam para obter recompensas e evitar as punições. E 
essa ação vai ‘moldando’ o comportamento humano, de modo que as pessoas treinam as suas ações 
mediantes os estímulos recebidos. Os fatos ocorridos depois da manifestação do comportamento 
são denominados de reforços. Estes últimos, por sua vez, têm o papel de aumentar ou diminuir a 
possibilidade de que o comportamento se manifeste novamente. 
A seguir uma tabela com esses principais conceitos da teoria behaviorista, apresentados 
até agora:
Skinner considerava que o seu trabalho busca uma análise das relações entre 
estímulo e resposta. A partir dessa premissa, o comportamento é eliciado pelo 
estímulo e o controle deste comportamento é exercido por suas consequências 
(o que é chamado de resposta). 
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BEHAVIORISMO
• Comportamento: é defi nido como resposta ao 
organismo (humano ou animal) a qualquer estí-
mulo externo (presente no meio);
• Resposta: é defi nida como toda modifi cação que 
ocorre no organismo em decorrência de um es-
tímulo;
• Estímulo: é defi nido como toda modifi cação do 
meio que pode ser captada pelo organismo.
Quadro 8 – Alguns dos principais conceitos da teoria Behaviorista. Fonte: o autor (2017).
Diante do exposto, é possível averiguarmos que a teoria behaviorista busca prever a 
resposta quando se conhece o estímulo; e identi� caro estímulo quando se tem conhecimento da 
resposta. Por meio dessa relação é possível analisar o comportamento, incluindo o processo de 
aprendizagem.
Saber quais os estímulos existem dentro da área educacional pode contribuir para 
melhorar o processo de aprendizagem. Da mesma forma, conseguir entender as respostas dadas 
pelos alunos podem contribuir no momento de (re)organizar as aulas, de modo a atingir o 
principal objetivo educacional: levar conhecimento aos alunos. 
INDICAÇÃO DE FILME: Laranja Mecânica
Direção: Stanley Kubrick
Local e ano: EUA, Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, 1971
Principais temas a serem debatidos: Behaviorismo (Teoria Comportamental)
Sinopse: Alex DeLarge é um jovem que tem gostos muito peculiares, adora 
música clássica e violência, liderando uma gangue com seus amigos (druguis) 
ele comete atrocidades, como o estupro de uma mulher na frente de seu marido 
e espancamento dos dois, porém tudo muda quando seus amigos se revoltam e 
o deixam temporariamente cego em uma cena de um crime, assim Alex é preso 
e condenado, parando na cadeia, até o surgimento de um tratamento muito 
alternativo.
Por fi m, o tratamento Ludovico, aplicado em Alex como uma possível cura para 
seu comportamento, é um dos momentos emblemáticos do fi lme, sendo desde o 
livro uma clara referência a métodos de manipulação (MÚSICA & CINEMA, 2013). 
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Skinner (1972) ainda apresenta dois tipos de aprendizagem possíveis: aprendizagem por 
condicionamento clássico (ou respondente) e aprendizagem por condicionamento operante. 
A aprendizagem por condicionamento respondente (ACR) é o que podemos denominar 
de ‘não-voluntário’ e inclui as respostas que são produzidas por estímulos antecedentes do 
ambiente, como, por exemplo, o arrepio da pele ao estrarmos em contato com o ar frio, ou a 
diminuição da pupila dos olhos em contato com a luz forte. 
Figura 6 - O arrepio da pele é considerado um condicionamento respondente. Fonte: Google Images (2017).
A aprendizagem por condicionamento operante (ACO) se concentra no uso de reforço 
ou punição para aumentar ou diminuir um determinado comportamento como, por exemplo, 
um aluno recebe um elogio ao realizar determinada atividade escolar corretamente e, se esse 
elogio, comprovadamente, for capaz de fazer com que o aluno realize as atividades futuras de 
forma correta, podemos chamar de reforço. 
A ACR, então, não é uma resposta aprendida, mas uma manifestação automática do 
organismo. Outro exemplo: ao ouvirmos um barulho repentino muito alto, é automático que 
fechemos os olhos (ao nos assustarmos).
A ACO ocorre apoiando-se em comportamentos emitidos pelo próprio organismo 
(pessoa, por exemplo) que são seguidos por algum tipo de consequência. Essa consequência pode 
ser agradável – provocando uma tendência à repetição do comportamento – ou desagradável 
– provocando a extinção do comportamento. Outro exemplo: quando um responsável está 
alimentando uma criança e essa última come toda a comida, conforme tal responsável espera, 
essa criança pode ganhar um doce que ela goste; isso fará que o comportamento de comer 
toda a refeição seja repetido várias vezes. Se o fato de a criança ganhar o doce � zer com que o 
comportamento se repita nas próximas refeições, a isso chamamos de reforço. 
Outro conceito importante nos estudos de Skinner (1972) é o processo de modelagem. 
Esse processo consiste em apresentar um comportamento complexo por meio de aproximações 
sucessivas, ou seja, reforça-se o comportamento próximo daquele que se deseja atingir (chamado 
de comportamento inicial) e segue-se reforçando os comportamentos que mais se aproximam 
do comportamento desejado (chamado de comportamento � nal), até que o sujeito atinja esse 
último. 
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Skinner ainda discutiu os conceitos de reforço positivo e reforço negativo. No senso 
comum, é bastante corriqueiro o fato de as pessoas associarem o reforço positivo a algo bom e o 
reforço negativo a algo ruim. Essa associação está equivocada, pois só se pode chamar de reforço 
se este possibilita que o comportamento seja repetido outras vezes em uma mesma situação ou 
situações parecidas. 
Para entendermos melhor o reforço positivo e o reforço negativo, é mais adequado 
pensarmos na área da matemática, em que o reforço positivo é visto como “adição”, ou seja, é o 
fato de adicionar um estímulo; enquanto isso o reforço negativo é visto como “subtração”, ou seja, 
é o fato de subtrair ou remover um estímulo.
O Quadro 9 pode contribuir para � xarmos os termos apresentados:
REFORÇO DEFINIÇÃO SIMPLIFICADA
Positivo É todo evento que aumenta a probabilidade de futura da 
resposta que o produz;
Negativo É todo evento que aumenta a probabilidade de futura da 
resposta que o remove ou atenua.
Quadro 9 – Conceitos de reforço positivo e reforço negativo. Fonte: o autor (2017).
Desta forma, não se pode, de imediato, de� nir um evento como reforçador. A função 
reforçadora de qualquer evento só é de� nida a partir de sua função sobre o comportamento do 
indivíduo. 
Ainda vale ressaltar outro conceito elaborado por Skinner: a esquiva. Essa ação é um 
processo no qual os estímulos aversivos condicionados e incondicionados estão separados por 
um intervalo de tempo apreciável, permitindo que o indivíduo execute um comportamento 
que previna a ocorrência ou reduza a magnitude do segundo estímulo (BOCK, FURTADO, 
TEIXEIRA, 2002).
Um exemplo simples de esquiva é quando vemos um rojão sendo estourado. Ao perceber 
que alguém acendeu um rojão, sabemos que posteriormente fará um enorme barulho. Se você 
não gosta (ou não está habituado a esse barulho), evidentemente, você tapará os ouvidos, de 
maneira a diminuir os ruídos desse artefato. O ato de tapar os ouvidos é considerado como 
esquiva na teoria Behaviorista.
O conceito de fuga também foi bastante discutido na teoria Behaviorista: é quando um 
comportamento reforçado é aquele que termina com um estímulo aversivo já em andamento 
(BOCK, FURTADO, TEIXEIRA, 2002). Um exemplo de fuga é quando você conheceu uma 
determinada balada e não lhe agradou o estilo de música. Se você se encontrar em um ambiente 
que o estilo de música não lhe agrada, evidentemente você sairá daquele local, essa ‘saída’ é 
entendida como fuga. 
A aplicação do behaviorismo na Educação é bastante perceptível. Vale enfatizar que 
a abordagem comportamentalista tem como tema central a aprendizagem, haja vista o mais 
importante na determinação do comportamento do indivíduo são as suas experiências (ações 
desenvolvidas anteriormente), durante toda a sua vida.
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O professor, por exemplo, pode compreender o que cada estímulo pode gerar de 
comportamento, assim tem o poder de organizar as suas aulas de acordo com a proposta de 
buscar acelerar o comportamento dos alunos. Sem a interferência do professor, o comportamento, 
evidentemente, seria adquirido vagarosamente, ou mesmo não seria adquirido. 
Ao estabelecer um plano de aula, o professor deve levar em consideração os aspectos do 
meio e suas in� uências na busca de organizar a aprendizagem. Para a abordagem behaviorista, 
o desenvolvimento e a aprendizagem são processos coincidentes, pois o primeiro é resultado do 
segundo, ou seja, estão interligados. 
O fato de conhecer o comportamento dos alunos contribui para o professor estruturar as 
suas aulas, sendo que a partir desse conhecimento o ensino se torna mais e� ciente, fazendo com 
que a aprendizagem de determinados conteúdos e habilidades sejam mais e� cientes também. Essa 
organização deve acontecer por pequenos passos e a valorização do planejamento é o primeiro 
deles. 
Cabe salientar que, por meio da teoria Behaviorista, Skinner construiu o que chamou 
de‘Máquinas de Skinner’, que funciona com a instrução programada. Esse aparelho consiste em 
uma caixa (que se parece com um gravador), possuindo uma abertura na parte superior por onde 
é possível visualizar um problema ou uma questão impressa. Após responder a esse problema ou 
questão, o aluno gira um botão. Se a resposta estiver correta, o botão gira, caso contrário, não.
Desta forma, a ‘Máquina de Skinner’ faz com que haja progressão na atividade apenas se 
as respostas emitidas estiverem corretas. Caso as respostas oferecidas pelo aluno não esteja de 
acordo, o aparelho não progride com a atividade, fazendo com que a criança busque novamente 
solucionar o problema ou a questão posta. 
Vale destacar, então, que os fatores externos ou ambientais são de bastante importância 
para a abordagem behaviorista, pois podem contribuir na de� nição do comportamento esperado 
do indivíduo. Logo, é preciso conhecer tais fatores (externos e internos) a � m de poder analisar 
de melhor maneira o comportamento humano.
Algumas das principais características da teoria Behaviorista proposta por Skinner, de 
acordo com Francisco Filho (2001), são:
• As instituições educacionais se utilizam do reforço para a resolução de exercícios;
• Para � xar um comportamento em um ser aprendente, é preciso apresentar um estímulo 
correto e, para refutar, basta desestimular;
• Há ênfase na estimulação dos sentidos;
• O reforço é uma constante e os comportamentos são condicionados alo longo da vida dos 
indivíduos;
• As famílias podem ser consideradas como os reforçadores primários, seguidas de outras 
instituições (incluindo as escolares);
• Os educadores buscam trabalhar para a aquisição do comportamento e a sua manutenção;
Ao compreender a teoria behaviorista, responsáveis e educadores podem modifi car 
o ambiente e os estímulos a fi m de buscar a realização de um comportamento 
desejável em determinadas atividades.
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• Certos estímulos produzem determinadas respostas em um indivíduo, basta aplicá-los de 
forma correta. 
Essas características são fundamentais para compreender a teoria proposta por Skinner, 
pois são os principais tópicos de discussão acerca da teoria Behaviorista.
Apresentadas as principais características da teoria Behaviorista, a seguir vamos evidenciar 
alguns aspectos estudados por Freud, que tem uma vasta publicação acerca da personalidade 
humana. 
INDICAÇÃO DE LEITURA: Ciência e Comportamento Humano
AUTOR: B. F. Skinner 
ANO DE PUBLICAÇÃO: 1970
O QUE PODE SER ENCONTRADO NO LIVRO:
Na seção I, o livro apresenta a discussão sobre a possibilidade de a ciência 
contribuir na resolução de problemas que a sociedade enfrenta.
Na seção II, o livro discute os principais conceitos sobre o comportamento humano.
Na seção III, a obra discute aspectos do indivíduo como um todo, em sua totalidade.
Na seção IV, a obra apresenta o comportamento das pessoas em grupo.
Na seção V, o livro apresenta as agências controladoras do comportamento.
Na seção VI, a obra discute, de maneira geral, sobre o controle (SKINNER, 1970). 
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UNIDADE
03
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 34
1. FREUD: ANALISANDO A PERSONALIDADE ....................................................................................................... 35
1.1 A SEXUALIDADE INFANTIL ................................................................................................................................ 39
1.2 ID, EGO E SUPEREGO ........................................................................................................................................ 44
O DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE
PROF. DR. MÁRCIO DE OLIVEIRA
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
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INTRODUÇÃO
Até aqui, estudamos algumas correntes teóricas relacionadas ao processo de 
desenvolvimento e aprendizagem do ser humano. As teorias anteriores defendem que tal 
desenvolvimento e aprendizagem decorrem de fatores orgânicos, sociais, comportamentais, 
entre outros. 
Agora, na Unidade 03, vamos discutir acerca dos estudos de Freud. O autor entende 
que a aprendizagem está enlaçada a um determinante psíquico, que leva o indivíduo a tornar-
se desejante do saber. De antemão, ressaltamos que a Psicanálise tem como � nalidade fazer 
com que os indivíduos se autoconheçam, possibilitando que lidem com suas inseguranças, seus 
sofrimentos e se dirijam para uma produção mais autônoma. 
Nesta unidade, vamos estabelecer um diálogo acerca de alguns conceitos estudados por 
Freud e que contribuem para o entendimento da personalidade e do comportamento das pessoas. 
São alguns desses conceitos: consciente, pré-consciente, inconsciente, id, ego e superego. Além 
disso, após estudarmos tais estruturas na mente humana, vamos debater acerca dos aspectos da 
sexualidade humana, compreendendo as fases elaboradas pelo autor: faze oral, fase anal, fase 
fálica, fase genital e fase de latência. 
A partir do exposto, apresentaremos algumas das principais ideias de Freud – o ‘pai da 
psicanálise’, enfatizando seus aspectos e suas contribuições, sobretudo para o desenvolvimento 
da personalidade humana. 
Vale destacar que Freud entende que é fundamental questionar por aquilo que faz com 
que uma pessoa queira aprender algo, pois o processo de aprender depende da razão ou das 
causas que motivam esse indivíduo na busca do conhecimento. 
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1. FREUD: ANALISANDO A PERSONALIDADE
Antes de estudarmos as principais ideias do ‘pai da psicanálise’, vamos, neste momento, 
apresentar, resumidamente, a biogra� a desse importante estudioso para a área da psicologia. 
Pelo fato de Freud, em 1877, mudar seu nome de Sigismund Schlomo Freud para apenas 
Sigmund Freud, vamos acatar essa mudança e utilizarmos apenas a segunda ‘versão’ do nome. 
Freud nasceu em Freiberg, na Morávia, no dia 6 de maio de 1856. Filho de Jacob Freud, pequeno 
comerciante, e de Amalie Nathanson, de origem judaica, foi o primogênito de sete irmãos. Aos 
quatro anos de idade, sua família muda-se para Viena, onde os judeus tinham melhor aceitação 
social e melhores perspectivas econômicas (FRAZÃO, 2016b).
Desde pequeno, mostrou-se brilhante aluno. Aos 17 anos, ingressou na Universidade 
de Viena, no curso de Medicina. Durante os anos de faculdade, deixou-se fascinar pelas 
pesquisas realizadas no laboratório � siológico dirigido pelo Dr. E. W. von Brucke. De 1876 a 
1882, trabalhou com esse especialista e depois no Instituto de Anatomia sob a orientação de H. 
Maynert. Concluiu o curso em 1881 e resolveu tornar-se um clínico especializado em neurologia. 
Durante vários anos trabalhou em uma clínica neurológica para crianças, onde se destacou por 
ter descoberto um tipo de paralisia cerebral que mais tarde passou a ser conhecida pelo seu 
nome. Em 1884, entrou em contato com o médico Josef Breuer que havia curado sintomas graves 
de histeria por meio do sono hipnótico, onde o paciente conseguia se recordar das circunstâncias 
que deram origem à sua moléstia. Chamado de “método catártico”, constituiu o ponto de partida 
da psicanálise (FRAZÃO, 2016b).
Figura 1 - Sigmund Freud. Fonte: Google Images (2017).
Em 1885, Freud foi nomeado professor assistente de neurologia na Universidade de 
Viena. Nesse mesmo ano, foi para Paris a � m de fazer um curso com o neurologista francês J. 
M. Charcot, mas decepcionou-se por não receber o apoio esperado. De volta a Viena, continuou 
suas experiências com Breuer. Publicou “Estudos sobre a Histeria” (1895). Durante dez anos, 
Freud trabalhou sozinho no desenvolvimentoda psicanálise. Em 1906, a ele juntou-se Adler, 
Jung, Jones e Stekel, e, em 1908, se reuniram no primeiro Congresso Internacional de Psicanálise. 
Dois anos mais tarde, o grupo fundou a Associação Internacional Psicanalítica, com sucursais em 
vários países. Em 1923, doente, passou pela primeira cirurgia para retirar um tumor no palato. 
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Passou a ter di� culdades para falar, sentia dores e desconforto. Seus últimos anos de vida 
coincidiram com a expansão do nazismo na Europa. Em 1938, quando os nazistas tomaram 
Viena, Freud, de origem judia, teve seus bens con� scados e sua biblioteca queimada. Foi obrigado 
a se refugiar em Londres, após um pagamento de resgate, onde passou os últimos dias de sua 
vida. Freud morreu em Londres, Inglaterra, no dia 23 de setembro de 1939 (FRAZÃO, 2016b).
O ‘pai da psicanálise’ foi in� uenciado pelas ideias de Schopenhauer, que contribuiu para 
que Freud estudasse e desenvolvesse conceitos acerca do inconsciente (HALL; CAMPBELL; 
LINDZEY, 2000).
As ideias de Freud têm uma aproximação e levam muito em conta as questões relacionadas 
com a sexualidade (o sexo mais especí� co). O psicanalista defende que um dos importantes 
momentos de aprendizagem de uma criança é quando ela inicia a descoberta da diferença sexual 
anatômica, percebendo as diferenças sexuais (de corpo) entre as pessoas (machos e fêmeas). 
É comum as crianças questionarem de onde vieram, como nascem os bebês e outras 
indagações parecidas. Além disso, meninos e meninas percebem as diferenças biológicas entre 
seus corpos e chegam a pensar que está faltando algo (pênis) no corpo das fêmeas. Esse fato gera 
uma angústia (chamada de angústia da castração por Freud). Nesse sentido, o estudioso defende 
que a criança precisa descobrir o seu lugar no mundo, e este último é potencialmente sexual. 
Freud criou o que chamamos de psicanálise, que, enquanto teoria, caracteriza-se 
por um conjunto de conhecimentos sistematizados acerca do funcionamento da 
vida psíquica. 
INDICAÇÃO DE FILME: Freud, além da alma
Direção: John Huston
Local e ano: EUA, 1963
Principais temas a serem debatidos: Psicanálise, a vida do psicanalista Freud.
Sinopse: O fi lme narra o período de vida do “pai da psicanálise”, desde que ele 
se graduou no curso de Medicina na Universidade de Viena até a formulação da 
teoria da sexualidade infantil. No prólogo, o narrador menciona que, junto com 
Copérnico e Darwin, Freud revolucionou a maneira do ser humano ver a si mesmo. 
O fi lme mostra Freud, por volta do ano de 1895, em seu processo de descobertas 
das patologias psíquicas e seu interesse pelos casos de histeria. Durante todo o 
tempo que estudou seus pacientes, procurando penetrar nos seus inconscientes, 
viveu, concomitantemente, um enorme confl ito interior tentando desvendar suas 
próprias neuroses. 
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Com o passar do tempo, a criança desloca esse interesse sexual para os não-sexuais, 
passando a prestar mais atenção em outros aspectos que não são, necessariamente, relacionados 
ao sexo. Esse deslocamento é realizado, de acordo com Freud, por meio de uma característica 
da constituição psíquica. No entanto, vale lembrar que curiosidades acerca do sexo podem fazer 
parte da vida de qualquer pessoa em qualquer fase da vida. Assim, Freud defende que a mola 
propulsora do desenvolvimento intelectual é, sem dúvida, sexual. 
O inconsciente signi� ca o conjunto dos conteúdos ‘guardados’, ou seja, não presentes 
no campo atual da consciência. Esse sistema é constituído por conteúdos reprimidos por meio 
de censuras internas. Esses conteúdos podem ter sido conscientes em algum momento da vida 
do indivíduo e, por qualquer motivo, saíram de lá (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2002). O 
material dessa área não é esquecido ou perdido, mas não é permitido ser lembrado.
Desta forma, o inconsciente se refere a todo o conteúdo mental que não se encontra 
disponível ao indivíduo em determinado momento em que ele queira, por exemplo. Ele representa 
não só a maior fatia de nossa mente, mas também, de acordo com Freud, a mais importante. 
Quase todas as memórias que acreditamos estarem esquecidas para sempre, todos os 
nomes que não lembramos, os sentimentos e medos que buscamos, de alguma forma, ignorar, 
todos esses elementos se encontram em nosso inconsciente. Desde a mais tenra infância, os 
primeiros amigos, as primeiras compreensões: tudo está guardado.
Enquanto isso, o pré-consciente refere-se à área em que estão os conteúdos acessíveis pelo 
consciente. É algo que não está no consciente, porém, algum tempo depois poderá estar (BOCK; 
FURTADO; TEIXEIRA, 2002).
O pré-consciente é muitas vezes chamado de “subconsciente”, no entanto é importante 
enfatizar que Freud não utilizava esse termo. O pré-consciente se refere àqueles conteúdos 
que podem facilmente chegar ao consciente, mas que lá não permanecem. Assim, no pré-
consciente estão os conteúdos que são, principalmente, informações sobre as quais não 
pensamos constantemente, mas que são necessárias para que o consciente realize suas funções. 
Alguns exemplos são: o nosso sobrenome, o nome dos amigos, números de telefones, alguns 
acontecimentos marcantes recentes, entre outros. 
É fundamental ressaltar que, apesar de se chamar Pré-consciente, esse nível mental 
pertence ao inconsciente. Podemos pensar no pré-consciente como uma peneira que � ca entre o 
inconsciente e o consciente, � ltrando as informações que passarão de um nível ao outro.
O consciente é a área que recebe, ao mesmo tempo, conteúdo do mundo interior e do 
mundo exterior do sujeito. Aqui, destaca-se a presença da percepção, atenção e raciocínio (BOCK; 
FURTADO; TEIXEIRA, 2002). Esse é denominado como a menor parte da mente humana. 
Desta forma, o consciente é tudo aquilo que estamos conscientes no momento, no agora. Essa 
menor parte da mente humana é onde está tudo aquilo que podemos perceber e acessar de forma 
intencional. 
Outro aspecto importante é que o consciente funciona de acordo com as regras sociais, 
culturais, respeitando o tempo e o espaço em que o indivíduo está inserido. Isso signi� ca que é 
por meio dele que se dá a nossa relação com o mundo externo. 
Outra contribuição fundamental de Freud para a área da psicologia foi a teoria 
da estrutura do aparelho psíquico. Nessa teoria, ele descreveu três instâncias 
psíquicas: inconsciente, pré-consciente e consciente. 
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O consciente é, portanto, a capacidade de um indivíduo de perceber e controlar o seu 
conteúdo mental. Apenas aquela parte de nosso conteúdo mental presente no nível consciente é 
que pode ser percebida e controlada por nós. 
Abaixo um quadro resumindo as três partes da mente humana que foram destacadas 
anteriormente:
NOME DEFINIÇÃO
CONSCIENTE Diz respeito à capacidade de percep-
ção.
PRÉ-CONSCIENTE Relaciona-se aos conteúdos que po-
dem facilmente chegar à consciência.
INCONSCIENTE Refere-se ao material não disponível à 
consciência.
 Quadro 10 – Consciente, pré-consciente e inconsciente. Fonte: Elaborado pelo autor (2017).
É importante ressaltar que, antigamente, acreditava-se que os seres humanos pudessem 
controlar seus impulsos por meio da vontade, negando o inconsciente, pois o indivíduo é um ser 
racional. Freud rompeu com esse modelo simplista de pensamento ao estabelecer que a mente 
humana é mais complexa do que se imaginava. 
Freud buscou desvendar os mistérios do inconsciente, ele acreditava que a ligação entre 
todos os acontecimentos mentais ocorria por meio dessa área cognitiva. 
Figura 2 – Representação da mente humana em forma de iceberg. Fonte: Ciência dos Hábitos (2016).
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