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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARAHÃO – UFMA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS – CCH CURSO DE PSICOLOGIA ADRIANA ALVES SILVA RESUMO TEXTO 1 São Luís 2021 O histórico da Psicologia do Esporte tem suas raízes atreladas à história da Psicologia, pois, diversas áreas do conhecimento no início do séc. XX bebem da fonte da Psicologia a exemplo da Educação Física. A inserção do Psicólogo nesse contexto depara-se com dificuldades teóricas e metodológicas, uma vez que o universo desportivo é um campo que foi ocupado por outras ciências. Tornando-se necessária, no contexto teórico, a busca por conhecimentos em outras áreas além da psicologia tais como, a antropologia, sociologia, filosofia, fisiologia, medicina e afins, para o aprofundamento e compreensão da subjetividade em volta das práticas desportivas. A Legitimidade como prática profissional e especialidade do saber psicológico ocorre em 2000 com a resolução CFP n° 1, mas cabe ressaltar o movimento emergente no inicio das décadas do séc. XX, com seus diversos expoentes e também, com a própria regulamentação da profissão em 1962 das quais foram cruciais para tal reconhecimento. A atuação do Psicólogo na área engloba a promoção dos aspectos socioemocionais envoltos aos esportes de alto rendimento, aplicação de teorias e técnicas psicológicas no contexto desportivo coletivo ou individual, reabilitação, atuação diagnóstica, compreensão do esporte como atividade terapêutica, livre e não regulamentadas ou institucionalizadas, elaboração de programas de estudos diversos que envolvem atividades esportivas educacionais, lazer e afins. Nesse sentido a trajetória do surgimento da psicologia no esporte no mundo perpassa da Europa aos EUA. Neste país temos o estudo pioneiro de Norman Triplett sobre o ciclismo. Destacam-se também as criações das associações: Sociedade Americana para psicologia do Esporte – NASPSPA, Associçõa para o Progresso da Psicologia do Esporte – AAASP, Associação Americana de Psicologia – APA. Na Europa destacam-se os estudos do médico russo Pyort Lesgaft, do qual apontava os benefícios psicológicos da atividade física, sendo este, um marco, que impulsionou a Psicologia do Esporte na Antiga União soviética com apoio do governo, fazendo com esta fosse uma métrica comparativa entre as potências capitalistas, impulsionando a inserção de psicólogos na preparação dos atletas de alto rendimento. No Brasil, através do Governo de Getúlio Vargas a Educação Física torna-se disciplina obrigatória nos currículos escolares e traça-se que a educação integral devia compor os aspectos físicos, intelectual, moral e comportamental, para que saísse indivíduos fortes que ajudassem o Brasil no projeto de crescimento e industrialização. A Psicologia estudada nas escolas formais de forma aplicada volta-se para os estudos o desenvolvimento das crianças. Surgem ainda os primeiros laboratórios experimentais e nesse período observa-se que para se desenvolver e alcançar o progresso científico, a educação e a saúde eram ditos prioritárias, favorecendo a Educação Física. Na seara desportiva, o Brasil participa na edição dos Jogos Olímpicos de 1948, ganhando algumas medalhas com a participação dos atletas militares, em 1958 é o grande vencedor da Copa do Mundo de Futebol, e aqui temos a figura do professor João Carvalhaes, pioneiro na Psicologia do Esporte no Brasil, sendo integrante da comissão técnica. Destaca-se que Carvalhaes já fazia um grade trabalho na área da antiga Psicologia Industrial, hoje chamada de organizacional e do trabalho, embora fosse sociólogo e jornalista. É a partir dessa experiência que o mesmo adentra no universo esportivo, aplicando seus conhecimentos da psicotécnica para essa realidade do esporte e aqui voltada para a seleção de pessoas. Embora seja conhecido como o pioneiro, Carvalhaes não foi o único a desenvolver trabalhos da psicologia para os esportes, outros autores uma década antes já faziam estudos e aplicações das técnicas psicológicas voltadas para os fenômenos psicológicos. Dentre eles Carlos Queiroz, chama a atenção para que os atletas fossem assistidos por psicólogos autênticos (especialistas esclarecidos e seguros, diplomados em instituições que ministre o ensino da Psicologia Científica) atuando na seleção e orientação dos desportistas para além das condições meramente somáticas, durante as competições, refurtando o determinismo da causa versus efeito. Na atualidade, a psicologia no esporte deve romper com o paradigma da atuação de outras áreas concomitantes e este trabalho a ser desenvolvido deve ser multidisciplinar, rompendo com os conflitos de outrora. O psicólogo ganha o seu espaço e devido reconhecimento partindo para práxis amparada na pesquisa e na intervenção, incluindo todas as modalidades desportivas sendo estas para iniciantes, ou de alto rendimento, reabilitação esportiva, projetos sociais e na clínica do esporte. REFERÊNCIAS CARVALHO, C.A. Psicologia do Esporte: construindo sua história a partir da Educação Física. Revista Brasileira de Psicologia do Esporte, São Paulo, v.6, nº- 1, janeiro/junho 2016. _______________. A Psicologia do esporte como ciência do esporte e do exercício no Brasil. Psicologia do esporte e do exercício: modelos teóricos, pesquisa e intervenção / Organização Erick Conde [et al.]. – São Paulo: Pasavento, 2019. VIEIRA, Lenamar [et. al]. Psicologia do esporte: uma área emergente da psicologia. Psicologia em Estudo. Maringá, v. 15, n. 2, p. 391-399, abr./jun. 2010.
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