Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

dúvidas e incertezas sobre a vida e a vontade de fugir e se casar com um
homem de quem a família nunca ouvira falar – aparentemente cantor de
alguma banda. Os pais apresentam-se muito preocupados, indagando-se
sobre possibilidades de depressão ou mesmo ideação suicida, pois, na
época em que viveram a adolescência, não se depararam com essas
questões.
Tatiane chora muito com a terapeuta e relata uma tristeza insuportável – o
garoto pelo qual estava interessada acaba de mudar seu status em uma rede
social de “solteiro” para “em um relacionamento sério”. Para piorar, sua
melhor amiga agora fez amizade com outra colega da turma e a está
deixando de lado. Tati chora muito durante o dia, e gosta de ouvir música
para “ajudar esses sentimentos a passar”. Durante quase quatro meses, as
sessões foram marcadas por essas questões, e humor deprimido foi
observado em muitos dias da semana da paciente. Experimentou álcool e
tabaco nesse meio tempo, e seus pais, quando descobriram isso,
intensificaram ainda mais sua supervisão, retirando o celular e o
computador da menina. As notas de Tati começaram a cair, ela isolou-se
mais da família e ainda não superou o namoro do garoto pelo qual estava
interessada, explicando o desinteresse dele pelo fato de ela não se adequar
aos padrões de beleza, como não ter seios fartos nem um rosto muito
bonito.
MANEJO DE ADOLESCENTES EM TERAPIA COGNITIVO-
COMPORTAMENTAL EM UMA PERSPECTIVA
DESENVOLVIMENTAL
Basta uma rápida busca na literatura para perceber que muitos trabalhos irão
colocar crianças e adolescentes em um mesmo grupo, sem distingui-los
quanto às especificidades de manejo e tratamento. A própria definição da
faixa etária correspondente à adolescência (10 a 19 anos) da Organização das
Nações Unidas (ONU) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância
([Unicef], 2011) agrupa indivíduos com características muito distintas.
Qualquer um que tenha contato com um indivíduo de 10 e outro de 15 anos,
Cole & S. R. Cole, 2004). Monahan e Seinberg (2011) demonstram, em seu
estudo sobre competência social e eficácia das relações sociais, a fragilidade
relativa ao autoconceito durante a adolescência, indicando a validade de uma
intervenção que aborde a competência social, como grupos de treinamento de
habilidades sociais. Na transição para a adolescência, indivíduos que já
tinham certa competência social adquirida na infância tiveram essa
característica intensificada. Já aqueles com menor competência social
passaram a ter ainda maior prejuízo nesse aspecto. As interações sociais dessa
época tornam-se cada vez mais complexas e podem, como visto, aumentar
repertórios comportamentais relacionados, assim como atuar de maneira
prejudicial ao indivíduo.
É sabido que o comportamento de intimidação, ou bullying, é comum
entre grupos de adolescentes. Ele demonstra o significado das relações
sociais para os jovens, em que uma situação de humilhação e desrespeito
pode acontecer, em detrimento do senso crítico individual sobre a situação, a
fim de promover a relação socioafetiva do grupo. Assim, o indivíduo mantém
a homogeneidade do grupo e a posição social conquistada entre os pares,
afirmando a própria identidade em situações de intimidação, inseridas
geralmente em contexto de brincadeira (Nascimento & Menezes, 2013). A
discriminação entre grupos étnicos e de gênero também ocorre já no fim da
infância, e atua na formação da própria identidade (Brown, Alabi, Hyunh, &
Masten, 2011).
A capacidade de se envolver na reprodução sexual pode ser um dos
marcos da fase, no entanto, a reprodução cultural também aparece como
elemento fundamental, em que novos papéis sociais são – e necessitam ser –
adotados, e novas habilidades são esperadas e adquiridas (M. Cole & S. R.
Cole, 2004). Comportamentos de risco aparecem em conjunto com
experiências inéditas para o adolescente. Apesar do senso comum de que a
crença de invulnerabilidade, fenômeno desenvolvimental característico da
faixa etária, coloca os adolescentes apenas em comportamentos de risco,
consequências adaptativas também podem ser esperadas, uma vez que
permitem vivências de experiências inéditas relacionadas ao próprio aumento
no repertório comportamental, podendo traduzir-se em um desenvolvimento
saudável (Hill, Duggan, & Lapsley, 2011). Nesse sentido, Carrell (2010)
dificuldades psicológicas interferem na escola ou na família, e muitas acabam
verbalizando esse senso de incontrolabilidade, o que não deve ser ignorado.
Como psicólogos, temos conhecimento da diferença nos resultados
terapêuticos quando o adolescente vem ao consultório trazido por alguém e
quando busca ajuda espontaneamente, fator que deve ser considerado no
momento da intervenção. O jovem precisa ser visto como a pessoa que está
no controle desde o início do serviço, mesmo que não tenha chegado à terapia
por conta própria. Isso pode ser generalizado para o controle dos próprios
problemas (Donnellan, Murray, & Harrison, 2012). Assim, esforços devem
ser empregados para que o ambiente seja agradável, fazendo com que ele
queira estar lá e que veja o benefício potencial da terapia (Kendall, 2011).
O atendimento psicológico com pacientes adolescentes deverá refletir,
então, todas as nuanças da fase, bem como suas características, a fim de
proporcionar o melhor tratamento. É senso comum que intervenções com
essa população serão um desafio ainda maior, uma vez que a adolescência é
tida como uma fase “complicada”, “rebelde”, “difícil”. Essa crença não é
exclusiva dos adultos, os próprios jovens têm consciência a respeito de tais
características, que muitas vezes são usadas de forma negativa para explicitar
comportamentos considerados inadequados pela família ou pela escola. No
entanto, em meio a tantas generalizações sobre esse estágio da vida, uma
delas parece ser verdadeira: a adolescência é, ainda, incompreendida.
Considerando todas as dificuldades e “turbulências” do momento, é
essencial, então, que o psicólogo demonstre empatia para com seu paciente. É
fundamental tentar enxergá-lo através de seus olhos, em uma tentativa de
entrar em seu universo e, talvez, identificar traços de sua própria adolescência
nele. Kazdin (2003) indica que vários problemas emocionais e
comportamentais que chegam até a clínica são muitas vezes evidenciados de
maneiras menos extremas como parte normal do desenvolvimento, devendo
receber atenção clínica quando interferem no funcionamento diário e não
diminuem conforme a maturação. A atitude mental de um terapeuta
cognitivo-comportamental trabalhando com crianças e adolescentes deve ser
de qualidade colaborativa, integrando e decodificando informações sociais e
ensinando por meio de experiências, podendo, assim, trabalhar como
consultor, diagnosticista e educador, respectivamente (Kendall, 2011). Essas
alternativas. No início, essa base deve ser bem trabalhada, e o profissional
precisa manter-se ativo, mas nunca assumir todo o processo. O autor ainda
propõe o aumento da intensidade de contato cedo no tratamento, a
simplificação da linguagem e do estilo de comunicação, bem como uma
maior flexibilidade em relação às tarefas de casa. Considerando o término do
tratamento, outra característica importante a ser considerada é o
desenvolvimento de conexões emocionais fortes com os terapeutas, que
devem estar preparados para lidar com tais sentimentos.
Crianças e adolescentes, no entanto, não irão perceber automaticamente os
benefícios do tratamento, o que Kendall (2011) chama de “efeitos
adormecidos”. O aprendizado e seus benefícios podem ter ocorrido, mas as
evidências só aparecerão após um ponto do desenvolvimento ou quando
surgir uma situação. Além disso, é possível que o efeito de “derramamento”,
quando um ganho do tratamento fica evidente em outras instâncias da vida do
indivíduo, ocorra. Esperar a cura é irracional, mas facilitar o ajustamento por
meio da troca de conhecimentos e experiências é sábio. Após um tempo de
desenvolvimento do indivíduo e da terapia, as competências adquiridas
começam a se refletir em melhor ajuste do jovem. Uma parcela deadolescentes bem motivados pode responder rapidamente aos princípios de
TCC para adultos; contudo, trabalhar com abstrações mais complexas, como
refletir sobre hipóteses e avaliar evidências contra uma crença, pode ser uma
capacidade que muitos desenvolverão apenas na adolescência média. Um
terapeuta cognitivo-comportamental precisa ser habilidoso para engajar o
paciente e criar uma aliança de trabalho colaborativa (Bailey, 2001). Lock
(2005) sugere que a resolução de problemas seja utilizada quando a
reestruturação cognitiva formal mostrar-se muito difícil para o indivíduo.
A aceitação dos pares e a identificação com um grupo para formação da
identidade grupal estão entre as maiores preocupações dos adolescentes,
constituindo um eixo central da roda do desenvolvimento dessa fase, motivo
pelo qual a terapia em grupo pode ser tão proveitosa e natural para essa
população (Carrell, 2010). O contexto de grupo com adolescentes, de acordo
com a autora, permite que se desafiem os mitos de singularidade, problemas
ou qualidades individuais do adolescente, promovendo a liderança adulta que
tanto almejam e, ao mesmo tempo, permitindo que desenvolvam sua própria
abordagem pode ser chamada de conveniência, visto que permite o
atendimento de um grande número de jovens, em tempo reduzido e sem
prejuízo da efetividade do tratamento, em que se aproveitam fatores
terapêuticos únicos. Apesar da desvantagem de uma reduzida atenção
individual aos participantes do grupo, essa modalidade permite a redução do
tempo de espera e proporciona aos adolescentes, por meio da interação social
do grupo e da psicoeducação, a aquisição de habilidades específicas. O
ambiente terapêutico, assim, permite a prática dessas habilidades de uma
forma segura, em que o participante poderá, em ambiente controlado,
perceber a reação de terceiros a seus comportamentos, como um “laboratório
social”, no qual os membros do grupo podem praticar e seu progresso pode
ser avaliado. Considerando esses aspectos, o grupo terapêutico serve ainda
como motivador ao participante, pela valorização da atividade de seus
membros e outros fatores facilitadores.
Christner, Stewart e Freeman (2007) também destacam aspectos que
merecem atenção, como a alta variabilidade dentro dos estágios
desenvolvimentais, em termos de capacidade cognitiva, emocional e
comportamental, considerando ainda a vasta gama de mudanças ocorridas na
adolescência e seus efeitos psicossociais. Com relação às competências
limitadas pela idade, é preciso ter paciência para que o vocabulário de um
grupo se adapte a fim de haver um bom desempenho, por exemplo, em uma
conversa sobre emoções, em que todos os participantes possam saber nomear
e expressar as emoções sentidas, nunca deixando de lado influências externas
como família, mídia e a pressão dos pares.
Stone (2007) considera a eficácia do tratamento em grupo com
adolescentes dependente de três fatores fundamentais: os participantes, os
terapeutas e o contexto em que os encontros acontecem. Os participantes
devem ser selecionados cuidadosamente, a fim de se criar um grupo coeso;
além disso, devem concordar com os objetivos e a forma do grupo – o que
pode ser solucionado por meio de uma entrevista inicial antes dos primeiros
encontros. Prover informação sobre o grupo ao realizar um convite também
ajuda a esclarecer as metas e evitar que um participante que não concorde se
inscreva por desconhecimento. Estabelecer metas específicas, atingíveis e
mensuráveis, de forma a permitir que se observe o avanço no decorrer dos
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
em conjunto e retomando regras e objetivos do grupo. Essas são questões
que, em nossa experiência, costumam ocorrer em praticamente todos os
grupos de adolescentes, dada a importância dos pares e das interações sociais.
A competição saudável pode ser proveitosa e até mesmo estimulada nas
atividades, possibilitando debates e estimulando o manejo emocional e
comportamental diante da derrota e da vitória. A adesão ao tratamento em
grupo é assunto bastante discutido na literatura.
Em Neufeld (2014, 2015), podem ser encontradas diferentes
possibilidades de intervenção em TCCG para crianças e adolescentes com
foco em grupos de promoção de saúde a partir do ensino de habilidades para
a vida (Programa Cognitivo-comportamental de Habilidades de Vida para
Crianças e Adolescentes – PRHAVIDA), desenvolvidas em escolas, desde
2009, pelo Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-comportamental
da Universidade de São Paulo (LaPICC-USP). As intervenções ocorrem com
crianças e adolescentes separadamente. Cabe a este capítulo o foco nas
especificidades de manejo de adolescentes nessa modalidade de intervenção,
e não sua descrição em pormenores.
QUADRO 7.2 DICAS DE MANEJO DE ADOLESCENTES EM GRUPOS
Selecionar os participantes do grupo, a fim de criar um grupo coeso.
Informar os participantes sobre os objetivos e a forma do grupo, buscando sua
concordância.
Traçar metas específicas, tangíveis e mensuráveis.
Estabelecer normas e agenda, fortalecendo o compromisso entre os participantes e
a adesão.
Retomar as regras e os objetivos a cada novo encontro.
Possibilitar o convívio com a diversidade – étnica, de gênero e cultural.
Prover cooperação entre diferentes terapeutas.
Dispor assentos em círculo, o que é preferível ao uso de mesas.
Diluir círculos de amigos, bem como círculos que rivalizam.
Utilizar o método de sequência e revezamento de falas ao redor do círculo, em um
padrão.
Observar as demandas e preferências de cada grupo.
Buscar ir ao encontro dos interesses individuais, conciliando-os entre as atividades
propostas, evitando impor atividades.
assertiva ou agressiva). Para facilitar a compreensão e memorização desses
conceitos, a metáfora do semáforo pode ser utilizada – amarelo para
passividade, verde para assertividade e vermelho para agressividade
(Neufeld, 2015).
Em nossa experiência com os grupos de adolescentes, as ausências
também são costumeiras, mas, muitas vezes, se devem a fatores externos,
como o cotidiano de cada participante. Foi preciso desenvolver estratégias
para garantir a frequência nas sessões, sendo uma delas lembretes semanais
presenciais do terapeuta na escola, motivação durante as sessões, entrega de
um certificado para quem concluir o grupo dentro do número de faltas
máximas estabelecidas e uma confraternização final. Nesse dia, todos ficam
encarregados de levar alguma comida ou bebida, e uma lembrança é entregue
a todos os membros em forma de “sacolinha surpresa”, contendo adesivos ou
marcadores de livro com o personagem do grupo e ainda alguns doces, como
balas e chocolates. Segundo Lock (2005), a estratégia de contatos mais
frequentes e pontuais ao longo da semana também se mostra eficaz para a
adesão à tarefa de casa e a presença na psicoterapia individual.
Na atualidade, a tecnologia também vem desempenhando um importante
papel na vida das pessoas, sobretudo na dos adolescentes, e se mostrando um
riquíssimo recurso terapêutico. Rossi (2015) ressalta que profissionais da
saúde mental estão cada vez mais empenhados em encontrar formas para que
o processo terapêutico seja mais criativo e eficiente nessa faixa etária. Ao
utilizar recursos tecnológicos em TCC com adolescentes, o terapeuta pode
acessar esquemas cognitivos, emocionais e comportamentais mais facilmente,
motivando e aumentando a possibilidade de memorização da sessão, bem
como a consequente generalização dos conceitos aprendidos (Anderson,
Jacobs, & Roth​baum, 2004). Assim como no caso de adultos, a TCC com
adolescentes busca identificar, avaliar, flexibilizar e modificar crenças que
podem ser disfuncionais. Há uma diversidade de aplicativos disponibilizados
que contribuem de forma intensa no atendimento com jovens.
Para os primeiros contatos e o auxílio ao acesso de informações acerca da
história de vida do paciente, podem ser utilizadas várias atividades a fim de
“quebrar o gelo” inicial. A “Minha vida em um livro” (Castro & Sturmer,
2009) é uma proposta de estratégia terapêutica utilizada para acessarO aplicativo de celular chamado “COGNI”, comercializado por Spotwish
(2014), auxilia no registro de pensamentos disfuncionais (RPD). O
dispositivo gera uma sequência de registros diários das emoções, situações,
pensamentos e comportamentos indicados no RPD, produzindo um histórico
do estado de humor e dos pensamentos, que deve ser enviado ao terapeuta
por e-mail ao fim da semana. Entre alguns dos benefícios ao adolescente está
a praticidade de seu uso, como a facilidade em efetuar os registros do gráfico
de humor e produzir o histórico. Assim, os registros começam a revelar
padrões de comportamento que o adolescente e seu terapeuta podem
identificar e trabalhar.
Por meio do instrumento “Sou, não sou”, desenvolvido por Moura (2013),
é possível auxiliar de forma lúdica o jovem a estabelecer objetivos e metas
para o processo terapêutico. O instrumento conta com 260 cartões contendo
características pessoais que devem ser divididos em blocos, pelo adolescente,
da seguinte forma: “Eu sou”, “Não gostaria de ser”, “Eu não sou” e “Eu
gostaria de ser”. Essa ferramenta auxilia no processo de autoconhecimento e
configura-se como um recurso riquíssimo para acessar a identificação de suas
crenças pessoais e distorções cognitivas. Como sugestão, uma “tempestade de
ideias” pode ser realizada a fim de levantar possíveis soluções para
problemas. Após ter selecionado suas cartas de “Eu sou”, o jovem recebe um
bloco de anotações autoadesivo (Post-it) e é solicitado a escolher qual das
ideias sobre si mesmo considera mais forte. A medição no termômetro de
intensidade e frequência é indicada para registro e verificação posterior da
crença. Escreve-se em uma lousa ou quadro branco a ideia escolhida, e então
o adolescente registra no bloco de anotações as evidências que o fazem
acreditar nela. Logo após, ele deve fixar os lembretes no quadro o máximo
que puder. Como exemplo, podemos citar “preguiçoso” como a ideia de self
do adolescente, em uma intensidade “forte” e com a frequência “sempre”. Na
“tempestade de ideias”, as evidências a favor da crença são levantadas, como,
por exemplo, “estou sempre atrasado”, “faço as coisas de qualquer jeito”,
“todos dizem isso”, “gosto de ficar na cama”. Dessa forma, iniciam-se a
técnica de descoberta guiada e a posterior reestruturação cognitiva.
O “Jogo do Eu”, concebido por Silva (2012), propõe uma técnica diferente
por se tratar de um livro que tem suas páginas soltas, permitindo criar
	Capa
	Nota
	Folha de Rosto
	Créditos
	Autores
	Prefácio
	Sumário
	Parte I | Aspectos desenvolvimentais, teóricos e práticos
	1. Desenvolvimento cognitivo, socioemocional e físico na adolescência e as terapias cognitivas contemporâneas
	Representatividade e distribuição populacional
	Tipos de dificuldades
	Autoestima e regulação emocional
	Interação entre genética e ambiente
	Adultez emergente
	Considerações finais
	Referências
	2. A perspectiva adolescente na teoria cognitiva de Beck
	Teoria cognitivo-comportamental
	Aspectos desenvolvimentais na adolescência e a terapia cognitivo-comportamental
	A eficácia da terapia cognitivo-comportamental na adolescência para demandas específicas
	Considerações finais
	Referências
	3. A Terapia Comportamental Dialética na Adolescência
	Terapia Comportamental Dialética na Adolescência
	Adolescência e a desregulação emocional
	Adaptações da DBT padrão para populações adolescentes
	Avaliação da eficácia, aceitabilidade e viabilidade da DBT para adolescentes
	Considerações finais
	Referências
	Leituras Recomendadas
	4. Adolescência na perspectiva da Terapia do Esquema
	Adolescência e Terapia Focada no Esquema: fases da adolescência
	Tarefas específicas do desenvolvimento na adolescência
	Crises, conflitos e traumas
	Terapia Focada em Esquemas: conceitos gerais e suas relações com a adolescência
	Esquemas Iniciais Desadaptativos e Modos formados ao longo da adolescência
	O futuro da TE para adolescentes
	Referências
	5. Terapia Racional-Emotivo-Comportamental com adolescentes
	Introdução e princípios teóricos fundamentais
	Perspectiva TREC do desenvolvimento normal e psicopatológico
	TREC com adolescentes
	Avaliação da problemática adolescente
	Crenças irracionais em adolescentes
	Disputa de crenças irracionais e estratégias de intervenção TREC para adolescentes
	Referências
	6. Terapia Cognitiva Processual em Grupo para Adolescentes
	Treinamento cognitivo processual em grupo
	Fase 1: Detetive da mente
	Fase 2: Advogado da mente
	Registro de pensamentos baseado no processo
	Passo 1: Investigação
	Passos 2 e 3: Alegações do promotor e do advogado de defesa
	Passo 4: Réplica da promotoria
	Passo 5: Tréplica do advogado de defesa
	Passo 6: Veredito do júri
	Passo 7: Preparação para o recurso
	Fase 3: Juiz da mente
	Fase 4: Mestre da mente
	Considerações finais
	Referências
	7. Estratégias de manejo terapêutico com adolescentes
	Manejo de adolescentes em terapia cognitivo-comportamental em uma perspectiva desenvolvimental
	Manejo de adolescentes em grupos
	Técnicas e estratégias terapêuticas adaptadas para o trabalho com adolescentes
	Considerações finais
	Referências
	Leituras Recomendadas
	Parte II | Aspectos transdiagnósticos
	8. Uso e abuso de substâncias
	Uso de drogas na adolescência
	Fatores de risco e proteção do uso de drogas
	Prevenção
	Tratamento
	Entrevista Motivacional
	Intervenção Breve
	Terapia Cognitivo-Comportamental
	Manejo de Contingências
	Terapia Familiar
	Referências
	Leitura Recomendada
	9. Alimentação e imagem corporal
	O impacto das alterações físicas na imagem corporal do adolescente
	Desenvolvimento da imagem corporal: fatores de risco e proteção
	Insatisfação com a imagem corporal
	O papel dos pais, dos pares e da mídia
	Modelo biopsicossocial: a inclusão dos fatores individuais e desenvolvimentais
	Imagem corporal positiva
	Problemas relacionados a alimentação e imagem corporal
	Transtornos Alimentares
	Tratamento dos transtornos alimentares
	Tratamento cognitivo-comportamental
	Terapêutica nutricional
	Avaliação inicial: antropométrica
	Avaliação inicial: alimentar
	Aconselhamento alimentar
	Na anorexia nervosa
	Na bulimia nervosa
	Obesidade e Transtorno de Compulsão Alimentar
	Compulsão alimentar no adolescente com obesidade
	Tratamento para a obesidade na adolescência
	Tratamento cognitivo-comportamental
	Terapêutica nutricional
	Avaliação inicial: antropométrica
	Avaliação inicial: alimentar
	Aconselhamento nutricional
	Orientações para a família
	Orientações para a escola
	Promoção de hábitos alimentares saudáveis: desafios e orientações a pais, professores e profissionais da saúde
	Referências
	Leituras Recomendadas
	10. Impulsividade, delinquência e comportamento disruptivo: intervenção na adolescência
	Impulsividade na adolescência
	Impulsividade e transtornos mentais
	Intervenção para comportamento impulsivo
	Comportamentos disruptivos e delinquência
	Avaliação
	Intervenção
	Orientação aos pais
	Considerações Finais
	Referências
	Leitura Recomendada
	11. Manejo de Emoções e Estresse
	As emoções na adolescência
	Desregulação versus regulação emocional na adolescência
	Ansiedade patológica na adolescência
	Propostas de intervenção de terapia cognitivo-comportamental para ansiedade na adolescência
	Psicoeducação
	Reestruturação Cognitiva
	Intervenções Comportamentais
	Estresse na adolescência
	Considerações Finais
	Referências
	Leituras Recomendadas
	12. Emergência psiquiátrica em adolescentes: uma abordagem integrada entre famarcologia e TCC
	Avaliação do adolescente em crise
	O adolescente psicótico
	Abordagem terapêutica
	O adolescente agitado e/ou agressivo
	Ambiente
	Relação com o entrevistador
	Adolescente e acompanhante
	Manejo com o adolescente
	O adolescente com comportamento suicida
	Abordagem terapêutica
	Considerações finais
	Referências
	Parte III | Aspectos socioemocionais e cotidianos
	13. Digitalidade e Tecnologia
	Transtornos ou riscos associados ao uso excessivo da tecnologia
	Uso saudável das tecnologias e aspectos importantes para intervenções em Terapia Cognitivo-ComportamentalConsiderações Finais
	Referências
	14. Atividade física, esporte e sono na adolescência
	Atividade física e esporte
	Fatores de Risco e de Proteção do Esporte e do Exercício Físico
	O Esporte como ferramenta na Terapia Cognitivo-Comportamental
	Sono e TCC na adolescência
	Aspectos fisiológicos do sono
	Aspectos biopsicossociais do sono
	Peculiaridades do sono na adolescência
	Transtornos do sono na adolescência
	Síndrome do sono insuficiente
	Transtorno de atraso de fase de sono
	Transtorno de insônia crônica
	Síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS)
	Síndrome das pernas inquietas (SPI)
	Narcolepsia
	Abordagem dos transtornos do sono
	Terapia cognitivo-comportamental nos transtornos do sono na adolescência
	Considerações finais
	Referências
	Leituras Recomendadas
	15. Relacionamentos, Sexualidade e Autoestima
	Relacionamentos
	A Família
	Grupos de pares e amigos
	Sexualidade e relações amorosas
	Autoestima
	Considerações Finais
	Referências
	16. Violência contra Adolescentes
	Violência no Contexto Familiar
	Violência entre Pares
	Bullying
	Cyberbullying
	Propostas de Intervenção em Terapia Cognitivo-comportamental para Violência na Família e Entre Pares
	Considerações Finais
	Referências
	17. Escola, escolha profissional e mercado de trabalho
	Escola
	Prevenção e promoção de saúde
	Queixas comuns ao ambiente escolar e o vestibular
	Escolha profissional
	A escolha e seus desafios
	Modelos e diretrizes da orientação profissional
	Mercado de trabalho
	Aprendizagem profissional: preparação para o mercado de trabalho
	Impacto das atividades laborais no desenvolvimento do adolescente
	Considerações Finais
	Referências
	18. Família, orientação de pais e professores
	Família e adolescência
	Orientação de pais
	Orientação de professores
	Orientação de pais e professores – A educação socioemocional
	O programa TRI
	Referências
	Conheça também
	Grupo A

Mais conteúdos dessa disciplina