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UNIVERSIDADE ESTACIO DE SÁ CURSO DE GRADUAÇÃO EM TEOLOGIA Haila Correa Martins Brandão FILOSÓFIA DA EDUCAÇÃO - CEL0466 A IMPORTÂNCIA DE ACIONAR CONHECIMENTO PRÉVIO DOS ALUNOS MANAUS 2021 Introdução Nós estamos vivendo em um mundo contemporâneo onde as exigências impostas oferecem aos alunos competências básicas que possibilitam o desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes, formando assim cidadãos críticos e reflexivos capazes de exercer a construção de uma sociedade justa e solidaria. Então a abertura de execução do conhecimento prévio torna uma possibilidade para a utilização de novos conhecimentos através de novas descobertas. Com a configuração de práticas educativas movidas por projetos pedagógicos, com base na consideração dos conhecimentos prévios dos alunos em ações de contribuição na construção de novos conhecimentos e transformação da qualidade da aprendizagem na instituição de ensino. O objetivo deste trabalho é ressaltar a importância de considerar os conhecimentos prévios e adquiridos dos estudantes para aprimorar o processo de ensino-aprendizagem através do desenvolvimento de projetos. O que é o conhecimento prévio? O termo designa os saberes que os alunos possuem e que são essenciais para o aprendizado. Na década de 1920, Jean Piaget identificou as estruturas mentais como condições prévias para aprender. Nos anos 1960, David Ausubel chamou de conhecimento prévio os conteúdos fundamentais para adquirir novos conhecimentos. O trabalho com projetos pedagógicos associa-se ao desenvolvimento do conhecimento globalizado e relacional, ou seja, na articulação dos conhecimentos escolares nas atividades de ensino, não de forma rígida e fragmentada, mas pensando na interdisciplinaridade (Hernández; Ventura, 1998). Os projetos de trabalho devem ser compreendidos como forma de os estudantes perceberem que o conhecimento não pertence exclusivamente a uma ou outra disciplina. O principal objetivo da articulação dos conhecimentos incide no rompimento da fragmentação disciplinar, na aplicação na prática e na percepção da articulação dos saberes escolares com os demais saberes que fazem parte do cotidiano. "Para que uma aprendizagem significativa possa acontecer, é necessário investir em ações que potencializem a disponibilidade do aluno para a aprendizagem, o que se traduz, por exemplo, no empenho em estabelecer relações entre seus conhecimentos prévios sobre um assunto e o que está aprendendo sobre ele." (PCN, 1998) A compreensão do conhecimento prévio Nas últimas décadas, estudos desenvolvidos em diversas áreas do conhecimento têm buscado compreender como os conhecimentos prévios dos estudantes participam do processo de ensino-aprendizagem escolar (Sobral; Teixeira, 2007). No campo das Ciências Naturais, pesquisas ressaltam a importância de serem considerados os conhecimentos que os estudantes levam para a sala de aula sobre conteúdos, principalmente os científicos, que ainda não foram formalmente ensinado. Existem três origens dos conhecimentos prévios: sensorial (concepções espontâneas) baseadas em informações obtidas por meio de interações com o mundo natural; cultural (concepções induzidas) relacionadas a um conjunto de crenças partilhadas pelo grupo social a que o estudante pertence; e escolar (concepções analógicas), relacionadas à comparação entre domínios distintos do saber. Basicamente, são concepções decorrentes da carência, por parte do estudante, de conhecimentos anteriores e que podem ser geradas tanto pelos estudantes como induzidas pelo professor. O conhecimento prévio conceituado por Ausubel, Novak e Hanesian (1980) é aquele caracterizado como declarativo, que, segundo Novak e Gowin (1996), é o conhecimento ou consciência de algum objeto, caso ou ideia, mas que pressupõe um conjunto de outros conhecimentos, afetivos e contextuais, que igualmente configuram a estrutura cognitiva prévia do estudante que aprende. A aprendizagem significativa ocorre quando o aprendiz é capaz de receber novas informações e racionalizar de forma a construir uma interação com o que já se sabe previamente e o que acabou de conhecer. Inicialmente é preciso estabelecer uma organização prévia dos conceitos, através de organizadores prévios cuja função principal é superar a fronteira entre o que o aluno já sabe e aquilo que ele precisa saber. Ao enfatizarem aspectos distintos do conhecimento prévio, as visões de Piaget e Ausubel se complementam. "Para aprender algo são necessárias, estruturas mentais que deem conta de novas complexidades e também conteúdos anteriores que ajudam a assimilar saberes a pesquisa possui função de suma importância no ensino porque a finalidade do ensino é promover, nos alunos, a compreensão dos problemas que investigam. Compreender é ser capaz de ir além da informação dada, é poder reconhecer as diferentes versões de um fato e buscar explicá-las além de propor hipótese sobre as consequências dessa pluralidade de pontos de vista (Hernandez, 1998, p. 86). Então para essa afirmação seria possível trabalhar projetos que desenvolva esse aprendizado, como em uma sala de aula, poderíamos trabalhar as opções como no trabalho educativo com projetos, o tema a ser escolhido pode, em algumas situações, surgir do interesse da turma, do professor ou da vivência na instituição de ensino. Mas que seja desenvolvido pontuando os conhecimentos científicos interligados aos vivenciados pelos alunos, que haja um processo de ensino- aprendizagem garantindo os saberes escolares. O projeto pedagógico faz parte de uma tradição escolar que favorece a pesquisa da realidade e o trabalho ativo dos estudantes. Assim, passa a ser facilmente confundido com outras modalidades de ensino, como unidade didática, centro de interesse ou estudo ambiental. Há algumas características dos projetos pedagógicos que podem ser identificadas em comum com outras modalidades de ensino; segundo Hernández (1998), consistem em: • Transpassar os limites do currículo, das áreas do conhecimento e dos conteúdos; • Realizar atividades práticas; • Os temas devem ser selecionados de acordo com os interesses e o desenvolvimento conceitual dos alunos; • São realizadas atividades diferenciadas, como experiências, visitas e outros; • Realizar algum tipo de pesquisa; • Trabalhar com diferentes fontes de pesquisas; • Atividades individuais e em grupos de acordo com os diferentes conteúdos e habilidades a serem aprendidos. Para Antunes (2001), a escola tem a finalidade de estimular o estudante para "aprender a aprender" e "aprender a pensar", juntamente com as relações que estabelece com os outros, baseadas na solidariedade, na interpessoalidade, na possibilidade de se colocar no lugar do outro, desenvolvendo competência. Os novos conhecimentos serão construídos e lidos graças ao que eles já trouxeram de conceitos e instrumentos. Quanto mais o professor possibilitar a mobilização e atualização desses conhecimentos, mais relações o aluno poderá estabelecer entre o que ele já sabe e o que vai aprender, e dessa forma, mais significativa torna-se a aprendizagem! O que podemos trabalhar, com essa concepção durante as atividades de pré-leitura, acionando os conhecimentos prévios dos alunos sobre os temas que serão tratados na notícia. Imagine construir a legenda para uma imagem linda de um escalador em uma montanha, para sensibilizar e acionar as vivências do aluno sobre o tema, antes mesmo que ele leia a notícia sobre Esporte de Aventura. Por meio desse saber, instrumentalizado pelo que foi acionado sobre a temática do texto, é que abrimos as possibilidades para começar uma relação com o que a notícia traz de novo. As novidades são sempre um diálogocom o nosso antigo saber! Conclusão Neste trabalho, pudemos conhecer e refletir mais sobre o trabalho escolar com projetos pedagógicos na visão de grandes pensadores que afirmam sua importância no processo de ensino-aprendizagem, além do que pudemos nos aprofundar nos seus mais diversos aspectos, o que levar em conta ao elaborar um projeto, elementos necessários que o compõem para que ele seja realizado com êxito em sala de aula, como espaço para pensar, como centro social, espaço provocador de solidariedade, estímulo de relações interpessoais, de sentir o outro e pensar no agir. A Pedagogia de Projetos e a prática de projetos pedagógicos suscitam a reorganização geral do entendimento nos profissionais da Educação sobre o espaço escolar, transformando-o em algo aberto às interações em suas múltiplas dimensões. A metodologia por projetos de trabalho interpreta a prática educativa como uma possibilidade para o estudante desenvolver a capacidade de ser mais ativo, tanto na escola como na sociedade. Como avaliar se o aluno compreendeu os conceitos, se desenvolveu as habilidades de buscar fontes e referências, elaborar objetivos, a solidariedade e competências. Dessa forma, percebemos que o trabalho educativo com projetos pedagógicos incita certa parceria na relação entre professor e estudante. Ambos caminharão juntos na descoberta dos conhecimentos e na elaboração de conceitos. O professor, na função de investigador e como conhecedor da área, conduzirá a turma na busca das informações sobre os questionamentos levantados. Tendo como base toda discussão ao longo do presente trabalho, podemos perceber a importância dos projetos no contexto escolar, uma vez que, além de ele favorecer o processo de ensino-aprendizagem, há um desvio do ensino tradicional que nem sempre dá resultados, por se tornar cansativo para o aluno, desestimulante, enquanto o projeto, se bem elaborado e desenvolvido, pressupõe uma metodologia ativa, com maior participação do aluno e a presença do lúdico, que é uma característica dos projetos. É nítido que o trabalho com projetos no contexto escolar, seja interdisciplinar ou mesmo por disciplina, se bem executado, por mais trabalhoso que seja, terá resultados mais satisfatórios; os estudantes aprenderão mais e melhor, uma vez que estão sendo estimulados a ser agentes construtores do conhecimento. REFERÊNCIAS ANTUNES, C. Um método para o Ensino Fundamental: o projeto. Petrópolis: Vozes. 2001. DAVID P. Ausubel, Joseph Novak e Helen Hanesian, 625 págs., Ed. Interamericana HERNÁNDEZ, F. Cultura visual, mudança na educação e projetos de trabalho. Porto Alegre: Artmed, 2000. PIAGET, J. O Nascimento da inteligência na criança. Ed. LTC. 2003. ______. Transgressão e mudança na educação: os projetos de trabalho. Porto Alegre: Artmed, 1998. ______; VENTURA, M. A organização do currículo por projetos de trabalho: o conhecimento é um caleidoscópio. Porto Alegre: Artmed, 1998. ______. Vida e educação. 10ª ed. Introdução de Anísio Teixeira. Rio de Janeiro: Melhoramentos, 1978. SANTOS, A. Pedagogia ou método de projetos? II CONGRESSO MUNDIAL DE TRANSDISCIPLINARIDADE. Vitória/ES, 2006. Introdução Nas últimas décadas, estudos desenvolvidos em diversas áreas do conhecimento têm buscado compreender como os conhecimentos prévios dos estudantes participam do processo de ensino-aprendizagem escolar (Sobral; Teixeira, 2007). No campo das ... 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