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ANÚNCIO APLICATIVO
“Baixe agora”
EDITORIAL
As vezes não dá para acreditar que já estamos entrando em outra década: 2020! Um mundo 
novo e sobretudo INOVADOR, que nos impõe um outro ritmo de vida e que mudou todas as 
formas de nos relacionarmos. A Inteligência Artificial e a Automação interligadas à Internet, são 
a base da nova comunicação, aliadas à necessidade de total mobilidade do usuário. Para atender a 
este cenário, O TECSA lança neste momento a sua própria plataforma de APP. Com o objetivo 
único de facilitar sua “viagem” ao mundo da mais moderna tecnologia laboratorial Veterinária, 
colocando-a ao alcance da sua mão. Porque você merece tudo de melhor!
TECSA Smart - O SEU LABORATÓRIO DE BOLSO 
1. Recebe os comunicados ESPECÍFICOS DA SUA CLÍNICA OU LABORATÓRIO - Como 
necessidade de nova amostra – motivo de recoleta – solicitação de informações faltantes no pedido. Tudo 
direcionado a você em tempo real para não atrasar as análises. 
2. Você pode enviar perguntas e contactar o SAC e a Assessoria Técnica diretamente via APP. Inclusive consultar as 
Perguntas mais Frequentes que já respondem prontamente a inúmeras dúvidas. 
3. Pode tirar dúvidas sobre logística, se sua cidade tem coleta programada TECSA e qual o horário limite para agendar 
a coleta.
4. Poderá agendar a sua coleta via APP e já receber na hora o número do protocolo de coleta.
5. Pode consultar os seus resultados de exames enviados – incluindo resultados de AIE e Mormo. 
6. Poderá realizar solicitação de exames online, agilizando todo o processo. 
7. Consultar quais os cursos e eventos que o TECSA disponibiliza e fazer sua inscrição. 
8. Poderá consultar todo o Manual de Coletas – Orientação de exames. Incluindo o tipo de tubo de coleta para cada 
exame e o prazo de entrega dos exames. 
9. Poderá consultar e baixar O Portifólio de Serviços TECSA.
10. Poderá consultar os preços do Portifólio de Produtos TECSA e realizar a compra via PagSeguro. 
11. Saberá em primeira mão de todas as novidades e lançamentos de novos exames e produtos.
12. Terá acesso direto a palestras e seminários gravados para o TV TECSA – podendo assistir a qualquer dia e hora 
na palma da mão.
13. Todas as edições das revistas VETScience estão na sua mão – poderá ler na tela ou enviar pra impressão. 
14. Ganhe com o TECSA Smart acesso aos incríveis e-books, que esclarecem tudo sobre temas importantes na sua 
prática do dia a dia. 
15. Dentro do propósito de educação continuada do TECSA – o nosso “Jornada do Conhecimento” – você acessa 
todos os artigos publicados – de forma prática e rápida. 
16. Acesso direto às nossas Redes Sociais do TECSA, com tudo que publicamos, tudo em um único lugar. 
FIQUE COM O NOVO – FIQUE COM A INOVAÇÃO – FIQUE COM O TECSA LABS.
Dr. Luiz Eduardo Ristow 
4
ANÚNCIO CATÁLOGO DE PRODUTOS
5
Obs.: os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores e não representam necessariamente, a visão e opinião do TECSA Laboratórios.
ÍNDICE
Editores/Publishers: 
Dr. Luiz Eduardo Ristow . CRMV-SP 5560S . CRMV-MG 3708 . ristow@tecsa.com.br
Dr. Afonso Alvarez Perez Jr . afonsoperez@tecsa.com.br
Equipe de Médicos Veterinários TECSA . tecsa@tecsa.com.br
Editoração e Arte: Sê Comunicação . se@secomunicacao.com.br
Contatos e Publicidade: comunicacao@tecsa.com.br
Av. do Contorno , nº 6226 , B. Funcionários, Belo Horizonte - MG – CEP 30.110-042
PABX-(31) 3281-0500
Tiragem: 5000 revistas . Publicação Bimestral
Na Internet: www.vetsciencemagazine.com.br
CIRCULAÇÃO DIRIGIDA
A revista VetScience® Magazine é uma publicação do Grupo TECSA 
dirigida somente aos médicos veterinários, como parte do Projeto 
JORNADA DO CONHECIMENTO, criado pelo mesmo. Este projeto visa a 
universalização do conhecimento em Medicina Laboratorial Veterinária. 
A periodicidade é Bimestral, com artigos originais de pesquisa clínica 
e experimental, artigos de revisão sistemática de literatura, metanálise, 
artigos de opinião, comunicações, imagens e cartas ao editor.
Não é permitida a reprodução total ou parcial do conteúdo desta 
revista sem a prévia autorização do TECSA.
Os editores não podem se responsabilizar pelo abuso ou má aplicação do 
conteúdo da revista VetScience magazine.
Grupo TECSA – Referência desde 1994
EXPEDIENTE
ISSN: 2358-1018
ÍNDICE
08. Citologia como Método Auxiliar no Diagnóstico de Doenças Infecciosas
11. Diagnóstico Citológico de Zoonoses
12. Método Citológico no Diagnóstico de Tumores Mamários em Cadelas e Gatas
14. Artefatos Citológicos
18. Uso da Citologia em Afecções Dermatológicas
20. Citologia no Diagnóstico de Processos Neoplásicos
23. Escolha do Método de Coleta para o Sucesso do Diagnóstico Citopatológico
25. Efusão Cavitária: Análise Citológica Envolvendo o Clínico e o Laboratório
27. Cell Block no Diagnóstico Anatomopatológico Veterinário: uma Técnica Antiga e Esquecida
29. Tipos de Coleta de Amostras para Citologia
32. Citopatologia no Diagnóstico de Otite Externa em Cães e Gatos
34. Análise Citológica do Sedimento Urinário no Diagnóstico de Neoplasias Vesicais
36. Fluido Sinovial como Ferramenta Auxiliar de Diagnóstico para Diferentes Estágios da Leishmaniose Visceral Canina
39. Teste Alérgico Triagem (Screening) Heska Allercep
CITOPATOLOGIA
ALERGOLOGIA
Equipe técnica TECSA LABORATORIOS: 
Dra. Tamara Regina Vimeiro, Dra. Priscila de Oliveira Chacon, Dr. Thiago Silva Perdigão, Dr. Matheus de Oliveira Reis, Dr. Leandro Soares Campos, Dr. Guilherme Stancioli, Dr. João Paulo Franco, 
Dr. João Paulo Fernandez Ferreira, Dr. Luiz Eduardo Ristow, Dra. Marcela Ribeiro Gasparini, Dr. Otávio Valério de Carvalho, Dra. Isabela de Oliveira Avelar, Dra. Luiza França Melo, Dra. Janete 
Madalena da Silva, todos membros da Equipe de Médicos Veterinários do TECSA Laboratórios. Além do Médico Patologista Clínico Dr. Afonso Alvarez Perez Jr.
Contribuíram também para este número os renomados Colegas:
DR. Mário César Rennó , Dr. Rogerio Rodrigues Santos , Dr. Rodrigo Otávio Silveira Silva , Dr. Rubens Antônio Carneiro , Dr. Paulo Ricardo de Oliveira Paes ; Dra Adriana Silva Albuquerque ; 
Dra. Tatiany Luiza Silveira ; Dr. Leonardo F. Pavan; Dra. Nátali Bruna Estanislau Silva ; Dra Juliana Viegas de Assis ; Dra Sandy Honorato Menezes ; 
6
ANÚNCIO INFORMATIVO
Todas as informações deste material podem ser alteradas sem aviso prévio. Material informativo dirigido unicamente à classe médica veterinária.
IOP-COM – NÓS AMAMOS EQUINOS – V00 – FEV/2020 | MV DR. LUIZ EDUARDO RISTOW (RT – CRMV MG 3708)
PAINEL TRÂNSITO EQUINO
Combinação de AIE + MORMO, necessário para emissão completa de GTA equino.
Essas enfermidades estão incluídas no Programa Nacional de Sanidade dos Equídeos (PNSE), estabelecido pelo 
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Por este motivo, a solicitação e a realização dos exames 
para diagnóstico dessas doenças devem atender à legislação estabelecida.
PRAZO 3 DIAS
COD. ENCEFALOMIELITE EQUINA - SOROLOGIA
1094
Detecção de anticorpos para os vírus causadores da encefalomielite equina, através da técnica de soroneu-
tralização viral. Os vírus da Encefalomielite Equina do Leste (EEL) e da Encefalomielite Equina do Oeste (EEO) 
são patógenos transmitidos por mosquitos que podem causar doenças inespecíficas e encefalite em equídeos 
(cavalos, mulas, burros e zebras) e humanos nas Américas.
PRAZO 20 DIAS
COD. SORONEUTRALIZACAO PARA HERPESVIRUS EQUINO
420
Técnica para detecção de anticorpos para Herpesvírus Equino 1 e 4 (EHV-1 e EHV-4). A infecção primária 
pelo EHV-1 ou EHV-4 é caracterizada por uma doença do trato respiratório superior de gravidade variável, 
relacionada à idade e ao status imunológico do animal infectado. O EHV-1 também causa as complicações 
mais graves do aborto, morte perinatal do potro ou doença neurológica paralítica (mieloencefalopatia por 
herpesvírus equino). O EHV-4 tem sido associado a casos esporádicos de aborto.
PRAZO 7 DIAS
COD. INSULINA ENDÓGENA EQUINA
1002
A associação com dosagem de glicose é útil para diagnosticar tumoresbeta-pancreáticos, insulinoma, estados 
pré-diabéticos, resistência à insulina, etc. Também corresponde a um exame fundamental para suspeita de 
Síndrome Metabólica Equina. 
PRAZO 5 DIAS
COD. TESTOSTERONA EQUINA
1103 Realizada pela técnica de Radioimunoensaio (RIE), a dosagem de testosterona é importante para diagnóstico de criptorquidismo, hipogonadismo testicular e avaliação de causas de infertilidade em machos.
PRAZO 1 DIA
COD. PERFIL TIREOIDEANO
695
Avaliação conjunta de TSH, T4 Livre e T4 Total por técnica de Radioimunoensaio (RIE) para avaliação de 
disfunções hormonais em equinos. O hipotireoidismo equino pode cursar com letargia, ganho de peso, 
intolerância ao frio, gordura localizada no pescoço, infertilidade, anidrose, episódios de rabdomiólise, intol-
erância ao exercício e anormalidade da pelagem. Um importante diferencial do hipotireoidismo é a Síndrome 
Metabólica Equina. Já o hipertireoidismo, condição produzida pelo excesso de hormônio da tireoide, é consid-
erada rara em equinos.
PRAZO 2 DIAS
COD. HIPERTERMIA MALIGNA EQUINA – TESTE GENÉTICO
885
A Hipertermia Maligna é uma doença genética que pode aparecer como quadros hiperagudos de miopatia 
pós-anestésica. O cavalo que possui esta doença pode mostrar um aumento extremo da temperatura corpo-
ral acompanhado de perturbações no ritmo cardíaco, alta pressão arterial, degradação dos tecidos muscu-
lares e às vezes, evolui para óbito. Exame realizado através de sequenciamento genético.
PRAZO 18 DIAS
KITSE
KIT DE TIPAGEM SANGUÍNEA PARA EQUINOS - PRODUTO LINHA VETCHECK
Kit rápido de origem europeia para detecção de antígeno Ca. O Ca é um dos antígenos hematológicos mais 
imunogênicos em equinos. A tipagem sanguínea antes da transfusão minimiza o risco de reações transfusion-
ais e previne a imunização do receptor contra antígenos de hemácias incompatíveis.
PRODUTO À VENDA.
Listagem de exames e testes equinos - TECSA
7
ANÚNCIO INFORMATIVO
Todas as informações deste material podem ser alteradas sem aviso prévio. Material informativo dirigido unicamente à classe médica veterinária.
IOP-COM – NÓS AMAMOS EQUINOS – V00 – FEV/2020 | MV DR. LUIZ EDUARDO RISTOW (RT – CRMV MG 3708)
PAINEL TRÂNSITO EQUINO
Combinação de AIE + MORMO, necessário para emissão completa de GTA equino.
Essas enfermidades estão incluídas no Programa Nacional de Sanidade dos Equídeos (PNSE), estabelecido pelo 
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Por este motivo, a solicitação e a realização dos exames 
para diagnóstico dessas doenças devem atender à legislação estabelecida.
PRAZO 3 DIAS
COD. ENCEFALOMIELITE EQUINA - SOROLOGIA
1094
Detecção de anticorpos para os vírus causadores da encefalomielite equina, através da técnica de soroneu-
tralização viral. Os vírus da Encefalomielite Equina do Leste (EEL) e da Encefalomielite Equina do Oeste (EEO) 
são patógenos transmitidos por mosquitos que podem causar doenças inespecíficas e encefalite em equídeos 
(cavalos, mulas, burros e zebras) e humanos nas Américas.
PRAZO 20 DIAS
COD. SORONEUTRALIZACAO PARA HERPESVIRUS EQUINO
420
Técnica para detecção de anticorpos para Herpesvírus Equino 1 e 4 (EHV-1 e EHV-4). A infecção primária 
pelo EHV-1 ou EHV-4 é caracterizada por uma doença do trato respiratório superior de gravidade variável, 
relacionada à idade e ao status imunológico do animal infectado. O EHV-1 também causa as complicações 
mais graves do aborto, morte perinatal do potro ou doença neurológica paralítica (mieloencefalopatia por 
herpesvírus equino). O EHV-4 tem sido associado a casos esporádicos de aborto.
PRAZO 7 DIAS
COD. INSULINA ENDÓGENA EQUINA
1002
A associação com dosagem de glicose é útil para diagnosticar tumores beta-pancreáticos, insulinoma, estados 
pré-diabéticos, resistência à insulina, etc. Também corresponde a um exame fundamental para suspeita de 
Síndrome Metabólica Equina. 
PRAZO 5 DIAS
COD. TESTOSTERONA EQUINA
1103 Realizada pela técnica de Radioimunoensaio (RIE), a dosagem de testosterona é importante para diagnóstico de criptorquidismo, hipogonadismo testicular e avaliação de causas de infertilidade em machos.
PRAZO 1 DIA
COD. PERFIL TIREOIDEANO
695
Avaliação conjunta de TSH, T4 Livre e T4 Total por técnica de Radioimunoensaio (RIE) para avaliação de 
disfunções hormonais em equinos. O hipotireoidismo equino pode cursar com letargia, ganho de peso, 
intolerância ao frio, gordura localizada no pescoço, infertilidade, anidrose, episódios de rabdomiólise, intol-
erância ao exercício e anormalidade da pelagem. Um importante diferencial do hipotireoidismo é a Síndrome 
Metabólica Equina. Já o hipertireoidismo, condição produzida pelo excesso de hormônio da tireoide, é consid-
erada rara em equinos.
PRAZO 2 DIAS
COD. HIPERTERMIA MALIGNA EQUINA – TESTE GENÉTICO
885
A Hipertermia Maligna é uma doença genética que pode aparecer como quadros hiperagudos de miopatia 
pós-anestésica. O cavalo que possui esta doença pode mostrar um aumento extremo da temperatura corpo-
ral acompanhado de perturbações no ritmo cardíaco, alta pressão arterial, degradação dos tecidos muscu-
lares e às vezes, evolui para óbito. Exame realizado através de sequenciamento genético.
PRAZO 18 DIAS
KITSE
KIT DE TIPAGEM SANGUÍNEA PARA EQUINOS - PRODUTO LINHA VETCHECK
Kit rápido de origem europeia para detecção de antígeno Ca. O Ca é um dos antígenos hematológicos mais 
imunogênicos em equinos. A tipagem sanguínea antes da transfusão minimiza o risco de reações transfusion-
ais e previne a imunização do receptor contra antígenos de hemácias incompatíveis.
PRODUTO À VENDA.
Listagem de exames e testes equinos - TECSA
8
CITOPATOLOGIA
CITOLOGIA COMO MÉTODO AUXILIAR NO DIAGNÓSTICO DE 
DOENÇAS INFECCIOSAS
Autor: Leonardo F. Pavan
MV, Especialização em Patologia - UNESP/Botucatu, Patologista VETPAT Campinas/SP e PatoSuport Piracicaba/SP. 
E-mail para correspondência: leofpavan@hotmail.com 
Introdução
A citopatologia é a interpretação da pa-
tologia celular, com base em caracterís-
ticas morfológicas, tipo celular, intensi-
dade da resposta celular e determinação 
de parâmetro e etiologia. A finalidade 
primordial do exame citopatológico é 
diagnosticar e/ou triar a causa ou natu-
reza de uma dada lesão, baseando nesses 
parâmetros características de processos 
inflamatórios, processos inflamató-
rios de etiologia infecciosa ou quadros 
neoplásicos. Com o crescimento e ex-
pansão das especialidades na medicina 
veterinária, a citopatologia tangencia de 
maneira única em meio a especialida-
des como anatomia patologia, patologia 
clínica, clínica geral e dermatologia. A 
citopatologia fornece grandes vantagens 
em relação a utilização de outros mé-
todos de obtenção de material, como 
menor traumatismo provocado, rápido 
diagnóstico, pouco invasivo, detecção 
de agentes etiológicos/agentes infeccio-
sos, ótimo custo benefício, pode acessar 
lesões que não são possíveis por meio 
da biópsia. Os microrganismos podem 
ser responsáveis por inúmeras doenças 
de importância em cães e gatos. Alguns 
desses microrganismos podem desen-
volver quadros de zoonoses, com ele-
vada importância em saúde publica e 
notificação dos meios de controle. Os 
agentes infecciosos são responsáveis por 
iniciar uma resposta inflamatória local 
ou sistêmica observada nos tecidos e 
fluidos teciduais. O exame citopatológi-
co pode ser utilizado como uma técnica 
de triagem para classificação do subti-
po inflamatório e detecção de possível 
agente etiológico viável em meio ao 
tecido lesional. Deve-se considerar que 
agentes bacterianos, protozoários, fun-
gos e riquétsias são frequentemente ob-
servados em preparados citológicos sub-
metidos aos corantes de Romanowsky, 
como por exemplo, Giemsa e Panótico 
rápido. As patologias de base viral são 
pouco evidenciadas em meio ao diag-
nóstico citopatológico, limitando-se a 
observação de corpúsculos de inclusão 
intracelular ocasionais e pelo tipo de cé-
lulas inflamatórias predominantemente 
no aspirado tecidual. Outros métodos 
de citoquímicapodem ser empregados 
na rotina para o auxílio do médico ve-
terinário na pesquisa do agente etioló-
gico de base. A coloração de Gram e a 
coloração de Ziehl-Neelsen- bacilos ál-
cool ácido resistente, são fundamentais 
para uma pesquisa acurada de agentes 
bacterianos. Já a coloração de ácido pe-
riódico de Schiff (PAS) é essencial para 
a determinação de estruturas fúngicas, 
mediante a marcação de mucopolissa-
carídeo presente na estrutura capsular 
destes agentes. Esse artigo visa descrever 
de maneira sucinta, a apresentação clí-
nica e padrão citopatológico das princi-
pais doenças infecciosas de cães e gatos 
relatadas no Brasil, com destaque para 
técnicas de coleta, padrão inflamatório 
e característica morfológica do agente. 
Métodos de Coleta
Para a escolha do melhor método de co-
leta citológica, é fundamental a avalia-
ção clínica, correlação da macroscopia 
da lesão (Ex: Distribuição focal ou mul-
tifocal), topografia tecidual acometida, 
presença de lesão ulcerativa e aspecto 
secretório ou não da lesão de base. Em 
caso de lesões ulcerativas, proliferativas 
e secretórias/exsudativas, o método de 
imprint pode ser bem aplicado, selecio-
nando áreas ao centro e na periferia da 
lesão para o contato direto com a lâmi-
na citológica. A escova cervical e o swab 
também podem ser aplicados em lesões 
superficiais com a formação de leito ul-
cerativo. No caso de lesões sólidas, no-
dulares, profundas com tecido cutâneo 
superficial preservado, sugere-se a rea-
lização de punção aspirativa por agulha 
fina, selecionado áreas de maior conso-
lidação tecidual. Esse método de coleta 
também é aplicável para o linfonodo 
para pesquisa de eventual infiltração 
de agente infeccioso. Na dermatologia, 
os métodos de decalque e uso da “fita 
adesiva” são amplamente difundidos 
para pesquisa citopatológica de estrutu-
ras bacterianas, fungos (ex: Malassezia 
spp.) e ocasionalmente, ácaros. O mé-
dico veterinário deve estar ciente que 
não existe um melhor método de coleta 
citológico, visto que os padrões macros-
cópicos podem variar de acordo com a 
agente etiológico em questão, topografia 
tecidual e intensidade da resposta infla-
matória. 
Malasseziose 
A Malassezia spp. é uma levedura fre-
quentemente diagnóstica na clínica 
dermatológica, resultando em lesões 
cutâneas, infecções de contato auditivo 
e intimamente relacionado a pacientes 
alérgicos/atópicos (Figura 1). Pode re-
sultar em lesões dermatológicas de as-
pecto seborreico, hiperplásica, liquenifi-
cação cutânea na região cervical, axilar, 
conduto auditivo, interdigital e junções 
mucocutâneas. 
Figura 1: Malassezia spp. em permeio aos agregados 
de ceratinócitos. Panótico 200X. Fonte arquivo 
pessoal - M. V Patologista Leonardo F. Pavan. 
9
CITOPATOLOGIA
A Malassezia spp. é um dos principais 
agentes etiológicos envolvidos nos com-
plexos de otite dos caninos. 
As técnicas de raspado cutâneo, decal-
que e swabs dermatológico corados por 
corantes Romanowsky revelam levedu-
ras com estruturas pequenas, azurifíli-
cas, amplas e com brotamento lobulado, 
semelhante a “sola de sapato” ou “gar-
rafa de boliche”. O diagnóstico de ma-
lasseziose se baseia em media na obser-
vação de 10 microrganismos para cada 
campo de aumento de 400X, ou mais de 
4 microrganismos para cada campo em 
aumento de 1000X. Infecções bacteria-
nas cocoides não são infrequentes. 
Criptococose 
A criptococose é uma micose sistêmica, 
causada pelo fungo Cryptococcus spp., 
uma levedura de morfologia grande, 
que acomete principalmente o sistema 
respiratório de pacientes jovens a imu-
nossuprimidos (Figura 2). Os felinos 
exibem maior predisposição e incidên-
cia desse grupo infeccioso. As fezes 
das aves assumem papel importante na 
disseminação como fonte primária. Já 
os pombos, são os reservatórios mais 
comuns na área urbana. Macroscopica-
mente as lesões por criptococose podem 
resultar em áreas nodulares, ulceradas, 
hemorrágicas e com focos exsudativos 
de aspecto denso, envolvendo principal-
mente face, região cervical e extremida-
des. As leveduras podem ser visualiza-
das por método de imprint, raspados, 
escovação e swab das lesões. São estru-
tura arredondas, na maioria das vezes 
proeminentes em meio ao esfregaço 
citológico, aspecto capsular, refringente, 
envolvendo o interior de macrófagos e 
fungo de lâmina. Não se coram por co-
rantes do tipo Romanowsky, sendo fun-
damental a correlação com ácido perió-
dico de Schiff (PAS). 
Esporotricose
A esporotricose é uma lesão fúngica 
causada pelo fungo Sporothrix Schen-
ckii, de alta incidência clínica e eleva-
da importância na clinica veterinária e 
saúde publica decorrente da infecção de 
caninos, felinos e humanos (elevado po-
tencial zoonótico). A transmissão pode 
ocorrer por inoculação direta, processos 
traumáticos, arranhaduras e material 
secretório contaminado. A apresenta-
ção clínica pode ser cutânea, cutânea 
linfática ou disseminada. A forma cutâ-
nea é a mais comumente encontrada 
pelo veterinário clínico, destacando 
extensos focos de necrose, ulceração e 
hemorragia. Frequentemente, esse tipo 
de distribuição clínica é multifocal (Fi-
gura 3). Microscopicamente, o Sporo-
thrix Schenckii apresenta morfologia 
pequena, alongada, com birrefringên-
cia e por vezes, aspecto “charutiforme”. 
Podem ser visualizadas acentuadas ou 
discretas quantidades no interior dos 
macrófagos, principalmente, e livres em 
meio ao fundo de lâmina. Não se coram 
por corantes do tipo Romanowsky, sen-
do fundamental a correlação com ácido 
periódico de Schiff (PAS).
Leishmaniose
A leishmaniose é uma doença crônica 
de manifestação cutânea ou visceral, 
causada por protozoários flagelados 
do gênero Leishmania spp. (Figura 4). 
Os cães são altamente susceptíveis a 
leishmaniose e, geralmente, desenvol-
vem a doença sistêmica, com envolvi-
mento cutâneo e visceral. Embora sejam 
menos susceptíveis, os felinos também 
podem desenvolver a doença, sendo a 
forma cutânea a mais relatada. Os ani-
mais acometidos com leishmaniose 
frequentemente apresentam linfadeno-
megalia, hepatoesplenomegalia, lesões 
dermatológicas nodulares, ulcerativas e 
seborreicas, onicogrifose e caquexia. A 
citologia é amplamente utilizada para 
o diagnóstico de leishmaniose, com 
base na pesquisa de formas amastigotas 
de Leishmania spp. em meio às lesões 
cutâneas e linfonodos. Citologicamente, 
as amastigotas de Leishmania spp. são 
estruturas ovoides, que exibem núcleo 
arredondado e uma perinuclear alonga-
da, chamada de cinetoplasto. Na maio-
ria das vezes, as formas amastigotas são 
observadas no interior dos macrófagos 
e envolvendo o fundo de lâmina, ambas 
em quantidades variáveis. Quando não 
se evidenciam as formas amastigotas em 
uma amostra citológica, a chance de um 
resultado falso negativo é considerável. 
Por isso, é fundamental a avaliação das 
células inflamatórias obtidas nesse pro-
cesso reacional, vide que a migração 
de leishmaniose pode provocar casos 
de plasmocitose e eosinofilia, além do 
aumento do numero de macrófagos te-
ciduais. Em casos de dúvida perante a 
negatividade do exame citopatológico 
Figura 4. Linfonodo, cão, leishmaniose. 
Presença de formas amastigotas de Leishmania 
spp. no interior do macrófago. Presença 
de foco basofílico e área esbranquiçada 
refringente – cinetoplasto. Panótico 400X. 
Fotomigrafia gentilmente cedida pela M. V 
Patologista Marcela Marcondes P. Rodrigues
Figura 2. Cavidade nasal, cão, criptococose 
de junção muco nasal. Múltiplas estruturas 
fúngicas leveduriformes de tamanho grande 
do gênero Cryptococcus spp., individualizadas 
em meio as células inflamatórias e envolvendo 
o fundo de lâmina. Panótico 400X. 
Fotomicrografia gentilmente cedida pela M. V 
Patologista Marcela Marcondes P. Rodrigues 
Figura 3. Lesão cutânea nodular ulcerativa, 
felino, Esporotricose cutânea. Presença de 
agregados de leveduras fúngicas de tamanho 
pequeno a intermediário, alongadas, 
gênero Sporothrix schenckii. Panótico 400X. 
Fotomicrografia gentilmente cedida pelaM. V 
Patologista Marcela Marcondes P. Rodrigues
10
CITOPATOLOGIA
para leishmaniose, é fundamental a cor-
relação com exames sorológicos e mole-
culares para complemento diagnóstico. 
Micobacteriose 
A micobacteriose é uma dermatopatia 
causada por Mycobacterium spp.. A 
infecção se da pela invasão bacteriana 
em meio ao tecido cutâneo, mediante 
feridas contaminadas (Figura 5). Em 
caninos, essas lesões envolvem a face, 
plano nasal e extremidade das pinas, 
destacando padrão nodular focal a mul-
tifocal com áreas de ulceração. Em casos 
crônicos, pode-se observar a presença 
de nódulos subcutâneos que ulceram, 
drenando exsudato purulento conten-
do colônias bacterianas. Nos felinos, 
esse tipo de infecção bacteriana pode 
ser mais agressiva e infiltrativa, resul-
tando em áreas nodulares, placas e ate 
mesmo formação de fistulas. Essa ma-
sistêmicas, artrite, osteomielite e até 
mesmo formação de peritonite. 
Em preparados citológicos obtidos do 
exsudato das lesões, apresentam-se 
como bastonetes, gram-positivos, fila-
mentosos e ramificados. Quando cora-
das com corantes Romanowsky, variam 
de azul claro com pontos róseos. Para a 
diferenciação dessas bactérias, o cultivo 
microbiológico deve ser solicitado. 
As patologias de base infecciosa exibem 
uma elevada importância clinica, sendo 
fundamental o conhecimento dos agen-
tes etiológicos, distribuição geográfica, 
características clínicas macroscópicas e 
padrões citológicos específicos. 
A citologia preenche uma grande lacu-
na como método diagnóstico para estas 
doenças, principalmente em relação ao 
custo benefício e eficácia na evidencia-
ção dos agentes infecciosos.
nifestação clínica ocorre decorrente do 
estimulo inflamatório granulomatoso/
piogranulomatoso com amplos focos de 
necrose. Em esfregaço de rotina, as mi-
crobactérias não se coram por corantes 
Romanowsky, destacando assim nume-
rosas estruturas filamentosas no interior 
dos macrófagos, células multinucleadas 
ou em meio ao fundo de lâmina, sendo 
chamadas de imagens negativas, já que 
não se coram por esse tipo de corante 
(Figura 6). A coloração de Ziehl-Neel-
sen- bacilos álcool ácido resistente, re-
presenta um método específico para a 
pesquisa destes agentes, resultando na 
evidenciação dos bastonetes corados em 
vermelho. 
Nocardiose e Actinomicose
A Nocardia spp. e Actinomyces 
spp. são bactérias saprófitos muito 
similares, tanto no aspecto clínico 
quanto patológico. Ambas resultam 
em lesões inflamatórias supurativas a 
granulomatosas. Podem resultar em 
áreas de abscesso subcutâneo, infecções 
CÓD EXAMES
PRAZO/
DIAS
87 CITOLOGIAS - PET 4
1082
PAINEL CITOLOGICO - ATE 3 
LOCAIS DISTINTOS
5
408
PESQUISA DE LEISHMANIA 
SP.
4
355
PESQUISA DE SARNA E 
FUNGOS FILAMENTOSOS
1
56
GRAM - MICROSCOPIA 
DIRETA
1
51 CULTURA C/ ANTIBIOGRAMA 4
759
CULTURA DE FUNGOS COM 
ANTIFUNGIGRAMA
30
255 CULTURA DE FUNGOS 15
298 MYCOBACTERIUM CULTURA 20
650
HISTOPATOLOGIA COM 
COLORACAO ESPECIAL
8
1084
HISTOPATOLOGICO 
COLORACAO ESPECIAL - 
INCLUSAO
8
Figura 5: Lesão nodular cutânea, canino, 
micobacteriose cutânea. Padrão macroscópico 
envolvendo extremidade auricular, com áreas 
de ulceração e necrose ao centro. Fonte arquivo 
pessoal- M. V Patologista Leonardo F. Pavan.
Figura 6. Lesão nodular cutânea, canino, 
micobacteriose cutânea. Presença de 
múltiplas estruturas bacterianas, em imagens 
negativas no interior de macrófago e célula 
multinucleada, gênero Mycobacterium spp. 
Panótico 400X. Fotomicrografia gentilmente 
cedida pelo M. V Leonardo Dourado da Costa
11
CITOPATOLOGIA
DIAGNÓSTICO CITOLÓGICO DE ZOONOSES
Autor: Juliana Viegas de Assis
MV residente em Patologia Animal, no Programa de Residência em Área Profissional da Saúde - Residência Integrada 
em Medicina Veterinária, na UNESP - Araçatuba (FMVA). 
E-mail para correspondência: julianaviegas_assis@hotmail.com
• Criptococose e Esporotricose, 
as quais se observam leveduras de 
Cryptococcus spp. ou Sporothrix spp., 
respectivamente, obtidos através de 
swabs, imprints e escarificação de lesões; 
• Pitiose, para a qual o diagnóstico é 
feito através do macerado de “kunkers”, 
exame direto do exsudato da lesão 
ou esfregaço tecidual, onde podem 
ser observadas hifas de Pythium 
insidiosum, as quais se apresentam 
ramificadas, pouco septadas e largas; 
• Dermatofitoses, visualizando 
artrósporos e hifas de Microsporum 
spp. ou Trichophyton spp.; 
• Dirofilariose, exame de triagem 
feito através de esfregaço sanguíneo 
espesso, onde podem ser visualizadas 
microfilárias de Dirofilaria immitis. 
Torna-se importante ressaltar que 
para se obter sucesso no diagnóstico, 
o clínico veterinário necessita de 
conhecimentos clínicos e patológicos 
básicos das doenças, bem como sobre 
as características morfotintoriais 
dos agentes etiológicos envolvidos. 
Os diferentes agentes etiológicos e/
ou suas formas evolutivas podem ser 
visualizados através de esfregaço de 
material obtido através de punção 
aspirativa, escarificação, imprint 
ou raspado. No caso de punções, 
escarificações ou imprint, a lâmina deve 
secar ao ar e depois ser fixada e corada. 
Os corantes mais utilizados na rotina 
são os do tipo Romanowsky, podendo 
também utilizar corantes especiais 
como novo azul de metileno e tinta 
nanquim, no caso do Cryptococcus 
neoformans. Já nos casos de raspado, a 
visualização das hifas e artrósporos se dá 
pela utilização de agentes clarificadores 
ou coloração com ácido periódico de 
Schiff (PAS). 
O médico veterinário tem cada vez mais 
se inserido como pilar fundamental 
para a promoção da saúde pública, visto 
que por seus conhecimentos específicos, 
está apto a diagnosticar, difundir 
informações e orientar a população 
humana sobre as zoonoses. 
Entendem-se como zoonoses as doenças 
que são transmitidas naturalmente 
dos animais ao homem. O exame 
citopatológico mostra-se como uma 
importante ferramenta de diagnóstico 
para os médicos veterinários, visto que 
se trata de um exame de baixo custo, 
de simples colheita, mostrando rapidez 
e eficácia no resultado, permitindo-se 
concluir o diagnóstico de diferentes 
tipos de lesões, bem como de restringir 
os prováveis diagnósticos diferenciais. 
A relevância do exame para o 
diagnóstico de zoonoses permite uma 
rápida intervenção clínica do médico 
veterinário, bem como instituição de 
medidas de profilaxia e controle. Como 
exemplos de zoonoses que podem ser 
diagnosticadas por citologia, podemos 
citar os casos de:
• Leishmaniose, onde serão visualizadas 
formas amastigotas de Leishmania 
spp., tanto no interior como fora do 
citoplasma de macrófagos (Figura 1). 
As amostras podem ser obtidas através 
da punção de medula óssea, linfonodos, 
baço, fígado ou lesões cutâneas; 
CÓD EXAMES
PRAZO/
DIAS
87 CITOLOGIAS - PET 4
1082
PAINEL CITOLOGICO - ATE 3 
LOCAIS DISTINTOS
5
408
PESQUISA DE LEISHMANIA 
SP.
4
355
PESQUISA DE SARNA E 
FUNGOS FILAMENTOSOS
1
357
PESQUISA DE 
DIROFILARIOSE
1
650 
HISTOPATOLOGIA COM 
COLORACAO ESPECIAL
8
1084
HISTOPATOLOGICO 
COLORACAO ESPECIAL - 
INCLUSAO
8
Figura 1. Macrófago contendo inúmeras formas amastigotas de Leishmania spp.. 
Panótico rápido®, obj. 100x. Fonte: Serviço de Patologia Veterinária – FMVA
12
CITOPATOLOGIA
MÉTODO CITOLÓGICO NO DIAGNÓSTICO DE TUMORES 
MAMÁRIOS EM CADELAS E GATAS
Autor: Isabela de Oliveira Avelar
Médica Veterinária formada pela UFU, Mestrado em Patologia Animal pela UFMG e atualmente, Patologista 
Veterinária do TECSA Laboratórios. E-mail para correspondência: assessoriavet7@tecsa.com.br 
Introdução
As neoplasias mamárias são frequen-
temente observadas na rotina de aten-
dimento clínico de cadelas e gatas. A 
etiologia do tumor de mama é multi-
fatorial, com participação de fatores 
genéticos, ambientais, nutricionais, e 
principalmente fatores hormonais. Em 
cadelas, estima-se uma incidência de 
malignidade de 68,4% das neoplasias 
mamárias, com maior susceptibilidade 
entre cadelas de 6 a 12 anos. Já em ga-
tas, as neoplasias mamárias sãodescri-
tas como o terceiro tipo mais frequente 
de tumores na rotina clínica, com 80% 
de malignidade e maior prevalência 
em gatas com 10 a 11 anos de idade. O 
diagnóstico de uma neoplasia mamária 
em cadelas e gatas é obtido pela análise 
histopatológica da lesão, para caracte-
rização do tipo histológico acometido, 
grau de malignidade e potencial de in-
vasão do tecido local, além de pesquisa 
de metástases em linfonodos regionais 
e invasão linfática. Porém, para coletar 
material para análise histopatológica, 
o animal precisa ser submetido a um 
procedimento cirúrgico. No entanto, 
esse procedimento pode ser arriscado e 
desnecessário, pois a lesão pode não ser 
neoplásica e não necessitar de cirurgia 
para o tratamento. A avaliação citológi-
ca do tecido mamário tem grande im-
portância como exame triagem e é in-
dicado na diferenciação entre processos 
inflamatórios, hiperplásicos, displásicos 
e neoplásicos (maligno ou benigno). A 
coleta do material por aspiração com 
agulha fina (PAAF) é simples, rápida e 
apresenta baixo custo, além de ser pou-
co invasivo quando comparado a outras 
técnicas de diagnóstico e evita o trauma 
e risco anestésico da biópsia. 
Coleta das Amostras
As amostras das lesões mamárias des-
tinadas à citologia podem ser obtidas 
através da compressão das glândulas, 
impressão por aposição ou por aspira-
ção da região acometida com agulha 
fina. A coleta adequada da amostra é 
importante para que a citologia seja útil 
na avaliação dos tumores mamários. 
A punção por agulha fina (PAAF) é o 
método mais utilizado na rotina onco-
lógica veterinária. A técnica, apesar de 
simples, requer treinamento prático e 
conhecimento teórico das particulari-
dades dos tumores mamários. Para a 
coleta da amostragem, a massa tumoral 
deve ser imobilizada manualmente, re-
alizar a introdução de agulha fina 22G 
conectada à seringa de 5 mL, aplicar a 
sucção, redirecionando a agulha 2 ou 3 
vezes, relaxar a sucção e então retirar a 
agulha da massa. Para obtenção de um 
esfregaço de boa qualidade, é necessário 
comprimir a amostra entre 2 lâminas 
devidamente limpas e simultaneamente 
deslocadas em sentido contrário. Após a 
fixação do material ao ar por 5 minutos, 
as lâminas devem ser coradas pelo pa-
nótico rápido ou Giemsa. 
Mastite 
A mastite é a inflamação das glândulas 
mamárias. Geralmente, está associada à 
lactação pós-parto ou pseudociese e re-
sulta de infecção ascendente ou hema-
tógena. A lesão pode ser difusa ou focal. 
Os sinais clínicos associados à mastite 
incluem glândulas edemaciadas e dolo-
ridas, podem apresentar uma aparência 
gangrenosa com necrose da pele subja-
cente ou ainda formação de abscessos. A 
cadela ou a gata também podem mani-
festar sinais clínicos de anorexia, febre, 
vômito ou diarreia. Na análise citológi-
ca, os esfregaços são altamente celula-
res, composto por neutrófilos, linfócitos 
e macrófagos em quantidade variável, 
dependendo do agente causador. Bac-
térias podem ser encontradas dentro 
de fagócitos. Os agentes causadores são 
geralmente coliformes, Streptococcus 
ou Staphylococcus spp. Já a mastite não 
séptica ocorre secundariamente à estase 
do leite.
Lesões Displásicas e Hiperplásicas
Cistos Mamários
Os cistos mamários são formas de dis-
plasia em que os ductos apresentam ex-
pansão e dilatação formando lesões ca-
vitárias. Geralmente, acomete animais 
de meia-idade a idosos, porém, já foi 
relatada em cadelas de 1 ano de idade e 
pode estar relacionada a fatores hormo-
nais. Os cistos mamários apresentam-se 
como nódulos císticos únicos, bem cir-
cunscritos ou como massas multinodu-
lares achatadas e elásticas. Os nódulos 
exibem um crescimento expansivo len-
to e a pele pode adquirir uma coloração 
azulada. A aspiração por agulha fina 
revela um líquido verde-amarronzado 
ou de coloração sanguinolenta, com 
pequeno número de células espumosas 
e macrófagos contendo pigmento. O 
número de neutrófilos pode estar au-
mentado, caso haja inflamação. Cristais 
de colesterol e células epiteliais deriva-
das da camada de revestimento do cis-
to também podem estar presentes. Os 
cistos mamários podem coexistir com 
tumores mamários benignos e/ou ma-
lignos, portanto, a aspiração de áreas 
sólidas de uma massa deve ser realizada 
para descartar a presença de neoplasias 
mamárias concomitantes. 
Hiperplasia da Glândula 
Mamária
As lesões hiperplásicas das glândulas 
mamárias incluem principalmente a 
hiperplasia lobular. Acometem cadelas 
e, menos comumente, gatas e são carac-
terizadas pela proliferação do epitélio 
secretor ou ductal, ou das células mioe-
piteliais. Citologicamente, as células 
são arranjadas em grupos e podem ser 
difíceis se serem distinguidas das neo-
plasias benignas. As células possuem 
núcleo redondo com cromatina fina a 
13
CITOPATOLOGIA
carcinomas mamários em felinos. 
Neoplasias Benignas
Neoplasias epiteliais benignas do teci-
do mamário incluem principalmente 
o adenoma e o tumor mamário misto 
benigno. Os esfregaços citológicos são 
moderadamente celulares, com células 
epiteliais isoladas ou agrupadas. Exibem 
discreto pleomorfismo, com cromatina 
homogeneamente dispersa e nucléolo 
pequeno e redondo. Tumores mistos 
possuem tanto células epiteliais unifor-
mes, como células mesenquimais alon-
gadas, geralmente associadas à presença 
de matriz extracelular rosa. 
Neoplasias Malignas
Em cadelas e gatas, os carcinomas são os 
tumores mamários malignos mais diag-
nosticados. As características citológi-
cas que mais correlacionam com malig-
nidade incluem, variação no tamanho 
nuclear, relação núcleo-citoplasma alta, 
número variável de nucléolos, formato 
anormal do nucléolo e a presença de 
macronucléolos (Figura 3). Os esfre-
gaços dos aspirados de carcinomas pos-
suem células epiteliais isoladas ou agru-
padas, redondas, com núcleo excêntrico 
redondo a oval e quantidade variável de 
levemente granular, de tamanho e for-
ma uniformes e uma quantidade de ci-
toplasma basofílico escasso a moderado. 
Particularmente em gatas, ocorre uma 
forma de hiperplasia mamária denomi-
nada de hiperplasia mamária fibroepi-
telial (Figura 1). Acomete gatas cíclicas 
ou gestantes, geralmente com menos 
de 2 anos de idade. É caracterizada por 
um crescimento rápido de uma ou mais 
glândulas mamárias e o seu desenvolvi-
mento envolve a progesterona endógena 
ou exógena. A hiperplasia mamária fi-
broepitelial pode regredir com o tempo, 
porém, a ovariohisterectomia é indicada 
para a regressão das lesões e prevenção 
de futuras recorrências. O material as-
pirado revela células epiteliais cuboidais 
uniformes e agrupadas, com densos nú-
cleos redondos, nucléolos pequenos e 
escasso citoplasma basofílico, além de 
uma população mesenquimal, de célu-
las fusiformes, com núcleos ovais, um a 
dois nucléolos, citoplasma afilado asso-
ciado a matriz extracelular rósea. 
Tumores das Glândulas 
Mamárias
Depois dos tumores de pele, as neopla-
sias mamárias são o segundo tipo de 
tumor mais comumente observados em 
cadelas e, raramente, acometem os cães 
machos. Os tumores mamários podem 
se apresentar como massas únicas, fir-
mes e bem circunscritas ou nódulos in-
filtrativos múltiplos envolvendo uma ou 
mais glândulas (Figura 2). 
Em gatas, os tumores mamários cons-
tituem o terceiro tumor mais comum, 
depois das neoplasias hematopoiéticas e 
dos tumores de pele. Fêmeas não castra-
das tem um risco maior de desenvolver 
neoplasias mamárias quando compara-
das a fêmeas castradas. A administra-
ção regular de progesterona exógena foi 
associada a um risco significativamente 
maior de tumores mamários benignos e 
citoplasma basofílico. Os limites celu-
lares são, geralmente, bem definidos e 
células binucleadas ou multinucleadas 
podem ser encontradas. Nos carcino-
mas mamários em tumor misto, células 
mesenquimais também podem estar 
associadas a presença de matriz extra-
celular rosa de natureza qualitativa va-
riada (mixoide, mucinosa, colagenosa, 
condroide, osteoide) (Figura 4 e 5). Os 
sarcomasmamários são menos comuns 
e possuem prognóstico desfavorável 
devido às recidivas locais e metástases. 
As células do sarcoma são geralmente 
irregulares ou espinais, isoladas ou em 
pequenos grupos, e possuem limites ci-
toplasmáticos não definidos. Uma ma-
triz rosa pode estar associada aos gru-
pos celulares. O grau de pleomorfismo 
e atividade mitótica variam e indicam a 
malignidade do tumor. 
Figura 1. Felino, fêmea, hiperplasia 
fibroepitelial mamária. Fonte: researchegate.net
Figura 2. Canino, fêmea, tumor 
mamário. Fonte: hosvetpet.com.br
Figura 4. Carcinoma mamário em tumor misto. 
Fonte: Tecsa Laboratório 
Carcinoma mamário, células epiteliais 
agrupadas, anisocariose moderada, relação 
núcleo-citoplasma alta. Fonte: Tecsa Laboratório
Figura 5. Matriz extracelular, carcinoma mamário 
em tumor misto. Fonte: Tecsa Laboratório
CÓD EXAMES
PRAZO/
DIAS
87 CITOLOGIAS - PET 4
1082
PAINEL CITOLOGICO - ATE 3 
LOCAIS DISTINTOS
5
453
CITOLOGIA ASPIRATIVA DE 
LIQUIDOS
5
14
CITOPATOLOGIA
ARTEFATOS CITOLÓGICOS
Autor: Adriana Silva Albuquerque
MV, Doutoranda em Ciências Veterinárias, Setor de Patologia Animal, Universidade Federal de Lavras.
E-mail para correspondência: adriana_albuquerque_@hotmail.com 
O exame citológico é um auxiliar 
importante no diagnóstico de diversas 
enfermidades, sejam de origem 
neoplásica, inflamatória, displásica, 
entre outras. Trata-se de um exame de 
baixa complexidade, de fácil e rápida 
realização, porém, o manuseio correto 
da amostra é fundamental para a 
acurácia diagnóstica. Erros na execução 
da coleta, no acondicionamento da 
amostra na lâmina de vidro, falhas na 
coloração e o transporte inadequado 
podem gerar artefatos que atrapalham 
a visualização das estruturas celulares 
alvo para diagnóstico. Embora 
aparentemente simples, a confecção de 
lâminas citológicas requer treinamento 
e conhecimento técnico para que a 
amostra seja realmente representativa 
da lesão. A escolha do melhor método 
de coleta, todas as etapas que seguem 
para preparar a amostra e as habilidades 
para confecção de lâminas podem ser 
desenvolvidas pelos clínicos através da 
informação, do treinamento, repetição e 
da experiência.
Coleta de Amostras
Os métodos de coleta de amostras 
devem ser direcionados à apresentação 
da lesão e, os mais comumente utilizados 
são a punção ou biópsia por agulha fina, 
o esfregaço ou imprint de materiais 
provenientes de biópsias, o raspado ou 
escarificação e a utilização de swabs e/
ou escovas ginecológicas. A escolha 
adequada, bem como a realização de 
cada método, requer cuidados a fim 
de reduzir a produção dos artefatos de 
técnica. É importante salientar que a 
área deve ser preparada previamente 
antes da coleta. Esse procedimento pode 
ser realizado com o auxílio de algodão 
ou gaze embebida em álcool 70 nas 
áreas não ulceradas. Em casos de lesões 
ulceradas, pode haver contaminação 
secundária e formação de crostas que 
podem dificultar a coleta ou mascarar 
a causa base. Nesses casos, pode ser 
necessária antissepsia semelhante à 
realizada em pré-operatório.
Punção ou Biópsia por Agulha 
Fina
Método de eleição em casos de nódulos 
ou massas cutâneas ou em órgãos 
internos. Pode ser realizada com ou 
sem aspiração. A punção aspirativa 
por agulha fina é realizada mediante 
a utilização de agulhas hipodérmicas 
de calibre 20 a 23, com comprimento 
variando 2,5 a 3,8 cm acopladas a 
seringas de 6 a 12 mL (seringas de 
capacidade inferior podem não gerar 
pressão suficiente para aspirar o 
material pretendido). Para iniciar a 
coleta, é necessário delimitar a massa 
a ser aspirada (em casos de coleta 
de amostra cutânea), de modo que a 
agulha não a ultrapasse, o que pode 
gerar artefatos provenientes do tecido 
circunjacente ao pretendido. A agulha 
deve ser introduzida na região, aplica-
se pressão no interior da seringa 
puxando o embolo de 0,5 a 1,5 mL de 
vácuo com movimentos leque dentro 
da massa se obtêm o material. Se solta o 
embolo ainda dentro da região de coleta 
e somente depois se retira a agulha 
(Figura 1). Esse é um ponto importante, 
pois se a agulha for retirada quando 
ainda houver pressão, o material pode 
ser projetado para o interior da seringa 
dificultando seu resgate. Outro ponto 
que gera artefatos é a pressão excessiva 
que pode causar dano à membrana 
celular e comprometimento da leitura 
do exame ou pode ocasionar ruptura 
de vasos e a amostra ficar repleta de 
hemácias. Neoplasias de crescimento 
rápido e massas muito grandes podem 
apresentar área de necrose, geralmente 
na região central, e a captura de 
material apenas dessas regiões reduz 
drasticamente a acurácia diagnóstica 
(Figura 2).
Um cuidado especial deve ser tomado 
em casos de lesões muito irrigadas, 
pois a aspiração de vasos pode gerar 
sangramentos profusos dificultando 
a coleta do material pretendido. Uma 
Figura 1. Técnica de punção aspirativa. Delimita-
se com os dedos a região a ser puncionada (A), 
introduz-se a agulha, aplica-se vácuo tracionando 
o êmbolo (B), aspira-se a amostra com 
movimentos em leque, se solta o êmbolo e somente 
depois se retira a agulha da região de coleta. 
Figura 2. Neoplasia testicular em cão, de 
crescimento rápido e área central necrótica. 
Amostras de áreas de necrose dificultam a 
caracterização celular para diagnóstico.
15
CITOPATOLOGIA
Imprint
Pode ser realizado com fragmentos 
de tecido logo após a excisão antes da 
fixação do material em formalina ou 
em lesões superficiais exsudativas e 
ulceradas. Áreas ulceradas expostas 
podem ser contaminadas gerando 
infecções secundárias que podem 
dificultar o diagnóstico. A fim de reduzir 
a os artefatos gerados, podem-se fazer 
duas coletas, uma sem limpeza do local 
e outra após limpeza com gaze e solução 
salina. Em material proveniente de 
biopsia ou em coletas no momento da 
necropsia é importante retirar o excesso 
de sangue e debris da superfície do 
fragmento cirúrgico, o que pode ser feito 
encostando o tecido em uma superfície 
absorvente (Figura 3). Dependendo do 
grau de coesão das células, a amostra 
pode apresentar hipocelularidade e, 
nesses casos, a escarificação da lesão 
pode ser mais eficiente.
Escarificação
Na técnica de escarificação, a região 
lesionada deve ser raspada com o auxílio 
de bisturi ou da própria lâmina de vidro. 
recomendação útil é não repetir a 
coleta na mesma área em que se 
gerou hemorragia. Lembrando que 
as neoplasias de origem vascular 
(hemangioma e hemangiossarcoma) ou 
ricamente vascularizadas podem gerar 
irremediavelmente sangramentos. Em 
coletas guiadas por ultrassonografia se 
deve ter uma atenção especial para que 
a lâmina não seja contaminada pelo gel 
condutor, este pode ser pigmentado no 
momento da coloração com potencial 
comprometimento da amostra. Biópsia 
com agulha fina sem aspiração tem 
efeito similar à aspirativa. Nesse método 
não se aspira a amostra e a obtenção do 
material é realizada por capilaridade 
quando se introduz a agulha na área 
de lesão, o que pode ser repetido por 
3 ou 4 vezes. A quantidade de material 
coletado vai depender do tipo e 
tamanho da lesão, da prática de coleta 
e da utilização correta das técnicas. Um 
ponto importante é o aproveitamento 
do material coletado. Caso a quantidade 
coletada seja considerável, é interessante 
produzir várias lâminas, o que pode 
aumentar as chances de diagnóstico. 
Essa metodologia pode ser aplicada em 
lesões cutâneas planas e ressequidas ou 
que não tenham área suficiente para 
a perfuração por agulha. Essa técnica 
pode gerar artefatos resultantes de 
contaminação secundária superficial 
e da apreensão de células superficiais 
não representativas (descamação), o 
que pode ser reduzido com um raspado 
aprofundado o suficiente para causar 
pequeno sangramento ou exsudação.
Swabs e Escovas Ginecológicas
São utensílios úteis na coleta de 
amostras celulares da região vaginal, 
do conduto auditivo, cavidade nasalou 
em casos de fístulas. O swab de algodão 
é recomendado para coletas a fim de 
identificar agentes infecciosos enquanto 
a escova vaginal, por promover 
escarificação de tecido, é eficiente na 
coleta de amostras sugestivas de processo 
neoplásico, como em casos de tumor 
venéreo transmissível, por exemplo. 
Em casos de lesões ressequidas, pode 
ser necessário umedecer o algodão com 
solução salina estéril. Após coletado, o 
material deve ser disposto na lâmina 
de vidro por rolamento (Figura 4). Essa 
técnica de distribuição do material 
reduz significativamente a ruptura de 
células causada quando se esfrega o 
swab na lâmina. 
Abcessos
Abcessos em roedores e lagomorfos 
ocorrem na maioria das vezes por 
evolução de má oclusão dentária, 
pododermatites ou lesões de 
continuidade em locais contaminados. 
O agente envolvido mais comum 
é o Staphilococcus aureos, mas a 
realização de cultura e antibiograma do 
Figura 3. Técnica de imprint. A redução de 
artefatos pode ser feita encostando a superfície 
do tecido em papel absorvente e posteriormente 
encosta-se o fragmento na superfície da lâmina.
Figura 4. Coleta com swab. Disposição da 
amostra feita pela técnica de rolamento.
foto
16
CITOPATOLOGIA
conteúdo do abscesso é importante para 
identificação do agente e implementar 
a terapia antibiótica específica. O 
conteúdo dos abscessos desses grupos 
tem característica caseosa, o que 
dificulta a drenagem e solução do 
quadro. A recomendação para a maioria 
dos casos de abscessos em roedores 
e lagomorfos é a remoção cirúrgica e 
marsupialização.
Líquidos Cavitários
A confecção de amostras citológicas 
de líquidos de cavidades segue 
procedimento distinto de materiais 
mais espessos. Dependendo dos 
componentes dos fluidos, pode ser 
necessário o acondicionamento do 
conteúdo em EDTA, é o caso de 
materiais sanguinolentos, que podem 
formar rapidamente coágulos com 
comprometimento diagnóstico. Os 
materiais de baixa densidade podem 
ser distribuídos diretamente na lâmina, 
serem centrifugados previamente ou 
pode-se utilizar tubos capilares de 
micro hematócrito para separar os 
componentes da amostra. No caso 
da centrifugação, elimina-se a maior 
parte do sobrenadante, o material é 
revolvido e com auxílio de uma pipeta, 
coloca-se uma pequena porção do 
conteúdo na lâmina, onde se prossegue 
com o deslizamento. A velocidade do 
deslizamento depende da densidade 
do líquido, assim, quanto mais fluído, 
maior deve ser a velocidade do 
deslizamento. Este deve ser contínuo, 
ou seja, não fazer paradas durante o 
percurso, e não ultrapassar a borda da 
lâmina. Deve-se atentar ao tempo entre 
a coleta e a confecção da lâmina, pois 
pode haver deterioração do material 
afetando o diagnóstico. O ideal para 
líquido de baixa densidade é de até 2 
ou 3 horas pós-coleta, com extensão 
de tempo para fluidos mais densos de 
até 12 horas sob refrigeração, segundo 
consta na literatura. 
Amostras contaminadas com sangue 
podem ser centrifugas em tubo de 
micro hematócrito que posteriormente, 
é quebrado na região do botão 
leucocitário e o conteúdo celular é 
disposto na lâmina para deslizamento 
do material. É importante salientar que 
para contagem de células a centrifugação 
não é recomendada, é indicada apenas 
para avaliação da morfologia celular. 
O ideal é que sejam confeccionadas 
lâminas sem e com centrifugação 
para se ter um panorama propício ao 
diagnóstico.
Esfregaços de Materiais Sólidos e 
Pastosos
A confecção de lâminas de materiais 
densos colhidos pelas técnicas já citadas 
deve seguir procedimentos adequados 
que vão desde a colocação do material na 
lâmina até o processo de deslizamento 
desse material, bem como o espaço 
de tempo da coleta até a confecção da 
lâmina. Após a coleta, uma pequena 
porção da mostra deve ser colocada na 
parte superior aproximando a agulha e 
empurrando êmbolo na superfície da 
lâmina, artefatos podem ser formados 
se o conteúdo for espirrado distante 
da lâmina, pois pode ocorrer secagem 
rápida e não se consegue espalhar a 
amostra (Figura 5). Com o auxílio de 
outra lâmina limpa, posiciona-se esta 
em sentido oposto formando uma 
cruz. Aplica-se leve pressão, apenas 
para espalhar o material, promove-
se o deslizamento de modo a formar 
uma camada fina sobre a lâmina 
(Figura 6). Lâminas muito espessas 
geram sobreposição das células e com 
comprometimento diagnóstico. Caso 
reste material, outras lâminas podem ser 
confeccionadas. Para evitar artefatos, 
não se deve aplicar pressão excessiva, o 
esmagamento das células gera ruptura 
e a visualização das estruturas celulares 
fica comprometida (Figura 7).
Outras Causas de Artefatos
Figura 5. Artefato causado pela ausência 
de distribuição da amostra na lâmina antes 
da secagem, onde se notam gotas espessas.
Figura 7. Amostra de linfonodo. As células 
apresentam-se rompidas, com citoplasma 
com aspecto de cauda. Esses artefatos são 
causados pela pressão excessiva exercida 
sobre a amostra (Técnica H/E, obj. 40).
Figura 8. Amostra identificada com caneta 
esferográfica. Nota-se que a tinta utilizada na 
identificação escorreu pela lâmina atingindo a 
amostra.
Figura 6. Esfregaço de amostra densa. Uma porção pequena de amostra é 
colocada na superfície da lâmina e pequena pressão é aplicada para espalhar o 
material (A). O deslizamento é feito de modo a formar uma fina camada (B).
17
CITOPATOLOGIA
Certificar-se que a lâmina escolhida 
esteja limpa, livre de fungos, gorduras 
e fragmentos de vidro são dicas 
importantes para uma lâmina bem 
confeccionada. Não se recomenda o uso 
de canetas para identificação da lâmina, 
pois a tinta pode escorrer sobre a amostra 
comprometendo sua qualidade (Figura 
8). Quanto à coloração, a utilização de 
corantes inadequados, lâminas expostas 
aos corantes por menos ou por mais 
tempo que o necessário, ou quando 
se usa corantes velhos, com grumos, 
pode gerar diversos tipos de artefatos. 
Se o material for enviado para análise 
em laboratório especializado, o ideal 
é não corar. A secagem após a coleta 
já mantém o conteúdo da lâmina apto 
até recebimento. O transporte é outro 
ponto importante para a qualidade da 
amostra. Não se devem expor amostras 
citológicas à formalina, pois o vapor 
gerado pela volatilização do formol 
promove alterações e comprometimento 
da amostra. Há diversos tipos de porta-
Figura 9. Acondicionamento de lâminas para 
transporte. Modelos de porta-lâminas em 
material plástico (A) e utilização de esparadrapo 
para proteção da amostra (B).
CÓD EXAMES
PRAZO/
DIAS
87 CITOLOGIAS - PET 4
1082
PAINEL CITOLOGICO - ATE 3 
LOCAIS DISTINTOS
5
453
CITOLOGIA ASPIRATIVA DE 
LIQUIDOS
5
663
CITOLOGIA DE LIQUIDO 
BRONCO - ALVEOLAR
4
178
CITOLOGIA DE LIQUIDO 
CAVITARIO
3
352
CITOLOGIA VAGINAL (CICLO 
ESTRAL) 
2
798
CITOLOGIA VAGINAL 
SERIADA - 3 AMOSTRAS
2
foto
lâminas disponíveis no mercado, mas 
há metodologias simples que podem 
ser aplicadas a baixo custo, como por 
exemplo, fazer rolinhos de esparadrapo 
e colocar nas extremidades das 
lâminas, depois envolver esse material 
com lâminas limpas para proteger a 
amostra (Figura 9). Não é recomendado 
envolver a amostra em materiais pouco 
resistentes, como envelopes de papel, 
pois há risco de quebra. Outro ponto 
fundamental é que o transportador 
saiba que o material é frágil, então é 
necessário descriminar na embalagem. 
É importante salientar que embora o 
exame citopatológico seja um método 
aparentemente simples de diagnóstico, 
há muitas limitações para o mesmo, 
que vão desde a confecção das lâminas, 
muitas vezes não aptas ao diagnóstico, 
até a não observação da arquitetura do 
tecido como um todo, o que é possível 
apenas na histopatologia. Outro ponto 
crucial é a descrição detalhada da 
lesão, bem como do histórico clínico 
do paciente, peças importantes para o 
diagnóstico citopatológico.
A
B
18
CITOPATOLOGIA
USO DA CITOLOGIA EM AFECÇÕES DERMATOLÓGICAS
Autor: Matheus de Oliveira Reis
Médico veterinário formado pela UFLA, com especializaçãoem Anatomia Patológica pela UFRGS, mestrado em 
Ciência Animal pela UFLA e atualmente, doutorando pela UFLA e Patologista Veterinário do TECSA laboratórios.
E-mail para correspondência: assessoriavet7@tecsa.com.br
Introdução
A citologia desempenha um papel 
importante na medicina veterinária 
com crescente contribuição na área 
de diagnóstico. É uma ferramenta útil 
para determinar a origem celular dos 
processos, que pode ser inflamatória, 
hiperplásica ou neoplásica. A 
avaliação de lesões cutâneas através 
do exame citológico é uma ferramenta 
extremamente útil, por ser um método 
prático de coleta, com diagnóstico rápido 
e de baixo custo. Essa técnica fornece 
ao clínico informações quanto ao tipo 
de lesão e o direciona a uma melhor 
conduta terapêutica, além de evitar 
uma intervenção cirúrgica arriscada e 
desnecessária. 
Técnicas de coleta
Biopsia com agulha fina (baf )
Utilizada nas formações cutâneas sólidas, 
em cistos e naquelas preenchidas por 
líquidos que podem ser coletadas pela 
técnica com ou sem aspiração (Figura 
1). É um método interessante por 
permitir a coleta de células das partes 
mais profundas da lesão, o que garante 
uma amostragem mais ampla e evita 
áreas inflamadas superficiais em casos 
de lesões ulceradas. Como em todas as 
técnicas, fazer um esfregaço bem feito é 
essencial para o diagnóstico (Figura 2). 
Escarificação
Utilizada quando a BAF é inapropriada, 
como em lesões em que as células não 
esfoliam facilmente, como é o caso das 
neoplasias mesenquimais. É importante 
a execução desta técnica em lesões 
ulceradas, a fim de eliminar a inflamação 
superficial e assim evitar um diagnóstico 
impreciso que não condiz com a lesão 
principal, como em casos de carcinoma 
de células escamosas com extensas áreas 
ulceradas em felinos. Também é indicada 
para doenças infecciosas, em que o agente 
se encontra em áreas mais profundas, 
como por exemplo, para diagnóstico de 
Demodex spp.. 
Impressões
É uma técnica de fácil execução e indolor 
ao paciente, porém, pode não esfoliar 
células suficientes para diagnóstico, 
além de que, em lesões neoplásicas 
ulceradas, podem contemplar somente 
a inflamação superficial. Pode ser 
utilizada em alterações que esfoliam mais 
facilmente como neoplasia de células 
redondas (Tumor Venéreo Transmissível, 
por exemplo). A impressão de lesões 
ulcerativas e exsudativas pode ser 
utilizada para agentes infecciosos que 
estão presentes nas porções superficiais 
da lesão (agentes fúngicos, por exemplo, 
como é o caso da esporotricose). 
SWABS
As coletas citológicas por swabs são 
indicadas em regiões anatômicas 
onde outros métodos de coleta são 
impraticáveis, geralmente fístulas 
e canais. Pode ser utilizado para 
identificação de agentes infecciosos no 
canal auditivo de cães (Por exemplo, na 
suspeita de Malassezia pachydermatis).
Fita
Essa técnica é indicada para lesões secas 
com o intuito de averiguar a infestação 
por alguns parasitos superficiais como 
Demodex spp.. Para ácaros localizados 
mais profundamente, a sensibilidade é 
reduzida. Para determinação de células 
inflamatórias ou neoplásicas, esse 
método tem a desvantagem de prejudicar 
a avaliação da morfologia celular, sendo 
que outras técnicas (descritas acima) 
podem ser mais interessantes. Tem como 
vantagem ser minimamente invasiva, 
evitando lesões e danos à pelagem do 
paciente.
Tricograma
Esta técnica é utilizada para avaliar as 
pontas, hastes e as raízes dos pelos, a 
fim de identificar a fase de crescimento, 
defeitos na pigmentação e até mesmo 
infecções por fungos. O exame consiste 
na remoção dos pelos, o que deve ser feita 
com uma pinça hemostática, para evitar 
a quebra e o corte do fio. O tricograma 
permite diferenciar a queda de pelo 
por prurido daquela não traumática, 
caracterização do ciclo de renovação do 
folículo piloso e falhas no crescimento. A 
identificação de dermatófitos e ovos de 
ectoparasitos é possível, porém, de difícil 
visualização. 
Envio De Amostra
Deve-se garantir uma remessa adequada 
das lâminas ao laboratório para análise, 
de forma que se mantenham intactas 
e possíveis de serem avaliadas ao 
Figura 1. Método de coleta por aspiração por 
agulha fina. Fonte da imagem: Citologia clínica 
de cães e gatos
Figura 2. Espalhar bem o material é 
essencial para o diagnóstico. Fonte da 
imagem: Citologia clínica de cães e gatos
19
CITOPATOLOGIA
CÓD EXAMES
PRAZO/
DIAS
87 CITOLOGIAS - PET 4
1082
PAINEL CITOLOGICO - ATE 3 
LOCAIS DISTINTOS
5
408
PESQUISA DE LEISHMANIA 
SP.
4
355
PESQUISA DE SARNA E 
FUNGOS FILAMENTOSOS
1
56
GRAM - MICROSCOPIA 
DIRETA
1
51 CULTURA C/ ANTIBIOGRAMA 4
759
CULTURA DE FUNGOS COM 
ANTIFUNGIGRAMA
30
255 CULTURA DE FUNGOS 15
microscópio. Podem ser utilizados 
porta lâminas de plástico ou isopor 
para o transporte. Deve sempre seguir 
identificadas a lápis para evitar que 
a marcação dissolva no momento da 
coloração e seguir identificadas (nome 
do paciente, tutor e local de coleta) 
juntamente com a requisição. As lâminas 
devem estar secas antes de guardadas, 
isso evita a degeneração celular. É preciso 
atenção especial para que as lâminas não 
colem umas às outras, o que interfere na 
avaliação citológica. 
Avaliação
Para garantir uma avaliação citológica 
precisa, é importante que seja feita 
uma boa coleta, que sejam fornecidas 
informações sobre as características da 
lesão, local de coleta e dados do animal. 
É essencial ainda que o patologista seja 
treinado e esteja atualizado para que 
identifique as células e saiba interpretá-
las com propriedade. 
Lesões Inflamatórias e Infecciosas
Alguns agentes infecciosos comuns 
de serem diagnosticados no exame 
citológico da pele são os fungos, como 
Sporothrix spp. (Figura 3) Malassezia 
pachydermatis e Cryptococcus spp. 
(Figura 4); e os protozoários como 
a Leishmania spp.. As bactérias são 
reconhecidas quanto a forma, as quais 
podem ser cocoides, bacilares ou 
filamentosas. A determinação das suas 
características quanto a coloração é 
possível quando utilizada a técnica de 
Gram, o que permite a diferenciação 
entre bactérias gram-positivas e 
gram-negativas. Nos casos de agentes 
infecciosos, é interessante o emprego 
de outras técnicas complementares que 
confirmem o diagnóstico e façam a 
caracterização etiológica do agente. Para 
isso, pode ser utilizada cultura, PCR, 
dentre outras.
Lesões Inflamatórias e não 
Infecciosas
As lesões inflamatórias podem não 
ser causadas por agentes infecciosos, 
podendo ser reações alérgicas, doenças 
autoimunes, reação por corpo estranho 
ou traumáticas. É importante a 
associação com os aspectos clínicos e 
epidemiológicos para determinação 
mais precisa do diagnóstico. 
Neoplásico
Os achados citológicos geralmente 
indicam a origem celular e o potencial 
maligno da neoplasia. Podem ser 
morfologicamente caracterizados como 
sendo células redondas ou de origem 
mesenquimal ou epitelial. 
Neoplasia de Células Redondas
Esse tipo neoplásico tem maior potencial 
esfoliativo, o que proporciona amostras 
citológicas com alta celularidade. 
Dentre os mais comumente observados 
em neoplasias cutâneas, estão o 
mastocitoma, linfoma, histiocitoma, 
tumor venéreo transmissível (TVT) 
e o plasmocitoma. Algumas vezes o 
melanoma pode assumir esse padrão 
individual e redondo. O esfregaço deve 
ser analisado criteriosamente para 
distinguir de células inflamatórias, que 
podem até mesmo coexistir. 
Mesenquimais 
A diferenciação dos vários tipos de 
neoplasias mesenquimais na citologia 
é difícil e geralmente, o diagnóstico 
se limita a identificar a formação 
como células mesenquimais atípicas. 
Deve ser considerada a possibilidade 
de ser tecido reacional que apresenta 
características de células anaplásicas. 
Algumas neoplasias malignas que se 
encaixam nesta classificação são o 
fibrossarcoma, hemangiossarcoma 
e o hemangiopericitoma. Dentre os 
benignos comumente observados há 
o fibroma, hemangioma e lipoma. 
Este último apresenta características 
particulares o quepermite um maior 
direcionamento diagnóstico. 
Neoplasia Epitelial
As neoplasias epiteliais correspondem 
aos tumores anexiais (neoplasia sebácea, 
apócrina, folicular e de glândula 
perianal), de células epiteliais superficiais 
escamosas (carcinoma de células 
escamosas, papiloma) e de subcutâneo 
(salivar, por exemplo). Tendem a esfoliar 
grupos coesos de células epiteliais, porém, 
células individuais também podem ser 
vistas. São frequentemente ulceradas, 
por isso a utilização de técnicas de coleta 
como a BAF e por escarificação tendem a 
ter mais sucesso.
Figura 3. Macrófago fagocitando formas 
leveduriformes de Sporothrix spp.
Figura 4. Grande quantidade de estruturas com 
morfologia compatível com Cryptococcus spp.
20
CITOPATOLOGIA
CITOLOGIA NO DIAGNÓSTICO DE PROCESSOS NEOPLÁSICOS
Autor: Nátali Bruna Estanislau Silva
Médica Veterinária, aprimoranda em Patologia Animal UNESP - Araçatuba.
E-mail para correspondência: bruestanislaus@hotmail.com
Figura 1. Classificação das neoplasias.
Introdução
A prevalência de neoplasias nos animais 
vem aumentando consideravelmente, e 
com isso, se estabelecem métodos que 
auxiliam no diagnóstico e prognóstico 
desses pacientes. A citologia tem sido 
muito utilizada na medicina veterinária 
devido a sua fácil realização, baixo 
custo, diagnóstico rápido e por ser um 
método pouco invasivo. É considerado 
um exame de triagem sendo realizado 
primariamente à histopatologia, e 
se baseia na morfologia das células 
coletadas do local desejado, a fim de 
diagnosticá-las através de sua coloração 
e visualização em microscópio óptico e 
pode alterar ou eliminar a necessidade 
de um procedimento cirúrgico.
Classificação
As células obtidas através do exame 
citopatológico podem ser características 
de um processo inflamatório (presença de 
neutrófilos, linfócitos, eosinófilos etc.) ou 
neoplásico (presença de células teciduais), 
e isso depende da sua predominância em 
todo material, sendo necessária uma boa 
coleta para um diagnóstico conclusivo. 
Neoplasia significa literalmente 
“nova formação” e sua classificação 
é baseada em suas características 
morfológicas em benignas e malignas e 
divididas em 4 categorias: epiteliais, 
mesenquimais, redondas e núcleos 
nus (Figura 1). Independentemente 
do tipo celular, as neoplasias benignas 
são compostas por células uniformes e 
basicamente do mesmo tamanho. Já as 
malignas apresentam alguns critérios 
de malignidade, como diferença do 
tamanho das células (anisocitose), 
diferença do tamanho do núcleo 
(anisocariose), pleomorfismo (diferença 
de tamanho e forma), presença de 
nucléolo evidente, acentuadas figuras 
de mitoses atípicas (divisão celular), 
multinucleações, entre outros (Tabela 1). 
Com relação à nomenclatura, neoplasias 
benignas recebem o tecido de origem 
+ sufixo OMA, como exemplo: lipoma 
(neoplasia benigna de adipócitos – 
células de gordura), adenoma (neoplasia 
benigna de células epiteliais glandulares), 
com exceção de linfoma, mastocitoma, 
melanoma e entre outros de menor 
acometimento, que apesar do sufixo 
são malignas. Já as neoplasias malignas 
são divididas em epiteliais, as quais 
apresentam tecido de origem + sufixo 
CARCINOMA e mesenquimais com 
tecido de origem + sufixo SARCOMA.
Epitelial
As neoplasias epiteliais apresentam 
alta celularidade com predomínio de 
células grandes, arredondadas por 
vezes poligonais, grande quantidade de 
citoplasma e boa delimitação, dispostas 
em grupos e aderidas umas às outras.
Tecidos glandulares parenquimatosos ou 
superfícies de revestimento são os mais 
frequentes. São exemplos de neoplasias 
epiteliais: 
- Adenoma: neoplasia benigna de origem 
glandular. São exemplos: adenoma 
sebáceo (glândula sebácea), adenoma de 
glândula hepatoide (glândula perianal), 
etc. As células glandulares apresentam 
citoplasma espumoso e são bem 
delimitadas. 
- Adenocarcinoma: neoplasia maligna 
de origem glandular. São exemplos: 
adenocarcinoma sebáceo (glândula 
CRITÉRIO DESCRIÇÃO
Anisocitose
Diferença no tamanho de 
citoplasma
Pleomorfismo
Variação de tamanho e 
forma das células e núcleos
Anisocariose
Diferença no tamanho de 
núcleos
Multinucleação
Presença de 2 ou mais 
núcleos na mesma célula
Nucléolo anormal
Nucléolos de tamanhos 
e formatos diferentes do 
esperado
Mitoses atípicas
Divisão celular anormal, 
formando células tripolares, 
multipolares ou perda de 
cromossomos
Cromatina grosseira
Núcleo com cromatina 
escura e densa
Amoldamento 
nuclear
Compressão de núcleos
Tabela 1. Critérios de malignidade. 
Figura 2. Espalhar bem o material é 
essencial para o diagnóstico. Fonte da 
imagem: Citologia clínica de cães e gatos
21
CITOPATOLOGIA
sebácea), adenocarcinoma de glândula 
hepatoide (glândula perianal), etc. 
Citologicamente, a amostra é composta 
por células com citoplasma espumoso, 
pleomorfismo (diferença de tamanho e 
forma) e outros critérios de malignidade. 
- Carcinoma: neoplasia maligna das 
demais células epiteliais. São exemplos: 
carcinoma de células escamosas (células 
epiteliais escamosas), carcinoma 
mamário (células do tecido mamário) 
etc. As células apresentam-se em grupos, 
com formato arredondado a poligonal e 
critérios de malignidade (Figura 2). 
Mesenquimal
As neoplasias de origem mesenquimal 
normalmente apresentam baixa 
celularidade e são compostas por células 
de formato fusiforme (alongado) a 
estrelado, citoplasma mal definido e 
na maioria dos casos, são visualizadas 
individualmente, mas também podem 
formar grupos. As células mesenquimais 
não apresentam características 
específicas, o que dificulta a distinção dos 
tumores, sendo indicada a realização de 
exame histopatológico. Frequentemente, 
tem origem em elementos do tecido 
conjuntivo, como fibroblastos, 
osteoblastos, tecido muscular, vasos 
sanguíneos e outros. São exemplos: 
- Osteoma: neoplasia benigna originada 
por osteoblastos (células ósseas), 
raramente encontrada em cães e gatos. 
Apresentam-se como massas firmes 
aderidas ao osso e os locais mais 
acometidos são mandíbula, maxila, 
seios nasais e ossos do crânio. As 
amostras apresentam pouca celularidade 
e uniformidade. - Osteossarcoma: 
neoplasia maligna de osteoblastos 
(células ósseas). Apresenta-se na 
forma esquelética e extra esquelética, 
acometendo principalmente animais 
de grande porte e idosos em regiões 
de membros (porção distal de 
radio e proximal de úmero). São 
altamente invasivos e metastáticos. 
Citologicamente, são observadas células 
mesenquimais pleomórficas (diferença 
de tamanho e formas) com presença 
de matriz osteoide eosinofílica (rosa) 
(Figura 3). - Hemangioma: neoplasia 
benigna originada de vaso sanguíneo. 
Muito comum em região abdominal, 
ventral e inguinal. Os nódulos são 
bem delimitados e avermelhados. 
Citologicamente, é composto por 
discreta quantidade de células alongadas 
uniformes (parecidas) e acentuada 
quantidade de sangue. 
- Hemangiossarcoma: neoplasia 
maligna originada de vaso sanguíneo. 
Pode acometer um único órgão ou ser 
multicêntrico, sendo encontrado no 
baço, átrio direito, tecido subcutâneo e 
fígado. Os nódulos são bem delimitados 
e avermelhados. Citologicamente, a 
amostra é composta por acentuada 
quantidade de sangue e discreta a 
moderada quantidade de células 
alongadas, as quais apresentam critérios 
de malignidade (Figura 4). 
- Fibroma: neoplasia benigna originada 
por fibroblastos (tecido conjuntivo). 
Frequentemente cabeça, membros 
e vagina são os mais acometidos. 
Apresentam baixa celularidade e as 
mesmas são uniformes (parecidas). 
- Fibrossarcoma: neoplasia maligna 
originada por fibroblastos (tecido 
conjuntivo). Membros, tronco e 
cabeça são lugares predispostos. São 
visualizados como uma única massa, 
mal delimitada e na maioria das vezes 
ulcerada. Na citologia apresentam-se 
mais celulares que os fibromas e com 
critérios de malignidade. 
- Leiomioma: neoplasia benigna da 
musculatura lisa. Pode ser encontrada 
em todas as regiões que apresentam 
musculatura lisa:traqueia, esôfago, 
estômago, reto, rim, uretra, útero, vagina 
e vasos sanguíneos. Citologicamente 
observam-se células fusiformes com 
“formato de charuto”, individualizadas e 
sem atipias. 
- Leiomiossarcoma: neoplasia maligna 
da musculatura lisa. Pode ser encontrada 
em todas as regiões que apresentam 
musculatura lisa: traqueia, esôfago, 
estômago, reto, rim, uretra, útero, 
vagina e vasos sanguíneos. Na citologia 
a amostra é composta por células 
pleomórficas (diferentes tamanhos 
e formas) e moderada a acentuada 
quantidade de mitose (divisão celular).
- Rabdomioma: neoplasia benigna da 
musculatura estriada, porém, pouco 
frequente. Pode ser individual ou 
multicêntrico e acomete o miocárdio, 
laringe e região da cabeça. As células 
possuem formato poligonal e apresentam 
vacuolizações e estrias no citoplasma. 
- Rabdomiossarcoma: neoplasia maligna 
da musculatura estriada, altamente 
invasivo e metastático. Citologicamente, 
a amostra é composta por células 
fusiformes pleomórficas (diferença de 
tamanho ou forma), múltiplos nucléolos 
evidentes e multinucleações. 
** Melanoma e lipoma ainda causam 
algumas divergências entre os autores, 
onde alguns os classificam como 
mesenquimais e outros como de células 
redondas.
Células Redondas
Neoplasias de células redondas 
apresentam moderada celularidade 
e como o próprio nome diz, são de 
formato circular com citoplasma bem 
delimitado (visível), e são encontradas 
individualmente na maioria dos casos, 
porém, com grande proximidade entre 
elas. Incluem-se nessa categoria células 
hematopoiéticas, como: mastócitos, 
plasmócitos, linfócitos, TVT, melanoma, 
lipoma etc. 
- Mastocitoma: neoplasia de 
mastócitos (célula inflamatória). Seu 
comportamento biológico depende 
da sua localização e da graduação 
morfológica. Pode se desenvolver em 
vários órgãos, porém, a pele é a mais 
acometida, sendo bolsa escrotal, períneo, 
região interdigital e junção mucocutânea 
os mais agressivos. A apresentação 
Figura 3. Citologia de osteossarcoma canino. 
Presença de células mesenquimais por vezes 
estreladas, cromatina grosseira e discreta 
quantidade de matriz levemente eosinofílica. 
Figura 4. Citologia de hemangiossarcoma. 
Presença de células mesenquimais neoplásicas 
e grande quantidade de hemácias. 
22
CITOPATOLOGIA
citológica depende do grau de 
diferenciação das células, mas em geral, 
são células redondas bem delimitadas 
com grânulos intracitoplasmáticos em 
quantidade variável, grande quantidade 
de mitose (divisão celular), bi e 
multinucleações (Figura 5). 
- Plasmocitoma: neoplasia de 
plasmócitos. Apresenta-se como nódulo 
alopécico (sem pelos) e podem ser 
individuais ou múltiplos. É um tumor 
benigno, porém, há relatos de metástases 
e invasões nos tecidos adjacentes. As 
células são arredondadas com grande 
quantidade de citoplasma contendo halo 
perinuclear focal, núcleo excêntrico e 
acentuadas multinucleações.
- Linfoma: neoplasia maligna originada 
de linfócitos. Apresenta varias 
classificações que dependem de aspectos 
citológico, histológico, citoquímico, 
imunofenotípico e índice proliferativo. 
Mas em geral, as células são arredondadas 
com pouca relação núcleo citoplasma 
(quase do mesmo tamanho) (Figura 6). 
- Tumor Venéreo Transmissível (TVT): 
neoplasia que acomete principalmente 
cães sexualmente ativos e errantes. 
Apresenta um curso benigno, porém, 
há relatos de metástases. As amostras 
são compostas por alta celularidade, 
arredondadas e com presença de 
vacúolos intracitoplasmáticos (Figura 7). 
- 
Melanoma: neoplasia originada por 
melanócitos. Acometem regiões 
pigmentadas, cutâneas com pelos 
e cavidade oral. Citologicamente, 
apresenta células arredondadas a 
levemente fusiformes contendo 
pigmento de melanina em seu interior 
e grande pleomorfismo (diferença de 
tamanho e forma).
- Lipoma/Lipossarcoma: neoplasia 
benigna de adipócitos (células de 
gordura). Apresenta consistência 
macia e pode ou não estar aderido. 
Citologicamente, a amostra apresenta 
aspecto brilhante com gotículas de 
gordura que não secam. As células 
apresentam citoplasma amplo e claro 
e núcleo pequeno excêntrico. Já o 
lipossarcoma, apresenta células por 
vezes vacuolizadas, cromatina grosseira 
(escura) e nucléolo evidente. 
Núcleos Nus
Esta neoplasia apresenta moderada 
celularidade e com núcleos nus 
devido à fragilidade dessas células. 
São dispostas em fileiras e levemente 
aderidas, apresentando somente núcleos, 
já que o citoplasma é pouco definido 
(visível). Em geral, esses tumores estão 
relacionados com a parte endócrina 
ou neuroendócrina, como tumores de 
tireoide (Figura 8), células de ilhotas e 
paraganglionais. 
Considerações Finais 
Com o aumento na incidência das 
neoplasias nos animais domésticos, surge 
também a necessidade de diagnóstico e 
prognóstico favorável a esses pacientes, 
o qual deve ser realizado o mais rápido 
possível, assim que identificada alguma 
anormalidade pelos tutores, já que o 
melhor prognostico se dá ainda no início 
da doença. O exame citopatológico é um 
método diagnóstico confiável e muito 
indicado, porém, não é possível realizar 
algumas classificações e também avaliar 
margens cirúrgicas, o que fica a critério 
do exame histopatológico, mas pode ser 
realizado como método de triagem.
CÓD EXAMES
PRAZO/
DIAS
87 CITOLOGIAS - PET 4
1082
PAINEL CITOLOGICO - ATE 3 
LOCAIS DISTINTOS
5
453
CITOLOGIA ASPIRATIVA DE 
LIQUIDOS
5
663
CITOLOGIA DE LIQUIDO 
BRONCO - ALVEOLAR
4
178
CITOLOGIA DE LIQUIDO 
CAVITARIO
3
737
CELL BLOCK - 
CITOPATOLOGIA
4
Figura 6. Citologia de linfoma. Presença de células 
redondas com alta relação núcleo-citoplasma. 
Figura 8. Citologia de massa tireoidiana. 
Presença de células de núcleos nus 
e núcleos com cromatina frouxa.
Figura 5. Citologia de mastocitoma. 
Presença de células redondas apresentando 
grânulos basofílicos citoplasmáticos
Figura 7. Citologia de TVT. Presença de células 
redondas com vacúolos citoplasmáticos.
23
CITOPATOLOGIA
Na medicina veterinária, o exame 
citológico vem se popularizando no 
meio clinico por apresentar várias 
características positivas, sendo elas: 
baixo custo, procedimento de coleta 
rápido, método pouco invasivo, que não 
requer materiais de difícil aquisição e 
que não necessita, na maioria dos casos, 
de nenhum tipo de anestesia. Além 
disso, a interpretação e liberação dos 
resultados é mais rápida que a do exame 
histopatológico (Figura 1). A citologia 
é um método que analisa as células 
individualizadas, descamadas, expelidas 
ou retiradas da superfície de órgãos de 
diferentes partes do organismo e que 
visa guiar o clínico ao diagnóstico a 
partir da avaliação das lesões celulares. É 
importante entender que o a citologia é 
considerada um método de triagem, pois 
serve para guiar o clinico em direção às 
posturas futuras a serem tomadas com 
o quadro apresentado. Sendo assim, em 
alguns casos esse exame pode não ser 
o mais indicado. Uma desvantagem a 
ser levada em consideração é que nos 
casos de lesões neoplásicas, algumas 
características teciduais importantes para 
o prognóstico como: margens cirúrgicas, 
invasão local e contagem de número de 
mitoses não são avaliadas pelo exame 
citológico. Sendo assim, no caso de 
resultado de neoplasia maligna no exame 
citológico, decisões relacionadas com 
o prognóstico do caso e tratamento 
quimioterápico só devem ser tomadas 
após a confirmação do diagnóstico 
por meio do exame histopatológico. O 
sucesso diagnóstico deste exame depende 
diretamente da escolha do método de 
coleta, pois há métodos específicos para 
coleta de materiais distintos. A qualidade 
da amostra coletada, a conservação 
e o envio de forma correta para o 
laboratório são de grande importância 
diagnóstica. As informações referentes 
a idade, espécie e raça do animal, assim 
como o histórico clinico são ferramentas 
essenciais para o diagnóstico mais 
específico. Esse artigo tem como objetivo 
auxiliar o clínico veterinário a decidir 
se a citologia é o

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