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Forragicultura é o estudo de plantas forrageiras, utilizadas como alimento, e a interação destas com os animais, o solo e meio ambiente, sendo base para a manutenção dos sistemas de produção animal. Também chamada agrostologia. As plantas forrageiras, por sua vez, são plantas intei- ras (ou partes destas) que servem como alimento para os animais domésticos/silvestres. Os animais que se beneficiam com a forragem são: bovinos, caprinos, equinos, galinhas (caipiras), ovinos e suínos. A pressão de pastejo dos animais provocou o surgi- mento de plantas resistentes ao pisoteio - PLASTICIDADE FENOTÍPICA - mudanças morfológicas em resposta à mudanças no ambiente com função de se adaptar. - SELEÇÃO NATURAL/COEVOLUÇÃO: as plantas se desen- volveram junto dos herbívoros gigantes, como elefantes, girafas etc. Atualmente, existe uma grande variedade de forrageiras exóticas. Ex: capim tanzânia A rebrotação e a persistência de uma espécie forrageira no ambiente são influenciadas por três aspectos principais: área foliar residual = contribui com o vigor da rebrota- ção, área clorofilada, faz fotossíntese, ajuda na recuperação do organismo meristema = cria zonas capazes de produzir novos tecidos da planta reservas orgânicas = tubérculos, combustível para formação de uma nova planta com o mesmo DNA No Brasil, as plantas forrageiras foram introduzidas, em sua maioria, trazidas da África no período colonial, prin- cipalmente o capim-colonião. O crescimento do rebanho e do gado zebuíno no país acompanhou muitos programas de incentivos financeiros, principalmente a partir do século XX. Com isso, ocorreu a disseminação de plantas forrageiras do gênero Braquiária. Hoje, 22% do território é ocupado por pastagens. Forragem é a parte aérea de qualquer planta consumida pelo animal (gramíneas e leguminosas), podendo ser de dois tipos: pastagens ou conservados (feno e silagem) Pastagem é o lugar com a vegetação própria para colheita ou o gado pastar. Unidade de manejo fechada e separada de outras áreas. Contém bebedouro e cocho para sal. Piquete é uma subdivisão da pastagem. Pastejo é o ato do animal de colher a forragem com a boca; busca, apreensão e ingestão do alimento. Pasto é a vegetação utilizada para alimentação do gado, o terreno onde o gado fica, comunidade de plantas. Dossel = sinônimo de relvado, é a comunidade de plantas acima do solo, com todas as estruturas da planta. Pode ser aplicado para qualquer espécie vegetal, ex: dossel forrageiro INTRODUÇÃO E TERMINOLOGIAS LUIZA MESSEDER ZAHLUTH período de descanso do piquete = solo descansa Sistema de pastejo é a combinação integrada entre os componentes animal / planta / solo + fatores ambien- tais + método de pastejo, como objetivo de atingir metas. Métodos de lotação são procedimentos ou técnicas de manejo do pastejo, de forma que haja manipulação dos animais para atingir objetivos. Lotação = local dos animais na pastagem com con- trole de quando, o quê, como e quanto os animais podem pastejar. ➺ Lotação contínua = sem piquete ➺ Lotação intermitente ou rotacionada = piquetes com rodízio entre os animais Biomassa é o peso seco total da vegetação por unidade de área, em um momento específico (kg/ha). Massa de forragem é a quantidade total de forragem por unidade de área. Medida de caráter pontual. Oferta de forragem = peso de forragem por unidade de peso vivo animal. Relação entre a massa e o consumo potencial por hectare. É o inverso de pressão de pastejo. Acúmulo de forragem = aumento na massa de forra- gem de uma área de pastagem, por um período de tempo. Resíduo de forragem = massa de forragem que sobra depois do pastejo ou do corte quanto maior a intensidade de corte ou pastejo, menor o resíduo quanto maior o tempo de descanso do pastejo, maior o acúmulo de forragem Liteira ou serrapilheira = acúmulo de pedaços de plan- tas mortas na superfície do solo Forragem disponível é a porção de massa de forragem acessível para o consumo do animal, expressa em peso/ha. Senescência = processo de morte das células Desfolhação = por corte ou pastejo, é determinada pela altura de corte ou pastejo, ou seja, quanto da planta é removida. Frequência de desfolha = intervalo de tempo entre duas desfolhas. É inversamente proporcional ao período de descanso. Rebrotação = processo de crescimento das plantas após a desfolhação. Índice de área foliar (IAF) = relação entre a área das lâminas foliares e a área do terreno ocupada por aquela cultura. Unidade Animal = uma vaca adulta não-lactante, pe- sando 450kg, no estado de mantença. É expresso em PV, peso vivo. 1UA = 450 capacidade de suporte = numero de animais por uma área em uma ótima pressão de pastejo, lotação máxi- ma que permite um bom desempenho sem causar danos ao ecossistema subpastejo = sobre de forragem, menos animais que o local suporta superpastejo = excesso de animais para a quantidade de forragem Eficiência de pastejo = percentual de forragem consumida no tempo de pastejo. EXEMPLO: se antes da entrada dos animais havia 8000 kg de massa seca por hectare (8000kg.MS/ha) e depois do consumo dos animais sobrou 3000kg.MS/ha), a eficiência é de 8000 - 3000 = 5000 8000 - 100% 5000 - x% Pressão de pastejo = relação entre o número de animais e unidade de peso de forragem, por unidade de área. Relação entre o animal e a forragem. Taxa de lotação = quantidade de unidades animais por hectare em um período de tempo. Densidade de lotação = relação entre o número ou unida- de animal e a área de pastejo ocupada. PALATABILIDADE = ACEITABILIDADE = PREFERÊNCIA = VALOR FORRAGEIRO (os ruminantes possuem pouca funcionalidade das papilas gustativas) = caprinos mais seletivos que ovinos, mais seletivos que bovinos LUIZA MESSEDER ZAHLUTH EXEMPLO 3: Faça o diagnóstico de manejo do pastejo no capim Panicum maximum cv. mombaça. Capacidade de suporte: 3UA/ha Taxa de acúmulo de forragem: 250kg/ha/dia Área: 20ha Animais: 45 vacas 400kg PV PESO TOTAL = n° animais X peso = 45 X 400 = 18.000kg UA = 18.000/450 = 40UA TAXA DE LOTAÇÃO = 40/20 = 2UA/ha Está ocorrendo um subpastejo. Para que ocorra um pastejo bom, precisamos adicionar mais animais, ou seja, somar 1UA/ha para cehgar em 3UA/ha 450 kg - 1ha xkg - 20ha x = 450 X 20 x = 9.000 kg Dividindo pelo peso das vacas (400)... 9.000 / 400 = 22,5 vacas Ou seja, para deixar de ter um subpastejo, precisamos adicionar 22 vacas ao rebanho. EXEMPLO 4: Calcule a capacidade de suporte de um pasto de capim Brachiaria brizantha cv Marandu Taxa de acúmulo de forragem = 200kg MS/ha/dia Área: 20ha Animais: vacas com 400kg PV Consumo de Matéria Seca (CMS): 2,5% PC Eficiência de Pastejo (EP): 45% Passo 1. estimar o consumo de forragem 400kg X 2,5% CMS = 10kg MS/dia 10kg MS/dia - 45% x kg MS/dia - 100% x = 22,22kg MS/dia Passo 2. capacidade de suporte 200 kg MS / 22.22 = 9 UA/ha A taxa ótima de lotação é de 9UA/ha. OBS = caso o comando peça em unidades animais, o cálculo muda: 450kg X 2,5% = 11,25kgMX/dia - 45% 100% = 25kg MS/dia Capacidade suporte = 200/25 = 8UA/ha EXEMPLO 5: Uma fazenda com taxa de lotação 6UA/ha, se a pastagem for dividida em 4 piquetes de 0,25 e permanecer em cada um por 10 dias, qual a taxa de lotação por 180 dias e a densidade de lotação? 6UA em 0,25ha é a mesma coisa que 24UA em 1ha A taxa de lotação permanece a mesma pois con- tinuamos com 6UA em 1 hectare, porém agora divididos em piquetes. A densidade muda para 24UA/ha. 180 garrotes com 210kg PV em 15ha 80 bois com 480kg PV em 25ha 60 vacas com 400 pv em 20ha São realizados para saber se há super ou sublotação. EXEMPLO 1: Fazenda com 200 animais de 350kg de PV em 55ha. Calcule a taxa de lotação. Para saber a UA = número de animais X peso UA = 200 animais X 350kg UA = 70.000kg 1UA - 450kg XUA - 70.000kg X = 155,55UA Taxa de lotação = UA/ha 155,55 / 55 Taxa de lotação = 2,83UA/ha EXEMPLO 2: Calcule a taxa de lotação em uma fazenda com: Total de peso = 100.200kg UA = 222,66 Área total = 60ha Taxa de lotação = 222,66/60 Taxade lotação = 3,71 UA/ha Cálculos x = 62,5%
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