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Processo Civil I completo - Impressão

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Direito Processual I - Professor 
André Luiz Brum
Aula 1 1
Processo Civil I
Prof. Me. André Luiz Brum
André Luiz de Oliveira Brum
Introdução à conflitologia
● Decorrência do convívio em sociedade
● Interesses individuais impedidos por outros 
interesses
● Constante desequilíbrio das relações
● Lide: conflito de interesses qualificado por uma 
pretensão de direito resistida ou insatisfeita 
(Carnelutti)
Direito Processual I - Professor 
André Luiz Brum
Aula 1 2
Se o conflito de interesses é 
decorrência natural do convívio em 
sociedade e é constante, como 
permanecemos vivendo em 
sociedade?
Meios de resolução do conflito
● Evolução ou retrocesso histórico?
● - Autocomposição: autotutela (ontem e hoje),
conciliação, mediação e negociação (meios
alternativos????)
● -Heterocomposição: arbitragem e jurisdição
Juris dicção
● Poder-dever do Estado declarar e realizar o direito material
● Poder-dever delegado EXCLUSIVAMENTE ao Poder
Judiciário
● Características:
➢Unidade
➢Secundariedade
➢Imparcialidade
➢Substitutividade
➢Criatividade
➢Inércia
➢Definitividade
JURISDIÇÃO
Contenciosa
Voluntária
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Aula 1 3
Princípios da jurisdição
● Juízo natural (CF, art. 5º, XXXVII e
LIII)
● Imparcialidade (art. 144, 145 e 148)
● Improrrogabilidade (ATENÇÃO)
● Inafastabilidade (CF, art. 5º, XXXV e 
LINDB, ART. 4º)
Ação
● Direito público
● Subjetivo
● Pronunciamento jurisdicional (apenas?)
● Sobre controvérsia deduzida no processo
● Acesso ao Judiciário – efetividade jurisdicional
● Elementos da ação (art. 319, II, III e IV):
-Objetivos:
• Causa de pedir
● Pedido
-Subjetivo: 
● Partes
Ação
Próxima
Remota
Imediato
Mediato
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Aula 1 4
Ação
Estado-Juiz
Demandante Demandado Fatos e fundamentos
Pretensões
Pedidos
P
R
O
N
U
N
C
I
A
M
E
N
T
O
Ação
● Condições (art. 17):
● Legitimidade ad causam 
● Interesse de agir
�Necessidade
�Utilidade
�Adequação
Ação
● Classificação
● Conhecimento
● Execução
● Cautelar e o Novo Código de Processo 
Civil
Declaratória
Condenatória
Constitutiva
Mandamental 
Executiva
Teo
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Te
o
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u
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á
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Aula 1 5
VAMOS PRATICAR?
Conceitue e exemplifique
• Ações pessoais e reais
• Ações petitórias e possessórias
• Ações mobiliárias e imobiliárias
• Ações principais e acessórias/dependentes
Como exercer a ação e fazer 
justiça?
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Aula 1 6
•Processo
•Procedimento = Rito
•Ato
•Auto
•Autos
Processo
Princípios:
1. Devido processo 
legal
2. Efetividade
3. Adequabilidade
4. Impulso oficial
5. Contraditório
6. Cooperação e 
lealdade
7. Duração razoável do 
processo
8. Publicidade
9. Motivação
10. Duplo grau de 
jurisdição
11. Persuasão racional 
do juiz
12. Instrumentalidade 
das formas
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Aula 1 7
Pressupostos processuais
● De existência: capacidade de ser parte,
existência de órgão jurisdicional e existência de
uma demanda
● De validade: competência do órgão
jurisdicional, imparcialidade do juiz, capacidade
processual e postulatória; respeito ao
formalismo processual; inexistência de
litispendência, perempção, coisa julgada ou
convenção de arbitragem
Pressupostos de existência Pressupostos de validade
Capacidade de ser parte Capacidade processual
Capacidade postulatória
Existência de órgão 
jurisdicional
Juiz competente
Juiz imparcial
LIDE
Respeito ao formalismo 
processual
Inexistência de 
compromisso/cláusula 
arbitral
Inexistência de perempção 
(art. 486, §3º)
Inexistência de litispendência 
(art. 337, §§ 1º, 2º e 3º)
Inexistência de coisa julgada 
(art. 337, §§ 1º, 2º e 4º)
SU
B
JE
TI
V
O
S
O
B
JE
TI
V
O
VAMOS PRATICAR?
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Aula 1 8
PRESSUPOSTOS DE VALIDADE
Pressupostos positivos Pressupostos negativos
Processo Civil I
Prof. Me. André Luiz Brum
Sujeitos do processo
• Advogados
• Ministério Público
• Oficial de Justiça
• Serventuários
• Perito
• Leiloeiro
• Intérprete
• Porteiro
• Tradutor
Estado-Juiz
Autor Réu
Pretensões
ESQUEMA MÍNIMO
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Aula 1 9
Capacidade de ser parte
• Pessoas Físicas e Jurídicas
• Entes despersonalizados – art. 75, V, VI, VII, IX e XI
• Nascituro 
�Trata-se de pressuposto de existência do 
processo
Capacidade para estar em juízo
• Detém capacidade de estar em juízo quem 
estiver no pleno gozo de sua capacidade civil 
(art. 70);
• Os demais serão representados ou assistidos 
(art. 71);
�São sinônimos: capacidade processual,
capacidade judiciária ou legitimidade ad
processum
�Trata-se de pressuposto de
desenvolvimento válido e regular do
Capacidade para estar em juízo
Representados
• Absolutamente incapaz (menor 
de 16 anos)
• Nascituro
~art. 75~
• Pessoas jurídicas
• Massa falida
• Herança jacente ou vacante
• Espólio
• Sociedade irregular
• Condomínio
Assistidos
• os maiores de dezesseis e 
menores de dezoito anos;
• os ébrios habituais e os 
viciados em tóxico; 
• aqueles que, por causa 
transitória ou permanente, 
não puderem exprimir sua 
vontade
• os pródigos.
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Aula 1 10
QUESTÕES ESPECIAIS ACERCA 
DA CAPACIDADE
Intervenção do cônjuge e curador especial
Cônjuge
• Pessoas casadas são, em regra, plenamente 
capazes (civil e processualmente);
• Excepcionalmente exige-se (art. 73):
a) Autorização do cônjuge para propositura de 
ações que versem sobre direito real (art. 1225, 
CC) imobiliário, salvo separação de bens (ver 
art. 74);
b) Citação de ambos os cônjuges em ação:
I - que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o
regime de separação absoluta de bens;
II - resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato
praticado por eles;
III - fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da
família;
IV - que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a
extinção de ônus sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges.
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Aula 1 11
Cônjuge
• Nas ações possessórias, somente será 
necessária a participação do cônjuge em caso 
de composse ou ato praticado por ambos;
• Aplicam-se essas regras aos casos de união 
estável
�Trata-se de pressuposto de 
desenvolvimento válido e regular do 
processo
Curador especial
• Efetiva o contraditório e igualdade material entre as 
partes
• É função da Defensoria Pública
• Será nomeado ao:
I - incapaz, se não tiver representante legal ou se os 
interesses deste colidirem com os daquele, enquanto durar 
a incapacidade;
II - réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital 
ou com hora certa, enquanto não for constituído advogado.
Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da
representação da parte, o juiz suspenderá o processo e designará prazo
razoável para que seja sanado o vício.
§ 1o Descumprida a determinação, caso o processo esteja na instância
originária:
I - o processo será extinto, se a providência couber ao autor;
II - o réu será considerado revel, se a providência lhe couber;
III - o terceiro será considerado revel ou excluído do processo,
dependendo do polo em que se encontre.
§ 2o Descumprida a determinação em fase recursal perante tribunal de
justiça, tribunal regional federal ou tribunal superior, o relator:
I - não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente;
II - determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência
couber ao recorrido.
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Aula 1 12
Partes
• Sujeitos parciais do processo
• Legitimidade X capacidade de ser parte X 
capacidade de estar em juízo X capacidade 
postulatória
• Legitimidade extraordinária ou substituição 
processual
�Quando a lei permite que uma pessoa 
pleiteie,em nome próprio, direito de 
outrem
• Legitimidade extraordinária X representação
• Substituição processual X sucessão processual
VAMOS PRATICAR?
• Encontre 3 casos de 
substituição processual
1. ____________________
______
2. ____________________
______
3. ____________________
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Aula 1 13
Substituição processual
• Art. 108: somente nos casos previstos em lei
� Alienação da coisa litigiosa (art. 109):
-Não altera a legitimidade
-Pode haver sucessão mediante autorização da 
parte ex adversa
-Não havendo autorização, o adquirente ou 
cessionário poderá integrar a lide como assistente
-Em qualquer hipótese, os efeitos da coisa julgada 
acompanharão o bem, de modo a atingir o 
alienante/cedente e adquirente/cessionário
Sucessão processual
� Sucessão por morte (art. 110): espólio assume a 
legitimidade, sendo representado pelo inventariante
-Poderá haver suspensão do feito até que o espólio 
se habilite ou o interessado requeira sua intimação
� Sucessão de advogados (art. 111 e 112):
-Se ocorrer por iniciativa da parte, deverá constituir 
novo advogado no ato;
-Se ocorrer por iniciativa do advogado, este deverá 
conceder o prazo de 10 dias para que seu assistido 
nomeie novo profissional, devendo permanecer na 
defesa durante este período;
Capacidade postulatória e o 
advogado
• Advogado é essencial à administração da Justiça (art. 133, CF)
• Capacidade postulatória é conferida ao advogado (art. 1º, Lei 8906), 
salvo:
� Juizado Especial
� Habeas corpus
� Reclamação Trabalhista
Art. 103. A parte será representada em juízo por advogado
regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil.
Parágrafo único. É lícito à parte postular em causa própria quando
tiver habilitação legal.
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Aula 1 14
Procuração
• Instrumento que aperfeiçoa o mandato, essencial à 
representação judicial (art. 104)
Art. 105. A procuração geral para o foro , outorgada
por instrumento público ou particular assinado pela
parte, habilita o advogado a praticar todos os atos do
processo, exceto receber citação, confessar,
reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir,
renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação,
receber, dar quitação, firmar compromisso e assinar
declaração de hipossuficiência econômica, que devem
constar de cláusula específica.
PROCURAÇÃO.pdf
Deveres dos sujeitos
• Art. 77
• Litigância de má-fé: art. 80 e 81
-Sanção processual
-Hipóteses taxativas
-Multa de 1 a 10% (ou até 10 s. m.)+indenizar os 
prejuízos+pagar as despesas+pagar honorários
-2 ou mais litigantes: o juiz condenará na proporção 
da participação de cada litigante, podendo 
condenar solidariamente se os litigantes se 
coligaram em prejuízo da parte adversa
LITISCONSÓRCIO
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Considerações gerais
• Trata-se de pluralidade de partes em um ou 
ambos os polos da ação;
• É admitido em qualquer procedimento
�Pode ser limitado pelo juiz 
(litisconsórcio multitudinário – art. 113, 
§1º)
Classificações
Critério Classificações
Quanto ao momento de formação Inicial
Ulterior
Quanto ao polo Ativo
Passivo
Quanto à obrigatoriedade Facultativo (art. 113)
Necessário (art. 114)
Quanto à uniformidade da decisão Simples
Unitário (art. 116)
Art. 117. Os litisconsortes serão
considerados, em suas relações com a
parte adversa, como litigantes distintos,
exceto no litisconsórcio unitário, caso em
que os atos e as omissões de um não
prejudicarão os outros, mas os poderão
beneficiar.
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Aula 1 16
VAMOS PRATICAR?
É POSSÍVEL LITISCONSÓRCIO 
ATIVO NECESSÁRIO? 
FUNDAMENTE.
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
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Aula 1 17
Aspectos gerais
• Terceiro: pessoa estranha à relação autor-
juiz-réu com interesse jurídico;
• Natureza de incidente processual;
• Não cabe:
� Controle concentrado de
constitucionalidade (ADI, ADPF, ADCon) –
cabe amicus curiae, classificado por parte
da doutrina como terceiro interveniente
(Novo CPC adota esta corrente)
Classificações
• Quanto à iniciativa
� Espontânea
� Assistência
� Provocada
� Chamamento ao processo
� Denunciação à lide
� Desconsideração da personalidade jurídica
• Quanto à lide
� Por inserção
� Assistência
� Chamamento ao processo
Modalidade Espontâne
a
Provocada De 
ofício
Por 
inserção
Por 
ação
Autônoma
Denunciação 
à lide
Chamamento 
ao processo 
Assistência
Amicus
Curiae
Desc. Pers. 
Jurídica
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ASSISTÊNCIA
art. 119 a 124
Das espécies de intervenção de terceiros
Assistência
• Modalidade de intervenção de terceiro espontânea por 
inserção; 
• Terceiro com interesse jurídico intervém no feito para
colaborar com uma das partes, cuja vitória lhe interessa
JURIDICAMENTE;
� Relação jurídica entre uma das partes (assistida)
e um terceiro (assistente);
� Possibilidade do julgamento do feito intervir
nessa relação jurídica.
• Art.119
Assistência - modalidades
Simples ou adesiva
• Assistente tem
legitimidade extraordinária
subordinada;
• Mero coadjuvante (?);
• Não pode praticar ato
oposto à postura do
assistido;
• Assistido revel/omisso:
substituto processual
Litisconsorcial ou qualificada
• Assistente atua como parte, tendo
legitimidade;
• Não se sujeita à atuação do
assistido;
• É verdadeira parte;
• Pode praticar atos opostos ao do
assistido;
• Assistido revel (art. 344): os atos
de um não prejudicam o outro
(rever regras do litisconsórcio)
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Aula 1 19
DENUNCIAÇÃO À LIDE
art. 125 a 129
Das espécies de intervenção de terceiros
Denunciação à lide
• Modalidade de intervenção de terceiro 
provocada por ação;
• Visa garantir o direito de regresso; 
• Ação regressiva in simultaneus processus;
• Duas lides em um só processo;
� Autor versus réu
� Denunciante versus denunciado
� Autor E réu podem fazer 
denunciação à lide
Obrigatória?
Art. 125, §1º
Denunciação à lide
• Citação: art. 126
• Não é cabível: processo de execução, processo
cautelar, relações de consumo (art. 88 do CDC
versus Resp 1.123.195: cabível em casos de
defeito do serviço?)
• Denunciações múltiplas/sucessivas e
denunciação per saltum art. 126, §2º (art. 456
do Código Civil - revogado);
• Sentença nula: falta de análise da denunciação
ou da ação (condenação direta do denunciado);
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Aula 1 20
Impossibilidade de condenação direta ou 
solidária do litisdenunciado
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL
NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.
DENUNCIAÇÃO. CONDENAÇÃO DIRETA DO
LITISDENUNCIADO. IMPOSSIBILIDADE NO
CASO CONCRETO. DENUNCIADO QUE SE
LIMITA A NEGAR O CABIMENTO DO
INCIDENTE. PRECEDENTES. SÚMULA 83/STJ.
1. Não tendo o litisdenunciado contestado a
lide principal, não passa a integrar a lide na
qualidade de litisconsorte do réu-
denunciante, de forma que não cabe sua
condenação direta a compor os prejuízos
reclamados pelo autor. Precedentes.
2. Agravo regimental a que se nega provimento.
(AgRg no AREsp 74.529/PB, Rel. Ministra MARIA
ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado
em 17/03/2015, DJe 24/03/2015)
Possibilidade de condenação direta e 
solidária do litisdenunciado
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Aula 1 21
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL
REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C DO
CPC. SEGURADORA LITISDENUNCIADA EM AÇÃO DE
REPARAÇÃO DE DANOS MOVIDA EM FACE DO
SEGURADO. CONDENAÇÃO DIRETA E SOLIDÁRIA.
POSSIBILIDADE.
1. Para fins do art. 543-C do CPC: Em ação de reparação de
danos movida em face do segurado, a Seguradora
denunciada pode ser condenada direta e solidariamente
junto com este a pagar a indenização devida à vítima, nos
limites contratados na apólice.
2. Recurso especial não provido.
(REsp 925.130/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO,
SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 08/02/2012, DJe 20/04/2012)
Requisitospara condenação direta e solidária 
do litisdenunciado
AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. DENUNCIAÇÃO
À LIDE. PRETENSÃO DE ANTERIOR CONDENAÇÃO DA
DENUNCIADA À OBRIGAÇÃO INADIMPLIDA PELO
DENUNCIANTE. LITISCONSÓRCIO PASSIVO NÃO VERIFICADO.
AUSÊNCIA DE SOLIDARIEDADE PASSIVA E DE BENEFÍCIO DE
ORDEM EM FAVOR DO DENUNCIANTE. REDISTRIBUIÇÃO DOS
ÔNUS DE SUCUMBÊNCIA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA N° 7/STJ.
RECURSO NÃO PROVIDO.
1- Em caráter excepcional, a condenação direta da denunciad a
à dívida cobrada pela autora ao denunciante somente poderia
ocorrer, segundo a jurisprudência do STJ, se a primeira
aceitasse a denunciação e se limitasse a contestar o pedido
deduzido na ação principal, transformando-se em litisconso rte
passivo do denunciante, o que não se verificou na espécie.
Precedentes do STJ.
2- Não é possível determinar que a seguradora (denunciada) pague
a dívida contraída pelo recorrente (denunciante) antes que este o
faça. Isso porque, além de inexistir solidariedade passiva entre eles
(CC/02, art. 265), conferir-se-ia ao recorrente benefício de ordem
não previsto em lei.
(...)
(AgRg no REsp 1235962/SP, Rel. Ministra MARIA ISABEL
GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em 22/11/2011, DJe
30/11/2011)
Direito Processual I - Professor 
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Aula 1 22
Estipulação em favor de
terceiro: o Código Civil como
exceção à regra da dupla ação
Ajuizamento e condenação
diretamente da seguradora
CIVIL. SEGURO. AÇÃO INDENIZATÓRIA.
DENUNCIAÇÃO. ACOLHIMENTO.
SEGURADORA. RESPONSABILIDADE
SOLIDÁRIA. DECORRÊNCIA. TÍTULO
JUDICIAL. CLÁUSULA CONTRATUAL.
SISTEMA DE REEMBOLSO. APLICAÇÃO
RESTRITA AO ÂMBITO ADMINISTRATIVO.
I - O entendimento desta Corte é assente
no sentido de que, em razão da
estipulação contratual em favor de
terceiro existente na apólice, a seguradora
pode ser demandada diretamente para
pagar a indenização.
(...)
(REsp 713.115/MG, Rel. Ministro CASTRO
FILHO, TERCEIRA TURMA, julgado em
21/11/2006, DJ 04/12/2006, p. 300)
Obrigação ≠ 
Condenaçã
o
Art. 436,
caput e
parágrafo
único do
Código Civil
EM QUALQUER CASO SERÁ
ADMITIDA A EXECUÇÃO DIRETA
CONTRA O DENUNCIADO
Art. 128, parágrafo único
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Aula 1 23
Denunciação à lide
• Ação improcedente: perda do objeto da
denunciação – extinção sem resolução do
mérito – falta de condição da ação
• Honorários:
�Havendo resistência do litisdenunciado
– cabível a condenação
�Não havendo resistência do
litisdenunciado – não será cabível
condenação
AÇÃO REGRESSIVA DE REPARAÇÃO DE DANO.
ACIDENTE DE TRÂNSITO. BEM MÓVEL.
TRANSFERÊNCIA DO DOMÍNIO. TRADIÇÃO.
ALIENAÇÃO EM DATA ANTERIOR A DO ACIDENTE.
COMPROVAÇÃO. ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM
DO ANTIGO PROPRIETÁRIO. RECONHECIMENTO.
DENUNCIAÇÃO DA LIDE. PERDA DO OBJETO PELA
IMPROCEDÊNCIA DA AÇÃO PRINCIPAL. HONORÁRIOS
DE SUCUMBÊNCIA DA LIDE SECUNDÁRIA DE
RESPONSABILIDADE DA DENUNCIANTE. PRINCÍPIOS
DA SUCUMBÊNCIA E DA CAUSALIDADE. (...) 2.
Incumbe à parte denunciante arcar com o pagamento da
verba honorária devida à denunciada e das despesas
processuais relativas à lide secundária quando a lide
principal é julgada improcedente, pois foi ela quem deu
causa à instauração da demanda paralela, visto que a falta
de denunciação não constituiria óbice a que o direito de
regresso fosse exercido em ação autônoma.Recurso
provido. (TJ-SP - APL: 1026851220058260002 SP
0102685-12.2005.8.26.0002, Relator: Gilberto Leme, Data
de Julgamento: 27/11/2012, 27ª Câmara de Direito Privado,
Data de Publicação: 04/12/2012)
Sucumbência e denunciação à lide
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Aula 1 24
Fenômeno Denunciante Denunciado
Ação e denunciação resistida
procedentes; 1x 1x
Ação e denunciação não-
resistida procedentes; 1x
Ação procedente e
denunciação improcedente; 2x
Resp 
142.79
6
NCPC
• Deixa de ser obrigatória em qualquer hipótese;
• Denunciação sucessiva: apenas uma vez
• Revogação do art. 456 do Código Civil –
denunciação per saltum proibida;
CHAMAMENTO AO PROCESSO
art. 130 a 132
Das espécies de intervenção de terceiros
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Aula 1 25
Chamamento ao processo
• Modalidade de intervenção de terceiro provocada
por inserção;
• Visa individualizar a parcela de responsabilidade de
cada coobrigado;
• Hipóteses: art. 130 do CPC e 788 e 1.698 do
Código Civil;
• Compete ao réu no prazo da contestação;
• Formação de litisconsórcio passivo ulterior
facultativo;
• Citação: art. 131
• Sentença contra o chamado tem validade para o
réu que satisfizer a dívida (art. 132)
Chamamento ao processo
• Obrigações alimentares (art. 1.698 do Código Civil)
� Subsidiariedade entre graus (do mais próximo para 
o mais distante) e solidariedade entre os de mesmo 
grau;
� Direito exercido pelo autor para provocar graus
imediatos (nesse caso nunca pelo réu) e pelo réu
para chamar parentes de mesmo grau (podendo o
autor, ao chamar um, chamar os demais, o que
tiraria a necessidade do réu em chamar os
parentes de mesmo grau);
INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO 
DA PERSONALIDADE JURÍDICA
ART. 133 A 137
Direito Processual I - Professor 
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Aula 1 26
Desconsideração da personalidade 
jurídica
• Observações quanto ao direito material:
�Teoria maior – art. 50 do CC versus Teoria
menor – art. 28 do CDC;
�Desconsideração da personalidade jurídica,
desconsideração inversa da personalidade
jurídica e múltiplas desconsiderações;
Desconsideração da personalidade 
jurídica
• Instaurado pela parte ou pelo Ministério Público (quando lhe couber intervir);
• Possibilidade expressa de desconsideração inversa;
• Necessidade de prévio contraditório;
• Requerida incidentalmente ou na petição inicial (art. 133, §2º);
• Como incidente suspende o processo;
� Prazo de 15 dias para defesa da pessoa física (inclusive
indicação de provas a produzir)
• Cabimento em qualquer fase do processo;
� A desconsideração será resolvida por decisão interlocutória passível de
Agravo de Instrumento, quando proferida pelo juiz de 1º grau, ou Agravo
Interno, quando proferida pelo relator o processo em Tribunal.
Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do
Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo.
§ 1º O pedidode desconsideraçãoda personalidade jurídica observará os pressupostos previstos em lei.
§ 2º Aplica-se o dispostoneste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da personalidade jurídica.
Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no
cumprimentode sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial.
§ 1º A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao distribuidor para as anotações devidas.
§ 2º Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica for requerida na
petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa
jurídica.
§ 3º A instauração do incidente suspenderáo processo, salvo na hipótese do § 2º.
§ 4º O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais específicos para desconsideração
da personalidade jurídica.
Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e requerer as provas
cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias.
Art. 136. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisão interlocutória.
Parágrafo único. Se a decisão for proferidapelo relator, cabe agravo interno.
Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em fraude de
execução, será ineficaz em relação ao requerente.
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Aula 1 27
AMICUS CURIAE
ART. 138
Amicus Curiae
• Plural: Amici Curiae
• Intervenção em qualquer processo e em qualquer grau 
de jurisdição;
• Requisitos: a) relevância da matéria; b) especificidade do 
tema; c) repercussão social da controvérsia; d) 
representatividade adequada;
• Participação de pessoa natural ou jurídica;
• Não alteraa competência do processo;
• Poderá apresentar embargos de declaração e recurso 
em face da decisão que julga o incidente de resolução 
de demandas repetitivas.
Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da
matéria, a especificidade do tema objeto da demanda ou
a repercussão social da controvérsia, poderá, por
decisão irrecorrível, de ofício ou a requerimento das
partes ou de quem pretenda manifestar-se , solicitar
ou admitir a participação de pessoa natural ou jurídica,
órgão ou entidade especializada, com representatividade
adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua
intimação.
§ 1º A intervenção de que trata o caput não implica
alteração de competência nem autoriza a interposição de
recursos, ressalvadas a oposição de embargos de
declaração e a hipótese do § 3º.
§ 2º Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar
ou admitir a intervenção, definir os poderes do amicus
curiae.
§ 3º O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar
o incidente de resolução de
demandas repetitivas.
Direito Processual I - Professor 
André Luiz Brum
Aula 1 28
Competência
Conceito
• Distribuição do poder jurisdicional para facilitar a 
administração da Justiça;
• Medida da jurisdição;
• Demarcação dos limites em que cada juiz e 
tribunal pode atuar;
• Limites onde cada órgão pode exercer 
validamente sua jurisdição;
• Pressuposto processual de desenvolvimento 
válido do processo.
�Não-competência e não-jurisdição
Competência Internacional
(art. 21 a 24)
• Delimita a competência do Brasil diante dos
demais Estados;
• Visa garantir a efetividade jurisdicional, face à
soberania brasileira.
Direito Processual I - Professor 
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Aula 1 29
Competência do Brasil
�Domicílio do réu, qualquer que seja sua
nacionalidade; (ver parágrafo único)
�Obrigação a ser cumprida no Brasil;
�Ação decorrente de fato ou ato originado no
Brasil;
�Cláusula de submissão
�Consumidor domiciliado ou residente no Brasil;
�Alimentos quando o credor tiver domicílio ou
residência no Brasil ou se o devedor tiver
vínculos com o Brasil
� Imóveis situados no Brasil;
� Inventário e partilha de bens situados no Brasil,
em decorrência de divórcio ou causa mortis
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(art. 23
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Competência do Brasil
• As pessoas jurídicas que tenham filial ou 
sucursal no Brasil são consideradas 
domiciliadas no país;
• As ações intentadas no estrangeiro não geram 
litispendência;
• As sentenças proferidas no estrangeiro e 
(somente as) homologadas pelo STJ tem 
eficácia no Brasil (CF, art. 105, I, i);
• Quando ação tiver competência exclusiva do 
Brasil, será negado o exequatur.
Princípios aplicáveis
• Juízo natural : proibição dos tribunais de
exceção (CF, art. 5º, XXXVII) e respeito
absoluto às regras de fixação da competência
(art. 5º, LIII) – imparcialidade – tipicidade e
indisponibilidade (Resp 28848/SP)– poderes
implícitos (RE 571.572-8/BA)
Direito Processual I - Professor 
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Aula 1 30
Princípios aplicáveis
• Competência sobre a competência
(kompetenzkompetenz): todo órgão tem
competência para avaliar a própria (in)
competência – norma de ordem pública –
submetida a revisão
Princípios aplicáveis
• Perpetuatio jurisdictiones: perpetuação da 
competência – art. 43:
Determina-se a competência no momento do
registro ou da distribuição da petição inicial ,
sendo irrelevantes as modificações do estado de
fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo
quando suprimirem órgão judiciário ou
alterarem a competência absoluta.
Exceções:
Implícitas: propositura
perante órgão
absolutamente
incompetente
Explícitas:
Alteração de
competência absoluta
(criação, extinção,
modificação, etc), salvo
se já prolatada sentença
Distribuição da competência perante 
Juízos competentes
• Distribuição por sorteio:
Art. 284. Todos os processos estão
sujeitos a registro, devendo ser
distribuídos onde houver mais de
um juiz.
Art. 285. A distribuição, que poderá
ser eletrônica, será alternada e
aleatória, obedecendo-se rigorosa
igualdade.
Normas
detalhadas de
distribuição
devem ser
fixadas pelas
leis de
organização
judiciária
(COJE)
Direito Processual I - Professor 
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Aula 1 31
Classificação da competência
• Foro (território – CPC) e Juízo (unidade
jurisdicional – COJE)
• Originária (atribuído a um órgão para conhecer
da causa em primeiro lugar) e derivada
(atribuída a um órgão para conhecer da causa
em grau de recurso)
Competência relativa e absoluta
Observações quanto à (in)competência
• Trata-se de defeito processual – (ausência de)
pressuposto processual de desenvolvimento
válido do processo;
• No entanto, em regra, NÃO gera extinção do
feito, mas mero declínio da competência,
submetendo os atos à apreciação de validade;
�Nos Juizados Especiais, a incompetência
gera extinção (art. 51, III da Lei
9.099/95);
�Incompetência internacional gera
extinção do feito.
Direito Processual I - Professor 
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Aula 1 32
Fixando a competência...
(Nelson Nery Jr. E Rosa Nery)
1. Justiça brasileira?
2. Órgão típico (Tribunais, Juízes, etc) ou atípico 
(Câmara, Senado, Assembleia)?
3. Justiça especial (eleitoral, trabalhista ou 
militar)?
4. Se for comum, federal ou estadual?
5. Qual o foro competente (CPC)?
6. Qual a unidade competente (COJE)?
Critérios determinativos
• Matéria
• Ratione personae
• Funcional: graus de
jurisdição; fases do
processo; objeto do
Juízo
• Territorial;
• Valor da causa
Absoluta
Relativa
Exceções:
Juizados Especiais Federais
Juizados Especiais da Fazenda Pública
Extrapolação do teto da competência
Fixação territorial do foro 
(art. 46)
• Regra geral: domicílio do réu para causas
envolvendo direitos pessoais e reais mobiliários
�Réu com mais de um domicílio: qualquer um
deles;
�Réu com domicílio incerto ou desconhecido:
último domicílio ou domicílio do autor;
�Réu domiciliado no exterior: domicílio do autor;
�Autor e réu domiciliados no exterior: qualquer
foro;
�Vários réus com domicílios distintos: domicílio
de qualquer um
Direito Processual I - Professor 
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Aula 1 33
Fixação territorial do foro 
• Ações sobre direitos reais imobiliários: foro de 
situação da coisa (art. 47)
§ 1o O autor pode optar pelo foro de
domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o
litígio não recair sobre direito de
propriedade, vizinhança, servidão, divisão e
demarcação de terras e de nunciação de
obra nova.
§ 2o A ação possessória imobiliária será
proposta no foro de situação da coisa, cujo
juízo tem competência absoluta.
�Ação pauliana é ação de direito pessoal, 
ainda que o objeto do contrato seja 
imóvel; no entanto, se houver pedidos 
diretamente relativos ao imóvel, segue-
se a competência do art. 95;
�Ações edilícias são de direitos pessoais;
�Ações ex empto (previstas no art. 500 
do Código Civil) tem natureza pessoal;
Fixação territorial do foro 
• Foro de sucessão: domicílio do de cujus (art. 
48)
� Local de situação dos bens imóveis; ou
�Se não houver bens imóveis, o local 
onde estiver qualquer dos bens
Direito Processual I - Professor 
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Aula 1 34
Fixação territorial do foro 
• Ações contra ausentes: último domicílio (art. 49)
• Ações contra incapazes: foro do domicílio do 
representante ou assistente (art. 50)
• Divórcio, separação, anulação de casamento e 
reconhecimento ou extinção de união estável: 
domicílio do guardião do filho incapaz, do último 
domicílio do casal ou do réu, caso nenhum more no 
último domicílio (art. 53, I)
• Ações envolvendo alimentos: domicílio do 
alimentando (art. 53, II)
• Ações cíveis decorrentes de violência doméstica:
domicílio da vítima, do agressor ou do fato – à
escolha da vítima (art. 7º da Lei 11.340/2006 – LMP)
Fixação territorial do foro 
Art. 53: É competente o foro (...)
III - do lugar:
a) onde está a sede, para a ação em que for ré pessoa
jurídica;
b) onde se acha agência ou sucursal, quanto às
obrigações que a pessoa jurídica contraiu;
c)onde exerce suas atividades, para a ação em que for ré
sociedade ou associação sem personalidade jurídica;
d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em
que se lhe exigir o cumprimento;
e) de residência do idoso, para a causa que verse sobre
direito previsto no respectivo estatuto;
IV - do lugar do ato ou fato para a ação:
a) de reparação de dano;
b) em que for réu administrador ou gestor de
negócios alheios;
V - de domicílio do autor ou do local do fato, para
a ação de reparação de dano sofrido em razão de
delito ou acidente de veículos, inclusive
aeronaves.
Direito Processual I - Professor 
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Aula 1 35
Exceções
• Código de Defesa do Consumidor: competente
o foro do consumidor (art. 101, I)
• Estatuto do Idoso: domicílio do idoso
(competência absoluta para direitos difusos,
coletivos, individuais indisponíveis e
homogêneos; relativa para direitos individuais)
Valor da causa
• Hipótese de (in)competência relativa;
• CPC silente quanto ao valor da causa,
permitindo que as leis de organização judiciária
adotem o valor da causa como critério de
fixação da competência;
• Juizado Especial: até 40 salários-mínimos;
• Juizado Especial Federal e Juizado Especial da
Fazenda Pública: até 60 salários-mínimos –
ATENÇÃO: COMPETÊNCIA ABSOLUTA
NESTE CASO
Competência funcional
• Determinada de acordo com as funções 
desempenhadas pelo Magistrado dentro do 
processo;
�Por grau de jurisdição: originária ou 
recursal;
�Por fase processual: cognição e 
execução, por exemplo;
�Por objeto do juízo: uniformização de 
jurisprudência e declaração de 
inconstitucionalidade;
Direito Processual I - Professor 
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Aula 1 36
Competência material
• Decorre da natureza da relação jurídica de 
direito material: família, penal, falência, violência 
doméstica, etc.
• Leis de organização judiciária dispõem a 
respeito;
• Hipótese de (in)competência absoluta
Competência em razão da pessoa
• Critério Ratione personae;
• Trata-se da adoção de critério baseado na 
pessoa do litigante;
• Visa garantir o interesse público na resolução 
de determinadas causas;
• Ex.: Varas de Fazenda Pública
Modificação da competência
• Dá-se por prorrogação: um órgão assume a 
jurisdição de outro devido a um dos seguintes 
fenômenos:
�Não arguição de incompetência;
�Foro de eleição;
�Conexão;
�Continência
• Ocorre em casos de competência relativa
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Direito Processual I - Professor 
André Luiz Brum
Aula 1 37
Não-arguição da incompetência
• Art. 64 e 65
• Novo Código de Processo Civil extingue a
Exceção de Incompetência, mas sua arguição
permanece como única saída para evitar a
prorrogação da competência;
• Deve ser arguida na defesa.
Foro de eleição (art. 63)
• Visa eleger o foro que irá dirimir as questões
decorrentes de determinado negócio jurídico;
• O foro eleito deve constar expressamente do
instrumento, fazendo alusão ao contrato a que se
refere;
• Não se aplica à competência absoluta (art. 62);
• Obriga herdeiros e sucessores dos contratantes;
• Ver art. 78, CC
• Nos contratos de adesão, o Juiz poderá conhecer
de ofício a nulidade da cláusula e declinar da
competência ao foro de domicílio do réu (art. 63, §
3º) NCPC amplia a regra para “cláusulas abusivas”
Conexão e continência
• Conexão: ações com objeto ou causa de pedir 
idênticas (art. 55);
→Ex: reconvenção, oposição, embargos à 
execução, etc.
• Continência: ações com idênticas partes e 
causa de pedir, cujo objeto, por ser mais amplo, 
abarca o da outra ação (art. 56);
→Ex.: ação A pede anulação de contrato e 
ação B pede anulação de uma cláusula do 
contrato
Direito Processual I - Professor 
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Aula 1 38
• Podem ser conhecidas de ofício ou arguidas pelas
partes por meio de simples petição ou no corpo de
petição inicial, contestação, etc (art. 57 e 58);
• Processos devem ser reunidos para evitar
decisões conflitantes; NCP manda extinguir a ação
contida, caso proposta posteriormente à ação
continente
• Não é caso de Exceção, uma vez que não se trata
de incompetência: ambos os órgãos são
competentes;
• Possível conexão/continência entre processo de
conhecimento e execução*
* questão doutrinária polêmica – assumir este posicionamento nesta disciplina, mas
conhecer os argumentos da corrente oposta
Conexão e continência
Prevenção
• Critério de seleção entre dois Juízes
competentes em caso de conexão, continência
ou litispendência;
• A distribuição ou registro da ação torna prevento 
o juízo (art. 59)
Conflito de competência
• É o fato de dois mais Juízes se darem:
a) Por competentes (art. 66, I) – conflito positivo;
b) Por incompetentes (art. 66, II) – conflito 
negativo;
c) Divergirem quanto à reunião ou separação de 
processos – NCPC – art. 66, III
• Pode ser arguido pelo Magistrado, Ministério 
Público ou partes, exceto por quem já arguiu 
incompetência (art. 952)
Direito Processual I - Professor 
André Luiz Brum
Aula 1 39
Conflito de competência
• Como é o trâmite do conflito de competência?
Trabalho em grupo
• Reunir-se em grupos de 5 integrantes cada e 
apresentar trabalho sobre competência:
�Da Justiça Federal (Juízes e Tribunais Federais);
�Da Justiça Eleitoral (Juízes e Tribunais Eleitorais e 
TSE);
�Da Justiça do Trabalho (Juízes e Tribunais do Trabalho 
e TST);
�Da Justiça Militar (descrever estrutura do 1º grau ao 
STJM);
�Do Superior Tribunal de Justiça;
�Do Supremo Tribunal Federal.
• Apresentação: PRÓXIMA AULA
• Valor: 0,5 extra
• Trazer resumo impresso para todos os colegas e 
professor.
Processo Civil I
O Juiz e seus auxiliares
André Luiz Brum
Direito Processual I - Professor 
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Aula 1 40
Poder Judiciário
• (Desenho copiado no caderno)
• Garantias institucionais – garantem a 
independência do Judiciário com relação aos 
demais Poderes
�Autonomia funcional, administrativa e financeira 
(CF, art. 99)
�Escolha de seus dirigentes 
• Fundamento na soberania do povo e na forma 
republicana de governo
• Garante o Estado de Direito
Garantias do Juiz
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida
após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo,
nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz
estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial
transitada em julgado;
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público,
na forma do art. 93, VIII;
III - irredutibilidade de vencimentos, observado, quanto à
remuneração, o que dispõem os arts. 37, XI, 150, II, 153, III,
e 153, § 2º, I.
III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos
arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
Li
be
rd
ad
e
Garantias do Juiz
Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou
função, salvo uma de magistério;
II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou
participação em processo;
III - dedicar-se à atividade político-partidária.
IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou
contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou
privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;
V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se
afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do
cargo por aposentadoria ou exoneração.
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pa
rc
ia
lid
ad
e
Direito Processual I - Professor 
André Luiz Brum
Aula 1 41
Deveres do Juiz e auxiliares
• Indissociabilidade de poderes e deveres
• Monopólio da jurisdição versus direito de ação
• Inafastabilidade da jurisdição - CF: art. 5º, XXXV; 
LINDB: art. 4º; CPC:ART. 140
• Limites da decisão - CPC: art. 141
Deveres do Juiz e auxiliares
• Tratamento isonômico 
• Razoável duração do processo 
• Buscar a conciliação 
• Repreender atos atentatórios à dignidade da 
Justiça 
Responsabilidade do Juiz
Art. 143. O juiz responderá, civil e 
regressivamente, por perdas e danos quando:
I - no exercício de suas funções, proceder com dolo 
ou fraude;
II - recusar, omitirou retardar, sem justo motivo, 
providência que deva ordenar de ofício ou a 
requerimento da parte.
Parágrafo único. As hipóteses previstas no inciso II 
somente serão verificadas depois que a parte 
requerer ao juiz que determine a providência e o 
requerimento não for apreciado no prazo de 10 
(dez) dias.
Direito Processual I - Professor 
André Luiz Brum
Aula 1 42
O dever de imparcialidade
(pressuposto de desenvolvimento válido do processo)
• Impedimento – matéria de ordem 
pública;
• Deve ser conhecida de ofício ou por 
provocação;
• Independe de prova
• Cognoscível a qualquer tempo e em 
qualquer grau de jurisdição; 
• Pode desfazer a coisa julgada por meio 
de Rescisória.
Impedimento
Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no
processo:
I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou
como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como
testemunha;
II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão;
III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou
membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer
parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau,
inclusive;
IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou
parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau,
inclusive;
V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa
VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou
empregador de qualquer das partes;
VII - em que figure como parte instituição de
ensino com a qual tenha relação de emprego
ou decorrente de contrato de prestação de
serviços;
VIII - em que figure como parte cliente do
escritório de advocacia de seu cônjuge,
companheiro ou parente, consanguíneo ou
afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro
grau, inclusive, mesmo que patrocinado por
advogado de outro escritório;
IX - quando promover ação contra a parte ou
seu advogado.
Direito Processual I - Professor 
André Luiz Brum
Aula 1 43
• § 1o Na hipótese do inciso III, o impedimento só
se verifica quando o defensor público, o
advogado ou o membro do Ministério Público já
integrava o processo antes do início da
atividade judicante do juiz.
• § 2o É vedada a criação de fato superveniente a
fim de caracterizar impedimento do juiz.
§ 3o O impedimento previsto no inciso III também
se verifica no caso de mandato conferido a
membro de escritório de advocacia que tenha em
seus quadros advogado que individualmente
ostente a condição nele prevista, mesmo que não
intervenha diretamente no processo.
Direito Processual I - Professor 
André Luiz Brum
Aula 1 44
• Suspeição – matéria de cunho subjetivo, 
relativizada pela coisa julgada;
• Pode ser conhecida de ofício ou a 
requerimento;
• Se arguida e não acatada de plano, depende de 
prova;
• Cognoscível até o trânsito em julgado;
• Não desfaz a coisa julgada.
O dever de imparcialidade
(pressuposto de desenvolvimento válido do processo)
Suspeição
Art. 145. Há suspeição do juiz:
I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus
advogados;
II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na
causa antes ou depois de iniciado o processo, que aconselhar
alguma das partes acerca do objeto da causa ou que
subministrar meios para atender às despesas do litígio;
III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de
seu cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, em linha
reta até o terceiro grau, inclusive;
IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer
das partes.
§ 1o Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo
de foro íntimo, sem necessidade de declarar suas
razões.
§ 2o Será ilegítima a alegação de suspeição
quando:
I - houver sido provocada por quem a alega;
II - a parte que a alega houver praticado ato que
signifique manifesta aceitação do arguido.
Direito Processual I - Professor 
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Aula 1 45
Impedimento Suspeição
Matéria de ordem pública Matéria de cunho subjetivo
Gera nulidade Não gera nulidade, pois é 
relativizada pela coisa julgada
Deve ser conhecida de ofício 
ou por provocação
Pode ser conhecida de ofício 
ou a requerimento
Independe de prova Se arguida e não acatada de 
plano, depende de prova
Cognoscível a qualquer 
tempo e em qualquer grau de 
jurisdição
Cognoscível até o trânsito em 
julgado
Pode desfazer a coisa julgada 
por meio de Rescisória
Não desfaz a coisa julgada
Os auxiliares do Juiz
• Escrivão/Chefe de Secretaria – segunda maior autoridade da vara;
possibilidade de substituição ad hoc
• Oficial de Justiça
• Depositário
• Administrador
• Intérprete
• Tradutor
• Mediador
• Conciliador
• Partidor
• Perito
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Atos processuais
Direito Processual I - Professor 
André Luiz Brum
Aula 1 46
Conceito
• Ato processual é aquele que tem por fim
instaurar, desenvolver, modificar ou extinguir a
relação jurídico-processual.
• Atos das partes: praticados pelo autor, réu ou
Ministério Público (quando atuar como parte);
• Atos do Juiz: sentença, decisão e despacho (art.
203) – acórdão: conclusão de decisão colegiada;
• Atos do escrivão: atos de documentação e atos
de comunicação (art. 152 e 206 a 211)
Forma dos atos processuais
• Em regra, são livremente praticáveis (não solenes)
– art. 107, CC; art. 188, CPC;
• No entanto, a lei pode exigir-lhe formalidade
(solenes), sob pena de invalidade – art. 188;
• Devem ser praticados em Língua Portuguesa (art.
192);
• Documentos em outra língua devem ser traduzidos
pela via diplomática ou tradutor juramentado (art.
192, parágrafo único);
• Em geral são públicos, exceto quando a lei
determinar o trâmite em segredo de Justiça (art.
189)
Tempo e lugar dos atos processuais
• Regra: praticados na sede do Juízo, entre 6 e 
20h dos dias úteis (art. 212);
�Serão concluídos após às 20h, os que se 
iniciaram antes desse horário, se o adiamento 
causar prejuízo (art. 212, §1º);
�Citação, intimação e penhora poderão ser 
realizadas em domingos, feriados ou fora do 
horário, se a situação exigir (art. 212, §2º)
Direito Processual I - Professor 
André Luiz Brum
Aula 1 47
Atos durante férias ou feriados 
(art. 214)
• Podem ser praticados, mas há suspensão de
prazos:
�Tutela de urgência;
�Atos previstos no art. 212, §2º - Citação,
intimação e penhora;
Atos durante férias ou feriados 
(art. 215)
• Podem ser praticados, mas NÃO SUSPENDEM 
OS PRAZOS:
�Atos de jurisdição voluntária e os necessários
à conservação do direito;
�Alimentos e processos de nomeação e
remoção de curador;
�Outros que a lei determinar
IMPORTANTE
• Os atos praticados durante as férias não são
nulos, apenas não são obrigatórios, salvo os
previstos no art. 215;
• Os prazos ficam suspensos durante as férias
e voltam a correr no primeiro dia útil
subsequente (art. 220);
Direito Processual I - Professor 
André Luiz Brum
Aula 1 48
Prazo
• Conceito: período em que o ato processual 
pode ser validamente praticado;
� Varia do dies a quo ao dies ad quem
• Classificação:
� Legal ou judicial (art. 218);
� Próprios ou impróprios;
� Dilatórios ou peremptórios (art. 222, 
§1º);
� Comum, sucessivo e particular.
Art. 218. Os atos processuais serão realizados nos
prazos prescritos em lei.
§ 1o Quando a lei for omissa, o juiz determinará os prazos
em consideração à complexidade do ato.
§ 2o Quando a lei ou o juiz não determinar prazo, as
intimações somente obrigarão a comparecimento após
decorridas 48 (quarenta e oito) horas.
§ 3o Inexistindo preceito legal ou prazo
determinado pelo juiz, será de 5 (cinco) dias o
prazo para a prática de ato processual a cargo
da parte.
§ 4o Será considerado tempestivo o ato
praticado antes do termo inicial do prazo.
Benefício de prazo
• Litisconsortes com procuradores pertencentes a 
escritórios distintos em processo físico: prazo 
em dobro
• MP, Fazenda Pública e Defensoria Pública: 
prazo em dobro
Direito Processual I - ProfessorAndré Luiz Brum
Aula 1 49
Contagem do prazo
• Contam-se apenas os dias úteis (art. 219);
• Suspensão versus interrupção;
• Suspendem o curso do prazo:
� Férias ou recesso forense;
� Obstáculos criados pela parte adversa;
� Morte ou perda da capacidade processual 
das partes ou seus procuradores;
� Convenção das partes, quando se tratar 
de prazos dilatórios.
Termo inicial
• Exclui-se o dia de início e inclui-se o dia do 
vencimento (art. 224);
• Dia 1=1º dia útil após a intimação (art. 230), se 
ocorrida em dia útil;
�Não havendo expediente no dia da
intimação, considera-se feita no 1º dia
útil subsequente e o prazo começa a
correr no 2º(art.222);
• Regras de fixação do termo inicial (art. 231):
• I - a data de juntada aos autos do aviso de
recebimento, quando a citação ou a intimação
for pelo correio;
• II - a data de juntada aos autos do mandado
cumprido, quando a citação ou a intimação for
por oficial de justiça;
• III - a data de ocorrência da citação ou da
intimação, quando ela se der por ato do
escrivão ou do chefe de secretaria;
Termo inicial
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Aula 1 50
• IV - o dia útil seguinte ao fim da dilação
assinada pelo juiz, quando a citação ou a
intimação for por edital;
• V - o dia útil seguinte à consulta ao teor da
citação ou da intimação ou ao término do
prazo para que a consulta se dê, quando a
citação ou a intimação for eletrônica;
• VI - a data de juntada do comunicado de que
trata o art. 232 ou, não havendo esse, a data de
juntada da carta aos autos de origem
devidamente cumprida, quando a citação ou a
intimação se realizar em cumprimento de carta;
• VII - a data de publicação, quando a
intimação se der pelo Diário da Justiça
impresso ou eletrônico;
• VIII - o dia da carga, quando a intimação se
der por meio da retirada dos autos, em
carga, do cartório ou da secretaria.
§ 1o Quando houver mais de um réu, o dia do
começo do prazo para contestar corresponderá à
última das datas a que se referem os incisos I a VI
do caput.
§ 2o Havendo mais de um intimado, o prazo para
cada um é contado individualmente.
§ 3o Quando o ato tiver de ser praticado
diretamente pela parte ou por quem, de qualquer
forma, participe do processo, sem a intermediação
de representante judicial, o dia do começo do prazo
para cumprimento da determinação judicial
corresponderá à data em que se der a
comunicação.
§ 4o Aplica-se o disposto no inciso II do caput à
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Aula 1 51
Termo inicial
• Regras de fixação do termo inicial (art. 1003):
• Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso
conta-se da data em que os advogados, a
sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a
Defensoria Pública ou o Ministério Público são
intimados da decisão. (Ver parágrafos)
Termo final
• Inclui-se na contagem do prazo;
• Quando se der em dia sem expediente ou em
que o expediente terminou mais cedo ou
começou mais tarde ou dia sem disponibilidade
eletrônica do sistema, considera-se prorrogado
o prazo para o próximo dia útil (art. 224, §1º)
Indisponibilidade 
Res 185/2013 - CNJ
Art. 9º Considera-se indisponibilidade do sistema PJe a
falta de oferta ao público externo, diretamente ou por
meio de webservice, de qualquer dos seguintes serviços:
I – consulta aos autos digitais;
II – transmissão eletrônica de atos processuais; ou
III – acesso a citações, intimações ou notificações
eletrônicas.
§ 1º Não caracterizam indisponibilidade as falhas de
transmissão de dados entre as estações de trabalho do
público externo e a rede de comunicação pública, assim
como a impossibilidade técnica que decorra de falhas nos
equipamentos ou programas dos usuários.
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Aula 1 52
§ 2º É de responsabilidade do usuário:
I – o acesso ao seu provedor da internet e a
configuração do computador utilizado nas
transmissões eletrônicas;
II – o acompanhamento do regular recebimento
das petições e documentos transmitidos
eletronicamente;
III – a aquisição, por si ou pela instituição ao qual
está vinculado, do certificado digital, padrão ICP-
Brasil, emitido por Autoridade Certificadora
credenciada, e respectivo dispositivo criptográfico
portável.
Art. 11. Os prazos que vencerem no dia da
ocorrência de indisponibilidade de quaisquer dos
serviços referidos no art. 8º serão prorrogados
para o dia útil seguinte, quando:
I – a indisponibilidade for superior a 60 (sessenta)
minutos, ininterruptos ou não, se ocorrida entre
6h00 e 23h00; ou
II – ocorrer indisponibilidade entre 23h00 e 24h00.
§ 1º As indisponibilidades ocorridas entre 0h00 e 6h00
dos dias de expediente forense e as ocorridas em
feriados e finais de semana, a qualquer hora, não
produzirão o efeito do caput.
§ 2º Os prazos fixados em hora ou minuto serão
prorrogados até às 24h00 do dia útil seguinte quando:
I – ocorrer indisponibilidade superior a 60 (sessenta)
minutos, ininterruptos ou não, nas últimas 24 (vinte e
quatro) horas do prazo; ou
II – ocorrer indisponibilidade nos 60 (sessenta) minutos
anteriores ao seu término.
§ 3º A prorrogação de que trata este artigo será feita
automaticamente pelo sistema PJe.
Art. 12. A indisponibilidade previamente programada
produzirá as consequências previstas em lei e na
presente Resolução e será ostensivamente comunicada
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Aula 1 53
Publicações eletrônicas
• Lei 11.419/2006:
Art. 4º (...)
§ 3o Considera-se como data da
publicação o primeiro dia útil seguinte
ao da disponibilização da informação
no Diário da Justiça eletrônico.
§ 4o Os prazos processuais terão início
no primeiro dia útil que seguir ao
considerado como data da publicação.
Publicações eletrônicas
• Dia da disponibilização na Internet: NÃO 
CONTA;
• Dia em que se considera publicado o ato: NÃO 
CONTA;
• Dia seguinte: INÍCIO DO PRAZO!
• Cada um desses marcos deve recair sobre dia 
útil ou ser prorrogado para o 1º dia útil 
subsequente.
PJ-e
Art. 3o Consideram-se realizados os atos
processuais por meio eletrônico no dia e hora do
seu envio ao sistema do Poder Judiciário, do que
deverá ser fornecido protocolo eletrônico.
Parágrafo único. Quando a petição eletrônica for
enviada para atender prazo processual, serão
consideradas tempestivas as transmitidas até as
24 (vinte e quatro) horas do seu último dia.
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Aula 1 54
• Art. 5o As intimações serão feitas por meio
eletrônico em portal próprio aos que se
cadastrarem na forma do art. 2o desta Lei,
dispensando-se a publicação no órgão oficial,
inclusive eletrônico.
• § 1o Considerar-se-á realizada a intimação no
dia em que o intimando efetivar a consulta
eletrônica ao teor da intimação, certificando-se
nos autos a sua realização.
• § 2o Na hipótese do § 1o deste artigo, nos casos
em que a consulta se dê em dia não útil, a
intimação será considerada como realizada no
primeiro dia útil seguinte.
• § 3o A consulta referida nos §§ 1o e 2o deste
artigo deverá ser feita em até 10 (dez) dias
corridos contados da data do envio da
intimação, sob pena de considerar-se a
intimação automaticamente realizada na data
do término desse prazo.
• § 4o Em caráter informativo, poderá ser
efetivada remessa de correspondência
eletrônica, comunicando o envio da intimação e
a abertura automática do prazo processual nos
termos do § 3o deste artigo, aos que
manifestarem interesse por esse serviço.
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Aula 1 55
• § 5o Nos casos urgentes em que a intimação
feita na forma deste artigo possa causar
prejuízo a quaisquer das partes ou nos casos
em que for evidenciada qualquer tentativa de
burla ao sistema, o ato processual deverá ser
realizado por outro meio que atinja a sua
finalidade, conforme determinado pelo juiz.
• § 6o As intimações feitas na forma deste artigo,
inclusive da Fazenda Pública, serão
consideradas pessoais para todos os efeitos
legais.
• 1-João foi citado em 2 de janeiro de 2016 e o
mandado positivo juntado aos autosem 3 de
janeiro do mesmo ano. Qual o dia de início do
prazo para defesa? E o de fim?
• 2 – Maria ajuizou ação de alimentos contra
José, sendo sentenciada em 14 de abril de
2016 e disponibilizado no diário da justiça
eletrônico do dia seguinte. Qual o dia do termo
inicial e final para apelação?
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Aula 1 56
• 3 – Ajuizada ação de revisão contratual,
determinou o juiz que fosse emendada a
petição inicial em 1/5/2016, saindo no diário da
justiça do segundo dia útil posterior. Qual o
termo final para cumprimento da determinação?
• 4-Joaquim ajuizou ação por danos
morais em face de Mariazinha e
Joaquina; Mariazinha foi citada em
1/1/2016 e o mandado juntado em
9/1/2016; Joaquina foi citada em
3/1/2016 e no dia 4/1/2016 foi
juntado o mandado. Em 10/2/2016
Mariazinha apresentou contestação
e dia 11/2/2016 Mariazinha
apresentou reconvenção (ambas
são modalidades de defesa);
constituíram advogados diferentes.
As defesas são tempestivas?
Intimado o autor pessoalmente no
balcão do cartório em 1/3/2016 a
• 5 – Em audiência com prévia intimação das
partes, que compareceram à solenidade sem os
respectivos advogados (não intimados), foi
proferida sentença julgando parcialmente
procedentes os pedidos. A solenidade ocorreu
no dia 6 de maio de 2016. Nenhum ato foi feito
no processo, até que, em 25 de maio de 2015, o
advogado da parte autora interpôs Embargos de
Declaração. O recurso é tempestivo?
Fundamente.
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Aula 1 57
Atos, termos e prazos 
processuais
Parte 2/2
Preclusão
• Conceito: perda, extinção ou consumação 
de uma faculdade processual;
• Classificação:
� Preclusão temporal;
� Preclusão lógica;
� Preclusão consumativa.
• Despachos não se submetem à 
preclusão;
• Decisões interlocutórias e sentenças
submetem-se apenas à preclusão
consumativa (art. 505 e 494, p. ex.).
Comunicação dos atos
• Citação ou intimação;
• Ordem judicial, carta judicial ou meio eletrônico.
• Visa: publicidade do ato, implementar os ônus e 
faculdades da parte, iniciar a contagem do 
prazo;
�Comunicação dos atos via PJ-e
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Aula 1 58
Das cartas judiciais
(art. 237)
• Carta de ordem: quando o que juiz que vai cumprir
for subordinado ao tribunal de que ela emanar;
• Carta rogatória: quando a autoridade que vai cumprir
for de outro País (ver art. 255);
• Carta precatória: demais casos (quando o juiz que for
cumprir for de outra Comarca não subordinada à
deprecante);
• Carta arbitral: para que o órgão jurisdicional efetive ou
determine a efetivação de medida arbitral.
� Requisitos: art. 260
Citação 
(art. 238 a 259)
• Conceito: ato processual que dá conhecimento
ao réu, executado ou interessado de que contra
si corre um processo e oportuniza a defesa
• Pressuposto de desenvolvimento válido do
processo (formalismo – art. 239)
�Comparecimento espontâneo dispensa sua
obrigatoriedade (art. Art. 239, §1º);
• Ao arguir nulidade, o reu deve
apresentar defesa no prazo automático
(art. 239, §§ 1º e 2º)
• Pessoalidade: art. 242
� Na pessoa do réu; REGRA GERAL
� Na pessoa do representante do absolutamente incapaz;
� Na pessoa do assistente e do relativamente incapaz;
� União, Estados, e DF: Procuradores;
� Municípios: Prefeitos ou Procuradores;
� Autarquias: autoridade máxima ou indicação de lei;
Citação 
(art. 238 a 259)
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Aula 1 59
Citação
(art. 238 a 259)
� Massa falida: síndico;
� Herança jacente: curador;
� Espólio: inventariante;
� Inventariantes dativos: todos os herdeiros;
� Pessoa jurídica: seus diretores ou quem o Estatuto
designar, bem como prepostos – Atenção à teoria da
aparência;
� Condomínio: síndico ou administrador
• É possível a citação na pessoa do
advogado, desde que tenha poderes
específicos, ou em casos de reconvenção,
embargos, oposição e liquidação de
sentença;
Citação 
(art. 238 a 259)
• Local: regra geral – qualquer lugar;
�Militar: local de trabalho, se na residência não 
for possível;
• Impedimentos: 
�Pessoas assistindo a culto religioso;
�Cônjuge, companheiro ou parente em linha reta 
ou colateral, até o segundo grau, no dia do 
falecimento e nos 7 dias posteriores;
�Noivos nos 3 primeiros dias de casamento;
�Doente, enquanto grave o seu estado.
Citação 
(art. 238 a 259)
ATENÇÃO:
Os impedimentos se aplicam apenas à pessoa
do réu; havendo procurador constituído,
poderá receber a citação.
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Aula 1 60
Art. 245. Não se fará citação quando se
verificar que o citando é mentalmente incapaz
ou está impossibilitado de recebê-la.
§ 1o O oficial de justiça descreverá e certificará
minuciosamente a ocorrência.
§ 2o Para examinar o citando, o juiz nomeará
médico, que apresentará laudo no prazo de 5
(cinco) dias.
§ 3o Dispensa-se a nomeação de que trata o §
2o se pessoa da família apresentar declaração
do médico do citando que ateste a
incapacidade deste.
Citação 
(art. 238 a 259)
• Efeitos da citação: 
�Triangulação processual;
�Litispendência para o réu;
�Tornar litigiosa a coisa;
�Constitui o devedor em mora;
�Interrompe a prescrição? (Art. 240)
Citação 
(art. 238 a 259)
• Modalidades (art. 246 e ss):
� Correios: ARMP
� Oficial: Mandado
� Hora certa: Mandado, depois de procurar duas vezes o réu (art. 252) e se
houver suspeita de sua ocultação; o oficial de Justiça intima qualquer
pessoa da família, informando a hora que retornará na dia útil
subsequente; se o réu aparecer, receberá citação normal, do contrário,
entrega a documentação parente e dá-se por citado o réu (art. 253).
� Condomínio edilício
� Escrivão deve enviar carta posteriormente (art. 254);
� Prazo conta da juntada do AR.
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Citação 
(art. 238 a 259)
• Modalidades:
�Correios: ARMP
�Oficial: Mandado
�Hora certa: Mandado;
�Edital: quando desconhecido ou incerto o réu ou
seu domicílio, quando inacessível – arts. 256 a
258
Citação 
(art. 238 a 259)
• Classificação:
�Correios
�Oficial
�Hora certa
�Edital
�Ocorrendo a revelia em
citações fictas, será
nomeado curador
especial (art. 72, II,
Real
Ficta
Intimações
• Ato pelo qual se dá ciência de ato ou termo 
processual para que faça ou deixe de fazer algo;
• Dá-se de ofício;
• Em regra, ocorrerá na pessoa do advogado, via 
Diário da Justiça;
� Na publicação deve constar nome e registro do 
advogado
• Obrigações de fazer exigem intimação pessoal;
• Ministério Público recebe intimações pessoais;
• Intimações via PJ-e são consideradas pessoais;
• Se o ato for proferido em audiência, dispensa 
publicação e inicia o curso do prazo.
� Ver art. 269 a 275
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Aula 1 62
Sistema de nulidades dos atos 
processuais
Seja relativa ou absoluta, a
nulidade não se opera de
pronto, exige
pronunciamento judicial.
Nulidade absoluta
• Determinada em razão 
de exclusivo interesse 
público;
• Deve ser arguida por 
qualquer das partes, 
bem como pelo juiz;
• Insanável;
• Não preclui;
• Ex.: competência 
absoluta, contraditório, 
ampla defesa, 
impedimento do juiz.
Nulidade relativa
• Determinada em 
razão do interesse 
privado das partes;
• Deve ser arguida pelo 
prejudicado;
• Sanável;
• Preclui;
• Ex.: intimações do 
advogado.
Instrumentalidade das formas
• Os atos processuais seguem uma forma
prescrita em lei e destinam-se a um fim
específico;
• O ato será nulo se:
�Não atinge seu objetivo (art. 277);
�Causa prejuízo à parte (art. 282, §1º);
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Aula 1 63
A decretação de nulidade
• Somente pode ser requerida pela parte
prejudicada, nunca pela causadora (art. 276);
• A nulidade absoluta pode ser decretada de
ofício ou mediante provocação das partes;
• A nulidade relativa exige provocação do
interessado, que deve fazê-lo na primeira
oportunidade, salvo justo impedimento (art.
278), sob pena de preclusão.
Efeitos da decretação de nulidade• Verificando uma nulidade, deve o juiz buscar a 
retificação do ato, sempre que possível;
• Não sendo possível retificar (e havendo
provocação, se for relativa), deverá decretar a
nulidade, declarando os atos atingidos, bem
como as providências necessárias à sua
repetição ou retificação (art. 282);
Efeitos da decretação de nulidade
• Quando um ato é declarado nulo, todos os
posteriores que dele dependam, são reputados
sem efeito, devendo ser repetidos;
• A declaração de nulidade de parte do ato, não
prejudica o todo, salvo se dependentes entre si;
�Art. 281
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Aula 1 64
Alguns casos de nulidade
• A falta de intimação do Ministério Público, nos
casos que a lei exigir, gera nulidade do
procedimento a partir do momento em que
deveria ter intervindo (art. 279);
• Citação e intimação feitas sem observância aos
dispositivos legais (art. 280).
#fikdik
• Só haverá nulidade se houver prejuízo;
• Em casos de incompetência absoluta, serão
nulos apenas os atos decisórios;
• Em casos de incompetência relativa, o juiz
competente recebe os autos e faz tramitar dali
em diante.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
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Aula 1 65
Considere em todos os casos que as
ações tramitam na Comarca de Porto
Velho, atendo-se, portanto, aos
feriados municipais, estaduais e
federais, bem como ao recesso
forense; eventuais outros dias em que
não haja funcionamento, serão
indicados na questão. Considere-se,
ainda, o prazo de 5 dias para
embargos de declaração e 15 dias
para os demais atos. Diante disso,
responda:
• 1-João foi citado em 2 de janeiro de 2016 e o
mandado positivo juntado aos autos em 3 de
janeiro do mesmo ano. Qual o dia de início do
prazo para defesa? E o de fim?
• 2 – Maria ajuizou ação de alimentos contra
José, sendo sentenciada em 14 de abril de
2016 e disponibilizado no diário da justiça
eletrônico do dia seguinte. Qual o dia do termo
inicial e final para apelação?
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Aula 1 66
• 3 – Ajuizada ação de revisão contratual,
determinou o juiz que fosse emendada a
petição inicial em 1/5/2016, saindo no diário da
justiça do segundo dia útil posterior. Qual o
termo final para cumprimento da determinação?
• 4-Joaquim ajuizou ação por danos
morais em face de Mariazinha e
Joaquina; Mariazinha foi citada em
1/1/2016 e o mandado juntado em
9/1/2016; Joaquina foi citada em
3/1/2016 e no dia 4/1/2016 foi
juntado o mandado. Em 10/2/2016
Mariazinha apresentou contestação
e dia 11/2/2016 Mariazinha
apresentou reconvenção (ambas
são modalidades de defesa);
constituíram advogados diferentes.
As defesas são tempestivas?
• 5 – Em audiência com prévia intimação das
partes, que compareceram à solenidade sem os
respectivos advogados (não intimados), foi
proferida sentença julgando parcialmente
procedentes os pedidos. A solenidade ocorreu
no dia 6 de maio de 2016. Nenhum ato foi feito
no processo, até que, em 25 de maio de 2015, o
advogado da parte autora interpôs Embargos de
Declaração. O recurso é tempestivo?
Fundamente.

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