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PARTE IV TEORIA GERAL DOS CONTRATOS

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PARTE IV
Teoria Geral dos Contratos e Português jurídico
Profa. Me Claudete de Souza 
• EXTINÇÃO DOS CONTRATOS
• Formas de extinção
• I) Extinção normal do 
contrato 
• II) Extinção por fatos 
anteriores ou 
contemporâneos à celebração
• III) Extinção por fatos 
posteriores à celebração
• IV) Extinção por morte de um 
dos contratantes
• Rescisão do contrato
• A) Resolução
• a) a inexecução 
voluntária 
• b) a inexecução 
involuntária
• c) a cláusula resolutiva 
tácita
• d) a resolução por 
onerosidade excessiva
• B) Resilição
4º sem. 
A EXTINÇÃO DOS CONTRATOS
Arts. 472 a 480, CC
FORMAS PELAS QUAIS SE EXTINGUE O CONTRATO
• I) Extinção normal do contrato
• II) Extinção por fatos anteriores ou contemporâneos
à celebração
• III) Extinção por fatos posteriores à celebração
• IV) Extinção por morte de um dos contratantes
...extinção do contrato...
• A execução ou o cumprimento do contrato é o modo
natural de extinção de uma relação contratual:
• O devedor executa a prestação e o credor atesta o cumprimento
por meio da quitação (entrega do recibo), direito do devedor.
• Se a quitação não lhe for entregue ou se lhe for oferecida de
forma irregular, poderá o sujeito passivo da relação obrigacional
reter o pagamento.
• Humberto Theodor Jr. nos mostra, com lucidez, o 
processo de existência sofrido naturalmente por um 
contrato: 
“Ao contrário dos direitos reais, que tendem à
perpetuidade, os direitos obrigacionais gerados pelo
contrato caracterizam-se pela temporalidade. Não há
contrato eterno. O vínculo contratual é, por natureza,
passageiro e deve desaparecer, naturalmente, tão logo o
devedor cumpra a prestação prometida ao credor”.
...extinção do contrato...
I - EXTINÇÃO NORMAL DOS CONTRATOS
• quando é pago o preço em obrigação instantânea;
• quando são pagas todas as parcelas em obrigação de trato sucessivo a ensejar o fim da obrigação;
• quando a coisa é entregue conforme pactuado;
• quando na obrigação de não fazer o ato não é praticado, entre outros casos possíveis.
• findo o prazo previsto para o negócio, ou seja, no seu termo final, desde que todas as obrigações
pactuadas sejam cumpridas.
...extinção do contrato...
Art. 320, CC. A quitação, que sempre poderá ser dada por
instrumento particular, designará o valor e a espécie da dívida
quitada, o nome do devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o
lugar do pagamento, com a assinatura do credor, ou do seu
representante”.
Art. 320, CC. A quitação, que sempre poderá ser dada por
instrumento particular, designará o valor e a espécie da
dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este pagou,
o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do
credor, ou do seu representante”.
• Porém, um contrato pode ser extinto antes do seu
cumprimento, ou no decurso deste;
• ou por formas de extinção por causas anteriores ou
contemporâneas ao nascimento do contrato, como é o caso da
nulidade e da anulabilidade contratual;
• ou em razão de acontecimentos supervenientes à sua formação,
como ocorrem com a resolução e a resilição.
• Eventualmente, o contrato também pode ser extinto, em
casos específicos, pela morte de um dos contratantes.
...extinção do contrato...
II) EXTINÇÃO POR FATOS ANTERIORES OU 
CONTEMPORÂNEOS À CELEBRAÇÃO
• a) defeitos decorrentes do não preenchimento de seus
requisitos subjetivos:
• capacidade das partes e livre consentimento,
• ou dos requisitos objetivos:
• objeto lícito, possível, determinado ou determinável e
• formais (forma prescrita em lei),
• que afetam sua validade, acarretando a
• nulidade (absoluta) ou
• anulabilidade (relativa);
• b) implemento de cláusula resolutiva, expressa ou tácita;
e
• c) exercício do direito de arrependimento convencionado.
• a) Teoria das nulidades (arts. 166 a 184 devem ser
reanalisados):
• o contrato é nulo (eivado de nulidade absoluta);
• o contrato anulável (presente a nulidade relativa ou
anulabilidade).
...extinção do contrato...
Nulidade absoluta
• A nulidade absoluta decorre de ausência de elemento essencial
do ato, ou
• transgressão a preceito de ordem pública,
• impedindo que o contrato produza efeitos desde a sua
formação (ex tunc).
• Ato nulo é ineficaz;
• Nulidade pode ser arguida a qualquer tempo, por qualquer
interessado;
• Pode ser declarada de ofício pelo juiz ou pelo Ministério
Público (CC, art.168)
...extinção do contrato...
Anulabilidade = nulidade relativa 
• Imperfeição na manifestação da vontade :
• ou porque emanada de um relativamente incapaz não assistido;
• ou porque contém algum dos vícios do consentimento, como erro,
dolo, coação etc;
• A desconformidade é menos grave: viola interesses individuais.
• Não pode ser arguida por ambas as partes da relação contratual;
• Nem declarada ex officio pelo juiz;
• Somente o contraente em cujo interesse foi estabelecida a regra é
legitimado a pleitear a anulação.
• A declaração de ineficácia do ato negocial opera ex nunc;
• Art. 177, CC. A anulabilidade não tem efeito antes de
julgada por sentença, nem se pronuncia de ofício; só os
interessados a podem alegar, e aproveita exclusivamente
aos que a alegarem, salvo o caso de solidariedade ou
indivisibilidade.
...extinção do contrato...
b) Presença de uma cláusula resolutiva 
expressa ou tácita
• NOÇÕES GERAIS : 
• Ambos contratantes têm o direito de pedir a resolução do contrato, caso o outro 
não cumpra com o que foi ajustado.
• Esse ajuste pode resultar de estipulação ou de presunção legal.
• Quando é as partes que convencionam, diz-se que estipulam a cláusula resolutiva 
expressa ou pacto comissório expresso. 
• Na ausência de estipulação pelas partes, tal pacto é presumido pela lei, que 
subentende a existência da cláusula resolutiva. 
• A cláusula resolutiva pode ser implícita ou tácita. 
...extinção do contrato...
Cláusula resolutiva expressa e tácita
• Em todo contrato bilateral ou sinalagmático presume-se a
existência de uma cláusula resolutiva tácita, autorizando o lesado
pelo inadimplemento a pleitear a resolução do contrato, com perdas
e danos.
• Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a
resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento,
cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos.
...cláusula resolutiva...
• Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita
depende de interpelação judicial.
• Enunciado n. 436, V Jornada de Direito Civil:
– “A cláusula resolutiva expressa produz seus efeitos extintivos independentemente de
pronunciamento judicial”.
• Súmula 369 do STJ:
– “No contrato de arrendamento mercantil (leasing), ainda que haja cláusula resolutiva
expressa, é necessária a notificação prévia do arrendatário para constituí-lo em mora”.
...extinção do contrato...
c) Direito de arrependimento no Código Civil
• Quando expressamente previsto no contrato, o arrependimento
autoriza qualquer das partes a rescindir o ajuste, mediante
declaração unilateral da vontade, sujeitando-se à perda do sinal, ou
à sua devolução em dobro, sem, no entanto, pagar indenização
suplementar.
• É cláusula inserida no próprio contrato, quando os contraentes estipulam
que o negócio será assim extinto no caso de qualquer um deles se
arrepender (cláusula de arrependimento).
• Existe uma intenção presumida e eventual de resolver a negociação, sendo
assegurado um direito potestativo à extinção para a parte contratual;
...direito de arrependimento
Direito de arrependimento no 
Código de Defesa do Consumidor
• ATENÇÃO PARA A DIFERENÇA :
• O Código de Defesa do Consumidor concede a este o direito de
desistir do contrato, no prazo de sete dias, sempre que a
contratação se der fora do estabelecimento comercial,
especialmente quando por telefone ou em domicílio, com direito de
devolução do que pagou, sem obrigação de indenizar perdas e
danos (art. 49).
• Trata-se de caso especial de arrependimento, com desfazimento do
contrato por ato unilateral do consumidor.
• O fundamento encontra-se na presunção de que, por tersido
realizado fora do estabelecimento comercial, o contrato não foi
celebrado com a reflexão necessária.
III) EXTINÇÃO POR CAUSAS 
SUPERVENIENTES À CELEBRAÇÃO 
• Nem sempre os contraentes conseguem cumprir a
prestação avençada, em razão de situações
supervenientes, que impedem ou prejudicam a sua
execução.
• A extinção do contrato tem como causa a inexecução ou
descumprimento pelos contratantes,
• De forma voluntária
• De forma involuntária
...extinção do contrato...
Rescisão do contrato
• Rescisão (gênero) possui 2 espécies:
• 1. Resolução é um remédio concedido à parte para romper o 
vínculo contratual mediante ação judicial, por descumprimento:
• a) a inexecução voluntária
• b) a inexecução involuntária
• c) a cláusula resolutiva tácita
• d) a resolução por onerosidade excessiva
• 2. Resilição (dissolução por vontade bilateral ou unilateral,
quando admissível por lei, de forma expressa ou implícita, pelo
reconhecimento de um direito potestativo).
• Envolvem o plano da eficácia do contrato, ou seja, o terceiro degrau
da Escada Ponteana.
...extinção do contrato...
As 4 Formas de Resolução:
• a) a inexecução voluntária:
• impossibilidade da prestação por culpa ou dolo do devedor (vide arts. 389
e 390 + 402 a 404, CC)
• Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a
resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento,
cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos.
• Enunciado n. 361 CJF/STJ/IV Jornada de Direito Civil :
• “O adimplemento substancial decorre dos princípios gerais contratuais,
de modo a fazer preponderar a função social do contrato e o princípio da
boa-fé objetiva, balizando a aplicação do art. 475”.
• em hipóteses em que o contrato tiver sido quase todo cumprido, não
caberá a sua extinção, mas apenas outros efeitos jurídicos, visando sempre
a manutenção da avença.
...extinção do contrato...
Amparada na função social dos 
contratos ou na boa-fé objetiva, 
a teoria do adimplemento 
substancial traz uma nova 
maneira de visualizar o contrato, 
mais justa e efetiva
• “Recurso especial. Leasing. Ação de reintegração de posse. Carretas.
(...). Aplicação da teoria do adimplemento substancial e da exceção
de inadimplemento contratual. Ação de reintegração de posse de
135 carretas, objeto de contrato de ‘leasing’, após o pagamento de
30 das 36 parcelas ajustadas. Processo extinto pelo juízo de primeiro
grau, sendo provida a apelação pelo Tribunal de Justiça, julgando
procedente a demanda. Interposição de embargos declaratórios, que
foram rejeitados, com um voto vencido que mantinha a sentença,
com determinação de imediato cumprimento do julgado. (...).
Correta a decisão do tribunal de origem, com aplicação da teoria
do adimplemento substancial. Doutrina e jurisprudência acerca do
tema. O reexame de matéria fática e contratual esbarra nos óbices
das súmulas 05 e 07/STJ. Recurso especial desprovido” (STJ, REsp
1.200.105/AM, 3.ª Turma, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, j.
19.06.2012, DJe 27.06.2012, publicação no Informativo n. 500 do
STJ)
Exceptio non adimpleti contractus
• Exceção do contrato não cumprido, prevista no art. 476 do
Código Civil, que pode gerar a extinção de um contrato
bilateral ou sinalagmático, nos casos de mútuo
descumprimento total do contrato.
• Esta é uma das formas de defesa do inadimplente, revidando a
acusação que lhe é feita em juízo.
• Nos contratos bilaterais as obrigações das partes são recíprocas e
interdependentes: cada um dos contraentes é simultaneamente
credor e devedor um do outro, portanto, a existência de uma é
subordinada à da outra parte.
• Se uma delas não é cumprida, deixa de existir causa para o cumprimento
da outra.
• Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes,
antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o
implemento da do outro.
...extinção do contrato...
Julgado 
exceptio non adimpleti contractus
• “A Turma entendeu que o descumprimento parcial na entrega da
unidade imobiliária, assim como o receio concreto de que o
promitente vendedor não transferirá o imóvel ao promitente
comprador impõe a aplicação do instituto da exceção do contrato
não cumprido. Isso porque se tem a exceptio non adimpleti
contractus como um meio de defesa, pois, nos contratos bilaterais,
nenhum dos contraentes, antes de cumprida a sua obrigação, pode
exigir o implemento da do outro. E se, depois de concluído o
contrato, em especial nos contratos de prestação continuada, e
comprovada a dificuldade do outro contratante em adimplir a sua
obrigação, poderá ser recusada a prestação que lhe cabe, até que se
preste garantia de que o sinalagma será cumprido” (STJ, REsp
1.193.739/SP, Rel. Min. Massami Uyeda, j. 03.05.2012).
...formas de resolução...
• b) a inexecução
involuntária:
• caso fortuito (evento totalmente
imprevisível) ou,
• força maior (evento previsível,
mas inevitável).
• Como consequência, a outra
parte contratual não poderá
pleitear perdas e danos, sendo
tudo o que foi pago devolvido e
retornando a obrigação à
situação primitiva (resolução
sem perdas e danos).
...formas de resolução...
• Haverá responsabilização na inexecução involuntária:
• Se o devedor estiver em mora, a não ser que prove ausência de culpa ou que a
perda da coisa objeto da obrigação ocorreria mesmo não havendo o atraso
(art. 399 do CC).
• Art. 399. O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, embora
essa impossibilidade resulte de caso fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem
durante o atraso; salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria ainda
quando a obrigação fosse oportunamente desempenhada.
• Havendo previsão no contrato para a responsabilização por esses eventos por
meio da cláusula de assunção convencional (art. 393 do CC).
• Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força
maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado.
• Havendo previsão legal, como no comodato:
• Art. 583 do CC : Se correndo risco o objeto do comodato, juntamente com outros do
comodatário, antepuser este a salvação dos seus abandonando o do comodante,
responderá pelo dano ocorrido, ainda que se possa atribuir a caso fortuito, ou força
maior.
...formas de resolução...
• c) a cláusula resolutiva tácita
• aquela que decorre da lei e que gera a resolução do
contrato em decorrência de um evento futuro e incerto,
geralmente relacionado ao inadimplemento (condição).
• Necessita de interpelação judicial para gerar efeitos
jurídicos.
• Interpelação é uma ação que comunica alguma coisa a alguém
através do Juiz.
• Declara, ao devedor, a exigência do cumprimento de uma
obrigação civil, sob pena de incorrer em mora.
• Art. 474 do CC. A cláusula resolutiva expressa opera de
pleno direito; a tácita depende de interpelação judicial.
...formas de resolução...
d) a resolução por onerosidade excessiva
(Teoria da Imprevisão)
• Art. 477. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma
das partes contratantes diminuição em seu patrimônio capaz
de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se
obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe
incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê
garantia bastante de satisfazê-la.
• Se uma parte perceber que há risco real e efetivo, demonstrado pela
realidade fática, de que a outra não cumpra com a sua obrigação,
poderá antecipar-se, pleiteando a extinção do contrato antes mesmo
do prazo para cumprimento.
• Enunciado n. 438, V Jornada de Direito Civil = exceção de
inseguridade:
• “A exceção de inseguridade, prevista no art. 477, também pode ser
oposta à parte cuja conduta põe manifestamente em risco a execução
do programa contratual”.
...formas de resolução...
• Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de
uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem
para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis,
poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos dasentença que a
decretar retroagirão à data da citação.
• Cabível no contrato de execução diferida ou continuada (trato
sucessivo).
• Enunciado n. 175 do CJF/STJ:
• “A menção à imprevisibilidade e à extraordinariedade, insertas
no art. 478 do Código Civil, deve ser interpretada não somente
em relação ao fato que gere o desequilíbrio, mas também em
relação às consequências que ele produz”.
• Enunciado n. 176 do CJF/STJ :
• “O fato extraordinário e imprevisível causador de onerosidade
excessiva é aquele que não está coberto objetivamente pelos
riscos próprios da contratação.”
...formas de resolução...
Requisitos para resolução do contrato por 
onerosidade excessiva, no Código Civil: 
• a) vigência de um contrato comutativo de execução
diferida ou de trato sucessivo;
• b) ocorrência de fato extraordinário e imprevisível;
• c)considerável alteração da situação de fato existente no
momento da execução, em confronto com a que existia
por ocasião da celebração;
• d) nexo causal entre o evento superveniente e a
consequente excessiva onerosidade.
...formas de resolução...
• A introdução da teoria da imprevisão no direito positivo brasileiro
ocorreu com o advento do Código de Defesa do Consumidor, que,
no seu art. 6º, V, elevou o equilíbrio do contrato como princípio da
relação de consumo;
• Art. 6o São direitos básicos do consumidor:
• V - a modificação das cláusulas contratuais que
estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão
em razão de fatos supervenientes que as tornem
excessivamente onerosas.
• É direito do consumidor, como parte vulnerável do contrato na
condição de hipossuficiente, a postulação de modificação das
cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais
ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem
excessivamente onerosas.
...formas de resolução...
REVISÃO DO CONTRATO DE CONSUMO
Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a 
modificar equitativamente as condições do contrato.
• Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a
apenas uma das partes, poderá ela pleitear que a sua
prestação seja reduzida, ou alterado o modo de executá-
la, a fim de evitar a onerosidade excessiva.
• Ex.: contratos de financiamento para a aquisição de um
determinado bem ou do mútuo oneroso.
• Negócio em que uma parte já cumpriu com a sua prestação,
restando apenas à outra o dever jurídico obrigacional.
• Enunciado n. 367 CJF/STJ :
• “Em observância ao princípio da conservação do contrato, nas
ações que tenham por objeto a resolução do pacto por
excessiva onerosidade, pode o juiz modificá-lo
equitativamente, desde que ouvida a parte autora, respeitada
a sua vontade e observado o contraditório”.
...formas de resolução...
Forma especial de resolução de contrato
• Enunciado n. 166 do CJF/STJ:
• “A frustração do fim do contrato, como hipótese que não se confunde com
a impossibilidade da prestação ou com a excessiva onerosidade, tem
guarida no Direito brasileiro pela aplicação do art. 421 do Código Civil”.
• Art. 421, CC. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites
da função social do contrato.
• Aqui há influência do princípio da função social dos contratos, na extinção do
contrato por resolução diante da frustração do fim do contrato ou da perda do seu
objeto.
• Ex.: alguém aluga um imóvel para assistir à festa do carnaval de Salvador,
constando essa finalidade no instrumento contratual.
• Por decisão do governador do Estado, a festa não mais se realizará.
• Nesse caso, o contrato perdeu a sua razão de ser, devendo ser reputado extinto.
...formas de resolução...
Julgado
Resolução por frustração 
do fim do contrato 
• “Evidenciada a resolução por frustração do fim do contrato.
Frustrado o escopo do contrato, programado, previsto e
desejado por ambas as partes no momento da celebração, por
fato imputável a terceiros, não integrantes da relação negocial,
sem que se possa afirmar que qualquer dos contratantes seja
culpado pela inexecução da avença, resolve-se o negócio, por
força do esvaziamento de sua função social (art. 421 do Código
Civil), retornando as partes ao estado anterior, sem aplicação
da cláusula penal ou indenização por perdas e danos” (TJSP,
Apelação 0061241-41.2011.8.26.0114, Acórdão 10976647,
Campinas, 27.ª Câmara Extraordinária de Direito Privado, Rel. Des.
Edgard Rosa, j. 07.08.2017, DJESP 23.11.2017, p. 2363).
2. Resilição ou Distrato
arts. 472 e 473, CC
• Resilir, do latim resilire, significa, etimologicamente, “voltar
atrás”.
• Art. 472. O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o
contrato.
• Ocorrerá a resilição quando a lei previr a extinção do negócio como
um direito potestativo reconhecido à própria parte ou às partes.
• A resilição bilateral ou distrato, é feita mediante a celebração de um
novo negócio em que ambas as partes resolvem, de comum acordo,
pôr fim ao negócio anterior que firmaram.
• Enunciado n. 584, VII Jornada de Direito Civil/2015 :
• “Desde que não haja forma exigida para a substância do contrato
admite-se que o distrato seja pactuado de forma livre”.
• O mecanismo do distrato é o que está presente na
celebração do contrato:
• a mesma vontade humana, que tem o poder de criar, atua na
direção oposta, para dissolver o vínculo e devolver a liberdade
àqueles que se encontravam compromissados.
• A eficácia do mútuo dissenso começa a correr ex nunc e
opera sem necessidade de pronunciamento judicial.
• Para valer, deve ser notificada à outra parte, produzindo
efeitos a partir do momento em que chega a seu
conhecimento, é declaração receptícia da vontade.
...resilição...
• “...a simples resilição do contrato, a
exemplo do que ocorre com o mero
inadimplemento contratual, não é
suficiente para caracterizar danos morais”.
(STJ, REsp 1.630.665/BA, 3.ª Turma, Rel. Min. Moura
Ribeiro, j. 23.05.2017, DJe 02.06.2017).
• “...os contratantes podem, no exercício da
autonomia da vontade, prever
expressamente o direito à resilição unilateral,
ou arrependimento, o qual constitui direito
potestativo – um poder a ser exercido por
qualquer dos contratantes
independentemente do consentimento da
outra parte – que não acarreta o
descumprimento do contrato”. (STJ, REsp
1.580.278/SP, 3.ª Turma, Rel. Min. Nancy Andrighi, j.
21.08.2018, DJe 03.09.2018).
• Resilição cabe nos contratos de locação,
prestação de serviços, mandato, no
comodato, depósito, doação, fiança,
operando-se mediante denúncia notificada
à outra parte.
• Essa notificação pode ser judicial ou
extrajudicial.
...resilição...
Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei
expressa ou implicitamente o permita, opera mediante
denúncia notificada à outra parte.
Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato,
uma das partes houver feito investimentos consideráveis
para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá
efeito depois de transcorrido prazo compatível com a
natureza e o vulto dos investimentos.
✓O comando contido no parágrafo único não pode ser contrariado
pelo acordo das partes, sob pena de nulidade absoluta da
cláusula que pretende afastar a incidência da regra, por fraude à
lei imperativa (art. 166, inc. VI, do Código Civil).
✓Quer impedir uma situação de injustiça, conservando o contrato
por tempo razoável.
...resilição...
CABIMENTO DA RESILIÇÃO UNILATERAL
(art. 473, par. Único)
• “...estando claro, nos autos, que o comportamento das
recorridas, consistente na exigência de investimentos
certos e determinados como condição para a realização
da avença, somado ao excelente desempenho das
obrigações pelas recorrentes, gerou legítima expectativa
de que a cláusula contratual que permitia a qualquer dos
contratantes a resilição imotivada do contrato, mediante
denúncia, não seria acionada naquele momento,
configurado está o abuso do direito e a necessidade de
recomposição de perdas e danos, calculadas por perito
habilitado para tanto” (STJ, REsp 1.555.202/SP, 4.ª Turma,
Rel. Min. Luis Felipe Salomão, j. 13.12.2016, DJe
16.03.2017).
...portanto...
• Todasas hipóteses de resolução e de resilição, são
casos de rescisão.
• A ação a ser proposta é “Ação de rescisão
contratual”, de procedimento comum.
IV - Extinção por morte de 
um dos contratantes
(Resilição automática)
• Ocorre somente nos casos em que a parte contratual assume
uma obrigação personalíssima ou intuitu personae.
• o contrato se extingue de pleno direito com a morte de um dos
contratantes.
• Ex.: Contrato de fiança:
• os herdeiros não recebem como herança o encargo de ser fiador, só
respondendo até os limites da herança por dívidas eventualmente
vencidas durante a vida do seu antecessor.
• Art. 836. A obrigação do fiador passa aos herdeiros; mas a
responsabilidade da fiança se limita ao tempo decorrido até a
morte do fiador, e não pode ultrapassar as forças da herança.
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