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NEUROLOGIA WESLLEY JONATHAN SEMIOLOGIA DOS MOVIMENTOS - Os transtornos do movimento podem ser divididos em dois grandes grupos: 1. Síndromes hipocinéticas – Paciente apresenta redução de movimentos 2. Síndromes hipercinéticas – Paciente apresenta a presença excessiva de movimentos involuntários - O grupo de síndromes conhecido como transtornos do movimento, podem ser denominadas também de DOENÇAS EXTRAPIRAMIDAIS → Temos dois tipos de sistemas motores: 1. Sistema piramidal – Neurônios voluntários da área cortical motora (pré-central) projetam axônios em direção a medula oblonga e a medula espinal, passando pelo centro semioval, capsula interna, porção anterior do tronco encefálico e porção lateral → Na parte anterior do bulbo, essas fibras se cruzam formando a PIRÂMIDE (por isso é chamado de sistema piramidal) 2. Sistema extrapiramidal – Circuito paralelo ao trato piramidal, constituído de projeções de áreas corticais e subcorticais no qual projeções iniciam ou terminam no córtex cerebral ➔ Possui conexões com os núcleos da base (corpo estriado [putâmen e núcleo caudado], globo pálido), núcleo subtalâmico e tálamo ➔ Também há projeções para substancia negra do mesencéfalo, substância inominata e amídalas SÍNDROMES HIPOCINÉTICAS Parkinsonismo SÍNDROMES HIPERCINÉTICAS Tremor, balismo, coreia, atetose, distonia, mioclonia, tiques, estereotipias SEMIOLOGIA CLÍNICA PARKINSONISMO - Caracterizado por quatro sinais cardinais (BRIT): 1. Tremor de repouso 2. Rigidez muscular, 3. Bradicensia/acinesia 4. Instabilidade postural A presença de pelo menos 2 desses sinais é suficiente para caracterizar a síndrome Tremor de repouso: ▪ O tremor de repouso pode acometer os quatro membros e o segmento cefálico, incluindo língua e pregas focais ▪ A amplitude do tumor aumenta quando o paciente esta sob estresse físico ou emocional, e especialmente quando o membro afetado encontra- se apoiado (não necessitando manter a postura) ▪ O tremor tende a diminuir ou desaparecer, durante alguns instantes, quando o paciente inicia uma ação → O aparecimento do tremor no segmento corporal afetado, depois de alguns instantes, é denominado de “TREMOR REEMERGENTE”, sendo muito característico do tremor parkinsoniano ▪ Frequentemente o tumor contamina a maior parte dos movimentos executados por uma extremidade acometida Rigidez muscular: ▪ Observada em toda a extensão de movimento de uma articulação acometida ▪ Quando se manipula o cotovelo de um braço rígido, é observado resistência nos movimentos de flexão e de extensão NEUROLOGIA WESLLEY JONATHAN ▪ Ao aumentar a velocidade de manipulação de uma articulação, NÃO HÁ MUDANÇA NO GRAU DE RIGIDEZ ▪ Esses dois aspectos da rigidez opõem-se à resistência à manipulação de um membro espástico, em que a musculatura antigravitacional predomina sobre a antagonista (maior resistência para estender os cotovelos e fletir os joelhos) e quanto mais rápida é a movimentação da articulação, maior é a resistência muscular. Bradicinesia/acinesia: ▪ Caracterizada por uma dificuldade em iniciar o movimento de modo geral ▪ Os movimentos diminuem de amplitude e a velocidade de execução fica mais lenta ▪ A execução de movimentos repetidos é um bom teste para averiguar a acinesia → A medida em que os movimentos vão se sucedendo, a acinesia fica mais evidente ocorrem interrupções completas do movimento ▪ Os movimentos sucessivos de tocar o polegar contra o indicador ou de bater o calcanhar contra o chão são manobras utilizadas para verificar a acinesia Instabilidade postural: ▪ O indivíduo tende a ficar encurvado para frente e tende a cair quando desestabilizado ▪ Testa-se o equilíbrio pedindo para que o indivíduo permaneça na posição ereta, com os pés próximos um do outro e com os olhos fechados → Avisa-se que ele será desestabilizado de forma brusca, pedindo para que não deixe o corpo sair do lugar → Nos casos de envolvimento mais sutil, o indivíduo troca dois ou três passos para impedir a queda. ▪ A perda da capacidade de se reequilibrar costuma significar comprometimento mais grave do paciente. TREMOR - Principal diferença do tremor para os outros movimentos involuntários é seu CARÁTER RÍTMICO - Alguns transtornos no movimentos podem assumir caráter oscilatório que lembre o tremor, mas a ritmicidade não está presente o tempo todo - O tremor pode afetar qualquer segmento corpóreo que envolva deslocamento: 1. Mãos 2. Pernas 3. Tronco 4. Pescoço 5. Pregas vocais - Para avaliar o modo de aparecimento, pede-se que o paciente estenda os braços ou as pernas para frente, e observa-se o aparecimento da postura • Em seguida, solicita-se que o paciente realize movimentos com alvos específicos, como a manobra index- nariz (indicador em direção ou nariz) ou index-index (indicador do paciente tocando com o indicador do examinador) • A prova índex-índex pode ser sensibilizada quando o examinador movimenta aleatoriamente seu indicador, impossibilitando a previsão da direção do movimento do examinado. As classificações dos tremores incluem: AMPLITUDE Fino, Médio, Grosseiro. FREQUÊNCIA Lento (2 – 4hz), Médio (5 – 7hz), Rápido (8hz ou mais). MODO DE APARECIMENTO Repouso, Ação (postural, cinético e intencional), Ação especifica. NEUROLOGIA WESLLEY JONATHAN O tremor cinético é aquele observado durante o transcorrer da ação, enquanto intencional é o que piora muito quando o indicador está prestes a tocar o alvo O tremor fino é, na maioria das vezes, associado à frequência rápida, enquanto o grosseiro costuma ser acompanhado de uma frequência lenta, adquirindo nas mãos o caráter de bater de asas. O tremor parkinsoniano clássico é de repouso e tem frequência lenta ou média e amplitude média. Finalmente, o tremor cerebelar é de amplitude média para grosseira, de frequência lenta ou média e aparecimento especialmente intencional. COREIA, ATETOSE E BALISMO - A coreia é uma síndrome caracterizada por movimentos involuntários com hipotonia muscular - A coreia a atetose e o balismo são três movimentos involuntários que são classificados em conjuntos pois são variações do mesmo espectro Coreia: ▪ São movimentos rápidos, distais, aleatórios, imprevisíveis e podem aparecer quando o paciente está em repouso (nos casos mais graves) ▪ Nos casos mais leves, os movimentos aparecem durante a execução dos movimentos que “contaminam” os movimentos voluntários → É comum o paciente tentar disfarçar os movimentos involuntários colocando as mãos no bolso, sentando-se em cima delas ou entrecruzando as pernas quando sentado ▪ Uma característica na coreia é a IMPERSISTÊNCIA MOTORA, onde o paciente não consegue manter movimentos simultâneos ex. Para testar, podemos pedir que o paciente 1. Estenda os braços adiante, 2. Mantenha os olhos fechados, 3. Coloque a língua para fora da boca → O paciente não consegue manter esses movimentos ▪ Pode ser observada uma inquietude que pode ser observada no comportamento do paciente Atetose: ▪ Na maioria das vezes acompanha os movimentos coreicos ▪ É caracterizada por ser mais sinuosa, mais lento e acometer as porções mais distais dos membros ▪ Nos dedos das mãos e dos pés, assumem caráter tentacular ou serpentiforme▪ Frequentemente acomete a musculatura facial e a língua, ocasionando carateamento e comprometimento da articulação da fala ▪ A chamada síndrome atetoide, também conhecida como paralisia cerebral (PC) distônica, é um termo cunhado para designar o paciente com coreoatetose e distonia associadas à anoxia ou ao traumatismo perinatal. Balismo: ▪ É a coreia que acomete os segmentos proximais das pernas e dos braços ▪ Ocorre movimentos rápidos, com deslocamento bruscos e amplos ▪ Os movimentos assemelham-se a remesso quando acomete os braços e a chute quando acomete as pernas ▪ Comumente manifesta-se de forma dimidiada, sendo denominados hemibalismo Distonia: ▪ Caracterizada por contrações involuntárias que levam a movimentos de torção, movimentos repetitivos ou posturas anormais ▪ Os movimentos de torção ou contorção são observados nas articulações das extremidades e do tronco ▪ Os movimentos repetitivos além de acometer as extremidades e os troncos, também podem acometer a musculatura facial NEUROLOGIA WESLLEY JONATHAN ▪ A velocidade de contração muscular na distonia varia entre pacientes → Alguns apresentam rápidas contrações semelhantes as sacudidas da epilepsia miclônica, enquanto outras são tão lentas que ocasionam posturas fixas ▪ Os movimentos distônicos caracterizam-se por apresentarem preponderância de direção do movimento e previsibilidade de ocorrência ▪ Os movimentos involuntários podem ser temporariamente inibidos com manobras sensoriais – ex. Paciente pode inibir uma distonia que provoca uma rotação da cabeça para um dos lados, tocando a face com seu dedo ➔ Esse fenômeno é conhecido como TRUQUE SENSORIAL ▪ Podem se manifestar também apenas durante alguma ação, ou na realização de tarefas especificas – ex. Escrever, tocar um instrumento ▪ A associação de tremor aos movimentos distônicos é muito frequente Mioclonia: ▪ Refere-se a contrações musculares involuntárias bruscas ▪ É um termo inespecífico e sua etiologia é muito variável, podendo ocorrer desde disfunções corticais a problemas originados na medula espinal ▪ Pode ser confundida com o tremor, especialmente quando os abalos atingem a musculatura agonista e antagonista → no tremor há um movimento rítmico DOENÇA DE HUNTINGTON - É uma das causas mais comuns de doença neurodegenerativa de herança dominante - Manifesta-se geralmente ao redor dos 40 – 45 anos, com progressão irreversível dos sintomas motores, psiquiátricos e cognitivos ao longo de 15 – 20 anos, seguidos de morte Genética: ▪ É um distúrbio monogênico, com transmissão autossômica dominante ➔ A presença de mutação em qualquer dos alelos leva à doença ▪ É causado por uma EXPANSÃO DE REPETIÇÕES DE POLIGLUTAMINA CITOSINA-ADENINA-GUANINA (CAG) ▪ A região mutável está localizada no primeiro éxon do gene HTT e codifica uma poliglutamina N-terminal da proteína codificada huntingtina ➔ HTT é o nome do gene da doença de Huntington (huntingtin gene) ▪ Se um dos genitores é afetado, há 50% de chance de transmitir o genes aos descendentes ▪ Quanto maior a quantidade de repetição, menor é o inicio da doença ▪ A presença de 26 ou menos repetição confere um fenótipo normal ▪ Um número de repetições entre 25 – 35 é considerado intermediário ou “normal alto” ▪ Portadores de 27 e 35 repetições não desenvolvem a DH manifesta, porém essa faixa confere uma INSTABILIDADE MEIÓTICAS → Favorece a transmissão de repetições para o filho dentro da faixa de DH ➔ Os portadores com 27 – 35 repetições, apesar de não desenvolver a DH, podem exibir evidências de alterações comportamentais sutis sem comprometimento motor ou cognitivo ▪ Alelos com 36 a 39 repetições de CAG indicam penetrância incompleta e podem gerar tanto fenótipos normais, quanto indivíduos com DH de inicio tardio ➔ Diagnóstico difícil nesses pacientes, devido a expressão de sinais associados a idade ▪ Alelos com mais de 40 repetições de CAG têm penetrância completa e inevitavelmente causarão, em alguma fase da vida, o fenótipo da DH. ➔ A maioria dos pacientes possuem de 40 – 50 repetições NEUROLOGIA WESLLEY JONATHAN ▪ Os indivíduos com DH juvenil tem mais de 50 repetições, embora tenham sido relatados casos > 100 repetições Existe maior probabilidade de expansão de CAG nos espermatozoides do que nos óvulos, conferindo uma “ANTECIPAÇÃO GENÉTICA” ➔ A próxima geração tem uma tendencia de ter um início mais precoce As mães com DH transmitem aproximadamente o mesmo número de repetições Os pais com DH, devido a instabilidade meiótica, geralmente transmitem um MAIOR NÚMERO DE REPETIÇÕES de CAG ➔ 90% dos casos de DH juvenil é herdado do pai Apesar da correlação inversa com a idade, existe uma variabilidade significativa na idade de início da DH até mesmo entre indivíduos com o mesmo número de repetições de CAG. FISIOPATOLOGIA - A principal característica neuropatológica é a degeneração dos neurônios espinhosos médios do CORPO ESTRIADO - Os neurônios do estriado recebem referências topograficamente organizadas vindas de regiões corticais distintas que se projetam para áreas correspondentes do estriado - Esses circuitos são conhecidos por auxiliar a unidade motora, associativa e funções límbicas - Dois dos circuitos mais relevantes para a DH incluem: 1. Circuito motor – Liga o putâmen com as regiões corticais pré-motora, motora suplementar e sensoriomotora primária 2. Circuito cognitivo dorsolateral pré- frontal – Liga o caudado com os lobos frontal e parietal posterior, tem atuação na memória de trabalho, atenção e flexibilidade cognitiva - A degeneração também envolve as regiões cerebrais corticais e subcorticais ➔ Os agregados de proteína huntingtina mutante se concentra mais na região cortical do que no estriado No microscópio: ▪ Núcleo caudado com neurônios atrofiados e inclusões intranucleares redondas e ubiquitnadas ▪ As inclusões são agregados de proteínas huntingtina anormal ▪ A DH se origina de um ganho de função toxica de uma conformação anormal da HTT mutante → a perda de função e a toxicidade do RNA também podem contribuir ▪ A HTT é essencial para o desenvolvimento embrionário inicial ▪ Apesar da expressão disseminada da HTT anormal, o corpo estriado exibe uma vulnerabilidade relativamente seletiva ▪ A substância branca pré-frontal subcortical apresenta células microgliais e macrófagos marcados com CD68, o que provavelmente reflete o lento processo degenerativo e disseminado envolvendo os neurônios corticais e seus prolongamentos ASPECTOS CLÍNICOS - A DH é caracterizada pela tríade de sintomas motores, cognitivos e psiquiátricos progressivos - A idade média de início é de 40 – 45 anos e a doença é fatal após 15 – 20 anos - O paciente pode apresentar uma fase prodrômica em que os sinais motores sutis, psiquiátricos e cognitivos podem estar presentes durante anos - Antes do desenvolvimento da DH, os pacientes portadores da mutação são denominados PRÉ-MANIFESTOS ou PRÉ- SINTOMÁTICOS QUADRO CLÍNICO - O quadro costuma ser heterogêneo mesmo dentro da mesma família NEUROLOGIA WESLLEY JONATHAN - Os sintomas motores são movimentos involuntários, cuja manifestação frequente é a coreia - Outras características motoras incluem: Distonias, mioclonias e tiques - Com a progressãodos sintomas, surgem outros sintomas como: Bradicinesia, rigidez e alteração dos reflexos posturais → Pode levar a problemas na marcha e possibilidade de quedas - Os sintomas de comprometimento cognitivo sutil podem surgir anos antes do inicio da doença, podendo progredir para DEMÊNCIA SUBCORTICAL E FRONTAL nas fases mais avançadas - Outros problemas cognitivos incluem: Lentidão geral e memória de curto prazo prejudicada - Depressão e ansiedade são os sintomas psiquiátricos mais comuns e podem ocorrer em qualquer fase da vida - No estagio inicial da doença, pode surgir uma APATIA que é caracterizada por perda geral de interesse, dificuldade em iniciar atividades e comportamentos passivos → É um sintoma comum e incapacitante que tende a piorar com o tempo - Outros sintomas psiquiátricos incluem: Irritabilidade e agressividade, pensamentos e comportamentos obsessivos/compulsivos e psicose nas fases mais avançadas ➔ O risco de suicídio deve ser sempre considerado nos pacientes com DH - Além da tríade clássica, os pacientes também apresentam distúrbios de ritmo circadiano, perda de peso, distúrbios da fala e deglutição ➔ Pode desenvolver quadros de disfagia que podem levar à aspiração pulmonar DH juvenil: ▪ Se manifesta antes dos 20 anos ▪ Geralmente ocorre naqueles com CAG > 55 repetições ▪ A apresentação clinica difere da doença de inicio no adulto ➔ A rigidez e a bradicinesia estão presentes desde o inicio e há menos movimentos hipercinéticos ▪ As convulsões ocorrem em 30 – 50% dos pacientes e pode haver dificuldade de aprendizagem e problemas comportamentais ▪ Esse fenótipo rígido de DH também é conhecido como VARIANTE WESTPHAL ou ACINÉTICA-RIGIDEZ Sinais motores: ▪ O transtorno do movimento extrapiramidal constitui a característica que define a DH ▪ As principais características são os movimentos involuntários (coreia, distonia) e comprometimento dos movimentos voluntários (oculares, marcha, deglutição) ▪ A coreia é um tipo de movimento involuntário e breve (mas não do tipo relâmpago, como na mioclonia) ➔ Podem ser observados nos membros, face ou tronco ▪ Os sintomas são exacerbados pelo estresse e acredita-se que desapareçam durante o sono ▪ A coreia tende a estar presente na FASE INICIAL da doença, alcançando um pico no meio da evolução da doença ➔ Tende a DECLINAR ou DESAPARECER durante fase tardia ▪ Na fase mais tardia, sintomas como BRADICINESIA, DISTONIA E RIGIDEZ aumentam e prejudicam o movimento voluntário do paciente → A maioria dos indivíduos necessita de alguma assistência para a deambulação, como, por exemplo, dispositivos auxiliares, aproximadamente 7 anos após o início dos sinais motores. ▪ Quedas e asfixia são eventos frequentes no estágio intermediário a tardio ▪ Outras características motoras além da coreia incluem a IMPERSISTÊNCIA MOTORA → O paciente fica incapaz de manter a protusão da língua por 10 segundos ou manter uma contração voluntária enquanto aperta (PEGADA ORDENHADERA) ▪ O comprometimento na capacidade motora fina, que pode incluir alentecimento e irregularidade, pode ser medido clinicamente ou por meio NEUROLOGIA WESLLEY JONATHAN de avaliação motora quantitativa, incluindo velocidade e ritmo de batida dos dedos ➔ A variabilidade do intervalo entre as batidas dos dedos ou o ritmo da marcha estão entre os primeiros sinais detectáveis de comprometimento motor, em um momento em que esse comprometimento não é detectável no exame neurológico nem reconhecido pelo indivíduo ▪ Quanto mais precoce o início da doença, menos provável a ocorrência de coreia ▪ As crianças que apresentam DH possuem uma forma rígida acinética da doença. ▪ A rigidez das pernas também pode ser acompanhada de marcha em tesoura, bradicinesia e perda da destreza. ▪ Ocorrem crises epilépticas em 25% dos casos de DH juvenil. Sinais cognitivos: ▪ Há comprometimento principalmente da função executiva e ocorrência de alentecimento psicomotor → podem começar 10 – 15 anos antes do distúrbio motor durante a fase prodrômica ▪ Os déficits na função executiva incluem capacidade de planejar, organizar e monitorar o comportamento ➔ Esses domínios cognitivos foram estreitamente associados aos lobos frontais e circuitos frontoestriatais e assemelham-se à disfunção cognitiva observada na doença de Parkinson ou na demência vascular. ▪ Os pacientes com DH não apresentam um transtorno primário da retenção da memória, mas têm dificuldade em adquirir informação eficientemente ou de recuperá-la de modo consistente. ▪ Apresentam melhora em resposta a lembrança com pista → semelhantemente naqueles indivíduos com doença dos lobos frontais ▪ A linguagem só é envolvida até um estágio mais tardio da doença ▪ Nos indivíduos pré-sintomáticos, os déficits no planejamento motor/velocidade (ex. ritmo das batidas dos dedos, tempo de reação de duas escolhas) e no processamento sensitivoperceptual (reconhecimento emocional e teste de identificação do olfato da universidade de Pensilvânia) fornecem melhor previsão no momento do diagnóstico, depois dos sintomas motores e do número de repetições de CAG e idade ▪ Quando se utilizam testes neuropsicológicos tradicionais, 40% dos indivíduos no estágio pré- sintomático preenchem os critérios para disfunção cognitiva leve (DCL) ➔ exibem comprometimento leve da memória episódica, velocidade de processamento, função executiva e/ou percepção visuoespacial ▪ A prevalência da DCL aumenta no decorrer dos 10 anos antes do estabelecimento do diagnóstico, à medida que o indivíduo aproxima-se da idade estimada no início do diagnóstico. ▪ Durante o período pré-sintomático, os indivíduos podem reconhecer um declínio funcional sutil na sua capacidade de executar seus trabalhos e administrar os assuntos financeiros. ▪ As crianças representam um caso especial ➔ Com frequência, apresentam declínio cognitivo, que se manifesta na forma de baixo desempenho escolar, caracterizado por falta de atenção, o que pode ser diagnosticado de modo incorreto como transtorno de déficit de atenção. Sinais compartimentais: ▪ Diversas manifestações psiquiátricas podem ser observadas na DH tanto pré-sintomática como manifesta, incluindo mais comumente irritabilidade, sintomas obsessivo- compulsivos, depressão (em até 50% dos casos) e apatia NEUROLOGIA WESLLEY JONATHAN ▪ A apatia pode aumentar significativamente na DH pré- sintomática e está associada a uma previsão de declínio funcional. ▪ os sintomas obsessivo-compulsivos (SOC) são atribuíveis a circuitos frontoestriatais, em particular o córtex orbitofronta ➔ aumentam com o passar do tempo, à medida que o indivíduo aproxima-se da fenoconversão ▪ A anosognosia é frequente na DH. ▪ Os indivíduos com DH têm menos tendência a relatar sintomas motores que estão presentes no exame, em comparação com pacientes com doença de Parkinson. ▪ Utilizando a avaliação comportamental do problema, três grupos de sintomas identificados na DH manifesta foram depressão, apatia e irritabilidade ▪ Entre pacientes com DH, não existe uma relação bem definida entre os sintomas psiquiátricos e a progressão da doença, exceto pela apatia, que se correlaciona com a duração da doença ▪ Pensamentos suicidas e o suicídio são mais comuns em pacientes com DH, em comparação com controles da mesma idade. ▪ Períodos críticos de pensamentos suicidas foram identificados próximo ao momento da fenoconversão e precocemente no estágio sintomático inicial. ▪ Nas crianças,as alterações comportamentais podem incluir depressão, agressão, impulsividade e obsessões. DIAGNÓSTICO
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