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Direito Romano e História do Direito

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DIREITO ROMANO E HISTÓRIA DO DIREITO
INTRODUÇÃO: 
· A Grécia Antiga era formada por diversas pólis que se ligavam através da linguagem e da cultura. No mais, cada uma tinha seu próprio governo, pois diante do relevo que dificultava a interação entre elas, cada uma tinha que se desenvolver da forma mais autônoma possível. 
· Quando comparado ao sistema atual (Liberal) podemos dizer que o grego buscava JUSTIÇA, através de uma ideia axiológica. Diferente do que vivemos que busca a SEGURANÇA JURÍDICA através da sistematização (Busca prever os acontecimentos, no entanto isso só positivo quando a “prevenção” tem uma finalidade). 
· De modo geral, o direito surge das relações, uniões. Antigamente, quem detinha o direito de “mandar” era quem tinha poder, assim, sempre haveria um líder que podia ser religioso, militar ou por tradição (ancião). Esse líder montava o padrão, ou seja, ele era o padrão a ser seguido. O problema ai é: como se pode medir a ética do líder? Como se pode dizer se esse padrão é o correto? Diante disso, a referência se alterou. O padrão a ser seguido passou a ser o da sociedade e, o que não seguia esse padrão, ficava a margem (Marginal). Temos como exemplo Sócrates. 
· Os gregos acreditavam que todos tinham a obrigação de conhecer o direito, pois ele era o limite. No entanto, é extremamente complicado conhecer todas as normas, e por isso a literatura era tão importante para o grego. A literatura permitia descrever como a sociedade agia e assim definir um padrão social, auxiliando o processo de conhecimento do direito (Período Homérico: Homero – Ilíada e Odisseia). 
· Todas as pólis gregas possuíam uma praça pública chamada Ágora, nas quais aconteciam os julgamentos e discussões gerais. Nos julgamentos o acusado não tinha direito a defesa, pois quem o defendia se assemelhava ao dito criminoso; assim, o réu deveria saber falar em público (Por isso na Grécia haviam tantos teatros, pois, ensinava as pessoas a falarem em público e permitia o público diferenciar um discurso bonito de um verdadeiro). A penalidade não era prevista.
GRÉCIA ANTIGA 
· Sociedade censitária, ou seja, divida pela renda. 
- EUPÁTRIDAS: Pessoas que tinham latifúndios em bons locais (Planícies), eram CONSERVADORES. 
- DEMIURGOS: Comerciantes que se situavam no litoral, eram MODERADOS. 
- THETAS: Pessoas que tinham pequenas propriedades em locais ruins (Montanhas), eram RADICAIS. 
- ESCRAVOS: Tinham deveres, mas nenhum direito. 
· Segundo Maquiavel a evolução política é circular: 
 Monarquia Oligarquia 
 
 Democracia 
· As leis proviam dos costumes e, por isso, não forneciam segurança jurídica. Assim, os Moderados e os Radicais pressionaram os Conservadores para que houvesse a criação de uma legislação escrita. 
- DRÁCON (62 a.C): Foi na legislação dele que perceberam que não havia proporcionalidade entre crime e pena e que as penas eram muito severas. Dessa forma, as pessoas param de seguir as normas estabelecidas e elas caem em DESUSO. 
- SÓLON: Escreve uma legislação mais proporcional. Separa a população por DEMOS (região) e acaba com a escravidão por dívida. 
· Tirania (560-563 a.C)
· CLÍSTENES: Realizou uma reforma política que proporcionou aos cidadãos, independente da renda, o direito ao voto (LEI DEMOCRÁTICA). Assim, todos os homens gregos (cidadãos) podiam participar da Assembleia, de forma igualitária (Insonomia). 
· DIREITO NA GRÉCIA ANTIGA: 
- TEORIA DA JUSTIÇA: Dar a cada um o que merece (Igualdade material e individualidades). 
- Justiça: É a virtude considerada mais importante. Fazer justiça é dar a cada um o que merece. O que cada um merece depende do que vai ser distribuído, pois é questão de mérito. Logo, leva em conta o que vai ser distribuído e qual o objetivo da distribuição. Assim a intenção da justiça é proporcionar IGUALDADE. 
a) Justiça GERAL/ UNIVERSAL: Proporciona a igualdade. 
b) Justiça PARTICULAR: 
> DISTRIBUTIVA (Relação de subordinação: pólis – povo): A pólis precisa distribuir bens e a melhor forma é através do MÉRITO. 
> CORRETIVA (Relação de coordenação: povo – povo): A pólis precisa corrigir a desigualdade nas relações voluntárias (Como os contratos) e involuntárias (Como atitudes ilícitas, por exemplo, roubo). 
- EQUIDADE: Mesmo a norma mais bem trabalhada pode gerar desigualdade em casos isolados, assim, temos que usar o juízo corretivo da lei (adaptação) diante de um caso concreto, evitando injustiça. 
- PRUDÊNCIA (Phronesis): A pessoa que tem prudência é aquela que consegue perceber e compreender a teoria, aplicando-a na prática. 
DIREITO ROMANO:
1) TEORIA DE FORMAÇÃO: 
- Mitológica: Rômulo e Remo: De modo geral, Rômulo e Remo são filhos de Marte (Deus da guerra) com a princesa Rea. Os irmãos teriam direito a reinar sobre Alba Longa, no entanto, o rei que não queria perder seu reinado decidi lançar as duas crianças no rio Timbre. Rômulo e remo sobreviveram graças aos cuidados de uma loba (Lupa) que os amamentou e entregou à proteção de uma família camponesa. Quando cresceram, os dois retornaram a Alba Longa e destituíram o rei, criando a cidade de Roma. Rômulo, que tinha o favor dos deuses, traçou o local onde seriam feitas as primeiras obras na cidade. Remo, inconformado com a decisão do irmão, saltou sobre a marcas feitas por este. Em resposta, Rômulo mata Remo, tornando-se o primeiro rei da história de Roma. 
- Histórica: Segundos historiadores, Roma foi fundada a partir da construção de uma fortificação criada por latinos e sabinos, para resistirem às incursões militares feitas pelos etruscos. No entanto, os mesmos vieram a dominar a região no século VII a.C, dando início a civilização romana, pela fusão dos povos indo-europeus. 
2) ETAPAS DA HISTÓRIA: 
2.1) MONARQUIA (753 a.C – 509 a.C): 
OBS: Os fatos desse período são baseados em lendas, não há muitas coisas escritas, pois tudo era passado por tradição.
· Poder público era formado pelo REI (Rex), SENADO (Senatus) e POVO (Populus romanus). 
- REI: Roma teve 7 reis, sendo o primeiro Rômulo. Os reis romanos tinham função militar, religiosa (o povo considerava o rei mediador dos deuses) e judicial (possuía poder absoluto sobre a lei). O último rei, Tarquinio, Soberbo, foi considerado um dos mais tiranos e tentou destituir o senado. 
- SENADO: Era formado pelas principais famílias e tinha como função não deixar perder a história de Roma e aconselhar o rei. 
- POVO: A sociedade era censitária (com base na propriedade da terra) e era basicamente divida entre patrícios (o que consideramos nobres), plebeus (povo em geral) e clientes (plebeus protegidos pelos patrícios, mas que deviam ajuda em trabalhos e questões militares). 
OBS1: O poder legislativo (Assembléia) decidia se a lei do rei era ou não aceita – Veto e sanção. 
OBS2: Monarquia não era hereditária e não se sabe como rei era escolhido. 
OBS3: O direito romano desse período caracterizou-se por seu atraso. Tinha o costume como única fonte, era formalista, autoritário e ainda impregnado de religiosidade. 
2.2) REPÚBLICA (509 a.C – 27 a.C): 
Obs: A República Romana teve inicio a partir de uma revolta dos patrícios que tirou do poder a monarquia etrusca. 
· O governo era formado por mais de uma pessoa e, necessariamente, tinham que ser patrícios. Assim, o poder político era controlado pelos patrícios. 
· Roma é uma República não democrática. O voto era censitário, ou seja, dependia da renda. 
· Lutas sociais: 
- Patrícios X Plebeus 
- Lutas por terras e direitos políticos 
Durante muito tempo os patrícios mandavam em Roma, pois tinham conhecimento do direito (Direito costumeiro, tornava os patrícios privilegiados), devido ao sistema republicano. Essa situação causou revolta nos plebeus (Causa: Falta de terras e de direitos políticos) que se recusaram a trabalhar. Como os patrícios não trabalhavam (para eles isso era uma desonra) e com os plebeus se recusando a trabalhar, esses resolveram fazer leis escritas (“garantem” a segurança jurídica). Essas leis são conhecidascomo “Lei das 12 Tábuas”, que inicialmente eram secretas, mas depois foram expostas ao público e, desde que se soubesse ler, poderia ter conhecimento sobre o que as mesmas diziam. 
OBS1: Através das revoltas, os plebeus conquistaram vários direitos sociais e políticos: fim da escravidão por dívidas; criação dos tribunos da plebe (direito a vetar decisões do Senado que fossem prejudiciais aos plebeus); igualdade civil (liberação de casamento entre plebeus e patrícios); igualdade religiosa (direito de atuarem como sacerdotes) e ampliação de direitos políticos (eleger representantes para diversos cargos políticos).
OBS2: Razões imediatas que permitiram a equiparação legal entre patrícios e plebeus:
- Uma classe dependia da outra. 
- Ação enérgica, decisiva e corajosa dos tribunos da plebe, através de greves. 
- Greves militares, pois Roma tinha adversários externos que só poderiam ser vencidos com a união das duas classes. 
- Redução gradativa da população patrícia em razão as constantes guerras. 
· A lei das 12 tábuas não traz segurança jurídica. 
· O fim da escravidão por dívidas faz com que comece as invasões em territórios próximos e a expansão do território romano. Isso é bom para os patrícios e ruim para os plebeus, pois com as invasões se tem escravos, assim, não é mais preciso da mão de obra paga dos plebeus. Esse fato, gera uma Guerra Civil, que tem como objetivo uma Reforma Agrária. 
· Diante desse conflito os patrícios prometem aos plebeus que as terras conquistadas serão dividas igualmente. Mas é apenas uma promessa e a guerra civil continua. 
· Diante disso o Senado indica um ditador (General Mário 110 – 79 a.C) para governar por 6 meses. Esse período se estende por mais 6 meses. 
- O ditador retira o poder do Senado. 
- Reforma no Exército: Abertura do exército para o plebeu. Além disso começa a pagá-los. (O plebeu que era desempregado começa a receber e ainda tem certo status por se tornar militar). Assim, os soldados são gratos pelo general. 
OBS: Na Roma Antiga, guerra era considerada um negócio, pois o general fica com as terras conquistadas. 
a) O DIREITO ROMANO NA REPÚBLICA: 
- Lei das 12 Tábuas: Foi uma das primeiras leis escritas em Roma que ditavam normas eliminando as diferenças de classes. Reúne, de modo geral, todo o direito praticado na época, contendo uma série de definições sobre direitos privados e procedimentos, considerando a família e rituais para negócios formais. 
- Colégio dos Pontífices: Tinham como função interpretar as normas (Reservado aos patrícios). 
- Pretor: É um magistrado encarregado da administração da Justiça e, algumas vezes do governo de uma província. De modo geral, faziam com que os conflitos fossem resolvidos ordenada e pacificamente por um juiz a pedido das partes envolvidas. O cargo era mantido por um ano e é o pretor quem faz o Édito, que seria, basicamente, a forma de como vai acontecer os julgamentos, as normas que ele vai usar (Assim, o pretor escreve uma “fórmula” e vai publicá-la na porta do fórum romano). Esse documento também tem o período de vigência de um ano, logo, na teoria, quando o pretor muda, o Édito também. No entanto, na prática, não se alterava, mantendo uma segurança jurídica. 
OBS1: O Édito tinha que respeitar a Lei das 12 Tábuas.
OBS2: A magistratura era anual, pois, após a monarquia traumática que Roma teve, eles pensaram que o curto tempo não traria a ideia de que a pessoa era “dona” do governo. Além disso, não podiam se reeleger diretamente, pois contraria a ideia republicana de alternância de poderes. Outro ponto importante é que sempre havia mais de uma pessoa por cargo, para garantir a efetividade. 
b) PROCESSO FORMULAR: É o que hoje em dia chamamos de Direito Processual. 
- Fórmula: Termo muito utilizado dentro do campo obrigacional e processual. Roma era muito ligada a tradição, assim, para que houvesse um contrato (obrigação) era necessário saber a fórmula (palavras certas que deveriam ser pronunciadas para a celebração de um contrato). Como qualquer outra tradição, essa “fórmula” era passada de pessoa para pessoa. 
- A palavra para o romano era de extrema importância e, por isso, deveria ser sempre cumprida. Caso não seja cumprida a pessoa sofre sanções jurídicas e coerção da sociedade (O romano tinha o costume de olhar o histórico da pessoa antes de celebrar algum contrato). 
OBS1: Todos os contratos precisavam de uma testemunha.
OBS2: O formalismo do direito romano contribuiu para sua laicização. 
- O processo formular ocorre em duas partes: 
1º parte: In iure (Perante o pretor): 
· INTENTIO: O autor de uma lide (Demanda: Deve indicar necessariamente qual norma foi afetada) deve levar o réu ao pretor (Mesmo que a força). Ou seja, o autor mostra sua INTENÇÃO com a demanda para o pretor. 
Obs1: Essa fase é exclusivamente privada, não há uma policia judiciaria encarregada de fazer isso pelo autor. 
Obs2: Isso gerava a ideia de que a justiça romana estava ligada a “elite”, pois os patrícios poderiam levar qualquer um diante do pretor. 
Obs3: O réu pode contestar, CONCORDANDO, DISCORDANDO ou falando que OS FATOS NÃO OCORRERAM DAQUELA FORMA. 
· DEMOSTRATIO: O autor DEMONSTRA as provas para o pretor (testemunhas, documentos, etc). Essa fase cabe tanto ao réu quanto ao autor. 
· ADIUCATIO: Nessa fase, passa o bem a quem ganhou a causa. 
· CONDENATIO: Aqui há a condenação do réu. 
2º parte: indicium (Perante o juiz):
· Após o demostratio ocorre o “levantamento de quesitos”, ou seja, o réu e o autor fazem perguntas para que o juiz responda. 
· Após o demostratio também ocorre um juramento (lides cum testatio), o qual o autor e o réu irão fazer, jurando que irão acatar e cumprir qualquer que for a decisão do juiz.
Obs1: As partes podem escolher o juiz que era julgar o caso por meio do “Album”. 
Obs2: O pretor não julga, pois pelo fato de participar de todo o processo pode se tornar parcial.
Obs3: Só após a posse da fórmula e da ordem do magistrado para que alguém julgasse o caso, o processo transferia-se para o juiz, que recolheria as provas e decidiria a questão. 
c) NORMAS UTILIZADAS: 
- Ius civile: É o que chamamos hoje de direito civil, ou seja, é a norma aplicada aos romanos. 
- Ius Gentium: Direito das gentes, comum ou internacional. É a norma aplicada aos estrangeiros.
Obs: Os romanos e gregos eram xenófobos; acreditavam que os seus valores eram melhores do que dos demais. 
- Ius honorarium: Direito da honra, ligado ao pretor. De modo geral, é o Édito (Direito pretoriano), ou seja, direito fundado na honra do pretor que o mesmo pretende usar durante a vigência do seu cargo. 
Obs: O Édito tem que obedecer a Lei das 12 Tábuas.

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