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Prof. Me Quím. e Eng. Maurício Schmitt mauricio.schmitt@ulbra.br 6. Técnicas de polimerização em meio homogêneo e em meio heterogêneo. Mecanismos e cinética de polimerização. Processos industriais de obtenção de polímeros. Aplicação de polímeros. COMPETÊNCIAS Aprender: - sobre os principais fatores que afetam as propriedades dos polímeros; - as principais propriedades e típicas aplicações dos polímeros de uso geral e de engenharia. INTRODUÇÃO Neste tema finalizaremos os fatores que afetam as propriedades dos polímeros através do estudo das técnicas de preparação, cabendo ressaltar que no tema 2 foi apresentado o processo de preparação e no tema 5 a natureza química, sendo estes todos os fatores. Revisão dos principais processo e técnicas de obtenção dos principais polímeros, o que irá colaborar para o fechamento dos temas 3 e 4. Por fim, encerraremos dando uma visão geral dos polímeros de uso geral e engenharia, apresentando suas aplicações e dado aos estudantes uma noção geral do tipo de indústria e utilidades que estes polímeros irão estar introduzidos, o que tornar-se-á um diferencial uma vez que a expertise de aplicação e funcionalidade torna-se um diferencial durante a atuação do profissional no mercado de trabalho. 6.1. TÉCNICA DE PREPARAÇÃO Ainda dentro dos fatores que afetam as propriedades dos polímeros (subtítulo 5.3 do tema 5) aqui será finalizado com a apresentação das Prof. Me Quím. e Eng. Maurício Schmitt mauricio.schmitt@ulbra.br técnicas empregadas industrialmente, tais como as homogêneas, em massa e em solução, e heterogêneas, em emulsão, em suspensão, interfacial e em fase gasosa (MANO, 1988). A polimerização em massa (bulk polimerization) emprega como solvente o próprio monômero, sem qualquer diluente. Além do monômero, é adicionado somente o iniciador da polimerização. Esta é uma reação fortemente exotérmica e a viscosidade cresce rapidamente, tornando difícil a transferência de calor e havendo locais com superaquecimento na massa reacional. Seu controle é difícil, havendo pouca uniformidade das condições reacionais, por isso o peso molecular varia apresentando larga curva de distribuição. Outra dificuldade é a remoção do iniciador. A técnica é aplicada para obtenção de peças moldadas diretamente a partir do monômero, sem pressão, com excelente qualidade óptica, com amplo emprego na fabricação de poli(metacrilato de metila) PMMA, conhecido com acrílico ou vidro acrílico (MANO, 1988) e também na produção de poliuretana (PU). Na polimerização em solução, além do iniciador, usa-se um solvente junto ao monômero, podendo ou não ser solvente para o polímero formado. As principais vantagens são facilidade de transferência de calor, assim havendo homogeneidade da temperatura, o polímero desejado em solução, está pronto para utilização, como em revestimentos. As desvantagens é reação retardada pelo solvente e dificuldade da remoção do polímero. É um técnica comum aplicada na policondensação e poliadições. Quando o polímero formado nesta reação é insolúvel esta técnica também é chamada em lama ou com precipitação (MANO, 1988). Polimerização em emulsão os monômeros são emulsionados no meio reacional, um não solvente geralmente água, onde contém o iniciador hidrossolúvel ao qual se adiciona um emulsificante, comumente um tensoativo (sabão). É amplamente utilizado em poliadições, onde o tamanho das partículas emulsionadas varia entre 1nm (nanômetro) a 1um (micrometro). Outros aditivos são comuns neste tipo de reação como: tamponante de pH, coloides protetores, Prof. Me Quím. e Eng. Maurício Schmitt mauricio.schmitt@ulbra.br reguladores de tensão superficial, regulador de polimerização (modificadores), ativadores (agentes de redução), etc. Nessa técnica a velocidade da reação é mais alta que da técnica em massa ou em solução, onde os produtos formados tem pesos moleculares relativamente altos. Os radicais livres, se forma na fase aquosa e migram para fase dispersa, onde a reação tem início. Como vantagens é o fácil controle da temperatura, consequente maior homogeneidade do peso molecular, facilidade na condução a polímeros de alto peso molecular, com rápida e alta conversão, além da fácil agitação, que não é afetada pois não há aumento da viscosidade. A principal desvantagem é a remoção do emulsificante (MANO, 1988). Exemplos de aplicação é a obtenção de SBR e NBR. Na polimerização em suspensão, o que de fato ocorre é uma polimerização em massa, dentro de cada gotícula suspensa. O tamanho das partículas dispersas é superior a 1um, geralmente de 1 a 10 um ou mais, o que exige agitação mecânica vigorosa e contínua. Neste tipo de reação o iniciador deve ser solúvel no monômero, sendo necessário o uso de estabilizadores para evitar a coalescência das gotículas viscosas de monômero-polímero em suspensão. Tem como vantagem a precipitação do polímero, como “pérolas”, simplesmente ao ser suspensa a agitação (MANO, 1988). Polimerização interfacial ocorre quando a reação é conduzida na interface de dois solventes, cada um contendo um dos monômeros, comumente aplicada a policondensação. A reação deve ser rápida para o uso desta técnica. A renovação da interface onde ocorre a reação é feita seja por remoção lenta e contínua do polímero precipitado, no meio das camadas, ou agitação conduzindo as gotículas dispersas, onde na superfície estará ocorrendo a polimerização (MANO, 1988). Aplicável na formação de poliuretanos a partir de dissociantes e dióis. Outra ocorrência é a partir da reação de Schotten-Baumann, para a separação de policarbonatos; nesse caso o meio deve conter uma base, para deter o ácido clorídrico eliminado. Prof. Me Quím. e Eng. Maurício Schmitt mauricio.schmitt@ulbra.br Polimerização em Fase Gasosa é empregada para a poliadição de monômeros gasosos (etileno e propileno), com iniciadores de coordenação de alta eficiência (acima de 98%, sistemas catalíticos de Ziegler-Natta), mantidos sob a forma de partículas, em leito fluidizado, contínuo. Nos processos em fase gasosa e em pasta, os catalisadores devem ser suportados numa substância adequada, enquanto que podem ser adicionados diretamente na polimerização em solução. O polímero é formado nos locais ativos do catalisador em uma partícula de polímero catalítico gradualmente expansível e é o centro ativo em cada partícula. O monômero gasoso fresco difunde- se através da partícula de polímero para atingir o local ativo. As técnicas de processamento em fase gasosa e em pasta são utilizadas principalmente para a produção de poliolefinas, como HDPE. 6.2. MATERIAS DE ENGENHARIA Os polímeros serão os principais produtos da cadeia petroquímica, sendo sua via de obtenção sintética e apresentando longas cadeias. Em resumo, conforme já apresentado nos temas anteriores, as propriedades dos polímeros dependem do monômero, do tipo de reação empregada na sua obtenção e também da técnica de preparação. Assim haverá três tipos gerais de reação a Poliadição, policondensação e a modificação química de outro polímero. Conforme a natureza química do monômero, o tipo de reação visada e a aplicação desejada para o polímero, variando a técnica de preparo: em massa, em solução, em emulsão, em suspensão, interfacial e fase gasosa (MANO, 1991). Via poliadição os monômeros sempre apresentaram duas ligações (dupla) entre átomos de carbono, sem a formação de subprodutos, sendo os de maior importância industrial listados a seguir pelo nome IUPAC (International Union of Pure and Applied Chemistry) e sigla: Polietileno (PE), polipropileno (PP), poli-isobutileno (PIB), poliestireno (PS), polibutadieno (BR), poli-isopreno (IR), Prof. Me Quím. e Eng. Maurício Schmitt mauricio.schmitt@ulbra.brcopoli(etileno-pripileno-dieno) (EPDM), copoli(isobutileno-isopreno) (IIR), copoli(butadieno-estireno) (SBR), poli(cloreto de vinila) (PVC), poli(cloreto de vinilideno) (PVDC), policloropreno (CR), poli(fluoreto de vinilideno) (PVDF), poli(tetraflúor-etileno) (PTFE), poli(acetato de vinila (PVAC), poli(metacrilato de metila) (PMMA), poliacrilonitrila (PAN), copoli(butadieno-acrilonitrila) (NBR), copoli(estireno- acrilonitrila) (SAN), copoli(estireno-butadieno-acrilonitrila) (ABS) e copoli(etileno-acetato de vinila) (EVA). Via policondensação, há formação de subprodutos, que precisam ser removidos do meio reacional, objetivando purifica o polímero, sendo os de maior importância industrial listados a seguir pelo nome IUPAC e sigla: Poli(glicol etilênico) (PEG), poli(óxido de fenileno) (PPO), poli(éter- éter-cetona) (PEEK), resina epoxídica (ER), poli(dimetil-siloxano) (PDMS), poli(tereftalato de etileno) (PET), poli(tereftalato de butadieno) (PBT), policarbonato (PC), poliéster insaturado = poli(ftalato-maleato de etileno) (PEPM), poliamida-6 (PA-6), poliamida-11 (PA-11), poliamida-66 (PA-66), poliamida-610 (PA- 610), poliamida aromática = poli(fenileno-tereftalamida) (PPTA), polibenzimidazol (PBI), poli(amida-imida) (PAI), poli(éter-imida) (PEI), poli-imida (PI), poli(sulfeto de fenileno) (PPS), poli(aril-sulfona) (PAS), poli(éter-sulfona) (PES), resina de fenol-formaldeído (PR), resina de uréia-formaldeído (UR), resina de melamina-formaldeído (MR), poliacetal = poli(óxido de metileno) (POM), PPPM (Poli(ftalato- maleato de propileno) estirenizado) e poliuretano (PU). As modificações de polímeros resulta de reações químicas sobre polímeros já existentes, seja a fonte do polímero natural ou sintética. As mudanças no peso molecular, na solubilidade, na resistência elétrica, mecânica, etc. permitem uma diversificação ampla de aplicações (MANO, 1991). A seguir os polímeros modificados de maior importância industrial listados pelo nome IUPAC e sigla: Nitrato de celulose (CN), acetado de celulose (CAC), metil-celulose (MC), hidroxi-etil-celulose (HEC), carboxi-metil-celulose (CMC), poli(álcool vinílico) (PVAL), copoli(isobutileno-isopreno) clorado Prof. Me Quím. e Eng. Maurício Schmitt mauricio.schmitt@ulbra.br (CIIR), polietileno clorado (CPE), polietileno cloro-sulfonado (CSPE) e poli(cloreto de vinila) clorado (CPVC). Os polímeros industriais obtidos através dessas rotas sintéticas podem ser utilizados como materiais de engenharia, tanto individualmente quanto em sistemas mistos, mais complexos. No primeiro caso, sistemas poliméricos simples, as resinas são aditivadas com pequenas quantidades de ingredientes específicos, que lhes conferem características, como cor, flexibilidade, resistência mecânica, resistência às intempéries, etc. adequadas ao artefato que se pretende fabricar. Esses aditivos foram apresentados no tema 4 (indústria de plásticos e borracha). Os polímeros via policondensação, sistema poliméricos mistos, contendo quantidades substanciais de cada componente, podem ser distribuídos em 2 grupos: aqueles que se apresentam como misturas miscíveis de diferentes polímeros, molecularmente homogêneas, que são também denominados ligas poliméricas (Polymer alloys), em analogia às ligas metálicas, e aqueles que compõem misturas imiscíveis, macroscopicamente heterogêneas, que são genericamente denominadas misturas poliméricas (Polymer blends) (MANO, 1991). 6.2.1. SISTEMAS POLIMÉRICOS SIMPLES Serão constituídos pelos polímeros a pouco relacionados e já apresentados, onde os mesmos serão divididos quanto aos seu comportamento ao calor, podendo ser termoplásticos, que a elevadas temperaturas amolecem ou se fundem, são recicláveis e apresentam aplicação limitada, ou termorrígidos, estáveis termicamente, não se fundem e não amolecem, não são recicláveis, sendo as matrizes mais utilizadas (SOARES et al. 2020; MANO, 1991). Quanto a resistência mecânica será agrupado como borracha ou elastômero, plástico e fibra, quanto a escala de fabricação, encontra- se a expressão polímeros de commodieties, que representam a Prof. Me Quím. e Eng. Maurício Schmitt mauricio.schmitt@ulbra.br maior parte da produção total de plásticos e elastômeros no mundo, compreendendo o PE, PP, PS, SBR, NBR, EVA, PET, etc. e plásticos specialities, como o POM, UHMWPE (polietileno de altíssimo peso molecular), etc. (MANO, 1991). Sob o ponto de vista de aplicação, são divididos em dois grandes grupos: polímeros de uso geral e de engenharia. Os de uso geral podem ser termoplásticos ou termorrígidos e os de engenharia são para aplicações específicas. A seguir serão os polímeros conforme os grupos definidos. Uso geral: Termoplásticos - PE, PP, OS, HIPS (poliestireno de alto impacto), SAN, ABS, EVA, PVC, PAN, PVAC, PMMA, PU, PVDC; Termorrígidos – ER, PR, UR, MR, PU, PR, PPPM; OBS: PU dependendo do processo pode apresentar-se com termoplástico ou termorrígido. Engenharia: Uso geral - UHMWPE (polietileno de altíssimo peso molecular), POM, PET, PBT, PC, PA, PPO, PVDF; Uso especial - PTFE, PAR (poliarilatos), LCP (poliéster líquido-cristalino), PA (poliamidas aromáticas), PI, PAI, PEI, PEK (poli(éter-cetona)), PEEK, PES, PAS e PPS. INFOGRAFO 6.2.1.1. POLÍMEROS DE USO GERAL PE, conforme já apresentado em temas anteriores, terá aplicações típicas conforme a estrutura da sua cadeia (linear ou ramificada) e peso molecular. No geral suas propriedades marcantes são alta resistência química e a solvente, baixo custo e o UHMWPE alta resistência ao desgaste, baixo coeficiente de fricção e fisiologicamente inerte. Mediante esta propriedades as aplicações são as que seguem: Prof. Me Quím. e Eng. Maurício Schmitt mauricio.schmitt@ulbra.br HDPE: contentores – containers 1000L, bombonas, fitas para lacre de embalagens, materiais hospitalares; LDPE: recipientes para embalagens de produtos alimentícios, farmacêuticos e químicos; filmes para embalagens em geral, utensílios domésticos, brinquedos, lonas para uso agrícola; UHMWPE: placas de revestimento de máquinas para indústria de alimentos e de mineração; componentes de bombas para líquidos corrosivos; engrenagens; revestimento de pistas e piso para esporte e linhas de montagem de automóveis; na medicina como implantes, ossos artificiais; cepo/tábua para corte de carne (MANO, 1991). PP alta resistência química e a solventes e baixo custo. Suas aplicações são: para-choques de carros; carcaças de eletrodomésticos; recipientes uso geral; fitas para lacre de embalagens; brinquedos; sacarias; carpetes; tubos para carga de caneta esferográfica; bocal de pistolas para aplicação de aerossóis; material hospitalar como seringas de injeção descartáveis (MANO, 1991). PS apresenta rigidez, semelhança ao vidro, alta resistência química, baixa resistência a solventes orgânicos, baixa resistência às intempéries e baixo custo. Suas aplicações são: utensílios domésticos rígidos, transparentes ou não; brinquedos; escovas; embalagens rígidas para cosméticos. Sob a forma expandida, no isolamento térmico, na embalagem de equipamentos contra o choque, pranchas de surf (MANO, 1991). PVC alta resistência à chama, forma tanto peças rígidas, quanto muito flexíveis quando adicionado plastificante, ganhando aparência de “couro” e baixo custo. Suas aplicações típicas são: forração de poltronas e estofamento de automóveis; separadores de bateria; revestimento de fios e cabos elétricos; tubos rígidos para água e esgoto; tubos flexíveis para água; esquadrias para janelas. Embalagens rígidas e transparentes para bebidas e alimentos; toalhas de mesa; cortinas de chuveiro; bolas, bolsas, sapatos e Prof. Me Quím. e Eng. Maurício Schmitt mauricio.schmitt@ulbra.br roupas decouro artificial; passadeiras; piso; carteiras transparentes de identificação; bonecas (brinquedos) (MANO, 1991). PVAC também conhecido como PVAc ou PVA, apresenta como propriedade marcante a adesividade, sendo aplicado em tintas de parede, adesivos para papel e adesivos fundidos (hot melt) (MANO, 1991). PAN também denominada de fibra acrílica (acima de 85% de acrilonitrila), fibra modacrílica (acrílica modificada contendo menos de 85% de acrilonitrila), apresenta alta resistência a solventes, alta resistência à tração após estiramento e baixa estabilidade térmica. Suas principais aplicações são fibras têxteis macias e leves como a lã e é o precursor para fabricação de fibras de carbono (MANO, 1991). PVDC excelente impermeabilidade a gases e vapores, inclusive aromas, grande resistência química e baixa inflamabilidade. Aplicado principalmente em filmes para embalagens de alimentos (MANO, 1991). PMMA ou plástico acrílico é semelhante ao vidro, apresenta boa resistência química, alta resistência a intempéries, resistência ao impacto, transparência e capacidade de refletir a luz. Suas aplicações típica são: placas de sinalização de tráfego em estradas, calotas, janelas de aviões, lanterna de carros, protetores de chuva em janelas de carros, letreiros de luminosos de casas comerciais, redomas de instrumentos, luminárias, placas transparentes de teto, lentes de grande dimensões para projetores, decorações de vitrines comerciais, painéis, fibras óticas (MANO, 1991). PR ainda conhecido como resina fenólica, fórmica ou baquelite, apresentam alta resistência mecânica e térmica, boa resistência química, estabilidade dimensional, limitação na coloração e baixo custo. Suas aplicações típicas são: engrenagens; pastilhas de freio; componentes do sistema de transmissão de carros; compensado naval; peças elétricas moldadas; laminados para revestimento de mesas, balcões, divisórias, portas (MANO, 1991). Prof. Me Quím. e Eng. Maurício Schmitt mauricio.schmitt@ulbra.br UR também conhecida como resina uréica e resina aminada, tem como propriedades marcantes a boa resistência mecânica e térmica, boa resistência química, dureza e baixo custo. Dentre suas aplicações estão as chapas de compensados para móveis, divisórias; acabamentos de tecidos; vernizes para revestimento de assoalho; adesivos de madeira; moldados duros e resistentes à compressão e ao impacto (MANO, 1991). MR ou resina melamínica ou aminada, apresenta alta resistência mecânica, térmica e química; boa estabilidade dimensional; elevada dureza, boa resistência ao risco e à abrasão. Utilizada em peças moldadas duras e resistentes ao risco e ao impacto, substituindo à louça; camada decorativa dos laminados fenólicos; vernizes, adesivos (MANO, 1991). ER também denominada resina oxirânica ou epóxi, apresenta como propriedades marcantes adesividade, resistência à abrasão, baixa contração após cura, tendo como aplicações típicas a formação de compósitos com fibra de vidro, de carbono ou de poliamida aromática, para indústria aeronáutica; componentes de equipamentos elétricos; circuitos impressos; encapsulamento de componentes eletrônicos; revestimento de superfícies; adesivo para metal, cerâmica e vidro; moldes e matrizes para ferramentas industriai, arcada dentária (boca) e ossaturas (MANO, 1991). PPPM sendo ainda denominado como poliéster insaturado e quando reforçado com fibra de vidro, GRP (glass reinforced polyester) ou FRP (fiberglass reinforced polyester) apresenta resistência a intempéries e na forma de compósito com fibra de vidro, apresenta grande facilidade de processamento, na moldagem de peças de pequenas ou grandes dimensões. É aplicado em cascos de barcos, carrocerias de carros esportivos, luminárias decorativas, telhas corrugadas, tanques, piscinas, móveis; silos, tubos para esgoto industrial, painéis e bandejas (MANO, 1991). PU ou PUR e TPU apresenta excepcional resistência a abrasão, facilidade de fabricação de peças de grandes dimensões e formas, além de baixo custo de processamento. Dentre suas aplicações Prof. Me Quím. e Eng. Maurício Schmitt mauricio.schmitt@ulbra.br típicas como termoplásticos é em gaxetas; diafragmas; peças flexíveis e resistentes à abrasão, para uso em mineração, como peneiras, conexões, anéis de vedação, juntas para trilho; para choques de carro; correias transportadoras; solados e saltos de calçados; rodas de skate; vernizes para carro, móveis e assoalhos; fibras. Como espuma flexível para estofamento de móveis e veículos; estrutura de bolsas; confecções de roupas; revestimento de tapetes; painéis de proteção contra choques. Como espuma rígida ou semirrígidas, em molduras de quadros e espelhos; parte decorativa de móveis (MANO, 1991). 6.2.1.2. POLÍMEROS DE ENGENHARIA Apresentam módulo elástico elevado a temperaturas relativamente altas, o facilita a substituição de materiais tradicionais, pelos seguintes motivos: peso reduzido, comparado a cerâmicas e metais; facilidade de fabricação e processamento; eliminação de tratamento anticorrosivo; alta resistência ao impacto; bom isolamento elétrico; baixo custo energético de fabricação, transformação e acabamento (MANO, 1991). Neles é possível observar a relação existente entre a estrutura química e as propriedades apresentadas. Todo polímero de engenharia é termoplástico, o que indica fusibilidade e facilidade no processamento. Todos apresentam boa resistência mecânica, com módulo alto, ou seja, rígidos a temperatura ambiente e sua estrutura permite ordenação interna, o que reflete na sua cristalinidade e consequentemente, reforço das propriedades mecânicas e resistência a reagentes químicos e solventes. Também pela ausência de insaturações olefínicas, estes polímeros são resistentes a oxidação e a intempéries, o que é uma importante aplicação de engenharia (MANO, 1991). A seguir serão apresentados alguns destes polímeros, suas principais propriedades e aplicações típicas: Prof. Me Quím. e Eng. Maurício Schmitt mauricio.schmitt@ulbra.br POM também denominado polioximetileno, poliformaldeído ou poliacetal, apresenta peso molecular entre 15.000 a 30.000, densidade 1,42 g/cm^3, Tm 180°C e Tg de 82°C, 75% de cristalinidade, sendo um termoplástico branco e opaco. Apresenta excelente estabilidade dimensional, com alguma resiliência; baixa absorção de água; resistência à fricção e à abrasão, a reagentes e a solventes; alta resistência à fadiga. Pouca estabilidade térmica e dificuldade de processamento melhoradas por copolimerização. Como principais aplicações estão partes de peças industriais para uso mecânico; na indústria automobilística, cintos de segurança, engrenagens, mecanismo de elevadores de janelas de carro; componentes de torneiras, fechaduras, válvulas; molas; bombas; carcaça de chuveiros elétricos; zíper; válvulas de aerossol; componentes elétricos e eletrônicos; componentes de equipamentos de escritório, como computadores e terminais de vídeo e de eletrodomésticos em geral (MANO, 1991). PET já apresentado no tema 3, apresenta propriedades como peso molecular entre 15.000 a 42.000, densidade entre 1,33 e 1,45 g/cm^3, índice de refração entre 1,65 e 1,66, Tm entre 250 a 270°C e Tg entre 70 a 74°C, com até 40% de cristalinidade, sendo um termoplástico branco, transparente ou opaco. Como propriedades marcantes estão sua resistência mecânica, térmica e química, possibilidade de se apresentar no estado amorfo (transparente), parcialmente cristalino e orientado (translúcido) e altamente cristalino (opaco). Suas principais aplicações são como suporte de filme metálico para estampagem em plásticos, fitas magnéticas para gravação; mantas para filtros industriais; embalagem de alimentos, cosméticos e produtos farmacêuticos; filmes e placas de radiografia, fotografia e reprografia,impermeabilização de superfícies; frascos para refrigerantes gaseificados; fibras têxteis; indústria automobilística em partes estruturais grandes, carcaças de bombas, limpadores de para-brisa; componentes elétricos; interior de micro- ondas; em compósitos com fibra de vidro, componentes de móveis de escritório (MANO, 1991). Prof. Me Quím. e Eng. Maurício Schmitt mauricio.schmitt@ulbra.br PC apresenta peso molecular entre 10.000 e 30.000, densidade 1,2g/cm^3, índice de refração 1,59, Tm 268°C e Tg 150°C, baixa cristalinidade, sendo um termoplástico incolor e transparente. As propriedades marcantes são sua semelhança com o vidro, porém com alta resistência ao impacto; boa estabilidade dimensional; boas propriedades elétricas; boa resistência ao escoamento sob carga e às intempéries; resistente a chama. Deste as aplicações estão placas resistentes ao impacto, janelas de segurança, escudos de proteção, painéis de instrumentos, lanternas de carros, partes do interior de aeronaves, cabines de proteção, capacetes de proteção de motociclistas; componentes elétricos e eletrônicos, discos compactos (CD’s), conectores, luminárias para uso exterior, recipientes para uso em fornos de micro-ondas; tubos de centrífugas para sistemas aquosos, anúncios em estradas, artigos esportivos; aplicações em materiais de cozinha e de refeitórios, como bandejas, jarros d’água, talheres, mamadeiras; aplicações médicas em dialisadores renais; em misturas poliméricas, com ABS, PET, PBT ou TPE, em para choques e outras peças externas para carros (MANO, 1991). PA-6 e PA-66, também conhecidos como Nylon, Náilon-6, policaprolactama ou Náilon-6,6. O PA-6 apresenta peso molecular entre 10.000 e 30.000, densidade entre 1,12 e 1,14g/cm^3, índice de refração 1,54, Tm 215 a 220°C e Tg 50°C, até 60% de cristalinidade, sendo um termoplástico amarelado e translúcido. O PA-6,6 apresenta peso molecular entre 10.000 e 20.000, densidade entre 1,13 e 1,15g/cm^3, índice de refração 1,54, Tm 250 a 260°C e Tg 50°C, até 60% de cristalinidade, sendo um termoplástico amarelado e translúcido. Apresentam como propriedades marcantes a resistência mecânica, à fadiga, ao impacto repetido e à abrasão, baixo coeficiente de fricção, resistência ao escoamento sob carga, boa resistência química e a solventes não ácidos, alta absorção de umidade. Dentre suas aplicações estão na indústria de transportes, em engrenagens para limpadores de para-brisas, velocímetros, ventiladores para motor, reservatório de fluído para freio, estojos de espelhos, componentes mecânicos de aparelhos domésticos, cabos de martelo, partes móveis de máquinas; em conectores elétricos; Prof. Me Quím. e Eng. Maurício Schmitt mauricio.schmitt@ulbra.br como filmes, para reembalagem de alimentos; malhas para meias e roupas; equipamentos para processamento de alimentos e de tecidos; escovas; fios de pesca; material esportivos como raquetes, bases de esqui, rodas de bicicleta. PTFE também comumente chamado pelo nome comercial DuPont Teflon, apresenta peso molecular entre 500.000 e 5.000.000, densidade entre 2,13 e 2,20g/cm^3, Tm 327°C e Tg 127°C, com 95% de cristalinidade, sendo um termoplástico branco e opaco. Apresenta excepcional resistência a solventes e reagentes químicos; elevada resistência térmica; baixo coeficiente de fricção; baixa aderência; boas propriedades mecânicas, mesmo a temperaturas muito elevadas. Suas aplicações típicas são no revestimento antiaderente em panelas e equipamentos para a indústria de alimentos; anéis de pistão de máquinas; suportes; selos mecânicos; fitas de vedação; gaxetas; torneiras; sedes de válvulas. OBRAS CONSULTADAS SOARES,B.G.; CAPLAN,S.; LOPES,E.; CALHEIROS,L.; CORDEIRO,E.; PEREIRA, J.; FERREIRA, S. - As diversas aplicações dos materiais termorrígidos - Laboratório de Misturas Poliméricas e Polímeros Condutores – IMA UFRJ http://ima.ufrj.br/images/documents/documentos/semana-de- polimeros/29-15.30-As-diversas- aplica%C3%A7%C3%B5es.pdf – Acessado às 10:58 de 21/09/2020. MANO, E.B. – Introdução a polímeros – Editora Edgard Blücher Ltda, Rio de Janeiro, 1988; MANO, E.B. – Polímeros como materiais de engenharia – Editora Edgard Blücher Ltda, Rio de Janeiro, 1991;
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