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TCC MEDICINA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA 
COMPLEXO HOSPITALAR UNIVERSITÁRIO 
PROFESSOR EDGARD SANTOS 
 
 
 
 
Monografia 
 
 
 
 
 
 
Desfechos perinatais associados ao achado 
ultrassonográfico isolado de intestino fetal hiperecogênico. 
 
 
 
 
 
Cissa Ferreira Lopes Araujo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Salvador (Bahia) 
Dezembro, 2019 
II 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA 
COMPLEXO HOSPITALAR UNIVERSITÁRIO 
PROFESSOR EDGARD SANTOS 
 
 
 
 
 
Monografia 
 
 
 
Desfechos perinatais associados ao achado 
ultrassonográfico isolado de intestino fetal hiperecogênico. 
 
 
 
 
Cissa Ferreira Lopes Araujo 
 
Professor orientador: Kleber Pimentel Santos 
 
 
Monografia de Conclusão do Programa de 
Residência Médica de Ultrassonografia em 
Ginecologia e Obstetrícia do Complexo 
Hospitalar Universitário Professor Edgard 
Santos / Maternidade Climério de Oliveira, 
apresentada à Comissão de Residência 
Médica 
 
 
 
 
 
 
 
Salvador (Bahia) 
Dezembro, 2019 
III 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“O homem nasceu para aprender... aprender tanto quanto 
a vida lhe permita.” (Guimarães Rosa) 
IV 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A todos aqueles que dedicam parte do 
seu tempo à Ciência e à Medicina. 
 
V 
 
EQUIPE 
 
 
• Cissa Ferreira Lopes Araújo, Universidade Federal da Bahia. Endereço eletrônico: 
cissa.flaraujo@gmail.com; Telefone para contato: (71)99158-4145; e 
 
 
• Kleber Pimentel Santos, Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de 
Medicina da Bahia/UFBA; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES 
 
COMPLEXO HOSPITALAR UNIVERSITÁRIO 
PROFESSOR EDGARD SANTOS / MATERNIDADE 
 CLIMÉRIO DE OLIVEIRA 
➢ Universidade Federal da Bahia (UFBA) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTES DE FINANCIAMENTO 
 
1. Recursos Próprios 
 
 
 
 
 
 
 
 
VI 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
 
 
 Ao meu Professor Orientador, Dr. Kleber Pimentel Santos, pelo conhecimento 
transmitido sempre de forma leve e despretensiosa, pela compreensão nas horas 
difíceis e pela preocupação constante com o crescimento dos seus alunos. Meus 
especiais agradecimentos e admiração pela dedicação incontestável à vida acadêmica 
e pela excelência com a qual desempenha suas funções docentes e assistenciais. 
 
 Aos demais preceptores do Serviço de Ultrassonografia da Maternidade Climério de 
Oliveira, pela paciência, disponibilidade e por, literalmente, “segurarem minha mão” 
nesse caminho do aprendizado. 
 
 A Allison Ramon Araujo, pelo companheirismo, incentivo e auxílio com as 
ferramentas e recursos de informática. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
ÍNDICE 
 
 
 
ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES .......................................................................................... 2 
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ...................................................................... 3 
I. RESUMO ...................................................................................................................... 4 
II. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................... 5 
II.1. Avaliação Ultrassonográfica Fetal ........................................................................ 5 
II.2. Rastreio de Malformações Fetais ......................................................................... 5 
II.3. Marcadores Ultrassonográficos de Cromossomopatias ....................................... 6 
II.4. O Trato Gastrointestinal Fetal .............................................................................. 6 
II.5. Avaliação Ultrassonográfica do Trato Gastrointestinal Fetal .............................. 7 
II.6. Intestino Hiperecogênico ...................................................................................... 7 
III. OBJETIVO ............................................................................................................... 10 
IV. METODOLOGIA .................................................................................................... 11 
V. RESULTADOS ......................................................................................................... 12 
VI. DISCUSSÃO ............................................................................................................ 18 
VII. CONCLUSÕES ...................................................................................................... 21 
VIII. ABSTRACT .......................................................................................................... 22 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 23 
 
 
 
 
2 
 
ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES 
 
 
 
 
FIGURA 
 
FIGURA 1. Intestino Fetal Hiperecogênico. ............................................................................. 7 
 
FIGURA 2. Intestino Hiperecogênico versus Normal. .............................................................. 8 
 
FIGURA 3. Hiperecogenicidade Intestinal no Segundo Trimestre. .......................................... 8 
 
 
 
 
FLUXOGRAMA 
 
FLUXOGRAMA 1. Seleção dos artigos pesquisados. ........................................................... 12 
 
 
 
 
QUADROS 
 
QUADRO 1. Local do estudo e número de participantes, por autor e ano ............................. 13 
 
QUADRO 2. Desenho de estudo, idade materna e idade gestacional no diagnóstico, por autor 
e ano .......................................................................................................................................... 14 
 
QUADRO 3. Aparelho utilizado e definição de “intestino hiperecogênico”, por autor e ano 15 
 
QUADRO 4. Principais resultados e conclusões, por autor e ano .......................................... 16 
 
 
 
3 
 
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS 
 
 
 
 
CMV: Citomegalovírus 
DPP: Descolamento Prematuro de Placenta 
EUA: Estados Unidos da América 
IC: Intervalo de Confiança 
IH: Intestino Hiperecogênico 
MEDLINE: Medical Literature Analysis and Retrieval System Online 
RN: Recém-nascido 
RCIU: Restrição de Crescimento Intra-uterino 
RR: Risco Relativo 
USG: Ultrassonografia 
 
 
 
 
 
4 
 
I. RESUMO 
 
 
 
DESFECHOS PERINATAIS ASSOCIADOS AO ACHADO ULTRASSONOGRÁFICO 
ISOLADO DE INTESTINO FETAL HIPERECOGÊNICO. Introdução: Com o avanço 
tecnológico, as malformações do aparelho digestivo fetal estão sendo reconhecidas mais 
frequente e precocemente ao ultrassom. Intestino hiperecogênico é definido quando a 
ecogenicidade intestinal se aproxima à do osso adjacente. O significado clínico dessa alteração, 
quando ocorre isoladamente, permanece incerto. É importante entender os desfechos possíveis 
na sua presença, a fim de melhor aconselhamento e conduta. Objetivo: Verificar, na literatura, 
quais os principais desfechos perinatais associados ao achado isolado de intestino 
hiperecogênico fetal durante exame ultrassonográfico pré-natal. Metodologia: Revisão 
sistemática da literatura, utilizando a base de dados Medical Literature Analysis and Retrieval 
System Online (MEDLINE™). Resultados: Dos 116 artigos encontrados, 11 foram 
selecionados para este estudo. Cinco deles evidenciaram grande associação com desenlaces 
favoráveis e bom prognóstico. Outros quatro trabalhos sugeriram que o intestino 
hiperecogênico no feto constitui fator de risco importante para eventos adversos, mesmo com 
carótipo normal e sem anomalias congênitas. Dois estudos observaram aumento da incidência 
de fibrose cística em conceptos com o achado descrito Discussão: A hiperecogenicidade 
intestinal fetal permanece uma alteração sem guidelines bemestabelecidos para seu diagnóstico 
e manejo. Recomenda-se seguimento ecográfico, investigação familiar detalhada e rastreio de 
infecções congênitas. A indicação de testes mais invasivos pode ser justificada, principalmente 
se houver outras anomalias concomitantes. É importante que haja uma padronização do 
diagnóstico e das condutas. Conclusões: Apesar de comumente cursar com resolução e bom 
prognóstico, o achado isolado de intestino fetal hiperecogênico pode estar associado a algumas 
patologias, eventos adversos e aneuploidias. O risco aumenta quando há outras malformações 
associadas. 
 
Palavras-chave: 1.Intestino hiperecogênico; 2. Ultrassonografia 3. Desfechos; 
 
 
5 
 
II. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
II.1. Avaliação Ultrassonográfica Fetal 
 O uso da ultrassonografia na avaliação da paciente obstétrica iniciou-se há cerca de 04 
décadas. Inicialmente, limitava-se a avaliar número de fetos, idade gestacional, localização da 
placenta e viabilidade fetal. Atualmente, um exame ultrassonográfico realizado por operadores 
experientes é capaz de identificar defeitos anatômicos sutis e sugerir anormalidades genéticas 
ou cromossômicas. (1) 
 
II.2. Rastreio de Malformações Fetais 
Entre as causas de morte intra-útero ou neonatal, as malformações fetais aparecem como 
uma das principais nos países desenvolvidos, onde aproximadamente 2 a 3% dos recém 
nascidos possuem alguma anomalia congênita. Tais alterações são responsáveis por 20% das 
mortes neonatais e 30 a 50% dos óbitos perinatais nas nações de primeiro mundo. (2) Nos 
Estados Unidos, estimou-se que, a cada ano, 100.00 a 150.000 crianças nascem com alguma 
malformação e cerca de 8.000 delas morrem no primeiro ano de vida. (1) Em relação à 
morbidade, os defeitos congênitos e as alterações genéticas representam 10 a 25% das 
internações em unidades de alta complexidade na América Latina. (2) 
 A melhoria das condições socioeconômicas e os avanços tecnológicos na área de saúde 
contribuíram, ao longo dos anos, para a diminuição da mortalidade infantil na grande maioria 
dos países, incluindo o Brasil. Nas últimas décadas, aumentou-se o interesse na identificação 
de anomalias genéticas e cromossômicas fetais, principalmente através de métodos não 
invasivos, como as análises bioquímicas e a ultrassonografia. (2) 
Os avanços na tecnologia empregada nos aparelhos de ultrassom estão contribuindo para 
aumento da detecção de defeitos estruturais nos fetos, o que fez esse exame se tornar parte da 
6 
 
rotina pré-natal de toda população, incluindo as de baixo risco. Através da ultrassonografia, é 
possível identificar alterações da morfologia fetal, malformações e também sinais indiretos 
(restrição do crescimento intra-uterino, alterações do volume de líquido amniótico, etc) que 
podem se relacionar a quadros sindrômicos. (2) 
 
II.3. Marcadores Ultrassonográficos de Cromossomopatias 
Durante o primeiro trimestre, o aumento da espessura da translucência nucal é uma 
característica comum entre as anormalidades cromossômicas. Já no segundo trimestre, cada 
aneuploidia tem um padrão sindrômico peculiar. Após diversos estudos, foi possível identificar 
uma série de alterações ultrassonográficas que podem ser consideradas potenciais marcadores 
para cromosssomopatias. Entre eles, estão: prega nucal aumentada, fêmur curto, foco ecogênico 
intracardíaco, ausência ou hipoplasia do osso nasal, ventriculomegalia, hidronefrose e intestino 
hiperecogênico. (3) 
 
II.4. O Trato Gastrointestinal Fetal 
O aparelho gastrointestinal começa a se desenvolver entre a terceira e a quarta semanas 
de vida intrauterina. As células germinativas do endoderma incorporadas ao embrião formam 
o tubo intestinal primitivo, o qual é fechado na porção cranial pela membrana orofaríngea e na 
extremidade caudal pela cloaca. A maior parte do epitélio e glândulas do trato digestivo são 
originadas do endoderma desse intestino primordial. Já o epitélio das extremidades craniana e 
caudal, derivam, respectivamente, do ectoderma da boca primitiva (stomadeum) e do orifício 
anal (proctodeum). O mesênquima esplâncnico e ao redor do intestino primitivo origina a 
camada muscular, tecido conjuntivo e outras camadas da parede do aparelho digestório. (4) 
 
 
7 
 
II.5. Avaliação Ultrassonográfica do Trato Gastrointestinal Fetal 
Com o avanço tecnológico e a melhoria das técnicas empregadas no exame 
ultrassonográfico, as malformações do aparelho digestivo fetal estão sendo reconhecidas com 
maior frequência. (4) 
O intestino do feto torna-se progressivamente visível a partir do segundo trimestre da 
gestação, por volta de 16 semanas, quando inicia-se o acúmulo intraluminal de mecônio (mais 
ecogênico) (5) 
 
II.6. Intestino Hiperecogênico 
Define-se como intestino hiperecogênico quando a ecogenicidade intestinal se aproxima 
à do osso ao redor. (4) (FIGURAS 1, 2 e 3) 
 
FIGURA 1: Intestino Fetal Hiperecogênico 
 
Fonte: Callen P W. Trato Gastrointestinal e Parede Abdominal. Ultrassonografia em Obstetrícia e Ginecologia. 2009 
*EB = Intestino Hiperecogênico; F = Fêmur. (1) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
FIGURA 2: Intestino Hiperecogênico versus Normal 
 
Fonte: Callen P W. Trato Gastrointestinal e Parede Abdominal. Ultrassonografia em Obstetrícia e Ginecologia. 2009 (1) 
 
 
FIGURA 3: Hiperecogenicidade Intestinal no Segundo Trimestre 
 
 
Fonte: Ameratunga, DM. Perinatal outcomes following ultrasound diagnosis of echogenicbowel: na Australian Perspective. 
Fetal Diagnosis and Therapy, 2012. *a: corte axial; b: corte sagital (6) 
 
 
No segundo trimestre da gestação, a prevalência varia entre 0,2% a 1,8% de fetos 
acometidos. (4) 
Entre as causas físicas de aumento da ecogenicidade das alças intestinais, encontram-
se: a deglutição de sangue ou mecônio pelo feto; mecônio espesso (obstipação) e líquido na 
parede intestinal (resultado da impedância acústica diferente do meio adjacente). Como causas 
9 
 
clínicas, pode-se citar: obstrução mecânica (ânus imperfurado, atresia intestinal ou vôlvulo), 
desordens cromossômicas (o feto aneuploide pode ter redução do peristaltismo, evoluindo com 
constipação), fibrose cística (devido à secreção de enzimas pancreáticas anormais e ao mecônio 
espesso), infecção (toxoplasmose, rubéola, varicela, herpes simples e, principalmente, 
citomegalovírus), restrição do crescimento (por redução do aporte sanguíneo e isquemia 
intestinal), óbito fetal (hipoperfusão e isquemia), talassemia (a anemia grave leva a hipóxia) e 
as idiopáticas (principalmente por obstipação transitória). (4) (5) 
Quando se trata de um achado isolado, principalmente antes da vigésima semana de 
gestação, acredita-se na possibilidade de que a hiperecogenicidade intestinal seja algo 
transitório, com grandes chances de resolução nos exames ecográficos subsequentes. Em 
contrapartida, se a alteração persiste até o terceiro trimestre, pode refletir alguma patologia 
subjacente, embora ainda assim seja possível um desfecho normal. (5) 
É sabido que o achado ultrassonográfico de hiperecogenicidade intestinal fetal constitui 
um potencial marcador para cromossomopatias, ou outras patologias, principalmente se 
associado a outras malformações. Entretanto, o significado clínico desse achado isolado 
permanece incerto e se torna importante entender os desfechos possíveis na presença desse 
marcador isoladamente, a fim de melhor aconselhamento e conduta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
III.OBJETIVO 
 
 Verificar, na literatura, quais os principais desfechos perinatais associados ao achado 
isolado de intestino hiperecogênico fetal durante exame ultrassonográfico pré-natal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
IV. METODOLOGIA 
 
Foi realizada revisão sistemática de publicações científicas em meio eletrônico 
utilizando a base de dados Medical Literature Analysis and Retrieval System Online 
(MEDLINE™),através do endereço eletrônico: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed. 
Realizou-se, também, busca ativa nas referências bibliográficas dos artigos encontrados. 
Para identificação de artigos no Pubmed, foi utilizada a seguinte estratégia de busca: 
((hyperechogenic bowel) OR (echogenic bowel)) AND ((ultrasound) OR (diagnostic imaging) 
OR (ultrasonography) OR (ultrasonics)) AND ((neonatal outcomes) OR (neonatal findings) 
OR (postnatal outcomes) OR (postnatal findings)) 
A princípio, foram lidos os títulos e resumos de cada artigo e selecionados os trabalhos 
que mantinham relação específica com o tema, sendo descartados aqueles que não foram 
relevantes para o assunto estudado, embora constassem nos resultados da busca. 
Foram excluídos os estudos que não estavam disponíveis na íntegra, e também aqueles 
escritos em idiomas diferentes do inglês ou português. 
Em uma segunda etapa, os artigos pré-selecionados foram lidos integralmente, 
escolhendo-se somente as publicações originais que, de alguma forma, respondiam à pergunta 
principal do trabalho. 
 Foram excluídas as revisões, os relatos de caso e os trabalhos em que havia outros 
achados anormais nos exames ultrassonográficos, além da hiperecogenicidade intestinal. 
A terceira e última etapa consistiu na busca ativa de outros estudos relevantes, através 
das referências bibliográficas dos artigos já previamente selecionados. 
A revisão foi realizada no período de setembro de 2019 a outubro de 2019 e não se 
delimitou um período para as publicações. 
 
12 
 
V. RESULTADOS 
 
A partir da estratégia de busca no MEDLINE, foram encontrados, inicialmente, 116 
artigos. Após as etapas descritas na metodologia, foram eleitos 11 trabalhos que preenchiam os 
critérios pré-estabelecidos, sendo 4 coortes prospectivas, 4 retrospectivas e 3 séries de casos. 
(Vide FLUXOGRAMA 1) 
 
FLUXOGRAMA 1: Seleção dos artigos pesquisados 
 
 
A soma de todos os participantes incluídos nos 11 estudos foi igual a 20.120, sendo 1262 
com intestino hiperecogênico isolado. (QUADRO 1) 
 
 
 
 
 
13 
 
QUADRO 1: Local do estudo e número de participantes, por autor e ano 
Autor e Ano Local 
Participantes 
em geral 
Participantes 
com intestino 
hiperecogênico 
isolado 
Sipes et al., 1994 (7) Iowa, EUA 7 5 
Hill, 1994 (8) 
Pittsburg, 
EUA 
32 32 
Muller et al., 1995 (9) 
Paris, 
França 
182 182 
Slotnick et al., 1996 (10) 
Norfolk, 
EUA 
145 145 
Muller et al., 1998 (11) 
Boulogne, 
França 
214 214 
Jackson et al., 2010 (12) 
Perth, 
Australia 
35 11 
Mailath-Pokorny et al., 2012 (13) 
Vienna, 
Austria 
489 97 
Saha et al., 2012 (14) 
Londres, 
Reino 
Unido 
139 99 
Buiter et al., 2013 (15) 
Groningen, 
Holanda 
116 48 
Hurt et al., 2016 (16) 
Cardiff, 
Reino 
Unido 
18339 83 
Findley et al., 2017 (17) 
Halifax, 
Nova 
Escócia 
422 346 
TOTAL ------- 20120 1262 
 *EUA= Estados Unidos da América 
 
Apenas quatro estudos fizeram referência à idade materna no momento do diagnóstico, 
o qual foi estabelecido, em geral, no segundo trimestre da gestação (QUADRO 2) 
 
 
 
 
 
 
14 
 
QUADRO 2: Desenho de estudo, idade materna e idade gestacional no diagnóstico, 
por autor e ano 
 
Autor e Ano 
Desenho de 
Estudo 
Idade 
Materna 
Idade Gestacional 
Sipes et al., 1994 (7) Série de Casos 
Não 
refere 
5 fetos com 
diagnóstico abaixo de 
20 semanas e 2 fetos 
com diagnóstico 
entre 20 e 25 
semanas. Média de 
19,8 semanas. 
Hill, 1994 (8) 
Coorte 
Prospectiva 
Não 
refere 
15 a 21 semanas 
Muller et al., 1995 (9) Série de Casos 
Não 
refere 
Média de 21 semanas 
(101 casos entre 14 e 
20 semanas; 95 casos 
entre 21 a 34 
semanas) 
Slotnick et al., 1996 (10) 
Coorte 
Prospectiva 
Não 
refere 
16 a 20 semanas 
Muller et al., 1998 (11) 
Coorte 
Prospectiva 
Não 
refere 
(83 com diagnóstico 
antes da 20ª semana, 
131 após) 
Jackson et al., 2010 (12) Série de Casos 
Não 
refere 
Não refere 
Mailath-Pokorny et al., 2012 (13) 
Coorte 
Retrospectiva 
Média de 
28,7 anos 
Variou entre 14 a 23 
semanas, com média 
de 18 semanas 
Saha et al., 2012 (14) 
Coorte 
Retrospectiva 
18 a 49 
anos 
(média 
31,6 
anos) 
Entre 15 e 35 
semanas de gestação 
(Média de 21 
semanas e 5 dias) 
Buiter et al., 2013 (15) 
Coorte 
Retrospectiva 
Não 
refere 
Entre 18 e 24 
semanas 
Hurt et al., 2016 (16) 
Coorte 
Prospectiva 
Maioria 
abaixo de 
35 anos 
18 a 20 semanas 
Findley et al., 2017 (17) 
Coorte 
Retrospectiva 
Maioria 
abaixo de 
35 anos 
Todos no 2º trimestre 
 
Muitos autores não relataram qual aparelho de ultrassonografia foi utilizado para a 
realização do diagnóstico e seguimento dos fetos, conforme exposto no QUADRO 3. A 
definição mais utilizada para intestino hiperecogênico, embora com discretas variações entre 
15 
 
os estudos, foi aquela em que as alças intestinais tinham ecogenicidade semelhante ao osso. Em 
alguns trabalhos, optou-se por classificar a hiperecogenicidade de acordo com comparações 
com o fígado e osso adjacente. (QUADRO 3) 
 
QUADRO 3: Aparelho utilizado e definição de “intestino hiperecogênico”, por autor e ano 
Autor e Ano 
Aparelho 
Utilizado 
Definição 
Sipes et al., 1994 (7) 
General Electric RT 
3600; transdutor 
setorial ou linear 5 
MHz 
Discreta área ecodensa 
envolvendo alças intestinais. 
Hill, 1994 (8) 
General Electric RT 
3200 ou Toshiba SS 
A 270; transdutor 
de 3,5 ou 5 MHz 
Grau 1: ecogenicidade maior 
que a do fígado; grau 2: 
mesma ecogenicidade do osso. 
Muller et al., 1995 (9) Não refere 
Ecogenicidade maior ou igual 
ao osso adjacente. 
Slotnick et al., 1996 (10) 
Acuson 128 XP/10 
ou ATL Ultramark 
9/Hdi; transdutor 
3-5 ou 5-0 MHz 
Grau 1: intestino não é mais 
identificável antes da perda da 
crista ilíaca após redução do 
ganho; grau 2: perda da 
imagem intestinal ocorre ao 
mesmo tempo da crista ilíaca; 
grau 3: após a redução do 
ganho, o ilíaco desaparece 
antes do intestino. 
Muller et al., 1998 (11) Não refere 
Quando a ecogenicidade das 
alças é similar ou maior que a 
do osso ao redor. 
Jackson et al., 2010 (12) 
Philips HDI 3000 e 
HDI 5000 
Ecogenicidade maior que a do 
osso ilíaco. 
Mailath-Pokorny et al., 2012 (13) Não refere 
Ecogenicidade similar ou maior 
que a do osso adjacente. 
Saha et al., 2012 (14) Não refere Mesma ecogenicidade do osso. 
Buiter et al., 2013 (15) 
Voluson 730; 
Transdutor AB 2-7, 
4 Mhz ou RAB 4-8, 
4.5 MHz 
Ecogenicidade maior ou igual 
ao osso adjacente. 
Hurt et al., 2016 (16) Não refere 
Alças com ecogenicidade 
aumentada, similar à do osso. 
Findley et al., 2017 (17) Não refere Não refere. 
 
Os principais resultados e conclusões dos estudos estão resumidos no QUADRO 4. 
16 
 
QUADRO 4: Principais resultados e conclusões, por autor e ano 
Autor e 
Ano 
Resultados Conclusões 
Sipes et 
al., 1994 (7) 
Resolução espontânea no segundo 
trimestre em 4 dos 5 fetos com diagnóstico 
abaixo de 20 semanas. 1 dos 2 fetos com 
diagnóstico entre 20 e 25 semanas tiveram 
o achado persistente com restrição de 
crescimento e trissomia do 18. Nos dois 
fetos restantes, avaliação do intestino foi 
normal após o nascimento, apesar da 
persistência do IH no terceiro trimestre. 
Numa população de baixo risco, 
IH geralmente tem resolução 
sem sequela. Mesmo quando 
persiste no terceiro trimestre, 
não significa desfecho anormal. 
Coexistente com outras 
anomalias, pode ser um co-
marcador de aneuploidia. 
Hill, 1994 
(8) 
19 dos 23 fetos com ecogenicidade 
intestinal grau 1 tiveram desfecho normal; 
7 dos 9 fetos com grau 2 de ecogenicidade 
apresentaram desfechos desfavoráveis 
(p<0,01). 
Hiperecogenicidade intestinal 
no segundo trimestre está 
associado a risco aumentado de 
eventos adversos. A prevalência 
de complicações é 
significativamente maior 
quando a ecogenicidade do 
intestino se aproxima à do osso. 
Muller et 
al., 1995 (9) 
De 135 nascidos vivos: 121 normais, 9 
operados por obstrução intestinal,2 com 
CMV; 1 com Parvovírus; 1 com aneuploidia; 
1 óbito neonatal por morte súbita. 24 
casos de morte intraútero (causas 
variadas); interrupção eletiva da gestação 
em 23 casos devido a outras anomalias 
associadas. Os desfechos foram parecidos 
nos casos diagnosticados antes de 20 
semanas (73% de RNs normais) e após a 
20ª semana (61% de crianças normais). 
IH foi associado com risco 
aumentado de desfechos 
neonatais adversos. Convém 
acompanhamento 
ultrassonográfico, oferecer 
amniocentese para cariótipo e 
screening para fibrose cística e 
infecções. 
Slotnick et 
al., 1996 
(10) 
Dos 40 fetos com aumento leve da 
ecogenicidade intestinal (grau 1), nenhum 
com fibrose cística ou aneuploidia. Dos 81 
pacientes com hiperecogenicidade 
moderada (grau 2), 2 foram identificados 
com trissomia do cromossomo 21 e 2 com 
fibrose cística. Entre os 24 casos com 
aumento pronunciado da ecogenicidade 
(grau 3), 5 obtiveram diagnóstico de 
fibrose cística e 6 de trissomia do 21. 
Amniocentese para cariótipo e 
rastreio de fibrose cística tem 
maiores taxas de positividade 
em fetos com intestinos 
hiperecogenicos com 
ecogenicidade moderada ou 
pronunciada. 
Muller et 
al., 1998 
(11) 
A incidência de fibrose cística foi de 3,3% - 
84 vezes maior do que o risco estimado na 
população geral (1/2500) 
Sreening para fibrose cística 
deve ser oferecido para os casos 
em que se detecta IH. 
Jackson et 
al., 2010 
(12) 
Dos 11 fetos com IH isolado: 1 com 
Síndrome de Klinefelter; 1 natimorto 
secundário a DPP; 1 com anomalia 
sindrômica não identificada; 3 com 
resolução espontânea antes do 
nascimento; 5 com resolução ao nascer. 
Intestino fetal hiperecogênico é 
um marcador inespecífico para 
muitas desordens. Embora 
associado a maiores taxas de 
perdas, grande parte dos fetos 
são normais ao nascimento. 
17 
 
Autor e 
Ano 
Resultados Conclusões 
Mailath-
Pokorny 
et al., 2012 
(13) 
82,5% de recém-nascidos saudáveis; 6,2% 
com infecção congênita; 4,4% com fibrose 
cística. A incidência de RCIU e óbito fetal 
foi significativamente maior no grupo do IH 
isolado, comparado ao grupo controle 
(9,9% versus 1,3% de RCIU; 8,9 versus 0,5% 
de óbito fetal, com p<0,001). 
IH é um fator de risco para 
eventos neonatais adversos, 
mesmo em fetos com cariótipo 
normal e sem anomalias 
congênitas. 
Saha et 
al., 2012 
(14) 
No grupo com achado isolado de IH (n=99), 
houve 02 casos de morte intra-útero, 72% 
recusaram cariótipo. Dos 27 cariótipos 
realizados neste grupo, todos foram 
normais. 
IH isolado com Doppler normal 
de artérias uterinas tem bom 
prognóstico. 
Buiter et 
al., 2013 
(15) 
Dos 48 casos detectados com IH isolado, 45 
nasceram sem nenhuma alteração, 2 
nasceram pequenos para a idade 
gestacional (embora a estimativa de peso 
tenha sido normal no USG), e 1 feto com 
diagnóstico antenatal de Parvovírus, mas 
sem anormalidades ao nascer. 
Se o IH ocorre isoladamente, é 
considerada uma condição 
benigna, com prognóstico 
favorável. Se associado a outras 
anomalias ou RCIU, o 
prognóstico tende a ser pior. 
Hurt et 
al., 2016 
(16) 
IH foi associado a um risco aumentado de 
anomalias congênitas (RR de 4,54) e 
prematuridade (RR de 2,3) com intervalo 
de confiança de 95% . 
IH foi associado com risco 
aumentado de parto prematuro 
e anomalias congênitas. 
Findley et 
al., 2017 
(17) 
1,7% tiveram CMV ou toxoplasmose; 2,9 % 
tiveram fibrose cística; 5,2% cursaram com 
restrição de crescimento; 2,9 % de outros 
diagnósticos; 87,2 % sem nenhuma 
patologia ao nascer. 
Risco relativo de desfechos 
desfavoráveis maior quando o 
intestino hiperecogênico foi 
acompanhado de outros 
achados. 
*IH= Intestino Hiperecogênico; CMV = Citomegalovírus; RN = Recém-nascido; DPP = Descolamento Prematuro de 
Placenta; RCIU = Restrição de Crescimento Intra-uterino; USG = Ultrassonografia; RR = Risco Relativo 
18 
 
VI. DISCUSSÃO 
 
 Descrita pela primeira vez há cerca de três décadas, a hiperecogenicidade intestinal fetal 
ainda constitui uma alteração sem guidelines bem estabelecidos para seu manejo clínico, o que 
traz importantes consequências para os fetos, genitores, obstetras, ultrassonografistas, 
neonatologistas e cirurgiões. (5) 
 Intestino hiperecogênico tem sido definido pela grande maioria dos autores como alça 
intestinal que apresenta, ao ultrassom, ecogenicidade semelhante ou maior que o osso adjacente. 
Entretanto, alguns estudiosos acreditam, adicionalmente, na comparação com fígado ou 
pulmão. Tais avaliações pouco objetivas favorecem a variação interobservador. (5) 
Devido à falta de padronização e confiabilidade na avaliação, o diagnóstico de intestino 
hiperecogênico é subjetivo e operador-dependente. O próprio julgamento individual da 
ecogenicidade da alça e a intensificação do ganho, frequência, e processamento de imagem 
podem ter impacto na interpretação. Por isso, é importante que a análise seja feita por 
ultrassonografistas experientes, utilizando aparelhos com resolução satisfatória. (4) 
Uma vez estabelecido o diagnóstico, torna-se necessária a pesquisa de outras 
malformações associadas. Em se tratando de um achado isolado, o intestino fetal 
hiperecogênico pode ter evolução favorável, mas, em alguns estudos, mostrou-se como fator de 
risco para aneuploidias e outras anomalias, como a fibrose cística. 
Segundo os estudos de Sipes (7), Jackson (12), Saha (14), Buiter (15), Findley (17) e 
seus respectivos colaboradores, em uma população de baixo risco, a maioria dos casos de 
hiperecogenicidade intestinal isolada tem caráter transitório, com resolução espontânea, sem 
sequelas e com bom prognóstico. Mesmo quando persistente no terceiro trimestre, embora seja 
considerado um marcador inespecífico de uma série de desordens, não necessariamente 
19 
 
significa alguma anormalidade. Entretanto, se existem outras malformações associadas, o risco 
de aneuploidias e desfechos desfavoráveis aumenta. 
Já segundo Hill et al. (8), Muller et al. (9), Mailath-Pokorny et al. (13) e Hurt et al. (16), 
o intestino hiperecogênico constitui fator de risco importante para eventos perinatais adversos, 
inclusive restrição de crescimento e até óbito, mesmo em fetos com cariótipo normal e sem 
anomalias congênitas. Slotnick et al. (10) e Muller et al. (11) evidenciaram, em suas 
observações, aumento da incidência de fibrose cística em fetos com o achado descrito. 
Em 2014, Aydemir e colaboradores (18) publicaram, pela primeira vez, relato de dois 
casos em que a presença de hiperecogenicidade intestinal com crescimento fetal normal e 
ausência de outras alterações foi associada à Sindrome de Zellweger, caracterizada por 
dismorfismo craniofacial e patologias neurológicas severas. 
Nos trabalhos de Hill et al. (8) e Slotnick et al., (10) foram estabelecidos scores para 
graduação. O primeiro considerou grau I quando a ecogenicidade intestinal foi superior à do 
fígado, e grau II quando comparável à do osso. O segundo classificou de acordo com a imagem 
remanescente após redução paulatina do ganho do aparelho: grau I (leve) se o intestino se 
tornava indissociável antes da perda da crista ilíaca; grau II (moderada) se a perda da imagem 
das alças ocorria simultaneamente à do osso e grau III (intensa) se o ilíaco desaparecia antes da 
imagem intestinal com a redução do ganho. Para ambos os estudos, a prevalência de 
complicações aumenta conforme maior for o grau da ecogenicidade. 
Em janeiro de 2016, Catania et al. (19) publicaram uma coorte retrospectiva com o 
objetivo de investigar desfechos perinatais em fetos com a referida alteração, e sua relação com 
a idade gestacional do diagnóstico. Os achados sugeriram que, se a detecção ocorria durante o 
primeiro trimestre, existia maior associação com comorbidades maternas e risco aumentado de 
restrição do crescimento intrauterino e evoluções desfavoráveis. Nos casos em que a 
hiperecogenicidade das alças foi identificada no segundotrimestre, houve melhor prognóstico. 
20 
 
Uma vez detectada somente no terceiro trimestre, foi mais significativo o risco de anomalias 
gastrointestinais. 
Frente a um diagnóstico como esse, é recomendável que seja colhida uma história 
familiar importante, além da busca detalhada por outros achados ultrassonográficos associados 
e rastreio de infecções congênitas (principalmente Citomegalovirose, Parvovirose e 
Toxoplasmose). Aconselha-se avaliação ecográfica seriada até o nascimento, para monitorar o 
crescimento fetal, bem como a função placentária. Investigações mais invasivas como testes 
para fibrose cística e amniocentese para cariótipo fetal podem ser justificadas, especialmente 
na presença de outras anomalias concomitantes. No entanto, são necessários mais estudos para 
melhor definição da razão risco-benefício. É de suma importância a criação de uma definição 
amplamente reprodutível, padronizada e sistematizada de intestino hiperecogênico. Para tanto, 
necessita-se de mais trabalhos prospectivos controlados, em larga escala, com equipamentos e 
métodos padronizados. (20) 
 
21 
 
VII. CONCLUSÕES 
 
1. Apesar de comumente cursar com resolução espontânea e desfechos perinatais 
favoráreis, a presença de hiperecogenicidade intestinal fetal, mesmo que isoladamente, 
pode estar associada a eventos adversos, tais como restrição de crescimento, aneuploidias, 
infecções congênitas, fibrose cística e até mesmo óbito. 
2. O risco de desfechos desfavoráveis aumenta consideravelmente quando há outras 
anomalias concomitantemente. 
3. Devido à pouca padronização, o diagnóstico deve ser realizado por ultrassonografistas 
experientes, utilizando equipamentos adequados. 
4. Uma vez detectada a referida alteração, recomenda-se, indubitavelmente, anamnese 
detalhada, com pesquisa completa da história familiar, rastreio de infecções congênitas e 
avaliação ultrassonográfica seriada. 
5. A realização de exames mais invasivos pode ser justificada, principalmente na presença 
de outras malformações associadas. Aconselha-se seguimento individualizado. 
6. São necessários mais estudos para melhor padronização do diagnóstico e definição da 
razão risco/benefício. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
VIII. ABSTRACT 
 
PERINATAL OUTCOMES ASSOCIATED WITH ISOLATED 
ULTRASONOGRAPHIC FINDING OF FETAL HYPERECHOGENIC BOWEL. 
Introduction: With technological progress, malformations of the fetal digestive tract are being 
recognized more frequently and early on ultrasound. Hyperechogenic bowel is defined as 
intestinal echogenicity approaches that of adjacent bone. The clinical significance of this 
disorder, when occurring in isolation, remains uncertain. It is important to understand the 
possible outcomes in its presence in order to better advice and conduct. Objective: To verify, 
in the literature, which are the main perinatal outcomes associated with the isolated finding of 
fetal hyperechogenic bowel during prenatal ultrasound examination. Methodology: Systematic 
literature review using the Medical Literature Analysis and Retrieval System Online 
(MEDLINE ™) database. Results: Of the 116 articles found, 11 were selected for this study. 
Five of them showed a strong association with favorable outcomes and good prognosis. Four 
other studies have suggested that the hyperechogenic bowel in the fetus is an important risk 
factor for adverse events, even with normal karyotype and no congenital anomalies. Two 
studies have observed increased incidence of cystic fibrosis in fetuses with the finding 
described. Discussion: Fetal intestinal hyperechogenicity remains an alteration without well-
established guidelines for its diagnosis and management. Ultrasound follow-up, detailed family 
investigation, and screening for congenital infections are recommended. The indication of more 
invasive tests may be justified, especially if there are other concomitant anomalies. A 
standardization of diagnosis and management is very important. Conclusions: Although 
commonly presenting with resolution and good prognosis, the isolated finding of 
hyperechogenic fetal bowel may be associated with some pathologies, adverse events and 
aneuploidies. The risk increases when there are other associated malformations. 
 
Keywords: 1. Hyperechogenic bowel; 2. Ultrasonography 3. Outcomes; 
 
IN THE CONTROL 
 
 
 
 
23 
 
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