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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA COMPLEXO HOSPITALAR UNIVERSITÁRIO PROFESSOR EDGARD SANTOS Monografia Desfechos perinatais associados ao achado ultrassonográfico isolado de intestino fetal hiperecogênico. Cissa Ferreira Lopes Araujo Salvador (Bahia) Dezembro, 2019 II UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA COMPLEXO HOSPITALAR UNIVERSITÁRIO PROFESSOR EDGARD SANTOS Monografia Desfechos perinatais associados ao achado ultrassonográfico isolado de intestino fetal hiperecogênico. Cissa Ferreira Lopes Araujo Professor orientador: Kleber Pimentel Santos Monografia de Conclusão do Programa de Residência Médica de Ultrassonografia em Ginecologia e Obstetrícia do Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos / Maternidade Climério de Oliveira, apresentada à Comissão de Residência Médica Salvador (Bahia) Dezembro, 2019 III “O homem nasceu para aprender... aprender tanto quanto a vida lhe permita.” (Guimarães Rosa) IV A todos aqueles que dedicam parte do seu tempo à Ciência e à Medicina. V EQUIPE • Cissa Ferreira Lopes Araújo, Universidade Federal da Bahia. Endereço eletrônico: cissa.flaraujo@gmail.com; Telefone para contato: (71)99158-4145; e • Kleber Pimentel Santos, Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da Bahia/UFBA; INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES COMPLEXO HOSPITALAR UNIVERSITÁRIO PROFESSOR EDGARD SANTOS / MATERNIDADE CLIMÉRIO DE OLIVEIRA ➢ Universidade Federal da Bahia (UFBA) FONTES DE FINANCIAMENTO 1. Recursos Próprios VI AGRADECIMENTOS Ao meu Professor Orientador, Dr. Kleber Pimentel Santos, pelo conhecimento transmitido sempre de forma leve e despretensiosa, pela compreensão nas horas difíceis e pela preocupação constante com o crescimento dos seus alunos. Meus especiais agradecimentos e admiração pela dedicação incontestável à vida acadêmica e pela excelência com a qual desempenha suas funções docentes e assistenciais. Aos demais preceptores do Serviço de Ultrassonografia da Maternidade Climério de Oliveira, pela paciência, disponibilidade e por, literalmente, “segurarem minha mão” nesse caminho do aprendizado. A Allison Ramon Araujo, pelo companheirismo, incentivo e auxílio com as ferramentas e recursos de informática. 1 ÍNDICE ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES .......................................................................................... 2 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ...................................................................... 3 I. RESUMO ...................................................................................................................... 4 II. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................... 5 II.1. Avaliação Ultrassonográfica Fetal ........................................................................ 5 II.2. Rastreio de Malformações Fetais ......................................................................... 5 II.3. Marcadores Ultrassonográficos de Cromossomopatias ....................................... 6 II.4. O Trato Gastrointestinal Fetal .............................................................................. 6 II.5. Avaliação Ultrassonográfica do Trato Gastrointestinal Fetal .............................. 7 II.6. Intestino Hiperecogênico ...................................................................................... 7 III. OBJETIVO ............................................................................................................... 10 IV. METODOLOGIA .................................................................................................... 11 V. RESULTADOS ......................................................................................................... 12 VI. DISCUSSÃO ............................................................................................................ 18 VII. CONCLUSÕES ...................................................................................................... 21 VIII. ABSTRACT .......................................................................................................... 22 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 23 2 ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES FIGURA FIGURA 1. Intestino Fetal Hiperecogênico. ............................................................................. 7 FIGURA 2. Intestino Hiperecogênico versus Normal. .............................................................. 8 FIGURA 3. Hiperecogenicidade Intestinal no Segundo Trimestre. .......................................... 8 FLUXOGRAMA FLUXOGRAMA 1. Seleção dos artigos pesquisados. ........................................................... 12 QUADROS QUADRO 1. Local do estudo e número de participantes, por autor e ano ............................. 13 QUADRO 2. Desenho de estudo, idade materna e idade gestacional no diagnóstico, por autor e ano .......................................................................................................................................... 14 QUADRO 3. Aparelho utilizado e definição de “intestino hiperecogênico”, por autor e ano 15 QUADRO 4. Principais resultados e conclusões, por autor e ano .......................................... 16 3 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS CMV: Citomegalovírus DPP: Descolamento Prematuro de Placenta EUA: Estados Unidos da América IC: Intervalo de Confiança IH: Intestino Hiperecogênico MEDLINE: Medical Literature Analysis and Retrieval System Online RN: Recém-nascido RCIU: Restrição de Crescimento Intra-uterino RR: Risco Relativo USG: Ultrassonografia 4 I. RESUMO DESFECHOS PERINATAIS ASSOCIADOS AO ACHADO ULTRASSONOGRÁFICO ISOLADO DE INTESTINO FETAL HIPERECOGÊNICO. Introdução: Com o avanço tecnológico, as malformações do aparelho digestivo fetal estão sendo reconhecidas mais frequente e precocemente ao ultrassom. Intestino hiperecogênico é definido quando a ecogenicidade intestinal se aproxima à do osso adjacente. O significado clínico dessa alteração, quando ocorre isoladamente, permanece incerto. É importante entender os desfechos possíveis na sua presença, a fim de melhor aconselhamento e conduta. Objetivo: Verificar, na literatura, quais os principais desfechos perinatais associados ao achado isolado de intestino hiperecogênico fetal durante exame ultrassonográfico pré-natal. Metodologia: Revisão sistemática da literatura, utilizando a base de dados Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE™). Resultados: Dos 116 artigos encontrados, 11 foram selecionados para este estudo. Cinco deles evidenciaram grande associação com desenlaces favoráveis e bom prognóstico. Outros quatro trabalhos sugeriram que o intestino hiperecogênico no feto constitui fator de risco importante para eventos adversos, mesmo com carótipo normal e sem anomalias congênitas. Dois estudos observaram aumento da incidência de fibrose cística em conceptos com o achado descrito Discussão: A hiperecogenicidade intestinal fetal permanece uma alteração sem guidelines bemestabelecidos para seu diagnóstico e manejo. Recomenda-se seguimento ecográfico, investigação familiar detalhada e rastreio de infecções congênitas. A indicação de testes mais invasivos pode ser justificada, principalmente se houver outras anomalias concomitantes. É importante que haja uma padronização do diagnóstico e das condutas. Conclusões: Apesar de comumente cursar com resolução e bom prognóstico, o achado isolado de intestino fetal hiperecogênico pode estar associado a algumas patologias, eventos adversos e aneuploidias. O risco aumenta quando há outras malformações associadas. Palavras-chave: 1.Intestino hiperecogênico; 2. Ultrassonografia 3. Desfechos; 5 II. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA II.1. Avaliação Ultrassonográfica Fetal O uso da ultrassonografia na avaliação da paciente obstétrica iniciou-se há cerca de 04 décadas. Inicialmente, limitava-se a avaliar número de fetos, idade gestacional, localização da placenta e viabilidade fetal. Atualmente, um exame ultrassonográfico realizado por operadores experientes é capaz de identificar defeitos anatômicos sutis e sugerir anormalidades genéticas ou cromossômicas. (1) II.2. Rastreio de Malformações Fetais Entre as causas de morte intra-útero ou neonatal, as malformações fetais aparecem como uma das principais nos países desenvolvidos, onde aproximadamente 2 a 3% dos recém nascidos possuem alguma anomalia congênita. Tais alterações são responsáveis por 20% das mortes neonatais e 30 a 50% dos óbitos perinatais nas nações de primeiro mundo. (2) Nos Estados Unidos, estimou-se que, a cada ano, 100.00 a 150.000 crianças nascem com alguma malformação e cerca de 8.000 delas morrem no primeiro ano de vida. (1) Em relação à morbidade, os defeitos congênitos e as alterações genéticas representam 10 a 25% das internações em unidades de alta complexidade na América Latina. (2) A melhoria das condições socioeconômicas e os avanços tecnológicos na área de saúde contribuíram, ao longo dos anos, para a diminuição da mortalidade infantil na grande maioria dos países, incluindo o Brasil. Nas últimas décadas, aumentou-se o interesse na identificação de anomalias genéticas e cromossômicas fetais, principalmente através de métodos não invasivos, como as análises bioquímicas e a ultrassonografia. (2) Os avanços na tecnologia empregada nos aparelhos de ultrassom estão contribuindo para aumento da detecção de defeitos estruturais nos fetos, o que fez esse exame se tornar parte da 6 rotina pré-natal de toda população, incluindo as de baixo risco. Através da ultrassonografia, é possível identificar alterações da morfologia fetal, malformações e também sinais indiretos (restrição do crescimento intra-uterino, alterações do volume de líquido amniótico, etc) que podem se relacionar a quadros sindrômicos. (2) II.3. Marcadores Ultrassonográficos de Cromossomopatias Durante o primeiro trimestre, o aumento da espessura da translucência nucal é uma característica comum entre as anormalidades cromossômicas. Já no segundo trimestre, cada aneuploidia tem um padrão sindrômico peculiar. Após diversos estudos, foi possível identificar uma série de alterações ultrassonográficas que podem ser consideradas potenciais marcadores para cromosssomopatias. Entre eles, estão: prega nucal aumentada, fêmur curto, foco ecogênico intracardíaco, ausência ou hipoplasia do osso nasal, ventriculomegalia, hidronefrose e intestino hiperecogênico. (3) II.4. O Trato Gastrointestinal Fetal O aparelho gastrointestinal começa a se desenvolver entre a terceira e a quarta semanas de vida intrauterina. As células germinativas do endoderma incorporadas ao embrião formam o tubo intestinal primitivo, o qual é fechado na porção cranial pela membrana orofaríngea e na extremidade caudal pela cloaca. A maior parte do epitélio e glândulas do trato digestivo são originadas do endoderma desse intestino primordial. Já o epitélio das extremidades craniana e caudal, derivam, respectivamente, do ectoderma da boca primitiva (stomadeum) e do orifício anal (proctodeum). O mesênquima esplâncnico e ao redor do intestino primitivo origina a camada muscular, tecido conjuntivo e outras camadas da parede do aparelho digestório. (4) 7 II.5. Avaliação Ultrassonográfica do Trato Gastrointestinal Fetal Com o avanço tecnológico e a melhoria das técnicas empregadas no exame ultrassonográfico, as malformações do aparelho digestivo fetal estão sendo reconhecidas com maior frequência. (4) O intestino do feto torna-se progressivamente visível a partir do segundo trimestre da gestação, por volta de 16 semanas, quando inicia-se o acúmulo intraluminal de mecônio (mais ecogênico) (5) II.6. Intestino Hiperecogênico Define-se como intestino hiperecogênico quando a ecogenicidade intestinal se aproxima à do osso ao redor. (4) (FIGURAS 1, 2 e 3) FIGURA 1: Intestino Fetal Hiperecogênico Fonte: Callen P W. Trato Gastrointestinal e Parede Abdominal. Ultrassonografia em Obstetrícia e Ginecologia. 2009 *EB = Intestino Hiperecogênico; F = Fêmur. (1) 8 FIGURA 2: Intestino Hiperecogênico versus Normal Fonte: Callen P W. Trato Gastrointestinal e Parede Abdominal. Ultrassonografia em Obstetrícia e Ginecologia. 2009 (1) FIGURA 3: Hiperecogenicidade Intestinal no Segundo Trimestre Fonte: Ameratunga, DM. Perinatal outcomes following ultrasound diagnosis of echogenicbowel: na Australian Perspective. Fetal Diagnosis and Therapy, 2012. *a: corte axial; b: corte sagital (6) No segundo trimestre da gestação, a prevalência varia entre 0,2% a 1,8% de fetos acometidos. (4) Entre as causas físicas de aumento da ecogenicidade das alças intestinais, encontram- se: a deglutição de sangue ou mecônio pelo feto; mecônio espesso (obstipação) e líquido na parede intestinal (resultado da impedância acústica diferente do meio adjacente). Como causas 9 clínicas, pode-se citar: obstrução mecânica (ânus imperfurado, atresia intestinal ou vôlvulo), desordens cromossômicas (o feto aneuploide pode ter redução do peristaltismo, evoluindo com constipação), fibrose cística (devido à secreção de enzimas pancreáticas anormais e ao mecônio espesso), infecção (toxoplasmose, rubéola, varicela, herpes simples e, principalmente, citomegalovírus), restrição do crescimento (por redução do aporte sanguíneo e isquemia intestinal), óbito fetal (hipoperfusão e isquemia), talassemia (a anemia grave leva a hipóxia) e as idiopáticas (principalmente por obstipação transitória). (4) (5) Quando se trata de um achado isolado, principalmente antes da vigésima semana de gestação, acredita-se na possibilidade de que a hiperecogenicidade intestinal seja algo transitório, com grandes chances de resolução nos exames ecográficos subsequentes. Em contrapartida, se a alteração persiste até o terceiro trimestre, pode refletir alguma patologia subjacente, embora ainda assim seja possível um desfecho normal. (5) É sabido que o achado ultrassonográfico de hiperecogenicidade intestinal fetal constitui um potencial marcador para cromossomopatias, ou outras patologias, principalmente se associado a outras malformações. Entretanto, o significado clínico desse achado isolado permanece incerto e se torna importante entender os desfechos possíveis na presença desse marcador isoladamente, a fim de melhor aconselhamento e conduta. 10 III.OBJETIVO Verificar, na literatura, quais os principais desfechos perinatais associados ao achado isolado de intestino hiperecogênico fetal durante exame ultrassonográfico pré-natal. 11 IV. METODOLOGIA Foi realizada revisão sistemática de publicações científicas em meio eletrônico utilizando a base de dados Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE™),através do endereço eletrônico: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed. Realizou-se, também, busca ativa nas referências bibliográficas dos artigos encontrados. Para identificação de artigos no Pubmed, foi utilizada a seguinte estratégia de busca: ((hyperechogenic bowel) OR (echogenic bowel)) AND ((ultrasound) OR (diagnostic imaging) OR (ultrasonography) OR (ultrasonics)) AND ((neonatal outcomes) OR (neonatal findings) OR (postnatal outcomes) OR (postnatal findings)) A princípio, foram lidos os títulos e resumos de cada artigo e selecionados os trabalhos que mantinham relação específica com o tema, sendo descartados aqueles que não foram relevantes para o assunto estudado, embora constassem nos resultados da busca. Foram excluídos os estudos que não estavam disponíveis na íntegra, e também aqueles escritos em idiomas diferentes do inglês ou português. Em uma segunda etapa, os artigos pré-selecionados foram lidos integralmente, escolhendo-se somente as publicações originais que, de alguma forma, respondiam à pergunta principal do trabalho. Foram excluídas as revisões, os relatos de caso e os trabalhos em que havia outros achados anormais nos exames ultrassonográficos, além da hiperecogenicidade intestinal. A terceira e última etapa consistiu na busca ativa de outros estudos relevantes, através das referências bibliográficas dos artigos já previamente selecionados. A revisão foi realizada no período de setembro de 2019 a outubro de 2019 e não se delimitou um período para as publicações. 12 V. RESULTADOS A partir da estratégia de busca no MEDLINE, foram encontrados, inicialmente, 116 artigos. Após as etapas descritas na metodologia, foram eleitos 11 trabalhos que preenchiam os critérios pré-estabelecidos, sendo 4 coortes prospectivas, 4 retrospectivas e 3 séries de casos. (Vide FLUXOGRAMA 1) FLUXOGRAMA 1: Seleção dos artigos pesquisados A soma de todos os participantes incluídos nos 11 estudos foi igual a 20.120, sendo 1262 com intestino hiperecogênico isolado. (QUADRO 1) 13 QUADRO 1: Local do estudo e número de participantes, por autor e ano Autor e Ano Local Participantes em geral Participantes com intestino hiperecogênico isolado Sipes et al., 1994 (7) Iowa, EUA 7 5 Hill, 1994 (8) Pittsburg, EUA 32 32 Muller et al., 1995 (9) Paris, França 182 182 Slotnick et al., 1996 (10) Norfolk, EUA 145 145 Muller et al., 1998 (11) Boulogne, França 214 214 Jackson et al., 2010 (12) Perth, Australia 35 11 Mailath-Pokorny et al., 2012 (13) Vienna, Austria 489 97 Saha et al., 2012 (14) Londres, Reino Unido 139 99 Buiter et al., 2013 (15) Groningen, Holanda 116 48 Hurt et al., 2016 (16) Cardiff, Reino Unido 18339 83 Findley et al., 2017 (17) Halifax, Nova Escócia 422 346 TOTAL ------- 20120 1262 *EUA= Estados Unidos da América Apenas quatro estudos fizeram referência à idade materna no momento do diagnóstico, o qual foi estabelecido, em geral, no segundo trimestre da gestação (QUADRO 2) 14 QUADRO 2: Desenho de estudo, idade materna e idade gestacional no diagnóstico, por autor e ano Autor e Ano Desenho de Estudo Idade Materna Idade Gestacional Sipes et al., 1994 (7) Série de Casos Não refere 5 fetos com diagnóstico abaixo de 20 semanas e 2 fetos com diagnóstico entre 20 e 25 semanas. Média de 19,8 semanas. Hill, 1994 (8) Coorte Prospectiva Não refere 15 a 21 semanas Muller et al., 1995 (9) Série de Casos Não refere Média de 21 semanas (101 casos entre 14 e 20 semanas; 95 casos entre 21 a 34 semanas) Slotnick et al., 1996 (10) Coorte Prospectiva Não refere 16 a 20 semanas Muller et al., 1998 (11) Coorte Prospectiva Não refere (83 com diagnóstico antes da 20ª semana, 131 após) Jackson et al., 2010 (12) Série de Casos Não refere Não refere Mailath-Pokorny et al., 2012 (13) Coorte Retrospectiva Média de 28,7 anos Variou entre 14 a 23 semanas, com média de 18 semanas Saha et al., 2012 (14) Coorte Retrospectiva 18 a 49 anos (média 31,6 anos) Entre 15 e 35 semanas de gestação (Média de 21 semanas e 5 dias) Buiter et al., 2013 (15) Coorte Retrospectiva Não refere Entre 18 e 24 semanas Hurt et al., 2016 (16) Coorte Prospectiva Maioria abaixo de 35 anos 18 a 20 semanas Findley et al., 2017 (17) Coorte Retrospectiva Maioria abaixo de 35 anos Todos no 2º trimestre Muitos autores não relataram qual aparelho de ultrassonografia foi utilizado para a realização do diagnóstico e seguimento dos fetos, conforme exposto no QUADRO 3. A definição mais utilizada para intestino hiperecogênico, embora com discretas variações entre 15 os estudos, foi aquela em que as alças intestinais tinham ecogenicidade semelhante ao osso. Em alguns trabalhos, optou-se por classificar a hiperecogenicidade de acordo com comparações com o fígado e osso adjacente. (QUADRO 3) QUADRO 3: Aparelho utilizado e definição de “intestino hiperecogênico”, por autor e ano Autor e Ano Aparelho Utilizado Definição Sipes et al., 1994 (7) General Electric RT 3600; transdutor setorial ou linear 5 MHz Discreta área ecodensa envolvendo alças intestinais. Hill, 1994 (8) General Electric RT 3200 ou Toshiba SS A 270; transdutor de 3,5 ou 5 MHz Grau 1: ecogenicidade maior que a do fígado; grau 2: mesma ecogenicidade do osso. Muller et al., 1995 (9) Não refere Ecogenicidade maior ou igual ao osso adjacente. Slotnick et al., 1996 (10) Acuson 128 XP/10 ou ATL Ultramark 9/Hdi; transdutor 3-5 ou 5-0 MHz Grau 1: intestino não é mais identificável antes da perda da crista ilíaca após redução do ganho; grau 2: perda da imagem intestinal ocorre ao mesmo tempo da crista ilíaca; grau 3: após a redução do ganho, o ilíaco desaparece antes do intestino. Muller et al., 1998 (11) Não refere Quando a ecogenicidade das alças é similar ou maior que a do osso ao redor. Jackson et al., 2010 (12) Philips HDI 3000 e HDI 5000 Ecogenicidade maior que a do osso ilíaco. Mailath-Pokorny et al., 2012 (13) Não refere Ecogenicidade similar ou maior que a do osso adjacente. Saha et al., 2012 (14) Não refere Mesma ecogenicidade do osso. Buiter et al., 2013 (15) Voluson 730; Transdutor AB 2-7, 4 Mhz ou RAB 4-8, 4.5 MHz Ecogenicidade maior ou igual ao osso adjacente. Hurt et al., 2016 (16) Não refere Alças com ecogenicidade aumentada, similar à do osso. Findley et al., 2017 (17) Não refere Não refere. Os principais resultados e conclusões dos estudos estão resumidos no QUADRO 4. 16 QUADRO 4: Principais resultados e conclusões, por autor e ano Autor e Ano Resultados Conclusões Sipes et al., 1994 (7) Resolução espontânea no segundo trimestre em 4 dos 5 fetos com diagnóstico abaixo de 20 semanas. 1 dos 2 fetos com diagnóstico entre 20 e 25 semanas tiveram o achado persistente com restrição de crescimento e trissomia do 18. Nos dois fetos restantes, avaliação do intestino foi normal após o nascimento, apesar da persistência do IH no terceiro trimestre. Numa população de baixo risco, IH geralmente tem resolução sem sequela. Mesmo quando persiste no terceiro trimestre, não significa desfecho anormal. Coexistente com outras anomalias, pode ser um co- marcador de aneuploidia. Hill, 1994 (8) 19 dos 23 fetos com ecogenicidade intestinal grau 1 tiveram desfecho normal; 7 dos 9 fetos com grau 2 de ecogenicidade apresentaram desfechos desfavoráveis (p<0,01). Hiperecogenicidade intestinal no segundo trimestre está associado a risco aumentado de eventos adversos. A prevalência de complicações é significativamente maior quando a ecogenicidade do intestino se aproxima à do osso. Muller et al., 1995 (9) De 135 nascidos vivos: 121 normais, 9 operados por obstrução intestinal,2 com CMV; 1 com Parvovírus; 1 com aneuploidia; 1 óbito neonatal por morte súbita. 24 casos de morte intraútero (causas variadas); interrupção eletiva da gestação em 23 casos devido a outras anomalias associadas. Os desfechos foram parecidos nos casos diagnosticados antes de 20 semanas (73% de RNs normais) e após a 20ª semana (61% de crianças normais). IH foi associado com risco aumentado de desfechos neonatais adversos. Convém acompanhamento ultrassonográfico, oferecer amniocentese para cariótipo e screening para fibrose cística e infecções. Slotnick et al., 1996 (10) Dos 40 fetos com aumento leve da ecogenicidade intestinal (grau 1), nenhum com fibrose cística ou aneuploidia. Dos 81 pacientes com hiperecogenicidade moderada (grau 2), 2 foram identificados com trissomia do cromossomo 21 e 2 com fibrose cística. Entre os 24 casos com aumento pronunciado da ecogenicidade (grau 3), 5 obtiveram diagnóstico de fibrose cística e 6 de trissomia do 21. Amniocentese para cariótipo e rastreio de fibrose cística tem maiores taxas de positividade em fetos com intestinos hiperecogenicos com ecogenicidade moderada ou pronunciada. Muller et al., 1998 (11) A incidência de fibrose cística foi de 3,3% - 84 vezes maior do que o risco estimado na população geral (1/2500) Sreening para fibrose cística deve ser oferecido para os casos em que se detecta IH. Jackson et al., 2010 (12) Dos 11 fetos com IH isolado: 1 com Síndrome de Klinefelter; 1 natimorto secundário a DPP; 1 com anomalia sindrômica não identificada; 3 com resolução espontânea antes do nascimento; 5 com resolução ao nascer. Intestino fetal hiperecogênico é um marcador inespecífico para muitas desordens. Embora associado a maiores taxas de perdas, grande parte dos fetos são normais ao nascimento. 17 Autor e Ano Resultados Conclusões Mailath- Pokorny et al., 2012 (13) 82,5% de recém-nascidos saudáveis; 6,2% com infecção congênita; 4,4% com fibrose cística. A incidência de RCIU e óbito fetal foi significativamente maior no grupo do IH isolado, comparado ao grupo controle (9,9% versus 1,3% de RCIU; 8,9 versus 0,5% de óbito fetal, com p<0,001). IH é um fator de risco para eventos neonatais adversos, mesmo em fetos com cariótipo normal e sem anomalias congênitas. Saha et al., 2012 (14) No grupo com achado isolado de IH (n=99), houve 02 casos de morte intra-útero, 72% recusaram cariótipo. Dos 27 cariótipos realizados neste grupo, todos foram normais. IH isolado com Doppler normal de artérias uterinas tem bom prognóstico. Buiter et al., 2013 (15) Dos 48 casos detectados com IH isolado, 45 nasceram sem nenhuma alteração, 2 nasceram pequenos para a idade gestacional (embora a estimativa de peso tenha sido normal no USG), e 1 feto com diagnóstico antenatal de Parvovírus, mas sem anormalidades ao nascer. Se o IH ocorre isoladamente, é considerada uma condição benigna, com prognóstico favorável. Se associado a outras anomalias ou RCIU, o prognóstico tende a ser pior. Hurt et al., 2016 (16) IH foi associado a um risco aumentado de anomalias congênitas (RR de 4,54) e prematuridade (RR de 2,3) com intervalo de confiança de 95% . IH foi associado com risco aumentado de parto prematuro e anomalias congênitas. Findley et al., 2017 (17) 1,7% tiveram CMV ou toxoplasmose; 2,9 % tiveram fibrose cística; 5,2% cursaram com restrição de crescimento; 2,9 % de outros diagnósticos; 87,2 % sem nenhuma patologia ao nascer. Risco relativo de desfechos desfavoráveis maior quando o intestino hiperecogênico foi acompanhado de outros achados. *IH= Intestino Hiperecogênico; CMV = Citomegalovírus; RN = Recém-nascido; DPP = Descolamento Prematuro de Placenta; RCIU = Restrição de Crescimento Intra-uterino; USG = Ultrassonografia; RR = Risco Relativo 18 VI. DISCUSSÃO Descrita pela primeira vez há cerca de três décadas, a hiperecogenicidade intestinal fetal ainda constitui uma alteração sem guidelines bem estabelecidos para seu manejo clínico, o que traz importantes consequências para os fetos, genitores, obstetras, ultrassonografistas, neonatologistas e cirurgiões. (5) Intestino hiperecogênico tem sido definido pela grande maioria dos autores como alça intestinal que apresenta, ao ultrassom, ecogenicidade semelhante ou maior que o osso adjacente. Entretanto, alguns estudiosos acreditam, adicionalmente, na comparação com fígado ou pulmão. Tais avaliações pouco objetivas favorecem a variação interobservador. (5) Devido à falta de padronização e confiabilidade na avaliação, o diagnóstico de intestino hiperecogênico é subjetivo e operador-dependente. O próprio julgamento individual da ecogenicidade da alça e a intensificação do ganho, frequência, e processamento de imagem podem ter impacto na interpretação. Por isso, é importante que a análise seja feita por ultrassonografistas experientes, utilizando aparelhos com resolução satisfatória. (4) Uma vez estabelecido o diagnóstico, torna-se necessária a pesquisa de outras malformações associadas. Em se tratando de um achado isolado, o intestino fetal hiperecogênico pode ter evolução favorável, mas, em alguns estudos, mostrou-se como fator de risco para aneuploidias e outras anomalias, como a fibrose cística. Segundo os estudos de Sipes (7), Jackson (12), Saha (14), Buiter (15), Findley (17) e seus respectivos colaboradores, em uma população de baixo risco, a maioria dos casos de hiperecogenicidade intestinal isolada tem caráter transitório, com resolução espontânea, sem sequelas e com bom prognóstico. Mesmo quando persistente no terceiro trimestre, embora seja considerado um marcador inespecífico de uma série de desordens, não necessariamente 19 significa alguma anormalidade. Entretanto, se existem outras malformações associadas, o risco de aneuploidias e desfechos desfavoráveis aumenta. Já segundo Hill et al. (8), Muller et al. (9), Mailath-Pokorny et al. (13) e Hurt et al. (16), o intestino hiperecogênico constitui fator de risco importante para eventos perinatais adversos, inclusive restrição de crescimento e até óbito, mesmo em fetos com cariótipo normal e sem anomalias congênitas. Slotnick et al. (10) e Muller et al. (11) evidenciaram, em suas observações, aumento da incidência de fibrose cística em fetos com o achado descrito. Em 2014, Aydemir e colaboradores (18) publicaram, pela primeira vez, relato de dois casos em que a presença de hiperecogenicidade intestinal com crescimento fetal normal e ausência de outras alterações foi associada à Sindrome de Zellweger, caracterizada por dismorfismo craniofacial e patologias neurológicas severas. Nos trabalhos de Hill et al. (8) e Slotnick et al., (10) foram estabelecidos scores para graduação. O primeiro considerou grau I quando a ecogenicidade intestinal foi superior à do fígado, e grau II quando comparável à do osso. O segundo classificou de acordo com a imagem remanescente após redução paulatina do ganho do aparelho: grau I (leve) se o intestino se tornava indissociável antes da perda da crista ilíaca; grau II (moderada) se a perda da imagem das alças ocorria simultaneamente à do osso e grau III (intensa) se o ilíaco desaparecia antes da imagem intestinal com a redução do ganho. Para ambos os estudos, a prevalência de complicações aumenta conforme maior for o grau da ecogenicidade. Em janeiro de 2016, Catania et al. (19) publicaram uma coorte retrospectiva com o objetivo de investigar desfechos perinatais em fetos com a referida alteração, e sua relação com a idade gestacional do diagnóstico. Os achados sugeriram que, se a detecção ocorria durante o primeiro trimestre, existia maior associação com comorbidades maternas e risco aumentado de restrição do crescimento intrauterino e evoluções desfavoráveis. Nos casos em que a hiperecogenicidade das alças foi identificada no segundotrimestre, houve melhor prognóstico. 20 Uma vez detectada somente no terceiro trimestre, foi mais significativo o risco de anomalias gastrointestinais. Frente a um diagnóstico como esse, é recomendável que seja colhida uma história familiar importante, além da busca detalhada por outros achados ultrassonográficos associados e rastreio de infecções congênitas (principalmente Citomegalovirose, Parvovirose e Toxoplasmose). Aconselha-se avaliação ecográfica seriada até o nascimento, para monitorar o crescimento fetal, bem como a função placentária. Investigações mais invasivas como testes para fibrose cística e amniocentese para cariótipo fetal podem ser justificadas, especialmente na presença de outras anomalias concomitantes. No entanto, são necessários mais estudos para melhor definição da razão risco-benefício. É de suma importância a criação de uma definição amplamente reprodutível, padronizada e sistematizada de intestino hiperecogênico. Para tanto, necessita-se de mais trabalhos prospectivos controlados, em larga escala, com equipamentos e métodos padronizados. (20) 21 VII. CONCLUSÕES 1. Apesar de comumente cursar com resolução espontânea e desfechos perinatais favoráreis, a presença de hiperecogenicidade intestinal fetal, mesmo que isoladamente, pode estar associada a eventos adversos, tais como restrição de crescimento, aneuploidias, infecções congênitas, fibrose cística e até mesmo óbito. 2. O risco de desfechos desfavoráveis aumenta consideravelmente quando há outras anomalias concomitantemente. 3. Devido à pouca padronização, o diagnóstico deve ser realizado por ultrassonografistas experientes, utilizando equipamentos adequados. 4. Uma vez detectada a referida alteração, recomenda-se, indubitavelmente, anamnese detalhada, com pesquisa completa da história familiar, rastreio de infecções congênitas e avaliação ultrassonográfica seriada. 5. A realização de exames mais invasivos pode ser justificada, principalmente na presença de outras malformações associadas. Aconselha-se seguimento individualizado. 6. São necessários mais estudos para melhor padronização do diagnóstico e definição da razão risco/benefício. 22 VIII. ABSTRACT PERINATAL OUTCOMES ASSOCIATED WITH ISOLATED ULTRASONOGRAPHIC FINDING OF FETAL HYPERECHOGENIC BOWEL. Introduction: With technological progress, malformations of the fetal digestive tract are being recognized more frequently and early on ultrasound. Hyperechogenic bowel is defined as intestinal echogenicity approaches that of adjacent bone. The clinical significance of this disorder, when occurring in isolation, remains uncertain. It is important to understand the possible outcomes in its presence in order to better advice and conduct. Objective: To verify, in the literature, which are the main perinatal outcomes associated with the isolated finding of fetal hyperechogenic bowel during prenatal ultrasound examination. Methodology: Systematic literature review using the Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE ™) database. Results: Of the 116 articles found, 11 were selected for this study. Five of them showed a strong association with favorable outcomes and good prognosis. Four other studies have suggested that the hyperechogenic bowel in the fetus is an important risk factor for adverse events, even with normal karyotype and no congenital anomalies. Two studies have observed increased incidence of cystic fibrosis in fetuses with the finding described. Discussion: Fetal intestinal hyperechogenicity remains an alteration without well- established guidelines for its diagnosis and management. Ultrasound follow-up, detailed family investigation, and screening for congenital infections are recommended. The indication of more invasive tests may be justified, especially if there are other concomitant anomalies. A standardization of diagnosis and management is very important. Conclusions: Although commonly presenting with resolution and good prognosis, the isolated finding of hyperechogenic fetal bowel may be associated with some pathologies, adverse events and aneuploidies. The risk increases when there are other associated malformations. Keywords: 1. Hyperechogenic bowel; 2. Ultrasonography 3. Outcomes; IN THE CONTROL 23 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Callen PW. Exame Ultrassonográfico Obstétrico. Ultrassonografia em Ginecologia e Obstetrícia. Tradução da 5ª edição. Rio de Janeiro : Elsevier, 2009, pp. 3-25. 2. 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