Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
– ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Introdução: Urgência x Emergência: • Urgência é uma situação que não requer intervenção imediata e não põe a vida do paciente em risco; • Emergência é uma condição séria, onde o paciente corre risco de vida e requer intervenção imediata para o reestabelecimento do conforto. • Se a condição interfere o seu sono, alimentação, trabalho, concentração em atividades diárias; ✓ Casos de emergência impede a realização destas atividades. • Há quanto tempo o problema está acontecendo; ✓ Casos de emergência dura mais que 2 a 3 dias. • E se houve a necessidade de tomar algum medicamento; ✓ Casos de emergência dificilmente são aliviados com analgésico. (Lopes e Siqueira, 2010). O diagnóstico é muito importante, e ele é constituído pelos seguintes parâmetros: • Subjetivo: abrange a história médica e dental do paciente; • Objetivo: exame clínico visual, testes de sensibilidade pulpar e sondagem periodontal; • Exames radiográficos, que são considerados achados complementares ao exame clínico. Nesse caso, pode-se utilizar as radiografias do tipo periapical. Urgências e emergências odontológicas: Atender somente os não-eletivos (que não são procedimentos de rotina) – situações que causam dor: • Cárie dentária; • Inflamação pulpar; • Abscesso; • Osteite; • Traumatismo dentário; • Ajuste da prótese em pacientes oncológicos ou quando a função está impedida; • Fios ortodônticos traumatizando a mucosa. Conforme o CRO (em tempos de pandemia do COVID-19): 1. Emergência – situações que potencializam o risco de morte ao paciente. • Sangramentos não controlados; • Celulite ou infecções bacterianas difusas, com aumento de volume (edema) de localização intraoral ou extra-oral, e potencial risco de comprometimento da via aérea dos pacientes; • Traumatismo envolvendo os ossos da face com potencial comprometimento da via aérea do paciente. 2. Urgência – situações que determinam prioridade para o atendimento, mas não potencializam o risco de morte ao paciente. • Dor odontológica aguda, decorrente de inflamações da polpa-pulpite; • Pericoronarite ou dor relacionada a processos infecciosos envolvendo os terceiros molares retidos; • Alveolite pós-operatória, controle ou aplicação medicamentosa local; • Remoção de suturas; • Abscesso (dentário ou periodontal) ou infecção bacteriana, resultando em dor localizada e edema; – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto • Fratura de dente, resultando em dor ou causando trauma do tecido bucal; • Tratamento odontológico necessário prévio à procedimento médico crítico; • Cimentação ou fixação de coroas ou próteses fixas se a restauração provisória ou definitiva estiver solta, perdida, quebrada ou estiver causando dor e/ou inflamação gengival; • Biópsia de alterações anormais dos tecidos bucais; • Ajuste ou reparo de próteses removíveis que estejam causando dor ou com a função mastigatória comprometida; • Finalização ou troca para medicação intracanal com hidróxido de cálcio e selamento eficaz com material resistente à mastigação para tratamentos endodônticos já iniciados, evitando dessa forma que o prognóstico seja desfavorável; • Cáries extensas ou restaurações com problemas que estejam causando dor; • Necroses orais com dor e presença de secreção purulenta; • Ajuste, troca ou remoção do arco ou dispositivos ortodôntico que estiver ulcerando a mucosa bucal; • Mucosites orais com indicação de tratamento com laserterapia; • Trauma dentário com avulsão ou luxação. 3. Procedimentos não classificados como urgência odontológica: • Consulta inicial ou periódica ou de manutenção, incluindo radiografia de rotina; • Profilaxia de rotina, ou procedimentos com finalidade preventiva; • Procedimentos ortodônticos não relacionados diretamente a dor, infecção ou trauma; • Restauração de dentes incluindo tratamento de lesões cariosas assintomáticas; • Procedimentos odontológicos com finalidade estética; • Cirurgias eletivas (exodontia de dentes e cirurgias periodontais assintomáticas, implantodontia, ortognáticas e demais cirurgias que não estão relacionadas nas urgências e emergências). IMPORTANTE: → Devido a sensibilidade do vírus à oxidação, recomenda-se antissepsia pré-operatória (PENG; et al, 2020), peróxido de hidrogênio a 1%; Evite utilizar a cuspideira; → Em casos de pulpite irreversível fazer sob isolamento absoluto e a exposição da polpa se possível, ser feita por meio químico-mecânico manuais; → Em casos de contusão de tecidos moles, devem realizar suturas preferencialmente com fio absorvível. O enxágue da ferida deve ser feita lentamente para evitar pulverização. Dor: Os pacientes sentem dor em 90% dos casos de origem pulpar ou perirradicular. → Deve-se buscar identificar a origem da dor e em seguida eliminá-la. → Verificar se a origem é dental ou não dental. • Sinusite do maxilar; • Pericoronarite; • Nevralgia facial; • Herpes zoster; • Disfunção da ATM; • Neuroses severas e psicoses. A dor reflexa – a dor é gerada em outros locais. • Dentes superiores anteriores: olhos; • Dentes superiores posteriores: lado da cabeça, seio maxilar e região posterior da cabeça; • Dentes inferiores posteriores: ouvido e nuca; • Seios maxilares ou resfriado: molares superiores posteriores; • Otite média: molares inferiores posteriores. • Se a origem for não dental – encaminhar para um especialista da área; • Se a dor for de origem dental – deve-se procurar a causa, que pode ser: ▪ Trauma oclusal (restauração alta por exemplo); ▪ Cárie; ▪ Origem periodontal; – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto ▪ Ou origem endodôntica. → Se for uma situação de trauma oclusal, realizar o teste com o papel carbono (exame de oclusão) – deve ser feito com os dentes secos. Pedir para o paciente morder o papel carbono. E depois, corrigir os contatos. → Avaliação periodontal: fazer testes de percussão lateral, sondagem periodontal e teste de vitalidade (quando há dúvidas se é de origem periodontal ou endodôntica). Essas informações deverão ser utilizadas como diagnóstico diferencial, para identificar se a dor é de origem periodontal ou endodôntica: Lateral Vertical + - Total (a sonda entra) Defeito ósseo na região periapical Também é possível que haja um quadro de mobilidade dental: → Em casos de doença periodontal avançada; → Fratura radicular no terço médio e coronário; → Falta de vitamina C; → Traumatismo. A mobilidade acentuada dos dentes pode gerar dor também. Deve-se trabalhar com o diagnóstico de exclusão: trabalhar em excluir o que não está causando o problema. → Se for de origem não endodôntica, encaminhar para um especialista; → Se for de origem endodôntica – uma intervenção endodôntica é igual a alívio imediato. Pois, quando se realiza a intervenção endodôntica, haverá alívio imediato dos sintomas/sintomatologia dolorosa. Esse alívio acontece por conta da diminuição da pressão dentro do dente. O tratamento é importante para evitar alterações pulpares perirradiculares (como a pulpite reversível e irreversível, necrose pulpar, abscesso, cisto, granuloma, fístula,pericementite..). → Pode haver a presença de dor e de tumefação em alguns casos; DOR DE ORIGEM PULPAR: Há dois tipos de fibras dolorosas: • São mielínicas; • Condução rápida; • Baixo limiar de excitabilidade; • São as responsáveis pela dor de origem dentinária. Por isso, é realizado o teste ao frio, onde haverá baixo limiar de excitabilidade, que são responsáveis pela dor dentinária. Quando há exposição de dentina, os dentes ficam mais sensíveis a estímulos, o que pode levar a uma inflamação pulpar. • São amielínicas; • Condução lenta; • Responsável pela dor severa, contínua, espontâneae difusa; • Característica da pulpite irreversível sintomática. (Lopes e Siqueira, 2010) Em polpas vitais, pode gerar casos de: • Hipersensibilidade dentinária; • Pulpite reversível; • Pulpite irreversível. Características que não exigem tratamento em emergência: • Hipersensibilidade dentinária; • Pulpite reversível; • Pulpite irreversível. Mas nos casos de pulpite irreversível, é possível que necessite de um tratamento de emergência, quando é necessário aliviar a dor do paciente ( dor que esteja presente a mais de 2 a 3 dias). Existe o teste de percussão lateral, que é utilizado para realizar a movimentação dos dentes no sentindo vestibular-lingual ou medial-distal (para identificar algum problema periodontal). Já o teste de percussão vertical (é para quando há dúvidas se a origem é endodôntica), é feito um toque na oclusal ou incisal do dente e o estímulo doloroso será transmitido pelo longo eixo do dente. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Se for um caso de cárie dental – serão realizadas as restaurações. Apresenta: • Dor aguda; • Dor fugaz; • Localizada; • Provocada. A principal causa dessa hipersensibilidade dentinária é a recessão gengival. O tratamento visa a oclusão tubular, que pode ser através de: • Dentifrício com agente dessensibilizador; • Laserterapia; • Adesivos; • CIV. Alterações que levam a dor em endodontia: → Pulpite – pode ser simples ou com comprometimento apical e pode evoluir para o abscesso agudo apical; → A avaliação endodôntica pode se da através de: • Radiografia – deve ser de boa qualidade. A radiografia não pode determinar o estado pulpar, os testes de sensibilidade que farão isso. A radiografia pode ajudar a fechar um diagnóstico; • Testes de percussão vertical – pode indicar pericementite; • Teste de vitalidade – teste elétrico, térmico (quente e frio) e mecânico. • A dor é provocada, de curta duração, localizada e assintomático à percussão; • A dor pode ser semelhante a da hipersensibilidade. • O tratamento consiste na remoção do tecido cariado ou restauração defeituosa (é muito importante realizar o forramento da cavidade) • A característica da dor é variável; • Pode durar horas à minutos; • A localização da dor pode ser difícil; • Estímulos (frio,quente) podem prolongar a dor; • Em casos avançados o frio promove alívio e o calor piora a dor; • Nesses casos, a dor não é regra, mas sim exceção; • Tratamento: precisa ser feito uma endodontia (pulpectomia + medicação). • Canal instrumentado – usar medicações a base de hidróxido de cálcio; • Canal não instrumentado: ▪ Biopulpectomia – utilizar Otosporin; ▪ Necropulpectomia – utilizar PMCC. Das alterações que levam a dor em endodonntia, podem haver dores de origem perirradicular, necrose pulpar com periodontite apical aguda e abscesso perirradicular agudo. • A periodontite pode ser aguda ou crônica: ▪ Aguda Traumática – causas: Existem cimentos de ionômero de vidro sem radiopacificador, isso pode acabar confundindo e parecer uma lesão de cárie na radiografia. O profissional pode acabar abrindo o dente desnecessariamente. O último teste de vitalidade a ser feito, é o teste de cavidade, por ser invasivo. O teste mais preciso em endodontia é o teste ao frio (pois ele consegue sensibilizar mais as fibras mielínicas/não mielínicas. O teste ao calor, é feito quando o paciente relata dor ao quente. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto a) Oclusal: somente alívio oclusal; b) Endodôntico: medicação intra-canal, sobre-instrumentação e sobre- obturação; ▪ Aguda por Irritantes químicos – causas: a) Medicação intra-canal e soluções irrigantes. ▪ Aguda microbiana – causas: a) Invasão bacteriana até o cemento apical. ▪ Crônica – pericementite não tratada. Geralmente, os casos que podem evoluir para uma emergência verdadeira são os quadros de abscesso, o paciente pode sentir: • Dor e mal estar; • Dor acentuada; • Tumefação no fundo do vestíbulo; • Sensibilidade extrema à percussão e palpação; • Radiografia: aumento normal da área apical ou espessamento da lâmina dura; • Quando confinado na região apical, podem estar presentes: bacteremia transitória, linfadenite regional e febre; • PUS. As opções de tratamento vão desde o uso de antibióticos, drenagem via canal, via ligamento periodontal, via trepanação apical (ultrapassa a lima pelo forame) ou via incisão. Muitas vezes também pode ser utilizado o bochecho com água morna e sal, pois ajuda a matar as bactérias. • Deve-se identificar em que fase está o abscesso para determinar o tratamento (cirúrgico ou não): ▪ Fase inicial; ▪ Em evolução (presença de fístula); ▪ Ou evoluído (drenagem). Esse é um termo utilizado para designar a agudização que surge, principalmente, entre as sessões de tratamento de canais radiculares. Pode ocorrer pela simples mudança de pressão durante a abertura da câmara de um dente contaminado. A principal causa de flare-up, pode ser: • Haverá muitos microrganismos e baixa concentração de oxigênio, durante a instrumentação pode-se levar mais oxigênio, levando a uma extrusão apical de detritos contaminados, causando um desequilíbrio na região periapical com o predomínio de bactérias que não estavam presentes anteriormente e aí ocorre agudização do quadro. • Também pode acontecer por conta de uma quebra da cadeia asséptica (por isso o isolamento absoluto é preconizado durante a endodontia). Em alguns casos o dente pode ser deixado aberto para drenagem. • Outra situação que pode levar a um Flare-up, é quando o canal está infectado, o dente é aberto, coloca-se medicação – algumas bactérias vão morrer, porém outras irão sobreviver. Ocorre uma evolução em poucas horas ou no mesmo dia em que se iniciou a instrumentação, caracterizado por dor e tumefação, esse caso necessita de intervenção imediata. Nas situações de Flare-up, deve-se identificar os microrganismos (essa é a causa principal). Porém, também pode ser causado por erro do dentista (iatrogenia), como sobreinstrumentação, instrumentação incompleta do canal, extravazamento de solução irrigadora pelo forame apical, perfurações. Também irá depender de alguns fatores relacionados ao hospedeiro: • Quadros de dor prévia – em especial em mulheres acima dos 40 anos; • Casos de dentes inferiores; • Dentes com lesão perirradicular; • Histórico de alergia; • Situações de retratamento. Após a instrumentação de polpa viva, tomar algumas medidas preventivas para evitar o flare-up: • Realizar o teste de oclusão; • Prescrever analgésico e anti-inflamatório. Após a instrumentação de dentes com necrose pulpar (sem tumefação): • Abertura coronária; • Remoção do curativo; • Irrigação; • Revisão da odontometria; • Novo curativo; • Teste de oclusão; • Prescrição de analgésico/ anti-inflamatório. Após a instrumentação de dentes com necrose pulpar (com tumefação): • Abertura; – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto • Drenagem da coleção purulenta; • Limpeza do canal; • Prescrição de analgésico/ anti-inflamatório e antibiótico (apenas nessas situações). Tratamento - medicamentos eficazes: • Analgésico/anti-inflamatório: Ibuprofeno, Naproxeno, Diclofenaco, Cetoprofeno e Piroxicam. Se ocorrer dor após a obturação: • Orientar os pacientes, falando que é previsível; • E deixar claro que pode acontecer desconforto nos primeiros dias, normalmente se resolve após 24/48/72 horas. Se a dor persistir – avaliar: • Se a obturação está adequada – se não estiver: realizar retratamento + analgésico/anti-inflamatório; • Se for caso de sobre-instrumentação – passar analgésico/ anti-inflamatório; • Se não for resolvido – deve ser feito cirurgia perirradicular. Referências: Aula teórica de Clínicade Endodontia. Faculdade Maurício de Nassau, Professor Reinaldo Dias da Silva Neto, Odontologia, 2021.
Compartilhar