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Parasitologia Camilla Marcelino Camill Plasmodium sp e Malária/ Toxoplasma gondii e Toxoplasmose - Grupo de protozoários denominado Apicomplexa. - Famílias principais: Sarcocystidae: gênero toxoplasma. Plasmodiidae: gênero plasmodium. Ambos apresentam um conjunto de organelas que estão relacionadas a invasão das células hospedeiras e perpetuação do ciclo parasitário do hospedeiro definitivo. MALÁRIA - Também conhecida como como um paludismo, febre palustre, impaludismo, maleita ou sezão (dependendo da localidade). - As pessoas acreditavam que a infecção dessa doença se dava pela inalação do ar contaminado. - Final da década de 80 até o fim da década de 90, há uma alta taxa de infecção pelo plasmodium em aldeias indígenas, principalmente entre os Yanomamis. Nesse tempo houve a morte de 1600 indígenas infectados pela malária. - A propagação da malária entre a população brasileira aconteceu por conta, principalmente, do desmatamento. - A partir da picada no hospedeiro humano, quando este migrava para sua região de origem, passava a servir como reservatório “humano” para esse parasito. Nessa nova localidade com o vetor de infecção, foram surgindo novos focos ao longo do Brasil. - A malária foi considerada a 1ª causa de morte por parasitose no mundo. - Cenário internacional: Ronald Ross: demonstra em 1897 a transmissão da malária por mosquitos (Prêmio Nobel 1902). To YouYou: Chinesa, ela descobriu a artemisinina e a diidroartemisinina, usada para tratar a malária, um avanço significativo na medicina tropical do século 20, salvando milhões de vidas no sul da China, sudeste da Ásia, África e América do Sul (Prêmio Nobel 2015). AGENTE ETIOLÓGICO: PLASMODIUM SP - Espécie mais prevalentes: 1. P. falciparum; 2. P. vivax; 3. P. ovale; 4. P. malariae; 5. P. knowfesi. - O ciclo do plasmodium para ele se completar, além do hospedeiro humano, é necessário um hospedeiro invertebrado (vetor de infecção). - Vetor de infecção: mosquito do gênero Anopheles. - A imagem mostra o momento do repasto sanguíneo, quando a fêmea do anófeles insere a probóscide através da pele do hospedeiro definitivo humano e começa fazer hematofagia. Se ela tiver infectada, ela passa para o humano o parasito que ela está albergando. Se esse humano estiver infectado ele passa junto com o sangue o parasito que ele estava albergando para o vetor de transmissão. PLASMODIUM SP – MALÁRIA Parasitologia Camilla Marcelino Camill Plasmodium sp e Malária/ Toxoplasma gondii e Toxoplasmose - Demais estágios evolutivos além do adulto. - Característica biológica: tanta a forma da larva quanto a forma da pupa ficam na camada de água e confere um diferencial, para o caso de busca ativa na totalidade, saber se determinada localidade contém o dípteros do gênero anopheles. - Os casos de malária são sobrepostos a localidades onde existem espécies do gênero anopheles e podem ser utilizados como vetor. - Distribuição da malária ao redor do mundo. EPIDEMIOLOGIA DA MALÁRIA NO BRASIL - Durante muito tempo houve uma regressão entre o número de casos. - Principalmente entre 2005 e 2007 teve uma queda de aproximadamente 25% número de casos. Porém, posteriormente o número de casos voltou a aumentar. - Até então, os grandes casos de malária aconteciam no quem compreende a Amazônia Legal. - Números compreendidos de óbitos e internações no período de 2017-2018. MORFOLOGIA – P. FALCIPARUM - É necessário considerar que no hospedeiro humano, grande parte do ciclo se dá no interior das hemácias. Então, para fins de diagnostico laboratorial o que é analisado é o exame de sangue, principalmente gota espessa ou esfregaço, para identificar o parasito nos seus diferentes estágios evolutivos no interior da hemácia. Lembrete!! Isso tudo depende de qual espécie do gênero plasmodium nós estivermos abordando. TRANSMISSÃO Parasitologia Camilla Marcelino Camill Plasmodium sp e Malária/ Toxoplasma gondii e Toxoplasmose - Pode ocorrer das seguintes formas: 1. Forma vetorial; 2. Através de transfusões sanguíneas; 3. Transplante de órgãos; 4. Compartilhamento de seringas; 5. Congênita. - Até o presente momento, a transmissão vetorial é a que tem mostrado maior relevância epidemiológica. CICLO DE VIDA - Ciclo exo-eritrocítico ou pré-eritrocítico ou tissular. - Acontece nos hepatócitos. - O P. ovale e P. vivax podem fazer um tempo de latência nessa etapa do ciclo. - Essa etapa é o ciclo eritrocítico, que vai acontecer no interior das hemácias. - Ao longo desse ciclo, um parasito vai fazer um ciclo assexuado (ESQUIZOGONIA): Ocorre na corrente sanguínea, hemácias e hepatócitos. - Ciclo sexuado, que vai ocorrer exclusivamente no inseto vetor (ESPOROGONIA). - O ciclo vai iniciar no momento que a fêmea no anopheles faz hematofagia e, junto a saliva, o esporozoíto vai cair na corrente sanguínea, chegar ao fígado e invadir os hepatócitos. - Nos hepatócitos, esses esporozoítos vão sofrer reprodução assexuada no interior de uma vesícula. Esse conjunto é chamado de ESQUIZONTE. - A partir do momento que acontece a ruptura do hepatócito e ruptura, consequentemente, desse esquizonte, de dentro dele vai sair vários merozoítos. - Os merozoítos vão cair no sangue e vão infectar as hemácias. - Nas hemácias, podem acontecer duas possibilidades de evolução em termos de estágio de vida: Transformação de trofozoíto imaturo para trofozoíto maduro. Transformação do trofozoíto imaturo para formação dos gametócitos. - Nas hemácias, tem a possibilidade dele dar a continuidade de estágios evolutivos que não estão envolvidos com reprodução sexuada ou dar origem a estágios evolutivos que estão envolvidos com reprodução sexuada. - A partir do trofozoíto imaturo evolui para trofozoíto maduro, este vai se diferenciar em esquizonte. Quando a hemácia se rompe ela libera as estruturas parasitarias que são aptas, novamente, a invadir novas hemácias. - Se a partir do trofozoíto imaturo for gerado estrutura relacionada a reprodução sexuada, vai Parasitologia Camilla Marcelino Camill Plasmodium sp e Malária/ Toxoplasma gondii e Toxoplasmose haver formação de gametócitos. As hemácias contendo os gametócitos, eles podem se diferenciar em gametócito feminino e gametócito masculino. Quando a hemácia for sugada pela fêmea do anopheles, a reprodução sexuada vai ocorrer no interior do mosquito. - Quando a hemácia chega ao interior do mosquito, vai ocorrer formação de fato do gametócito (macrogametócito se for feminino ou microgametócito se for masculino). - Nesse momento, ele se encontra livre da hemácia, então o gametócito masculino vai sofrer exflagelação (formação dos flagelos acessórios ao corpo celular), vai migrar até o macrogametócito e vai fecundar este. - A partir da fecundação, a estrutura formada recebe o nome de oocineto. Este vai se diferenciar em oocistos, e dentro destes vão ser formados os esporozoítos. Quando o oocisto se rompe, libera os esporozoítos, e vão ser passados para o hospedeiro humano quando a fêmea do anopheles realizar uma nova hematofagia. ESPOROZOÍTO – HEPATÓCITO – ESQUIZONTE - A femea do anopheles fez a hematofagia junto com a saliva libera os esporozoítos. - Os esporozoítos caem na corrente sanguínea, invadem os hepatócitos e lá vão se diferenciar a partir de reprodução assexuada na estrutura esquizonte. ESQUIZONTE – MEROZOÍTO – SANGUE - A partir do momento que esse esquizonte se rompe, e consequentemente promove a ruptura do hepatócito, a estrutura presente no esquizonte, o merozoíto, vai cair na corrente sanguínea. -O número de merozoítos produzidos no interior dos esquizontes está relacionado a espécie do gênero: P. vivax: 10.000 P. malariae: 2.000 P. falciparum: 40.000 P. ovale: 15.00 MEROZOÍTO – HEMÁCIA - Ao cair na corrente sanguínea, os merozoítos encontram sua célula hospedeira: hemácia. - Essa etapa ocorre entre 3 momentos: 1. Adesão do merozoíto a superfície da hemácia; 2. Reorientação, colocando a região apical em contato com a membrana da hemácia; 3. A partir disso ele invade a hemácia, a partir de uma vesícula. CICLO ERITOCÍTICO DE PLASMODIUM - A partir do momento em que o merozoíto invade a hemácia. Parasitologia Camilla Marcelino Camill Plasmodium sp e Malária/ Toxoplasma gondii e Toxoplasmose - Forma o trofozoíto imaturo em forma de anel. Ele vai passar por diferentes estágios evolutivos até a formação de um novo esquizonte no interior da hemácia, promover a ruptura dessa hemácia liberando assim os trofozoítos. - Nesse momento, há produção de estruturas que não tem relação com a reprodução sexuada. - O outro caso seria a partir do trofozoíto de anel, da origem aos gametócitos femininos e masculinos que vão ser passados junto a hemácia pelo hospedeiro invertebrado, para nele ocorrer a reprodução sexuada. - Formação do esquizonte. - Trofozoíto no interior da hemácia. - Hemácia infectada, com alteração morfológica na membrana. - A membrana apresenta projeções chamadas de Knobs, que tem relação com a manifestação clínica. RUPTURA DA HEMÁCIA E LIBERAÇÃO DOS MEROZOÍTOS Lembrete!! Durante todo tempo que o parasito permanece na hemácia, ele vai produzindo o pigmento malárico, produto da metabolização dos subprodutos da hemácia. Então, quando ela rompe e libera os merozoítos, ela também libera esse pigmento. Este tem participação tanto para o desenvolvimento de febre quanto para outras etapas relacionadas ao processo inflamatório e a resposta imune que pode surgir ao longo da infecção. HEMÁCIA – GAMETOGÊNESE - Além da formação dos merozoítos, é possível que ocorra formação de gametas. - Dará origem ao gametófito masculino e feminino, que vão se fundir já no interior do hospedeiro invertebrado. - Como é feita a escolha dentro da hemácia do que vai dar origem ao merozoíto e aos gametas? O estímulo e o mecanismo que desencadeia essa diferenciação ainda são desconhecidos. O que se sabe é que o tempo de formação dos gametas ele também vai variar de acordo com a espécie do gênero plasmodium: P. falciparum: 12-15 dias para desenvolvimento; Parasitologia Camilla Marcelino Camill Plasmodium sp e Malária/ Toxoplasma gondii e Toxoplasmose P. vivax: 36 horas. - Com relação ao tipo de hemácia que o merozoíto vai invadir de acordo com sua respectiva espécie, temos: 1. P. vivax: infecta reticulócitos que expressam glicoproteína Duffy. 2. P. falciparum: infecta hemácias de todas as idades e que expressa a glicoforina A e C e os antígenos do sistema ABO (menos seletivo e uma das justificativas para ele ser o mais prevalente na população humana). 3. P. malariae: infecta hemácias maduras. 4. P. ovale: infecta reticulócitos. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - Predomina a tríade sintomática: febre, calafrio e cefaleia. - Além disso, a pessoa desenvolve: Dores musculares; Náusea, vômitos e diarreia; Esplenomegalia – Síndrome de Esplenomegalia Tropical: formação de imunocomplexos de alto peso molecular devido a produção inapropriada de IgM contra o plasmodium; Delírios: ligado ao quadro febril. - Em um estudo, perceberam que em regiões onde a malária não é endêmica, os profissionais têm maior dificuldade de diagnostico de malária do que em regiões endêmicas, por conta da sintomatologia que as pessoas desenvolvem. Isso pode gerar o quadro grave da doença e óbito, mais comuns na região extra-amazônica. Lembrete!! Para malária, o perfil clínico é importante, porém, o perfil epidemiológico ajuda a fechar o diagnostico em uma pessoa que está desenvolvendo a malária. CICLOS DE FEBRE, CALAFRIO E CEFALÉIA - A periodicidade dos ciclos depende de cada espécie do parasito. - O quadro sintomatológico sempre vai surgir após a multiplicação do parasito no interior da hemácia e a sua ruptura que acarretará a liberação dos merozoítos e do pigmento malárico. - Comportamento biológico de cada espécie do gênero plasmodium. ACESSO MALÁRICO - Coincide com o final da esquizogonia, ou seja, vai surgir a partir da lise das hemácias. - As pessoas costumam desenvolver: 1. Calafrios e sudorese (15-60min); 2. Fraqueza intensa; 3. Febre de até 41°C. - De 2-6h há desaparecimento dos sintomas: tempo que o parasito leva para invadir novas hemácias, proliferar e causar lise dessas hemácias. Parasitologia Camilla Marcelino Camill Plasmodium sp e Malária/ Toxoplasma gondii e Toxoplasmose FORMAÇÃO DE ROSETAS E PATOGENIA DO P. FALCIPARUM - As alterações na membrana (knobs) ajudam na aderência entre as hemácias e entre as hemácias e o endotélio vascular (associadas a moléculas de adesão que são reconhecidas nas células do endotélio). - Quando as hemácias ficam aderentes entre si, elas têm a possibilidade de formar rosetas. - Quando as hemácias ficam aderentes a parede do endotélio vascular, elas têm a possiblidade de causae uma oclusão vascular, reduzindo o fluxo sanguíneo. - Isso causará algumas intercorrências para o quadro. SEQUESTRO DE ERITRÓCITOS PARASITARIOS NA REDE CAPILAR - Principal consequência: obstrução da circulação, causando anóxia e infarto em diversos órgãos. - Por essa razão, seria responsável pela malária grave ou complicada. - 3 casos de interrupção do fluxo sanguíneo. - Forma grave: distúrbios da coagulação, insuficiência renal ou hepática e choque. - Gravidez: aborto, morte neonatal e parto prematuro. - Possibilidade de desenvolvimento da malária cerebral, devido aderência e sequestramento das hemácias, formando as rosetas e dando a possibilidade de obstrução da microvasculatura. Não tem possibilidade de intervenção medicamentosa ou outra. - Consequências: causar a redução da oxigenação no tecido cerebral, desenvolvimento de edema e hemorragia, ... - Outra possibilidade seria a malária severa, devido a intensa hemólise que acontece por consequência do ciclo do parasito. Possibilidade de tratamento por transfusão sanguínea. - Outra possibilidade seria acidose metabólica, devido a redução das taxas de oxigênio e aumento da concentração de ácido lático. Tratamento sem possibilidade de intervenção medicamentosa ou outra. Parasitologia Camilla Marcelino Camill Plasmodium sp e Malária/ Toxoplasma gondii e Toxoplasmose GRAVIDADE DA DOENÇA – FATORES CONTROLE - Estratégia de controle integrado desde 1983: ação conjunta e permanente do governo e da sociedade, dirigida a eliminação ou redução dos riscos de adoecer ou morrer de malária. AÇÕES - Diagnóstico precoce e tratamento imediato; - Uso de medidas seletivas contra os vetores; - Detecção oportuna de epidemias; - Monitoramento dos fatores de risco. DIAGNÓSTICO - Clínico: Em situação de epidemia e em locais de difícil acesso, indivíduos com febre são considerados portadores de malária: importância dos dados epidemiológicos. - Laboratorial: Exame de sangue a partir da gota espessa ou esfregaço sanguíneo. Desvantagens: depende de habilidade no preparo, manuseio e coloração da lâmina, qualidade ótica e iluminação do microscópio e competência da microscopista. P. FALCIPAUM – TROFOZOÍTAS P. FALCIPARUM – ESQUIZONTE PARASIGHT-F - Outra possibilidade de diagnóstico. - Desenvolvidaa partir de uma proteína de choque térmico do plasmodium falciparum. - Muito bom em parasitemias altas (95% de sensibilidade). - Só identifica P. falciparum. - Por sua praticidade é utilizado para triagem e confirmação diagnóstica, principalmente em regiões de difícil acesso. Parasitologia Camilla Marcelino Camill Plasmodium sp e Malária/ Toxoplasma gondii e Toxoplasmose TRATAMENTO - Sintomático: repouso, alivio da febre e dor de cabeça. - Um dos antimaláricos mais utilizados é a cloroquina (supressivo e terapêutico). - Outro antimalárico utilizado é a primaquina. - Altas taxas de resistência por parte dos plasmodium. - Antimalárico: Supressivo: evitar infecção e sintoma clínico (profilaxia). Terapêutico: erradicar ciclo eritrocítico. Cura radical: erradicar ciclo exo- eritrocítico. Gametocida: destruir gametócito para evitar transmissão do mosquito. - Outros exemplos de tratamento direcionado a cada parte do ciclo do parasito. PROFILAXIA - Medidas de proteção individual. - Recomendação do uso de telas/mosquiteiros para evitar a exposição com o inseto vetor. QUIMIOPROFILAXIA - Indicada somente para viajantes internacionais. - O tratamento deve ser iniciado uma semana antes da entrada da pessoa na área endêmica. MEDIDAS COLETIVAS - Controle ao vetor. - Considerar que deve ter muita parcimônia pois a eliminação de um organismo biológico do ambiente pode acarretar o surgimento de outros organismos= não cause nenhum desequilíbrio ambiental. - Descrito na França em 1908, inicialmente encontrado em roedores africanos: Ctenodactylus gondi. - Na mesma época, em São Paulo, Splendore isolou o mesmo agente de coelhos. - O ciclo do parasito só foi totalmente estabelecido em 1970, por Dubey et al. - Parasito intracelular obrigatório, capaz de infectar diversos tipos de tecidos e hospedeiros. - É o único parasito responsável por desencadear essa doença. - Grande parte de nós temos contato com o parasito, desenvolve sorologia específica, porém permanece assintomático. - Importância humana e veterinária: Prevalente em todos os países do mundo. 70% EUA e 85% França são soros positivos). Pode provocar doença congênita grave. Atinge fetos e crianças causando aborto, cegueira e distúrbios neurológicos. Importante causa de doença oportunista em pacientes HIV +. TOXOPLASMA GONDII – TOXOPLASMOSE Parasitologia Camilla Marcelino Camill Plasmodium sp e Malária/ Toxoplasma gondii e Toxoplasmose Significado econômico: morte neonatal de animais como carneiro. TOXOPLASMOSE - Considerado uma zoonose. - O gato é o hospedeiro definitivo (onde acontece a reprodução sexuada). - Os demais animais, incluindo o homem, são hospedeiros secundários. CARACTERÍSTICAS - Parasito intracelular obrigatório. - Apresenta uma amplitude de estágios evolutivos. - Morfologia: Formas infectantes: taquizoíto, bradizoíto e oocisto. Forma de resistência: oocisto. Formas do ciclo sexuado: gametócitos, gametas (no felino). OOCISTO - Internamente é composto por 2 esporocistos. - Vai ocorrer reprodução assexuada, e dentro de cada esporocisto vai ter 4 esporozoítos, totalizando 8 esporozoítos. TAQUIZOÍTO - Considerado a forma mais invasiva e com maior capacidade, uma vez tendo oportunidade de invadir a célula hospedeira e se proliferar nela, dando origem a uma outra estrutura parasitária: cisto tecidual. - O toxoplasma gondii é ap-complexa, então ele também vai ter estruturas internas subcelulares que vão ser responsáveis por intermediar o processo de invasão a célula hospedeira, e essas estruturas vão estar localizadas na região apical do corpo celular. - Taquizoíto faz a ligação com a membrana da célula hospedeira, iniciando o processo de invasão através de uma vesícula. Dentro da célula hospedeira esses taquizoítos vão estimular a liberação de TNF-α. O aumento de sua concentração vai estimular a proliferação desses taquizoítos dentro da vesícula e a partir daí vai surgir dentro da vesícula os bradizoito. - Então, o conjunto de bradizoítos dentro da vesícula que está dentro da célula hospedeira: cisto tecidual. Parasitologia Camilla Marcelino Camill Plasmodium sp e Malária/ Toxoplasma gondii e Toxoplasmose - Até formar o cisto tecidual, internamente dentro da vesícula o protozoário vai passar por um processo de reprodução assexuada. - Endodiogenia (1 célula gera 2 células-filhas idênticas). - Endopoligenia (1 célula gera várias células- filhas idênticas). CISTO - Ao final do processo de invasão, tem-se a formação do cisto tecidual. - Cada estrutura contida no cisto tecidual é o bradizoíto. - Cada cisto pode conter até 3000 bradizoítos. - Como o cisto está no tecido, o esperado é que ele desencadeie uma resposta inflamatória, porém, como o taquizoíto invadiu a célula hospedeira, a parede do cisto mais externa é a membrana da célula hospedeira. Então, confere proteção do sistema imunológico, no qual o cisto fica instalado no tecido e não desencadeia nenhuma resposta imunológica. - A transmissão do parasito para outros hospedeiros pode acontecer a partir da ingestão de carne de qualquer animal contendo o cisto tecidual (crua ou mal passada). - A partir da ingestão de alimentos crus (legumes e verduras também) contaminadas com oocistos liberados a partir das fezes dos gatos, ainda pode acontecer a transmissão transplacentária (a mãe está infectada e a partir da infecção materna, os taquizoítos conseguem migrar para o feto, desencadeando a infecção nele). - Para o gato, a infecção pode ocorrer também transplacentária, pela ingestão de oocistos que ele mesmo liberou e/ou ingestão de animais (passarinho e roedores) cuja carne contém o cisto tecidual. - Boi, porco, carneiro e galinha tem grande chances de se alimentar em ambientes que estejam infectados por oocistos e a partir daí desenvolver a infecção. - Tem que considerar a transmissão transplacentária, extremamente grave e preocupante no Brasil. Parasitologia Camilla Marcelino Camill Plasmodium sp e Malária/ Toxoplasma gondii e Toxoplasmose CICLO DO TOXOPLASMA – GATO - Vai ocorrer o ciclo de reprodução sexuada. - Vai ocorrer de 3 a 10 dias. - Considerando a possibilidade do gato ingerir um roedor contendo na sua carne o cisto tecidual, desse cisto saem bradizoítos que também tem a capacidade de invadir as células intestinais do gato. - Os bradizoítos vão se diferenciar em merozoítos. Estes vão sair da célula intestinal e invadir células intestinais adjacentes. A partir daí, vai ocorrer a gametogenia. - Assim, tem-se a formação do microgameta (masculino) e do macrogameta (feminino). A partir do momento que o micro se forma, ele sai da célula intestinal e migra até a célula intestinal que o maro está contido. Então, ele invade a célula intestinal, fecunda o macrogameta e a partir daí ocorre a formação do oocisto. - O oocisto formado, sai da célula intestinal, se mistura aos resíduos fecais do gato e vai ser liberado para o ambiente. - As demais etapas do ciclo seria a possibilidade da infecção do humano. CICLO TAXOPLASMA – HUMANO - O cisto tecidual pode se formar em qualquer órgão visceral: amplitude de manifestação clínica. Porém, com um tropismo pela região dos olhos. - É comum as pessoas infectadas desenvolverem manifestações clínicas relacionadas ao comprometimento do globo ocular. - Transmissão: contato com fezes de gatos contendo oocistos viáveis, presentes na água, hortaliças ou tanques de areia. Além disso, consumo de carne crua ou mal passada contendo cistos teciduais.- A partir da disseminação de taquizoítos, principalmente por via transplacentária, infectando o feto (em qualquer etapa na gestação, porém mais grave quando ocorre nos meses iniciais). TAXOPLASMA GONDII – PENETRAÇÃO Parasitologia Camilla Marcelino Camill Plasmodium sp e Malária/ Toxoplasma gondii e Toxoplasmose - O taquizoito inicialmente está livre, penetra formando uma vesícula na célula hospedeira (vacúolo parasitóforo). - A vesícula endocítica/vacúolo parasitóforo não chega a se fundir com lisossoma. Pois as moléculas marcadoras de endocitose são excluídas (mecanismo molecular) da membrana da vesícula endocítica, então o lisossoma não consegue reconhecer um vacúolo que teria características para passar por um processo de digestão intracelular. - Com isso, o parasito se mantém no interior do vacúolo e inicia o processo de reprodução assexuada aumentando a quantidade de parasitos no interior. - A partir da reprodução, é formado o cisto tecidual. TOXOPLASMOSE – FASE AGUDA - Leva de 8 a 12 dias a partir da disseminação dos taquizoítos. - Os taquizoítos são eficientes em cruzar barreiras hematoencefálicas: casos de toxoplasmose no SNC. TOXOPLASMOSE – FASE CRÔNICA - Vai iniciar a partir do momento que o cisto tecidual já esta formado em algum tecido do hospedeiro. - Ele não vai produzir resposta inflamatória. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 1. Toxoplasmose congênita: É necessário a primo-infecção materna (geralmente assintomática). Há acompanhamento, pois alguns casos é necessário a intervenção medicamentosa materna para que o feto não sofra com a toxoplasmose grave. A infecção fetal se dá pela invasão placentária por taquizoítos. No primeiro trimestre acomete de 10-25% dos fetos, representando maior gravidade. 2. Toxoplasmose adquirida: Febril aguda: mais comum em crianças e jovens. Uveíte: resulta da infecção da retina e coróide por taquizoítos. Encefalite: raramente produzida pela infecção aguda e sim por reativação da infecção (a pessoa teve a infecção, o parasito teve redução do processo de reprodução, e num dado momento por conta de alguma outra característica no hospedeiro como imunodepressão, esse quadro acaba favorecendo a reativação da infecção). TOXOPLASMOSE CONGÊNITA - Infecção materna acontece no primeiro trimestre: 1. Pode resultar em aborto, natimorto e prematuridade. 2. NÃO AFETA O DNA!! 3. Comum o quadro de Tétrade de Sabin: Hidrocefalia, calcificações cerebrais, coriorretinite (coróide e retina) e deficiência mental (intelectual). Parasitologia Camilla Marcelino Camill Plasmodium sp e Malária/ Toxoplasma gondii e Toxoplasmose - Infecção materna acontece no segundo e terceiro trimestre: 1. Pode ser assintomática para o feto com manifestação tardia de doença. - Geralmente lesões oculares (cegueira). TOXOPLASMOSE CONGÊNITA - CEREBRAL - Relação da toxoplasmose congênita com a produção de manifestação clínica cerebral. - Cistos teciduais calcificados: dependendo da localização, podem desencadear manifestação clínica inerente a características daquele local onde o cisto estava alojado e causou o trauma mecânico. TOXOPLASMOSE OCULAR - Pode ser desenvolvida a partir da toxoplasmose adquirida ou congênita. - Adquirida (pós-nascimento): mais comum lesão unilateral e autolimitante que não está necessariamente relacionada a cegueira total. Ela pode desencadear a redução da acuidade visual (visão embaçada e opacidades vítreas). - Congênita: lesões bilaterais que podem se manifestar posterior ao nascimento do feto infectado ainda na vida uterina. Causa edema, degeneração, catarata e estrabismo. TOXOPLASMOSE ADQUIRIDA - Em 80% dos casos é assintomática. - Os sintomas podem regredir sem tratamento em cerca de 4 a 6 semanas. - Possibilidade da redução da acuidade visual (mesmo que temporariamente). TOXOPLASMOSE NO PACIENTE COM AIDS - Na maioria dos casos manifesta-se como abcesso cerebral. - Febre, convulsões, hemiparesia, torpor, confusão mental e coma. NEUROTOXOPLASMOSE - Mais relacionadas as pessoas que ocorrem a reativação devido a um quadro de imunodepressão. ASPECTOS DA NEUROTOXOPLASMOSE EM PACIENTE HIV POSSITIVO (REATIVAÇÃO DA INFECÇÃO) - Identificadas através de registros de imagem. - A lesão tem característica em forma de anel. Parasitologia Camilla Marcelino Camill Plasmodium sp e Malária/ Toxoplasma gondii e Toxoplasmose DIAGNÓSTICO - Precisa de confirmação laboratorial: 1. Pesquisa do parasito; 2. Pesquisa de anticorpos; 3. Avaliação da imunidade específica para fins de diagnóstico. - As características clínicas são sugestivas. DIAGNÓSTICO – TOXOPLASMOSE CONGÊNITA - Ultrassonografia: rastreio de espessamento anormal da placenta, dilatação de ventrículos laterais, necrose cerebral focal, ascite, calcificações intracranianas – mensalmente até o final da gravidez. - Amniocentese: a partir da 14 semana pode ser colhido líquido amniótico-PCR. - Cordocentese: entre a 20-24 semanas (quando o feto já é imunocompetente) para toda gestante com toxoplasmose aguda ou reagudizada (excluindo portadoras de HIV). Sorologia IgM/IgG. DIAGNÓSTICO SOROLÓGICO - Considerado padrão-ouro. GESTANTES - A triagem é extremamente importante, pois em algumas situações é necessário iniciar para que reduza a carga parasitária materna e, consequentemente, o feto gerado tenha possiblidade de não ser acometido de forma maciça pelo parasito e com isso desenvolver a toxoplasmose com características mais graves. - É necessário o acompanhamento constante da sorologia para o toxoplasma gondii. - O diagnóstico dos gatos é a partir de analise das fezes. TRATAMENTO - Grupos que o tratamento medicamentoso é prescrito: 1. Infecção aguda na gravidez (conversão sorológica); 2. Uveítes; 3. Doença congênita; 4. Doença no imunodeprimido. - Medicamentos utilizados: Parasitologia Camilla Marcelino Camill Plasmodium sp e Malária/ Toxoplasma gondii e Toxoplasmose Na gravidez: espiramicina e clindamicina (inibem síntese de proteínas); Demais casos: sulfa e pirimetamina por 2- 4 meses (inibem a dihidrofolato-redutase impedindo a síntese de folato e do DNA do parasito). PROFILAXIA - Evitar consumo de carnes cruas/mal cozidas; - Evitar manipular terra ou fazer serviços de jardinagem; - Evitar comer alimentos crus/mal lavados; - Evitar o contato com gatos filhotes (maior taxa de reprodução sexuada no parasito) de procedência ignorada; - Tratar a gestante que apresentar conversão sorológica. - Consumir leite fervido ou pasteurizado (via transmamária). CASOS DE TOXOPLASMOSE NO BRASIL - Forte relação com comemorações (consumo de embutidos e outros).
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