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Descartes - A existencia de Deus

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René Descartes 
A existência de Deus
"Pode-se demonstrar que existe 
um Deus pela única razão de que a 
necessidade de ser ou de existir 
está compreendida na noção que 
temos dele"
"E, notando que esta verdade: Penso, logo 
existo", era tão firme e tão certa, (…) julguei 
que a podia aceitar, sem hesitação, para 
primeiro princípio da filosofia que 
procurava."
Descartes, Discurso do Método
Apesar de evidente, a certeza "Penso, 
logo existo" é uma certeza subjetiva.
Torna-se necessário averiguar o que 
se encontra na base do pensamento e 
na origem da existência do sujeito 
pensante.
As ideias presentes no sujeito
Tipos de Ideias Exemplos
Adventícias Ideias de barco, copo, cão
Factícias Ideias de centauro, dragão, sereia
Inatas
Ideias de pensamento, existência, 
ideias matemáticas
São fabricadas pela imaginação
Têm origem na experiência sensível
São ideias constitutivas da própria 
razão
Ideias presentes no sujeito
"as sementes das ciências" ou "verdades eternas", "verdadeiras e imutáveis 
naturezas", essências puramente inteligíveis e inteiramente independentes da 
contribuição da perceção sensível, noções que a ascese rigorosa da dúvida 
metódica, voluntária, radical, revelará na nossa alma"
Ideias Inatas
A ideia de um ser perfeito servirá de ponto de partida para a investigação relativa à 
existência do ser divino.
Entre as ideias inatas que possuímos encontra-se a noção 
de um ser perfeito, um ser omnisciente, omnipotente e sumamente 
bom.
São caracterizadas como
São claras e distintas
Provas da existência de Deus
Argumento Ontológico
(Prova a priori)
"Pode-se demonstrar que existe um Deus, pela única razão de que a 
necessidade de ser ou de existir está compreendida na noção que temos dele.
Quando, posteriormente, o pensamento passa em revista as diversas ideias ou 
noções que estão em si, e aí encontra a ideia de um ser omnisciente, Todo-
poderoso e extremamente perfeito, julga facilmente, pelo que apreende nessa 
ideia, que Deus, que é esse ser todo perfeito, é ou existe (…) Nesta (ideia) 
apreende não somente (…) uma existência possível , mas uma existência 
absolutamente necessária e eterna".
1ª Prova
Provas da existência de Deus
Na ideia de ser perfeito 
estão compreendidas 
todas as perfeições.
A existência é uma dessas 
perfeições.
Por consequência, Deus 
existe.
Argumento Ontológico
(Prova a priori)
Consiste em mostrar a existência de Deus pela simples consideração da ideia de
ser perfeito: porque existe em nós a simples ideia de um ser perfeito e infinito,
daí resulta que esse ser necessariamente tem que existir.
1ª Prova
Existir é inerente à essência de Deus, de 
tal modo que este não pode ser 
pensado como não existente.
Provas da existência de Deus
“Assim, dado que temos em nós a ideia de Deus ou do ser supremo, com razão podemos 
examinar a causa por que a temos; e encontraremos nela tanta imensidade que por isso 
nos certificamos absolutamente de que ela só pode ter sido posta em nós por um ser em 
que exista efectivamente a plenitude de todas as perfeições, ou seja, por um Deus 
realmente existente. Com efeito, pela luz natural é evidente não só que do nada nada se 
faz, mas também que não se produz o que é mais perfeito pelo que é menos perfeito, 
como causa eficiente e total; e, ainda, que não pode haver em nós a ideia ou imagem de 
alguma coisa da qual não exista algures, seja em nós, seja fora de nós, algum arquétipo 
que contenha a coisa e todas as suas perfeições. E porque de modo nenhum 
encontramos em nós aquelas supremas perfeições cuja ideia possuímos, disso
concluímos correctamente que elas existem, ou certamente existiram alguma vez, em 
algum ser diferente de nós, a saber, em Deus (…)"
Já que nenhum homem possui tais perfeições, deve
existir algum ser perfeito que é a causa da 
nossa ideia de perfeição.
Provas da existência de Deus
Parte igualmente da ideia de um ser perfeito.
Podemos procurar a causa que faz com que 
essa ideia se encontre em nós. 
Tal causa não pode ser o sujeito pensante, 
porque essa ideia representa uma substância 
infinita e perfeita.
Sendo finito e imperfeito, o sujeito não pode 
ser a causa de tal ideia.
Argumento 
da Marca Impressa
(a posteriori)
A prova consiste em mostrar porque possuímos a ideia de Deus 
como ser perfeitíssimo.
A causa da ideia de perfeição não é outro ser senão o 
próprio Deus.
Com efeito, Deus é uma realidade que possui 
todas as perfeições representadas na ideia de ser 
perfeito.
Somos levados a concluir que Deus efetivamente 
existe como causa da nossa ideia da sua perfeição.
2ª Prova
Como poderíamos nós ter a ideia de perfeição, 
se somos seres imperfeitos?
Como poderia o menos perfeito ser causa do 
mais perfeito?
Provas da existência de Deus
“Se tivesse poder para me conservar a mim mesmo, tanto mais poder teria para me dar as
perfeições que me faltam; pois elas são apenas atributos da substância, e eu sou
substância. Mas não tenho poder para dar a mim mesmo estas perfeições; se o tivesse, já
as possuiria. Por conseguinte, não tenho poder para me conservar a mim mesmo.
Assim, não posso existir, a não ser que seja conservado enquanto existo, seja por mim
próprio, se tivesse poder para tal, seja por outro que o possui. Ora, eu existo, e contudo não
possuo poder para me conservar a mim próprio, como já foi provado. Logo, sou conservado
por outro.
Além disso, aquele pelo qual sou conservado possui formal e eminentemente tudo aquilo
que em mim existe. Mas em mim existe a percepção de muitas perfeições que me faltam,
ao mesmo tempo que tenho a percepção da ideia de Deus. Logo, também nele, que me
conserva, existe percepção das mesmas perfeições.
Assim, ele próprio não pode ter percepção de algumas perfeições que lhe faltem, ou que
não possua formal ou eminentemente. Como, porém, tem o poder para me conservar,
como foi dito, muito mais poder terá para as dar a si mesmo, se lhe faltassem. Tem pois a
percepção de todas aquelas que me faltam e que concebo poderem só existir em Deus,
como foi provado. Portanto, possui-as formal e eminentemente, e assim é Deus.”
Provas da existência de Deus
A causa do ser pensante não pode ser o sujeito que pensa. Se o fosse, daria a si próprio as perfeições das quais possui 
uma ideia, o que não se verifica.
(a posteriori)
Baseia-se igualmente no princípio da causalidade. Consiste em provar a causa
da existência do ser pensante, que é um ser finito, contingente e imperfeito.
Se não podemos garantir a nossa existência, mas apesar disso existimos, é porque alguém nos pode garantir essa 
existência. Por isso, o criador e conservador do ser imperfeito e finito, assim como de toda a realidade, é Deus.
O tempo é percebido como uma realidade descontínua. Uma coisa que dura neste momento pode deixar de existir no 
memento seguinte. O sujeito finito não possui o poder de conservar o seu próprio ser, logo nada garante que ele 
exista no momento seguinte. Para que qualquer coisa se conserve é necessário a existência de um ser superior que 
garanta a sua conservação. 
Deus, sendo perfeito, não necessita de ser criado por outro ser – ele é causa sui (causa de si mesmo)
Por ser perfeito, Deus não é um ser enganador (pelo que nos libertamos da dimensão hiperbólica da dúvida).
3ª Prova
Importância da Existência de Deus
“Mas, desde que reconheci que existe um Deus, (…) compreendi que tudo o resto 
depende d’Ele e que Ele não é enganador, e daí conclui que tudo aquilo que 
concebo clara e distintamente é necessariamente verdadeiro (…) Por 
conseguinte, não se pode alegar em contrário nenhuma razão que me leve a 
duvidar, mas tenho disso ciência verdadeira e certa. Ciência certa e verdadeira 
não apenas disso, mas também de todas as outras coisas que me recordo de 
alguma vez ter demonstrado, como as da Geometria e semelhantes. E assim vejo 
perfeitamente que a certeza e a verdade de toda a ciência dependem unicamente 
do conhecimento do Deus verdadeiro, a tal ponto que, antes de o conhecer, eu 
não poderiasaber nada, de modo perfeito, de qualquer outra coisa. Porém, agora 
podem ser perfeitamente conhecidas e certas, para mim, inúmeras coisas, quer 
do próprio Deus e das outras coisas intelectuais, quer também de toda a 
natureza corpórea (…) ” Descartes, Meditações sobre a Filosofia Primeira
Importância da existência de Deus
• Estabelecida a existência de Deus, a hipótese da existência de um 
Deus enganador está afastada.
• Como Deus não é malévolo, seguramente não pretende enganar-nos,
dado que as nossas ideias provêm de Deus, não podem deixar de 
ser verdadeiras na medida em que forem claras e distintas.
• A existência de Deus proporciona assim uma justificação para o 
critério das ideias claras e distintas. Sabemos que aquilo que 
concebemos como claro e distinto é verdadeiro porque as nossas 
faculdades foram criadas por Deus, que não é enganador.
Importância da Existência de Deus
Deus é a garantia da verdade objetiva das ideias claras e distintas, pois ele é a garantia de que não nos 
enganamos.
Sendo criador das verdades eternas, a origem do ser e o fundamento da certeza, Deus garante a adequação entre 
o pensamento evidente e a realidade, legitimando o valor da ciência e conferindo objetividade ao conhecimento
Deus é o princípio do ser e do conhecimento.
Conclusão
Admitida a existência de Deus, Descartes aceita a existência do mundo material e a possibilidade de o 
conhecer apenas pelo uso da razão.
Só as ideias inatas permitem alcançar o conhecimento verdadeiro, pois a sua veracidade é garantida por 
Deus, pelo que podem fundamentar todo o conhecimento humano
A teoria do erro e as três substâncias
Deus é também infinito, a fonte do bem e da verdade; é omnipotente, eterno , 
omnisciente e criador do universo,
Deus não é autor do mal, nem responsável pelos nossos erros. Quando erramos é 
porque a nossa vontade se precipita, isto é, o erro surge do mau uso da nossa 
liberdade.
As três substâncias
Descartes considera a existência de três substâncias
Substância eterna,
perfeita, infinita e 
independente
Substância 
pensante (alma), 
imperfeita, finita e 
dependente.
Res Cogitans:
Substância extensa,
imperfeita,
finita e dependente.
Res Divina Res Extensa
Princípios ou Fundamentos
do Conhecimento
Conclusão
• Descartes utilizou, na sua filosofia, um método que lhe permitiu fundamentar o
conhecimento humano, sendo que as ideias fundamentais são inatas e o sujeito impõe-
se ao objeto através das noções que traz em si.
• A razão, desde que devidamente orientada, é capaz de alcançar verdades universais, que
se irão traduzir no conhecimento claro e distinto.
• Podemos intuir a verdade de certas proposições por meios estritamente racionais e sem
o recurso à experiência. É nesta intuição puramente racional que se apoia a tese de que
as proposições claras e distintas têm de ser verdadeiras. Podemos, por exemplo, com
base numa avaliação racional, determinar como verdadeiras as proposições básicas da
Geometria e da Matemática.
• Das proposições que intuímos como verdadeiras, podemos deduzir outras proposições
cuja verdade é também considerada a priori.
• Os princípios ou fundamentos do conhecimento (a existência do cogito, a existência de
Deus) assim como a existência do mundo físico podem ser conhecidos desta forma.

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