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ESTUDO DE CASO DE CINESIOTERAPIA (1)

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ESTUDO DE CASO DE CINESIOTERAPIA
 O caso trata-se de uma paraplegia. O paciente é do sexo masculino, 26 anos, jornalista e o nível da sequela está em T4 (quarta vértebra torácica). Encontra-se na fase de adaptação e adequação à cadeira de rodas. Foi encaminhado aos cuidados da Terapia Ocupacional a fim de desenvolver capacidades, habilidades e destreza para executar suas atividades de vida diária domiciliares e até mesmo evoluindo para o meio urbano. Considere que as adaptações já foram realizadas em sua residência (barras de apoio nos cômodos e banheiros), os acessos e a mobilidade externa e interna também já aplicadas). Desenvolva uma abordagem a fim de facilitar a execução das principais atividades que demandam bom controle de tronco, flexibilidade e força para tal e que venha a somar com uma possível conduta fisioterápica de fortalecimento e prevenção de contraturas, aderências e deformidades (lembre-se: você pode somar os conceitos das unidades I e II para concluir esta abordagem).
 A paraplegia acontece de uma lesão medular que pode ser devido a acidentes automobilísticos, atividades recreacionais, lesões relacionadas ao trabalho e violência. É uma lesão que afeta mais o sexo masculino, entre a faixa etária de 15 a 40 anos. Geralmente, a recuperação motora acontece nos dois primeiros meses após a lesão inicial, apresentando uma diminuição do potencial de melhora após três a seis meses. Atualmente, se constitui como um problema de muita gravidade na saúde pública, afinal a sua devastadora incapacitação torna o tratamento prolongado, e isso podendo causar danos nas funções e locomoção do indivíduo. A realização de fisioterapia em todas as fases e se iniciando ainda no período hospitalar é muito eficaz para proporcionar uma maior independência funcional e melhora da qualidade de vida do paciente.
 Mas afinal, o que é paraplegia? Define-se paraplegia como uma diminuição ou perda das funções sensitivas e/ou motoras dos segmentos torácicos, lombares ou sacrais da medula espinhal, inclusive disfunção autonômica e esfincteriana, decorrentes de danos nos elementos neurais dentro do canal vertebral de forma parcial ou total, traumática ou não, com a integridade dos membros superiores, sendo acometidas as funções do tronco, membros inferiores e órgãos pélvicos, dependendo do nível da lesão. A lesão da medula pode ser classificada em paraplegia alta (T1 – T6) e paraplegia baixa (T7 – L5).
 A fisioterapia tem como principal objetivo a maximização da independência funcional do paraplégico e a sua reintegração na sociedade. Assim como prevenir as deformidades e complicações, melhorar a função muscular remanescente, também a função respiratória, promover treino de transferências e trocas de posturas, proporcionar o manuseio da cadeira de rodas, realizar o treino de equilíbrio, realizar a aquisição do ortostatismo se for possível, inclusive o retorno da marcha com uso ou não de dispositivos de órtese, manter amplitude de movimento, promover alívio de dor, contribuir para a manutenção de uma boa circulação; evitar contraturas e deformidades, adquirir controle de tronco sem apoio, melhorar a postura, descarga de peso e melhorar o controle de tronco.
 O melhor plano de exercícios desenvolvido para o paciente é aquele baseado nos cuidados das necessidades individuais, focado nas limitações funcionais e deficiências de cada um. Na fase de reabilitação o plano de tratamento fisioterapêutico a ser proposto para o paciente deve envolver alongamentos, exercícios de fortalecimento para os membros superiores e/ou inferiores (dependendo do nível da lesão), assim como a musculatura do tronco, treino de mobilidade e mudanças de decúbito como rolar, mover-se para cima e para baixo, transferência de peso, atividades de equilíbrio, sentar-se e automobilização, treinamento de marcha, e treinamento em cadeira de rodas, objetivando o máximo de independência funcional do paciente. O alongamento atua na normalização do tônus muscular para manter ou aumentar a extensibilidade dos tecidos moles. Deve ser preferencialmente realizada diariamente. Os exercícios passivos promovem a manutenção da amplitude articular e flexibilidade, e os exercícios de resistência e força muscular atuam no sistema cardiovascular e auxiliam na prevenção de complicações circulatórias. 
O fisioterapeuta dispõe de vários acessórios, equipamentos, assim como o uso de diferentes técnicas no atendimento do paciente paraplégico, entre eles:
 FNP (Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva) Esta técnica que exige do paciente um melhor desempenho e aprendizagem motora, coordenação motora, fortalecimento muscular, flexibilidade e aumento da amplitude de movimento. Também, observam-se estudos que confirmam a necessidade de o paciente paraplégico adotar novos padrões posturais para a estabilidade de tronco e/ou mobilidade dos segmentos corporais, envolvendo a combinação da cintura escapular e músculos do tronco, principalmente, naqueles com lesão medular torácica, devido a diminuição da atividade da musculatura estabilizadora do tronco, como o eretor da espinha.
 O ortostatismo nos pacientes paraplégicos atua na prevenção e/ou minimização de complicações decorrentes da lesão.
 Observam-se a prevenção de contratura nas articulações, redução da incidência de úlceras de pressão, aumento da função urinária e intestinal, prevenção na perda de massa óssea, diminuição na formação de cálculos, promoção de alívio nas pressões que ocorrem nas posições sentada e deitada, equilíbrio do sistema hemodinâmico, aumento da resposta hemodinâmica na posição em ortostasia, melhora do equilíbrio, redução de hipertonia, melhora de controle de tronco, prevenção de osteoporose, e melhora do quadro emocional.
 O treino de equilíbrio para o paciente paraplégico é fundamental para o controle de tronco. O sujeito que apresenta um bom controle de tronco está apto a se transferir independentemente. O controle do tronco, por ter uma ação antecipatória feita pelos músculos abdominais e eretores da espinha, é pré-requisito funcional para estabilização na cadeira de rodas, e para a realização dos movimentos de membros superiores sentado.
Referências
ALONSO, K. C.; AZEVEDO, E. R. F. B. M.; CACHO, E. W.; VAROTO, R.; JUNIOR, A. C. Avaliação Cinemática da Transferência de Paraplégicos da Cadeira de Rodas. Acta Ortopédica Brasileira, v. 19, n. 6, São Paulo, 2011.
BARROS, F. T.; OLIVEIRA, R. P., KALIL, E. M.; PRADA, F.S. Avaliação Padronizada nos Traumatismos Raquimedulares. Revista Brasileira de Ortopedia, v. 29, São Paulo, 1994.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Área Técnica de Saúde da Pessoa com Deficiência. Diretrizes da Atenção à Pessoa com Lesão Medular. Brasília, 2013.
BROMLEY, I. Paraplegia e Tetraplegia: Um Guia Teórico – Prático para Fisioterapeutas, Cuidadores e Familiares. Rio de Janeiro: Revinter, 1997.
CUNHA, F. M.; MENEZES, C. M.; GUIMARÃES, E. P. Lesões Traumáticas da Coluna Torácica e Lombar. Revista Brasileira de Ortopedia, v. 35, São Paulo, 2000.
GREVE, J. M. D.; CASALIS, M. E. P.; FILHO, T. E. P. B. Diagnóstico e Tratamento da Lesão da Medula Espinhal. São Paulo: Roca, 2001.

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