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A servidão moderna- Vitória Raissa Rodrigues

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
Aluna: Vitória Raissa Rodrigues
Curso: Economia Ecológica 
Documentário: A servidão moderna 
A servidão moderna é descrita como uma espécie de “escravidão voluntária”, da qual participam todos os seres humanos que habitam a terra. Trata-se de um comportamento infiltrado na mente dos indivíduos pelo sistema dominante. Para que tal tragédia tenha se instalado na sociedade foi necessário fazer com que a classe de “escravos" perdesse sua capacidade de conscientização sobre a exploração e a alienação às quais estão submetidas.
Diferentemente dos escravos da antiguidade, dos servos da idade média e dos operários das primeiras revoluções industriais, a sociedade atual está inserida numa escravidão total, e não quer enxergar, em momento algum, o contexto em que se encontra, aceitando, sem discutir ou rebelar-se, a vida que lhe foi imposta.
O homem, através de um trabalho guiado pela alienação, constrói um mundo com um cenário cada vez mais parecido com uma prisão, dentro da qual há apenas a miséria do modo de produção dominante. Este cenário está em contínua mudança, estando, portanto, em eterna construção; tal mudança é justificada pela amnésia generalizada e pela insegurança na qual vivem seus habitantes, sendo cada vez mais negativa para a humanidade.
Mais do que a alienação ao produzir, há ainda a alienação ao consumir. Partindo desse pressuposto, o escravo moderno consome mercadorias com a certeza de que aquilo trará para ele a tão sonhada felicidade, quando, na verdade, o está distanciando cada vez mais de ser realmente feliz.
No sistema econômico dominante, a demanda não determina mais o que será ofertado no mercado, mas a oferta é que condiciona a demanda. Dessa forma, o indivíduo cria a ilusão de que, para viver, é preciso possuir determinados bens que não são, de fato, necessidades básicas do ser humano, mas que, por imposição do sistema, são considerados vitais (ex: rádio, carro, televisão, celular, etc.).
Ademais, no que diz respeito à questão ambiental, a exploração dos recursos na Terra, a abundante produção de energia ou de mercadorias, o lixo e os resíduos do consumo ostentoso diminuem gradativamente a possibilidade de sobrevivência do planeta e das espécies que ele abriga. Entretanto, para que o capitalismo selvagem se expanda, o a economia nunca deve parar de crescer, tendo uma produção cada vez maior. A indústria tenta convencer aos alienados de que uma pequena mudança em seus hábitos diários seria suficiente para salvar o planeta de uma catástrofe, porém, em contrapartida ao que incentiva, enquanto aplica tal discurso, ela continua poluindo incessantemente o meio natural e o espírito dos indivíduos.
O sistema dominante fez do trabalho seu principal valor, e os escravos, mesmo esgotados e passando por humilhações, devem continuar trabalhando, passando toda a sua vida executando uma atividade que é vantajosa apenas para poucos. Aquilo que chamamos de “desemprego moderno” surgiu com o objetivo de assustar aos trabalhadores e fazê-los agradecer a “suposta” generosidade do poder em lhes dar um meio de subsistência, fazendo-os, ainda, entender as atividades que executam como libertadoras, e não como alienantes.
Assim sendo, o sistema dominante é definido pela onipresença de sua ideologia mercantil, que utiliza imperativos como “produza”, “ venda", “consuma”, “acumule", e que reduziu todas as relações humanas em relações mercantes, tratando, até mesmo, o próprio planeta como uma simples mercadoria. Cabe destacar que, dentro dessa ideologia, o trabalho servil é imposto, o único direito reconhecido é direito da propriedade privada, o único deus que adora-se é o dinheiro, e a mídia tem um forte e incoerente poder de determinação do bem e do mal. Destarte, vivemos em um sistema mercantil totalitário disfarçado de democracia liberal, no qual o homem, a sociedade e o conjunto de nosso planeta estão a serviço desta ideologia mercantil. Esse tipo de sistema totalitário realizou o que nenhum outro totalitarismo conseguiu fazer: unificar o mundo a sua imagem.

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