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ROTURA UTERINA É o rompimento parcial ou total do miométrio durante a gravidez ou trabalho de parto. Classifica-se como rotura completa quando há rotura total da parede uterina e incompleta quando o peritônio parietal permanece intacto. Incidência • De 1 a cada 585 partos a 1 a cada 6.673 partos (MS, 2010). • O maior fator de risco para rotura é a presença de cicatriz uterina e o antecedente de cesariana é o principal delas (325 para cada 100 mil nascimentos). É rara em primigestas. • A rotura uterina pode cursar também com lesão vesical, o que ocorre em 0,1% dos casos. • Sua frequência é inversamente proporcional a qualidade de assistência pré-natal, e ao parto, além da história anterior de cesarianas. Etiologia • Espontânea: processo lento e progressivo, assintomático, ocorre no final da gestação em úteros predispostos pelo enfraquecimento da parede por cicatriz prévia de cesariana, miomectomia, outras cirurgias uterinas. O local de rotura é habitualmente fúndico. • Traumáticas: quedas sobre o ventre, pancadas resultantes de acidentes de trânsito, ferimentos penetrantes de armas brancas ou de fogo, manuseio da cavidade uterina. • No parto: pode ser espontânea, quando não há interferência do obstetra, ou provocada, como versão uterina, extração podal, fórceps, administração intempestiva de ocitocina. Fatores predisponentes • Cirurgia uterina prévia. • Anomalias congênitas uterinas. • Neoplasia trofoblástica gestacional. • Adenomiose (endometriose no miométrio). • Uso de Misoprostol e Ocitocina. • Anomalias fetais. • Sobredistensão uterina. • Multiparidade. • Hiperdistensão uterina. • Insistência de parto por via baixa, em casos de desproporção. • Uso inadequado do fórceps. • Trabalho de parto após cesariana. • Acretismo placentário. Quadro clínico da rotura uterina • Deterioração do padrão dos batimentos cardíacos fetais. • Gestante queixa de dor aguda, de forte intensidade. • Sangramento vaginal. • Parada das contrações. • Subida da apresentação ao toque vaginal. • Partes fetais palpáveis facilmente no abdome materno. • Taquicardia importante e hipotensão grave. Diagnóstico • Interrupção das contrações com sangramento vaginal, ausência de batimentos cardíacos fetais, mudança de posição fetal, dor súbita, hipotensão e taquicardia materna. • Na síncope pós-parto, deve-se suspeitar de ruptura. • Sinais de iminência de ruptura para prevenção: o Contrações excessivamente dolorosas e quando rompe as contrações e a dor cessam. o Taquissistolia (>5 contrações em 10 minutos) e hipersistolia (contrações duradouras). o Palidez, sudorese e agitação. o Sinal de iminência de ruptura para prevenção é a distensão segmentar: ▪ Sinal de Bandl: anel fibromuscular transversal no segmento inferior, perto da cicatriz umbilical (útero com aspecto semelhante a uma ampulheta). ▪ Sinal de Frommel: ligamentos redondos retesados e hipercontraídos (desvio anterior do útero). Conduta frente a rotura uterina • Manter estabilidade hemodinâmica da gestante. • Laparotomia (cesárea), pode-se fazer histerorrafia ou histerectomia (33%). • Hemoderivados, reposição volêmica. • A morbidade materna depende do grau de hemorragia e do pronto tratamento do choque.
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