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Falácias formais e informais Instituto Federal de Santa Catarina Campus São Miguel do Oeste Curso Técnico em Alimentos Disciplina de Filosofia Docente: Fernando Dala Santa Integrantes: Carla Alexsandra Da Silva Moraes Evelin Laura Thome de Lima Luana Zapani Siebel Suelen Andreghetti. 2 0 2 1 | F I L O S O F I A Pontos de Discussão Tópicos a serem abordados na apresentação Origem Filósofos que falaram sobre o tema Tipos de Falácias Falácias formais Falácias informais Origem A palavra tem origem no termo em latim “falácia”, aquilo que engana ou ilude; São construídas por raciocínios aparentemente corretos que levam às falsas conclusões; A “falácia informal” difere-se da formal, principalmente pelo fato da primeira usar de raciocínios válidos; Ao contrário das falácias informais, as falácias formais, por apresentar uma forma lógica válida, podem ser de difícil identificação. Diversos filósofos trataram de maneiras diferentes ou semelhantes a discussão sobre as falácias. Aristóteles por exemplo escreveu a obra Refutações sofísticas, onde ele discute e analisa as falácias de seu tempo. Apesar de ter criticado as falácias, ele não fala sobre as modalidades das falácias, algo que os sofistas fizeram. Filósofos que falaram sobre o tema O primeiro tipo é um argumento inválido aparentar ser válido; O segundo tipo é um argumento válido, mas com premissas não aceitáveis e/ou verdadeiras, apenas aparenta ser; Terceiro tipo, que é mais perigoso, é um tipo de argumento válido, pois a conclusão é uma sequência lógica das premissas e as premissas são verdadeiras. Os sofistas exploram muito o uso de diversas modalidades de falácia, mas entre os principais argumentos lógicos falaciosos para os sofistas são: Filósofos que falaram sobre o tema Falácias Formais Uma falácia formal é aquela que envolve um erro na composição, disposição ou estrutura técnica de um argumento. A questão em vista não é se uma conclusão é verdadeira ou falsa, mas se a composição do argumento é correta ou incorreta, válida ou inválida. Falácias Formais Tipos de falácias formais Argumentos Formalmente Válidos: Verdadeiro e Válido: Todos os homens são mortais. Sócrates é um homem. Portanto, Sócrates é mortal. Falso, mas válido: Todos os homens são verdes. Sócrates é um homem. Portanto, Sócrates é verde. Argumentos Formalmente Inválidos: Falso e Inválido: Alguns homens são verdes. Sócrates é um homem. Portanto, Sócrates é verde. Verdadeiro, mas Inválido: Alguns homens são mortais. Sócrates é um homem. Portanto, Sócrates é mortal. Falácias Formais As falácias formais são, portanto, argumentos inválidos, argumentos em que a declaração conclusiva não decorre necessariamente das declarações que a precedem; Uma mudança nos termos reais usados em um argumento pode afetar o valor real da verdade do argumento, mas uma mudança nos termos não afetará a validade ou a invalidade do argumento; Falácias Informais Ambiguidade Envolve o uso impreciso da linguagem. Cada língua tem sua própria “lógica”, da mesma forma que os símbolos escritos ou os símbolos falados são organizados para transmitir certos significados. Quando uma palavra ou expressão é usada de maneira imprecisa, uma porta é aberta para um mal- entendido, uma falácia. Falácias Informais A – Equívoco Uma palavra pode ter mais de um significado diferente. Um argumento pode ser construído em torno da ambiguidade do significado dessa palavra. Falácias Informais Anfibologia ou Ambiguidade Semântica e Sintática Uma variação acima é quando uma palavra, frase ou construção gramatical é usada, o que pode ser entendido de mais de uma maneira. Uma ambiguidade semântica pode ser removida definindo a palavra ambígua ou oferecendo um sinônimo. Uma ambiguidade sintática pode ser removida reconstruindo a sentença. Falácias Informais Argumentam Ad Hominem Esse tipo de falácia tem por objetivo atingir a pessoa que expressou (contra o homem) o argumento. A resposta não está embasada em algum argumento que comprove, mas busca atingir de forma pessoal quem a enunciou. Falácias Informais Argumentam Ad Ignorantismo Essa é uma falácia lógica que busca comprovar que algo pode ser falso ou verdadeiro a partir de uma ignorância anterior sobre aquele tema. Não conheço X ou sobre X; Portanto, X não existe ou não serve. Falácias Informais Argumentam ad verecunda Consiste em validar um argumento em cima da reputação de alguém. A conclusão desse raciocínio se baseia tão somente na credibilidade de quem a expõe ou prática uma ação. Falácias Informais Espantalho Você desvirtua um argumento para torná-lo mais fácil de atacar. Falácia muito utilizada por políticos. Exemplo: Depois de Felipe dizer que o governo deveria investir mais em saúde e educação, Jader respondeu dizendo estar surpreso que Felipe odeie tanto o Brasil, a ponto de querer deixar o nosso país completamente indefeso, sem verba militar. Falácias Informais Causa Falsa Você supôs que uma relação real ou percebida entre duas coisas significa que uma é a causa da outra. Também conhecida como: “cum hoc ergo Porter hoc” (com isto, por causa disso). Exemplo: Apontando para um gráfico metido a besta, Rogério mostra como as temperaturas têm aumentado nos últimos séculos, ao mesmo tempo em que o número de piratas tem caído; sendo assim, obviamente, os piratas são que ajudavam a resfria ar as águas, e o aquecimento global é uma farsa. Falácias Informais Apelo à emoção Você tentou manipular uma resposta emocional no lugar de um argumento válido ou convincente. Apelos à emoção são relacionados a medo, inveja, ódio, pena, orgulho, entre outros. Exemplo: Lucas não queria comer o seu prato de cérebro de ovelha com fígado picado, mas seu pai o lembrou de todas as crianças famintas de algum país de terceiro mundo que não tinham a sorte de ter qualquer tipo de comida. Falácias Informais A falácia da falácia Exemplo: Percebendo que Amanda cometeu uma falácia ao defender que devemos comer alimentos saudáveis porque eles são populares, Alice resolveu ignorar a posição de Amanda por completo e comer Chope Duplo com Queijo no Burger King todos os dias. Supor que uma afirmação está necessariamente errada só porque ela não foi bem construída ou porque uma falácia foi cometida. Falácias Informais Ladeira Escorregadia Você faz parecer que o fato de permitirmos que aconteça A fará com que aconteça Z, e por isso não podemos permitir A. (Se então). Exemplo: Armando afirma que, se permitirmos casamentos entre pessoas do mesmo sexo, logo veremos pessoas se casando com seus pais, seus carros e seus macacos de estimaço. Falácias Informais Tu quoque (você também) Exemplo: Nicole identificou que Ana cometeu uma falácia lógica, mas, em vez de retificar o seu argumento, Ana acusou Nicole de ter cometido uma falácia anteriormente no debate. Você evitar ter que se engajar em críticas virando as próprias críticas contra o acusador – você responde críticas com críticas. Esta falácia, cuja tradução do latim é literalmente “você também”. Falácias Informais Incredulidade pessoal Você considera algo difícil de entender, ou não sabe como funciona, por isso você dá a entender que não seja verdade. Exemplo: Henrique desenhou um peixe e um humano em um papel e, com desdém efusivo, perguntou a Ricardo se ele realmente pensava que nós somos babacas o bastante para acreditar que um peixe acabou evoluindo até a forma humana através de, sei lá, um monte de coisas aleatórias acontecendo com o passar dos tempos. Falácias Informais Alegação especial Você altera as regras ou abre uma exceção quando sua afirmação é exposta como falsa. Exemplo: Eduardo afirma ser vidente, mas quando as suas “habilidades” foram testadas em condições científicas apropriadas, elas magicamente desapareceram. Ele explicou, então, que elas só funcionam para quem tem fé nelas. Falácias Informais Pergunta carregada Você faz uma pergunta que tem uma afirmaçãoembutida, de modo que ela não pode ser respondida sem uma certa admissão de culpa. Exemplo: Graça e Helena estavam interessadas no mesmo homem. Um dia, enquanto ele estava sentado próximo suficiente a elas para ouvir, Graça pergunta em tom de acusação: “como anda a sua reabilitação das drogas, Helena”? Falácias Informais Ônus da prova Você espera que outra pessoa prove que você está errado, em vez de você mesmo provar que está certo. Exemplo: Beltrano declara que uma chaleira está, nesse exato momento, orbitando o Sol entre a Terra e Marte e que, como ninguém pode provar que ele está errado, a sua afirmação é verdadeira. Falácias Informais Falácia do apostador Você diz que “sequências” acontecem em fenômenos estatisticamente independentes, como rolagem de dados ou números que caem em uma roleta. Exemplo: Uma roleta deu número vermelho seis vezes em sequência, então Lucas teve quase certeza que o próximo número seria preto. Sofrendo uma forma econômica de seleção natural, ele logo foi separado de suas economias. Falácias Informais Nenhum escocês de verdade Você faz o que pode ser chamado de apelo à pureza como forma de rejeitar críticas relevantes ou falhas no seu argumento. Exemplo: Angus declara que os escoceses não colocam açúcar no mingau, ao que Lachmann aponta que ele é um escocês e põe açúcar no mingau. Furioso, como um “escocês de verdade”, Angus berra que nenhum escocês de verdade põe açúcar no seu mingau. Falácias Informais Genética Você julga algo como bom ou ruim tendo por base a sua origem. Exemplo: Acusado no Jornal Nacional de corrupção e aceitação de propina, o senador disse que devemos ter muito cuidado com o que ouvimos na mídia, já que todos sabemos como ela pode não ser confiável. Falácias Informais Preto-ou-branco (falsa dicotomia) Você apresenta dois estados alternativos como sendo as únicas possibilidades, quando de fato existem outras. Exemplo: Ao discursar sobre o seu plano para fundamentalmente prejudicar os direitos do cidadão, o Líder Supremo falou ao povo que ou eles estão do lado dos direitos do cidadão ou contra os direitos. Falácias Informais Tornando a questão supostamente óbvia Você apresenta um argumento circular no qual a conclusão foi incluída na premissa. Exemplo: O plano estratégico de marketing é o melhor possível, foi assinado pelo Diretor Bam-bam-bam. Falácias Informais Apelo à natureza Você argumenta que só porque algo é “natural”, aquilo é válido, justificado, inevitável ou ideal. Exemplo: O curandeiro chegou a cidade com a sua carroça cheia de remédios completamente naturais, incluindo garrafas de água pura muito especiais. Ele disse que é natural as pessoas terem cuidado e desconfiarem de remédios “artificiais”, como antibióticos. Falácias Informais Anedótica Você usa uma experiência pessoal ou um exemplo isolado em vez de um argumento sólido ou prova convincente. Exemplo: José disse que o seu avô fumava, tipo, 30 cigarros por dia e viveu até os 97 anos — então não acredite nessas metas análises que você lê sobre estudos metodicamente corretos provando relações causais entre cigarros e expectativa de vida. Falácias Informais O atirador do Texas (causa falsa) Você escolhe muito bem um padrão ou grupo específico de dados que sirva para provar o seu argumento sem ser representativo do todo. Exemplo: Os fabricantes da bebida gaseificada Cocaçúcar apontam pesquisas que mostram que, dos cinco países onde a Cocaçúcar é mais vendida, três estão na lista dos dez países mais saudáveis do mundo, logo, Co açúcar é saudável. Falácias Informais Meio-termo Você declara que uma posição central entre duas extremas deve ser a verdadeira. Exemplo: Mariana disse que a vacinação causou autismo em algumas crianças, mas o seu estudado amigo Calebe disse que essa afirmação já foi derrubada como falsa, com provas. Uma amiga em comum, a Alice, ofereceu um meio-termo: talvez as vacinas causem um pouco de autismo, mas não muito. Conclusão Concluímos assim então que falácias são argumentos que têm a pretensão de ser corretos e conclusivos, mas que, no entanto, possuem algum erro em sua estrutura ou seu conteúdo. São majoritariamente encontradas em pensamentos envolvendo maus raciocínios ou ilusões que fazem com que um mau argumento pareça adequado quando, na verdade, é frágil ou inconsistente. Referencias Bibliográficas MAIA SCHMAELTER, Matheus. Falácia. Infoescola. Disponível em: <https://www.infoescola.com/filosofia/falacia/ >. Acesso em: 16 de dezembro de 2021. Significado de Falácia. Significados. Disponível em: <https://www.significados.com.br/falacia/>. Acesso em: 16 de dezembro de 2021. Mendes, Eliana Amarante de Mendonça. "Argumentação e erística: pequeno ensaio sobre a mentira." De volta ao futuro da lingua portuguesa. Atas do V SIMELP-Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa (2017): 1141-1156. Acesso em: 16 de dezembro de 2021. Referencias Bibliográficas SANTANA, Esther. FALÁCIA. Educa+Brasil. Disponível em: <https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/filosofia/falacia>. Acesso em: 16 de dezembro de 2021. ALMEIDA, Emerson. Falácias Formais e Informais. Blog Educalar. Disponível em: <https://blog.educalar.com.br/falacias-formais-e- informais/>. Acesso em: 16 de dezembro de 2021. RAMCHANDANI, Ajay. Falácias. Passei Direto. Disponível em: <https://www.passeidireto.com/arquivo/54884018/falacias? utm_medium=mobile&utm_campaign=android>. Acesso em: 16 de dezembro de 2021. Obrigada pela atenção! Dúvidas? Entrem em contato: carla.ad@aluno.ifsc.edu.br luana.zs24@aluno.ifsc.edu.br evelin.l2005@aluno.ifsc.edu.br suelen.a12@aluno.ifsc.edu.br
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