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Dinâmica celular CITOESQUELETO Prof. Amélia Pág. 1 de 19 CITOESQUELETO (cito = célula esqueleto da célula, ou seja, engloba o nucleoesqueleto) Vasto conjunto de proteínas celulares que conferem sustentabilidade à célula: filamentos de actina; filamentos intermédios; microtúbulos Sistema de fibras citoplasmáticas e do núcleo, fundamentais para a mobilidade celular; migração de células individuais ou de grupos de células; alterações morfológicas; movimentos intracelulares; suporte e estrutura celular FUNÇÕES DO CITOESQUELETO: Estrutura e suporte (ex: globos vermelhos – a forma conferida pelo citoesqueleto faz com que a hemoglobina seja mais achatada, facilitando o seu transporte no sangue e a sua difusão de gases) São importantes para o movimento dos cromossomas na mitose, meiose Citocinese – cintura contrátil, ação da actina e miosina Transporte de vesículas dentro da célula Exocitose Metastização e motilidade celular Define a fisiologia das células Alterações morfológicas Migração de células individuais ou grupos de células MIOSINA - PROTEÍNAS MOTORAS: convertem energia química em energia mecânica PROTEÍNAS DO CITOESQUELETO EM CÉLULAS EUCARIOTAS: FILAMENTOS DE ACTINA/MICROFILAMENTOS (F-ACTINA): proteínas motor associadas - miosina todas as células têm proteínas bem conservadas nos diferentes tecidos eucariotas Subunidade: monómeros de actina – G-actina (actina monomérica) Organização: polímeros filamentosos, dupla hélice aparente Tamanho: 7-8nm (mais pequenos) Possui um polo negativo voltado para cima e o polo positivo voltado para baixo HOMOPOLÍMERO: polímero formado por um só tipo de polímeros FILAMENTOS INTERMÉDIOS: não têm proteínas motor associadas diferentes conforme o tecido ou tipo de célula São mais estáticos Subunidades: diferentes proteínas (+50) Organização: bastões em α-hélice. estrutura em corda Tamanho: 10nm (tamanho intermédio) HOMOPOLÍMERO/HETEROPOLÍMEROS Os tetâmeros de filamentos intermédios podem ser constituídos por uma mistura de proteínas pertencentes aos outros grupos de filamentos MICROTÚBULOS: Proteínas motor – cinesinas e dineínas Todas as células que se dividem têm Subunidades: dímeros de α- e β-tubulina Organização: estrutura tubular com interior oco; Paredes formadas por justa posição de protofilamentos Tamanho: 24nm (maiores) HETEROPOLÍMERO: polímero formado pela união de vários monómeros diferentes Os microtúbulos possuem citoesqueleto, com proteínas que permitem o seu movimento. Os microtúbulos servem para o transporte de vesículas entre os vários componentes celulares na maioria das estruturas celulares Filamentos de actina e microtúbulos são mais dinâmicos, enquanto que os filamentos intermédios são mais estáticos TODAS AS LIGAÇÕES ENTRE AS SUBUNIDADES DOS DIFERENTES TIPOS DE FILAMENTOS SÃO NÃO COVALENTES Ligações não covalentes: são mais fracas - facilitam a polimerização e a despolimerização, é mais dinâmico e menos dispendioso (van der Wall, iónicas,…) vantagem Se fossem ligações covalentes, uma vez que estas são mais fortes, iriam necessitar de enzimas para a polimerização e despolimerização, o que seria mais dispendioso para a células, a nível energético PROTEÍNAS DO CITOESQUELETO DE PROCARIOTAS: Não têm filamentos de actina, filamentos intermédios e microtúbulos Possuem proteínas homólogas que executam funções semelhantes às dos eucariotas Proteína cresentim: homóloga, exerce uma função semelhante apesar da estrutura ser diferente Proteína FisZ: homóloga da tubulina, mas tem função idêntica à actina-miosina na cintura contrátil ALGUMAS COMPONENTES DO CITOESQUELETO: 1. Actina (monómeros) ⇒ início da extensão membranar; 2. Redes de filamentos, MFs e FIs ⇒ estrutura celular; 3. Motores de miosina ⇒ transporte, contractilidade, associados a MFs; 4. Agregados de actina e FIs ⇒ adesão celular; 5. Redes de lamin (FI) ⇒ Estrutura nuclear Dinâmica celular CITOESQUELETO Prof. Amélia Pág. 2 de 19 Todos os movimentos celulares convertem energia química em energia mecânica, resultando numa manifestação de trabalho mecânico, requerendo ATP e proteínas que convertem energia armazenada em movimento (proteínas motor) FILAMENTOS DE ACTINA/MICROFILAMENTOS ESTRUTURA DA ACTINA ORGANIZAÇÃO: As subunidades vão-se unindo lateralmente, formando uma dupla hélice aparente (isto acontece devido às cargas). Os filamentos de actina estão organizados de forma antiparalela (miosina II na citocinese tem caudas entrelaçadas) MONÓMERO DE ACTINA: G-actina (estrutura globular) quando polimeriza forma o filamento de actina DOMÍNIOS: 4 Possui recetores de ATP no meio que é requisito obrigatório para que aconteça polimerização. Isto faz com que a molécula possua um polo negativo (devido à presença de P) FILAMENTO DE ACTINA: F-actina – cadeia linear – resulta da polimerização de subunidades (monómeros de actina) ISOFORMAS DE F-ACTINA: 6 genes que codificam diferentes isoformas: 4 α-actina - em células musculares; associadas a funções de estrutura e contractilidade; 1 β-actina - lidera o topo da polimerização dos filamentos, em células não musculares, mas que se movem 1 γ-actina - em filamentos de fibras de stress ISOFORMAS: mesma estrutura e função mas com composição diferente Algumas plantas têm mais de 60 genes para actina, apesar de alguns serem pseudogenes. DINÂMICA DE ORGANIZAÇÃO DE ACTINA: ESTADOS DE ACTINA: ATP-G-actina (maior quantidade no citoplasma) ADP-G-actina ATP-F-actina ADP-F-actina (maior quantidade nos filamentos) POLIMERIZAÇÃO: AO LONGO DA POLIMERIZAÇÃO, OS MONÓMEROS COM ATP VÃO SENDO HIDROLISADOS A hidrólise diminui as forças entre os monómeros, facilitando a polimerização POLIMERIZAÇÃO DE F-ACTINA EM G-ACTINA: Polimerização preferencial: polo positivo ATP-G- actina Despolimerização preferencial: polo negativo ADP-G-actina. Dissocia-se mais rapidamente depois da hidrólise de ATP A organização de G-actina em Factina conduz a uma estrutura polarizada. ADP- G-actina dissocia-se mais rapidamente que ATP- G-actina. O “pólo +” polimeriza 5-a-10 vezes mais rápido que o “pólo -” devido à afinidade entre ATP-G-actina com o polo positivo O polo negativo despolimeriza mais facilmente que o positivo Proteínas específicas realizam a permuta de ADP para ATP Após a sua libertação, o ATP é reservado, ligando-se a outras proteínas, o que leva à sua acumulação. Quando necessário para a polimerização liga-se para formar o filamento FATORES QUE INFLUENCIAM A POLIMERIZAÇÃO DE F-ACTINA EM G-ACTINA (3): Força iónica: Maior força iónica maior facilidade na polimerização ↑ ativação de recetores ↑ concentração de iões ↑ força iónica ↑ facilidade de polimerização Formação de núcleos: há uma probabilidade dos monómeros de actina se associarem um ao outro, e a partir do momento em que se juntam mais do que 3 (formação de um núcleo), a taxa de polimerização também aumenta. No entanto, com ou sem a formação de núcleos, há também uma estabilização no comprimento dos filamentos. Concentração crítica (concentração dos monómeros): O tamanho dos filamentos depende apenas da concentração/quantidade dos monómeros NÚCLEO: 3 monómeros associados Dinâmica celular CITOESQUELETO Prof. Amélia Pág. 3 de 19 1. Massa final dos filamentos é igual porque a quantidade de monómeros é a mesma 2. Se aumentássemos o tempo, a massa iria manter-se – as estado estacionário, mas dinâmico Os monómeros não são os mesmos (vão sendo adicionados num terminal e removidos noutro) treadmilling TREADMILLING: importante nas células em que se movem. Os filamentos vao crescendo onde a célula se esta a deslocar e ao mesmo tempo vão despolimerizando no terminal oposto~. Os filamentos têm o mesmo tamanho,mas as subunidades são diferentes. Necessário para o transporte de vesículas, transporte de mitocôndrias, macrófagos, outras células com motilidade e, etc DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO CRÍTICA (Cc) DE ACTINA PARA CADA TERMINAL: CAP: estabiliza um dos terminais, dependendo da proteína da sua afinidade para o polo negativo ou positivo. Impede a adição ou retirada nos terminais CONCENTRAÇÃO CRÍTICA DO POLO POSITIVO (0.1UM): Se [ATP-G-actina] > 0.1uM continua a polimerização, reduzindo a quantidade de monómeros no meio, Se [ATP-G-actina] < 0.1 despolimerização, sendo retirados monómeros para o meio. Se [ATP-G-actina] = 0.1 o filamento vai manter um tamanho constante, no entanto pode acontecer a adição e remoção de monómeros nos polos. Velocidade de polimerização é igual à velocidade de despolimerização. CONCENTRAÇÃO CRÍTICA NO POLO NEGATIVO (0.6UM): Se [ATP-G-actina] > 0.6uM favorece a polimerização Se [ATP-G-actina] < 0.6 favorece a despolimerização Se tivermos um filamento sem proteínas cap e se [ATP-G-actina] = 0.6 estável No polo -, é mais difícil a polimerização, sendo por isso previsível que a concentração crítica seja superior ao do polo positivo. CONCENTRAÇÃO CRÍTICA SEM A PROTEÍNA CAP Se [ATP-G-actina] > 0.6uM o crescimento irá verificar-se em ambos os terminais, no entanto este é mais rápido no polo + Se tivermos uma concentração intermedia, por exemplo 0.3, vai haver polimerização no polo positivo e despolimerização no polo negativo treadmilling Se [ATP-G-actina] < 0.1uM Não ocorre o crescimento dos filamentos, ocorre despolimerização PROTEÍNAS QUE AFETAM A POLIMERIZAÇÃO PROTEÍNAS ENDÓGENAS: ARP2/3 (ACTINE RELATED PROTEIN): serve de nucleação, iniciando a polimerização. Regulado pelas proteínas Rho GTPases, que são normalmente ativadas por recetores intracelulares, normalmente próximas do núcleo, em cascadas de sinalização, promovida por fatores de crescimento que podem estimular a divisão, etc) TIMOSINA BETA 4: vai ligar monómeros de actina, na forma ATP-G-actina. Quando se liga, vai impedir a polimerização. Requer que a célula faça um sinal (que aumente a força iónica) para a timosina libertar o ATP-G-actina e posteriormente ocorre a polimerização (ex: concentração de Ca2+) Aum concentração iónica aumenta força iónica a timosina desprende-se e liberta a ATP-G-actina polimerização (ocorrem 2 sinais que favorecem a polimerização, a força iónica e a libertação de G- actina) CAPZ: liga o (+) end de F-actina (indep. de Ca2+), impedindo adição ou perda de G-actina. Existe em elevada concentração nas células musculares GELSOLINA: liga-se aos filamentos de actina e pode quebrá-los (quebra em 2) e liga-se ao polo positivo de actina, impedindo a adição de G-actina COFILINA: liga-se a F-actina, aumentando a taxa de dissociação de G-actina, a partir de (-)end PROFILINA: promove a formação de ATP-G-actina promove a polimerização TOXINAS QUE INTERFEREM COM O FILAMENTO DE ACTINA: TOXINA: mimetiza uma molécula endógena e liga-se a uma enzima ou um recetor, mimetizando uma proteína intercelular endógena mas com grandes diferenças na cinética de ligação Dinâmica celular CITOESQUELETO Prof. Amélia Pág. 4 de 19 (ficam sempre ativados); ou podem impedir o sitio de ligação de outras moléculas CYTOCHALASIN D (alcaloide fúngico): liga-se a terminais + e bloqueia o alongamento nesse terminal, nada acontece no terminal negativo, este mantem-se livre. Mimetiza o efeito de uma proteína CAP. A diferença é que as CAP são reguladas para proteger e desprender-se do terminal, neste caso a ligação pode ser irreversível e esse recetor fica para sempre impedido LATRUNCULIN: impede a polimerização dos filamentos, ligando-se à G-actina. Mimetiza o papel da thymosina B4 ambas aumentam o reservatório de G-actinas, alteram a forma e função celular JASPLAKOLINODE (toxina de esponja): liga-se a F-actina impedindo a sua dissociação PHALOIDIN (isolada de Amanita phalloides): impede a despolimerização, ligando-se a F-actina, juntando mais do que um monómero deixa de haver dinâmica do citoesqueleto (ex: impossibilidade de migração por parte das células) PROTEINAS QUE ORGANIZAM MICROFILAMENTOS EM AGREGADOS E REDES: Regra geral: há 2 formas nas quais os filamentos se organizam - feixes de actina e redes flexíveis Projeções de filopoide – feixes de actina As membranas possuem feixes e redes para empurrar Os filamentos de actina organizam-se em feixes (bundles) e redes (networks), requerendo proteínas específicas (actin crosslinking proteins). A organização destas proteínas com F-actina determina a estrutura resultante, feixe ou rede. FIMBRINA: está presente nas microvilosidade intestinais. Garante que os filamentos de actina fiquem muito próximos uns dos outros ESPECTRINA: muito presente nos eritrócitos, da organização ao esqueleto FASCINA: também faz parte das microvilosidades e permite a aproximação dos filamentos de actina FILAMINA: redes flexíveis, o citoesqueleto está organizado com estas proteínas e permitem o ajuste do citoesqueleto em função das proteínas e reorganizar organelos DISTROFINA: Está presente nas células musculares; também forma redes flexíveis. Permite ancorar filamentos de actina às proteínas da membrana e à matriz extracelular que fazem parte dos sarcómeros. Ausência de distrofina reduz a rigidez muscular, aumenta a deformabilidade do sarcolema e compromete a estabilidade mecânica PROTEINAS QUE LIGAM MICROFILAMENTOS À MEMBRANA ADESÕES FOCAIS: ponto de adesão à matriz extracelular. As células quando migram tem de excretar uma proteína para que essa proteína adira à matriz celular e permita fazer força. JUNÇÕES ADERENTES: permitem criar força e uma região de contacto célula-célula, formando uma estrutura em cinto que mantém a integridade celular. Permite a entrada e saída de substâncias pelas 2 células. É ancorada aos filamentos de actina no interior de uma célula. O contacto é estabelecido por proteínas transmembranares, como as caderinas. CADHERINA: cálcio adherent protein, proteínas que permitem a adesão, necessitam da presença de cálcio. Para quebrar as suas ligações, apenas precisa de um meio com EDTA e sem cálcio PROFUSÕES À SUPERFÍCIE DA MEMBRANA: Microvilosidades: 20-30 microfilamentos A membrana plasmática está tensa e plana, é necessário exercer força (proteínas motor) para deslocar os filamentos, de forma a crescer, formando um deslocamento de subunidades. No polo positivo, ocorre o transporte de monómeros de atina para esse terminal de forma a alongar. Quando termina a polimerização dos feixes de actina, uma cap de finalização é adicionada no polo positivo e as microvilosidades param o seu alongamento MECANISMOS INRACELULARES E ALTERAÇÕES NA FORMA CELULARES CONDUZIDAS POR POLIMERIZAÇÃO DE ACTINA MOTORES DE MIOSINA MOTORES MOLECULARES: Convertem energia química em trabalho mecânica MIOSINAS: motores moleculares que se deslocam ao longo dos filamentos de actina. São Mg2+-ATPases ativadas por actina (actin-activated Mg2+ ATPases). Usam energia química proveniente da hidrólise de ATP para realizarem trabalho mecânico e moverem-se ao longo dos filamentos de actina (enzimas mecânicoquímicas ou proteínas-motor). Cabeça: parte motora domínio motor é o local da miosina que se liga à actina Pescoço: Altera a posição cada vez que ocorre hidrólise de ATP (em cada ciclo de ATP, há deformação do pescoço) Regulatory light chain e essencial chain - sequencies reguladoras pertencentes à zona do pescoço Cauda: pode ligar-se à membrana plasmática, organelos e outras proteínas do citoesqueleto Dinâmica celular CITOESQUELETO Prof. Amélia Pág. 5 de 19 ATPASE: enzimas, usam Mg2+ como cofator, hidrólases, usam energia do ATP. C. elegans – nematode que nas primeiras fases do seu desenvolvimentoé transparente e é possível visualizar a divisão celular e formação dos vários órgãos, sendo por isso um bom ser para o estudo diversas doenças e dinâmicas celulares. Drosophilas, ratinhos e arabidopsis também são muito usados para este tipo de estudos Atualmente, conhecem-se 18 classes distintas de miosina, de acordo com variações de a.a. do domínio motor. MIOSINAS: UMA VASTA FAMÍLIA COM VÁRIAS FUNÇÕES MIOSINA: INTERAÇÃO COM F-ACTINA As cabeças de miosina deslocam-se ao longo de F- actina, com passos diferentes Miosina desloca-se do polo negativo (+ instável) para o polo positivo (+ estável), ao longo de F-actina, com a exceção de miosina IV que se desloca do polo positivo para o polo negativo Durante a hidrólise, altera-se a conformação e o pescoço é esticado (tamanho do passo) O tamanho dos passos de miosina está relacionado com o tamanho do pescoço da molécula, contudo não é uma correlação direta. Por exemplo, miosina II, passo de 5-10 nm (5nm corresponderia a ligar-se a todas as actinas da cadeia) e miosina V, passo de 36 nm (correlação direta); mas miosina VI, passo 30 nm, apesar de o seu pescoço ser menor que de miosina II. Ocorre sempre deslocação das miosinas ao longo A miosina liga-se 2 subunidades para trás (passo) A força gerada por miosina II, durante um passo, é de 3-5 pN (força similar à exercida por gravidade numa bactéria). Ligação do ATP a uma fenda na cabeça da miosina descolamento da cabeça do filamento de actina hidrólise do ATP ligado, energizando a cabeça faz com que se ligue fracamente ao filamento de actina A liberação de Pi causa uma fixação mais firme da cabeça de miosina ao filamento fino a força move o filamento fino em direção ao centro do sarcómero liberta-se ADP inicio de outro ciclo COMO É QUE MIOSINAS CITOPLASMÁTICAS SE MOVEM SEM SE DISSOCIAREM DO FILAMENTO? Devido a um elevado “duty ratio”, i.e., permanece firmemente ligada a F- actina por mais que 90% do ciclo actomiosina. CITOCINESE Formação de feixes de actina organizados de forma antiparalela miosinas II com caudas entrelaçadas (unidas) deslocam-se para os terminais + formação de anel contrátil (promove a divisão das células em 2) Os feixes contráteis em células não musculares que podem ser transitórios ou permanentes Tal como no músculo, F-actina está interdigitada com filamentos bipolares de miosina II (15-20 moléculas por filamento). Miosina I - Apesar de ser muito pequena (+pequena, com um pescoço muito curto), contem todos os compartimentos de uma proteína motora - Está presente na microvilosidades - Miosina Imove-se para (+) end Função: - É extremamente importante para a interação citoesqueleto-membrana, - Transporte de vesículas (as caudas ligam-se a uma vesícula, “carregando-a” longo de um filamento de actina) - Endocitose, - Pequenas vesículas do citoplasma Miosina IA - Na membrana plasmática e em vacúolos contráteis (vesícula que regula a osmolaridade do citosol fundido com a membrana plasmática) Miosina IC Miosina II - Tem o tamanho do passo mais pequeno Função: - Importante durante a citocinese - Contração muscular, em sarcómeros Miosina V - Abundante no cérebro de vertebrados Função: - Interação citoesqueleto-membrana; - Transporte de vesículas (inclui vesículas secretoras) Miosina VI Função: - Envolvida na vibração dos esteriocílios para a audição, no ouvido. A surdez congénita muitas vezes está associada a variações na miosina VI; - Transporte celular e morfologia (complexo de Golgi) e transporte fora - Implicada na formação de vesículas endocitóticas e no transporte das vesículas formadas ao longo do citoplasma -Endocitose, - Migração Miosina XI Função: - Atua em fluxos citoplasmáticos. As células grandes formam filamentos de actina e com miosina faz com que haja fluxos de citoplasma dentro da própria célula, aumentando o fluxo de nutrientes Dinâmica celular CITOESQUELETO Prof. Amélia Pág. 6 de 19 CONTRAÇÃO MUSCULAR As células musculares apresentam forma cilíndrica, são multinucleadas e são constituída por miofibrilas. As miofibrilas, constituídas por feixes cilíndricos de 2 tipos de filamentos: são cadeias organizadas de unidades contrácteis - os sarcómeros Banda A (anisotrópica), alterna com a banda I (isotrópica). F-actina liga-se ao disco-Z via α-actina. REGULAÇÃO DA CONTRAÇÃO MUSCULAR: A contração muscular é regulada por Ca2+ e por proteínas que se ligam a actina. A concentração citoplasmática de Ca2+ influencia a interação de 4 proteínas – acessórias com filamentos de actina Nas células do músculo liso, a regulação é dependente ou semidependente de Ca2+ COMPLEXO TROPONINA Cada tropomiosina está ligado a troponina (Tn), que é um complexo de 3 polipéptidos: TROPONINA C – liga Ca2+ TROPONINA I – local inibitório TROPONINA T – liga tropomiosinas TROPOMIOSINA: liga-se a F-actina, por todo o filamento; Sinal de contração: libertação de Ca2+ ↑Ca2+ ligação à TnC alteração da conformação do local onde as proteínas estão ligadas local de ligação livre ligação da miosina contração muscular Sinal de reflexão: ↓Ca2+ troponina desloca-se deslocação das restantes troponinas tropomiosina tapa o local de ligação miosina não se consegue ligar relaxamento REGULAÇÃO DA INTERAÇÃO ACTINA-MIOSINA (MÚSCULO LISO E CÉLULAS NÃO MUSCULARES) As células de músculo liso contêm largos feixes contrácteis similares aos anéis contrácteis observados durante citocinese. A contração, nestas células, é regulada por um ciclo Miosina II ON ↔ Miosina II OFF, controlado pelos níveis de Ca2+, em resposta a vários sinais extracelulares ATIVAÇÃO DA MIOSINA II POR PROCESSO DEPENDENTE DE CA2+ ↑Ca2+ ligação de Ca2+ a CaM complexo CaM- Ca2+ ativa MLCK MLCK fosforila o regulatory LC da miosina miosina ativa liga-se a actina contrações Para o relaxamento muscular é necessário fosfatases para ocorrer a desfosforilação Algumas moléculas sinalizadoras (e.g. nor-epinefrina, angiotensina, histamina ...) modulam a atividade de músculo liso elevando a [Ca2+]c, outras moléculas, ativam a via das Rho cinases (e.g. ácido lisofosfatídico). Exemplo: angiotensina no sangue aumento de Ca2+ ligação de Ca2+ à calmodulina ativação de MLCK fosforilação de MLC ativação de miosina contração do vaso sanguíneo (vasoconstrição) RLC (REGULATORY LIGHT CHAIN): envolvidos na regulação da contração muscular, regula o movimento das cabeças de miosina nos filamentos de actina. A sua fosforilação promove esse movimento MLC (MIOSINA LIGHT CHAIN): cadeias leves da miosina que se associam de forma não covalente a sequências consenso localizadas no domínio do pescoço da miosina MLKC: cinases que fosforilam a light chain da miosina (MLC). Atuam nas proteínas que estão no pescoço das miosinas, quando ativada por Ca2+ CALMODULINA (CAM): Proteína que se liga ao cálcio e juntamente com este forma um complexo que ativa a MLCK ATIVAÇÃO DA MIOSINA II POR RHO-CINASE Dinâmica celular CITOESQUELETO Prof. Amélia Pág. 7 de 19 As moléculas sinalizadoras que ativam a via da Rho cinase podem estimular a fosfatase da miosina LC de dois modos: 1. Fosforilação da enzima fosfatase da miosina LC por Rho cinase, inibindo-a ↑ nível de MLC fosforilada 2. Rho cinase, ativa diretamente a miosina, fosforilando a regulatory LC. NOTE QUE O CA2+ NÃO DESEMPENHA QUALQUER PAPEL NA REGULAÇÃO DA ATIVIDADE DE MIOSINA REGULADA POR RHO CINASE. LOCOMOÇÃO CELULAR Todas as células que se movem apresentam polaridade A iniciação do movimento celular faz-se por formação de uma larga protuberância na membrana celular, essencialmente devida a polimerização de actina (extensão), e formação de estruturas características de adesão (lamelipodia (vertebrados), pseudopodia (amebas)...), filopodia, microviolosidades, queresultam da libertação de proteínas e criação de adesões focais EXTENSÃO: polimerização de actina; ADESÃO: ligação da membrana ao substrato “DESCOLAGEM”: quebra dos locais de adesão, a membrana liberta-se e é retraída. MIGRAÇÃO CELULAR: SINAIS EXTERNOS E SINALIZAÇÃO QUE COORDENAM O PROCESSO Para suster o movimento, numa direção em particular, a célula necessita de sinais que lhe indiquem a sua polaridade e que coordenem o movimento. TIPOS DE SINAIS: FATORES DE CRESCIMENTO: em fibroblastos, desenvolvimento de células embrionárias, e em metástases, ligam-se a recetores tirosina-cinase, mediando a ativação de proteína G intracelulares (Rac, Rho, Cdc42), desencadeando o rearranjo do citoesqueleto mecanismo relevante na cicatrização MOLÉCULAS QUE MEDEIAM QUIMIOTACTISMO: Em algumas situações, moléculas extracelulares (insolúveis ou solúveis) guiam a locomoção da célula. Mecanismo: ligação a recetores superficiais, ativação de vias de sinalização intracelular remodelação do citoesqueleto GRADIENTES DE MOLÉCULAS QUIMIOATRACTIVAS, COINCIDENTES COM ATIVAÇÃO DE PROTEÍNAS G E CA2+: Apesar de uma distribuição uniforme de recetores, na ameba, verifica-se a nível intracelular um gradiente de proteínas G associado a um gradiente de Ca2+ (maior concentração de Ca2+ na frente da célula) QUIMIOTACTISMO: movimento de moléculas químicas (migração de células), de acordo com um gradiente de concentração. um gradiente de Ca2+ intracelular contribui para o turnover de filamentos de actina em células migradoras (Amebas (Dictyostelium, ao longo de gradiente crescente de AMPc); Leucócitos (são guiados por tripetidos segregados por várias bactéria)) Dinâmica celular CITOESQUELETO Prof. Amélia Pág. 8 de 19 FILAMENTOS INTERMÉDIOS Presentes em células animais, ausentes em plantas e fungos Extremamente estáveis, de muito baixa solubilidade (a pH e força iónica fisiológica) Hidrólise de ATP e GTP não estão envolvidos na formação de dímeros e tetrâmeros (GTP só em tubulinas, ATP em G-actinas). Não estão associados a movimento Não envolvem nucleótidos FUNÇÕES (SUPORTE MECÂNICO OU ESTRUTURAL): Arranjos da membrana plasmática ou nuclear Arranjos no citoplasma Suporte de membranas Junção das actinas e dos microtúbulos ESTRUTURA PROTEICA ORGANIZAÇÃO: monómero (polar) dímero (paralelo e apolar) tetâmero (antiparalelo e apolar) filamento intermédio (sem polaridade) SUBUNIDADES: são heteropolímeros que podem ser compostos por uma extensa variedade de proteínas (+50), expressas em diferentes tipos de células bastões em α-hélice. Aparenta uma corda de proteínas fibrosas. DOMÍNIOS: o Cabeça: terminal N (varia no tamanho e na estrutura) o bastão central: flanqueado por domínios de terminal amino e carboxi (tamanho aproximadamente de 310-350nm) o Cauda: terminal C (varia no tamanho e na estrutura) A associação e dissociação dos Fis acontece através de fosforilação e desfosforilação de subunidades. A fosoforilação da vimentina leva à sua dissociação MONTAGEM: 1. Formação de dímeros: domínios do bastão central dos polipéptidos são enrolados numa estrutura em forma de espiral. Associação de forma paralela (terminal amino com amino de carboxi com carboxi) 2. Formação de tetâmeros: associação de dímeros de forma antiparalela (lateralmente) 3. Formação de protofilamentos: associação de tetâmeros topo a topo 4. Formação do filamento intermédio final: associação de aproximadamente 8 protofilamentos, enrolados em torno um do outro, formando uma estrutura em corda PROTOFILAMENTO: é um polímero de junções sequenciais de tetrâmeros CLASSES DE ACORDO COM A SUA HOMOLOGIA DE SEQUÊNCIA SHCIII: classe mais diversa de proteínas, no entanto todas têm propriedades em comum muito específicas. DE ACORDO COM A SUA DISTRIBUIÇÃO CELULAR Proteína de IF MW (x10^ 3) Forma do filamento Localização Ti p o V La m in as N u cl ea re s Lamina A 70 Homopolím ero Núcleo Lamina B 67 Lamina C 67 SHC I Queratinas acídicas Heteropolímeros obrigatórios Citoplasma SHC II Queratinas alcalinas Heteropolímeros obrigatórios Citoplasma SHC III Proteínas tipo desmin / vimentin Heteropolímero e homopolímero Citoplasma SHC IV Proteínas de neurofilament os Heteropolímeros e homopolímeros Citoplasma SHC V Laminas nucleares (têm nº diferentes de aa) Homopolímeros (lâminas nucleares) Núcleo (nucleoesqu eleto) Dinâmica celular CITOESQUELETO Prof. Amélia Pág. 9 de 19 Ti p o I Q u e ra ti n as Queratin as acídicas 40-57 Heteropolím ero (contém tipo I e tipo II) Epitélio Ti p o II Queratin as alcalinas 53-67 Ti p o II I Fi s d o t ip o II I Vimenti na 57 Homo e Heteropolím ero Mesênquima (fibroblastos, endotélio vascular; leucócitos) Desmina 53 Músculo Proteína s acídicas glial fibrilar 50 Células da glia e astrócitos Periferin a 57 Neurónios centrais e periféricos Ti p o IV N e u ro fi la m en to s NF-L 62 Homopolím ero Neurónios “maduros” NF-M 102 Heteropolím ero Neurónios “maduros” NF-H 110 Heteropolím ero Neurónios “maduros” Internex in 66 SNC em desenvolvim ento Ti p o V I Nestina 200 Células estaminais do sistema nervoso Se num corte histológico verificamos uma concentração de desmina muito elevada, podemos estar na presença de uma metástase QUERATINAS: firmemente ancorados a células epiteliais em 2 áreas de contacto celulares especializados: DESMOSSOMAS e HEMIDESMOSSOMAS DESMOSSOMAS: os epitélios possuem 10 desmossomas que ligam as 2 células adjacentes. Os desmossomas são mediados por proteínas transmembranares relacionadas às caderinas. No seu lado citoplasmático, os desmossomas estão associados a uma placa densa característica de proteínas intracelulares, às quais os filamentos de queratina estão ligados, sendo essa ligação mediada por desmoplakin PLAKINS: família de proteínas que ligam os filamentos intermédios a outras estruturas celulares. DESMOPLAKIN é um membro desta família HEMIDESMOSSOMAS: conferem adesão da célula à matriz extracelular. O hemidesmossoma são junções entre as células epiteliais e o tecido conjuntivo adjacente, nos quais os filamentos de queratina são ligados por diferentes membros da família plaquina (ex plectina) às integrinas. Os filamentos de queratina ancorados em ambos os lados dos desmossomas servem como um elo mecânico entre as células adjacentes em uma camada epitelial, proporcionando estabilidade mecânica a todo o tecido. A plectina além de ligar os filamentos intermédios às junções celulares, também liga Fis a outros elementos do citoesqueleto, como MTs e MFs, de modo a aumentar a estabilidade mecânica da célula VIMENTINA: encontrada em vários tipos de células (fibroblastos, células musculares lisas e leucócitos. Desminas permitem a manutenção da integridade do sarcómero DESMINA: expressa especificamente em células musculares, onde conecta os discos Z de elementos contráteis individuais. Conecta os conjuntos actina-miosina das células musculares uns aos outros e à membrana plasmática No músculo a desmina liga a membrana plasmática via IFAPs (ver + à frente) é importante para a manutenção da integridade do sarcómero LAMINAS NUCLEARES: encontradas na maioria das células eucariotas, fazem parte do envelope nuclear. Agrupam-se para formar uma malha ortogonal subjacente à membrana nuclear Confere suporte mecânico, fornecendo locais de ligação e poros nucleares e cromossomas em interface Organização do conteúdo nuclear Organização do sistema proteico nuclear HOMOPOLIMEROS: polímeros iguais, aminas (alcalinos com alcalinos p.ex) HETEROPOLIMEROS: acídicos com alcalinos ASSOCIAÇÕES Requerem interações entre os tipos específicos de proteínasDinâmica celular CITOESQUELETO Prof. Amélia Pág. 10 de 19 Grupo 1 SHI e SHII Heterodímeros obrigatórios Grupo 2 SHIII e SHIV Heterodímeros (dímeros de vimentina e dimentina) e homopolímeros Grupo 3 SHV Homopolímeros EQUILÍBRIO DINÂMICO Numa experiência realizou-se a injeção de queratina e biotina em subunidades As células foram fixadas e coradas com anticorpos fluorescentes para a queratina e biotina Passados 20’ foi possível observar a reorganização das queratinas para formação de uma rede 4h após o local de injeção, algumas queratinas movimentaram-se para se auto-organizarem, ou seja, é dinâmico PROTEÍNAS ASSOCIADAS (IFAPS – INTERMEDIATE FILAMENT-ASSOCIATED PROTEINS) IFAPS: proteínas que permitem a ligação cruzada (cross-link) de FIs entre si, formando redes e feixes (bundles), e com outras estruturas celulares. Das que se conhecem Nenhuma serve de proteína motor. A apolaridade dos filamentos intermédios não permite que haja proteínas motoras associadas Nenhuma inicia ou termina a polimerização Nenhuma sequestra proteínas de FI para um reservatório insolúvel FUNÇÕES: Organização do citoesqueleto de Fis Integração do citoesqueleto de Fis com o de MFs e MTs. (As fibras dos filamentos intermédios permitem manter a estrutura dos filamentos de actina e a posição das miosinas nos sarcómeros) Associação (ligação) de Fis com a membrana plasmática e nuclear ESTRUTURAS FORMADAS POR FIS E SUA FUNÇÃO QUERATINA (CITOPLASMA) E LÂMINA (NÚCLEO): sistema raticulado que liga o núcleo à membrana plasmática, conferindo forma, suporte mecânico e resiliência no citoplasma Desmossomas e hemidesmossomas conferem suporte e integridade estrutural MICROTÚBULOS Podem ser encontrados em neurónios. Presentes em todas células eucariotas Dividem-se em 2 populações: o Estáveis e duradoiras: em células não divisíveis (feixes de MTs em cílios e flagelos; feixes de MTs ao longo dos axónios) o Instáveis e de vida curta: em células que sofrem rápida divisão celular FUNÇÕES: Permite que os neurónios mantenham a estrutura Servem de base para o transporte de vesiculas entre as dendrites e a sinapse Transporte de vesiculas endocíticas Envolvidos em movimentos celulares e transporte de vesículas (tal como os MFs) Participam na meiose e mitose ESTRUTURA DA SUBUNIDADE Estruturalmente, são mais rijos (menos flexíveis), porque são ocos MONÓMEROS: Alfa, beta e gama tubulina (proteínas globulares). Alfa e beta formam dímeros, a gama não de junta Formados pela junção de dímeros de alfa e beta tubulina Ligações não covalentes na junção de subunidades Cada subunidade liga 2 GTPs. GTP-Α-TUBULINA: ligação irreversível (não ocorre hidrólise de GTP) devido as duas moléculas adjacentes serem tubulinas que impedem a sua ligação a outras moléculas, uma vez que fica aprisionado. É negativa devido ao GTP GTP-B-TUBULINA: ligação reversível, ocorre hidrólise de GTP em GDP (quando ligada a beta tubulina fica na periferia e GDP não fica impedida de se ligar a mais moléculas). É positiva devido ao GDP TAXOL: molécula citoestática, que tem afinidade com B- globulina (não é fisiológico) ASSOCIAÇÕES DE SUBUNIDADES 1. Associação longitudinal de subunidades (head to tail/topo a topo), formando um protofilamento 2. Associação lateral de protofilamentos (lado a lado) forma uma camada enrolada em cilindro Regra geral: 13 protofilamentos (pode haver outros com 11-15) para termos um tubo formado Ligação com ligeira torção aumenta a interação entre subunidades Dinâmica celular CITOESQUELETO Prof. Amélia Pág. 11 de 19 3. Alongamento por adição de mais subunidades: depois da adição de subunidades ocorre a desfosforilação do GTP da B-tubulina ORGANIZAÇÃO: α + β tubulinas protofilamento (topo a topo) microtúbulo (13 protofilamentos) Singletos, dupletos (microtúbulo principal (A) e microtúbulo secundário (B)) e tripletos (também tem microtúbulos principais, ex: centríolos) DEPENDÊNCIA DE TEMPERATURA A associação e dissociação dos microtúbulos é regulada pela temperatura (nos outros isto não acontece) o À mediada que começa a arrefecer, despolimerizam o O processo de aquecimento até aos 37º permite a polimerização A massa de microtúbulos é mediada pela densidade ótica (uma vez que são ocos e podem deixar passar a luz) A população de microtúbulos instáveis e de vida curta são importantes na divisão celular e também durante o desenvolvimento do embrião, durante todas as mitoses sucessivas (este tipo de população é regulada pela temperatura, os mais estáveis não é tão facilmente que são afetados, estando ancorados) ASSOCIAÇÃO VS DISSOCIAÇÃO DEPENDÊNCIA DA CONCENTRAÇÃO DE ΑΒ-TUBULINA Cada protofilamento apresenta polaridade. No inicio o terminal negativo e no término o terminal positivo Crescem mais facilmente no polo positivo (tal como os filamentos de actina) CC DE ΑΒ-TUBULIN = 0.03UM (mesma lógica que MFs) o Se [αβ-tubulin ] > Cc polimerização de MTs (preferência no (+)end). o Se [αβ-tubulin ] < Cc despolimerização de MTs INSTABILIDADE DINÂMICA DEPENDE: da temperatura, concentração de GDP ou GTP-tubulina o GTP-TUBULINA: promove a polimerização (velocidade 4x maior) o GDP-TUBULINA: promove a despolimerização (velocidade 4x maior) ligação a MTOCs - Como, a maior parte dos MTs se encontra ligado a MT-Organizing Centers pelos terminais negativos, nesses MTs, a instabilidade está associada ao terminal positivo GTP CAP: estrutura que protege o terminal positivo, tornando o microtúbulo mais estável PARÂMETROS DE ESTABILIDADE DE MTS Taxa de crescimento Taxa de encurtamento Frequência de catástrofe – proteínas que são ativadas para despolimerizar Frequência de salvamento – proteínas que são ativadas para polimerizar MAPS – MT-ASSOCIATED PROTEINS MAPS- proteínas que estão associadas aos microtúbulos – regulam a frequência de catástrofe (desestabilizadoras) e salvamento (estabilizadoras) MAPK (MAP KINASE): regula a fosforilação de MAPs - via de sinalização importante aquando da ativação de recetores de tirosina cinase (RTKs) e de cytokines). ESTABILIZADORAS (quando desfosforiladas são incapazes de se ligar dissociação) MAP1: associação e estabilização de MTs, em dendrites e axónios MAP2: Associação e entrecruzamento (crosslink) de MTs, uns aos outros e a Fis, em dendrites MAP4: estabilização de MTs, na maioria dos tipos celulares também é fosforilada por cyclin-dependent kinase (CDK; relevante no ciclo celular). TAU: Associação, estabilização e entrecruzamento (cross- link) de MTs, em dendrites e axónios CLIP170: Entrecruzamento (cross-link) de MTs a endossomas e cromossomas DESESTABILIZADORAS KATANINA: liga-se aos microtúbulos, eles dobram e partem, encurtando-os, na maioria dos tipos celulares processo dependente de ATP OP18: liga-se aos dímeros, impedindo-os de polimerizar, na maioria dos tipos celulares (mesma função que a timosina dos filamentos de actina) inativada por fosforilação (inibe efeito destabilizador). MOLÉCULAS EXÓGENAS QUE REGULAM A DINÂMICA DOS MTS MOLÉCULAS EXÓGENAS – TOXINAS: mimetizam o papel de uma proteína biológica, com cinéticas diferentes Dinâmica celular CITOESQUELETO Prof. Amélia Pág. 12 de 19 NATURAIS: TAXOL (extraído da casca do teixo): liga-se à beta tubulina e torna as ligações covalentes mais fortes, impedindo a despolimerização. Bloqueia a divisão celular COLCHICINA: liga-se entre os monómeros e impede a sua polimerização. Impede a formação do fuso durante o ciclo celular. Mimetiza a Op18 SINTÉTICOS COLCEMIDE: análogo à colchicina; VINCRISTINE e VINBLASTINE MTS-ORGANIZING CENTER (MTOC) MTOC: qualquer estrutura usada para nucleação e organização de MTs. Serve de nucleação e de estabilização (assemelham- se à proteína cap) pelo polo negativoORIENTAÇÃO CELULAR: Os MTOC definem a orientação celular. Regra geral, estão organizados pelos polos negativos, sendo o polo positivo a extremidade (células animais em interfase) Em células nervosas o Em axónios: os polos positivos estão sempre voltados para a extremidade, sendo o polo negativo no corpo celular (ou seja, como em células animais) o Nas dendrites existe ambas as orientações CENTROSSOMA: um MTOC dalgumas células em interfase. Serve de iniciação para a polimerização de MTs e de âncora para os MTs pelo (-)end. Nestes pode haver um par de Centríolos (ausentes em plantas e fungos), estruturas cilíndricas, (9 tripleto de MTs), dispostos no centro do MTOC. Não contactam com o (-)end GAMA TUBULINA Microtúbulos não se encontram agarrados aos centríolos Forma um complexo com MTOC (não contactam com terminal negativo) Organiza-se em anéis de 10 a 13 γ-tubulinas faz de molde para o crescimento do microtúbulo Serve de nucleação e de estabilização (assemelham-se à proteína cap) pelo polo negativo O material pericentriolar contém vários tipos de proteínas essenciais para iniciar a associação de tubulina em MTs, incluindo γ-tubulina e pericentrina. Anti-corpos anti γ-tubulina bloqueiam a associação de MTS. Aproximadamente 80% da γ-tubulina faz parte de um complexo (complexo 25S), γ-tubulin-ring complex (γ- TuRC), contendo 8 polipeptídeos e de 25 nm de diâmetro Γ-TUBULIN-RING COMPLEX (Γ-TURC): Contém 8 polipeptídeos de 25nm e localiza-se no terminal negativo PROTEÍNAS MOTOR Na célula, proteínas, organelos, vesículas são, frequentemente, transportados ao longo de vias bem definidas e levados a destinos pré-definidos. Os MTs constituem as vias e proteínas específicas (proteínas-motor) fazem o transporte. FAMÍLIAS DE PROTEÍNAS-MOTOR MAIS RELEVANTES Cinesinas & Dineinas KINESINS DYNEINS - muito semelhantes à miosina em estrutura e função. - normalmente movem-se em direção ao terminal positivo Possuem 3 domínios: - cabeça: contém local de ligação para os microtúbulos e ATP, sendo o local de geração de força – domínio motor, onde ocorre hidrólise de ATP - pescoço: regula a atividade da cabeça ligando-se a proteínas reguladoras e é também responsável pelo tamanho do passo - cauda (2 cadeias leves associadas aos terminais carboxilo das cadeias pesadas): contém locais de ligação que determinam se a molécula se liga a vesículas/organelos que vai transportar ou a estruturas celulares -Só possuem cabeça – liga-se aos microtubulos normalmente movem-se em direção ao polo negativo - são mais complexas em termos moleculares pois possuem complexos de proteínas associadas que tornam a proteína- motor funcional Dinâmica celular CITOESQUELETO Prof. Amélia Pág. 13 de 19 CLASSES FUNCIONAIS DE PROTEÍNAS MOTOR Classe de proteín as motor Membros mais comuns O que transporta (cargo) Direção do moviment o M o to re s ci to só li co s cinesina (I, KIFIA, KIFIB) Vesículas citosólicas /organelos + Dineina citosólitas - cinesina II + M o to re s m it ó ti co s cinesina BimC (bipolar) Spindle & astral MTs + Chromokinesins Cromossoma s (braços) + MCAK Kinetochores + CENP-E Kinetochores + cinesina Ncd Spindle & astral MTs - Dineina citosólitas Kinetochores, Cromossoma, córtex celular - M o to re s d o ax o n em a Outer-arm dynein (3 HC) Inner-arm dynein (2 HC) dineina axonemal Dupletos de MTs em cílios e flagelos - DINEINAS CITOSÓLICAS: necessitam de outras proteínas associadas, para mediar o transporte DYNACTIN (complexo: Dynamtin + Glued + Arp 1 ). Liga a LC-dineina a cromossomas e vesículas. São motores direcionados para o (-)end. São grandes com 2 ou 3 cadeias pesadas DIREÇÃO DO MOVIMENTO: Classificação de cinesinas segundo a localização do domínio motor: Se localizado no terminal N (tipo-N), terminal C (tipo-C) ou no meio (tipo-M) o CINESINAS TIPO-N E TIPO-M: são motores direcionados para o (+) end (têm dominios motor com terminal N) o CINESINAS TIPO-C : são motores direcionados para o (-) end (tem domínio motor com terminal C As dineinas citosólicas, são motores direcionados para o (-)end . NOTA: ao longo dos microtúbulos, as proteínas-motor transportam a carga, mas também outras proteínas-motor para depois se poderem movimentar no sentido contrário. CÍLIOS E FLAGELOS São projeções dos microtúbulos na membrana plasmática que existem na maioria das células eucariotas Não existem em procariotas, sendo que os flagelos das bactérias não possuem estas projeções da membrana, mas sim filamentos proteicos que são projetados na superfície celular O axonema liga-se à célula pelo corpo basal (com 9 tripletos de MTs). Os cílios e flagelos de eucariotas possuem estruturas típicas: arranjo “9 + 2” 2 TIPOS DE CÍLIOS: cílios primários e cílios móveis Os cílios móveis e o flagelos são os que permitem o movimento celular FUNÇÃO DOS CÍLIOS: movimento de fluidos ou mucosas sobre as superfícies das camadas de células epiteliais ORIENTAÇÃO DE MTS: (-) base → (+) extremidade PROTEÍNAS LIGANTES: nexin; radial spokes (singleto → túbulo A), PROTEÍNAS-MOTOR: outer- e inner-arm dyneins BATIMENTO DE CÍLIOS E FLAGELO: O movimento de cílios e flagelos resulta do deslizamento de MTs (dupletos externos), um em relação a outro, mediado por dineinas anoxemas ,uma proteína dependente de ATP. APARELHO MITÓTICO 3 TIPOS DE MTS ASTRAL MTS: irradiam em direção ao córtex celular. Posicionam o aparelho mitótico e definem o plano para citocinese. CINETOCORO MTS: ligam-se aos cromossomas pelos cinetocoros. Diferentes proteínas estão envolvidas. POLAR MTS: não interagem com cromossomas, mas sobrepõem-se com MTs do polo oposto. CINETOCORO: possui um conjunto de proteínas-motoras com função para: promover a diferenciação dos cromossomas; promover a segregação dos cromossomas; transporte eficaz até cada polo da célula Nos Cinetocoros os microtúbulos por vezes não estão ligados a proteínas (existem espaços) que é fundamental para que possa haver associação e dissociação de subunidades. Existem filamentos de proteínas que agrupam proteínas- motor pela sua cauda e as suas cabeças ficam disponíveis para correr ao longo dos microtúbulos. Dinâmica celular CITOESQUELETO Prof. Amélia Pág. 14 de 19 MFs (+ pequenos) Fis (intermédios, + estáticos) MTs (maiores, são ocos) Subunidade G-actina (globular) bastões em α-hélice α- e β-tubulina (globulares) Tipo de células eucariotas animais eucariotas Distribuição subcelular citoplasma Citoplasma + núcleo citoplasma Organização polímeros filamentosos, dupla hélice aparente – Antiparalela (polar) Em corda: Monómeros dímeros tetâmeros protofilamentos filamento final (apolar) estrutura tubular com interior oco; Paredes formadas por justa posição de protofilamentos (polar) α + β tubulinas protofilamento (topo a topo) microtúbulo (13 protofilamentos) Singletos, dupletos (microtúbulo principal (A) e microtúbulo secundário (B)) e tripletos (também tem microtúbulos principais, ex: centríolos) Tipo de polímeros Homopolímeros Homo e heteropolímeros Heterpolímeros Função Funções gerais: motilidade; contratilidade; transporte intracelular Citocinese; contração muscular; migração; locomoção celular (formação de estruturas características de adesão (lamelipodia, filopodia, pseudopodia e microvilosidades), Funções gerais: suporte estrutural e força mecânica Arranjos da membrana plasmática ou nuclear; Arranjos no citoplasma; Suporte de membranas; Junção das actinas e dos microtúbulos Permite que os neurónios mantenham a estrutura; Servem de base para o transporte de vesiculas entre as dendrites e a sinapse; Transporte de vesiculas endocíticas; Envolvidosem movimentos celulares e transporte de vesículas (tal como os MFs); Participam na meiose e mitose; Proteínas motor miosinas Não tem cinesinas e dineínas Polimerização e despolimerização Polimerização prefencial no polo +; despolimerização prefencial no polo - Ocorre devido à afinidade entre os polímeros Polimerização prefencial no polo +; despolimerização prefencial no polo - Fatores que influenciam a polimerização / despolimerização Força iónica; formação de núcleos; Cc (+)0.1 e (-)0.6 Temperatura; concentração de GDP ou GTP-tubulina Dinâmica celular CITOESQUELETO Prof. Amélia Pág. 15 de 19 Tipo de filamento Proteínas endógenas Proteínas exógenas MFs ARP2/3 (ACTINE RELATED PROTEIN): serve de nucleação, iniciando a polimerização. Regulado pelas proteínas Rho GTPases, que são normalmente ativadas por recetores intracelulares, normalmente próximas do núcleo, em cascadas de sinalização, promovida por fatores de crescimento que podem estimular a divisão, etc) TIMOSINA BETA 4: vai ligar monómeros de actina, na forma ATP-G-actina. Quando se liga, vai impedir a polimerização. Requer que a célula faça um sinal (que aumente a força iónica) para a timosina libertar o ATP-G-actina e posteriormente ocorre a polimerização (ex: concentração de Ca2+) CAPZ: liga o (+) end de F-actina (indep. de Ca2+), impedindo adição ou perda de G-actina. Existe em elevada concentração nas células musculares GELSOLINA: liga-se aos filamentos de actina e pode quebrá- los (quebra em 2) e liga-se ao polo positivo de actina, impedindo a adição de G-actina COFILINA: liga-se a F-actina, aumentando a taxa de dissociação de G-actina, a partir de (-)end PROFILINA: promove a formação de ATP-G-actina promove a polimerização CYTOCHALASIN D (alcaloide fúngico): liga-se a terminais + e bloqueia o alongamento nesse terminal, nada acontece no terminal negativo, este mantem-se livre. Mimetiza o efeito de uma proteína CAP. A diferença é que as CAP são reguladas para proteger e desprender-se do terminal, neste caso a ligação pode ser irreversível e esse recetor fica para sempre impedido LATRUNCULIN: impede a polimerização dos filamentos, ligando-se à G-actina. Mimetiza o papel da thymosina B4 ambas aumentam o reservatório de G-actinas, alteram a forma e função celular JASPLAKOLINODE (toxina de esponja): liga-se a F- actina impedindo a sua dissociação PHALOIDIN (isolada de Amanita phalloides): impede a despolimerização, ligando-se a F-actina, juntando mais do que um monómero deixa de haver dinâmica do citoesqueleto (ex: impossibilidade de migração por parte das células) MTs ESTABILIZADORAS (quando desfosforiladas são incapazes de se ligar dissociação) MAP1: associação e estabilização de MTs, em dendrites e axónios MAP2: Associação e entre-cruzamento (crosslink) de MTs, uns aos outros e a Fis, em dendrites MAP4: estabilização de MTs, na maioria dos tipos celulares. Também é fosforilada por cyclin-dependent kinase (CDK; relevante no ciclo celular). TAU: Associação, estabilização e entrecruzamento (cross- link) de MTs, em dendrites e axónios CLIP170: Entrecruzamento (cross-link) de MTs a endossomas e cromossomas NATURAIS: TAXOL (extraído da casca do teixo): liga-se à beta tubulina e torna as ligações covalentes mais fortes, impedindo a despolimerização. Bloqueia a divisão celular COLCHICINA: liga-se entre os monómeros e impede a sua polimerização. Impede a formação do fuso durante o ciclo celular. Mimetiza a Op18 SINTÉTICOS COLCEMIDE: análogo à colchicina; VINCRISTINE e VINBLASTINE DESESTABILIZADORAS KATANINA: liga-se aos microtúbulos, eles dobram e partem, encurtando-os, na maioria dos tipos celulares processo dependente de ATP OP18: liga-se aos dímeros, impedindo-os de polimerizar, na maioria dos tipos celulares (mesma função que a timosina dos filamentos de actina). Inativada por fosforilação (inibe efeito destabilizador).
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