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DIREITO CONSTITUCIONAL
- Importante!!! COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS. É constitucional lei estadual que veda o corte do fornecimento de água e luz, em determinados dias, pelas empresas concessionárias, por falta de pagamento. É constitucional lei estadual que proíbe que as empresas concessionárias façam o corte do fornecimento de água e luz por falta de pagamento, em determinados dias. Ex: lei do Estado do Paraná proíbe concessionárias de serviços públicos de água e luz de cortarem o fornecimento residencial de seus serviços por falta de pagamento de contas às sextas-feiras, sábados, domingos, feriados e no último dia útil anterior a feriado. Também estabelece que o consumidor que tiver suspenso o fornecimento nesses dias passa a ter o direito de acionar juridicamente a concessionária por perdas e danos, além de ficar desobrigado do pagamento do débito que originou o corte. O STF entendeu que, apesar de ser competência privativa da União legislar sobre energia elétrica (art. 22, IV, CF), o tema trata-se de Direito do Consumidor, inserido na competência concorrente. (art. 24, V e VIII, da CF). O fornecimento de energia elétrica é considerado essencial, sendo aplicável a legislação consumeirista. Serviços públicos essenciais devem ser contínuos: O fornecimento de energia elétrica é considerado um serviço público essencial. Os serviços essenciais são contínuos e, em regra, não podem ser interrompidos. A continuidade é uma das características do serviço público adequado (art. 6º, § 1º da Lei nº 8.987/95 e art. 4º da Lei nº 13.460/2017). É possível o “corte” no serviço de energia elétrica em virtude de inadimplemento do consumidor? SIM. Mesmo sendo um serviço essencial, em caso de inadimplemento do consumidor é possível o corte do serviço de energia elétrica. Isso, no entanto, será feito com base em determinados critérios. Corte em caso de débitos decorrentes do consumo regular (atraso normal de pagamento) É possível a suspensão do serviço de energia elétrica pelo não pagamento de conta regular? A resposta é sim. É permitido o corte da energia elétrica do consumidor quando se tratar de inadimplemento de conta regular, relativa ao mês do consumo. Para isso, no entanto, antes de fazer o corte, a concessionária é obrigada a comunicar o consumidor, ou seja, exige-se aviso prévio. Essa possibilidade está prevista no art. 6º, § 3º, II, da Lei nº 8.987/95 (Lei das Concessões de Serviços Públicos). Duas observações quanto a isso: 
1) Não se admite o corte para débitos antigos (consolidados) Importante deixar claro que não é permitido que a concessionária suspenda o fornecimento do serviço se os débitos forem antigos (consolidados no tempo). Repito: o corte de serviços essenciais, como água e energia elétrica, pressupõe o inadimplemento de conta regular, relativa ao mês do consumo: O corte de serviços essenciais, tais como água e energia elétrica, pressupõe o inadimplemento de conta regular, sendo inviável, portanto, a suspensão do abastecimento em razão de débitos antigos. STJ. 1ª Turma. AgRg no Ag 1320867/RJ, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 08/06/2017. Se o débito é antigo (ex: estamos em dezembro/2018) e a dívida é de janeiro/2018, a concessionária deverá buscar a satisfação de seu crédito pelas chamadas “vias ordinárias de cobrança” (exs: protestar o débito, inscrever nos cadastros restritivos, propor ação de cobrança etc.). O corte do serviço por dívidas antigas ofende o art. 42 do CDC;
2) A obrigação de pagar a conta de energia elétrica é de natureza pessoal (não é propter rem) Ex: Carlos compra a casa de João. Ocorre que João vendeu a casa, mas deixou um débito de três meses da conta de energia. A concessionária ingressou com uma ação de cobrança contra Carlos alegando que, como comprou a casa, passou a ser o devedor, considerando tratar-se de obrigação propter rem. Para piorar o cenário, a concessionária suspendeu o fornecimento de “luz”. A concessionária não agiu corretamente neste caso. Isso porque o débito de energia elétrica (assim como o de água) é de natureza pessoal, não se vinculando ao imóvel. Não se trata, portanto, de obrigação propter rem. Desse modo, o consumidor não pode ser responsabilizado pelo pagamento de serviço de fornecimento de energia elétrica utilizado por outra pessoa (em nosso exemplo, João). A obrigação de pagar por serviço de natureza essencial, tal como água e energia, não é propter rem, mas pessoal, isto é, do usuário que efetivamente se utiliza do serviço. STJ. 1ª Turma. AgRg no AREsp 45.073/MG, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 02/02/2017. Por fim, quanto à lei estadual, esta não proibiu o corte total do fornecimento (se o tivesse feito, teria violado lei federal), mas apenas em dias determinados. STF. Plenário. ADI 5961/PR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgado em 19/12/2018 (Info 928).
- DIREITOS SOCIAIS. Não há vedação para a fixação de piso salarial em múltiplos do salário mínimo, desde que inexistam reajustes automáticos. Não há vedação para a fixação de piso salarial em múltiplos do salário mínimo, desde que inexistam reajustes automáticos. Isso não configura afronta ao art. 7º, IV, da CF/88 nem à SV 4. STF. 1ª Turma. RE 1077813 AgR/PR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 05/02/2019 (Info 929). STF. 2ª Turma. ARE 1110094 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 29/06/2018. No mesmo sentido é a OJ 71, da SBDI-2 do TST: “A estipulação do salário profissional em múltiplos do salário mínimo não afronta o art. 7º, inciso IV, da Constituição Federal de 1988, só incorrendo em vulneração do referido preceito constitucional a fixação de correção automática do salário pelo reajuste do salário mínimo.”
- Importante!!! CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE. Não se aplica ao processo objetivo de controle abstrato de constitucionalidade a norma que concede prazo em dobro à Fazenda Pública. Não se conta em dobro o prazo recursal para a Fazenda Pública em processo objetivo, mesmo que seja para interposição de recurso extraordinário em processo de fiscalização normativa abstrata. Não há, nos processos de fiscalização normativa abstrata, a prerrogativa processual dos prazos em dobro. Não se aplica ao processo objetivo de controle abstrato de constitucionalidade a norma que concede prazo em dobro à Fazenda Pública. Assim, por exemplo, a Fazenda Pública não possui prazo recursal em dobro no processo de controle concentrado de constitucionalidade, mesmo que seja para a interposição de recurso extraordinário. STF. Plenário. ADI 5814 MC-AgR-AgR/RR, Rel. Min. Roberto Barroso; ARE 830727 AgR/SC, Rel. para acórdão Min. Cármen Lúcia, julgados em 06/02/2019 (Info 929).
- Importante!!! COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS. É constitucional lei estadual que obriga as empresas prestadoras de serviço no Estado a fornecerem previamente ao consumidor a identificação do profissional que fará o atendimento na sua residência. É constitucional lei estadual que obriga as empresas prestadoras de serviços no Estado (exs: empresas de telefonia, de TV por assinatura, de energia elétrica etc.) a informarem previamente a seus clientes os dados do empregado que realizará o serviço na residência do consumidor. Ex: lei do RJ prevê que as empresas prestadoras de serviços, quando acionadas para realizar qualquer reparo na residência do consumidor, ficam obrigadas a enviar uma mensagem de celular, pelo menos 1h antes do horário agendado, informando o nome e a identidade do funcionário que irá ao local. STF. Plenário. STF. Plenário. ADI 5745/RJ, Rel. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 07/02/2019 (Info 929).
O STF entendeu que essa Lei do RJ versa, na verdade, sobre direito do consumidor, matéria que se insere no rol de competências legislativas concorrentes 
Medida de segurança O objetivo da Lei foi o de conferir uma proteção aos consumidores, para tentar evitar que eles sejam vítimas de assaltantes que se passam por funcionários das empresas prestadoras de serviço. Desse modo, a Lei amplia a segurança dos clientes no momentoem que eles receberão prestadores de serviços em casa. Não se pode negar que existe, atualmente, um grande número de roubos e furtos sendo praticados em residências por pessoas que se passam por prestadores de serviços. 
Não há interferência na atividade de telecomunicações Vale ressaltar, por fim, que a lei questionada, ao exigir que a empresa comunique ao consumidor os dados do funcionário que prestará o serviço, não interfere na atividade de telecomunicações propriamente dita. Logo, não houve ofensa à competência privativa da União.
- CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. STF mantém punição aplicada pelo CNJ à juíza envolvida no caso de prisão de adolescente em cela masculina no Pará. Deve ser mantida a decisão do CNJ que aplica pena de disponibilidade (art. 42, IV, da LC 35/79) à magistrada que, mesmo depois de informada que uma adolescente mulher estava presa em uma mesma cela com homens, demora a tomar as providências necessárias para corrigir essa situação e, além disso, procura se eximir de reponsabilidade produzindo documento falso com data retroativa, na tentativa de comprovar que teria adotado providências que, na realidade, não adotou. STF. 1ª Turma. MS 34490/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 5/2/2019 (Info 929).
- PODER JUDICIÁRIO. É inconstitucional o provimento de pessoas para exercerem a função de titular de serventias judiciais, com caráter privado (serventias judicias privatizadas / não estatizadas), após a CF/88. É válido ato do CNJ que, ao dar plena aplicabilidade ao art. 31 do ADCT, decide pela invalidade dos atos administrativos de nomeação de todos os titulares de cartórios privatizados que tenham ingressado no cargo após 5 de outubro de 1988, data de promulgação da CF em vigor. As pessoas que assumiram as serventias judiciais depois da CF/1988, em caráter privado, não têm direito líquido e certo de nelas permanecerem, qualquer que seja a forma de provimento. Há flagrante inconstitucionalidade a partir do momento em que assumem cargo em serventia que deveria ser estatizada. Isso porque é inconstitucional o provimento de pessoas para exercerem a função de titular de serventias judiciais, com caráter privado (serventias judicias privatizadas / não estatizadas), após a CF/88. O art. 31 do ADCT é autoaplicável, de modo que é obrigatória a estatização das serventias judiciais à medida que elas fiquem vagas. O prazo decadencial do art. 54 da Lei nº 9.784/99 não se aplica quando o ato a ser anulado afronta diretamente a Constituição Federal. STF. 1ª Turma. MS 29323/DF, MS 29970/DF, MS 30267/DF e MS 30268/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgados em 12/2/2019 (Info 930).
- DIREITOS SOCIAIS. É indispensável o registro do sindicato no Ministério do Trabalho para poder ingressar em juízo na defesa de seus filiados. A legitimidade dos sindicatos para representação de determinada categoria depende do devido registro no Ministério do Trabalho em obediência ao princípio constitucional da unicidade sindical (art. 8º, II, da CF/88). STF. 1ª Turma. RE 740434 AgR/MA, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 19/2/2019 (Info 931).
- COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS. É INCONSTITUCIONAL LEI ESTADUAL QUE DISCIPLINE A ARRECADAÇÃO DAS RECEITAS DECORRENTES DA EXPLORAÇÃO DE RECURSOS HÍDRICOS E MINERAIS. É inconstitucional lei estadual que discipline a ARRECADAÇÃO das receitas oriundas da exploração de recursos hídricos para geração de energia elétrica e de recursos minerais, inclusive petróleo e gás natural. Há uma inconstitucionalidade formal, considerando que cabe à União legislar sobre o tema (art. 22, IV e XII, da CF/88). Por outro lado, a lei estadual pode dispor sobre a fiscalização e o controle dessas receitas, tendo em vista que é de competência comum aos entes registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios (art. 23, XI, da CF/88). STF. Plenário. ADI 4606/BA, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 28/2/2019 (Info 932).
- CNJ. O STF ENTENDE QUE NÃO É POSSÍVEL A REVISÃO DO MÉRITO DAS DECISÕES DO CNJ, CUJOS ATOS E PROCEDIMENTOS ESTÃO SUJEITOS APENAS AO CONTROLE DE LEGALIDADE DAQUELA CORTE. O STF entende que não é seu papel fazer a revisão do mérito das decisões do CNJ. Assim, os atos e procedimentos do CNJ estão sujeitos apenas ao controle de legalidade por parte do STF. O mandado de segurança não se presta ao reexame de fatos e provas analisados pelo CNJ no processo disciplinar. A LOMAN não estabelece regras de prescrição da pretensão punitiva por faltas disciplinares praticadas por magistrados. Diante disso, deve ser feita a aplicação subsidiária da Lei nº 8.112/90. STF. 2ª Turma. MS 35540/DF e MS 35521/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgados em 12/3/2019 (Info 933).
- COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS. INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI ESTADUAL QUE IMPONHA OBRIGAÇÕES CONTRATUAIS PARA SEGURADORAS. PROCESSO LEGISLATIVO. INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI ESTADUAL, DE INICIATIVA PARLAMENTAR, QUE IMPONHA ATRIBUIÇÕES AO DETRAN. 
INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI ESTADUAL QUE IMPONHA OBRIGAÇÕES CONTRATUAIS PARA SEGURADORAS É inconstitucional lei estadual que discipline as obrigações contratuais relativas a seguros de veículos e regras de registro, desmonte e comercialização de veículos sinistrados. Esta lei estadual viola a competência privativa da União para legislar sobre direito civil, seguros, trânsito e transporte (art. 22, I, VII e XI, da CF/88). STF. Plenário. ADI 4704/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 21/3/2019 (Info 934). 
INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI ESTADUAL, DE INICIATIVA PARLAMENTAR, QUE IMPONHA ATRIBUIÇÕES AO DETRAN É inconstitucional lei estadual, de iniciativa parlamentar, que imponha ao DETRAN a obrigação de publicar, no diário oficial e na internet, a relação de cada um dos veículos sinistrados, seus respectivos dados, com destinação para os que sofreram desmonte e/ou comercialização das peças e partes. Essa lei trata sobre “atribuições” de órgãos/entidades da administração pública, matéria que é de iniciativa privativa do chefe do Poder Executivo (art. 61, § 1º, II, “e”, da CF/88). A correta interpretação que deve ser dada ao art. 61, § 1º, II, “e” c/c o art. 84, VI, da CF/88 é a de que a iniciativa para leis que disponham sobre “estruturação e atribuições” dos órgãos públicos é do chefe do Poder Executivo. STF. Plenário. ADI 4704/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 21/3/2019 (Info 934).
- PODER JUDICIÁRIO. JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO, DURANTE SEU AFASTAMENTO PARA TRATAMENTO DE SAÚDE, NÃO TEM DIREITO DE CONTINUAR RECEBENDO A VERBA DE SUBSTITUIÇÃO. Se o Juiz do Trabalho Substituto está exercendo as funções do Juiz do Trabalho Titular, ele terá direito de receber um valor a mais denominado “substituição” (art. 656, § 3º da CLT e art. 124 da LOMAN). Essa verba da substituição não deverá ser paga durante a licença-saúde do Juiz Substituto. Assim, Juiz do Trabalho Substituto, durante seu afastamento para tratamento de saúde, não tem direito de continuar recebendo a verba de substituição pelo fato de estar na Titularidade da unidade judiciária. Esse tipo de verba só pode ser paga enquanto mantido o desempenho da titularidade da unidade judiciária – condição necessária para seu recebimento. STF. 2ª Turma. AO 2234 ED/MS, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 19/3/2019 (Info 934).
- Importante!!! LIBERDADE RELIGIOSA. É CONSTITUCIONAL LEI ESTADUAL QUE PERMITE O SACRIFÍCIO DE ANIMAIS EM CULTOS DE RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA. É constitucional a lei de proteção animal que, a fim de resguardar a liberdade religiosa, permite o sacrifício ritual de animais em cultos de religiões de matriz africana. STF. Plenário. RE 494601/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 28/3/2019 (Info 935). OBS: Vale ressaltar que a lei estadual não tratou de Direito Penal, pois não previu causa excludente de ilicitude, mas sim excludente de responsabilidade administrativa – assim, não houve inconstitucionalidade formal. Ademais, no tocante àproteção ao M.A., a União possui competência para editar normas gerais. Como não existe norma geral nesse ponto específico (sacrifício de animais em cultos religiosos), o Ente Federado pode legislar amplamente. LIBERDADE DE CULTO E LITURGIA E SUA PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL; RITUAIS RELIGIOSOS E SACRIFÍCIOS DE ANIMAIS COMO PATRIMÔNIO CULTURAL IMATERIAL (art. 215, §1°, da CF) NÃO HÁ VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA LAICIDADE (art. 19, I, da CF): o Estado, no caso, não está associado a nenhuma religião, nem beneficiando, nem prejudicando. Há separação entre religião x Estado. A norma, inclusive, não privilegia tais religiões, mas apenas assegura o seu exercício. NÃO HÁ VIOLAÇÃO AO ART. 225 DA CF/88: o legislador, ao admitir a prática de imolação (sacrifício), não violou o dever constitucional de amparo aos animais, estampado no art. 225, § 1º, vii, da cf/88: art. 225 (...) § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: (...) VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. Isso porque se deve evitar que a tutela de um valor constitucional relevante (meio ambiente) aniquile o exercício de um direito fundamental (liberdade de culto), revelando-se desproporcional impedir todo e qualquer sacrifício religioso quando diariamente a população consome carnes de várias espécies. Além disso, deve-se reforçar o argumento de que os animais sacrificados nestes cultos são abatidos de forma rápida, mediante degola, de sorte que a realização dos rituais religiosos com estes animais não se amolda ao art. 225, § 1º, VII, que proíbe práticas cruéis com animais. LER O INFO COMPLETO – JULGADO IMPORTANTE.
-Importante!!! CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE. SE FOR EDITADA MP REVOGANDO LEI QUE ESTÁ SENDO QUESTIONADA POR MEIO DE ADI, ESTA AÇÃO PODERÁ SER JULGADA ENQUANTO A MP NÃO FOR VOTADA (ENQUANTO A MP NÃO FOR VOTADA, NÃO HÁ PERDA DO OBJETO). Determinada lei foi impugnada por meio de ação direta de inconstitucionalidade. Foi editada medida provisória revogando essa lei. Enquanto esta medida provisória não for aprovada, será possível julgar esta ADI. Assim, se chegar o dia de julgamento da ADI, e a MP ainda não tiver sido votada, o STF poderá apreciar livremente a ação, não tendo havido perda do interesse de agir (perda do objeto). Isso, porque a edição de medida provisória não tem eficácia normativa imediata de revogação da legislação anterior com ela incompatível, mas apenas de suspensão, paralisação, das leis antecedentes até o término do prazo do processo legislativo de sua conversão. Embora seja espécie normativa com força de lei, a medida provisória precisa ser confirmada. A medida provisória é lei sob condição resolutiva. Se for aprovada, a lei de conversão resultará na revogação da norma. Dessa maneira, enquanto não aprovada a MP, não se pode falar em perda de interesse (perda do objeto). STF. Plenário. ADI 5717/DF, ADI 5709/DF, ADI 5716/DF e ADI 5727/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgados em 27/3/2019 (Info 935). 
- Importante!!! MEDIDAS PROVISÓRIAS. PROIBIÇÃO DE REEDIÇÃO DE MEDIDAS PROVISÓRIAS NA MESMA SESSÃO LEGISLATIVA. É inconstitucional medida provisória ou lei decorrente de conversão de medida provisória cujo conteúdo normativo caracterize a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória anterior rejeitada, de eficácia exaurida por decurso do prazo ou que ainda não tenha sido apreciada pelo Congresso Nacional dentro do prazo estabelecido pela Constituição Federal. STF. Plenário. ADI 5717/DF, ADI 5709/DF, ADI 5716/DF e ADI 5727/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgados em 27/3/2019 (Info 935). 
- Importante!!! ADVOCACIA PÚBLICA. É INCONSTITUCIONAL EMENDA À CONSTITUIÇÃO ESTADUAL, DE INICIATIVA PARLAMENTAR, QUE TRATE SOBRE A PGE. É inconstitucional emenda à Constituição Estadual, de iniciativa parlamentar, que trate sobre as competências da Procuradoria Geral do Estado. Isso porque esta matéria é de iniciativa reservada ao chefe do Poder Executivo (art. 61, § 1º, da CF/88). É do Governador do Estado a iniciativa de lei ou emenda constitucional que discipline a organização e as atribuições dos órgãos e entidades da Administração Pública estadual. STF. Plenário. ADI 5262 MC/RR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 27 e 28/3/2019 (Info 935). ESSE ENTENDIMENTO ACIMA EXPOSTO VALE TAMBÉM PARA OS CASOS DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO FEDERAL? NÃO. Não existe iniciativa privativa (reservada) para a propositura de emendas à Constituição Federal. A proibição de que emendas constitucionais tratem sobre as matérias do art. 61, § 1º da CF/88 só vale para emendas à Constituição Estadual. Dito de outro modo: É possível que emenda à Constituição Federal proposta por iniciativa parlamentar trate sobre as matérias previstas no art. 61, § 1º da CF/88. As regras de reserva de iniciativa fixadas no art. 61, § 1º da CF/88 não são aplicáveis ao processo de emenda à Constituição Federal, que é disciplinado em seu art. 60. STF. Plenário. ADI 5296 MC/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 18/5/2016 (Info 826). POR QUE EXISTE ESSA DIFERENÇA DE TRATAMENTO ENTRE EMENDA À CONSTITUIÇÃO FEDERAL E EMENDA À CONSTITUIÇÃO ESTADUAL? O poder constituinte estadual não é originário. É poder constituído, cercado por limites mais rígidos do que o poder constituinte federal. A regra da simetria é um exemplo dessa limitação. Por essa razão, as Assembleias Legislativas se submetem a limites mais rigorosos quando pretendem emendar as Constituições Estaduais. Assim, se os Deputados Estaduais apresentam emenda à Constituição Estadual tratando sobre os assuntos do art. 61, § 1º, da CF/88 eles estão, em última análise, violando a própria regra da Constituição Federal.
- Importante!!! ADVOCACIA PÚBLICA. VIOLA O ART. 132 DA CF/88 NORMA DA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL QUE PREVEJA QUE A REPRESENTAÇÃO JUDICIAL E CONSULTORIA JURÍDICA DA PGE FICARÁ RESTRITA AO PODER EXECUTIVO. É inconstitucional dispositivo de Constituição Estadual que preveja que a Procuradoria Geral do Estado ficará responsável pelas atividades de representação judicial e de consultoria jurídica apenas “do Poder Executivo”. Essa previsão viola o princípio da unicidade da representação judicial dos Estados e do Distrito Federal. De acordo com o art. 132 da CF/88 as atribuições da PGE não ficam restritas ao Poder Executivo, abrangendo também os demais Poderes. STF. Plenário. ADI 5262 MC/RR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 27 e 28/3/2019 (Info 935). OBS: o STF reconhece 2 exceções ao Princípio da Unicidade: 1) Procuradorias do Legislativo e do Tribunal de Contas (para atuar na defesa de sua autonomia/independência em relação aos demais Poderes); 2) Art. 69 do ADCT.
- Importante!!! ADVOCACIA PÚBLICA. VIOLA O ART. 132 DA CF/88 NORMA DA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL QUE PREVEJA QUE A ASSISTÊNCIA JURÍDICA DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA SERÁ EXERCIDA POR PROFISSIONAIS DO CORPO JURÍDICO QUE COMPÕEM SEUS RESPECTIVOS QUADROS. Viola o art. 132 da CF/88 norma da Constituição Estadual que preveja que a assistência jurídica da Administração indireta será exercida por profissionais do corpo jurídico que compõem seus respectivos quadros É inconstitucional dispositivo de Constituição Estadual que preveja que “a representação judicial e extrajudicial dos órgãos da administração indireta é de competência dos profissionais do corpo jurídico que compõem seus respectivos quadros e integram advocacia pública cujas atividades são disciplinadas em leis especificas.” Essa previsão viola o princípio da unicidade da representação judicial dos Estados e do Distrito Federal. O art. 132 da CF/88 atribuiu aos Procuradores dos Estados e do DF exclusividade no exercício da atividade jurídica contenciosa e consultiva não apenas dos órgãos, mas também das entidades que compõem a administração pública indireta. STF. Plenário. ADI 5262 MC/RR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 27 e 28/3/2019 (Info 935). INCONSTITUCIONALIDADE DA PREVISÃO DE PROCURADORES AUTÁRQUICOS é inconstitucional dispositivo de constituiçãoestadual que cria o cargo de procurador autárquico em estrutura paralela à procuradoria do estado. Também é inconstitucional dispositivo de constituição Estadual que transforma os cargos de gestores jurídicos, advogados e procuradores jurídicos em cargos de procuradores autárquicos. STF. Plenário. ADI 5215/GO, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 27 e 28/3/2019 (Info 935). INCONSTITUCIONALIDADE DA PREVISÃO DE PROCURADORES AUTÁRQUICOS E DE ADVOGADOS DE FUNDAÇÃO é inconstitucional dispositivo de constituição estadual que preveja que os procuradores autárquicos e os advogados de fundação terão competência privativa para a representação judicial e o assessoramento jurídico dos órgãos da administração estadual indireta aos quais vinculados, e que, para os efeitos de incidência de teto remuneratório, eles serão considerados “procuradores”, nos termos do art. 37, XI, da CF/88. STF. Plenário. ADI 4449/AL, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 27 e 28/3/2019 (Info 935).
- ADVOCACIA PÚBLICA. É CONSTITUCIONAL LEI ESTADUAL QUE PREVEJA O CARGO EM COMISSÃO DE PROCURADOR-GERAL DA UNIVERSIDADE ESTADUAL. É constitucional lei estadual que preveja o cargo em comissão de Procurador-Geral da universidade estadual. Esta previsão está de acordo com o princípio da autonomia universitária (art. 207 da CF/88). STF. Plenário. ADI 5262 MC/RR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 27 e 28/3/2019 (Info 935). 
- COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS. É CONSTITUCIONAL LEI ESTADUAL QUE DISPENSA MULTA POR QUEBRA DA FIDELIDADE NOS CONTRATOS COM AS EMPRESAS DE TELEFONIA EM CASO DE DESEMPREGO SUPERVENIENTE DO CLIENTE. É constitucional lei estadual que obriga as empresas de telefonia fixa e móvel a cancelarem a multa contratual de fidelidade quando o usuário comprovar que perdeu o vínculo empregatício após a adesão do contrato. O STF entendeu que esta norma versa sobre Direito do Consumidor, cuja competência legislativa é concorrente, e não interfere na estrutura da prestação do serviço público nem no equilíbrio dos contratos administrativos, razão pela qual não há usurpação da competência legislativa privativa da União. STF. Plenário. ADI 4908/RJ, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 11/4/2019 (Info 937). VER INFO COMPLETO (TABELA DO QUE INVADE OU NÃO A COMPETÊNCIA DA UNIÃO SOBRE TELECOMUNICAÇÕES).
- COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS. É INCONSTITUCIONAL LEI ESTADUAL QUE EXIJA QUE O PESCADOR, PARA EXERCER SUA ATIVIDADE, CADASTRE-SE EM ENTIDADE PRIVADA (FEDERAÇÃO DE PESCADORES) QUE COBRA TAXA POR ESSA FISCALIZAÇÃO. É inconstitucional lei estadual que preveja que o pescador semiprofissional ou esportivo, para o exercício da atividade, deverá se cadastrar e se habilitar na Federação de Pescadores do Estado. Também é inconstitucional a norma estadual que afirme que a taxa de cadastro e o fornecimento da habilitação para exercer a atividade de pescador semiprofissional ou esportivo será definida em Assembleia Geral da Federação de Pescadores do Estado. Tais disposições invadem a competência da União para editar as normas gerais (art. 24, VI, da CF) sobre pesca. EXISTE LEI FEDERAL QUE REGULAMENTA, DE MODO UNIFICADO, TODO O PROCEDIMENTO DE HABILITAÇÃO DE PESCA COM REQUISITOS NACIONAIS. Já existe normatização geral a esse respeito, sendo essa atividade competência do Ministério da Pesca e da Aquicultura, órgão responsável pelo Registro Geral da Pesca. Aplica-se aqui o princípio da predominância do interesse, uma vez que a competência atribuída aos Estados em matéria de pesca não se pode sobrepor ao interesse da União na formulação de uma política nacional de desenvolvimento sustentável das atividades pesqueiras, o que inclui, manifestamente, o estabelecimento de regras uniformes de habilitação e licenciamento de pescadores. Dessa maneira, a habilitação como pescador, seja nas modalidades comerciais ou não comerciais, deve ser efetuada perante autoridade federal. Há, portanto, nesse ponto, violação do art. 24, VI, CF/88. ALÉM DISSO, A LEI NÃO PODERIA TER DELEGADO A UMA ENTIDADE DE DIREITO PRIVADO (FEDERAÇÃO DOS PESCADORES) O PODER DE DEFINIR O VALOR DA TAXA A SER COBRADA. Além disso, o art. 2º da lei impugnada, bem como seu art. 3º, violam os art. 5º, XIII; o art. 22, XVI, e art. 21, XXIV; o art. 70, parágrafo único; o art. 149 e o art. 150, todos da Constituição, cuja interpretação conjunta veda a delegação da prestação dos serviços de cadastro e habilitação das atividades pesqueiras à Federação de Pescadores do Estado. Com efeito, o art. 145, II, CF/88, autoriza a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios a instituírem taxas em virtude do exercício do poder de polícia. O PODER DE POLÍCIA abrange tanto a cobrança de taxas quanto a emissão de autorizações e licenças para exercício de uma determinada atividade, o que engloba, evidentemente, a habilitação. O STF entende que as atividades que abrangem esse poder não podem ser delegadas a pessoas jurídicas de direito privado. Nesse sentido: (...) A fiscalização das profissões, por se tratar de uma atividade típica de Estado, que abrange o poder de polícia, de tributar e de punir, não pode ser delegada (ADI 1.717), excetuando-se a Ordem dos Advogados do Brasil (ADI 3.026). (...) STF. 1ª Turma. MS 28469 AgR-segundo, Relator(a) p/ Acórdão Min. Luiz Fux, julgado em 19/02/2013. Assim, a lei é inconstitucional ao permitir que uma organização de direito privado faça o arbitramento da taxa de cadastro. STF. Plenário. ADI 3829/RS, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 11/4/2019 (Info 937). OBS: os valores cobrados a título de fiscalização de atividade profissional têm natureza jurídica de TAXA (tributo).
- TRIBUNAIS DE CONTAS. É INCONSTITUCIONAL LEI ESTADUAL OU EMENDA À CONSTITUIÇÃO DO ESTADO, DE INICIATIVA PARLAMENTAR, QUE TRATE SOBRE ORGANIZAÇÃO OU FUNCIONAMENTO DO TCE. É INCONSTITUCIONAL NORMA DA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL QUE PREVEJA REGRA SOBRE A ORGANIZAÇÃO OU FUNCIONAMENTO DO TCE DE FORMA DIFERENTE DO MODELO FEDERAL. É INCONSTITUCIONAL LEI ESTADUAL OU EMENDA À CONSTITUIÇÃO DO ESTADO, DE INICIATIVA PARLAMENTAR, QUE TRATE SOBRE ORGANIZAÇÃO OU FUNCIONAMENTO DO TCE. Os Tribunais de Contas possuem reserva de iniciativa (competência privativa) para deflagrar o processo legislativo que tenha por objeto alterar a sua organização ou o seu funcionamento (art. 96, II c/c arts. 73 e 75 da CF/88). Trata-se de uma prerrogativa que decorre da independência e autonomia asseguradas às Cortes de Contas. Assim, é inconstitucional lei estadual ou mesmo emenda à Constituição do Estado, de iniciativa parlamentar, que trate sobre organização ou funcionamento do TCE. A promulgação de emenda à Constituição Estadual não constitui meio apto para contornar (burlar) a cláusula de iniciativa reservada. STF. Plenário. ADI 5323/RN, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 11/4/2019 (Info 937). É inconstitucional norma da Constituição Estadual que preveja regra sobre a organização ou funcionamento do TCE de forma diferente do modelo federal O art. 75 da CF/88 estabelece que deverá haver um “espelhamento obrigatório” do modelo de controle externo do TCU previsto na CF/88 para os Tribunais de Contas dos Estados/DF e para os Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios. Isso significa que é materialmente inconstitucional norma da Constituição Estadual que trate sobre a organização ou funcionamento do TCE de forma diferente do modelo federal. Caso isso ocorra, haverá uma violação ao art. 75 da Carta Maior. Diante disso, é inconstitucional dispositivo da CE que preveja que, se o TCE reconhecer a boafé do infrator e se este fizer a liquidação tempestiva do débito ou da multa, a Corte deverá considerar saneado o processo. Esta regra é inconstitucional porque não há previsão semelhante na CF/88. STF. Plenário. ADI 5323/RN, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 11/4/2019 (Info 937).
- DIREITOS POLÍTICOS. A SUSPENSÃO DE DIREITOS POLÍTICOS PREVISTA NO ART. 15, III, DA CF, APLICA-SE TANTO PARA CONDENADOS A PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE COMO TAMBÉM A PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS. A suspensão de direitos políticos prevista no art. 15, III, da Constituição Federal,aplica-se no caso de substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos. Havendo condenação criminal transitada em julgado, a pessoa condenada fica com seus direitos políticos suspensos tanto no caso de pena privativa de liberdade como na hipótese de substituição por pena restritiva de direitos. Veja o dispositivo constitucional: Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; STF. Plenário. RE 601182/MG, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 8/5/2019 (repercussão geral) (Info 939).
- COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS. É INCONSTITUCIONAL LEI ESTADUAL QUE CRIE HIPÓTESES DE ISENÇÃO DE PAGAMENTO DE DIREITOS AUTORAIS FORA DO ROL TRAZIDO PELA LEI FEDERAL Nº 9.610/98. É inconstitucional lei estadual que isenta entidades filantrópicas de recolher as taxas de retribuição autoral arrecadadas pelo ECAD. A lei estadual que cria novas hipóteses de não recolhimento de direitos autorais não previstas na Lei federal usurpa a competência privativa da União para legislar sobre direito civil, direito de propriedade e para estabelecer regras de intervenção no domínio econômico (art. 22, I, da CF/88). Além disso, essa lei estadual retira dos autores das obras musicais o seu direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução das obras ou do reconhecimento por sua criação, afrontando o art. 5º, XXII e XXVII, da CF/88. STF. Plenário. ADI 5800/AM, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 8/5/2019 (Info 939).
- COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS. CE NÃO PODE EXIGIR AUTORIZAÇÃO DA ALE PARA QUE O GOVERNADOR (OU O VICE) SE AUSENTE DO PAÍS QUALQUER QUE SEJA O PRAZO. A exigência de prévia autorização da assembleia legislativa para o governador e o vicegovernador do Estado ausentarem-se, “em qualquer tempo”, do território nacional mostra-se incompatível com os postulados da simetria e da separação dos Poderes. A Constituição Federal, em seu art. 49, III e em seu art. 83, prevê que é da competência do Congresso Nacional autorizar o Presidente e o Vice-presidente da República a se ausentarem do País quando a ausência for por período superior a 15 dias. Logo, afronta os princípios da separação dos Poderes e da simetria a norma da Constituição estadual que exige prévia licença da Assembleia Legislativa para que o Governador e o Vice-governador se ausentem do País por qualquer prazo. Os Estados-membros não podem criar novas ingerências de um Poder na órbita de outro que não derivem explícita ou implicitamente de regra ou princípio previsto na Constituição Federal. STF. Plenário. ADI 5373 MC/RR, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 9/5/2019 (Info 939).
- CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE. POSSIBILIDADE DE CONHECIMENTO DA ADPF MESMO QUE A LEI ATACADA TENHA SIDO REVOGADA ANTES DO JULGAMENTO, SE PERSISTIR A UTILIDADE EM SE PROFERIR DECISÃO COM CARÁTER ERGA OMNES E VINCULANTE. Em Fortaleza, foi editada a Lei municipal nº 10.553/2016 proibindo o serviço de transporte em aplicativos. Foi ajuizada ADPF contra a lei. Antes que a ação fosse julgada, a referida Lei foi revogada. Mesmo com a revogação, o STF conheceu da ADPF e julgou o mérito, declarando a Lei nº 10.553/2016 inconstitucional. O Tribunal considerou que a revogação da Lei atacada na ADPF por outra lei local não retira o interesse de agir no feito. Isso porque persiste a utilidade da prestação jurisdicional com o intuito de estabelecer, com caráter erga omnes e vinculante, o regime aplicável às relações jurídicas estabelecidas durante a vigência da norma impugnada, bem como no que diz respeito a leis de idêntico teor aprovadas em outros Municípios. Trata-se da solução mais consentânea com o princípio da eficiência processual e o imperativo aproveitamento dos atos já praticados de maneira socialmente proveitosa. STF. Plenário. ADPF 449/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 8 e 9/5/2019 (Info 939).
- IMUNIDADES PARLAMENTARES. DEPUTADOS ESTADUAIS GOZAM DAS MESMAS IMUNIDADES FORMAIS PREVISTAS PARA OS PARLAMENTARES FEDERAIS NO ART. 53 DA CF/88. Assembleia Legislativa pode rejeitar a prisão preventiva e as medidas cautelares impostas pelo Poder Judiciário contra Deputados Estaduais. DEPUTADOS ESTADUAIS GOZAM DAS MESMAS IMUNIDADES FORMAIS PREVISTAS PARA OS PARLAMENTARES FEDERAIS NO ART. 53 DA CF/88. São constitucionais dispositivos da Constituição do Estado que estendem aos Deputados Estaduais as imunidades formais previstas no art. 53 da Constituição Federal para Deputados Federais e Senadores. A leitura da Constituição da República revela, sob os ângulos literal e sistemático, que os Deputados Estaduais também têm direito às imunidades formal e material e à inviolabilidade que foram conferidas pelo constituinte aos congressistas (membros do Congresso Nacional). Isso porque tais imunidades foram expressamente estendidas aos Deputados pelo § 1º do art. 27 da CF/88. STF. Plenário. ADI 5823 MC/RN, ADI 5824 MC/RJ e ADI 5825 MC/MT, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgados em 8/5/2019 (Info 939). ASSEMBLEIA LEGISLATIVA PODE REJEITAR A PRISÃO PREVENTIVA E AS MEDIDAS CAUTELARES IMPOSTAS PELO PODER JUDICIÁRIO CONTRA DEPUTADOS ESTADUAIS. É constitucional resolução da Assembleia Legislativa que, com base na imunidade parlamentar formal (art. 53, § 2º c/c art. 27, § 1º da CF/88), revoga a prisão preventiva e as medidas cautelares penais que haviam sido impostas pelo Poder Judiciário contra Deputado Estadual, determinando o pleno retorno do parlamentar ao seu mandato. O Poder Legislativo estadual tem a prerrogativa de sustar decisões judiciais de natureza criminal, precárias e efêmeras, cujo teor resulte em afastamento ou limitação da função parlamentar. STF. Plenário. ADI 5823 MC/RN, ADI 5824 MC/RJ e ADI 5825 MC/MT, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgados em 8/5/2019 (Info 939).
- LIVRE INICIATIVA. OS MUNICÍPIOS, AO EDITAREM AS LEIS LOCAIS REGULAMENTANDO O TRANSPORTE DE PASSAGEIROS MEDIANTE APLICATIVO, DEVERÃO OBSERVAR AS REGRAS IMPOSTAS PELA LEI FEDERAL Nº 13.640/2018. São inconstitucionais leis municipais que proíbam o serviço de transporte de passageiros mediante aplicativo No exercício de sua competência para regulamentação e fiscalização do transporte privado individual de passageiros, os municípios e o Distrito Federal não podem contrariar os parâmetros fixados pelo legislador federal. Isso porque compete à União legislar sobre “trânsito e transporte”, nos termos do art. 22, XI, da CF/88. STF. Plenário. ADPF 449/DF, Rel. Min. Luiz Fux; RE 1054110/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 8 e 9/5/2019 (repercussão geral) (Info 939). SÃO INCONSTITUCIONAIS LEIS MUNICIPAIS QUE PROÍBAM O SERVIÇO DE TRANSPORTE DE PASSAGEIROS MEDIANTE APLICATIVO. A proibição ou restrição da atividade de transporte privado individual por motorista cadastrado em aplicativo é inconstitucional, por violação aos princípios da livre iniciativa e da livre concorrência. STF. Plenário. ADPF 449/DF, Rel. Min. Luiz Fux; RE 1054110/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 8 e 9/5/2019 (repercussão geral) (Info 939)
- DIREITO ADQUIRIDO. É CONSTITUCIONAL O ART. 38 DA LEI 8.880/94, NÃO IMPORTANDO A APLICAÇÃO IMEDIATA DESSE DISPOSITIVO EM VIOLAÇÃO AO ART. 5º, XXXVI, DA CF/88. O art. 38 da Lei nº 8.880/94 previu que a URV deveria ser utilizada como parâmetro de cálculo dos índices de correção monetária nos dois primeiros meses de implantação do Plano Real. As pessoas que tinham contratos em vigor e que haviam sido celebrados antes da Lei nº 8.880/94 começaram a questionar a aplicação imediata deste dispositivo. Alegaram que a sua aplicação aos contratos em vigor seria inconstitucional por violar o direito adquirido (art. 5º, XXXVI, da CF/88). O STF não concordou com essa tese e decidiu que: É constitucional o art. 38 da Lei nº 8.880/94 e que a sua aplicação imediata para os contratos em vigor não violou a garantia do “direito adquirido”, prevista no art. 5º, XXXVI, da Constituição Federal. Nãoé possível opor a cláusula de proteção ao direito adquirido ou ato jurídico perfeito em face da aplicação imediata de normas que tratam de regime monetário, as quais possuem natureza estatutária e institucional, como é a situação daquelas responsáveis por substituir uma moeda por outra. As normas que tratam do regime monetário - inclusive, portanto, as de correção monetária -, têm natureza institucional e estatutária, insuscetíveis de disposição por ato de vontade, razão pela qual sua incidência é imediata, alcançando as situações jurídicas em curso de formação ou de execução. STF. Plenário. ADPF 77/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 16/5/2019 (Info 940).
- TRIBUNAIS DE CONTAS. É INCONSTITUCIONAL LEI ESTADUAL OU EMENDA À CONSTITUIÇÃO DO ESTADO, DE INICIATIVA PARLAMENTAR, QUE TRATE SOBRE ORGANIZAÇÃO OU FUNCIONAMENTO DO TCE. É inconstitucional lei estadual, de origem (iniciativa) parlamentar, que discipline a organização e o funcionamento do Tribunal de Contas estadual (TCE). Isso porque os Tribunais de Contas possuem reserva de iniciativa (competência privativa) para apresentar os projetos de lei que tenham por objetivo tratar sobre a sua organização ou o seu funcionamento (art. 96, II c/c arts. 73 e 75 da CF/88). Os Tribunais de Contas, conforme reconhecido pela CF/88 e pelo STF, gozam das prerrogativas da autonomia e do autogoverno, o que inclui, essencialmente, a iniciativa privativa para instaurar processo legislativo que pretenda alterar sua organização e funcionamento. STF. Plenário. ADI 4643/RJ, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 15/5/2019 (Info 940)
- DEFENSORIA PÚBLICA. É INCONSTITUCIONAL FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO PARA DEFENSORES PÚBLICOS. É inconstitucional dispositivo da Constituição Estadual que confere foro por prerrogativa de função, no Tribunal de Justiça, para Procuradores do Estado, Procuradores da ALE, Defensores Públicos e Delegados de Polícia. A CF/88, apenas excepcionalmente, conferiu prerrogativa de foro para as autoridades federais, estaduais e municipais. Assim, não se pode permitir que os Estados possam, livremente, criar novas hipóteses de foro por prerrogativa de função. STF. Plenário. ADI 2553/MA, Rel. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 15/5/2019(Info 940).
- Importante!!! ADVOCACIA PÚBLICA. É INCONSTITUCIONAL FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO PARA PROCURADORES DO ESTADO. É inconstitucional dispositivo da Constituição Estadual que confere foro por prerrogativa de função, no Tribunal de Justiça, para Procuradores do Estado, Procuradores da ALE, Defensores Públicos e Delegados de Polícia. A CF/88, apenas excepcionalmente, conferiu prerrogativa de foro para as autoridades federais, estaduais e municipais. Assim, não se pode permitir que os Estados possam, livremente, criar novas hipóteses de foro por prerrogativa de função. STF. Plenário. ADI 2553/MA, Rel. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 15/5/2019 (Info 940) 
- Importante!!! Vide info completo (informações importantes)! DIREITO À SAÚDE. FORNECIMENTO PELO PODER JUDICIÁRIO DE MEDICAMENTOS NÃO REGISTRADOS PELA ANVISA. Fornecimento pelo Poder Judiciário de medicamentos não registrados pela ANVISA 1. O Estado não pode ser obrigado a fornecer medicamentos experimentais (atenção p/ a diferença entre medicamento experimental x medicamento sem registro no Brasil – Anvisa) 2. A ausência de registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) impede, como regra geral, o fornecimento de medicamento por decisão judicial. 3. É possível, excepcionalmente, a concessão judicial de medicamento sem registro sanitário, em caso de mora irrazoável da Anvisa em apreciar o pedido (prazo superior ao previsto na Lei 13.411/2016), quando preenchidos três requisitos: a) a existência de pedido de registro do medicamento no Brasil (salvo no caso de medicamentos órfãos para doenças raras e ultrarraras); b) a existência de registro do medicamento em renomadas agências de regulação no exterior; e c) a inexistência de substituto terapêutico com registro no Brasil. 4. As ações que demandem fornecimento de medicamentos sem registro na Anvisa deverão necessariamente ser propostas em face da União. STF. Plenário. RE 657718/MG, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 22/5/2019 (repercussão geral) (Info 941). RESPONSABILIDADE PELO FORNECIMENTO DO MEDICAMENTO OU PELA REALIZAÇÃO DO TRATAMENTO DE SAÚDE. Os entes da Federação, em decorrência da competência comum, são solidariamente responsáveis nas demandas prestacionais na área da saúde e, diante dos critérios constitucionais de descentralização e hierarquização, compete à autoridade judicial direcionar o cumprimento conforme as regras de repartição de competências (dentro da estrutura do SUS, apesar da solidariedade) e determinar o ressarcimento a quem suportou o ônus financeiro. STF. Plenário. RE 855178 ED/SE, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 23/5/2019 (Info 941). Essa tese do STF está de acordo com o enunciado 60, aprovado na II Jornada de Direito da Saúde, promovida pelo CNJ, na qual participaram os maiores estudiosos do tema no país: Enunciado 60: A responsabilidade solidária dos entes da Federação não impede que o Juízo, ao deferir medida liminar ou definitiva, direcione inicialmente o seu cumprimento a um determinado ente, conforme as regras administrativas de repartição de competências, sem prejuízo do redirecionamento em caso de descumprimento. 
- Importante!!! DIREITOS SOCIAIS. É INCONSTITUCIONAL LEI QUE AUTORIZE O TRABALHO DE GESTANTES E LACTANTES EM ATIVIDADES INSALUBRES. É inconstitucional a expressão “quando apresentar atestado de saúde, emitido por médico de confiança da mulher, que recomende o afastamento”, contida nos incisos II e III do art. 394-A da CLT, inseridos pelo art. 1º da Lei nº 13.467/2017. Essa expressão, inserida no art. 394-A da CLT, tinha como objetivo autorizar que empregadas grávidas ou lactantes pudessem trabalhar em atividades insalubres. Ocorre que o STF entendeu que o trabalho de gestantes e de lactantes em atividades insalubres viola a Constituição Federal. O art. 6º da CF/88 proclama importantes direitos, entre eles a proteção à maternidade, a proteção do mercado de trabalho da mulher e redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança. A proteção para que a gestante e a lactante não sejam expostas a atividades insalubres caracteriza-se como importante direito social instrumental que protege não apenas a mulher como também a criança (art. 227 da CF/88). A proteção à maternidade e a integral proteção à criança são direitos irrenunciáveis e não podem ser afastados pelo desconhecimento, impossibilidade ou a própria negligência da gestante ou lactante em apresentar um atestado médico, sob pena de prejudicá-la e prejudicar o recém-nascido. Em suma, é proibido o trabalho da gestante ou da lactante em atividades insalubres. STF. Plenário. ADI 5938/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 29/5/2019 (Info 942).
- COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS. É CONSTITUCIONAL LEI MUNICIPAL QUE ESTABELECE QUE OS SUPERMERCADOS FICAM OBRIGADOS A COLOCAR À DISPOSIÇÃO DOS CONSUMIDORES PESSOAL SUFICIENTE NOS CAIXAS, DE FORMA QUE A ESPERA NA FILA NÃO SEJA SUPERIOR A 15 MINUTOS. É constitucional lei municipal que estabelece que os supermercados e hipermercados do Município ficam obrigados a colocar à disposição dos consumidores pessoal suficiente no setor de caixas, de forma que a espera na fila para o atendimento seja de, no máximo, 15 minutos. Isso porque compete aos Municípios legislar sobre assuntos de interesse local, notadamente sobre a definição do tempo máximo de espera de clientes em filas de estabelecimentos empresariais. Vale ressaltar que essa lei municipal não obriga a contratação de pessoal, e sim sua colocação suficiente no setor de caixas para o atendimento aos consumidores. STF. 1ª Turma. ARE 809489 AgR/SP, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 28/5/2019 (Info 942).
- CPI. O INVESTIGADOPODE SE RECUSAR A COMPARECER NA SESSÃO DA CPI NA QUAL SERIA OUVIDO?
	SIM
	NÃO
	Ministros Gilmar Mendes e Celso de Mello
	Ministros Edson Fachin e Cármen Lúcia
	O comparecimento do investigado perante a CPI para ser ouvido é facultativo. Cabe a ele decidir se irá ou não comparecer. Se decidir comparecer, ele terá direito: a) ao silêncio; b) à assistência de advogado; c) de não prestar compromisso de dizer a verdade; d) de não sofrer constrangimentos. 
	O comparecimento do investigado perante a CPI para ser ouvido é compulsório. Ele tem que comparecer. No entanto, chegando lá, o investigado tem direito: a) ao silêncio; b) à assistência de advogado; c) de não prestar compromisso de dizer a verdade; d) de não sofrer constrangimentos.
	Caso o investigado não compareça, a CPI não pode determinar a sua condução coercitiva. Aplica-se para as CPIs o mesmo entendimento da ADPF 395/DF. 
	Caso o investigado não compareça, a CPI poderia determinar a sua condução coercitiva.
Desse modo, tivemos dois votos favoráveis à tese de que o paciente não estava obrigado a comparecer à CPI e dois votos contrários. Em caso de empate, prevalece a decisão mais favorável ao paciente. Assim, a 2ª Turma do STF concedeu a ordem de habeas corpus para transformar a compulsoriedade de comparecimento em facultatividade e deixar a cargo do paciente a decisão de comparecer ou não à Câmara dos Deputados, perante a CPI, para ser ouvido na condição de investigado. STF. 2ª Turma. HC 171438/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado 28/5/2019 (Info 942). 
- PODER JUDICIÁRIO. É VÁLIDO O PROVIMENTO DE PESSOAS PARA EXERCEREM A FUNÇÃO DE TITULAR DE SERVENTIAS JUDICIAIS, COM CARÁTER PRIVADO (SERVENTIAS JUDICIAS PRIVATIZADAS / NÃO ESTATIZADAS), ANTES DA CF/88. É válido ato do CNJ que, ao dar plena aplicabilidade ao art. 31 do ADCT, decide pela invalidade dos atos administrativos de nomeação de todos os titulares de cartórios privatizados que tenham ingressado no cargo após 5 de outubro de 1988, data de promulgação da CF em vigor. As pessoas que assumiram as serventias judiciais depois da CF/88, em caráter privado, não têm direito líquido e certo de nelas permanecerem, qualquer que seja a forma de provimento. Há flagrante inconstitucionalidade a partir do momento em que assumem cargo em serventia que deveria ser estatizada. STF. 1ª Turma. MS 29323/DF, MS 29970/DF, MS 30267/DF e MS 30268/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgados em 12/2/2019 (Info 930). O ESCRIVÃO QUE OCUPA SERVENTIA JUDICIAL PROVIDA, EM CARÁTER PRIVADO, ANTES DA CF/88, PODE SER MANTIDO NA TITULARIDADE DA SERVENTIA. O art. 31 do ADCT garante, expressamente, o direito do escrivão nomeado antes da CF/88 de continuar explorando a serventia. Isso porque este dispositivo afirma que, depois da CF/88, deverão ser estatizadas as serventias do foro judicial, “respeitados os direitos dos então titulares”. STF. 1ª Turma. MS 29998/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 28/5/2019 (Info 942).
- CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE. É CABÍVEL ADI CONTRA DECRETO AUTÔNOMO QUE EXTINGUE COLEGIADOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. É cabível ADI contra decreto presidencial que, com fundamento no art. 84, VI, “a”, da CF/88, extingue colegiados da Administração Pública federal. Isso porque se trata de decreto autônomo, que retira fundamento de validade diretamente da Constituição Federal e, portanto, é dotado de generalidade e abstração. STF. Plenário. ADI 6121 MC/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 12 e 13/6/2019 (Info 944).
- COMPETÊNCIA. PARA OS FINS DO ART. 102, I, “N”, DA CF/88, O IMPEDIMENTO DEVE SER AFIRMADO NOS AUTOS DO PROCESSO CUJO DESLOCAMENTO SE PRETENDE. Existe uma decisão proferida pelo TJ em processo coletivo que beneficia diversos servidores do Poder Judiciário. Esses servidores começam a ingressar com execuções individuais pedindo o pagamento dos valores reconhecidos no acórdão do TJ. João é um deles e ajuíza pedido de cumprimento de sentença. O TJ remete a execução individual de João para o STF afirmando que mais da metade dos Desembargadores possui alguma relação de parentesco com outros servidores beneficiados pela decisão. Logo, para o TJ, a competência para julgar todas as execuções individuais seria do STF, com base no art. 102, I, “n”, segunda parte, da CF/88. O STF, contudo, não concordou com a decisão. O STF não é competente para julgar originariamente a execução de João, pois não há impedimento dos Desembargadores. Nenhum deles mantêm relação de parentesco com João, servidor que figura especificamente no processo de execução individual. STF. 1ª Turma. AO 2380 AgR/SE, Rel. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 25/6/2019 (Info 945).
- Importante!!! COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS. LEI ESTADUAL NÃO PODE PROIBIR QUE AS CONCESSIONÁRIAS DE ENERGIA ELÉTRICA COBREM UM VALOR DO CONSUMIDOR PARA A RELIGAÇÃO DO SERVIÇO QUE HAVIA SIDO SUSPENSO POR INADIMPLEMENTO. É inconstitucional lei estadual que proíbe que as empresas concessionárias cobrem “taxa” de religação no caso de corte de fornecimento de energia por atraso no pagamento. Essa lei estadual invadiu a competência privativa da União para dispor sobre energia, violando, assim, o art. 22, IV, da CF/88. Além disso, também interferiu na prestação de um serviço público federal, considerando que o serviço de energia elétrica é de competência da União, nos termos do art. 21, XII, “b”, da CF/88. Ex: concessionária havia “cortado” (suspendido) o serviço de energia elétrica em razão de inadimplemento; o consumidor regularizou a situação, quitando os débitos; a concessionária pode exigir do cliente o pagamento de uma tarifa para efetuar o religamento do serviço; lei estadual não pode proibir que a concessionária cobre esse valor. STF. Plenário. ADI 5610/BA, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 8/8/2019 (Info 946).
- MEDIDAS PROVISÓRIAS. A CF/88 PREVÊ EXPRESSAMENTE QUE É VEDADA A REEDIÇÃO, NA MESMA SESSÃO LEGISLATIVA, DE MEDIDA PROVISÓRIA QUE TENHA SIDO REJEITADA. O STF declarou inconstitucional dispositivo da MP 886/2019, que transferia para o Ministério da Agricultura a competência para realizar a demarcação de terras indígenas. Essa disposição foi declarada inconstitucional porque o Congresso Nacional já havia rejeitado uma outra proposta, com esse mesmo teor, prevista em outra medida provisória (MP 870), editada no mesmo ano/sessão legislativa (2019). Assim, o STF entendeu que houve a reedição, na mesma sessão legislativa, de proposta que já havia sido rejeitada pelo Congresso Nacional, o que violou o § 10 do art. 62 da CF/88: § 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32/2001) Nos termos expressos da Constituição Federal, é vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada. STF. Plenário. ADI 6062 MC-Ref/DF, ADI 6172 MC-Ref/DF, ADI 6173 MC-Ref/DF, ADI 6174 MCRef/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 1º/8/2019 (Info 946).
- COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS. É INCONSTITUCIONAL LEI MUNICIPAL QUE PREVEJA QUE O PODER EXECUTIVO PODERÁ CONCEDER AUTORIZAÇÃO PARA QUE SEJAM EXPLORADOS SERVIÇOS DE RADIODIFUSÃO NO MUNICÍPIO. É formalmente inconstitucional lei municipal que autoriza o Poder Executivo Municipal a conceder a exploração do Serviço de Radiodifusão Comunitária no âmbito do território do Município. O art. 21, XII, “a”, da CF/88 estabelece que a competência para conceder autorização para tais serviços é da União. Além disso, o art. 22, IV da CF/88 confere à União a competência privativa para legislar sobre o tema “radiodifusão”. STF. Plenário. ADPF 235/TO, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 14/8/2019 (Info 947). 
- DIREITO À SAÚDE. PULVERIZAÇÃO AÉREA DE INSETICIDA CONTRA AEDES AEGYPTI PRECISA DE AUTORIZAÇÃO PRÉVIA DE AUTORIDADES SANITÁRIA E AMBIENTAL E COMPROVAÇÃO CIENTÍFICA DA EFICÁCIA DA MEDIDA. O art. 1º, § 3º da Lei nº 13.301/2016 prevê, como uma das medidas para combater o Aedes aegypti,que o poder público fica autorizado a fazer a pulverização, por meio de aeronaves, de produtos químicos para matar o mosquito: § 3º São ainda medidas fundamentais para a contenção das doenças causadas pelos vírus de que trata o caput: IV - permissão da incorporação de mecanismos de controle vetorial por meio de dispersão por aeronaves mediante aprovação das autoridades sanitárias e da comprovação científica da eficácia da medida. O STF deu intepretação conforme a esse dispositivo dizendo que, além da comprovação científica e da aprovação das autoridades sanitárias (mencionadas expressamente no texto da lei), é necessário também que haja a aprovação das autoridades ambientais. A aprovação das autoridades sanitárias e ambientais competentes e a comprovação científica da eficácia da medida são condições prévias e inafastáveis à incorporação de mecanismo de controle vetorial por meio de dispersão por aeronaves. STF. Plenário. ADI 5592/DF, rel. orig. Min. Cármen Lúcia, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 11/9/2019 (Info 951).
- COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS. EM REGRA, A COMPETÊNCIA PARA DAR NOME A LOGRADOUROS PÚBLICOS É DO PREFEITO, POR MEIO DE DECRETO; CONTUDO, A LEI ORGÂNICA PODERÁ PREVER ESSA COMPETÊNCIA TAMBÉM PARA A CÂMARA MUNICIPAL, POR MEIO DE LEI, DESDE QUE NÃO EXCLUA A DO PREFEITO. A Lei Orgânica do Município de Sorocaba/SP previu que cabe à Câmara Municipal legislar sobre “denominação de próprios, vias e logradouros públicos” (art. 33, XII). O STF afirmou que se deve realizar uma interpretação conforme a Constituição Federal para o fim de reconhecer que existe, no caso, uma coabitação normativa entre os Poderes Executivo (decreto) e Legislativo (lei formal) para o exercício da competência destinada à denominação de próprios, vias e logradouros públicos e suas alterações, cada qual no âmbito de suas atribuições. Assim, tanto o chefe do Poder Executivo (mediante decreto) como também a Câmara Municipal (por meio de lei) podem estabelecer os nomes das vias e logradouros públicos. STF. Plenário. RE 1151237/SP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 3/10/2019 (Info 954). 
- Importante!!! Atenção! PGE ADVOCACIA PÚBLICA. O ART. 132 DA CF/88 CONFERE À PGE ATRIBUIÇÃO PARA A CONSULTORIA JURÍDICA E A REPRESENTAÇÃO JUDICIAL APENAS NO QUE SE REFERE À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA, AUTÁRQUICA E FUNDACIONAL. É inconstitucional lei estadual que confira à Procuradoria-Geral do Estado (PGE) competência para controlar os serviços jurídicos e para fazer a representação judicial de empresas públicas e sociedades de economia mista, inclusive com a possibilidade de avocação de processos e litígios judiciais dessas estatais. Essa previsão cria uma ingerência indevida do Governador na administração das empresas públicas e sociedades de economia mista, que são pessoas jurídicas de direito privado, o que impede a defesa dessas entidades. Isso porque é o chefe do poder executivo estadual quem escolhe o Procurador-Geral do Estado. Desse modo, num eventual litígio, por exemplo, entre uma sociedade de economia mista e a administração pública direta, o Governador poderia determinar a avocação do processo e defender o seu próprio interesse. Haveria, portanto, partes conflituosas, no mesmo litígio, com o mesmo advogado. . O art. 132 da CF/88 confere às Procuradorias dos Estados/DF atribuição para as atividades de consultoria jurídica e de representação judicial apenas no que se refere à administração pública direta, autárquica e fundacional. STF. Plenário. ADI 3536/SC, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 2/10/2019 (Info 954). 
- TEMAS DIVERSOS. É FORMALMENTE INCONSTITUCIONAL RESOLUÇÃO DO SENADO QUE AUTORIZA QUE OS ESTADOS, O DISTRITO FEDERAL E OS MUNICÍPIOS TRANSFIRAM A COBRANÇA DE SUAS DÍVIDAS ATIVAS A INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS. A Resolução 33/2006, do Senado Federal, autorizou que os Estados, o Distrito Federal e os Municípios transferissem a cobrança de suas dívidas ativas, por meio de endossos-mandatos, a instituições financeiras. Essa Resolução foi editada sob o fundamento de que estaria tratando sobre operações de crédito, nos termos do art. 52, VII, da CF/88: Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: (...) VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público federal. O STF julgou inconstitucional essa Resolução porque a cessão a instituições financeiras, por endosso-mandato, de valores inscritos em dívida ativa estatal não pode ser enquadrada no conceito de operação de crédito (art. 29, III, da LC 101/2000). Não há, portanto, correspondência entre o conceito de operação de crédito da LRF e a “cessão” disciplinada pela Resolução nº 33/2006. A alteração na forma de cobrança da dívida ativa (seja ela tributária ou não-tributária) exige lei em sentido estrito, de modo que não pode o Senado Federal disciplinar a matéria por meio de resolução. STF. Plenário. ADI 3786/DF e ADI 3845/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgados em 3/10/2019 (Info 954). 
ENDOSSO-MANDATO: o endosso-mandato ou endosso-procuração é aquele por meio do qual o endossante transfere ao endossatário o poder para que este atue como seu representante, de forma que o endossatário poderá exercer os direitos que o endossante possui e que são relacionados com determinado título de crédito. Desse modo, havendo endosso-mandato, o endossatário (geralmente, um banco) poderá cobrar, protestar e executar o título de crédito do endossante. O endossatário recebe o título de crédito apenas para efetuar a cobrança do valor nele mencionado e dar a respectiva quitação; após a cobrança, o endossatário deverá devolver o dinheiro ao endossante, descontada sua remuneração por esse serviço 
ENDOSSO IMPRÓPRIO: o endosso-mandato é uma espécie de endosso impróprio. O endosso impróprio, ao contrário do endosso translativo, não transfere o crédito para o endossatário, mas apenas permite que este (o endossatário) tenha a posse do título para agir em nome do endossante (endosso-mandato) ou como garantia de uma dívida que o endossante tenha com o endossatário (endosso-caução). 
- CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE. UMA LEI QUE TENHA DESTINATÁRIOS DETERMINÁVEIS CONTINUA POSSUINDO CARÁTER ABSTRATO E GERAL E PODE SER IMPUGNADA POR MEIO DE ADI. Mesmo que uma lei seja fruto de acordo homologado judicialmente, ela poderá ser objeto de ADI, não havendo violação da coisa julgada material O fato de uma lei possuir destinatários determináveis não retira seu caráter abstrato e geral, tampouco a transforma em norma de efeitos concretos. STF. 1ª Turma. RE 1186465 AgR/TO, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 8/10/2019 (Info 955). Foi proposta ADI contra lei municipal. O TJ não conheceu da ação sob o argumento de que a lei impugnada seria fruto de um acordo homologado judicialmente. Logo, não seria possível rediscutir a matéria por meio de ação direta de inconstitucionalidade, considerando que haveria violação à coisa julgada material. O STF concordou com essa conclusão? NÃO. O fato de a lei ter sido aplicada em casos concretos, com decisões transitadas em julgado, em nada interfere na possibilidade dessa mesma norma ser analisada, abstratamente, em sede de ação direta de inconstitucionalidade. Acordos homologados judicialmente jamais podem afastar o controle concentrado de constitucionalidade das leis. STF. 1ª Turma. RE 1186465 AgR/TO, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 8/10/2019 (Info 955). Vale ressaltar que é possível que o Poder Judiciário produza decisões que conflitem com a própria Constituição Federal, gerando a chamada coisa julgada inconstitucional, de modo que não apenas atos do Poder Legislativo têm o condão de ser declarados inconstitucionais. Desse modo, não pode prevalecer a afirmação do TJ no sentido de que a norma tida por viciada não pode ser objeto de ADI, pois se discute aqui a constitucionalidade da lei impugnada, e não o trânsito em julgado dos acordos homologados judicialmente.- TRIBUNAL DE CONTAS. O TCU (E NÃO O TCDF) É O ÓRGÃO COMPETENTE PARA FISCALIZAR OS RECURSOS DECORRENTES DO FUNDO CONSTITUCIONAL DO DISTRITO FEDERAL. O Tribunal de Contas da União (TCU) é o órgão competente para fiscalizar os recursos decorrentes do Fundo Constitucional do Distrito Federal (art. 21, XIV, da CF/88 e Lei nº 10.633/2002). Os recursos destinados ao Fundo Constitucional do Distrito Federal pertencem aos cofres federais, consoante disposto na Lei 10.663/2002. Logo, a competência para fiscalizar a aplicação dos recursos da União repassados ao FCDF é do Tribunal de Contas da União. STF. 2ª Turma. MS 28584/DF, rel. orig. Min. Ricardo Lewandowski, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 29/10/2019 (Info 958). 
- DIREITO ADQUIRIDO. É constitucional o art. 38 da Lei 8.880/94, não importando a aplicação imediata desse dispositivo em violação ao art. 5º, XXXVI, da CF/88 .O art. 38 da Lei nº 8.880/94 previu que a URV deveria ser utilizada como parâmetro de cálculo dos índices de correção monetária nos dois primeiros meses de implantação do Plano Real. As pessoas que tinham contratos em vigor e que haviam sido celebrados antes da Lei nº 8.880/94 começaram a questionar a aplicação imediata deste dispositivo. Alegaram que a sua aplicação aos contratos em vigor seria inconstitucional por violar o direito adquirido (art. 5º, XXXVI, da CF/88). O STF não concordou com essa tese e decidiu que: É constitucional o art. 38 da Lei nº 8.880/94 e que a sua aplicação imediata para os contratos em vigor não violou a garantia do “direito adquirido”, prevista no art. 5º, XXXVI, da Constituição Federal. Não é possível opor a cláusula de proteção ao direito adquirido ou ato jurídico perfeito em face da aplicação imediata de normas que tratam de regime monetário, as quais possuem natureza estatutária e institucional, como é a situação daquelas responsáveis por substituir uma moeda por outra. As normas que tratam do regime monetário - inclusive, portanto, as de correção monetária -, têm natureza institucional e estatutária, insuscetíveis de disposição por ato de vontade, razão pela qual sua incidência é imediata, alcançando as situações jurídicas em curso de formação ou de execução. STF. Plenário. ADPF 77/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 16/5/2019 (Info 940). STF. 1ª Turma. RE 307108/RJ, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 12/11/2019 (Info 959). Obs: segundo o STF, não cabe ADC quanto a ato normativo revogado ou que já teve os efeitos exauridos – no caso a ação correta é a ADPF.
- TRIBUNAL DE CONTAS. O PRAZO DECADENCIAL PREVISTO NA LEI Nº 9.784/99 NÃO SE APLICA ÀS TOMADAS DE CONTAS REGIDAS PELA LEI Nº 8.443/92. O prazo decadencial quinquenal, previsto no art. 54 da Lei nº 9.784/99, não se aplica para a atuação do TCU em processo de tomada de contas, considerando que se trata de procedimento regido pela Lei nº 8.443/92, que se constitui em norma especial. Em suma, o prazo decadencial de 5 anos, previsto no art. 54 da Lei nº 9.784/99, não se aplica aos processos de tomada de contas conduzidos pelo TCU considerando que existe uma lei específica que rege o tema. SUSPENSÃO DE PAGAMENTOS QUE ESTÃO SENDO REALIZADOS COM BASE EM CONTRATO INVESTIGADO EM TOMADA DE CONTAS. TCU possui a competência para determinar que empresa pública federal (BNDES) suspenda pagamentos que estão sendo realizados com base em contrato de confissão de dívida cuja regularidade está sendo apurada em tomada de contas. STF. 1ª Turma. MS 35038 AgR/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 12/11/2019 (Info 959).
- CONCURSO PÚBLICO. NÃO SE PODE DIZER QUE O CNJ TENHA SURPREENDIDO OS CANDIDATOS AO RETIRAR DETERMINADA PONTUAÇÃO DOS TÍTULOS DO CONCURSO SE, ANTES DESSA FASE, O CONSELHO JÁ TENHA MANIFESTADO ESSE MESMO ENTENDIMENTO. O CNJ, em procedimento de controle administrativo, determinou à comissão de concurso público para serventias notariais e registrais que afastasse a possibilidade de o título pelo exercício do magistério superior ser computado duas vezes caso o candidato tenha sido admitido com concurso público e sem concurso público (dois vínculos), devendo ser considerado apenas um dos títulos. Um dos candidatos prejudicados impetrou mandado de segurança, afirmando que o CNJ teria dado nova interpretação a normas relativas ao concurso público, sendo inviável sua aplicação retroativa. O STF não concordou. Ao contrário do que alegado pelo impetrante, não há comprovação de que o CNJ tenha efetivamente surpreendido os candidatos com qualquer mudança de entendimento. Os documentos juntados aos autos demonstram que, antes da fase de títulos, houve pronunciamento do Plenário do CNJ afirmando a impossibilidade de acumulação de títulos de exercício de magistério decorrentes de vínculos diversos. No procedimento de controle administrativo essa interpretação foi apenas reiterada. Dessa maneira, concluiu não haver ilegalidade praticada pelo CNJ. STF. 1ª Turma. MS 35992/RS e MS 36218/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgados em 12/11/2019 (Info 959).
- Importante!!! Mudança de entendimento! Atualize o Info 790-STF PROCESSO LEGISLATIVO. A CONSTITUIÇÃO ESTADUAL SÓ PODE EXIGIR LEI COMPLEMENTAR PARA TRATAR DAS MATÉRIAS QUE A CONSTITUIÇÃO FEDERAL TAMBÉM EXIGIU LEI COMPLEMENTAR. A Constituição Estadual não pode ampliar as hipóteses de reserva de lei complementar, ou seja, não pode criar outras hipóteses em que é exigida lei complementar, além daquelas que já são previstas na Constituição Federal. Se a Constituição Estadual amplia o rol de matérias que deve ser tratada por meio de lei complementar, isso restringe indevidamente o “arranjo democrático-representativo desenhado pela Constituição Federal”. Caso concreto: STF declarou a inconstitucionalidade de dispositivo da CE/SC que exigia a edição de lei complementar para dispor sobre: a) regime jurídico único dos servidores estaduais; b) organização da Polícia Militar; c) organização do sistema estadual de educação e d) plebiscito e referendo. Esses dispositivos foram declarados inconstitucionais porque a CF/88 não exige lei complementar para disciplinar tais assuntos. STF. Plenário. ADI 5003/SC, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 5/12/2019 (Info 962). 
	DIREITO ADMINISTRATIVO
- REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL. Inconstitucionalidade das sanções decorrentes da negativa de expedição de CRP. Ao editar o art. 7º da Lei nº 9.717/98 e o Decreto nº 3.788/2001, a União extravasou a competência legislativa para a edição de normas gerais sobre previdência social. A União extrapolou os limites de sua competência legislativa na edição da Lei nº 9.717/98, ao impor sanções decorrentes da negativa de expedição de Certificado de Regularidade Previdenciária (CRP). STF. 1ª Turma. ACO 3134 TP-AgR/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, red. p/ ac. Min. Marco Aurélio, julgado em 18/12/2018 (Info 928).
- CONCURSO PÚBLICO. É INCONSTITUCIONAL DISPOSITIVO LEGAL QUE PREVEJA A POSSIBILIDADE DE O INDIVÍDUO APROVADO NO CONCURSO TOMAR POSSE E ENTRAR EM EXERCÍCIO, DE IMEDIATO, NA CLASSE FINAL DA CARREIRA. É inconstitucional lei que preveja a possibilidade de o indivíduo aprovado no concurso público ingressar imediatamente no último padrão da classe mais elevada da carreira. Essa disposição afronta os princípios da igualdade e da impessoalidade, os quais regem o concurso público. Por essa razão, o STF declarou a inconstitucionalidade do § 1º do art. 18 da Lei nº 8.691/93. STF. Plenário. ADI 1240/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 28/2/2019 (Info 932).
- Importante!!! SERVIDORES PÚBLICOS TETO REMUNERATÓRIO DE PROCURADORES MUNICIPAIS É O SUBSÍDIO DE DESEMBARGADOR DE TJ. A expressão "Procuradores", contida na parte final do inciso XI do art. 37 da Constituição da República, compreende os procuradores municipais, uma vez que estes se inserem nas funções essenciais à Justiça, estando, portanto, submetidos ao teto de 90,25% (noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento) do subsídio mensal, em espécie, dos ministros do STF. STF. Plenário.RE 663696/MG, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 28/2/2019 (Info 932). Tabela atualizada:
	Teto NACIONAL: subsídio dos Ministros do STF Ninguém poderá receber acima desse valor; as Constituições estaduais e leis orgânicas podem fixar subtetos para Estados/DF e Municípios; tais subtetos também deverão respeitar o teto nacional.
	Subteto na União
	Subteto nos Estados e DF
	Subteto nos Municípios
	Subsídio dos Ministros do STF
	Existem duas opções: 
Opção 1 (subtetos diferentes para cada um dos Poderes): Executivo: subsídio do Governador. Legislativo: subsídio dos Deputados Estaduais. Judiciário (inclui MP, Defensoria e Procuradoria): subsídio dos Desembargadores do TJ, limitado a 90,25% do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do STF.* 
Opção 2 (subteto único para todos os Poderes): o valor máximo seria o subsídio dos Desembargadores do TJ, limitado a 90,25% do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do STF.* 
O subsídio dos Deputados Estaduais/Distritais seguirá regras próprias (§ 2º do art. 27), não estando sujeito ao subsídio dos Desembargadores mesmo que se adote esta 2ª opção. 
Vale ressaltar que quem define se o Estado-membro adotará subtetos diferentes ou único é a Constituição estadual. 
* A CF/88 dá a entender que o subsídio dos Desembargadores e dos juízes estaduais não poderia ser maior que 90,25% do subsídio do Ministro do STF. O STF, contudo, declarou que esta interpretação é inconstitucional (STF ADI 3.854). O teto para os Desembargadores e juízes estaduais é 100% do subsídio dos Ministros do STF, ou seja, eles podem, em tese, receber o mesmo que os Ministros do STF. Vale ressaltar, no entanto, que o limite de 90,25% do subsídio dos Ministros do STF aplica-se sim para os servidores do Poder Judiciário estadual (na opção 1) e para os servidores dos três Poderes estaduais (na opção 2).
	Subsídio do Prefeito 
Obs: os procuradores municipais estão submetidos ao teto de 90,25% do subsídio mensal, em espécie, dos ministros do STF
- Importante!!! RESPONSABIBILIDADE CIVIL. O ESTADO RESPONDE, OBJETIVAMENTE, PELOS DANOS CAUSADOS POR NOTÁRIOS E REGISTRADORES. O Estado responde, objetivamente, pelos atos dos tabeliães e registradores oficiais que, no exercício de suas funções, causem dano a terceiros, assentado o dever de regresso contra o responsável, nos casos de dolo ou culpa, sob pena de improbidade administrativa. O Estado possui responsabilidade civil direta, primária e objetiva pelos danos que notários e oficiais de registro, no exercício de serviço público por delegação, causem a terceiros. STF. Plenário. RE 842846/RJ, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 27/2/2019 (repercussão geral) (Info 932). OBS: seria possível propor ação indenizatória única e exclusivamente em face do Oficial? Embora o STF não tenha se manifestado a respeito, o prof. entende que sim. 
	Ação de indenização proposta por pessoa que sofreu dano em razão de ato de notário ou registrador
	Se for proposta contra o Estado:
	Se for proposta contra o Oficial:
	Responsabilidade objetiva. 
Prazo prescricional: 5 anos. 
Receberá por precatório ou RPV.
	Responsabilidade subjetiva (art. 22 da Lei 8935/94) 
Prazo prescricional: 3 anos 
Receberá por execução comum 
A responsabilidade civil dos notários e registradores não precisa ser, necessariamente, objetiva, tal qual prevê o art. 37, § 6º, da CF/88, considerando que o constituinte facultou ao legislador a opção de estipular regra diversa. Em outras palavras, a própria Constituição Federal retirou o assento constitucional da regulação da responsabilidade civil e criminal dos notários, relegando-a à autoridade legislativa. A disciplina conferida à matéria pelo legislador consagra a responsabilidade civil subjetiva dos notários e oficiais de registro. Portanto, não compete ao STF fazer interpretação analógica e extensiva, a fim de equiparar o regime jurídico da responsabilidade civil de notários ao das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos (art. 37, § 6º, da CF/88). Ademais, o art. 37, § 6º, da CF/88 se refere a “pessoas jurídicas” prestadoras de serviços públicos, ao passo que notários e tabeliães respondem civilmente como “pessoas naturais” delegatárias de serviço público, nos termos do referido dispositivo legal. A conclusão acima exposta já era o entendimento do STF. No entanto, o STJ possuía inúmeros julgados em sentido diferente (ex: AgRg no REsp 1377074/RJ) e agora aquele Tribunal terá que se adequar à posição do STF, tendo em vista que a tese foi fixada sob a sistemática da repercussão geral.
- Importante!!! LICITAÇÃO. CORREIOS PODEM SER CONTRATADOS SEM LICITAÇÃO, COM FUNDAMENTO NO ART. 24, VIII, DA LEI 8.666/93, PARA A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE LOGÍSTICA. A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), empresa pública federal, pode ser contratada sem licitação, com fundamento no art. 24, VIII, da Lei nº 8.666/93, para a prestação de serviços de logística: Art. 24 (...) VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado; A ECT preenche todos os requisitos legais necessários à possibilidade de sua contratação direta, haja vista integrar a Administração e ter sido criada em data anterior à da Lei nº 8.666/93 para prestação de serviços postais, dentre os quais se incluem os serviços de logística integrada. STF. 2ª Turma. MS 34939/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 19/3/2019 (Info 934).
- ATO ADMINISTRATIVO. MP QUE CONFERE STATUS DE MINISTRO DE ESTADO AO CHEFE DA SECRETARIA-GERAL DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA NÃO É INCONSTITUCIONAL POR DESVIO DE FINALIDADE. Não é inconstitucional medida provisória que, ao tratar sobre os órgãos vinculados à Presidência da República, confere status de Ministro de Estado ao chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, ainda que seu titular a ser nomeado, venha a ter foro por prerrogativa de função no STF. Não há desvio de finalidade na edição deste ato. A norma, ao estabelecer a organização básica dos Ministérios e demais órgãos ligados à Presidência da República, é matéria que está no âmbito decisório do chefe do Poder Executivo da União. Não se sustenta, do ponto de vista jurídico, o argumento de que a criação da Secretaria-Geral com status de Ministério de Estado implicaria burla aos postulados constitucionais de moralidade e probidade na Administração, porque a criação ou extinção de ministérios e órgãos da Presidência também está no campo de decisão do chefe do Poder Executivo. A nomeação de determinada pessoa para o cargo de Ministro de Estado é um ato subsequente e que, em princípio, está na alçada político-administrativa do Presidente da República (art. 84), desde que presentes os requisitos do art. 87 da CF/88. STF. Plenário. ADI 5717/DF, ADI 5709/DF, ADI 5716/DF e ADI 5727/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgados em 27/3/2019 (Info 935). 
- CÓDIGO DE TRÂNSITO. CTB PODE EXIGIR A QUITAÇÃO DO PAGAMENTO DOS TRIBUTOS, ENCARGOS E MULTAS COMO CONDIÇÃO PARA QUE O VEÍCULO POSSA CIRCULAR. RESOLUÇÃO DO CONTRAN NÃO PODE ESTABELECER PENALIDADES, DEVENDO AS SANÇÕES SER PREVISTAS EM LEI EM SENTIDO FORMAL E MATERIAL. CTB pode exigir a quitação do pagamento dos tributos, encargos e multas como condição para que o veículo possa circular O CTB prevê que só poderá ser expedido novo certificado de registro de veículo e novo certificado de licenciamento anual se ficar comprovado o pagamento dos débitos relativos a tributos, encargos e multas vinculadas ao veículo, independentemente da responsabilidade pelas infrações cometidas (arts. 124, VIII, 128, e 131, § 2º). Tais dispositivos são constitucionais e não limitam o direito de propriedade. Além disso, não se constituem em sanções políticas. STF. Plenário. ADI 2998/DF, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 10/04/2019 (Info 937). RESOLUÇÃO

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