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FUNDAMENTOS PARA O 
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO 
ADOLESCENTE
O contexto histórico da criação do ECA
INTRODUÇÃO
A responsabilidade sobre a infância cabe à família e ao Estado. Segundo o Estatuto da
Criança e do Adolescente – ECA (BRASIL, 1990), criança é o indivíduo de 0 a 12 anos e é
inimputável, ou seja, não pode responder penalmente pelos seus atos.
A partir do aniversário de 12 anos esse indivíduo é considerado adolescente e deixa de ser
inimputável, podendo responder criminalmente através de medidas socioeducativas.
Veremos mais detalhes sobre isso nos próximos capítulos.
O fato é que quem rege a responsabilidade da criança e do adolescente e sobre a criança e
o adolescente é o ECA e veremos a seguir, qual o contexto histórico e social para a criação
do mesmo em 1990.
Evolução do Conceito de Infância
Embora o tratamento dado à infância atualmente seja reforçado
por um paradigma de estímulo ao desenvolvimento e à proteção
da criança, ainda assim, existem algumas diferenças dentro de
uma mesma sociedade e comunidade, pois temos que levar em
consideração os valores familiares, o aspecto econômico, o nível
cultural e educacional dos pais, as tradições e a religiosidade,
entre outros detalhes que irão influenciar na criação, nos
cuidados e na educação das crianças.
Se pensarmos de uma forma histórica, nem todas as sociedades tratam a criança do mesmo modo. Nem no
período atual e menos ainda no passado. Na Idade Média, a diferença de tratamento entre crianças e adultos era
mínima. Através de documentos, literatura, pinturas, diários de família e outras fontes históricas, notamos que
nesse período o conceito de infância, tal qual o temos atualmente, não existia.
FEUDO DA IDADE MÉDIA
A IDADE MÉDIA
A Idade Média era uma sociedade feudal, ou seja, a vida se desenvolvia dentro de um feudo, onde havia um
senhor (o dono das terras) que ditava as regras para sua propriedade. A Igreja Católica exercia bastante
influência sobre este senhor e consequentemente sobre seus servos. O senhor feudal tinha poder quase
que ilimitado sobre seus servos, ditando regras e leis próprias. A Igreja Católica dominava a
intelectualidade e a cultura e corroborava o feudalismo.
Nessa época, a criança era considerada um pequeno adulto. Trabalhava em casa desde muito cedo e assim
que tivesse força física era encaminhada a outros ofícios. Não havia proteção intelectual, nem física. As
famílias tinham muitos filhos e ansiavam para que estes crescessem depressa para poderem realizar mais
tarefas, porém, devido à falta de cuidados, de atenção e às péssimas condições de higiene da época,
muitas crianças morriam ainda bebês.
Quando chegavam aos sete anos, as crianças pobres eram colocadas em outra família para aprender
ofícios, enquanto as crianças ricas teriam educação apropriada ao gênero e classe social, ou seja,
meninas tinham tutoras que lhes ensinava dotes femininos e meninos tutores que lhes ensinava disciplinas
acadêmicas e manejo de armas. Assim, a criança perdia muito cedo o contato com os pais e irmãos, e os
laços familiares não se fortaleciam.
A FAMÍLIA BURGUESA
Com o enfraquecimento do modelo feudal e o crescimento do mercantilismo, as cidades começam
a crescer, a burguesia ganha influência e o comércio se torna o principal objetivo econômico da
Europa Ocidental. Algumas concepções de infância começam a se difundir, como as que afirmam
ser a mesma um ser frágil, incapaz, inocente, o que gera uma atitude exageradamente
paternalista por parte dos adultos. Assim, se forma a família burguesa (AMADO, 2007).
A Revolução Industrial na Europa Ocidental fortaleceu a burguesia e seus ideais. A família
burguesa protegia sua prole, pois desejava passar seu legado aos seus descendentes. Os pais
passaram a ver os filhos com interesses econômicos, sociais e políticos, e não mais como mão-
de-obra, portanto, era importante que eles crescessem fortes, sadios e bem-educados para
fazerem casamentos interessantes para suas famílias. Assim, as crianças passam a ser vistas
como algo que deve ser protegido, educado e desenvolvido: os fundamentos do conceito de
infância atual.
A Infância no Brasil
Como o Brasil sempre seguiu o modelo europeu de sociedade, aqui também tivemos uma
evolução parecida no conceito de infância. No século XIX, haviam as crianças filhas dos
escravizados, que já nasciam escravizadas também e eram tratadas como mão-de-obra, sem
cuidados, sem direitos e sem proteção.
Tratamento parecido tinham os filhos das famílias pobres, excetuando somente a questão de
serem libertos. As famílias abastadas costumavam educar seus filhos com tutores e não
tinham muito contato com as crianças. Os meninos iam bem pequenos para colégios internos
e algumas meninas também. A Igreja Católica influenciava imensamente a educação das
crianças ricas.
Em se tratando de leis, as crianças respondiam criminalmente até o século XX, quando um
fato hediondo acontece um uma cadeia nacional. O menino Bernadino, engraxate, é preso após
jogar tinta em um cliente que não o pagou. Na cadeia é estuprado por mais de 20 homens
adultos e depois jogado na rua. Ele foi levado ao hospital, onde contou o acontecido aos
jornalistas, que publicaram a história. A sociedade ficou escandalizada e cobrou das
autoridades medidas diferenciadas de punição aos menores.
Assim, em dezembro de 1927 uma nova lei do menor torna inimputáveis os menores de 18
anos. A idade de responsabilidade penal passa por oscilações ao longo do século XX. Durante a
década de 1960 são criadas a FUNABEM – Fundação do Bem-Estar do Menor, e a FEBEM, que
deveria servir de lar para menores abandonados ou infratores.
Mudanças significativas só viriam com a redemocratização do país na década de 1980 e a
nova Constituição Federal.
Imagens: http://crianca.mppr.mp.br/pagina-2174.html
http://crianca.mppr.mp.br/pagina-2174.html
Constituição Federal de 1988
A lei máxima de nosso país é a Constituição Federal, sendo a última publicada em 1988.
É destaque dessa lei a importância da família e da sociedade na educação, tanto que
na Seção I, do Capítulo III, do Título VIII – Da ordem social, se lê no artigo 205:
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a
colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício
da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Além da educação, o Estado tem o dever de proteger, de amparar, de fornecer
moradia, saúde e lazer às crianças. O artigo 227 estabelece como dever da família, da
sociedade e do Estado
[...]assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e
à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão (BRASIL, 1988).
A criação da C.F.
https://fernandomagalhaescosta.jus
brasil.com.br/artigos/764596927/a-
constituicao-federal-de-05-de-
outubro-de-1988
https://fernandomagalhaescosta.jusbrasil.com.br/artigos/764596927/a-constituicao-federal-de-05-de-outubro-de-1988
O Surgimento do ECA
O Estatuto foi criado logo após a promulgação da Constituição
de 1988 para regulamentar o artigo 227, citado acima, que
garantia às crianças e adolescentes os direitos fundamentais
de sobrevivência, de desenvolvimento pessoal e social, de
integridade física, psicológica e moral, além de protegê-los de
forma especial, através de dispositivos legais diferenciados. O
ECA foi criado a partir de muitas discussões internas e
externas sobre a conduta que um país deve adotar em relação
às suas crianças.
A Organização das Nações Unidas – ONU, havia publicado um artigo que enfocava a proteção da criança de forma integral e muitos movimentos
populares pediam mais proteção à infância. Mais de um milhão de assinaturas foram coletadas pela sociedade e enviadas ao Congresso Nacional
para que se criasse uma lei mais específica paracrianças e adolescentes, que os protegesse e zelasse pelos seus direitos. Para a criação do ECA,
foi analisado e adotado o que havia de mais atual nas leis internacionais de proteção à infância e à juventude.
Em 1989, a mobilização dos meninos e meninas de rua ocupou
o Congresso Nacional para aprovar o Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA), sancionado em julho de 1990 / Arquivo
PMMR
Já comentamos que a responsabilidade pela criança e pelo adolescente cabe tanto ao Estado
quanto à família. Nesta aula, iremos abordar as diferenças entre a família natural (biológica) e a
família substituta. Para o ECA, existem três tipos de família para a criança e/ou o adolescente
(Artigo 25, BRASIL, 1990):
 Família Natural: os pais e seus descendentes;
 Família Extensa: formada por parentes e vínculos afetivos;
 Família Substituta: para qual o menor é encaminhado em situações de exceção, sendo isto
através de guarda, tutela ou adoção.
A prioridade da criação do menor, segundo o ECA, sempre será da família natural, porém, existem
alguns casos excepcionais, nos quais o Estado retira o menor desta família, quando esta não é
capaz de suprir o necessário e garantir os cumprimentos dos direitos do mesmo.
Tanto a Constituição Federal quanto o Estatuto da
Criança e do Adolescente garantem proteção
integral à infância. Na Constituição temos isso
explicitado no artigo 227 (BRASIL, 1988), que foi
totalmente transcrito para o artigo 4º do ECA
(BRASIL, 1990):
É dever da família, da sociedade e do Estado
assegurar à criança e ao adolescente, com
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda
forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão.
Fonte: MPSC
Os aspectos relacionados ao bem-estar do menor que
devem ser garantidos pela família são (LACERDA, SANTOS
& SAMPAIO, 2015):
 Afeto e acolhimento emocional;
 Proteção física e segurança;
 Atendimento das necessidades básicas de higiene,
moradia e alimentação;
 Atenção ao desenvolvimento moral e intelectual;
 Condições de vida saudável no aspecto físico e psíquico;
 Preservação da infância e suas características;
 Respeito às individualidades;
 Interação e desenvolvimento social.
 A Guarda: os poderes da família natural se mantêm, porém, o menor é colocado
temporariamente sob responsabilidade de terceiros, sendo que estes atenderão a
todas as necessidades materiais, sociais e psicológicas da criança;
 Tutela: quando não existir mais a família natural, por falecimento dos pais ou
outros eventos, o menor é colocado sob tutela do Estado ou de terceiros;
• Adoção: o menor é colocado 
definitivamente sob 
responsabilidade de uma nova 
família.
Para entender mais, assista ao vídeo 
https://youtu.be/38B5RYCy6ds
https://youtu.be/38B5RYCy6ds
https://youtu.be/38B5RYCy6ds
OS ÓRFÃOS DO COVID
Famílias revelam o desafio de 
criar crianças e adolescentes que 
perderam os pais na pandemia 
de COVID-19.
A mãe, Francilene Azevedo, morreu três
dias depois de ter sido internada na UPA
com sintomas do coronavírus e deixou,
além de Lucas, Amanda, de 4 anos,
Giulia, de 9, e Kalil, de 16.
Os quatro irmãos manauaras tentam se
reestruturar e descobrir caminhos para
seguir a vida sem a peça central da
família.
Como Lucas, outras pessoas no Brasil da
pandemia assumem da noite para o dia a
tarefa de criar crianças que perderam
familiares diretos.
Matéria completa: 
https://brasil.elpais.com/brasil/2021-03-04/como-
se-viram-as-familias-com-orfaos-da-covid-19.html
https://brasil.elpais.com/ciencia/2020-09-29/como-sei-se-tenho-resfriado-gripe-ou-covid-19.html
https://brasil.elpais.com/brasil/2021-03-04/como-se-viram-as-familias-com-orfaos-da-covid-19.html
GUARDA, TUTELA, 
ADOÇÃO E ADOÇÃO 
INTERNACIONAL
A GUARDA
A guarda é passada a terceiros quando os direitos do menor estão sendo
descumpridos. A família ou indivíduo responsável pela guarda do menor
deverá cumprir todos os deveres para com o mesmo, sendo que se
descumprir qualquer prescrição do poder judiciário poderá sofrer sanções
do Estado.
O guardião da criança ou adolescente deve se responsabilizar pela
segurança material e psicossocial do menor, sendo pelo artigo 33 do ECA
(BRASIL, 1990) nessa condição, “a guarda obriga a prestação de
assistência material, moral e educacional à criança ou adolescente,
conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos
pais”. Sendo assim, a guarda não retira de cada um dos pais o poder,
mas pode estender esse poder a outrem. Nem tampouco os direitos do
menor sobre herança e afins.
Quando existe ausência, omissão ou abuso por parte dos pais ou
responsáveis pela criança ou adolescente, o Ministério Público aciona a
Guarda Estatutária (não cumprimento do artigo 227 da Constituição ou
do artigo 3º do ECA). Pode ser temporário ou definitivo, dependendo da
avaliação do juizado de menores.
Existe o caso em que a guarda está relacionada à relação
entre os próprios pais do menor, como no caso de separação,
por exemplo. Nesse caso, os pais podem compartilhar a
guarda ou pedir guarda unilateral. Na guarda unilateral, o
contato do pai ou mãe que não possui a mesma é
supervisionado e regulado pelo juiz da infância. O juiz, nesse
caso, atua conforme o artigo 1.584, I, do Código Civil.
Também pode haver guarda temporária por terceiros quando
há risco de vida para a criança ou adolescente. Geralmente,
esses terceiros são famílias que possuem parentesco ou alguma
afinidade/afetividade com o menor. O Ministério Público é o
representante do Estado no cumprimento do ECA. Para isso,
existem órgãos como o Conselho Tutelar, que fiscalizam o
cumprimento dos deveres pelos guardiões.
Outra possibilidade é a guarda concedida, excepcionalmente,
“fora dos casos de tutela e adoção, para atender a situações
peculiares ou suprir a falta eventual dos pais ou responsável,
podendo ser deferido o direito de representação para a
prática de atos determinados” .
Pais adotivos perdem a guarda da
criança para a avó paterna: justiça
considerou muito drástica a
retirada da criança da família
natural.
Matéria completa:
https://www.otempo.com.br/ci
dades/pais-adotivos-perdem-
guarda-de-menina-de-8-anos-
para-avo-biologica-1.2418620
https://www.otempo.com.br/cidades/pais-adotivos-perdem-guarda-de-menina-de-8-anos-para-avo-biologica-1.2418620
A TUTELA 
A tutela é acionada para proteger os direitos da criança e do
adolescente. O tutor legal passa então a ter o poder e
responsabilidade sobre o patrimônio e a vida pessoal do menor, no
caso de ausência dos pais (falecidos, enfermos ou viajando, etc.).
A tutela é aplicada quando o menor ficar órfão, quando os pais vivos
ficam impedidos de exercer o poder familiar, por razões graves,
fáticas e comprovadas (prisão, doença grave, destituição por
violação de direitos, etc.).
Pode ser aplicada também à pessoa de até vinte e um anos de idade
incompletos, mas nesse caso não é responsabilidade das Varas da
Infância e da Juventude, sendo de jurisdição das Varas de Família.
Esse tutor pode sofrer sanções legais caso não exerça corretamente
suas responsabilidades.
Tipos de Tutela
 Testamentária: quando os próprios pais por testamento ou codicílio
(documento informal assemelhado ao testamento escrito de
próprio punho), ou qualquer outro documento autêntico, designam
ou nomeiam quem será o tutor dos filhos (Art. 1.729, do Código
Civil, BRASIL, 2002);
 Dativa: quando não existir tutor testamentário ou natural, ou os
nomeados se recusarem a tal incumbência, o juiz nomeará novo
tutor (Art. 1.732, do Código Civil, BRASIL, 2002);
 Legítima: quando, na falta de uma indicação dos pais, é
considerado o grau de parentesco na preferência da tutela, sendo
primeiramente os pais, depois os avós; depois parentes até o
terceiro grau (irmãos e tios) preferindo os mais próximos aos mais
remotos em grau de parentesco e, osmais velhos aos mais moços,
quando do mesmo grau. (Art. 1.731, do Código Civil, BRASIL, 2002).
O Juiz não precisa obedecer essa ordem, ele deve considerar
condições afetivas e de afinidade com o menor. O tutor deve ser
também digno de receber essa responsabilidade, deve ser maior de
18 anos e ter a sua idoneidade incólume.
A pessoa designada pode se recusar a assumir (Art. 1728 e SS, Art.
1.736 e 1.737, BRASIL, 2002):
 Mulheres casadas;
 Maiores de sessenta anos; 
 Aqueles que tiverem sob sua autoridade mais de três filhos;
 Os impossibilitados por enfermidade; 
 Aqueles que habitarem longe do lugar onde se haja de exercer a 
tutela; 
 Aqueles que já exercerem tutela ou curatela; 
 Militares em serviço. 
O tutor não é obrigado a exercer a tutela por mais de dois
anos, sendo que findo esse tempo, ele deve comunicar ao
juiz sua decisão. Por se tratar de um ato jurídico aplicado
como sucedâneo (substituto) do poder familiar, a tutela
somente se justifica para aqueles que estejam fora deste
poder natural, em razão do que, cessa quando:
 O tutelado atinge a maioridade, adquirindo a plena 
capacidade civil; 
 O tutelado sendo ainda menor de 18 (dezoito) anos for 
emancipado; 
 O tutelado for reconhecido, pelo pai ou mãe, como 
filho; 
 O tutelado for adotado; 
 O tutor se escusar de assumir a tutela (Arts. 1.736 e 1.737 
do CC/02);
 O tutor for exonerado;
 Decurso de prazo. 
Dica de Leitura: A complicada 
tutela de Suzane Von Richtofen
https://www1.folha.uol.com.br/fsp
/cotidian/ff1204200610.htm
https://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff1204200610.htm
ADOÇÃO POR BRASILEIROS
A adoção no Brasil pode ser realizada de duas maneiras: individual, ou
conjunta. Segundo o artigo 42 do ECA (BRASIL, 1990), a adoção individual
deve ser feita por maior de 18 anos (também deve ser 16 anos mais velho
que o adotado), não importando o estado civil, nem a nacionalidade ou o
sexo. Deve ter, somente, condições materiais e morais para adotar. O
adotante será avaliado pela assistência social, sendo que deve, antes de
tudo, se inscrever no Cadastro Nacional. Ascendentes e irmãos do
adotado não podem solicitar a adoção, pois nesses casos, deve-se
solicitar a guarda.
O parágrafo 2º do ECA descreve e prescreve sobre a adoção conjunta.
Para ela ser realizada, os adotantes precisam estar casados civilmente ou
manter uma relação de união estável, que comprove a estabilidade da
família. Casais em processo de separação podem solicitar a adoção
mediante estudo do caso pelo poder público que irá analisar as condições
em que o menor irá ser criado. Maiores de 12 anos podem opinar no
processo de adoção.
Antes de ser efetivada a adoção, o menor passará por um período de
convivência de 90 dias, aproximadamente. Caso o menor já tenha
convívio com o adotante, por guarda ou tutela, poderá ser diminuído ou
dispensado.
Atualmente há um estímulo para a adoção conjunta de grupos de irmãos,
para não separar a família.
O que é adoção e quais os tipos 
existentes?
Quer aprender mais sobre Direito das 
Família? Hoje vamos tratar os tipos de 
adoção existentes no Brasil. Quer saber 
mais, então não deixa de ler o artigo 
completo!
https://lucenatorres.jusbrasil.com.br/arti
gos/781429580/o-que-e-adocao-e-quais-
os-tipos-existentes
https://lucenatorres.jusbrasil.com.br/artigos/781429580/o-que-e-adocao-e-quais-os-tipos-existentes
ADOÇÃO INTERNACIONAL
Segundo o artigo 51 do ECA, a adoção internacional ocorre
quando o pretendente possui residência em país que faça parte
da Convenção de Haia (Decreto 3.087/99, de 29 de maio de 1993,
relativa à Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria de
Adoção Internacional) e tenha vontade de adotar criança (s) dos
países assinantes da convenção.
Os requisitos para a adoção internacional no Brasil estão previstos
no artigo 51 do ECA (BRASIL, 1990). A prioridade da adoção é de
famílias brasileiras, residente aqui ou não, mas esgotadas as
possibilidades de o menor ser adotado por estas, ele pode ser
adotado por família estrangeira. Caso o menor tenha mais de 12
anos será consultado sobre esse processo.
Será feito um relatório do pedido, com toda a documentação
necessária, incluindo estudo psicossocial, e após análise de todos
estes, será dada a habilitação que valerá 1 ano.
Quando for maior de 18 anos, o indivíduo adotado poderá ter
acesso aos dados de sua família biológica, assim como acesso
irrestrito ao processo de adoção. A morte dos pais adotantes não
reverte o processo.
Em três anos, mais de 150 brasileiros
foram adotados por estrangeiros:
https://www.cnj.jus.br/em-tres-anos-
mais-de-150-brasileiros-foram-
adotados-por-estrangeiros/
https://www.cnj.jus.br/em-tres-anos-mais-de-150-brasileiros-foram-adotados-por-estrangeiros/
DIREITO À EDUCAÇÃO, À 
CULTURA, AO ESPORTE E AO 
LAZER
Direito à Educação
Todos os cidadãos brasileiros têm direito à educação, à cultura, ao
esporte e ao lazer. No caso dos adultos, esses direitos são garantidos pela
Constituição Federal e no caso de crianças e adolescentes, também pelo
ECA. Portanto, é fundamental que o menor frequente a escola (aliás, é
obrigatório), que tenha acesso aos bens culturais da sociedade, às
práticas esportivas e a diversas formas de lazer.
Sobre a educação, em seu artigo 53, o ECA (BRASIL, 1990) afirma que: “A
criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno
desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania
e qualificação para o trabalho”. Assim, toda criança e adolescente
devem ter acesso à escola e condições de frequentar a mesma por toda
a Educação Básica (Nível dividido em: Educação Infantil, Ensino
Fundamental e Ensino Médio).
Na escola, o menor deve obter formação integral, tendo respeitado seu
ritmo de aprendizagem, sua bagagem cultural e cognitiva, seu aspecto
psicoemocional. Além disso, ele precisa ser protagonista do processo de
aprendizagem, podendo contestar critérios avaliativos e métodos de
ensino, caso se sinta marginalizado ou prejudicado.
A escola também deve ter acessibilidade a todos os tipos de deficientes
e ter currículo de práticas adaptadas não só a eles, mas a todos que
tenham algum transtorno, distúrbio ou dificuldade de aprendizagem. A
educação deve ser oferecida de forma gratuita desde a Educação
Infantil (que inclui creche e pré-escola), sendo que a partir dos 4 anos a
frequência é obrigatória. Sobre a responsabilidade da escola sobre o
bem-estar do menor, é interessante citar o artigo 56 (BRASIL, 1990):
Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental 
comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de:
 I - maus-tratos envolvendo seus alunos;
 II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados 
os recursos escolares;
 III - elevados níveis de repetência
Direito ao Lazer
O Estado, além de fornecer educação, deve estimular,
financeiramente inclusive, os municípios a criarem locais
para lazer próprio para crianças e para adolescentes, além
de promover atividades artísticas e culturais, de integração
social e de práticas esportivas. Para que isso se torne
realidade, podem ser criados:
 Parques públicos com acesso a brinquedos;
 Bibliotecas, brinquedotecas e ludotecas;
 Ginásios e arenas poliesportivos;
 Centros culturais para exposições artísticas e cursos
gratuitos de artes;
 Museus;
 Oficinas de música e dança;
 Eventos e festas que representem a cultura local;
 Escola de cursos profissionalizantes para jovens;
 Clubes que promovam shows, saraus culturais, feiras,
exposições, etc.
O Direito de Brincar:
http://primeirainfancia.org.br/eca-
e-o-direito-de-brincar-por-
marilena-flores-martins-do-ipa-
brasil/
http://primeirainfancia.org.br/eca-e-o-direito-de-brincar-por-marilena-flores-martins-do-ipa-brasil/
Direito ao Esporte O Projeto VOR – Vivendo O RugbyHá 10 anos funciona, em Curitiba, um projeto que
opera em parceria com o poder público e que hoje
atende 540 crianças e adolescentes da capital e da
Região Metropolitana em contraturno escolar.
Fonte:
https://curitibarugbyclube.com.br/2018/07/14/direito-da-crianca-ao-esporte/
 https://youtu.be/O8IAKmuQsjE
https://curitibarugbyclube.com.br/2018/07/14/direito-da-crianca-ao-esporte/
https://youtu.be/O8IAKmuQsjE
https://youtu.be/O8IAKmuQsjE
Direito à Cultura
O ensino da cultura popular para as
crianças é muito importante e enriquecedor
– ainda mais com uma cultura tão rica e
diversificada como a brasileira. Mostrar aos
pequenos nossas danças, nossa música,
nosso folclore, comidas típicas, festas e
sotaques fará deles cidadãos que
conhecem e sabem lidar com as
diferenças de seu povo.
A importância da cultura local na 
formação de crianças e adolescentes
http://www.artecultural.blog.br/2015/11
/a-importancia-da-cultura-local-
na_18.html
 https://youtu.be/fcFmuLsqAYU
http://www.artecultural.blog.br/2015/11/a-importancia-da-cultura-local-na_18.html
https://youtu.be/fcFmuLsqAYU
https://youtu.be/fcFmuLsqAYU
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO 
ADOLESCENTE - MEDIDAS DE 
PROTEÇÃO
INTRODUÇÃO
Quando os direitos da criança e do adolescente forem ameaçados ou
descumpridos, medidas de proteção precisam ser adotadas. Esse
descumprimento da lei, pode ser feito pela sociedade, pelo Estado, pela família, o
ECA descreve o seguinte:
As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que 
os direitos reconhecidos por Lei forem ameaçados ou violados:
 a) Por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
 b) Por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
 c) Em razão de sua conduta.
As medidas de proteção podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente,
podendo ser substituídas se necessário. Essas medidas devem ter caráter
pedagógico, ou seja, devem ser reeducativas, e não preferencialmente punitivas,
pois têm como objetivo o fortalecimento dos vínculos familiares.
A competência para a aplicação da lei cabe ao Juizado da Infância e da
Juventude, sendo as medidas protetivas, previstas no artigo 101, incisos I a IX do
ECA (BRASIL, 1990) as seguintes, dependendo da situação da violação:
 Encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de
responsabilidade.
 Orientação, apoio e acompanhamento temporários.
 Matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino
fundamental.
 Inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à criança e
ao adolescente.
 Requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime
hospitalar ou ambulatorial.
 Inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e
tratamento a alcoólatras e toxicômanos.
 Acolhimento institucional.
 Inclusão em programa de acolhimento familiar.
 Colocação em família substituta (BRASIL, 1990).
Medidas sobre pais e responsáveis
Sobre os pais ou responsáveis, também há as seguintes medidas referentes a 
eles:
 Encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à 
família.
 Inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e 
tratamento a alcoólatras e toxicômanos.
 Encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico.
 Encaminhamento a cursos ou programas de orientação.
 Obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua frequência 
e aproveitamento escolar.
 Obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamento 
especializado.
 Advertência.
 Perda da guarda.
 Destituição da tutela.
 Suspensão ou destituição do poder familiar.
Acolhimento em família substituta
É preciso ressaltar que o acolhimento do menor em família substituta é
provisório. Todas as medidas de reintegração familiar devem ser tomadas.
Somente o juizado tem poder para afastar a criança da família. Então, serão
feitos os seguintes procedimentos:
Imediatamente após o acolhimento da criança ou do adolescente, a
entidade responsável pelo programa de acolhimento institucional ou familiar
elaborará um plano individual de atendimento, visando à reintegração
familiar, ressalvada a existência de ordem escrita e fundamentada em
contrário de autoridade judiciária competente, caso em que também
deverá contemplar sua colocação em família substituta, observadas as
regras e princípios estipuladas pelo Estatuto da Criança e Adolescente
(BRASIL, 1990, art.101, parágrafo 4º)
O plano individual de acolhimento
A equipe técnica do programa de atendimento ficará responsável
por esse plano individual e levará em conta a posição da criança
ou adolescente em relação ao contexto e à família. Constará
nesse plano (BRASIL, 1990):
 Os resultados de uma avaliação feita por equipe multidisciplinar;
 Responsabilidades assumidas pelos pais ou responsável;
 Cronograma das atividades a serem desenvolvidas com a
criança ou com o adolescente acolhido e seus pais ou
responsável.
O acolhimento familiar deve ser realizado em local próximo da
casa do menor. Sua família deve participar de programa de
reintegração, de acompanhamento psicossocial e deve receber
todas as orientações necessárias para lidar com esse processo.
Caso não seja possível essa reintegração, o Ministério Público,
esgotadas todas as possibilidades, fará a destituição da guarda ou
tutela, passando o menor para a tutela do Estado.
OBRIGAÇÃO DE 
REPARAR O DANO
O ATO INFRACIONAL
Quando o menor comete algum ato infracional (crime ou
contravenção penal), ele pode vir a responder pelos seus atos de
diversas formas. Sobre a responsabilidade penal, de acordo com
artigo 104 do ECA (BRASIL, 1990), são penalmente inimputáveis
menores de dezoito anos. Essa lei é aplicada de acordo com a
idade do menor na época do ato cometido.
Quando o menor, então, comete algum ato infracional, algumas
medidas socioeducativas podem ser aplicadas (artigo 112, BRASIL,
1990):
 I - advertência;
 II - obrigação de reparar o dano;
 III - prestação de serviços à comunidade;
 IV - liberdade assistida;
 V - inserção em regime de semi-liberdade;
 VI - internação em estabelecimento educacional;
 VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
A MEDIDA SOCIOEDUCATIVA
A medida socioeducativa deve ser proporcional ao ato, deve levar em
consideração as condições do menor em cumpri-la e deve ter como objetivo
a reeducação e a ressocialização do mesmo. Em nenhuma hipótese será
imposto o trabalho forçado. Sobre menores especiais, o parágrafo 3º do ECA
(BRASIL, 1990) prescreve que “os adolescentes portadores de doença ou
deficiência mental receberão tratamento individual e especializado, em local
adequado às suas condições.”
Uma medida leve aplicada ao menor infrator é a Advertência: “A advertência
consistirá em admoestação verbal, que será reduzida a termo e assinada”
(artigo 115, BRASIL, 1990). Geralmente é dada em situações de pequenos
delitos cometidos pelo menor e também em caso de o mesmo ser réu
primário.
Quando se tratar de ato infracional que cause danos patrimoniais, o juiz pode
determinar que o adolescente restitua o bem material, faça o ressarcimento
do dano ou de algum modo compense a vítima. Citamos adolescente,
porque no caso da criança (menor de 12 anos), os pais devem arcar com os
prejuízos materiais do filho infrator. Caso pais do infrator, ou o próprio
adolescente não tenha condições socioeconômicas de ressarcir o dano, o juiz
pode adotar outra medida (artigo 116, BRASIL, 1990).
A RESPONSABILIDADE DOS PAIS
De acordo com o Código Civil e com o Estatuto da Criança e do
Adolescente, os pais são responsáveis pela reparação dos atos
ilícitos praticados pelos seus filhos menores, quando estes
estão em seu poder (sob sua autoridade) e/ou companhia. Se o
menor estiver sob responsabilidade de um empregador, este
responderá pelos prejuízos que este menor vir a causar a
outrem. O mesmo vale para internamento educacional
(VENOSA, 2008).
É muito comum que as crianças e adolescentes vivam hoje grande parte de
seu tempo em escolas, clubes e associações, sob a vigilância de outras
pessoas que não os pais. Desse modo, há de se verificar no caso concreto,
no momento do dano, de quem era efetivamente o dever de vigilância
(VENOSA, 2008).
REPARO DOS DANOS
Como a maioria dos menores não tem patrimônio próprio ou suficientepara
arcar com os prejuízos que causar, o adulto responsável pela criança então
deve assumir essa incumbência. Portanto “se um menor de 3 anos ou de 17
anos de idade danifica o patrimônio alheio, o pai será o responsável, salvo,
em síntese, se provar caso fortuito ou força maior.” (VENOSA, 2008).
Mesmo que o menor seja bem pequeno, os pais não podem alegar falta de
discernimento da criança para se isentar de responder pelos seus atos, pois
quanto menor a criança, maior deve ser a vigilância e o cuidado com ela.
Sobre a emancipação do menor, o Supremo Tribunal Federal se posicionou
no sentido de que a mesma não elimina a responsabilidade dos pais (RTJ
62/108, RT 494/92). Não há um consenso, no entanto, entre os doutrinadores
do Direito, sobre essa responsabilidade dos pais quando se trata do menor
emancipado. “A nosso ver, desaparece a responsabilidade dos pais quando a
emancipação decorre de outras causas relacionadas no artigo 5º” (VENOSA,
2008).
Dicas de Leitura
Pais podem ser responsabilizados 
pelos atos dos filhos menores de 
idade:
https://danielmaidl.jusbrasil.com.br/
artigos/417320431/pais-podem-ser-
responsabilizados-civilmente-por-
acoes-de-seus-filhos
https://danielmaidl.jusbrasil.com.br/artigos/417320431/pais-podem-ser-responsabilizados-civilmente-por-acoes-de-seus-filhos
PRESTAÇÃO DE 
SERVIÇOS À 
COMUNIDADE
INTRODUÇÃO
Quando o menor pratica um ato infracional, a autoridade jurídica
pode decidir como medida socioeducativa a prestação de
serviços à comunidade, de acordo com o artigo 117 (BRASIL,
1990, ECA)
Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na realização de
tarefas gratuitas de interesse geral, por período não excedente a seis meses,
junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos
congêneres, bem como em programas comunitários ou governamentais.
Essas tarefas serão atribuídas de acordo com as habilidades do
adolescente e não devem ultrapassar as oito horas semanais.
Também não podem interferir no desempenho e frequência
escolar.
Serviços que podem ser prestados
 Conserto de brinquedos para crianças carentes, participando de
oficinas e também ajudando a arrecadar e posteriormente distribuir;
 Recreação: monitorando crianças em ambientes públicos, oferecendo
atividades lúdicas;
 Revitalização de praças da cidade, plantando árvores e cuidando de
jardins;
 Arrecadações de roupas, alimentos, recicláveis, entre outras coisas
necessárias, para auxiliar ONGs e projetos comunitários;
 Participando de projetos sociais, ambientais e educacionais;
 Oferecendo ajuda a idosos e deficientes em suas atividades cotidianas;
 Ajudando a cuidar de animais, nas ONGs de proteção;
 Participando de projetos de prevenção e tratamento de dependência
química;
 Auxiliando no trabalho em hospitais, para alegrar as crianças e outros
pacientes, como palhaços, por exemplo.
REEDUCAÇÃO
O Estado, através de Políticas Públicas, tem o dever de executar essa tarefa,
mesmo que, como vimos na Constituição Federal de 1988, todos sejamos
responsáveis por zelar pela infância e pela juventude. Essas políticas, além de
ressocializar, reeducar e reintegrar, têm como objetivo evitar a reincidência do
menor. A educação e as práticas esportivas são formas de cumprir todos esses
objetivos, por isso, é fundamental que o Estado promova políticas de incentivo
ao esporte e de planejamento educacional para menores infratores que
cumprem medidas socioeducativas.
A educação proporciona ao adolescente infrator condições de seguir nos
estudos, podendo ingressar na universidade, também oferece cursos
profissionalizantes nos quais ele pode encontrar uma vocação, redirecionando
seus interesses de vida. A escola atualmente oferece orientações sobre um
Projeto de Vida, no qual esses jovens podem refletir sobre seus erros, aprender a
superá-los e a se preparar para um novo futuro.
Programa de Inovação Educação 
Conectada
Instituído pelo Decreto 9.204, de 23 de novembro de 2017, o
Programa de Inovação Educação Conectada é
executado pela Diretoria de Articulação e Apoio às Redes
de Educação Básica, no âmbito da Coordenação-Geral
de Tecnologia e Inovação da Educação Básica (CGTI). Tem
por objetivo geral apoiar a universalização do acesso à
internet em alta velocidade e fomentar o uso pedagógico
de tecnologias digitais na educação básica.
Principais metas: Universalização do acesso à internet em
alta velocidade e fomentar o uso pedagógico de
tecnologias digitais na educação básica.
Programa Nacional das Escolas 
Cívico-Militares (Pecim)
Executado pela Diretoria de Políticas para Escolas Cívico-Militares,
o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim), lançado
em 05 de setembro de 2019, pelo Decreto Presidencial nº 10.004, é
uma ação do Ministério da Educação, em parceria com o
Ministério da Defesa, que visa contribuir para a melhoria da
Educação Básica do Brasil, a partir da implantação do modelo
MEC de Escolas Cívico-Militares (Ecim).
Esse modelo é centrado na melhoria de gestão nas áreas
educacional, didático-pedagógica e administrativa, sendo
baseado no padrão de alto nível dos Colégios Militares do Exército,
das Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros Militares.
Programa de Apoio aos Sistemas de Ensino para 
Atendimento à Educação de Jovens e Adultos (EJA)
A última Resolução vigente foi a nº 5, de 31 de março 2017 com objetivo
de ampliar a oferta de EJA na modalidade presencial, no ensino
fundamental e no médio, contribuir para a expansão das matrículas em
EJA, especialmente entre egressos do Programa Brasil Alfabetizado –
PBA, populações do campo, comunidades quilombolas, povos indígenas
e pessoas em cumprimento de pena em unidades prisionais, e fortalecer
o compromisso dos entes federados com a efetivação do ingresso, da
permanência e da continuidade de estudo de jovens e adultos, por
meio da articulação entre os sistemas de ensino.
Atualmente é elaborada nova resolução que autorize os entes
federados a utilizar o saldo remanescente em conta e ofertar a EJA
articulada à qualificação profissional. A unidade técnica responsável é
a Coordenação-Geral de Educação de Jovens e Adultos, da Diretoria
de Políticas e Diretrizes da Educação Básica da Secretaria de Educação
Básica do MEC.
Educação de jovens e adultos integrada 
à educação profissional
Em conformidade com a Lei nº 13.005 de 25 de junho de 2014 que institui o
Plano Nacional de Educação – PNE e define na Meta 10 o oferecimento de,
no mínimo, 25% das matrículas da EJA, nas etapas do ensino fundamental e
médio, para que sejam oferecidas de forma integrada à Educação
Profissional. Constituem-se de Termos de Execução Descentralizada com 12
Institutos Federais que se propuseram a promover ações de mobilização dos
municípios, formação continuada de profissionais da educação, oferta de
cursos de educação de jovens e adultos (EJA) integrados à educação
profissional, curadoria e produção de conteúdos didáticos, monitoramento
da permanência, pesquisa e inovação. A unidade técnica responsável é a
Coordenação-Geral de Educação de Jovens e Adultos, da Diretoria de
Políticas e Diretrizes da Educação Básica da Secretaria de Educação Básica
do MEC.
Principais metas: Promover ações para a oferta de 3,8% das matrículas de
Educação de Jovens e Adultos, nos ensinos fundamental e médio, na forma
articulada à educação profissional, em consonância com o disposto na
Meta 10 do Plano Nacional de Educação.
Programa Brasil 
Alfabetizado (PBA)
O programa Brasil Alfabetizado, do
Governo Federal, tem como objetivo
de alfabetizar jovens a partir dos
quinze anos, de maneira
descentralizada e utilizando
voluntariado por todo o país.
As turmas de alfabetização são
divididas entre Rurais e Urbanas,
tendo número mínimo de 10 e
máximo de 25 alunos.
No caso de alunos com
necessidades educacionais especiais
(NEE), cada turma pode comportar
até três alunos.
Programa Saúde na Escola
Objetivo: O Programa Saúde na
Escola tem como objetivo promover
a saúde, prevenir doenças e agravosà saúde de adolescentes e jovens da
rede pública de ensino, a partir da
articulação entre educação e
saúde. Uma das ações desse
Programa é a formação continuada
dos professores da educação básica
a fim de que promovam atividades
de promoção da saúde.
Resolução em vigor: Resolução n° 24,
de 16 de agosto de 2010 (com
alterações da Resolução n° 37, de 21
de julho de 2011).
https://www.fnde.gov.br/fndelegis/action/UrlPublicasAction.php?acao=abrirAtoPublico&sgl_tipo=RES&num_ato=00000024&seq_ato=000&vlr_ano=2010&sgl_orgao=CD/FNDE/MEC
https://www.fnde.gov.br/fndelegis/action/UrlPublicasAction.php?acao=abrirAtoPublico&sgl_tipo=RES&num_ato=00000037&seq_ato=000&vlr_ano=2011&sgl_orgao=CD/FNDE/MEC
REGIME DE 
SEMILIBERDADE
O REGIME DE SEMILIBERDADE
Como já estudamos, quando um adolescente comete algum ato infracional, ele pode
ser submetido a medidas socioeducativas, lembrando que crianças (menores de 12
anos) são inimputáveis e não podem ser submetidas a essas medidas. Uma das
medidas socioeducativas é o regime de semiliberdade. Segundo o ECA (BRASIL, 1990):
Art. 120. O regime de semiliberdade pode ser determinado desde o início, ou como forma de
transição para o meio aberto, possibilitada a realização de atividades externas,
independentemente de autorização judicial.
§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, devendo, sempre que possível,
ser utilizados os recursos existentes na comunidade.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado aplicando-se, no que couber, as disposições
relativas à internação.
AS MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS
As medidas socioeducativas serão impostas após procedimento próprio, respeitado os
princípios da Ampla Defesa e do Contraditório, presidido, exclusivamente, pela
autoridade judiciária, a quem caberá, também, cessar a medida no momento oportuno.
Neste sentido é a Súmula 108 do C. STJ:
“A aplicação de medidas sócio-educativas ao adolescente, pela prática de ato infracional,
é da competência exclusiva do juiz.”
Portanto, as medidas são decididas pela autoridade judicial, após justo julgamento dos
fatos. Os critérios do juiz para escolher a medida mais apropriada para o ato
infracional e para as condições sociais, psíquicas, materiais e intelectuais do
adolescente.
CRITÉRIOS PARA A ESCOLHA DA MEDIDA 
SOCIOEDUCATIVA
• Gravidade concreta do ato infracional: o magistrado deve verificar todos os aspectos envolvidos
no ato infracional, incluindo o modus operandi, para analisar o grau de periculosidade do jovem e,
portanto, da necessidade de uma medida menos ou mais rigorosa para a sua reabilitação;
• Personalidade do adolescente: uma equipe multidisciplinar deve analisar a personalidade do
adolescente e apresentar o relatório dessa análise ao juiz, que irá analisar fatores que possam
favorecer a reincidência. Também será verificado nessa análise: a personalidade do adolescente, se
este possui senso crítico, se compreende os males do ato praticado, se está arrependido e se possui
algum tipo de distúrbio mental;
• Eficácia da medida: verificando o ato praticado, a personalidade do adolescente e as
possibilidades do caso concreto, o magistrado aplicará a medida que mais se ajusta à reabilitação
do adolescente (ANDRADE, 2015).
A MEDIDA DE SEMILIBERDADE
Após a definição da medida, a autoridade responsável irá cuidar para que seja cumprida
integralmente e nos moldes do acordado judicialmente. Em casos de resultado positivo,
pode haver progressão para uma medida mais leve. O mesmo pode ocorrer no caso
contrário, sendo o menor submetido a medida mais rigorosa, prorrogação ou substituição
de medidas, após ouvidos o Ministério Público, o orientador do adolescente e a defesa
deste. Sobre a medida de semiliberdade, Andrade (2015) afirma que
A medida de semiliberdade constitui o meio termo entre a liberdade e a internação. O
adolescente deverá ficar recolhido durante o período noturno e poderá exercer atividades
externas durante o dia. Pode ela ser aplicada diretamente e de modo autônomo ou poderá ser
imposta como condição do adolescente internado transitar para o meio aberto, conforme
previsto no artigo 120 do ECA.
O adolescente em regime de semiliberdade deve,
portanto, frequentar a escola, obrigatoriamente, enquanto
se qualifica profissionalmente através de cursos e/ou
estágios. Essas exigências são condições para o
adolescente se reinserir na sociedade e traçar caminhos
mais seguros e menos vulneráveis para seu futuro.
Não há um prazo determinado para cumprimento da
medida socioeducativa, tudo depende do progresso
psicossocial do menor, sendo que o juiz estará em
constante avaliação desse cumprimento. No entanto, a
medida deve sempre ser reavaliada no período máximo
de 06 meses e não poderá exceder o prazo de três anos
de duração. “Será possível, também, durante o período de
cumprimento da medida a sua prorrogação, substituição,
regressão ou revogação” (ANDRADE, 2015).
Professor de Direito 
Alessandro Rodrigues 
explica Estatuto da Criança 
e do Adolescente (ECA): 
Medida Socioeducativa de 
SEMILIBERDADE
https://youtu.be/-XP_buxoSHw
https://youtu.be/-XP_buxoSHw
https://youtu.be/-XP_buxoSHw
PROGRAMAS DE REEDUCAÇÃO
Dois programas que podem ajudar o adolescente em semiliberdade, auxiliando na sua
educação, na sua profissionalização e na reintegração social são as duas modalidades do
Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem), a do Projovem Urbano e a do
Projovem Campo-Saberes da Terra. Os Programas buscam promover a reintegração de
jovens com idade entre 15 (quinze) e 29 (vinte e nove) anos ao processo educacional, à
qualificação profissional e ao desenvolvimento humano.
Atualmente, a avaliação do material didático elaborado antecede a publicação de nova
Resolução que autorize o uso do saldo remanescente em conta para as duas
modalidades. A atual unidade técnica responsável é a Coordenação-Geral de Jovens e
Adultos/COEJA da Secretaria de Educação Básica do MEC. As principais metas dos
programas são: ofertar 260 mil vagas a jovens de 18 a 29 anos por meio de ações voltadas à
elevação da escolaridade na educação básica integrada à qualificação profissional e ao
desenvolvimento da participação cidadã.
O CONSELHO TUTELAR
INTRODUÇÃO
O encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do
adolescente, segundo o título V do ECA (BRASIL, 1990), é o Conselho Tutelar, órgão
permanente e autônomo, não jurisdicional. Pelo artigo 132, em cada município e em cada
região administrativa do Distrito Federal, deverá haver no mínimo um conselho, composto
de 5 membros, escolhidos pela população local para mandato de quatro anos, podendo
haver reeleição. Para que uma pessoa se candidate, segundo o artigo 132, são exigidos
(BRASIL, 1990):
• I - reconhecida idoneidade moral;
• II - idade superior a vinte e um anos;
• III - residir no município.
O FUNCIONAMENTO DO CONSELHO
O município deve estabelecer o local, dia e horário de
funcionamento do Conselho Tutelar, assim como a
remuneração dos membros. Além disso, estes
membros devem contar com (BRASIL, 1990):
• I - cobertura previdenciária;
• II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de
1/3 (um terço) do valor da remuneração mensal;
• III - licença-maternidade;
• IV - licença-paternidade;
• V - gratificação natalina.
Conheça o dia-a-dia do Conselho 
Tutelar:
https://www.chegadetrabalhoinfantil.org
.br/tira-duvidas/conselho-
tutelar/conheca-o-dia-dia-de-um-
conselho-tutelar-de-sao-paulo/
https://www.chegadetrabalhoinfantil.org.br/tira-duvidas/conselho-tutelar/conheca-o-dia-dia-de-um-conselho-tutelar-de-sao-paulo/
ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO
Os recursos para o funcionamento do conselho, para remuneração dos membros e sua formação
continuada devem constar na lei orçamentária do município e DF. Segundo o artigo 135 do ECA
(BRASIL, 1990) o exercício da função de conselheiro é serviço público e pressupõe idoneidade moral
por conta do mesmo, ou seja, ter boa reputação, bons costumes e boa conduta social. Segundo o artigo
136 do ECA(BRASIL, 1990) são atribuições do Conselho Tutelar:
I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas
previstas no art. 101, I a VII;
II - atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as medidas previstas no art. 129, I a VII;
III - promover a execução de suas decisões, podendo para tanto:
a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência, trabalho e
segurança;
b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento injustificado de suas
deliberações.
FUNÇÕES DO CONSELHO
Além destas, o conselho tem como função encaminhar ao Ministério Público e à autoridade
judiciária qualquer notícia de fato que constitua infração administrativa ou penal aos
direitos da criança ou do adolescente. Fica a cargo do conselho também entregar certidões
de nascimento ou óbito do menor quando for necessário, assim como representar em nome
da pessoa e da família no caso de violações de direitos.
O Conselho Tutelar deve representar ao MP “para efeito das ações de perda ou suspensão
do poder familiar, após esgotadas as possibilidades de manutenção da criança ou do
adolescente junto à família natural”. E se este conselho entender que é necessário, deve
pedir o afastamento da criança ou adolescente do convívio familiar comunicando ao MP os
motivos para esse afastamento.
A sociedade deve ser parceira do conselho na proteção à criança e ao adolescente, e para
isso, devem ser criados projetos e ações de divulgações das formas de proteção junto à
comunidade. Isso inclui a escola, que deve estar sempre atenta ao cumprimento dos
direitos do menor, observando sua integridade física, emocional e psicossocial e
comunicando ao conselho qualquer fato suspeito que possa verificar no cotidiano escolar.
AS ELEIÇÕES PARA O CONSELHO
Uma lei municipal deve definir os critérios de escolha para os conselheiros tutelares da
cidade e o processo ficará a cargo do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente, sob a fiscalização do Ministério Público. A data da escolha é a mesma em todo
o país e eleição é feita a cada 4 anos. A posse se realizará no dia 10 de janeiro do ano
seguinte à eleição.
Os candidatos ao conselho ficam proibidos, durante o processo de eleição, de doar,
oferecer ou prometer bens, brindes ou vantagem pessoal em troca de votos. São impedidos
de servir no mesmo conselho marido e mulher, ascendentes e descendentes, sogro e
genro/nora, irmãos, cunhados (exceto se já houver tido divórcio entre as partes que
garantem que o parentesco), tio e sobrinho, padrasto/madrasta ou enteado (a). Por fim:
“Estende-se o impedimento do conselheiro, na forma deste artigo, em relação à autoridade
judiciária e ao representante do Ministério Público com atuação na Justiça da Infância e da
Juventude, em exercício na comarca, foro regional ou distrital” (BRASIL, 1990).
COLOCAÇÃO EM FAMÍLIA 
SUBSTITUTA
PERDA OU SUSPENÇÃO DO PODER 
FAMILIAR
Quando a família deixa de cumprir seus deveres para com a criança ou adolescente pode
haver a perda ou suspensão do poder familiar, antigamente chamado de pátrio poder. O
Ministério Público ou alguém que tenha legítimo interesse poderá iniciar o processo. A
petição inicial indicará, segundo o artigo 156 do ECA (BRASIL, 1990):
I - a autoridade judiciária a que for dirigida;
II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência do requerente e do requerido,
dispensada a qualificação em se tratando de pedido formulado por representante do
Ministério Público;
III - a exposição sumária do fato e o pedido;
IV - as provas que serão produzidas, oferecendo, desde logo, o rol de testemunhas e
documentos.
Havendo sido apurado fato grave, o MP pode
decretar a suspensão do poder familiar, até que se
tenha um julgamento definitivo, devendo o menor
ficar sob responsabilidade a pessoa idônea,
mediante termo de responsabilidade (Artigo 157,
BRASIL, 1990).
§ 1 o Recebida a petição inicial, a autoridade
judiciária determinará, concomitantemente ao
despacho de citação e independentemente de
requerimento do interessado, a realização de estudo
social ou perícia por equipe interprofissional ou
multidisciplinar para comprovar a presença de uma
das causas de suspensão ou destituição do poder
familiar, ressalvado o disposto no § 10 do art. 101
desta Lei, e observada a Lei n o 13.431, de 4 de
abril de 2017.
Destituição do poder familiar e a 
proteção do menor sob uma 
perspectiva humanizada:
https://lucenatorres.jusbrasil.com.br/
artigos/778145606/destituicao-do-
poder-familiar-e-a-protecao-do-menor-
sob-uma-perspectiva-humanizada
https://lucenatorres.jusbrasil.com.br/artigos/778145606/destituicao-do-poder-familiar-e-a-protecao-do-menor-sob-uma-perspectiva-humanizada
PROCEDIMENTOS DO MP
Quando os pais forem indígenas, é preciso que haja intervenção de representantes de
órgãos responsáveis pela política indigenista e assistência de equipe multidisciplinar.
Os pais então têm dez dias para oferecer resposta, provas e testemunhas a seu favor.
Quando a criança é maior ela deve ser ouvida pelo juiz antes de qualquer decisão do
mesmo.
Sobre o prazo do processo, o artigo 163 afirma que: “O prazo máximo para conclusão
do procedimento será de 120 (cento e vinte) dias, e caberá ao juiz, no caso de notória
inviabilidade de manutenção do poder familiar, dirigir esforços para preparar a
criança ou o adolescente com vistas à colocação em família substituta” (BRASIL, 1990).
Quanto à destituição da tutela, pelo artigo 164: “observar-se-á o procedimento para a
remoção de tutor previsto na lei processual civil e, no que couber, o disposto na seção
anterior.”
COLOCAÇÃO EM FAMÍLIA SUBSTITUTA
Terminado o processo de destituição do poder familiar ou da tutela, o
menor pode ser colocado em família substituta, que deve preencher os
seguintes requisitos (artigo 165, BRASIL, 1990):
I - qualificação completa do requerente e de seu eventual cônjuge, ou
companheiro, com expressa anuência deste;
II - indicação de eventual parentesco do requerente e de seu cônjuge,
ou companheiro, com a criança ou adolescente, especificando se tem ou
não parente vivo;
III - qualificação completa da criança ou adolescente e de seus pais, se
conhecidos;
IV - indicação do cartório onde foi inscrito nascimento, anexando, se
possível, uma cópia da respectiva certidão;
V - declaração sobre a existência de bens, direitos ou rendimentos
relativos à criança ou ao adolescente.
Quando o menor for passar por processo de adoção, requisitos
específicos deverão ser observados. Caso os pais concordem com a
perda do poder familiar, o juiz então (parágrafo 1º, BRASIL, 1990):
I - na presença do Ministério Público, ouvirá as partes, devidamente
assistidas por advogado ou por defensor público, para verificar sua
concordância com a adoção, no prazo máximo de 10 (dez) dias,
contado da data do protocolo da petição ou da entrega da criança em
juízo, tomando por termo as declarações; e
II - declarará a extinção do poder familiar.
Portanto, o menor pode ser colocado em família substituta, caso a
família natural perca o poder familiar. Isso se dá pelos processos de
tutela ou adoção, que já explicamos aqui. Sempre que for possível,
uma equipe multidisciplinar ouvirá a criança ou adolescente e
participará ativamente do processo de adaptação. A opinião do menor
será levada em consideração. Inclusive, se se tratar de um
adolescente, este deve dar seu consentimento.
A ESCOLHA DA FAMÍLIA SUBSTITUTA
Esse processo também deve considerar os laços de parentesco e de afetividade que
existirem entre a criança e a família substituta. Uma preparação deve ser planejada antes
de se concretizar a adoção definitiva. Observar-se-á um período de convivência e de
adaptação. Quando o menor for de origem de comunidade indígena ou quilombola, alguns
critérios devem ser seguidos:
• Respeito à cultura de origem, seus costumes e tradições;
• Escolher uma família da própria comunidade, de preferência, ou da mesma etnia;
• Intervenção e oitiva de representantespolíticos indígenas.
A adoção não será deferida se houver incompatibilidade entre a família substituta e o
menor, nem se o ambiente que o acolher for inadequado ou inseguro para crianças ou
adolescentes. No caso de família estrangeira, será considerado após esgotadas todas as
tentativas de o menor ser adotado no país de origem.
CRIMES E INFRAÇÕES 
ADMINISTRATIVAS
INTRODUÇÃO
No presente capítulo, iremos descrever os crimes praticados contra a criança e o
adolescente, seja por ação ou omissão. Além do ECA, temos no Brasil o Código Penal
que também prescreve sanções para esses fatos. Quanto a sanções administrativas, o
artigo 227 do ECA (BRASIL, 1990), recomenda que:
Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista no inciso I do caput do art. 92 do
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), para os crimes
previstos nesta Lei, praticados por servidores públicos com abuso de autoridade, são
condicionados à ocorrência de reincidência.
Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou da função, nesse caso, independerá
da pena aplicada na reincidência.
CRIMES EM ESPÉCIE
Sobre gestante, a negligência ou a omissão dos encarregados dos serviços públicos, em relação a
atendimento ou documentos, pressupõe pena de detenção de seis meses a 2 anos. Se for crime
culposo a detenção é de dois a seis meses, ou multa. Se o médico ou outro profissional de saúde
deixarem de dar atenção necessária à gestante/parturiente, ou cometer ato de omissão ou
negligência, a pena é a mesma.
Privar a criança ou adolescente de liberdade pode resultar em pena de seis meses a dois anos. Se a
autoridade policial responsável pela apreensão do menor, deixar de comunicar autoridade
competente e à família do mesmo, também pode sofrer a mesma pena. Causar constrangimento ao
menor que estiver sob sua autoridade, guarda ou vigilância também pode gerar pena de seis meses a
dois anos de detenção.
A pena de detenção de seis meses a dois anos também pode ser aplicada nos casos de: autoridade
competente deixar de liberar o menor após conhecimento da ilegalidade de apreensão; descumprir
prazo estabelecido pelo ECA para concessão de liberdade ao adolescente; ou impedir ação do MP,
Conselho Tutelar ou outra autoridade no cumprimento da lei.
CRIMES DE PORNOGRAFIA INFANTIL
No caso da pornografia infantil, o artigo 240 (BRASIL, 1990) diz que quem “Produzir,
reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo
explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente” pode ter pena de
reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. “§ 1 o Incorre nas mesmas penas quem
agencia, facilita, recruta, coage, ou de qualquer modo intermedeia a participação de
criança ou adolescente nas cenas referidas no caput deste artigo, ou ainda quem com
esses contracena.”
Essa pena pode aumentar em um terço se o agente for funcionário público ou se tiver
relação doméstica, empregatícia, tutelar, adotiva, consanguínea ou de qualquer
responsabilidade com o menor. Está sujeito às penalidades do ECA o adulto que
manter qualquer tipo de relação sexual com menor, assim como produzir, armazenar,
acessar, compartilhar ou divulgar qualquer tipo de conteúdo sexual envolvendo um
menor.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:
I – facilita ou induz o acesso à criança de material contendo
cena de sexo explícito ou pornográfica com o fim de com
ela praticar ato libidinoso;
II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo com
o fim de induzir criança a se exibir de forma pornográfica
ou sexualmente explícita.
O ECA deixa bem explicado que crianças e adolescentes
não podem ser erotizados, explorados sexualmente ou
forçados/expostos a atos libidinosos. O cuidado com o
menor deve ser observado tanto na família, como na
sociedade e na mídia. Não é permitido nenhum tipo de
contato ou ato relacionado à pornografia. O mesmo vale
para o contato com as drogas. Não é permitido venda de
nenhuma droga lícita ou ilícita para menores, nem mesmo
o consumo por eles. Tanto o responsável pelo menor,
quanto o estabelecimento que descumprir essa lei está
sujeito a sanções (artigo 243, BRASIL, 1990).
Pornografia infantil é o crime 
virtual mais comum no Brasil:
https://exame.com/tecnologia/por
nografia-infantil-e-o-crime-virtual-
mais-comum-no-brasil/
https://exame.com/tecnologia/pornografia-infantil-e-o-crime-virtual-mais-comum-no-brasil/
SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
O adulto que está envolvido na educação da criança, seja em casa ou na escola, deve comunicar às
autoridades qualquer sinal de maus-tratos. Caso não o faça, pode sofrer pena de multa. Também é proibido
(BRASIL, 1990).
Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização devida, por qualquer meio de comunicação, nome,
ato ou documento de procedimento policial, administrativo ou judicial relativo a criança ou adolescente a
que se atribua ato infracional:
• Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
Também pode sofrer a mesma pena quem “quem exibe, total ou parcialmente, fotografia de criança ou
adolescente envolvido em ato infracional, ou qualquer ilustração que lhe diga respeito ou se refira a atos que
lhe sejam atribuídos, de forma a permitir sua identificação, direta ou indiretamente” (BRASIL, 1990).
Todos os eventos e conteúdos para crianças devem cumprir as exigências da classificação indicativa para a
idade.
	FUNDAMENTOS PARA O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
	INTRODUÇÃO
	Evolução do Conceito de Infância�
	A IDADE MÉDIA
	A FAMÍLIA BURGUESA
	A Infância no Brasil�
	Constituição Federal de 1988
	O Surgimento do ECA
	FAMÍLIA NATURAL E FAMÍLIA SUBSTITUTA
	FAMÍLIA NATURAL, SUBSTITUTA E EXTENSA
	Sobre a constituição federal de 1988
	PROTEÇÃO INTEGRAL
	GUARDA, TUTELA E ADOÇÃO
	OS ÓRFÃOS DO COVID
	GUARDA, TUTELA, ADOÇÃO E ADOÇÃO INTERNACIONAL
	A GUARDA
	Número do slide 17
	A TUTELA 
	Tipos de Tutela
	Número do slide 20
	Número do slide 21
	ADOÇÃO POR BRASILEIROS
	ADOÇÃO INTERNACIONAL
	DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA, AO ESPORTE E AO LAZER
	Direito à Educação
	Número do slide 26
	Direito ao Lazer
	Direito ao Esporte
	Direito à Cultura
	ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - MEDIDAS DE PROTEÇÃO
	INTRODUÇÃO
	Número do slide 32
	Medidas sobre pais e responsáveis
	Acolhimento em família substituta
	O plano individual de acolhimento
	OBRIGAÇÃO DE REPARAR O DANO
	O ATO INFRACIONAL
	A MEDIDA SOCIOEDUCATIVA
	A RESPONSABILIDADE DOS PAIS
	REPARO DOS DANOS
	Dicas de Leitura
	 PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE
	INTRODUÇÃO
	Serviços que podem ser prestados
	REEDUCAÇÃO
	Programa de Inovação Educação Conectada�
	Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim)�
	Programa de Apoio aos Sistemas de Ensino para Atendimento à Educação de Jovens e Adultos (EJA)�
	Educação de jovens e adultos integrada à educação profissional�
	Número do slide 50
	REGIME DE SEMILIBERDADE
	O regime de semiliberdade
	As medidas socioeducativas
	Critérios para a escolha da medida socioeducativa
	A medida de semiliberdade
	Número do slide 56
	Programas de reeducação
	O CONSELHO TUTELAR
	introdução
	O funcionamento do conselho
	Atribuições do conselho
	Funções do conselho
	As eleições para o conselho
	COLOCAÇÃO EM FAMÍLIA SUBSTITUTA
	Perda ou suspenção do poder familiar
	Número do slide 66
	Procedimentos do mp
	Colocação em família substituta
	Número do slide 69
	A escolha da família substituta
	CRIMES E INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS
	introdução
	Crimes em Espécie
	Crimes de pornografia infantil
	Número do slide 75
	Sanções Administrativas

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