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Nefrologia - M1 Sódio Introdução: Funções: · Filtração e excreção de eletrólitos · Produção de hormônio, ex: renina, eritropoietina, calcitriol · Sistema tampão · Controle hidrico Distúrbio do equilíbrio do sódio: Cerca de 50 a 50% do corpo humano é formado por água, com a seguinte distribuição: Entre 60 a 70% encontra-se no espaço intracelular Entre 30 e 40% está no espaço extracelular, que se divide em intravascular (25%) e extravascular (75%) Fluido extracelular: Sódio Cloreto Bicarbonato Oxigênio Glicose Ácidos graxos Aminoácidos CO2 Fluido intracelular: Potássio Magnésio Fosfato Bomba sódio-potássio ATPase: Regula a osmolalidade plasmática Sódio: principal determinante do volume do extracelular Valor de referência 275 a 290 osm/L Cálculo da osmolaridade sérica de Na: 2.[Na+] + [glicose]/18 + [uréia]/6 *No cálculo da osmolaridade, calculamos os nutrientes fora da célula. O potássio é predominantemente intracelular, por isso, não entra no cálculo. Mecanismos regulatórios da osmolalidade plasmática: ADH (hormônio antidiurético) Centro da sede Sistema renina-angiotensina-aldosterona ADH: Principal hormônio regulador da osmolalidade corporal ADH alto - urina concentrada ADH baixo - urina diluída Baixa ingestão de água > aumento da pressão osmótica no sangue > receptor no hipotálamo anterior e na neurohipófise > secreção de ADH > retenção de água no final do ducto coletor (canais de aquaporina 2) Na redução da osmolalidade plasmática, há uma supressão da sede e da produção da vasopressina, formando uma urina diluída. No aumento da osmolalidade plasmática, há um estímulo do centro da sede e da liberação de vasopressina, formando uma urina concentrada. Centro de sede: Estimulação: osmolalidade > 291 osm/L Distúrbios de sódio: Causam sinais e sintomas neurológicos. Hipernatremia: {toda hipernatremia é hipertônica} Na+ sérico > 145 mEqs = hipertonicidade celular > aumento da osmolaridade plasmática efetiva Na maioria das vezes, é causada pela perda de água livre (desidratação). Centro regulador: sede Causas: Perda de água livre · Suor · Perda respiratória · Diabetes insipidus (insuficiência do ADH) · Nefrogênico (lítio lesa canais de aquaporina) · Central · Perda de fluidos hipotônicos · Diarreia osmótica · Diurético de alça Redução patológica da ingestão de água (hipodipsia) Ganho de sal ou infusão hipertônica Shift intracelular de água – maratonistas que tomam água livre = hiponatremia, caso não reponha água = hipernatremia Sinais e sintomas: Espasmos, hiperreflexia, convulsões, coma, morte Exames complementares: Osmolaridade urinária 300 mOsm/L > repor hormônio sintético ADH (positivo: diabetes insipidus central, negativo: diabetes insipidus nefrogênico) 300 mOsm/L a 800mOsm/L > diabetes insipidus parcial, diurese osmótica, diabetes insipidus associada a hiponatremia 800 mOsm/L > Na U > 100 mEq/L? Se sim, sobrecarga de Na. Se não, perda extra-renal. Tratamento: Restauração de tonicidade plasmática Correção dos desequilíbrios do sódio Interromper a perda de água livre Repor a água perdida (hidratação) Tratar causa-base (doença desencadeante) Reduzir o sódio sérico Déficit de água: ACT* x [(Na plasma / 140) – 1] ACT = água corporal total = 0,6 x peso para homens e 0,5 x peso para mulheres Correção rápida > edema cerebral Nível de segurança para a correção diária > 12 mEqs Hiponatremia: Na+ sérico < 135mEq/L Conceito: excesso de água ou déficit relativo de Na Incidência: 20% Estado hipo-osmolar ou hipotônico Causas: · Ingestão excessiva de agua com capacidade renal normal de excretar água livre · Ingestão continua de água livre com capacidade renal diminuída Hiponatremia hipotônica: Hipovolêmica: queimados, diarreia, vômitos (FC aumentada, PA baixa, mucosa sem brilho, olhos fundos) Normovolêmica: sem sinais clínicos, apenas alteração laboratorial Hipervolêmica: insuficiência cardíaca, insuficiência hepática ou síndrome nefrótica – perda de proteína pela urina com diminuição da pressão oncótica Hipovolêmica: Redução do volume corpóreo > aumento do ADH Podem ser subdivididas através do Na urinário · Na urinário baixo: vômitos, diarreia, hemorragias. Rins são incapazes de excretar água livre, com reabsorção de água no túbulo coletor. IRA pré-renal (doença sistêmica que impede que o líquido chegue para ser filtrado). · Na urinário alto: uso de tiazídicos, hipoaldosteronismo, síndrome perdedora de sal. · Diuréticos tiazídicos: agem no túbulo contorcido distal, inibindo a reabsorção de NaCl não acompanhada de água, com hipersecreção do ADH. · Síndrome perdedora de sal: história recente de lesão cerebral. Hiperativação simpática – HAS (catecolaminas) causando o aumento da filtração glomerular e da natriurese. Secreção aumentada de peptídeos natridiuréticos cerebral (BNP), causando perda de Na nos túbulos renais. Características clínicas: hipovolemia, poliúricos, FeNa e Na altos, aumento do ADH (nessa fase evolui com oligúria e urina concentrada). · Hipoaldosteronismo: deficiência de aldosterona > déficit na reabsorção do Na > hipovolemia > aumento do ADH > retenção de água. Insuficiência renal aguda: tempo < 3 meses, avaliar creatinina e diurese. · IRA pré-renal: doença sistêmica que impede a chegada de água para filtração (administração de líquido) · IRA renal: patologia do rim (transplante, diálise) · IRA pós-renal: patologias que alteram a saída do filtrado do rim (ex: próstata aumentada) Insuficiência renal crônica: tempo > 3 meses, avaliar taxa de filtração glomerular e perda de proteína (albuminúria) Hiponatremia – edema cerebral – inerente da doença, célula está com mais líquido (sódio é extracelular) Correção rápida: diminuição rápida do edema cerebral causa dismielinização pontinha (ponte é mais ávida por sódio – dismieliza primeiro) Hipervolêmica: Cursam com aumento da água corporal total Edema > ascite, derrame pleural, derrame pericárdico – mas não no cérebro Principal exemplo: ICC, síndrome nefrótica (conjunto de doenças que atingem o néfron - perda de proteína/albumina na urina, acima de 3,5g), cirrose hepática Na ICC e na cirrose hepática, o ADH estará aumentado, causando maior retenção de água e piora do edema. Na IR, há mais solutos excretados comprometendo a capacidade de diluição urinária (perda de soluto sem perda de solvente). Manejo complicado > às vezes diuréticos (dilucional – perda de água livre), às vezes restrição de água Normovolêmica: Ocorrem por excessos de água livre em relação ao sódio corporal total. Ainda não apresenta edema. Causas: · SIHAD (síndrome inapropriada do hormônio antidiurético): muito comum em pacientes internados por longo período de tempo. Ocorre a produção ectópica ou induzida por drogas: caquexia, mutações genéticas. Paciente passa a ter poliúria, elevado sódio urinário e não apresenta sinais de desidratação. Tratamento é dar hormônio antidiurético. · Características clínicas: · Hiponatremia · Hipoosmolalidade · Osmolalidade urinária elevada · Concentração urinária de sódio > 40mEq/L · Normovolemia · Hipouricemia Etiologia: câncer de pulmão e lesões do SNC · Insuficiência suprarrenal secundária: hipossecreção de ACTH pela hipófise > aumento do ADH · Polidpsia primária · Cirurgia de ressecção transuretral da próstata · Alcoolismo Sintomas: Na < 125mEq Anorexia Naúsas Vômitos Cefaleia Cãibras Alteração do sensório Obnubilação Convulsões Coma PCR Diagnóstico: Desidratação > hipovolemia Tabagismo e emagrecimento > SIAD Correção muito rápida do Na: (máximo 12mEq por dia) Hiponatremia > desidratação celular/desmielinização Hipernatremia > edema cerebral Investigação: Bom exame clínico Cálculo da osmolaridade sérica Volume do fluído extracelular Bioquímica urinária · Na urinário · < 20mEq: depleção, desidratação · > 40mEq: normovolêmico Tratamento: *Síndrome de desmielinação osmótica da ponte (mielinólise pontinea): sinal do urso panda – lesão irreversível (em caso de correção rápida) O paciente está desidratado? · Sim, hiponatremia hipotônica > SF 0,9% (concentração de sódio 154mEq/L) · Não, restrição hídrica (líquidoshipotônicos – soro glicosado) Hiponatremia aguda sintomática · Soro hipertônico 3% - 513mEq/L em bomba de infusão contínua – 1000ml · 9 partes de soro fisiológico 0,9% e 1 parte de NaCl 20% Soro glicosado (sem sódio): usado na hipernatremia Déficit de Na = agua corporal total X (Na desejado – Na atual) Correção: (Na da solução (variável) – sódio atual)/água corporal + 1 = quanto de mEq que possui em um 1L de solução Ex: correção igual a 15mEq em 1L de solução = 7,5mEq em 500ml (não ultrapassar 12mEq por dia) Exemplo 1: Homem de 80 anos, 70kg, com hiponatremia (Na = 113mEq/L) sintomática (rebaixamento de nível de consciência) secundária a uso de diurético tiazídico. Como fazer para corrigir o Na? Em caso de corrigir com soro fisiológico 0,9% (154mEq): 154 – 113 / (0,6 x 70) + 1 = 41/43 = 0,95mEq Ou seja, 1L de soro fisiológico irá corrigir diariamente 0,95mEq no sódio do paciente. 1º dia de correção: 113,95mEq/L. Em caso de corrigir com soro 3%: 513 – 113 / 43 = 9,3mEq em 1L *Necessário fazer calculo diário, mudando o valor do Na atual do paciente. Reposição endovenosa: só fazer quando o paciente apresenta sintoma neurológico. Quando o paciente desperta, se inicia o manejo clínico. Se o paciente está com anasarca, não receitar tiazídico (age no ducto coletor, fazendo maior perda de sódio) e sim furosemida. Estudo dirigido: 1- Quem são os reguladores da água corporal total? ADH, centro da sede, sistema renina-angiotensina-aldosterona. Estudos mostram que catecolaminas também fazem essa regulação. 2- Quem determina a osmolaridade sérica? Concentração de sódio (maior determinante - extracelular), concentração de glicose e concentração de uréia. 3- Onde age a vasopressina? Age predominantemente nos ductos coletores, nos canais de aquaporina, que realizam a retenção de água. Age nas células mesangiais, realizando sua contração e diminuição do coeficiente de ultrafiltração capilar glomerular. Age nos vasos retos, diminuindo o fluxo sanguíneo medular. Age nos ductos coletores medulares e corticais externos, diminuindo a permeabilidade a agua e reabsorção de cloreto de sódio. Age nos ductos coletores medulares e corticais internos, aumentando a permeabilidade a água e a ureia. Age no ramo ascendente da alça de Henle, aumentando a reabsorção de íons como potássio, sódio e cloreto. Age nas células justaglomerulares, realizando a supressão da secreção de renina. O ADH também promove vasoconstrição arteriolar, aumentando a resistência periférica e consequentemente a pressão arterial. 4- Cite 3 causas da hiponatremia euvolêmica? · SIHAD: A síndrome de secreção inapropriada de hormônio antidiurético (SIHAD) é caracterizada por hiponatremia hipotônica, urina concentrada e um estado euvolêmico. A disfunção da excreção de água livre é causada pelo aumento da liberação de arginina-vasopressina (AVP ou hormônio antidiurético). Libera ADH, que age no túbulo de forma não coordenada e não age nos canais de aquaporina como deveria, retendo um pouco de água e eliminando o resto. A diurese fica aumentada, mas não igual na síndrome perdedora de sal. · Insuficiência suprarrenal secundária (hipossecreção de ACTH pela hipófise > aumento do ADH). Dúvida: ACTH estimula a adrenal a produzir aldosterona, andrógenos e cortisol. Como ele age no aumento do ADH, se o ADH é liberado pela neurohipófise? “A hiponatremia não é rara podendo ser a forma de apresentação da doença. Resulta da diminuição de efeito de feedback negativo dos glicocorticóides sobre a ADH.” · Polidpsia primária: ingestão compulsiva de água, sem haver sede. Causa psicogênica. Canal de Enack do TCD não contém mais água, fazendo com que o paciente urine a quantidade em excesso ingerida. 5- Principal complicação da hiponatremia? Edema cerebral, com síndrome dismielinizante em caso de correção rápida. 6- Qual a taxa máxima de correção do sódio? 12mEq/L por dia. 7- Principal complicação da hipernatremia? Síndrome dismielinizante, com edema cerebral em caso de correção rápida. Dúvidas: Hiponatremia na cirúrgica de ressecção transuretal de próstata: irrigação hipotônica da bexiga para tentar fazer com que o sangue não atrapalhe a ressecção transuretral de próstata (10L), com hiponatremia dilucional. ADH X ACTH: conexão entre neuro-hipófise e adeno-hipófise. Não há relação de proporcionalidade. Potássio Principal cátion intracelular do organismo – em sua grande maioria, nas células musculares, depois em hemácias e células hepáticas em menor quantidade 98% do total localizado no espaço intracelular, cerca de 140mEq/L No plasma, a concentração desse íon geralmente varia de 3,5 a 5mEq/L Célula muscular excitada > espasmo, cãibra, tetania, sintomas cardíacos – arritmia Célula peritubular (TCP): transporte de 3 moléculas de sódio por 2 moléculas de potássio na bomba sódio-potássio-ATPase. Fatores moduladores da distribuição do potássio corpóreo: · Concentração plasmática de potássio · Insulina: age na carga elétricas das células, pouca insulina – potássio extracelular alto (diabéticos, no entanto rim compensa por excreção normalmente). Em picos diabéticos descompensados, o tratamento é administração de insulina em maior quantidade, que causará a alteração da carga elétrica da célula, podendo acarretar a entrada de mais potássio da célula, correndo o risco de hipocalemia. · Catecolaminas · Aldosterona · Exercício · Dieta · Hiperosmolaridade · pH extracelular: altera carga elétrica · Taxa de renovação celular · Doenças crônicas 85 a 90% do potássio é excretado pelo rim 10% é excretado pelas fezes 1% pelo suor Maior reabsorção – TCP Também é absorvido na porção ascendente da alça de Henle Pouca quantidade de potássio chega no ducto coletor para ser excretado Hipocalemia K < 3,5mEq/L Causas: · Menor ingestão (é encontrado em todos os alimentos) – causa rara · Aumento da captação celular – insulina, catecolaminas, aldosterona (alteração da repolarização celular) · Aumento na excreção renal – medicamentos, como diuréticos de alça e tiazídicos · Perdas gastrointestinais excessivas Baixa ingesta: Isoladamente é raro Associada a outras patologias – hipoaldesteronismo hiporenínico, hipocalemia transitória, acidoses tubulares Encontrados nos extremos de idade – crianças e idosos, que dependem de alguém para se alimentar Uso de medicações Aumento da captação celular: 1- Produção excessiva de catecolaminas ou insulina (aumento da ação da bomba Na/K/ATPase) 2- Beta-2-adrenérgicos (Berotec): despolarização celular, com absorção de potássio pela célula 3- Alcalose metabólica: · A alcalemia promove a entrada de potássio para o intracelular em troca da liberação de íons para minimizar a elevação do pH. · Geralmente, para o aumento de 0,1 no pH extracelular, a concentração de potássio plasmática cai até 0,4mEq/L 4- Aldosterona: aumenta a atividade da Na/K/ATPase – não altera a polaridade 5- Paralisia periódica hipocalêmica: defeito nos canais iônicos musculares 6- Aumento importante na produção de células sanguíneas: aumento agudo de produção de células hematopoiéticas, como acontece na reposição de vitaminas B12 e ácido fólico na anemia megaloblásticas, leva a aumento da captura de potássio por essas novas células e hipocalemia. 7- Hipotermia: desloca o potássio para o meio intracelular. Aumento da excreção de K: · Diuréticos de alça e tiazídicos · Síndrome de Barter e de Gitelman · Excesso de mineralocorticoides: o canal Enac do túbulo coletor, faz a reabsorção de sódio e excreção de potássio – canal troca um sódio por um potássio. O excesso de mineralocorticoides altera esse canal, aumentando a reabsorção de sódio (e água) e excreção de potássio. Como muita água e sódio foram reabsorvidos, ocorre o aumento da pressão hidrostática e a taxa de filtração glomerular aumenta. Perdas gastrointestinais excessivas: Vômito e secreção nasogástrica: necessário reposição Outras causas de hipocalemia: · Hipomagnesemia · Suor · Diálise – paciente renal crônico não consegue excretar potássio e sódio (diuréticos não são recomendados porquerim não funciona) Sintomas: Fraqueza muscular ou paralisia Rabdomiólise Arritmias cardíacas · Achatamento do segmento ST · Redução na amplitude da onde T e aumento da amplitude da onda U, ocorre aumento do complexo QRS e onda U sobreposta à onda T. Primeira medida quando o paciente chega com potássio alterado: eletrocardiograma Diagnóstico: Ku < 25mEq/dia · Alcalose metabólica: uso excessivo de diuréticos e vômitos excessivos · Acidose metabólica: perda de K pelo TGI Ku > 30mEq/dia · Acidose metabólica: cetoacidose diabética, acidose tubular tipo I e II, nefropatia perdedora de sal · Alcalose metabólica (com PA normal): vômitos, diuréticos em excesso, síndrome de Bartter Ku > 30mEq/dia associado a HAS · Atividade da renina baixa: com a aldosterona alta, indica hiperaldosteronismo primário. Com a aldosterona baixa, indica uso de mineralocorticoides ou diuréticos poupadores de potássio. · Atividade da renina normal ou alta: indica hipertensão renovascular/maligna, tumor secretor de renina, doença renal perdedora de sal, doença perdedora de sal, síndrome de Cushing. Tratamento: Tudo depende da velocidade de infusão do nutriente Reposição rápida de potássio: risco de arritmia Velocidade de infusão máxima: 10 a 20mEq/hora Não usar com glicose – aumento da insulina: alteração da polaridade da célula e potássio entra pra célula, hipocalemia permanece Potássio direto na veia – esclerose de veia, necessário diluição fisiológica Caso clínico: · Paciente de 45 anos de idade em tratamento de HAS em uso de clortalidona (diurético tiazídico) 50 mg ao dia e furosemida (diurético de alça) 40 mg ao dia. Nos últimos meses, vem evoluindo com quadro de fraqueza muscular e mialgias progressivas; exames laboratoriais revelam potássio de 1,9 mEq/L e CPK de 4.000 U/L. Fraqueza? Hipocalemia severa O que fazer? Suspender diurético Se fosse caso agudo? Necessário eletrocardiograma Metabolismo do potássio: O potássio se distribui na proporção de 55 mEq/kg. Portanto num homem de 70 kg há cerca de 3500 mEq/L de potássio, sendo que 90% no intracelular e 10% no extracelular. A maior parte do pótassio intracelular se encontra no músculo o que não implica em acúmulo de patássio, mas simplesmente reflete a preponderância da massa muscular em relação a massa corporal. Porém apenas 2% do potássio se encontra no plasma e fluído intersticial (50-70mEq/L). A bomba de sódio-potássio-ATPase é a responsável pela grande diferença entre a concentração de potássio intra e extra celular. O papel do potássio no intracelular análogo ao do sódio no extracelular e são respectivamente os principais determinantes da osmolalidade do seu compartimento. Distribuição: 90% intracelular, em maior parte nas células musculares 10% extracelular, sendo 2% no plasma e fluido intersticial e 8% no tecido ósseo Equilíbrio: bomba sódio-potássio-ATPase (transporte ativo: 2K entram e 3Na saem) Há fisiologicamente um equilíbrio entre a ingesta e a excreção – urina e fezes Manutenção do potássio: Perdas: gastrointestinais e renais Excesso: diminuição da capacidade de excreção do potássio Manejo renal do potássio: TCP: reabsorção de 60-65% do potássio Ramo ascendente espesso da alça de Henle: Na, K e 2Cl – local de ação da furosemida Túbulo coletor cortical (células principais, canal de Enac) - local de ação da aldosterona: entra 1 sódio e sai 1 potássio. A principal forma de excreção do potássio é através de secreção nos segmentos mais distais do nefro. A excreção renal de potássio sofre influencia dos níveis plasmáticos do íon, aldosterona, fluxo tubular, aporte de Na ao néfron e estado acidobásico. Metabolismo do K: Hormônios que promovem influxo celular de K: · Insulina: promove a entrada de K nas células (estimula Na-K-ATPase) · Adrenalina (receptores B2 adrenérgicos): epinefrina promove a entrada de K nas células. Hormônio regulador de K: Aldosterona: modifica a excreção urinária de potássio. Aldosterona – produzida pelas glândulas adrenais, da família dos mineralocorticoides Influencia na: · Permeabilidade da membrana luminal ao K (entra) e Na (sai) · Concentração de K intracelular · Diferença de potencial transepitelial (bomba Na-K-ATPase) Atua no túbulo coletor cortical, aumentando a reabsorção de sódio e a secreção de potássio pelas células principais. Neuro-hipófise > ADH > suprarrenal > aldosterona > ducto coletor do rim > diurese (com mais K) Insuficiência renal: ainda ocorre a produção da aldosterona, no entanto as células principais do túbulo coletor estão danificadas, acarretando perda de sódio e retenção de potássio indevida (hiponatremia e hiperpotassemia) Produção estimulada: Ag II e hipercalemia Acidose: maior potássio sérico Alcalose: maior potássio intracelular Conclusão: · O potássio tem um papel importante na excitabilidade dos tecidos muscular e nervoso · Regra básica: redução de 1mEq/l no potássio sérico corresponde a uma perda aproximada de 200-300mEq do potássio total. Consumo baixo de K (raro): Liberação de K intracelular em troca de H+ - acidificação Redução da excreção urinária de potássio devido ação da aldosterona Não esquecer: · Quanto > o aporte de Na ao néfron distal (DC) > será a excreção de K. · Esse é o único segmento do néfron capaz de reabsorver sódio, sem acompanhamento de cloreto. · Na (cátion) > eletronegatividade > estimula a secreção de K e H. Sai um Na+, tem que ser substituída por outro K+ ou H+. Hipercalemia: Na-K-ATPase estimulado por 2 hormônios: · Insulina · Adrenalina (receptores B2 adrenérgicos) Aldosterona – estimula a excreção renal Etiologia: · Pseudo-hipercalemia: garrote, hemólise, leucocitose (<100000mm3) – ECG normal, erro de coleta · Redistribuição (acúmulo fora da célula): acidose, destruição celular maciça, glicose alta · Hiperpotassemia por insuficiência renal: TFG < 20 ou TFG > 20ml/min (dificilmente) *TFG: marcador de função normal, 100ml/min. A partir dos 40 anos, ocorre uma perda de 10% da função renal por década. · Insuficiência adrenal: alteração na produção de aldosterona · Diuréticos poupadores de potássio: espirolactona, usado em pacientes com ICC e insuficiência hepática, sendo necessário tirar o medicamento em caso de insuficiência renal · Doenças hereditárias (síndrome de Gordon) – pseudohipoaldosteronismo tipo 2 > HAS, hiper K, acidose metabólica com anion GAP normal. · Medicamentos: IECA, BRA, heparina – anti-hipertensivos, evitam remodelamento cardíaco, IECA e BRA anti-proteinúricos (tornam a MB impermeável a proteína) usados em doenças como síndrome nefrótica e diabetes, no entanto, é necessário retirar a medicação por aumentar o potássio É raro ocorrer hipercalemia sem disfunção renal. Manifestação clínica: Neuromuscular: fraqueza muscular Hormonal: aumento da insulina e aldosterona Alteração eletrocardiográfica: 1ª onda T apiculada 2ª onda P achatada 3ª prolongamento do complexo QRS 4ª arritmia e parada cardíaca *Gluconato de cálcio: estabiliza a membrana cardíaca – antagonista do potássio, impede a lise das células musculares pelo potássio. Tem tempo de ação por 1 hora, é um vasoconstritor (piora a função renal) e não reduz o potássio. Usado em alterações eletrocardiográficas. Não usar se não houver alterações. Abordagem à hiperpotassemia: ECG – primeira medida, com ECG alterado administrar gluconato de cálcio Confirmar o potássio sérico (pode ser pseudo) Proteger o coração – gluconato de cálcio Redistribuição o potássio (esconder nas células) Eliminar o potássio Coração com arritmia por exceto de potássio > administração de gluconato > 60min para tornar o potássio intracelular Fatores que tornam o potássio intracelular – medidas feitas juntas: · pH (encontra-se ácido): bicarbonato de sódio · Insulina: solução hiperglicêmica + insulina (paciente diabético com glicose alta com insulina infundida faz alteração eletromagnética da célula, fazendo a retenção de potássio para dentro da célula – no entanto, nem todos possuem hiperglicemia, por isso é necessário a solução hiperglicêmica para criar meio de ação para insulina) · Catecolaminas: inalação com B2-adrenérgico(Berotec) – paciente asmático tem tendência à hipocalemia. Caso o paciente tenha FA, não fazer inalação devido aumento da FC. Fatores que aumentam a excreção de potássio: · Diuréticos de alça: furosemida · Aumento da excreção nas fezes (Sorcal) – troca potássio por hidrogênio no intestino · Diálise *Paciente insuficiente renal: bicarbonato de sódio retém água, tornando-o congesto. Não adianta dar diuréticos, pois pacientes não urinam. Fazer B2, sorcal e diálise. Caso a FC>100bpm, não fazer B2. Paciente com ICC e potássio alto. Toma espirolactona/enalapril. – medida: retirar o diurético ou o IECA Paciente tende a acumular potássio porque não é excretado pelo rim. Proteger o coração · Gluconato de Cálcio Redistribuir o potássio · Glicoinsulinoterapia · Beta adrenérgico · Correção da Acidose Eliminar o potássio · Resina de Troca · Diurético de Alça · Diálise Indicação de diálise: 1- Uréia alta: risco de encefalopatia urêmica ou cardiopatia urêmica, em paciente com sintoma 2- Potássio alto 3- Acidose metabólica refratária à bicarbonato/medidas clínicas 4- Anúria: paciente pré-renal (infundir volume) e pós-renal (sonda) não dialisa Transplante só é curativo em córnea, no rim e outros órgãos é necessário tomar imunossupressor para o resto da vida em vista de evitar rejeição. Resumindo: · Gluconato de Cálcio 10%: 1 amp EV lento – caso alteração no ECG · Insulina + Glicose ( 1 UI de insulina/5g G) (Ex.: 500 ml SG 10% com 10 UI insulina Reg. EV em 1 hora) · B2 agonistas: Nebulizar com Salbutamol · Furosemida: 2-3 ampolas EV · Resinas trocadoras: Sorcal VO ou Enema · Hemodiálise: se oligúria, ou seja, baixa diurese Novidades: com a introdução de pratiromer e ZS-9 (resinas de troca iônica), prevê-se que os trocadores de cátions gastrointestinais serão utilizados com mais frequência nesses pacientes para o controle crônico do potássio alto. Função do rim: Filtração Produção de hormônio Sistema tampão Excreção de substâncias Balanço hídrico Balanço do sódio Manifestações da doença renal: Assintomática Sintomas sistêmicos: aumento da uréia (tóxica para o organismo) – encefalopatia (confusão mental), pericardite urêmica (atrito pericárdico), náuseas e vômitos, inapetência - anemia/fadiga, edema (facial/periorbitário e matutino), anasarca, unhas de Lindsay (sulcos ungueais expostos) Sintomas renais – oligúria, anúria, polaciúria, poliúria Alterações laboratoriais – hematúria, alteração da uréia e creatinina Alteração do volume urinário: Oligúria < 400ml em 24h Poliúria > 2500ml em 24h – alteração do ADH, diabetes, ecstasy Anúria < 50ml em 24 Dor no rim: cálculo renal, doença renal policística, infecção urinária, pielonefrite – distensão capsular, onde estão as terminações nervosas Hálito urêmico: a flora bacteriana bucal hidrolisa a uréia presente na saliva, produzindo amônia. IRC · Pele pálida, seca, descamativa · Depósito de sais de fosfato · Prurido · Hematomas e equimoses – responsável por uma parte da coagulação, com disfunção plaquetária · Unhas de Lindsay – meio a meio, região proximal mais clara e região distal mais acastanhada Exame oftalmológico Fundo de olho – avaliar manchas algodonosas diabéticas e sinais de hipertensão Principais causas de doenças renais Causas pré-renais: hipovolemia por ICC, insuficiência hepática, queimaduras Causas renais: terapia renal substitutiva · Doenças vasculares · Doenças glomerulares · Doença túbulo-intersticiais Pós renal: uropatia obstrutiva Taxa de filtração glomerular Conceito: taxa média de filtração de cada néfron Rins filtram 180L ao dia (125ml/min) Volume plasmático = 3L Portanto, o sangue é filtrado > 50 vezes no decorrer de 1 dia Esse valor depende da idade, do sexo, da altura, se paciente está gestando Envelhecimento: taxa de filtração menor Gestação: taxa de filtração glomerular aumentada proporcionalmente Para que serve? · Acompanhamento da função renal · Ajuste de drogas – possibilidade de nefrotoxicidade ao dar doses cheias de medicamentos para pacientes IRC · Pré doação renal · Pós transplante renal Problemas: Aumento da pressão arterial > aumento da pressão glomerular > aumento da TFG Porém compensa a redução de néfrons, portanto, pode haver dano renal, antes da queda da TFG *A HAS aumenta a TFG, mas, também aumenta o risco de nefropatias a longo prazo, causando dano aos néfrons Conceito de depuração (clearence): Relaciona-se com a eficiência da eliminação da substância, portanto, quanto maior a taxa de eliminação, maior o clearence. Valor obtido sobre uma substância específica. Pode ser plasmático ou urinário. Marcador ideal da TFG: · Substância livremente filtrada pelos glomérulos · Não deve ser secretada ou absorvida pelos túbulos renais · Produção constante · Não deve haver eliminação ou degradação extra-renal Marcador ideal: Soluto que é filtrado livremente nos glomérulos, não tóxicos, nem segregado nem reabsorvido pelos túbulos renais e sem alteração durante a sua excreção pelo rim. Portanto, a carga filtrada é igual à taxa de excreção urinária. Fatores que interferem na RTG: Fluxo plasmático renal Gradiente de pressão hidrostática atravpes das paredes glomerulares Superfície dos capilares glomerulares Concentração das proteínas plasmáticas · Marcadores endógenos: Creatina – mais barato Uréia Cistatina C – melhor marcador endógeno · Marcadores exógenos: Inulina – padrão ouro, com alto custo, exame não viável, usado apenas em pesquisas Iotalamato e iohexol – radioisótopos Creatinina: Metabolismo de creatina no músculo esquelético e do consumo de carne na dieta Liberado constantemente pelo glomérulo É filtrada livremente através dos glomérulos Não é nem reabsorvida e nem metabolizado pelo rim Entretanto, 20-40% da creatinina urinária é derivado de secreção tubular, portanto, creatinina superestima a TFG, não sendo o marcador ideal para avaliar a taxa de filtração glomerular Medicações que interferem na creatinina – trimetoprim, cimetidina (levam a aumento da Cr, sem interferir na TFG) O uso de creatina exógena também aumenta as taxas de creatinina na urina Estimativas da taxa de filtração glomerular: Medição da depuração da Cr Ccr (ml/min) = creatinina (mg/dl) X volume da urina (ml/min)/creatinina plasmática (mg/dl) X 1440 1440min = 24h Equações com base na Cr sérica: MDRD (idade, gênero, raça) CKD-EPI – mais fidedigna Cockroft-Gault Ccr (ml/min) = (140 – idade) X peso corporal (kg)/Cr (mg/dl) X 72 Em mulheres, no final, multiplicar por 0,85 – menor massa corporal Ex: Homem, 72 anos, 100kg, com creatinina basal de 2 Ccr = (140-72) X 100 / 2 X 72 = 47 ml/min Mulher, 72 anos, 40kg, creatinina 2 Ccr = [(140-72) X 40 / 2 X 72] x 0,85 = 16ml/min Homem, 70 anos, 100kg, creatinina 2 Ccr = (140-70) X 100 / 2 X 72 = 48 Mulher, 70 anos, 100kg, creatinina 5 Ccr = [(140-70) X 100 / 2 X 72] x 0,85 = 16,52ml/min *Quanto mais próximo da IR o paciente está (quanto maior a creatinina), mais fidedigno é o cálculo da TFG. Isso indica que a queda da TFG não é linear ao aumento da creatinina. Quanto maior a TFG, o gráfico de creatinina plasmática/TFG Creatinina de 0,6 para 1,2 (100%) > declínio da TFG de 50% Creatinina 5 para 7,5mg/dl (50%) > TFG cairia de aproximadamente de 20 para 15ml/min Creatinina – valor de referência: 1,4 TFG < 90ml/min – paciente renal crônico Uréia: Produto final do catabolismo proteico pelo fígado – dieta, hemorragia (quebra de hemácias) Depende da dieta rica em proteínas e com hemorragia, trauma e terapia com glicocorticoides Cistatina C: Proteína de baixo peso molecular, membro da família de cistatina de inibidores de protease de cisteína Marcador caro Biomarcadores novos: Detecção precoce: · Soro: NGAL, cist C · Urina: NGAL, IL-18, KIM 1 Exames de imagem: USG de rins e vias urinárias · Tamanho renal · Ecogenicidade renal – diferenciar córtex e medula em rins normais · Relação corticomedular · Espessura renal Doppler – perfusão renal e obstrução de veias e artérias renais Aumento do rim: GESF (HIV), doenças de depósito (amiloidose), diabetes, doença renal policística Diminuição dorim: indicador de cronicidade (alteração funcional e estrutural por mais de 3 meses) se bilateral, unilateral necessita investigação Método de imagem: Radiografia simples e urografia excretora TC · Massas renais suspeitas · Rins ectópicos · Cálculos (<3cm não aparecem no ultrassom) – tomografia helicoidal · Pielonefrite · Problemas: obesos e contraste iodado (causa nefrotoxicidade no rim, contraindicado em paciente com taxa de filtração glomerular <30ml/min) · Contraste usado em suspeita de massa tumoral: realizar procedimento, pois risco de metástase é maior · Em caso de cateterismo, que também faz uso de contraste iodado, optar por realizar o procedimento devido risco de vida, mesmo com o risco de nefrotoxicidade · Ressonância magnética: contraste gadolínio (só pode ser usado em pacientes com TFG > 30), risco de fibrose sistêmica nefrogênica – falência múltipla de órgãos · Arteriografia renal · Cintilografia renal – função e anatomia renal, com avaliação do fluxo renal (renograma) · Biópsia renal: suspeita de doença glomerular, alto risco por topografia retroperitoneal do rim · Síndrome nefrótica no adulto, exceto em DMI e DMII – crianças: lesão mínima, responde a corticóides · Lesão renal aguda – não realizar · Doença sistêmica com disfunção renal – apenas no lúpus · Disfunção do enxerto renal · Proteinúria não nefrótica – não realizar · Hematúria microscópica isolada – não biopsiar · Doença renal crônica inexplicada · Doença renal familiar Contra-indicação de biópsia: cistos múltiplos, rim solitário, pielonefrite aguda, abcesso perinefrético, neoplasia renal, HAS descontrolada, uremia, obesidade, paciente não cooperativo, diátese sangrente não controlada Análise da urina: Vantagens – indolor, não é invasivo, não produz desconforto, é barato Coleta – 1ª urina da manhã (maior densidade) ou não ter urinado durante 2 horas, jato inicial deve desprezado por limpar o canal uretral Análise – 2 horas após coleta Quando pedir? Infecção do trato urinário e doença renal Conceito: grande parte dos dados nos exame de urina pode ser obtida por meio de fitas reativas, porém estas não substituem o exame microscópico do sedimento urinário. Cor: Amarelo claro/âmbar: normal Amarelo-escuro: desidratação ou privação de líquido Amarelo-escuro/marrom: hiperbilirrubinemia Laranja: medicações Vermelha/marrom: mioglobina (lise muscular) ou hematúria Vinho: porfiria – doença do metabolismo proteico Turva/leitosa: infecção Rosa: alimentar-se com beterraba, hematúria Azul/verde: medicações Preto: alcaptanúria – alteração do metabolismo da tirosina Densidade: Varia de 1.015 a 1.025g/ml Densidade urinária 1.000 a 1.003 – aumento da diurese (DM, polidipsia primária, uso de diuréticos) Densidade > 1032g/ml (pela manhã, queimados, desidratados) pH: Não identifica e nem exclui patologia renal, mas pode indicar tubulopatias hereditárias em crianças Varia entre 4,5 e 8 Ácido < 7 – infecção bacteriana por Klebsiella e Proteus Alcalino > 7 – infecção por fungos Parâmetros bioquímicos Bilirrubina Estase leucocitária e nitrito Glicosúria Corpos cetônicos Hemoglobina e mioglobina Proteinúria Plasma filtrado pelos glomérulos de 170 a 180L diariamente A cada litro filtrado, contrém cerca de 70 de proteína Normal: até 150mg Pode indicar lesão tubular ou glomerular Proteinúria transitória: febre, relação sexual, exercício físico intenso Proteinúria glomerular – albumina Determinação qualitativa Determinação quantitativa – proteinúria acima de 3,5g/24 é considerada síndrome nefrótica Albuminúria – screening e acompanhamentos da nefropatia diabética · Até 30mg/d: normoalbuminúria · 30 a 300mg/d: microalbuminúria · Maior que 300mg/d: macroalbuminúria – nefropatia e provavelmente retinopatia diabética Avaliação Crônico: proteinúria e albuminúria Agudo: diurese e quantidade de diurese, creatinina Sedimento urinário: Indica a presença de nefropatia e, muitas vezes, a natureza e a extensão da lesão. A) Células Hemácias – cálculo, infecção urinária, cistos renais, sangrementos glomerulares, HAS, trombose, malformação, necrose de papila, doenças no ureter (cálculos, estenoses, pólipos), doenças na bexiga (radiação – retite actínica, cistite, doenças malignas), causas prostáticas e da uretra. Pode ser transitória e persistente · Transitória: doença de Berge ou IgA/rinofaríngea (após infecções e exercícios físicos, não evolui para cronicidade), relações sexuais, febre, síndrome de Alport (genética com evolução crônica), doença da membrana basal fina (benigna, com função renal normal) Pesquisa de dismorfismo eritrocitário – origem glomerular (>50%) Proteínas B) Leucocitúria – infecção C) Eosinofilúria – indicativo de doença intersticial D) Lipidúria – alteração no metabolismo dos lipídios E) Cilindros: Hialinos – fisiológicos Leucocitários – nefrite intersticial alérgica ou infecção Hemáticos – doença glomerular Celulares/epiteliais – necrose tubular aguda Granulosos – síndrome nefrótica Céreos – doença renal crônica Gordurosos – doença glomerular da síndrome nefrótica · Doença glomerular Síndrome nefrótica: proteinúria de 3,5g, albumina baixa e dislipidemia – cilindros granulosos Síndrome nefrítica: hematúria, HAS e alteração da função renal – cilindros hemáticos (GRP é uma vertente) F) Cristais Ácido úrico: gota e lise tumoral Cristais de oxalato de cálcio: litíase renal Cristais de estruvita: bactérias produtoras de urease podem formar um cálculo de estruvita Cristais de cistina: alteração no metabolismo de cistina IRA – cilindros epiteliais ou granulosos – sugestivos de necrose tubular aguda IRC – céreos Síndrome nefrítica aguda – cilindros hemáticos ou hemácias disformes Síndrome nefrótica – cilindros lipoides e proteinúria > 3,5g, com hematúria mínima ou ausente Berge e síndrome da membrana fina Infecção – cilindros leucocitários Síndromes tubulares renais – alteração do pH Nefrolitíase – cristais de diferentes etiologias Infecção de trato urinário, nefropatia por antiinflamatórios – piúria isolada Maria Júlia Soares Mussi 1
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