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Ortopedia Bruna Argolo PATOLOGIAS DE PÉ E TORNOZELO ENTORSE E LESÃO LIGAMENTAR: • Entorse é a perda momentânea da congruência articular – volta ao normal naturalmente • O tornozelo é formado pelo tálus, terço distal da tíbia e a fíbula • Sindesmose: - É um complexo ligamentar que mantém a relação entre a tíbia e a fíbula - É composta por 4 ligamentos: tibiofibular anterior, tibiofibular posterior, transverso e interósseo • Complexo ligamentar lateral: é composto por 3 ligamentos: talofibular anterior, talofibular posterior e fibulocalcâneo • Complexo ligamentar medial (deltoide): é dividido em feixes superficial e profundo (mais importante, que mais estabiliza o tornozelo) • O ligamento talofibular anterior (entre o tálus e a fíbula) é o ligamento mais frágil, sendo o que mais se rompe e o que geralmente está associado à entorse • Supinação está mais associado às lesões EPIDEMIOLOGIA DA LESÃO LIGAMENTAR: • O talofibilar anterior é lesado de 40 a 70% dos entorses • O fibulocalcâneo está lesado em 20% • Ligamento deltoide 2,5% (face medial – relacionado a traumas em pronação) OBS: Os traumas em pronação são menos comuns que os traumas em supinação • Sindesmose de 1 a 10% CLASSIFICAÇÃO: • PRIMEIRO GRAU: - Quadro álgico e edema localizados - Manutenção da integridade articular - Sem limitação funcional - É o paciente que consegue chegar caminhando, ainda apoiando o pé no chão, com o quadro de dor localizado • SEGUNDO GRAU: - Quadro álgico intenso - Edema difuso e hematoma - Lesão ligamentar e limitação funcional moderada (redução da amplitude de movimento da articulação) Ortopedia Bruna Argolo - É o paciente que tem lesão ligamentar com limitação funcional moderada, então coloca o pé no chão com bastante dificuldade e dor, além de ter redução da amplitude, limitando a movimentação do tornozelo • TERCEIRO GRAU: - Lesão ligamentar (geralmente há lesão em mais de um ligamento) - Incapacidade funcional (incapacidade de suporte de carga) - É o paciente - É o paciente que nem consegue colocar o pé no chão RADIOGRAFIAS: • Tornozelo: AP/AP verdadeiro/perfil OBS: AP verdadeiro – AP com rotação interna de 15°, que retira a sobreposição da fíbula sobre a tíbia • Pé: AP/oblíquo OBS: Existe uma grande associação entre entorses de tornozelo e fraturas do pé, principalmente fraturas do 5° metatarso – na fratura por avulsão do tendão fibular curto, que se insere no 5° metatarso, ao ter o entorse do tendão, ele arranca um fragmento ósseo do 5° metatarso • Existem alguns critérios (critérios de Ottawa) que podem ser utilizados para não solicitar radiografias: paciente jovem, abaixo de 40 anos, que consegue apoiar o pé no chão – então sabe-se que é uma entorse, sem fraturas associadas, o que autoriza a não solicitação de radiografias, que serve para avaliar se há fraturas ou não RESSONÂNCIA: • Pode ser indicada nos casos de persistência da dor após 8 semanas da lesão inicial • Objetivo de investigar lesões associadas: - Lesão osteocondral - Impacto ântero-lateral - Lesões ligamentares crônicas TRATAMENTO: • P > proteção – pode ser com gesso ou não • R > repouso – não precisa ser um repouso absoluto • I > ice (gelo) • C > compressão • E > elevação • Anti-inflamatórios não esteroides • TRATAMENTO CIRÚRGICO X CONSERVADOR: Não há evidências na literatura comprovando que o tratamento cirúrgico tem melhores resultados funcionais, taxas de retorno ao esporte, custos ou redução da incidência de novas entorses HÁLUX VALGO: • Deformidade complexa o primeiro raio, caracterizada pelo desvio em valgo do hálux e em varo do primeiro metatarso, frequentemente dolorosa, podendo estar acompanhada por deformidades e sintomas nos outros dedos • É uma patologia muito comum, sendo um desvio valgo do hálux, ou seja, quer dizer que a face distal da articulação está ficando distante do centro do corpo, dessa forma, o hálux é em valgo (joanete), enquanto há um varo no primeiro metatarso, ou seja, o primeiro metatarso vai se aproximar do centro do corpo (dedão do pé fica para dentro – no sentido do centro) Ortopedia Bruna Argolo EPIDEMIOLOGIA: • População infantil: - 2 (menina) : 1 (menino) - Forma juvenil: herança autossômica dominante • População adulta: - 15 (mulher) : 1 (homem) - É mais comum em mulheres devido ao uso de calçados que favorecem o quadro ETIOLOGIA: • FATORES EXTRÍNSECOS: 1. Calçados: A incidência de hálux valgo foi estudada na ilha de Santa Helena, onde metade dos habitantes da ilha gradualmente adotou calçado nas últimas décadas, hálux valgo foi encontrado em menos de 2% dos não-calçados e em 16% dos homens e 48% das mulheres que usavam sapatos • FATORES INTRÍNSECOS: 1. História familiar: Varismo do 1° metatarsiano 2. Doenças sistêmicas (neuromusculares e reumáticas) QUADRO CLÍNICO: • Diagnóstico é clinico EXAMES COMPLEMENTARES: • Radiografias do pé com carga nas incidências: AP/perfil • O objetivo é apenas classificar o grau de deformidade CLASSIFICAÇÃO: TRATAMENTO: • CONSERVADOR: - Uso de calçados mais largos e de saltos baixos Ortopedia Bruna Argolo - Uso de calçados especiais com câmaras anteriores mais amplas - Palmilhas compensatórias - Órteses noturnas OBS: O tratamento conservador pode ser usado nos graus mais leves e tem como objetivo melhorar a qualidade de vida do paciente, mas não resolve a deformidade óssea • CIRURGICO – OBJETIVOS: - Corrigir o valgismo e pronação do hálux através de medidas que reequilibrem os agentes estáticos (superfícies articulares, cápsula e ligamentos) e dinâmicos (músculos) da região MTF-I - Corrigir o varismo primário ou secundário do 1º metatarsiano e consequentemente a subluxação lateral do aparelho gleno-sesamóideo - Reduzir o tamanho da eminência medial através da ressecção da exostose e pelo reposicionamento da cabeça do 1º metatarsiano - Corrigir os fatores etiológicos predisponentes preexistentes OBS: O tratamento cirúrgico é indicado quando o paciente já tem uma perda de qualidade de vida, principalmente em relação a dor e pela questão estética também, além de limitações durante atividade física OBS: Ao lado temos o exemplo de uma cirurgia onde é ressecada a deformidade do hálux, trazendo-o de volta para o eixo, e corrigindo também a deformidade do 1° metatarso FASCITE PLANTAR: • A fáscia plantar é um tecido fibroso localizado ao longo da planta do pé: do calcanhar até a ponta dos dedos • Fascite plantar é a inflamação que ocorre devido a um estresse excessivo dessa região ETIOLOGIA: • Alterações biomecânicas • Pé muito cavo e pé chato, e pisada hiperpronada • Sobrepeso • Calçados inadequados e atividade física repetitiva e de alta intensidade QUADRO CLÍNICO: • Dor na sola do pé e calcanhar nos primeiros passos pela manhã • Dor na sola do pé após e/ou durante atividade física • Dor na palpação da sola do pé e calcanhar • Rigidez e tensão na sola do pé • O diagnóstico é clinico, mas em caso de necessidade pode fazer uma RNM, onde será visto o processo inflamatório da fascia plantar TRATAMENTO: • Corrigir as alterações nos casos de pé chato ou cavo e hiperpronação • Perder peso • Readaptar a prática esportiva • Readequar o calçado (usar um com maior amortecimento e suporte) • Usar a palmilha pés sem dor. Uma das formas mais eficazes de ajustar as alterações biomecânicas, causadoras da fascite plantar • Alongamento cadeia posterior
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